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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A hierarquização das sociedades e a formação das classes sociais no nordeste de


África: Egipto, Méroe e Suméria.

Helena Alberto Tila Vilanculos-----708237482

Curso: Ensino de História


Disciplina: História da Sociedade I
Ano de Frequência: 1o ano

Maputo, Maio, 2023


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domínio do discurso
académico
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(expressão escrita
cuidada, coerência /
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Análise e
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nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
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dados
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Conclusão 2.0
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Aspectos
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gerais
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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice

0. INTRODUÇÃO........................................................................................................................5
0.1 Objectivos..........................................................................................................................5
0.1.1 Objectivo geral:..........................................................................................................5
0.1.2 Objectivos específicos................................................................................................5
0.2 Metodologia.......................................................................................................................5
1 A HIERARQUIZAÇÃO DAS SOCIEDADES E A FORMAÇÃO DAS CLASSES
SOCIAIS NO NORDESTE DE ÁFRICA........................................................................................6
1.1 Egipto.................................................................................................................................6
1.1.1 Localização geográfica...............................................................................................6
1.1.2 Organização sociopolítica..........................................................................................6
1.2 Méroe.................................................................................................................................8
1.2.1 Localização geográfica e actividades económicas do reino Méroe............................8
1.2.2 Organização político-social........................................................................................8
1.3 Suméria..............................................................................................................................9
1.3.1 Modos de vida na Suméria.......................................................................................10
1.3.2 Estratificação da sociedade.......................................................................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................13
0. INTRODUÇÃO

Sociedade refere-se ao conjunto de pessoas que vivem em Estado gregário, ou é o


conjunto de indivíduos unidos pelas leis comuns para atingir um fim determinado. Portanto, a
sociedade é uma estrutura orgânica constituída por classes sociais que são os elementos que
interagem entre si, dinamizando as relações sociais. É neste contexto que procuramos estudar A
hierarquização das sociedades e a formação das classes sociais no nordeste de África. Para tal,
pretende-se:

0.1 Objectivos

0.1.1 Objectivo geral:


 Analisar a hierarquização das sociedades e a formação das classes sociais no nordeste de
África.

0.1.2 Objectivos específicos

 Localizar geograficamente antigo Egipto, Méroe e Sumeria;


 Caracterizar a sociedade egípcia e Méroe;
 Identificar a organização politico e social dessas duas sociedades;
 Identificar os feitos da sociedade suméria

0.2 Metodologia

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), metodologia é o estudo da organização, dos


caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência (p.12). Desta forma, para realização desta pesquisa, recorreu-se ao método de pesquisa
bibliográfico, que consistiu na consulta de diversos artigos científicos relacionados com o tema
em estudo A hierarquização das sociedades e a formação das classes sociais no nordeste de
África.

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1 A HIERARQUIZAÇÃO DAS SOCIEDADES E A FORMAÇÃO DAS CLASSES
SOCIAIS NO NORDESTE DE ÁFRICA

1.1 Egipto

1.1.1 Localização geográfica


Os antigos habitantes do Egipto se estabeleceram no vale do Nilo, a nordeste do
continente africano onde dedicavam a actividade agrícola (Música, s/d, p. 60), como mostra o
mapa abaixo:

Fonte: Kinder, Hermann (2003 cit. Carvalho, 2018).

1.1.2 Organização sociopolítica


O processo de unificação entre o norte e o sul levou ao aparecimento do 1º Estado
Egípcio, tendo o Faraó como rei do Estado Unificado. Portanto, a civilização egípcia é das mais
brilhantes criações do espírito e da vontade do Homem (Música, s/d, p. 61).

Do ponto de vista sociológico, o Egipto distingue-se de outras civilizações pelo carácter


hierárquico da sua sociedade: na base, encontrava-se o povo anónimo dos camponeses, com uma
vida dura; no topo, estavam os Faraós, com uma vida requintada e dourada. Eles distinguiam-se

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dos homens comuns pela sua participação na divindade, com direito de vida e de morte (Música,
s/d, p. 61).

Entre os dois extremos existiam várias classes, como os numerosos artesãos (sapateiros,
ferreiros, ourives e joalheiros, padeiros, etc.) que se azafamavam em torno do povo; o Clero,
classe devotada unicamente ao serviço dos deuses, vigilantes e cioso dos ritos e crenças; o
Exercito, composto de unidades de piqueiros e arqueiros; os Escribas que eram cobradores de
impostos e os homens das contas. Assim, o Faraó e a sua família, os altos funcionários,
sacerdotes, escribas e guerreiros, eram o grupo privilegiado, beneficiando de riqueza e leis
especiais. Mas a grande maioria da população egípcia era constituída por artesãos, pastores e
agricultores, sem privilégios e responsáveis pela produção da riqueza. Os primeiros viviam,
sobretudo, nas cidades, onde exerciam os seus ofícios; de entre eles, os que trabalhavam no
Palácio e nos templos tinham uma posição social mais favorecida (Música, s/d, p. 61).

Por sua vez, a vida dos agricultores e dos pastores era muito dura. Uns e outros
trabalhavam nas terras dos poderosos e, anualmente, tinham de pagar pesados impostos. Durante
o período das cheias, trabalhavam para o Faraó, construindo grandes obras públicas, como as
pirâmides, os templos ou palácios (Música, s/d, p. 61).

Na base da sociedade egípcia estavam os escravos, geralmente prisioneiros de guerra. A


estes, estavam reservados os ofícios domésticos, os trabalhos de exploração mineira e, de uma
forma geral, todo o tipo de trabalhos duros e pesados. Eram considerados, não como seres
humanos, mas como mercadoria. Apesar disso, o Egipto reservou-lhes o direito de apelar à
justiça, sempre que fossem objecto de maus tratos por parte dos donos (Música, s/d, p. 61).
Graficamente, o Egipto estava organizado da seguinte forma:

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Fonte: Carvalho (2018).

1.2 Méroe

1.2.1 Localização geográfica e actividades económicas do reino Méroe


Méroe é uma cidade do Reino Kush, que localizava-se ao sul do Egito, região conhecida
como Núbia, onde hoje fica o Sudão. Essa região, também banhada pelo rio Nilo, era rica em
jazidas de ouro, ferro e pedras preciosas (Carvalho, 2018, p. 16).

Segundo Música (s/d), o reino de Méroe desenvolveu-se depois do declínio do império


novo no Egipto e tinha como principais actividades económicas a agricultura, criação de gado,
artesanato e o comércio. Grande parte da cultura meroita teve a marca da civilização egípcia,

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embora tenha algo de original, como são os casos da criação do Deus local Leão Apedemak que,
juntamente com Amon, era o Deus principal em Méroe (p. 62).

1.2.2 Organização político-social


A sociedade meroita estava dividida em duas classes sociais: a dominante, composta pelo
rei, família real, clero e a nobreza. Estes grupos sociais desempenhavam importantes funções na
corte e exerciam também funções de governadores provinciais. A classe dominada formada pelos
artesãos, comerciantes, camponeses e escravos, tinha como obrigações pagar impostos e prestar
serviços a classe dominante (Música, s/d, p. 62).
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1.3 Suméria

A mais antiga das primeiras civilizações surgiu na Suméria, na zona sul do vale da
Mesopotâmia (entre os rios), actual Iraque. Sumariamente, vejamos então as condições
geográficas desta região. A Mesopotâmia era uma extensa faixa de terra banhada por dois rios 1:
Eufrates (2850Km de extensão) e o Tigre (1050Km). Delimitando-os a oeste temos o deserto
arábico e a leste uma cordilheira montanhosa: ao montes Zagros (Música, s/d, p. 65), como
mostra o mapa abaixo:

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Os rios Eufrates (2850Km de extensão) e Tigre (1050Km) nascem nas montanhas do Taurus, atravessam o planalto
iraniano, percorrem as planícies mesopotânicas e desaguam no Golfo Pérsico.
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Da nascente das montanhas da Anatólia, o Eufrates vai descendo precipitadamente para o
vale, carregando na sua corrente neves derretidas e sedimentos orgânicos misturados com
calcário. Chegado à planície, as suas águas transbordam facilmente, inundando as margens onde
depositam os sedimentos (aluviões), irrigando e adubando as terras (Música, s/d, p. 66).

1.3.1 Modos de vida na Suméria


Os aluviões deram à Suméria uma paisagem natural muito característica. Abundavam os
pântanos com canaviais onde se multiplicava uma fauna variada: búfalos, patos, pelicanos,
gansos, flamingos-rosados e peixes. Assim, desde o Neolítico, a fertilidade das margens do
Eufrates e do Tigre, atraiu populações que aí se fixaram em aldeamentos; dedicavam-se à
agricultura, à pecuária, à pesca e ao fabrico da cerâmica. A pouco e pouco, estes povoados foram
crescendo e deram origem a cidades. Por volta de 3500 a.C., os mais importantes centros urbanos
da região eram: Uruk, Ur e Kish (Música, s/d, p. 66).

Segundo Música (s/d), “Grande parte da população Suméria vivia nos campos, dedicando-
se à agricultura e à pecuária. Na agricultura produziam, sobretudo cereais (trigo e cevada);
também cultivavam árvores de fruto e palmeirastamareira” (p. 66).

No domínio da pecuária, os sumérios produziam, sobretudo gado bovino, criado nos


pântanos que existiam nas margens do Eufrates e do Tigre. Os Sumérios possuíam também uma
bem organizada e próspera actividade artesanal. Nas cidades, os artesãos dedicavam-se à cestaria,

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à cerâmica, à tecelagem, à metalurgia do bronze e ao trabalho da pedra e da madeira; a maioria
deles trabalhava em oficinas pertencentes aos templos ou ao palácio. Na Suméria praticava-se o
comércio, tanto interno como externo. Como o país era pobre em recursos naturais, tais como a
pedra, a madeira e os metais (cobre, estanho, prata, ouro e lápis-lazuli), os Sumérios tinham de os
importar de regiões distantes. Em troca, ofereciam os seus excedentes agrícolas (trigo e cevada) e
produtos artesanais (Música, s/d, p. 66-67).

1.3.2 Estratificação da sociedade


Por volta de 3500 a.C., existiam na Suméria cerca de doze grandes cidades-estado – eram
cidades independentes, com governo próprio, e exerciam domínio sobre uma vasta região rural
circundante. Em termos físicos, as cidades eram cercadas por fortes e maciças muralhas; no
espaço urbano abundavam as habitações de adobe e as ruelas eram apertadas e sinuosas. No
centro situavam-se os edifícios públicos: o palácio real e os templos. Neles estavam concentradas
as mais importantes funções da cidade: a administrativa, a religiosa e a económica (Música, s/d,
p. 67).

Música (s/d), sustenta ainda que:

“Nos primeiros tempos da civilização Suméria, as cidades parecem ter sido governadas
por assembleias de anciãos; com o decorrer dos tempos, estes órgãos de poder perderam
influência e foram substituídos por chefes individuais (monarcas), com origem na
aristocracia guerreira. A estes monarcas os Sumérios chamavam En, Ensi ou Lugal. As
suas funções mais importantes eram: administrar e defender a cidade e aplicar a justiça.
Para os ajudar no cumprimento destas tarefas possuíam uma autêntica corte de
funcionários” (p.67).

Por outro lado, os monarcas das cidades Sumérias eram também encarados como
representantes terrenos das divindades – tinham um poder sacralizado. Daí que tivessem a seu
cargo a direcção dos sacerdotes. Assim, para além das suas funções administrativas, tinham
igualmente funções religiosas: orientavam os principais rituais religiosos e ordenavam a
construção de templos (Idem.).

Junto ao monarca, no palácio, viviam os mais poderosos aristocratas da cidade; estes, para
além de possuírem propriedades agrícolas, dirigiam o exército (Música, s/d, p. 67).

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As guerras constantes entre as cidades-estado Sumérias favoreceram o crescimento de
vastos exércitos, organizados e comandados por guerreiros profissionais. No interior de cada
templo vivia uma comunidade de sacerdotes, que se encarregava de executar rituais e sacrifícios à
divindade. Para além destas funções, os templos detinham e administravam propriedades e bens
tanto rurais como urbanos. Junto aos santuários e na sua dependência havia espaços reservados ao
artesanato e ao comércio; ai trabalhavam imensos artífices e comerciantes (ibid., p.68).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As sociedades desde as primitivas, estavam organizadas obedecendo uma certa ordem


social (divisão de tarefas segundo a capacidade física, por exemplo, determinava que tinha que ir
a caça, que tinha que ir a recolecção, etc). Portanto, o Egipto, O Reino Kush e a Sumeria não
foram diferentes, as suas sociedades estavam organizadas hierarquicamente em classes, dos ricos,
nobres – privilegiados e os não privilegiados – escravos, camponeses, artesãos. Essa estrutura,
embora seja das primeiras sociedades, ela encontra-se presente na vida quotidiana (no mundo e
em Moçambique, em que os que trabalham para produzir riqueza, são os mais pobres e
enriquecem a elite), regulando as relações sociais (Burgueses e proletariados – vistos em Marx na
sociedade capitalista).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Carvalho, Erika. (2018). Povos nómada, Núbia e Reino de Cuxe. Brasil.

Gerhardt, T, E e Silveira, D, T. (2009). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS.

Música, Jacinto. (s/d). História das sociedades i: cultura, da origem das sociedades pré-clássicas
até ao século XV. In: Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino à Distância –
CED. Mocambique-Beira.

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