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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

IMPORTÂNCIA ECONÓMICA DOS RIOS DE MOÇAMBIQUE

Genete José Cumbucane : 708205499

Curso: Licenciatura em Ensino de Historia


Disciplina: Noção de Geografia Física
Ano de Frequência: 3º ano
Docente: dr: António Dauce

Turma B, sala 2

Tete, Julho de 2022


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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
2.0
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução....................................................................................................................................................2
Objectivos....................................................................................................................................................2
Objectivos Gerais.........................................................................................................................................2
Objectivos específicos.................................................................................................................................2
Metodologias...............................................................................................................................................2
Faca abordagem em torno da importância económica dos rios em Moçambique.......................................3
Os Rios.........................................................................................................................................................3
Principais Rios de Moçambique e suas regiões...........................................................................................3
Principais Bacias Hidrográficas de Moçambique........................................................................................5
Zona Norte...................................................................................................................................................5
Zona Centro.................................................................................................................................................6
Zona Sul.......................................................................................................................................................7
Importância Dos Rios De Moçambique......................................................................................................8
Sustentabilidade da vida..............................................................................................................................8
Irrigação.......................................................................................................................................................9
Consumo pelo sector industrial...................................................................................................................9
Cultura e Identidade.....................................................................................................................................9
Energia.......................................................................................................................................................10
História......................................................................................................................................................10
Lazer..........................................................................................................................................................10
Paisagem rural e urbana.............................................................................................................................11
Psicultura...................................................................................................................................................11
Transporte hidroviário...............................................................................................................................11
Conclusão..................................................................................................................................................12
Referencias Bibliográficas.........................................................................................................................13
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Introdução
O presente trabalho tem como foco principal fazer uma abordagem em torno da importância económica
dos rios de Moçambique, portanto os rios são de fundamental importância para o homem, pois, além de
fornecerem água para o consumo, eles também são essenciais para a realização das
actividades económicas, tais como a agricultura, pecuária e na produção industrial. Os rios são correntes
volumosas de água que se deslocam na superfície terrestre, por meio de canais permanentes e com rumo
definido, sempre das áreas mais elevadas para as menos elevadas. Seu destino final pode ser o oceano,
um outro rio, ou até mesmo um lago.
Este, por sua vez, descarrega toda essa água em um rio situado em altitude menor e, ainda, de maior
porte; e assim sucessivamente, até que o rio termine em um lago interior ou no oceano, o que é o mais
comum. Essa hierarquia compõe o que se denomina rede hidrográfica, que corresponde ao conjunto de
rios que drenam as águas de uma determinada região. Esse conjunto é formado por um rio principal (o
mais volumoso), seus afluentes e os inúmeros tributários desses afluentes.
O espaço territorial drenado por uma rede hidrográfica corresponde a uma bacia hidrográfica, que é, na
verdade, a parte que nos interessa, pois nela vivem as pessoas que exploram as águas dessa rede
hidrográfica para garantir a sua subsistência e desenvolver atividades económicas.
A área de uma bacia hidrográfica pode variar desde alguns poucos quilómetros quadrados até espaços
gigantescos, com vários milhões de quilômetros quadrados.

Objectivos
Objectivos Gerais
Descrever sobre a importância dos rios em Moçambique
Objectivos específicos
 Faca abordagem em torno da importância económica dos rios em Moçambique
 Principais Rios de Moçambique e suas regiões
 Principais Bacias Hidrográficas de Moçambique
 Importância Dos Rios De Moçambique
Metodologias
Para a elaboração do presente trabalho privilegiou-me o método de consulta do módulo de Ética Social
da UCM que me possibilitou na sintetização dos conteúdos.
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Faca abordagem em torno da importância económica dos rios em Moçambique


Os Rios
Segundo Bertoni & Lombardi (1990) os rios são correntes volumosas de água que se deslocam na
superfície terrestre, por meio de canais permanentes e com rumo definido, que flui no sentido de um
oceano, um lago, um mar, ou um outro rio isso das áreas mais elevadas para as menos elevadas. Em
alguns casos, um rio simplesmente flui para o solo ou seca completamente antes de chegar a um outro
corpo de água. Pequenos rios também podem ser chamados por outros nomes, incluindo córrego, riacho,
riachuelo, canal e ribeira. Não existe uma regra geral que define o que pode ser chamado de rio.
Um rio pode se originar das mais diversas formas, porém a mais comum - aquela que caracteriza a maior
parte da hidrografia planetária - é a que faz com que o rio se forme a partir de uma sucessão de
fenómenos e de contínuas transformações ocorridas na natureza, que caracterizam o chamado ciclo da
água.
A distribuição dos cursos de água pela superfície de um lugar se faz sempre de acordo com uma
determinada hierarquia, em que os filetes de água das áreas mais elevadas vão se unindo a outros,
recebendo mais alguns e levando um volume cada vez maior de água até um outro.
Principais Rios de Moçambique e suas regiões
Segundo Almeida & Guerra (1998) Moçambique é um país de grande extensão geográfica (799.380
Km2 ) e com uma ampla diversidade hidrológica. Cerca de 13.000 km2 do território nacional são
ocupados pelas águas interiores que incluem lagos, represas e rios (Barca, 1992). Localiza-se a sudeste
do continente africano (Figura 1), sendo limitado a leste pelo Oceano Índico, a norte pela Tanzânia, a
noroeste pelo Malawi e Zâmbia, a oeste faz fronteira com o Zimbabwe, África do Sul e Swazilândia, e a
sul com a África do Sul.
A maioria dos rios de Moçambique nascem nos países vizinhos do Oeste, em zonas de planaltos e,
devido a disposição do relevo, entram no país e correm na direcção Oeste - Este, indo desaguar no
Oceano Índico.
Também devido à disposição do relevo, os rios sofrem várias quedas ao longo do seu percurso,
tornando-se assim pouco navegáveis. Mesmo assim, existem cerca de 800 kms de percurso que são
navegáveis. A natureza dos terrenos atravessados pelos rios é outro elemento a considerar.
No Centro e Norte do país, onde os terrenos são resistentes, os rios realizam uma erosão vertical,
escavando vales em forma de “V”, o que, associado à velocidade que as águas ganham pelas quedas de
água, o facto confere-lhes um elevado potencial hidroeléctrico.
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No Sul do país, os rios correm em zonas de planície, por isso, os seus vales são muito mais largos e os
rios apresentam meandros.
Nestes casos, o potencial hidroeléctrico é baixo, mas existem condições para a captação das águas para
fins agrícolas.
As características climáticas do país tornam o caudal dos rios variável ao longo do ano, apresentando
maior volume na estação chuvosa, onde os rios registam com frequência, cheias.
O regime dos rios é também condicionado pelo clima. Deste modo, numerosos rios possuem regime
periódico, possuindo caudais apenas numa parte do ano, enquanto na época seca chegam a secar
completamente. Os que possuem regime constante apresentam caudais ao longo de todo o ano, embora
variando de volume.
Segundo Almeida & Guerra (1998) pela sua extensão, o caudal e potencial económico, os rios mais
importantes do país são os que nascem no exterior, sendo o seu percurso inferior no interior de
Moçambique. A área das bacias desses rios e o seu comprimento possuem maiores dimensões fora de
Moçambique.
De norte para sul, as principais bacias hidrográficas que drenam o país são: Rovuma, Messalo,
Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Púnguè, Búzi, Save, Govuro, Inharrime,
Limpopo, Incomáti, Umbeluzi, Tembe e Maputo”. Os grandes cursos de água moçambicanos são de
abastecimento predominantemente pluvial, de regime periódico, apesar de a maioria dos seus afluentes
serem de regime ocasional, A maior parte dos rios de Moçambique corre de oeste para leste devido à
configuração do relevo, atravessando sucessivamente montanhas, planaltos e planícies e desaguando no
Oceano Índico. “Os principais rios de Moçambique têm suas nascentes nos países vizinhos, exceto no
norte do país onde a maioria das nascentes tem a sua bacia hidrográfica totalmente em Moçambique”,
Muchangos (1999).
As oscilações do caudal dos rios ao longo do ano são condicionadas, segundo Muchangos (1999), por
fatores climáticos, registrando os caudais máximos na época das chuvas e os mínimos na estação seca.
Nas terras altas os rios possuem grande capacidade erosiva e constituem cascatas, limitando dessa forma
a navegabilidade. Nas planícies se formam os meandros, lagoas e pântanos e são depositadas as
aluviões.
Muchangos (1999) observa também que, além do relevo, a natureza dos solos também influencia o
caudal, a estrutura e o padrão da rede hidrográfica. Quanto às bacias hidrográficas, dado que as
condições orográficas, atmosféricas, climáticas e pedológicas exercem grande influência sobre o regime
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caudal, o autor distingue três regiões no que diz respeito ao comportamento dos rios: Norte, Centro e
Sul.
Principais Bacias Hidrográficas de Moçambique
Zona Norte
Segundo Nanjolo& Abdul (2002) pode-se identificar no país mais de 100 bacias hidrográficas que
abrangem áreas superiores a 50km2.
Do ponto de vista da sua importância nacional, distingue-se de Norte à Sul, as seguintes bacias:
 Bacia do Rovuma: abrange vastos terrenos nas províncias do Niassa e Cabo Delgado. O rio
Rovuma e os seus afluentes, o Lugela, Lucheringo e Messinge, são os principais cursos de água
desta bacia.
O Rovuma nasce na Tanzânia e, depois de um percurso norte – sul, naquele país, percorre Moçambique
ao longo da fronteira norte 650 km, no sentido Oeste-Este, indo desaguar em estuário em palma,
província de cabo delgado.
Em Moçambique, o seu percurso abrange uma área de 101,160km2.
O lugenda, Lucheringo e Messinge nascem todos no interior do país, na província do Niassa desaguam
no rio Rovuma. O primeiro nasce no lago Chiúta, enquanto os dois últimos nascem no planalto do
Niassa.
O regime dos cursos de água desta bacia é constante.
 Bacia da Lúrio: é constituída pelo rio com o mesmo nome, que tem a particularidade de ser um
rio inteiramente moçambicano. Nasce no monte Malema e desagua na baía de Lúrio na província
de Nampula.
O rio Lúrio possui um regime periódico e serve de limite natural entre as províncias do Niassa e cabo
Delgado, com a de Nampula.
A Região Norte localiza-se entre as bacias dos rios Zambeze e Save e situada na parte sul do rio Save ao
Maputo.
Nessa região, as bacias hidrográficas apresentam predominantemente um padrão dendríto devido à sua
melhor distribuição, frequência das chuvas e à maior dispersão de rochas magmáticas e metamórficas.
Destaca-se aí o rio Lúrio, que nasce no monte Malema a mais de 1.000 m de altitude e tem cerca de
1.000 km de comprimento, e possui uma bacia hidrográfica de 60.800 km2, sendo considerada a maior
bacia totalmente inserida em território moçambicano. Devido à sua extensão, o rio Lúrio representa,
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junto com os seus numerosos afluentes, a linha mestra da subdivisão do Planalto Moçambicano
(Muchangos,1999).
Também localizado na região norte, o rio Rovuma faz fronteira com a Tanzânia em quase todo o seu
percurso. Tem suas nascentes localizadas no planalto do Ungone, na Tanzânia,e atinge Moçambique na
sua confluência com o rio Messinge. A partir daí, toma a direção oeste-leste numa extensão de mais de
600 km2 até a sua foz no Oceano Índico onde desagua em forma de estuário (Muchangos,1999).
Em território moçambicano, a bacia do rio Rovuma é de 101.160 km2, sendo ele um rio estreito na
maior parte do seu percurso, alargando-se somente ao atingir a planície litorânea.
Os seus principais afluentes da margem moçambicana são: Messinge, Lucheringo e Lugenda. Os
mesmos têm origem nas terras altas do Niassa e possuem elevado potencial hidroelétrico
Zona Centro
Segundo Aguiar (2002) na Região Centro destaca-se o rio Zambeze, o maior e mais importante rio que
atravessa o território moçambicano. Nasce no Zaire e desagua por um delta na localidade de Chinde,
província da Zambézia. O Zambeze entra em Moçambique através do Zumbo, província de Tete,
percorrendo uma extensão de 820 km, até a sua foz.
Com cerca de 2.600 km de comprimento, é o 26º rio 12 mais comprido do mundo, o 4º rio mais extenso
da África, tendo sua nascente na Zâmbia a cerca de 1.700 m de altitude.
Bacia do Zambeze: É a maior bacia hidrográfica do país, abrangendo uma vasta área das províncias de
Tete, Zambézia e Sofala.
A barragem de Cabora Bassa, que é a maior do país, resulta do represamento das águas do rio Zambeze
em Songo, na província de Tete. O rio Zambeze desagua num amplo delta de cerca de 7.000 km2 de
superfície. O caudal médio do rio é estimado em cerca de 16.000 m3 /s, transportando e depositando
anualmente um volume de aluviões de mais de 500.000.000 de toneladas. O principal braço do delta do
Zambeze é o rio Cuama que é retilíneo e é aproveitado para navegação fluvial (Muchangos, 1999).
Com excepção em Sofala e Zambézia, o percurso do Zambeze realiza-se em regiões de planaltos.
O seu regime é constante e os seus caudais são dos maiores do país, chegando a atingir os 600m3/s. a
bacia inclui ainda os principais afluentes do Zambeze, que são: o Chire, Luenha,Ponhame Rovùbué e
Aruângua.
 Bacia da Púnguè: ocupa uma área considerável na província de Sofala, sendo formada pelo rio
Púnguè que nasce no Zimbábwe e desagua na baía de Sofala. A maior parte do seu percurso, 322 km
é na zona de planície. A bacia inclui ainda os rios Mazingaze, Muda e Vanduzi, afluentes do Púnguè.
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 Bacia do Buzi: é constituída pelos rios Buzi e Revue e abrange áreas consideráveis na província de
Sofala, em regiões de planícies. O rio Buzi, nascendo no Zimbábwe, tem em
Moçambique uma extensão de 320 km.
Zona Sul

Finalmente, na Região Sul, os principais cursos de água são: Govuro, Inhanombe, Limpopo, Incomáti,
Umbeluzi, Tembe e Maputo. Os rios Limpopo, Incomáti, Umbeluzi, Tembe e Maputo têm como
caracterísitica comum nascerem em países vizinhos e atravessarem os montes Libombos, que é uma
grande cordilheira, e, ao atingirem a planície perdem a sua capacidade erosiva e formam nas suas
margens extensas planícies aluviais, propícias à agricultura. Na planície, o seu caudal é condicionado
pela influência combinada das condições climáticas gerais, do fraco declive e da elevada permeabilidade
das rochas sedimentares Nas seções inferiores desses rios, formam-se frequentemente pântanos, a
navegabilidade dos rios nesta região é limitada devido ao regime sazonal do caudal e à sua elevada
capacidade de assoreamento (Muchangos, 1999).
 Bacia do Save: ocupa uma grande área de planície no norte da província de Inhambane,
prolongando-se desde à fronteira com o Zimbábwe até ao oceano Índico.
 O rio Save, que constitui a razão desta bacia, nasce no Zimbábwe e tem no nosso país, um percurso
de 330 km.
 Bacia do Limpopo: ocupa uma vasta área na província de Gaza e inclui os rios Limpopo e
Changane, este último, afluente do primeiro. O Limpopo nasce na África do Sul e entra em
 Moçambique através do Pafúri, percorrendo uma região de planície, até desaguar em Inhampura na
província de Gaza. Em Moçambique, a sua extensão é de 283 km.
 Bacia do Incomati: ocupa a maior área da província de Maputo, sendo constituída pelo rio
Incomati, que nasce na África do Sul e desagua na baía de Maputo. A extensão do Incomati em
Maputo é 283 kms, correndo em zonas de planície.
 Bacia de Maputo: desenvolve-se no sentido Sul-Norte, desde à fronteira com África do Sul até à
baía de Maputo. É formada pelo rio Maputo, que nascendo na África do Sul, estabelece a fronteira
entre os dois países e vai desaguar na baía de Maputo. A extensão do rio Maputo em Moçambique é
de 150 kms.
Importância Dos Rios De Moçambique
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Segundo Martins & Correia (2000) os rios são fontes de um dos recursos naturais indispensáveis aos
seres vivos: a água. Além disso, têm grande importância cultural, social, económica, histórica.
A vazão do rio, em termos de representatividade na renovação dos recursos hídricos, “é o componente
mais importante do ciclo hidrológico. Exerce um efeito pronunciado sobre a ecologia da superfície da
terra e sobre o desenvolvimento econômico humano. É a vazão do rio que é mais amplamente
distribuída sobre a superfície da terra e fornece o maior volume de água para consumo no mundo.
Sustentabilidade da vida
Segundo Aguiar (2002) milhares de espécies da flora e fauna, inclusive a espécie humana, consomem
água de rios, que precisam ter uma qualidade adequada para os diversos usos.
Dos rios provem grande parte da água consumida pela humanidade para beber, cozinhar, lavar,
conservar alimentos, cultivar plantas, criar animais, navegação, dentre outros usos.
A água corresponde a 70% da composição do corpo humano, sendo o principal componente da saliva,
do suor, das lágrimas, do sangue… Ela é parte essencial dos fluidos dos sistemas digestivo, respiratório,
circulatório, nervoso, muscular, urinário, reprodutor e ósseo. Auxilia, por exemplo: o transporte de
oxigênio e alimentos, o controle da pressão sanguínea e da temperatura do corpo, a eliminação de
substâncias tóxicas, a lubrificação dos olhos, das narinas, das juntas e da pele, além de ajudar a absorver
impactos e proteger os órgãos, dentre outras funções.
“A disponibilidade e uso de água potável, assim como a conservação de recursos hídricos, são chave
para o bem estar humano.” (ARTHURTON et al, 2007, p. 116, tradução nossa) [2].
A quantidade de água efetivamente disponível para uso humano corresponde a aproximadamente
0,007%, uma parcela relativamente pequena. (LIMA, 2001, p.09).
Fenômenos como a migração da população de áreas rurais para urbanas, o crescimento demográfico e o
processo de industrialização, dentre outros, têm, por um lado, ampliado a demanda de recursos hídricos.
E, por outro lado: “Os decréscimos nos suprimentos de água potável estão comprometendo a saúde
humana e a atividade econômica.” (ARTHURTON et al, 2007, p. 6,).
Os rios também fornecem alimentos aos seres humanos, com especial destaque aos peixes, de variadas
espécies e valores nutricionais. No entanto, “reduções drásticas nos estoques de peixes estão criando
tanto perdas econômicas quanto uma perda de suprimento de comida” (ARTHURTON et al, 2007, p.
6, tradução nossa), sendo a poluição das águas uma das principais causas da contaminação e morte de
seres aquáticos, o que tem acarretado também a redução de estoques de peixes para o consumo humano.
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Salienta-se, assim, a importância dos rios para a sustentabilidade da vida e a necessidade de um conjunto
de ações para a sua conservação, melhoria e recuperação, nos casos em que se encontram degradados.
Irrigação
Segundo Aguiar (2002) os rios são muito importantes para a irrigação de terras em atividades agrícolas e
para que a sustentabilidade da vegetação natural.
Um exemplo na história é o rio Nilo. Localizado em uma região desértica do continente africano, foi
graças a ele que se pôde irrigar as terras para a agricultura no Egito Antigo. Após as cheias do rio, as
terras das margens ficavam forradas de húmus, um lodo fértil.
O consumo médio de água no mundo pelo setor agrícola corresponde a cerca de 70%, sendo o restante
consumido pelo setor industrial (20%) e pelo abastecimento (10%).
No Brasil, a captação de água doce para irrigação do setor agrícola corresponde a 33,5 Km 3/ano, ou seja,
72,5% do volume total. (BRASIL…, 1998).
Consumo pelo sector industrial
Segundo Nakata & Coelho (1982) estima-se que, atualmente, “a quantidade total de água, demandada
pelo setor industrial, é de 139 m 3/s, o que corresponde a um volume de aproximadamente 4,4
km3/ano” (BRASIL…, 1999) o que corresponde a 9,5% da captação total de água doce no Brasil.
De acordo com a UNESCO (2012, p. 4, tradução nossa) [11], “a operação efetiva de uma indústria
requer um fornecimento sustentável de água na quantidade certa, com a qualidade certa, no lugar
certo, no tempo certo e com um preço correto”.
Cultura e Identidade
Segundo Nakata & Coelho (1982) os rios trazem referências culturais muito importantes sobre a
sociedade humana, expressando modos de vida e implicações no cuidado e/ou falta de cuidado com o
meio ambiente do qual fazem parte, os recursos tecnológicos e tipos de usos de suas águas, significados,
dentre outras.
Eles fazem parte da biografia de muitas pessoas, compondo memórias e perspectivas do presente e
futuro, que se alinhavam na tessitura de sua cultura e identidade.

Energia
Segundo Gaspar (2004) “Energia e água estão intrinsicamente conectadas.” Há diversos tipos de fontes
de energia que necessitam da água em processos produtivos. “Por outro lado, a energia é requerida para
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tornar disponíveis recursos d’água para uso e consumo humanos, por meio de bombeamento, transporte,
tratamento, dessalinização e irrigação.
Os rios são importante fonte de energia elétrica. A bacia do rio Paraná, por exemplo, possui um grande
potencial de geração de energia elétrica. Nela encontra-se a maior usina do Brasil, a de Itaipú, além da
usina Porto Primavera. E no rio Tocantins, um outro exemplo, localiza-se a usina de Tucuruí.
Cabe salientar a importância da abordagem sistêmica na instalação de usinas hidrelétricas, na medida em
que estas trazem uma série de implicações ao meio ambiente, em termos de ecossistema e dimensões
socioculturais e econômicas.

História
Segundo Bertoni & Lombardi (1990) os rios têm sido marcantes na história da humanidade. Exemplo
disto é o rio Nilo, segundo rio do mundo em extensão, que foi determinante para o desenvolvimento do
Egito antigo. Localizado em uma região desértica do continente africano, foi graças ao rio Nilo
(denominado de Iteru, “o grande rio”, na época do Egito Antigo) que a sociedade egípcia teve acesso à
água para beber, irrigar as terras para a agricultura (após as cheias do rio, as terras das margens ficavam
forradas de húmus, um lodo fértil), pescar, cultivar peixes (Sarotherodon niloticus, popularmente
conhecida como “tilápia-do-nilo”) e transportar mercadorias e pessoas (navegação fluvial).
Ao longo da história, registram-se alterações nas características e na qualidade das águas dos rios, do
ecossistema e, em certos casos, de sua configuração e percurso, alguns sendo, inclusive, parcialmente
retificados e escondidos pela sua canalização.
Os rios compõem espaços de cidades, que, por sua vez, formam-se “por processos urbanos que tanto se
sucedem na história quanto se inter-relacionam em uma mesma época e, com princípios diversos,
forjam a cidade múltipla. A cidade é policrônica: seu tempo não é linear, [...]“ (DUARTE, 2006, p.
120)
Lazer
Os rios têm se prestado também ao lazer de muitas pessoas, possibilitando atividades como: nadar,
pescar, velejar, dentre outras. Estas atividades também dependem da qualidade das águas dos rios
(Gaspar, 2004).
Paisagem rural e urbana
Segundo Bertoni & Lombardi (1990) os rios compõem paisagens rurais e urbanas, com seus leitos de
larguras, extensões, volumes, movimentos e águas de cores diversas, refletindo e refratando a luz, que
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varia ao longo dos dias e das noites, e conforme as condições climáticas e outros fatores como tipos de
solo, vegetação, dentre outras, as quais influenciam também o movimento de suas águas, sendo umas
mais ligeiras e turbulentas, enquanto que outras mais lentas, calmas.
As configurações e movimentos dos rios, fauna e flora que compõem o ecossistema, auxiliam a suavizar
a composição geométrica e predominantemente estática das construções humanas, principalmente de
contextos urbanos.
Psicultura
Segundo Nakata & Coelho (1982) a psicultura, ou seja, o cultivo de peixes, é uma das atividades
econômicas propiciadas pelos rios.
No rio Parnaíba, por exemplo, que se localiza na região Nordeste do Brasil, entre os estados do Ceará,
Maranhão e Piauí, a principal atividade econômica desenvolvida é a psicultura.
Um dos fatores fundamentais para a psicultura é a qualidade das águas, que necessita estar em uma
condição adequada para a manutenção da vida saudável dos peixes e em equilíbrio dinâmico com o
ecossistema.
Transporte hidroviário
Os rios foram e têm sido bastante utilizados para a o transporte hidroviário, tanto de mercadoria quanto
de pessoas.
Em termos de custo e de capacidade de carga, o transporte hidroviário é cerca de oito vezes mais barato
que o rodoviário e três vezes menor que o ferroviário. (GODOY; VIEIRA, 1999).
Há rios que se prestam à navegação, enquanto que outros não. São exemplos de bacias com rios
navegáveis: a bacia Amazõnica (composta pelo rio Amazonas e afluentes como o Branco, Japurá, Juruá,
Negro, Solimões, Xingu, dentre outros, apresenta cerca de 23 mil km de rios navegáveis); a bacia do rio
São Francisco; a bacia do rio Paraná (composta por afluentes como o Grande, Paranapanema, Tietê, e
cuja hidrovia Tietê-Paraná é uma importante rota de navegação); dentre outras.
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Conclusão
Entre as várias características dos rios, algumas se destacam em relação às outras. É o que acontece, por
exemplo, com o regime dos rios, que corresponde ao seu sistema de cheias e vazantes, de extrema
importância quando se analisam as possibilidades econômicas de uma bacia hidrográfica. Outra
característica que muito nos interessa é a análise da ação fluvial na erosão e na sedimentação das áreas
atravessadas por um determinado rio.
Quanto ao regime fluvial - que representa a variação do volume de água de um rio ao longo de um ano, a
partir do seu processo de cheia e vazante-, é fundamental conhecer as razões geradoras dessa variação, a
fim de que possam ser elaboradas, com uma certa antecedência, previsões do que ocorrerá com o rio, de
modo que se possa interferir no sentido de evitar (ou, pelo menos, de diminuir), os reflexos de eventuais
problemas relacionados com uma cheia catastrófica ou com uma vazante muito acentuada.
De uma forma geral, existem dois grandes grupos de regime fluvial. Um deles está diretamente
relacionado com as variações de temperatura, sendo que, em certas áreas, o declínio térmico causa a
precipitação de neve, enquanto, em outras áreas, a elevação das temperaturas causa degelo. Em ambos
os casos, o nível das águas dos rios dessas áreas pode subir, causando uma cheia. O outro tipo de regime
é o que está relacionado com a precipitação das chuvas e sua distribuição durante o ano.
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Referencias Bibliográficas
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