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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Corantes e Lípidos

Fernando Francisco de Castro Escova - Código 708192175

Curso: Biologia
Disciplina: Química Orgânica
Ano de Frequência: 2º Ano
Docente: dr. Paulo Eugénio
Mangala

Gurué, Julho, 2020


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
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máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1

2. Objectivos................................................................................................................................. 1

2.1. Objectivo Geral..................................................................................................................... 1

2.2. Objectivos Específicos ......................................................................................................... 1

3. Metodologia ............................................................................................................................. 1

4. Corantes.................................................................................................................................... 2

4.1. Tipos de Corantes ................................................................................................................. 2

4.1.1. Corantes Vat ..................................................................................................................... 2

4.1.2. Corantes Ácidos ................................................................................................................ 3

4.1.3. Corantes Básicos ............................................................................................................... 3

4.1.4. Corantes Diretos ............................................................................................................... 3

4.1.5. Corantes e Pigmentos ........................................................................................................ 3

4.2. Classificação Segundo as Classes Químicas ........................................................................ 5

5. Aplicações ............................................................................................................................... 8

5.1.1. Usos de Corantes, Pigmentos e Branqueadores Ópticos .................................................. 8

5.1.2. Pigmentos Orgânicos ........................................................................................................ 8

5.2. Corantes Têxteis ................................................................................................................... 8

5.3. Branqueadores Ópticos ......................................................................................................... 9

6. Gorduras ................................................................................................................................ 10

6.1. Estrutura ............................................................................................................................. 10

6.2. Funções ............................................................................................................................... 11

6.3. As Gorduras na Alimentação .............................................................................................. 11

7. Lípidos ................................................................................................................................... 12

7.1. Propriedades ....................................................................................................................... 12

iv
7.2. Alteração pelo aquecimento ............................................................................................... 12

7.3. Alimentação ........................................................................................................................ 13

7.4. Funções ............................................................................................................................... 13

7.4.1. Fontes Energéticas .......................................................................................................... 13

7.5. Estrutura ............................................................................................................................. 13

7.5. Isolante Térmico ................................................................................................................. 14

7.6. Proteção Mecânica .............................................................................................................. 14

8.1. Glicerídeos .......................................................................................................................... 14

8.2. Ácidos Graxos .................................................................................................................... 14

9. Conclusão .............................................................................................................................. 16

10. Referências bibliográficas .................................................................................................. 17

v
1. Introdução

O trabalho tem como objectivo de abordar sobre os corantes. Visto que já importa dizer que num
sentido mais estrito, corantes são substâncias compostas e compostos químicos, tanto naturais (e
suas modificações) quanto sintéticos, relativamente definidos e até puros normalmente aplicados
na forma de suas soluções, tanto em água quanto em outros solventes, destacadamente o etanol,
que se fixam de alguma maneira, predominantemente por fenômenos em escala molecular a um
substrato, que pode ser um tecido (têxtil), papel e outros derivados de celulose, cabelo humano e
pelos de animais, couro e diversos materiais. Dentro de um conjunto de requerimentos ideais, as
substâncias corantes devem ser estáveis à luz, especialmente a ultravioleta e aos processos de
lavagem e à ação da água, como da chuva. Também devem apresentar fixação uniforme com as
fibras dos substratos

2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral


 Compreender os Corantes e os lípidos.
2.2. Objectivos Específicos
 Definir os Corantes e Lípidos;
 Descrever os Tipos de Corantes;
 Mencionar a Classificação dos Lípidos.

3. Metodologia

O tipo de pesquisa a ser realizada neste trabalho foi classificado como sendo uma pesquisa
bibliográfica, isto porque deve-se a pesquisa em mãos a consulta de fontes bibliográficas. A
metodologia opcionada para a realização deste trabalho foi o método descritivo. Enquanto
procedimento, o trabalho realizou-se por meio da observação directa e indirecta.

1
4. Corantes
Os corantes são apenas substâncias orgânicas intensamente coloridos ou fluorescentes que
conferem cor, a um substrato por absorção seletiva de luz. Eles são solúveis e / ou de passar por
um processo de aplicação com a qual, pelo menos temporariamente, destroem qualquer estrutura
cristalina por absorção, solução, e a retenção mecânica, ou por ligações químicas covalentes ou
iónicas, (Berg et al., 2008).
Um corante é toda substância que, se adicionada a outra substância, altera a cor desta. Pode ser
uma tintura, pigmento, tinta ou um composto químico. Num sentido mais estrito, corantes são
substâncias compostas e compostos químicos, tanto naturais (e suas modificações) quanto
sintéticos, relativamente definidos e até puros normalmente aplicados na forma de suas soluções,
tanto em água quanto em outros solventes, destacadamente o etanol, que se fixam de alguma
maneira, predominantemente por fenômenos em escala molecular a um substrato, que pode ser
um tecido (têxtil), papel e outros derivados de celulose, cabelo humano e pelos de
animais, couro e diversos materiais. Dentro de um conjunto de requerimentos ideais, as
substâncias corantes devem ser estáveis à luz, especialmente a ultravioleta e aos processos de
lavagem e à ação da água, como da chuva. Também devem apresentar fixação uniforme com as
fibras do substrato, (Berg et al., 2008).
De uma perspectiva da comercialização, permanentemente desenvolvem-se estudos tanto teóricos
quanto empíricos das relações entre as estruturas moleculares e a cor obtenível e propriedades
tanto de aplicação quanto relacionadas à conservação. Dentre os desenvolvimentos mais recentes
de aplicações de corantes destacam-se os mostradores e aplicações diversas de cristais líquidos,
os detectores de exposição à radiação de alta energia e as soluções para a impressão a jacto de
tinta, (Berg et al., 2008).

4.1.Tipos de Corantes
4.1.1. Corantes Vat
Corantes vat são essencialmente insolúveis em água e incapazes de colorir fibras diretamente.
Entretanto, a redução em licores alcalinos (lixívia) produz o sal de metal alcalino solúvel em água
do corantes, o qual, em sua forma leuco, tem afinidade com a fibra têxtil. Oxidação subsequente
reforma o corante insolúvel original. A cor do denin é devida ao índigo (ou anil), o
corante vat original, um composto azul altamente insolúvel amplamente conhecido desde a

2
antiguidade. Esta substância possuía um preço tão elevado, que apenas a realeza podia adquiri-lo,
(Berg et al., 2008).

4.1.2. Corantes Ácidos

Corantes ácidos são corantes aniónicos solúveis em água que são aplicados à fibras tais
como seda, lã, nylon e fibras acrílicas modificadas usando-se banhos de tingimento neutros a
ácidos. A fixação à fibra é atribuída, em grande parte, à formação de sal entre grupos aniónicos
no corante e grupos catiónicos na fibra. Corantes ácidos não são significativamente capazes de
tingir fibras celulósicas. A maior parte dos corantes para fins alimentícios cai nesta categoria,
(Berg et al., 2008).

4.1.3. Corantes Básicos

Corantes básicos são corantes hidrossolúveis catiónicos que são principalmente aplicados,
a fibras acrílicas, mas encontram algum uso para lã e seda. Normalmente ácido acético é
adicionado ao banho de tingimento para ajudar a fixação do corante sobre a fibra. Corantes
básicos são também usados na coloração de papel, (Berg et al., 2008).

4.1.4. Corantes Diretos

Corantes diretos ou substantivos são normalmente aplicado em um banho neutro ou


levemente alcalino, no ou próximo ao ponto de ebulição, com a adição de cloreto de
sódio (NaCl) ou sulfato de sódio (Na2SO4). Corantes diretos são usados em algodão,
papel, couro, lã, seda e nylon. Podem também ser usados como indicadores de pH e
como corantes biológicos, (Berg et al., 2008).

4.1.5. Corantes e Pigmentos


O homem utiliza as cores há mais de 20 mil anos. O primeiro corante a ser conhecido pela
humanidade foi o Negro-de-Fumo (Carbon Black). Por volta de 3.000 a.C., foram produzidos
alguns corantes inorgânicos sintéticos, como o Azul Egípcio. Sabe-se que os caçadores do
Período Glacial pintavam, com fuligem e ocre, as paredes das cavernas reservadas ao culto,
criando obras que resistem há milênios. Com o tempo, muitos corantes naturais foram sendo
descobertos. O vermelho das capas dos centuriões romanos era obtido de um molusco chamado

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Murex, um caramujo marinho. Outro corante também muito utilizado era o índigo natural,
conhecido desde os egípicios até os bretões, extraído da planta Isatis tinctoria, (Amabis e Martho,
1994).
O primeiro corante orgânico sintetizado com técnica mais apurada foi o Mauve, obtido em 1856,
por William H. Perkin. O cientista trabalhava em seu laboratório caseiro, estudando a oxidação
da fenilamina, também conhecida como anilina, com dicromato de potássio (K2Cr2O7). Certa
vez, ao fazer a reação entre estes compostos, obteve um resultado surpreendente. Após jogar fora
o precipitado, resultante da reação, e lavar os resíduos do frasco com álcool, Perkin admirou-se
com o aparecimento de uma bonita coloração avermelhada. Ele repetiu a reação, sob as mesmas
circunstâncias, e obteve de novo o corante, ao qual chamou de Púrpura de Tiro e que,
posteriormente, passou a ser denominado pelos franceses de Mauve. Imediatamente, Perkin
patenteou sua descoberta e, com ajuda financeira do pai e do irmão, montou uma indústria de
malva, (Amabis e Martho, 1994).
Após essa descoberta, houve uma corrida dos químicos para conseguir sintetizar outros corantes.
Para dar apoio à sua indústria, Perkin montou um amplo laboratório de pesquisa onde conseguiu
sintetizar outros corantes. Pode-se ter uma idéia do impacto que foi a descoberta do corante
sintético Mauve, pelo fato de ainda hoje se utilizar o termo “anilina” para designar qualquer
substância corante, apesar da anilina em si não ser um corante, mas sim o ponto de partida para a
elaboração de corantes, (Amabis e Martho, 1994).
No fim do século XIX, fabricantes de corantes sintéticos estabeleceram-se na Alemanha,
Inglaterra, França e Suíça, suprindo as necessidades das indústrias que, na época, fabricavam
tecidos, couro e papel. Nos anos de 1994 e 1995, as grandes corporações implantaram unidades
fabris próprias ou em parcearia com fabricantes locais em diversos países asiáticos, como China,
India e Indonésia. Tendo em vista que corantes, pigmentos e branqueadores ópticos são
compostos complexos, muitas vezes é impossível traduzi-los por uma fórmula química – alguns
são misturas de vários compostos e outros não possuem estrutura química definida. Por esse
motivo, a nomenclatura química usual raramente é usada, preferindo-se utilizar os nomes
comerciais, (Amabis e Martho, 1994).
Para identificar os mesmos corantes, comercializados com diferentes nomes, utiliza-se o Colour
Index (CI), publicação da American Association of Textile Chemists and Colorists e da British

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Society of Dyers and Colorists, que contém uma lista organizada de nomes e números para
designar os diversos tipos, (Amabis e Martho, 1994).

Exemplo:
Tipo de Corante: Disperso Antraquinona
Nome Sistemático: 1-(2-Hidroxietilamino) -4-metilaminoantraquinoma
Nome Comum: Fast Blue FFR
Nomes Comerciais: Altocyl Brilliant-Blue B; Artisil Direct Blue BSQ; Calcosyn Sapphire Blue
R; Cibacete Brilliant Blue BG
CI Nome: Disperse Blue 3
CI Número: 61505
Os números de Colour Index são atribuídos quando a estrutura química é definida e conhecida,

4.2. Classificação Segundo as Classes Químicas


Os corantes e pigmentos podem ser classificados de acordo com as classes químicas a que
pertencem e com as aplicações a que se destinam. Pelo Colour Index, os corantes e pigmentos
podem ser classificados em 26 tipos, segundo os critérios das classes químicas, e em 20 tipos,
além de algumas subdivisões, do ponto de vista das aplicações. Na Nomenclatura Comum do
Mercosul (NCM), estão classificados nas posições 3204; 3205; 3206 e 3207, (Lehninger, 2006).

Classificação Segundo as Classes Químicas

Classe Classificação por aplicação

Acridina Básicos, pigmentos orgânicos

Aminocetona À tina, mordentes

Ácidos, mordentes, à tina, dispersos, azóicos, básicos, diretos, reativos,


Antraquinona
pigmentos orgânicos

Ao enxofre Enxofre, à cuba

Azina Ácidos, básicos, solventes, pigmentos orgânicos

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Azo Ácidos, diretos, dispersos, básicos, mordentes, reativos

Azóico Básicos, naftóis

Bases de
Corantes especiais para tingimento de pelo, pelegos, cabelos
oxidação

Difenilmetano Ácidos, básicos, mordentes

Estilbeno Diretos, reativos, branqueadores ópticos

Ftalocianina Pigmentos orgânicos, ácidos, diretos, azóicos, à cuba, reativos, solventes

Indamina e
Básicos, solventes
Indofenol

Indigóide À tina, pigmentos orgânicos

Metina e
Básicos, dispersos
Polimetina

Nitro Ácidos, dispersos, mordentes

Nitroso Ácidos, dispersos, mordentes

Oxazina Básicos, mordentes, pigmentos orgânicos

Quinolina Ácidos, básicos

Tiazina Básicos, mordentes

Tiazol Branqueadores ópticos, básicos, diretos

Triarilmetano Ácidos, básicos, mordentes

Xanteno Ácidos, básicos, mordentes, branqueadores ópticos, solventes

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Classificação Segundo a Utilização por Substrato

Classe Principais campos de aplicação

Branqueadores Detergentes, fibras naturais, fibras artificiais, fibras sintéticas, óleos,


ópticos plásticos, sabões, tintas e papel

Corantes

À Cuba
Fibras naturais e fibras artificiais
Sulfurados

À Tina Fibras naturais

Ácidos Alimentos, couro, fibras naturais, fibras sintéticas, lã e papel

Ao Enxofre Fibras naturais

Azóicos Fibras naturais, fibras sintéticas

Básicos Couro, fibras sintéticas, lã, madeira e papel

Diretos Couro, fibras naturais, fibras artificiais e papel

Dispersos Fibras artificiais e fibras sintéticas

Mordentes Alumínio anodizado, lã, fibras naturais e fibras sintéticas

Reativos Couro, fibras naturais, fibras artificiais e papel

Ceras, cosméticos, gasolina, madeira, plásticos, solventes orgânicos, tintas


Solventes
de escrever e vernizes

Pigmentos
Tintas gráficas, tintas e vernizes, estamparia têxtil, plásticos
Orgânicos

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Pigmentos Tintas gráficas, tintas e vernizes, estamparia têxtil, plásticos
Inorgânicos

Fonte: (Lehninger, 2006).

5. Aplicações

5.1.1. Usos de Corantes, Pigmentos e Branqueadores Ópticos


5.1.2. Pigmentos Orgânicos
A característica funcional desses materiais é somente o fornecimento de cor ao sistema. Por esse
motivo, sua aplicação é extremamente difundida nos diferentes materiais e substratos. São
materiais orgânicos sintéticos, obtidos por meio de sínteses químicas, partindo-se do petróleo ou
carvão. Quando se trata de coloração de materiais submetidos ou processados a temperaturas
muito altas, como é o caso de cerâmicas e vidros, devem ser utilizados os pigmentos inorgânicos.
No entanto, nas demais aplicações em materiais e produtos de nosso cotidiano, eles são
extensamente utilizados, (Lehninger, 2006).

5.2. Corantes Têxteis


Corantes têxteis são compostos orgânicos cuja finalidade é conferir a uma certa fibra (substrato)
determinada cor, sob condições de processo preestabelecidas. Os corantes têxteis são substâncias
que impregnam as fibras de substrato têxtil, reagindo ou não com o material, durante o processo
de tingimento. Os componentes têxteis que controlam a fixação da molécula cromofórica ao
substrato constituem a base para que ocorra a divisão de corantes têxteis em categorias. Exige-se,
para cada tipo de fibra, uma determinada categoria de corante, (Lehninger, 2006).
Para as fibras celulósicas, como o algodão e o rayon, são aplicados os corantes reativos, diretos,
azóicos, à tina e sulfurosos. No caso das fibras sintéticas, deve-se distinguir entre as fibras e os
corantes aplicados, principalmente no caso de: Poliéster – corantes dispersos; Acrílicos – corantes
básicos; e Nylon (poliamida) – corantes ácidos. Restam, ainda, fibras menos importantes no
mercado brasileiro como a seda, para a qual são aplicados corantes reativos, e a lã, que recebe
corantes ácidos e reativos, (Lehninger, 2006).
Outros critérios, além da afinidade por uma certa fibra têxtil, influenciam na aplicação de um
determinado corante. O processo de tingimento é um dos fatores. Em sua maioria, esses
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processos podem ser divididos em categorias (contínuo, semicontínuo e por esgotamento), o que
define a escolha do corante adequado, (Lehninger, 2006).
São também fatores decisivos para a seleção do corante adequado as características técnicas que
se quer atingir em matérias de solidez como, por exemplo, à luz, à fricção, ao suor, etc.
A utilização de corantes em Moçambique concentra-se, principalmente, nos corantes reativos
para fibras celulósicas, que hoje respondem por 57% do mercado, seguidos pelos corantes
dispersos, com 35%, poliamida, com 3% e acrílico, com 2 %, (Lehninger, 2006).

5.3. Branqueadores Ópticos


Desde os tempos remotos, o homem busca reproduzir um branco puro. Ele gostaria de poder
comparar a aparência amarelada dos seus artigos brancos – principalmente no caso dos têxteis – à
brancura da neve e das nuvens em movimento. Ele se esforçava, assim como em muitas outras
situações, a imitar os exemplos da natureza. Diferentemente de corantes ou pigmentos, que
incorporam a cor ao substrato tratado, branqueadores óticos ou agentes de branqueamento
fluorescentes são compostos orgânicos incolores ou pouco coloridos que, em solução ou
aplicados a um substrato, absorvem luz, na região próxima ao ultravioleta do espectro (340-380
nm), e reemitem a maior parte da energia absorvida como luz fluorescente violeta-azulada, na
região visível entre 400 e 500 nm, (Lehninger, 2006).
O resultado é que os materiais aos quais são aplicados parecem, ao olho humano, menos
amarelados, mais brilhantes e mais brancos. Não são, portanto, matérias corantes “brancas”,
como, por exemplo, os pigmentos à base de dióxido de titânio, largamente usado em tintas e
aplicações semelhantes; nem devem ser confundidos com alvejantes químicos como, por
exemplo, peróxido de hidrogênio ou hipoclorito de sódio, muito utilizados para branquear
celulose e têxteis de algodão, (Lehninger, 2006).
Os primeiros branqueadores óticos eram fabricados à base de cumarina, mas atualmente os
principais tipos de branqueadores óticos usados industrialmente são derivados estilbênicos,
obtidos pela condensação de cloreto cianúrico com ácido diamino-estilbeno-dissulfônico, seguido
de condensação sucessiva com outras aminas. Outros tipos são derivados de distirilo-bifenila, de
benzoxazol-tiofenina, etc., (Lehninger, 2006).
Os branqueadores óticos representam, hoje em dia, parte importante do sortimento da maioria dos
fabricantes de corantes, e existem no mercado mundial mais de 2,5 mil marcas, representando

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mais de 200 produtos, pertencentes a mais de 15 grupos com unidades químicas, (Lehninger,
2006).

6. Gorduras

Gordura é um termo genérico para uma classe de lipídios. As gorduras, produzidas por
processos orgânicos tanto por vegetais como por animais, consistem de um grande grupo de
compostos geralmente solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em água. Sua insolubilidade
na água deve-se à sua estrutura molecular, caracterizada por longas cadeias carbônicas. Por ter
menor densidade, esta flutua quando misturada em água. As gorduras têm sua cadeia "quebrada"
no organismo pela ação de uma enzima chamada lípase, produzida pelo pâncreas, (Morandini e
Luiz, 2003).
Quimicamente as gorduras são sintetizadas pela união de três ácidos graxos à uma molécula
de glicerol, formando um éster. Elas são chamadas de triglicerídeos, triglicerídeas ou mais
corretamente de triacilgliceróis. As gorduras podem ser sólidas ou líquidas em temperatura
ambiente, dependendo de sua estrutura e de sua composição. Usualmente o termo "gordura" se
refere aos triglicerídeos em seu estado sólido, enquanto o termo óleo, ao triglicerídeos no estado
líquido, (Morandini e Luiz, 2003).
As gorduras podem ser diferenciadas em gordura saturada e gordura insaturada, dependendo da
sua estrutura química (veja abaixo). As gorduras saturadas são encontradas normalmente
nos animais, no coco e no óleo de palma, enquanto as insaturadas nos demais vegetais,
(Morandini e Luiz, 2003).

6.1. Estrutura

Uma regra geral é que todas as gorduras consistem de três moléculas de ácidos graxos com uma
molécula de glicerol, formando uma estrutura conhecida como triacilglicerol. As propriedades
das moléculas de gordura dependem dos ácidos graxos que as formam. Os diferentes ácidos
graxos são formados por um número diferente de átomos de carbono e hidrogênio. Os átomos de
carbono, cada um ligado em dois átomos de carbono vizinhos, formam uma cadeia em
ziguezague quanto maior a quantidade de átomos de carbono mais longa será a cadeia. Ácidos
graxos com cadeias maiores são mais suscetíveis a forças intermoleculares de atração,
aumentando seu ponto de fusão (daí a consistência em temperatura ambiente). Longas cadeias
10
também fornecem uma quantidade maior de energia por molécula quando metabolizadas,
(Morandini e Luiz, 2003).

Os ácidos graxos que constituem a gordura também se diferenciam pelo número de átomos de
hidrogênio ligados na cadeia de átomos de carbono. Cada átomo de carbono é tipicamente ligado
a dois átomos de hidrogênio. Quando um ácido graxo possui esta configuração típica ele é
chamado de saturado, pois os átomos de carbono estão saturados com hidrogênio. Em outras
gorduras os átomos de carbono podem estar ligados a apenas um átomo de hidrogênio e terem
uma ligação dupla com um carbono vizinho. Isto resulta em um ácido graxo insaturado. Mais
especificamente seria um ácido graxo monoinsaturado, enquanto um ácido graxo poli-insaturado
seria um ácido graxo com mais de uma ponte dupla, (Morandini e Luiz, 2003).

6.2. Funções

Essa categoria de moléculas é importante para inúmeras formas de vida, atuando tanto no
papel metabólico como no papel estrutural. As gorduras têm várias funções, como fonte e reserva
de energia (um grama de qualquer gordura produz 9 kcal de energia), além de ser um
importante isolante térmico (forma o tecido adiposo dos mamíferos) para os animais se
protegerem contra o frio. São importantes para a síntese de outras substâncias, ou para o melhor
funcionamento destas, como as vitaminas lipossolúveis, lipoproteínas, e alguns hormônios
sexuais que dependem da existência de gordura para ter um funcionamento ideal, (Morandini e
Luiz, 2003).
As gorduras são essenciais para a maioria dos seres heterótrofos, incluindo os seres humanos. No
entanto os ácidos graxos realmente essenciais são os das famílias ómega 3 e ómega 6, já que a
partir destes o ser humano consegue produzir todos os demais, (Morandini e Luiz, 2003).

6.3. As Gorduras na Alimentação

Existem vitaminas que são só solubilizadas pelas gorduras, conhecidas como vitaminas
lipossolúveis, como exemplo as vitaminas A, D, E, e K. Isso significa que elas só são digeridas,
absorvidas e transportadas em conjunto com a gordura. Além disso a gordura é a principal fonte
de ácidos graxos, muito importante na dieta, (Morandini e Luiz, 2003).

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7. Lípidos
Os lípidos ou lipídios ou lipídeos são moléculas com um amplo grupo de compostos químicos
orgânicos naturais, que constituem uns dos principais componentes dos seres vivos, formados
principalmente por carbono, hidrogénio e oxigénio, apesar de também poder
conter fósforo, nitrogénio e enxofre, entre os quais se
incluem gorduras, ceras, esteróis, vitaminas lipossolúveis (como as vitaminas A, D, E, e
K), fosfolipídios, entre outros. Alguns lípidos são moléculas lineares ou curvadas e outros
são compostos cíclicos. Podem definir-se, em linhas gerais, como moléculas relativamente
pequenas hidrófobas ou anfipáticas. As hidrófobas podem dissolver-se em solventes apolares. As
anfipáticas apresentam uma parte polar e outra não polar, e podem dissolver no meio aquoso
estruturas como vesículas, lipossomas ou membranas, (Morandini e Luiz, 2003).
Além disso, outro marco histórico relacionado a história dos lipídeos em geral, consiste na
realização de um Congresso Internacional de Bioquímica em 1922, onde estabeleceu-se que
os ésteres que por hidrólise fornecem ácidos carboxílicos superiores (ácidos graxos) seriam
enquadrados num grupo geral, os lipídios ou lípides (do grego lipo, gordura), (Morandini e Luiz,
2003).

7.1. Propriedades

Os lipídios são geralmente incolores, untuosos ao tato, pouco consistentes,


apresentam densidade menor que a água, na qual são insolúveis porém emulsionáveis. São pouco
solúveis em etanol a frio, mas solúveis a quente. São solúveis em sulfeto de
carbono, clorofórmio, éter etílico, acetona, benzeno, gasolina e outros solventes orgânicos.
Deixam no papel manchas gordurosas e translúcidas que não desaparecem com o calor. Não
são destiláveis por aquecimento nem a baixa pressão e decompõem-se pelo aquecimento,
(Mastroeni e Gern, 2008).

7.2. Alteração pelo aquecimento

Como as gorduras são usadas em processo de fritura e seguidamente realizado em recipientes


abertos, em temperatura elevada (180 – 200 °C), há o contato direto com o ar. Estas condições
propiciam modificações físico-químicas nos óleos (como a termo-oxidação e a rancificação),
algumas das quais são perceptíveis pelo próprio escurecimento das gorduras, o aumento
12
da viscosidade, a formação de espuma e produção de fumaça. Essas transformações afetam o
sabor que a fritura conferem aos produtos fritos, dificultando a aceitabilidade dos produtos, mas
também produzem efeitos tóxicos como irritação gastrointestinal, a inibição de enzimas, a
destruição de vitaminas e carcinogênese, quando da ingestão contínua e prolongada de produtos
alterados quimicamente e rancificados, (Mastroeni e Gern, 2008).

7.3. Alimentação

A gordura é um tipo de lipídio. Alguns alimentos ricos neste composto são: manteiga, margarina,
frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo, leite integral, requeijão,
embutidos. Após uma refeição rica em lipídios, o sangue fica com um aspecto leitoso. É
importante levar em consideração que os alimentos crocantes são os que mais contêm
gordura trans, e evitar o consumo de carne com gordura visível é um cuidado simples e muito
benéfico. O excesso de alimentos adiposos pode resultar em doenças cardiovasculares. Porém, a
ausência destes no nosso corpo pode resultar em raquitismo. Por isso, é necessário que haja um
equilíbrio, (Mastroeni e Gern, 2008).

7.4. Funções

7.4.1. Fontes Energéticas

Fornecem mais energia que os carboidratos, porém estes são preferencialmente utilizados pela
célula. Toda vez que a célula eucarionte necessita de uma substância energética, ela vai optar
pelo uso imediato de uma glicose, para depois consumir os lipídios, (Mastroeni e Gern, 2008).

7.5. Estrutura

Os fosfolipídios são os principais componentes das membranas celulares. Do ponto de vista


químico, um fosfolipídio é um glicerídeo combinado a um grupo de fosfato. A sua molécula
lembra um palito de fósforo, com uma “cabeça” polar, e uma haste apolar, constituída por duas
cadeias de ácido graxo. Nas membranas biológicas, eles ficam organizados em duas camadas,
que se incrustam com moléculas de certas proteínas, (Mastroeni e Gern, 2008).

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7.5. Isolante Térmico

Auxiliam na manutenção da temperatura do corpo, por meios de uma camada de tecido


denominado hipoderme, a qual protege o indivíduo contra as variações de temperatura mantendo
a homeostasia corpórea, (Mastroeni e Gern, 2008).

7.6. Proteção Mecânica

A gordura age como suporte mecânico para certos órgãos internos e sob a pele de aves e
mamíferos, protegendo-os contra choques e traumatismos.

8. Classificação

Por causa de sua origem em nossa alimentação, não é difícil se ver uma classificação trivial e útil
na nutrição das gorduras em gordura animal e gordura vegetal. Um exemplo de gordura animal
é a banha de porco, uma gordura vegetal comum é o azeite de oliva, (Delvin, 2003).

8.1. Glicerídeos
Constituem os óleos e as gorduras, que diferem entre si quanto ao ponto de fusão. À temperatura
ambiente, os óleos são líquidos, pois um ou mais dos ácidos graxos têm predominância de
insaturações na cadeia. E as gorduras são sólidas pelo fato dos ácidos graxos terem
predominância de saturação na cadeia. Os glicerídeos possuem elevados teores energéticos e são
os principais componentes lipídicos da dieta humana, (Delvin, 2003).
Em mamíferos que vivem em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma espessa
camada subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e permite o isolamento térmico do
animal em relação ao ambiente frio. As moléculas dos glicerídeos podem ter um, dois ou três
ácidos graxos associados ao glicerol, um álcool conhecido como glicerina. Ácidos graxos são
compostos de longas cadeias de carbono, saturadas ou não, que formam os ésteres das gorduras e
dos óleos, (Delvin, 2003).

8.2. Ácidos Graxos


São ácidos carboxílicos constituídos de cadeias hidrocarbonadas de quatro a trinta e seis átomos
de carbono e representam uma importante fonte de energia para as células. São considerados
anfipáticos por apresentarem uma extremidade polar (hidrofílica) e uma extremidade apolar

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(hidrofóbica). Em temperatura ambiente (25°C), os ácidos graxos saturados de 12 a 24 átomos de
carbono possuem consistência cerosa, ao passo que os ácidos graxos insaturados do mesmo
comprimento são líquidos e oleosos. Dessa forma, o ponto de fusão dos ácidos graxos insaturados
é menor do que os ácidos graxos saturados, (Delvin, 2003).
Entre os diversos ácidos graxos esterificados nos lipídios destacam-se:
 Ácido butírico: H3C-CH2-CH2-COOH;
 Ácido palmítico: H3C-(CH2)14-COOH;
 Ácido esteárico: H3C-(CH2)16-COOH;
 Ácido oleico: H3C-(CH2)7-CH=CH-(CH2)7-COOH;
 Ácido ricinoleico: H3C-(CH2)5-HC(OH)-CH2-CH=CH-(CH2)7-COOH;
 Ácido linoleico: H3C-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-(CH2)7-COOH;
 Ácido eleoesteárico: H3C-(CH2)3-CH=CH-CH=CH-CH=CH-(CH2)7-COOH, (Delvin,
2003).

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9. Conclusão

Ao término do trabalho é de concluir que os corantes são apenas substâncias orgânicas


intensamente coloridos ou fluorescentes que conferem cor, a um substrato por absorção seletiva
de luz. Eles são solúveis ou de passar por um processo de aplicação com a qual, pelo menos
temporariamente, destroem qualquer estrutura cristalina por absorção, solução, e a retenção
mecânica, ou por ligações químicas covalentes ou iónicas. Dentro de um conjunto de
requerimentos ideais, as substâncias corantes devem ser estáveis à luz, especialmente
a ultravioleta e aos processos de lavagem e à ação da água, como da chuva. Também devem
apresentar fixação uniforme com as fibras do substrato. De uma perspectiva da comercialização,
permanentemente desenvolvem-se estudos tanto teóricos quanto empíricos das relações entre as
estruturas moleculares e a cor obtenível e propriedades tanto de aplicação quanto relacionadas à
conservação. Dentre os desenvolvimentos mais recentes de aplicações de corantes destacam-se os
mostradores e aplicações diversas de cristais líquidos, os detectores de exposição à radiação de
alta energia e as soluções para a impressão a jacto de tinta.

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10. Referências bibliográficas

Amabis, José Mariano; Martho, Gilberto Rodrigues. (1994). Biologia: organismo. São Paulo:
Moderna.

Berg, Jeremy, et al. (2008). Bioquímica. 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Delvin, Thomas. (2003). Manual de Bioquímica com correlações clínicas. 1ª edição. São Paulo:
Edgard Blucher Ltda.

Lehninger, Albert Lester. (2006). Princípios de Bioquímica. Tradução Arnaldo Antônio Simões,
Wilson Roberto Navega Lodi.4.ed. São Paulo: Sarvier.

Mastroeni, M. F. e Gern, R. M. M. (2008). Bioquímica: Práticas adaptadas. São Paulo: Atheneu.

Morandini, Clézio e Bellinello, Luiz Carlos. (2003). Biologia, volume único, 2ª edição. São
Paulo: Atual.

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