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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Animais invertebrados: Estudo de metazoários Simples

Nome: Yara da Graça Chibindze/ Código: 708225358

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia

Disciplina e Código: Zoologia

Ano de Frequência: 1º Ano

Maputo, Novembro, 2022


Folha de Avaliação/feedback

Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Subtotal
do
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
Estrutura  Introdução 0.5
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
 (Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita
Conteúdo 2.0
cuidada,
coerência/coesão
Análise e textual)
Discussão
 Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências Edição em citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
Bibliografia
Recomendações de melhoria:

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Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1
1.1. Objectivos ............................................................................................................................. 1
1.1.1. Objectivo geral .................................................................................................................. 1
1.1.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 1
1.2. Metodologia .......................................................................................................................... 1
2. Evolução dos metazoários ........................................................................................................ 2
2.1. Sinapomorfia (folhetos germinativos) .................................................................................. 2
2.2. Simetria Bilateral .................................................................................................................. 2
3. Evidências evolutivas ............................................................................................................... 3
3.1. Reprodução ........................................................................................................................... 4
4. Animais invertebrados e suas características ........................................................................... 5
4.1. Divisão dos invertebrados .................................................................................................... 5
4.1.1. Filo Porífera (poríferos) .................................................................................................... 5
4.1.1.1. Características dos poríferos ......................................................................................... 6
4.1.1.2. Estrutura corpórea dos poríferos ................................................................................... 7
4.1.1.3. Tipos de esponjas .......................................................................................................... 7
4.1.1.4. Reprodução dos poríferos.............................................................................................. 8
4.1.1.4.1. Importância das esponjas .............................................................................................. 9
4.2. Filo Cnidaria ...................................................................................................................... 10
4.2.1. Estrutura do corpo de um cnidário .................................................................................. 10
4.2.2. Pólipos e medusas ........................................................................................................... 10
4.2.3. Classificação dos cnidários ............................................................................................. 11
4.2.4. Corais e recifes de corais ................................................................................................ 12
4.2.5. Características e importância dos recifes de coral .......................................................... 12
4.3. Anémonas e suas características ......................................................................................... 13
5. Conclusão ............................................................................................................................... 14
6. Referências bibliográficas ...................................................................................................... 15
1. Introdução

Os animais, também denominados metazoários, são classificados tradicionalmente no Reino


Animalia (ou Metazoa). Esse Reino contém cerca de 35 filos (o número pode variar de acordo
com as hipóteses filogenéticas consideradas) e aproximadamente 1,3 milhão de espécies
viventes descritas. Esse número ultrapassa a soma das espécies actuais conhecidas dos demais
grupos de seres vivos, sendo que as estimativas da real diversidade do Reino são muito
superiores, desde 10-30 milhões a 100-200 milhões de espécies viventes. Isso significa que
ainda há muito a ser descoberto sobre a diversidade do reino animal (Ruppert & Barnes,
2009).

Dentre os animais, há organismos que possuem coluna vertebral (ou espinha dorsal) e que são
classificados no subfilo Vertebrata (pertencente ao filo Chordata). E um grupo de animais que
compreendem organismos que não possuem coluna vertebral e que são chamados, por
conveniência, de “invertebrados”. Entretanto, os “invertebrados” não formam um
agrupamento biológico natural. Os principais grupos dos invertebrados são: Poríferos,
Cnidários, Platelmintes, Nematódeos, Moluscos, Anelídeos, Artrópodes, Equinodermes,
Ruppert & Barnes (2009). Neste trabalho serão abordados apenas os poríferos (esponjas) e
cnidários (corais e anémonas de mar).

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Descrever evolutivamente os metazoários relacionando-os e indicar a sua importância.

1.1.2. Objectivos específicos

 Demostrar a história evolutiva dos metazoários


 Apresentar a filogenia dos invertebrados
 Relacionar as esponjas e corais com ecossistema
 Indicar a importância dos corais

1.2. Metodologia

Para a concretização deste trabalho recorreu-se ao método de pesquisa bibliográfica ou


revisão da literatura, que segundo Gil (2008) baseia-se na análise da literatura já publicada em
forma de livros, artigos e literatura (teses, dissertações, monografias, relatórios, etc.).

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2. Evolução dos metazoários

Os metazoários são animais multicelulares descendentes de alguns protozoários eucariontes


unicelulares. Representam praticamente 99% de todos os animais encontrados no planeta. Sua
provável origem provável foi no Período Pré-Cambriano (1200 a 900 milhões anos). Além da
multicelularidade e do desenvolvimento embrionário passando por fase de blástula, outras
características são compartilhadas pelos animais: alguns tipos de junções celulares que
conferem coesão ao epitélio e que podem actuar como isolantes ou vedantes do meio interno,
presença de colágeno e presença de espermatozóides (Ruppert & Barnes, 2009).

Existem actualmente diversas hipóteses acerca das relações filogenéticas dos animais. As
relações basais desse grupo são ainda objecto de debate, mas em geral aceita-se que
as esponjas (filo Porífera) posicionam-se na base da filogenia de Animalia, compondo o grupo
irmão do restante dos animais. É importante ressaltar que há ainda debate sobre se as esponjas
compõem um grupo monofilético. Nessa hipótese, os demais metazoários são formados pelos
filos Placozoa, que compreende organismos minúsculos e superficialmente semelhantes a
amebas, e Eumetazoa, todos os demais animais. Uma das sinapomorfias aceitas para o clado
“Placozoa + Eumetazoa” é a digestão extracorpórea ou extracelular (lembre-se de que as
esponjas realizam digestão exclusivamente intracelular) (Ruppert & Barnes, 2009).

2.1. Sinapomorfia (folhetos germinativos)

Uma sinapomorfia amplamente aceita para Eumetazoa é a presença de pelo menos dois
folhetos germinativos embrionários (ectoderma e endoderma). Em Eumetazoa, Cnidaria é o
grupo mais basal e irmão dos animais triblásticos, cuja sinapomorfia é a presença de três
folhetos germinativos (ecto-, endo- e mesoderma). Dentro do clado dos triblásticos,
Ctenophora (animais gelatinosos marinhos semelhantes às águas vivas) forma o grupo-irmão
dos Bilateria cujas sinapomorfias principais são a simetria bilateral e a cefalização. Cnidaria e
Ctenophora eram antigamente colocados na Filo Coelenterata (celenterados) o que não é mais
aceito por não formarem um grupo monofilético, (Ruppert & Barnes, 2009).

2.2. Simetria Bilateral

Para Bilateria, temos duas hipóteses principais concorrentes, uma delas mais tradicional e
outra mais recente. Em linhas gerais, a hipótese tradicional divide os Bilateria em
Lophodeuterostomia e Protostomia (protostómios).

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Os Lophodeuterostomia são divididos em Lophophorata (lofoforados) e Deuterostomia
(deuterostômios). Lophophorata é composto por três filos de animais que apresentam um
lofóforo, um conjunto de tentáculos especializados situados ao redor da boca e responsáveis
pela filtração do alimento. Deuterostomia inclui os equinodermes (exemplo: ouriços-do-mar)
e os cordados (Ruppert & Barnes, 2009).

Protostomia compreende Spiralia e Cycloneuralia. Spiralia reúne vários grupos de


metazoários que apresentam clivagem espiral, como platelmintos, moluscos, anelídeos e
artrópodes.

Cycloneuralia inclui os nematódeos, entre outros grupos, que possuem um anel nervoso ao
redor da faringe, daí o nome do grupo. A proposta mais recente, baseada principalmente em
dados moleculares, divide os bilatérios em Deuterostomia e Protostomia e considera dentro de
Protostomia os lofoforados, antes colocados com os deuterostômios. Os protostómios são
divididos nessa nova proposta em dois grandes clados: Lophotrochozoa e Ecdysozoa (Ruppert
& Barnes, 2009).

3. Evidências evolutivas

a) Multicelularidade e graus de organização

Todos os animais são multicelulares. Uma célula animal é uma parte especializada do
organismo, sendo muito diferente de um organismo unicelular, que é capaz de uma existência
independente. A maior complexidade estrutural dos animais está justamente associada à
organização de células em unidades maiores. Em outros metazoários, como as planárias (filo
Platyhelminthes), os tecidos encontram-se associados em unidades funcionais mais
complexas, denominadas órgãos (grau “tissular-organogênico de organização”). Na maioria
dos animais, o grau de organização é mais complexo: os órgãos operam em conjunto como
sistemas de órgãos (grau “organogénico-sistémico de organização”). Diversos tipos de
sistemas de órgãos são conhecidos nos animais: digestório, respiratório, circulatório, excretor,
nervoso, reprodutivo, muscular, esquelético, endócrino e imune.

b) Mecanismos alimentares

Embora uma característica distintiva dos animais seja a alimentação por ingestão, as esponjas
(filo Porífera) são excepção. Nelas não há cavidade digestória, nem boca ou ânus, a digestão
sendo exclusivamente intracelular. Outras excepções são certos animais parasitas que
perderam na evolução o sistema digestório e absorvem pela superfície do corpo nutrientes do

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corpo do hospedeiro. Esses são casos de perdas evolutivas, ou seja, não ter sistema digestório
é uma condição secundária. Em alguns metazoários, como cnidários e platelmintos, a digestão
é em parte extracelular e em parte intracelular, (Hickman, Roberts, & Larson, 2008).

Ainda segundo estes autores nas esponjas não há cavidade digestória, nem boca ou ânus. Nos
cnidários, há cavidade digestória, a digestão sendo parcialmente extracelular e ocorrendo na
cavidade gastrovascular; note que o tubo digestivo é incompleto, não há ânus. Na minhoca, o
tubo digestivo é completo, com boca e ânus.

3.1. Reprodução

Nos metazoários pode haver reprodução sexuada ou assexuada. A reprodução assexuada é o


processo pelo qual um organismo produz cópias geneticamente idênticas de si mesmo
(clones). Dentre as principais formas de reprodução assexuada nos animais estão o
brotamento e a fragmentação (Hickman, Roberts & Larson, 2008). No brotamento há uma
divisão desigual do organismo, formando um broto, que nada mais é que uma miniatura
completa do progenitor. O broto eventualmente se separa do progenitor, produzindo um novo
indivíduo, mas há casos em que por vários processos de brotamento, de um indivíduo inicial
surge uma colónia, com muitos indivíduos unidos. O brotamento é comum em diversos
grupos animais, especialmente cnidários. Na fragmentação, o progenitor fragmenta-se em
duas ou mais partes e cada fragmento regenera-se, tornando-se um adulto completo
(Hickman, Roberts & Larson, 2008).

Figura 2: reprodução assexuada.

A reprodução sexuada é o processo pelo qual há produção de células germinativas, isto é,


gametas (óvulos e espermatozóides). Em geral, esse processo envolve dois indivíduos
distintos (sexos separados), cujas gametas se combinam na fecundação formando um zigoto, o
qual se desenvolve em um novo indivíduo, que possui um novo genótipo, diferente daqueles
dos progenitores. Embora mais raros, há casos em que a reprodução sexuada envolve apenas

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um indivíduo, como no hermafroditismo e na partenogénese, (Hickman, Roberts & Larson,
2008).

4. Animais invertebrados e suas características

Animais invertebrados caracterizam-se pela ausência de uma coluna vertebral e de crânio. Os


invertebrados são animais que não apresentam coluna vertebral e crânio.

Segundo Santos (2021), os animais invertebrados são aqueles animais que não possuem
coluna vertebral e crânio. Os invertebrados são complexos e muitos estão mais relacionados
com vertebrados do que com outros invertebrados.

Para Santos (2021) os invertebrados são um grande grupo que representa a maioria dos
animais encontrados em nosso planeta. Apresentam muitas diferenças entre si, porém algumas
características em comum podem ser observadas. São características comuns a todos os
invertebrados:

 Ausência de coluna vertebral e crânio.


 Células do tipo eucariótica, ou seja, suas células possuem núcleo delimitado pela
membrana nuclear.
 Nutrição heterotrófica, ou seja, todos necessitam alimentar-se de outros seres vivos,
não sendo capazes de produzir seu próprio alimento.
 São pluricelulares, ou seja, todos os invertebrados são formados por mais de uma
célula. Vale destacar que a maioria possui tecidos e órgãos, porém essa característica
está ausente em poríferos.

4.1. Divisão dos invertebrados

Para Brusca e Brusca, (2008) os invertebrados estão divididos em, aproximadamente, 33 filos
diferentes. Para estes autores afirmam que oito filos de invertebrados mais estudados são:
Poríferos; Cnidários (pólipos e medusas); Platelmintes; Nematódeos; Moluscos; Anelídeos;
Artrópodes; Equinodermes.

4.1.1. Filo Porífera (poríferos)

Poríferos (Filo Porífera) são animais que vivem no ambiente aquático e que se destacam pela
simplicidade de seu corpo, rico em poros. Esses animais, também chamados popularmente de
esponjas, não possuem tecidos verdadeiros e, portanto, também não possuem órgãos e
sistemas (Hickman, Roberts & Larson, 2008).
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São animais filtradores, que retiram da água os nutrientes que precisam para sobreviver, sendo
encontrados tanto em ambientes marinhos quanto em água doce, porém quase todos são
marinhos. Actualmente são conhecidas mais de 8000 espécies de esponjas, as quais
apresentam uma grande variedade de tamanhos, cores, formatos e hábitos.

4.1.1.1. Características dos poríferos

Poríferos (do latim: porus — poro — e ferre — possuidor) são animais que apresentam um
corpo rico em poros. Esses poros garantem a entrada da água pelo corpo do animal, sendo
essa uma característica importante, pois é da água que retiram as partículas orgânicas
necessárias para a sua nutrição. Os poríferos não apresentam a capacidade de locomoverem-
se, sendo, portanto, animais sésseis. Eles podem ser encontrados vivendo sozinhos ou em
colónias, Hickman, Roberts, & Larson, (2008).

Figura 4: Representação dos poríferos.

Fonte: Lopes, 2008.

Os poríferos são animais sésseis, ou seja, que não apresentam capacidade de locomoção. Os
poríferos não apresentam tecidos, órgãos ou sistemas, e, portanto, alguns de seus processos
fisiológicos são relativamente simples. A digestão nesses animais, por exemplo, é intracelular,
ou seja, ocorre no interior das células.

A célula especializada por capturar o alimento e fazer a digestão é chamada de coanócito,


uma célula flagelada presente no corpo desses animais. Outras células envolvidas nesse
processo são os amebócitos, que recebem o alimento dos coanócitos e o transportam para
outras células (Brusca & Brusca, 2008).

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Os poríferos também não apresentam um sistema especializado nas trocas gasosas, sendo esse
processo feito por meio de difusão em todas as células do corpo do animal. A excreção, por
sua vez, é feita também por cada célula, sendo os produtos do metabolismo lançados
directamente na água (Brusca & Brusca, 2008).

4.1.1.2. Estrutura corpórea dos poríferos

O corpo dos poríferos apresenta um arranjo interno simples. Discutiremos, a seguir, como é o
corpo desses animais utilizando como exemplo as esponjas do tipo asconoide, que se
destacam por serem o tipo com organização corporal mais simples.

O formato dessas esponjas é cilíndrico e repleto de poros, os quais se abrem em uma cavidade
central que recebe o nome de espongiocele ou átrio. A água que entra pelos poros passa pela
espongiocele e deixa o corpo do animal por uma grande abertura localizada no topo e
denominada de ósculo, (Hickman, Roberts & Larson, 2008).

Essas células apresentam diferentes funções, tais como transporte de nutrientes, formação de
gametas e também formação do material esquelético. Esse material é composto por fibras de
espongina e/ou espículas, sendo essas últimas de formatos e tamanhos variados e formadas
por sílica ou calcário.

4.1.1.3. Tipos de esponjas

Segundo Ruppert e Barnes (2009) os poríferos apresentam grande variedade corporal, sendo,
geralmente, assimétricos. Alguns deles possuem um arranjo interno simples, outros, no
entanto, têm uma organização mais complexa. A complexidade estrutural do corpo das
esponjas é um dos critérios utilizados para sua classificação. Com base nesse critério, temos
uma classificação em três tipos:

Tipo áscon ou asconoide: é o tipo mais simples de esponja. Sua parede é fina e com poros
que se abrem na espongiocele, a qual se abre no ósculo.

Tipo sícon ou siconoide: apresenta uma complexidade maior do que a do tipo áscon. Nesse
caso, vemos dobras nas paredes do corpo do animal, e os coanócitos passam a ser observados
em canais radiais e não revestindo a espongiocele, como no tipo áscon.

Tipo lêucon ou leuconoide: é o tipo mais complexo de esponja, o qual se destaca pela grande
quantidade de dobras nas paredes do corpo. A espongiocele, nesse grupo, é geralmente
reduzida ou não está presente.
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4.1.1.4. Reprodução dos poríferos

a) Reprodução assexuada em poríferos

As esponjas podem reproduzir-se de maneira assexuada por dois processos: o brotamento e a


gemulação. O brotamento consiste na formação de um broto no corpo do animal, que,
posteriormente, desprende-se do corpo da esponja-mãe, dando origem a uma nova esponja.
Em alguns casos, o broto pode permanecer fixo ao corpo do animal que o gerou (Hickman,
Roberts & Larson, 2008).

A gemulação, por sua vez, consiste na formação das chamadas gémulas, estruturas
constituídas por células indiferenciadas envolvidas por envoltório resistente. Essas gémulas
são capazes de resistir a condições ambientais desfavoráveis, desenvolvendo-se em outro
organismo apenas quando as condições tornam-se adequadas.

Não podemos deixar de citar também o processo de regeneração das esponjas, em que um
fragmento pode dar origem a um indivíduo. Essa capacidade já foi explorada comercialmente
para a propagação de espécies de esponjas (Hickman, Roberts & Larson, 2008).

Fonte: https://docplayer.com.br/docs-images/83/88889964/images/8-0.jpg

b) Reprodução sexuada em poríferos

As esponjas também podem reproduzir-se de maneira sexuada. Apesar de existirem esponjas


com sexos separados, a maioria é hermafrodita. Nesse caso, a liberação dos gametas não
ocorre no mesmo período no animal, sendo observado o que chamamos de hermafroditismo
sequencial. Nesse caso a esponja comporta-se primeiro como um sexo e depois como outro.
Essa acção evita a autofecundação.

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Os gametas das esponjas são formados com base na diferenciação dos coanócitos ou
amebócitos. Os gametas masculinos são liberados pela esponja, e a corrente de água pode
levá-los até uma esponja que esteja comportando-se como feminina.

O gameta então entra no corpo do animal e é capturado por um coanócito que garante o seu
encontro com o gameta feminino, geralmente retido no interior do corpo da esponja. Ocorre a
fecundação e uma larva natante é formada. Essa fase móvel garante a dispersão por novos
ambientes. A larva então se estabelece no substrato e desenvolve-se em uma esponja adulta, a
qual não é capaz de movimentar-se (Ruppert & Barnes, 2009).

Figura: reprodução dos sexuados

Fonte: Ruppert & Barnes, 2009.

4.1.1.4.1. Importância das esponjas

As esponjas apresentam importância ecológica e também económica. No que diz respeito à


primeira, esses organismos são importantes por fazerem simbiose com microorganismos,
participarem da cadeia alimentar, além de abrigarem várias espécies de animais aquáticos.

No que diz respeito à segunda, as esponjas possuem, por exemplo, compostos utilizados na
fabricação de medicamentos. O AZT (usado no tratamento do SIDA), por exemplo, foi
produzido graças a uma substância presente em esponjas que serviu de molde para a criação
de um derivado sintético (Hickman, Roberts, & Larson, 2008).

Além disso, as esponjas foram amplamente utilizadas no passado como utensílio de banho.
Hoje, no entanto, apesar de ainda serem utilizadas, a maior parte das esponjas para banho são
sintéticas

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4.2. Filo Cnidaria

Os cnidários (filo Cnidaria) são um grupo de animais com uma organização corpórea
relativamente simples, porém mais complexa do que a apresentada pelas esponjas. Nesse
grupo temos o surgimento de tecidos, os quais permitem o desenvolvimento de importantes
funções, como a natação e a capacidade de responder a estímulos (Brusca & Brusca, 2008).

4.2.1. Estrutura do corpo de um cnidário

Os cnidários, também conhecidos como celenterados, apresentam uma estrutura corporal


relativamente simples, a qual lembra um grande saco. Esses animais possuem simetria radial,
ou seja, partes similares do corpo estão organizadas e repetidas ao redor de um eixo central
(Hickman, Roberts & Larson, 2008).

A estrutura corporal dos cnidários apresenta duas variações: o pólipo e a medusa. Alguns
cnidários passam toda a sua vida como apenas uma forma, ou seja, sendo pólipo ou medusa.
Algumas espécies, no entanto, apresentam um estágio poliplóide e outro medusoide durante o
ciclo de vida.

4.2.2. Pólipos e medusas

Pólipo: forma de vida geralmente séssil, ou seja, que não apresenta uma movimentação
activa. Algumas espécies, no entanto, são capazes de mover-se quando ameaçadas, por
exemplo. Os pólipos apresentam forma cilíndrica e estão associados ao substrato pela
superfície aboral. A extremidade que não está aderida ao substrato apresenta a boca do
animal, rodeada por tentáculos que o ajudam a capturar suas presas. Hidras e anémonas-do-
mar são exemplos de pólipos (Brusca & Brusca, 2008).

Medusa: forma de vida que se move activamente. As medusas apresentam formato de sino e
boca voltada para baixo bem como seus tentáculos. Apresentam uma mesogleia bem
desenvolvida, diferentemente da forma poliplóide. Águas-vivas são exemplos de medusas
(Brusca & Brusca, 2008).

As medusas são uma forma de vida livre e natante.

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Figura: semelhança entre pólipos e medusas

Fonte: Lopes, 2008.

4.2.3. Classificação dos cnidários

De acordo com Hickman, Roberts e Larson (2008) pode-se classificar o filo Cnidaria em
quatro classes: Hydrozoa, Scyphozoa, Cubozoa e Anthozoa.

Classe Hydrozoa: hidrozoários têm representantes com grande variedade de formas e ciclos
de vida. A sua maioria alterna, em seu ciclo de vida, formas poliplóides e medusoides. A
hidra é um exemplo de hidrozoário.

Classe Scyphozoa: observa-se que o estágio do ciclo de vida dominante é o de medusa.


Geralmente, os pólipos são pequenos e assemelham-se a medusas jovens. Em algumas
espécies, a fase de pólipo não é observada. Um representante é a Aurelia.

Classe Cubozoa: cnidários com estágio medusoide em forma de cubo. Esse grupo possui
uma das espécies mais mortais que se conhece: a vespa-do-mar (Chironex fleckeri). Essa
espécie apresenta uma toxina mais potente do que o veneno de algumas espécies de cobra, a
qual pode provocar dor intensa, dificuldade respiratória, parada cardíaca e morte em questão
de poucos minutos.

Classe Anthozoa: os antozoários não têm o estágio de medusa durante o seu ciclo de vida. Os
pólipos dessa classe podem estar sozinhos ou formando colónias. Anémonas e corais
pertencem ao grupo.

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4.2.4. Corais e recifes de corais

Os corais, organismos antozoários (Classe Anthozoa do Filo Cnidaria), são animais coloniais
exclusivamente marinhos, típicos de regiões tropicais, cuja morfologia representada pelos
pólipos (forma séssil) possui esqueleto externo constituído por carbonato de cálcio (Santos,
2011).

Os recifes de corais são estruturas formadas pelo exoesqueleto secretado por animais da classe
dos artrozoários. São os ecossistemas com maior biodiversidade.

Os recifes de coral apresentam uma estrutura bastante complexa, sendo formados,


principalmente, por esqueleto calcário de corais e algas calcárias. Quando os corais e algas
morrem, o calcário presente em seus corpos passa a funcionar como uma verdadeira base para
o desenvolvimento de outros organismos. Com a fixação de outros seres vivos, observa-se o
desenvolvimento de um recife de coral (Santos, 2011).

4.2.5. Características e importância dos recifes de coral

Os recifes de coral são estruturas rígidas e resistentes que suportam a força das ondas e das
correntes marítimas. Essas estruturas são construídas por organismos vivos que possuem
esqueleto calcário. Os corais não são pedras e muito menos plantas.

O termo recife de coral é utilizado em virtude do papel dos corais (organismos classificados
como cnidários e que apresentam esqueleto calcário) no processo de formação dos recifes
(Santos, 2011).

Os recifes de coral podem ser rasos e profundos. Os recifes de coral rasos são encontrados em
áreas de águas claras e quentes e com pouca profundidade. Esses recifes necessitam estar
próximos à superfície porque alguns corais apresentam associação com algas unicelulares
chamadas de zooxantelas, as quais necessitam de luz para a realização da fotossíntese. São
essas algas as responsáveis pela coloração dos recifes de coral (Santos, 2011).

Os recifes de coral profundos estão localizados em áreas com grande profundidade e,


diferentes dos recifes de coral rasos, não ocorrem apenas em áreas tropicais e subtropicais,
sendo observados em diferentes partes do mundo.

Os recifes de coral apresentam uma grande biodiversidade, podendo ser comparados com as
florestas tropicais.

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Os recifes de coral apresentam uma grande biodiversidade, podendo ser comparados com as
florestas tropicais. Os recifes de coral são ecossistemas ricos em biodiversidade, servindo de
local para reprodução e alimentação de muitas espécies. Nesses locais, em razão da grande
biodiversidade, há uma teia alimentar complexa, uma grande quantidade de relações
mutualísticas (relações ecológicas em que dois organismos de espécies diferentes relacionam-
se e ambos são beneficiados) e, é claro, competição entre os organismos que ali vivem
(Santos, 2011).

Economicamente, pode-se dizer que os recifes de coral apresentam grande importância por
apresentarem potencial pesqueiro e também por ser um grande atractivo para o turismo. Além
disso, esses ambientes fornecem substâncias que servem de matéria-prima para a indústria
farmacêutica. Os recifes contribuem para a protecção da região costeira contra a acção do mar
(Ruppert & Barnes, 2009).

Nos corais, encontra-se espécies que ali vivem e também espécies que visitam a região
ocasionalmente em busca, por exemplo, de alimento. Podemos citar como exemplos diversas
espécies de peixes, cnidários (corais, anémonas), esponjas, moluscos (ostras), crustáceos
(lagostas, caranguejos), equinodermes (ouriços e estrelas-do-mar) e tartarugas marinhas. Vale
destacar que a espécie encontrada depende também da região onde está localizado o recife de
coral (Ruppert & Barnes, 2009).

4.3. Anémonas e suas características

As anémonas, os famosos predadores marinhos, se parecem com flores coloridas. Assim, elas
vivem no fundo do mar e são conhecidas pelos seus longos tentáculos.

Elas pertencem à classe Anthozoa e possuem um corpo cilíndrico e colunar. Sua boca, no
entanto, fica na extremidade superior, enquanto é cercada por seus tentáculos. E,
eventualmente, sua altura varia entre os 10 centímetros e podendo alcançar um metro.

A maioria das anémonas-do-mar permanecem presas ao substrato, logo, conchas, rochas ou,
até mesmo, costas de caranguejos. Porém, em alguns casos, elas conseguem sobreviver
flutuando na água.

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5. Conclusão

Terminado o trabalho, pode-se concluir que os animais são multicelulares e suas células
podem estar associadas para formar tecidos. Os tecidos, por sua vez, podem estar organizados
em unidades funcionais maiores (órgãos) e órgãos podem estar associados formando sistemas.
Todo animal possui um plano corpóreo básico que pode ser descrito com base na simetria do
corpo, no grau de organização, no número de folhetos germinativos embrionários e na
presença e tipo de cavidades corpóreas. Também que as esponjas não desenvolvem folhetos
germinativos, não possuindo, portanto, tecidos verdadeiros.

Já os cnidários são diblásticos, apresentando endoderma e ectoderma. A maioria dos animais,


no entanto, é triblástica, apresentando um folheto germinativo adicional: o mesoderma. Os
triblásticos estão divididos em deuterostômios e protostómios de acordo com características
do desenvolvimento embrionário, como o destino do blastóporo. Além disso, viu-se que, com
excepção das esponjas, cuja digestão é intracelular, todos os metazoários possuem uma
cavidade de tubo digestivo (onde ocorre digestão extracelular).

Por fim, foi desenvolvido sobre esponjas, corais e anémonas sendo os que recifes de coral são
ecossistemas ricos em biodiversidade, servindo de local para reprodução e alimentação de
muitas espécies. Nesses locais, em razão da grande biodiversidade, há uma teia alimentar
complexa, uma grande quantidade de relações mutualísticas (relações ecológicas em que dois
organismos de espécies diferentes relacionam-se e ambos são beneficiados) e, é claro,
competição entre os organismos que ali vivem.

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6. Referências bibliográficas

Barnes, R. S. K. et al. (2008). Os invertebrados: Uma síntese. São Paulo: Atheneu.

Brusca, R. C. & Brusca, G. J. (2007). Invertebrados. (2ª ed). Rio de Janeiro: Guanabara
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ed). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Lopes, S. G. B. C. (2008). Bio. São Paulo: Saraiva.

Ruppert, E. E.; Fox, R.S. & Barnes, R. D. (2005). Zoologia dos Invertebrados. (7ª ed). São
Paulo: Roca.

Santos, V. S. dos. (2011). Animais invertebrados. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/animais/invertebrados.htm. Acesso em 21 de Outubro de 2022.

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