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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO A DISTÂNCIA (IED)


CENTRO DE RECURSOS DE PEMBA

ESTRUTURA DO ADN.
Nome do Estudante: Francelina Americo Utumali
Nr. do Estudante: 708236889

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Disciplina: Biologia Celular e Molecular
Ano de Frequência: 1º Ano
Regime: Ensino a distância
Tutor: Domingos J. De Oliveira

Pemba, Maio de 2023


FOLHA DE FEEDBACK

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos paragrafo,
Formatação 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA 6ª  Rigor e coerência


Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3

1.1.Objectivos.............................................................................................................................3

1.1.1.Objectivo geral...................................................................................................................3

1.1.2.Objectivos específicos.......................................................................................................3

1.2.Metodologia..........................................................................................................................3

2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................4

2.1.História de ADN...................................................................................................................4

2.2.Ácidos nucleicos...................................................................................................................5

2.3.Caracterização molecular dos ácidos nucléicos....................................................................6

3.ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS..........................................................................8

3.1.ESTRUTURA DO DNA........................................................................................................9

3.2.A dupla hélice.....................................................................................................................10

3.3.Função do DNA..................................................................................................................11

3.4.Replicação e transcrição.....................................................................................................11

3.5.Transcrição..........................................................................................................................12

4.Ligação entre a Pentose e Grupo Fosfatos e Bases Nitrogenada...........................................13

5.Bases Azotadas; Propriedades físicas e químicas..................................................................15

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................17

Referência bibliográfica............................................................................................................18
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema: “Estrutura do ADN”. Os ácidos nucleicos são as
maiores moléculas encontradas no mundo vivo. São responsáveis pelo controle dos processos
vitais básicos em todos os seres. Foram descobertos em 1865, pelo bioquímico Frederich
Miescher, no núcleo dos glóbulos brancos do pus e no núcleo de espermatozóides.
Acreditando que estas substâncias fossem encontradas apenas no núcleo das células,
denominou-as de “ácidos nucleicos”. Actualmente sabe-se que os ácidos nucleicos também
são encontrados nos cloroplastos e nas mitocôndrias.

Desde a descoberta do DNA em 1869 por muito tempo se passou até que suas funções
primordiais fossem sugeridas por Avery, MacLeod e McCarty, em 1944, e comprovadas em
1953 por Hershey. Já a estrutura em dupla-hélice foi proposta em 1953 por Watson e
Crick e lançou as bases de como essa molécula poderia ser duplicada (Schrank, 2001).
Para a concretização deste trabalho, foram propostos os seguintes objectivos:

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Conhecer a estrutura de ADN
1.1.2. Objectivos específicos
 Conceituar e explicar breve historial do ADN;
 Descrever estrutura de ADN;
 Identificar a função ADN;
 Descrever a função ADN.
1.2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho para além dos conhecimentos práticos que possuímos,
baseamo-nos na pesquisa bibliográfica, onde trouxe-se interpretações sólidas e fundamentadas
por diferentes autores de destaque que debruçaram sobre o tema em alusão e também
recorremos a pesquisa documental, para recolher informações em diversos relatórios,
monografias e teses de doutoramento.
O trabalho está organizado em quatro partes, nomeadamente a introdução, onde de forma
objectiva apresentaremos o que pretendemos investigar, a parte de apresentação responsável
pela definição, e descrição do tema; a conclusão, onde de forma mais sintética traremos as
ideias essenciais da nossa investigação e referências bibliográficas, para alistamento das
obras usadas na produção do trabalho.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão da literatura caracteriza-se pela definição de um tema ou um domínio de


investigação, tendo início quando o investigador trabalha uma ideia no sentido de orientar a
sua investigação. Contudo, para que o estudo seja possível sua área deverá ser definida. Este
capítulo tem por finalidade levantar informações sobre os conceitos que fundamentam a
estrutura do ADN.

2.1. História de ADN

A história do ADN começa no final da década de 1860, com a chegada do médico suíço
Friedrich Miescher (1844-1895) à Universidade de Tübingen, uma pacata cidade no sul da
Alemanha. O jovem pesquisador estava disposto à dedicar-se ao estudo da química da célula e
escolheu essa universidade porque nela o químico Felix Hoppe-Seyler (1825-1895) havia
inaugurado um importante laboratório de química fisiológica. Na época floresciam ideias a
respeito das origens e funções das células, após a queda da teoria da geração espontânea. A
teoria celular estabelecia-se como um dos pilares da Biologia. Por tudo isso, as células
atraíam a atenção de estudantes entusiasmados, como Miescher.

Felix Hoppe-Seyler foi quem primeiro descreveu as interacções entre a hemoglobina, a


proteína responsável pela cor do sangue, e o gás oxigénio. Seu trabalho levou-o a interessar-se
pela composição bioquímica dos linfócitos. Mas Miescher enfrentou dificuldades para obter
amostras com linfócitos em quantidade e grau de pureza adequados. Por sugestão de Hoppe-
Seyler, Miescher começou a estudar a química das células do pus; o material para a pesquisa
era abundante, pois dezenas de bandagens com material purulento eram diariamente
descartadas por um hospital próximo à universidade. Miescher desenvolveu técnicas
adequadas para o isolamento das células presentes em pus das bandagens e para a sua análise
química. O objectivo inicial era investigar as proteínas celulares, um grupo de substâncias
descoberto cerca de trinta anos antes.
Depois da descoberta de Miescher, outros cientistas desenvolveram técnicas de purificação
mais refinadas e a substância “pura” ficou conhecida como ácido desoxirribonucléico, por
causa do açúcar presente em sua estrutura, a desoxirribose, e suas propriedades de natureza
ácida. No início do ano de 1900, sabia-se que as nucleínas de Miescher eram uma mistura de
proteínas e ácidos nucléicos, havendo dois tipos: DNA (sigla do inglês “deoxyribonucleic
acid”–ácido desoxirribonucléico), encontrado principalmente no núcleo; e RNA

4
(“ribonucleicacid” – ácido ribonucléico), encontrado principalmente no citoplasma (Acot,
2003).

Cientistas, como Phoebus Aaron Theodor Levene (1869-1940), começaram a estudar o DNA
decompondo-o em seus componentes e descobriram que era constituído de nucleotídeos
(estrutura composta por grupos fosfato, o açúcar desoxirribose e bases nitrogenadas) de quatro
tipos diferentes (Adenina - A,Timina - T, Citosina - C e Guanina - G). Esses resultados não
chegaram a provocar interesse, pois o DNA foi considerado uma molécula muito simples pa
ser um bom candidato à molécula responsável pelas características hereditárias. Em 1909, por
exemplo, o químico lituano Phoebus Levene assegurou que os nucleotídeos do DNA ocorriam
em quantidades idênticas e cunhou a chamada “hipótese do tetranucleotídeos” que afirmava
que essas subunidades mantinhamse unidas em uma sequência repetida e invariável ao longo
da molécula. Dessa forma, se Levine estivesse certo, o DNA não teria potencial para ser o
repositório das informações genéticas. Essa visão modificou-se a partir da década de 40 após
alguns importantes experimentos. Inicialmente, o médico de origem canadense Oswald Avery
(1877-1955) trabalhando com cepas virulentas e não virulentas de Penumococcos mostrou
que o DNA era um factor chave para as diferenças herdadas entre esses organismos.
Posteriormente, no final de 1940, Erwin Chargaff (1905-2002) demonstrou a incorreção da
“hipótese do tetranucleotídeos”. Chargaff mostrou que as freqüências de nucleotídeos diferem
entre espécies e, mesmo quando esses valores são mantidos analiticamente constantes, poderia
ocorrer um número enorme de variações nessas sequências e mesmo entre regiões diferentes
de uma mesma molécula de DNA. Deste modo, os ácidos nucléicos poderiam apresentar um
grau elevado de complexidade em suas sequências, apesar de serem compostos por apenas 4
tipos de bases diferentes. Foi o começo do estudo e entendimento sobre a composição química
do DNA (Simoni, Hill, Vaughan, 2002 & Semenza, 2003).

2.2. Ácidos nucleicos


A hereditariedade de todo organismo vivo é definida por seu genoma, que consiste em uma
longa sequência de ácidos nucleicos que fornece a informação necessária para construir o
organismo (Lewin, 2009).
O termo genoma designa o conjunto completo de sequências do material genético de um
organismo. Ele inclui a sequência de todos os cromossomos e ainda qualquer DNA contido
em organelos (Martinez et al. 2006).

Através de uma complexa série de interacções, essa sequência é utilizada para produzir
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todas as proteínas do organismo no momento e local apropriado (Lewin, 2009).

Pode-se dizer que um gene é uma sequência de DNA necessária para a síntese de um ácido
ribonucléico (RNA), que levará a síntese de uma proteína. Esse é o dogma central da
biologia molecular (Martinez et al., 2006).

O ácido desoxirribonucleico (ADN, em português: ácido desoxirribonucleico; ou


DNA, em inglês: deoxyribonucleic acid) é um composto orgânico cujas moléculas
contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de
todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de
cada ser vivo. O seu principal papel é armazenar as informações necessárias para a
construção das proteínas e ARNs. Os segmentos de ADN que contêm a informação
genética são denominados genes. O restante da sequência de ADN tem importância
estrutural ou está envolvido na regulação do uso da informação genética (Lewin,
2009).

Imagem 1: O DNA é um ácido nucleico encontrado, geralmente, na forma de dupla hélice

Fonte: https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/images/1-dna.jpg

2.3. Caracterização molecular dos ácidos nucleicos

As células vivas são capazes de preservar e de transferir a informação genética para as novas
gerações por meio da complementaridade estrutural das moléculas de ácidos nucleicos: o
DNA e o RNA. A unidade básica tanto do DNA como do RNA são polímeros de subunidades
monoméricas, denominadas nucleotídeos, que estão arranjados em sequência precisa. Em
organismos eucarióticos (cujas células apresentam-se organizadas com membrana, citoplasma
e núcleo), o DNA é encontrado no núcleo das células e também nas mitocôndrias e nos
6
cloroplastos. As moléculas de DNA e de RNA consistem de apenas quatro tipos de
nucleotídeos. Os nucleotídeos são compostos precursores da síntese dos ácidos nucleicos que
contém um grupo fosfato, uma pentose (molécula de açúcar com cinco carbonos) e uma base
nitrogenada.

Durante o processo de polimerização do ácido nucléico, a ligação de um nucleotídeo à cadeia


em extensão ocorre pela ação nucleofílica de uma hidroxila da pentose (3’-OH), do resíduo de
nucleotídeo mais externo da cadeia, sobre o fosfato α ligado ao carbono 5` da pentose (5`-
PO4) do nucleotídeo que será incorporado, resultando na liberação de um íon difosfato. A
pentose que compõe o RNA é sempre a ribose e o DNA, a desoxirribose. As bases adenina,
guanina e citosina são encontradas tanto nas moléculas de DNA como de RNA, enquanto
timina aparece exclusivamente nas moléculas de DNA e uracila, nas de RNA. Tanto o DNA
quanto o RNA são utilizados na pesquisa, dependendo, principalmente, do objectivo de cada
trabalho. (Simoni, Hill, Vaughan, 2002 & Semenza, 2003).

O DNA apresenta diferentes sequências de nucleotídeos, que formam diferentes


unidades, conhecidas por genes. O gene é definido como o segmento de DNA que
codifica a informação requerida para a produção de determinado polipeptídeo ou de
um segmento de RNA. Formas alternativas dos genes são denominados alelos e a
totalidade do DNA presente na célula é chamada de genoma. Os genes estão
organizados em cromossomos e a sua posição no cromossomo é denominada
lócus(Lewin, 2009).

Na maioria dos organismos, chamados diplóides, cada célula contém duas cópias de cada tipo
de cromossomo. Nestes organismos, cada indivíduo possui dois alelos para cada lócus, um
originário da mãe e outro do pai, (Lewin, 2009).

Se os dois alelos de um lócus não podem ser diferenciados pela sua sequência de
nucleotídeos, ele é chamado de homozigoto para o lócus considerado; e, caso contrário, ele é
denominado heterozigoto.

O princípio da segregação estabelece que cada célula reprodutiva originária de indivíduos


heterozigotos contém apenas um dos dois alelos, enquanto as demais células contém os dois
alelos em igual frequência. Em seu estado nativo, o DNA apresenta-se arranjado em dupla
hélice, com as fitas das sequências complementares ligadas entre si por pontes de hidrogénio
entre as bases nitrogenadas. O DNA de todas as bactérias (organismos procarióticos) e de
muitos vírus são arranjados de forma circular.

O cromossomo da Escherichia coli contém cerca de 0,0044 picogramas de DNA, cerca


de 4 x 106 pares de bases que codificam cerca de 3.300 proteínas diferentes. Os seres
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humanos apresentam ao redor de três bilhões de pares de bases que codificam de 50 a
100 milhares de genes em 24 cromossomos. Os vírus apresentam quantidade reduzida
de informação genética, quando comparados aos organismos celulares, porque usam
recursos da célula hospedeira para se reproduzir. Apesar do tamanho relativamente
pequeno da informação genética contida em bactérias e vírus, o DNA desses
organismos precisa ser compactado para que possa ser contido nessas células.
(Simoni, Hill, Vaughan, 2002 & Semenza, 2003).
Simoni, Hill, Vaughan, (2002) e Semenza, (2003) argumentam o seguinte:

Com base nas características estruturais dos ácidos nucleicos, algumas técnicas
moleculares são utilizadas na manipulação do DNA dos organismos. A hibridização é
a técnica que se baseia na complementaridade entre as fitas de DNA. Um fragmento
de DNA marcado por uma substância radioactiva é usado como sonda para determinar
a presença da fita complementar em uma amostra específica.

Essa técnica foi muito utilizada em testes de diagnóstico, porém, actualmente em


consequência de sua baixa sensibilidade e de problemas advindos do uso de radioactividade,
ela caiu em desuso. A clivagem é outra técnica que pode facilitar a manipulação do DNA.

Para esse fim, existem as chamadas enzimas de restrição, que são capazes de cortar o
DNA em sítios específicos, definidos geralmente pela sequência de bases distribuídas
ao longo da molécula, produzindo fragmentos de comprimento menor. As enzimas de
restrição são sintetizadas naturalmente por muitas bactérias e centenas (com
especificidade para diferentes sítios de restrição) estão disponíveis comercialmente.
Outros tipos de manipulação de DNA incluem a amplificação (utilizando a técnica de
PCR) e a electroforese, que serão apresentados em detalhe. (Lewin, 2009).

3. ESTRUTURA DOS ÁCIDOS NUCLEICOS

O bloco constituinte básico dos ácidos nucleicos é o nucleotídeo, que possui três
componentes: uma base nitrogenada, um açúcar e um fosfato (Figura 1). Eles são
denominados de acordo com o tipo de açúcar. O DNA possui uma 2’- desoxirribose, já o
RNA possui uma ribose (Lewin, 2009).

O ácido desoxirribonucléico (DNA) é um polímero de desoxirribonucleotídeos. Os


desoxirribonucleotídeos são formados por um açúcar, a desoxirribose; uma base nitrogenada
ligada ao carbono 1’ da pentose; e um ou até três grupos fosfato ligados ao carbono 5’ da
pentose através de uma ligação glicosídica β.

Cada ácido nucléico contém quatro tipos de bases nitrogenadas. As purinas, adenina e
guanina, estão presentes tanto no DNA quanto no RNA. Contudo, no DNA as pirimidinas
são citosina e timina; no RNA, a uracila é encontrada no lugar da timina (Lewin, 2009).

Todos os nucleotídeos do DNA possuem a mesma orientação relativa. Ou seja, o carbono 5’


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da pentose de todos os nucleotídeos é voltado para cima, isso confere direcionalidade às
cadeias polinucleotídicas. Na extremidade 5’ da cadeia, está presente um grupo fosfato,
enquanto na extremidade 3’ está presente um grupo OH. Na molécula de DNA, os
desoxirribonucleotídeos formam cadeias entre si, ligados por pontes fosfodiéster
estabelecidas entre o grupo fosfato do carbono 5’ e o grupo OH do carbono 3’. Por
convenção, as cadeias polinucleotídicas são representadas na orientação 5’→3’ (Schrank,
2001).

3.1. ESTRUTURA DO DNA


A molécula de DNA é uma dupla hélice longa e espiralada que lembra uma escada em espiral.
Nela, dois filamentos, compostos por moléculas de açúcar (desoxirribose) e fosfato, são
conectados por pares de quatro moléculas chamadas bases, que formam os degraus da escada.

Imagem 2: estrutura de ADN

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Fonte: (Simoni, Hill, Vaughan, 2002 & Semenza, 2003).

Schrank, (2001). O DNA (Ácido Desoxirribonucléico) é composto por milhões de


nucleotídeos ligados uns aos outros. Separadamente, nucleotídeos são bastante simples,
consistindo de três partes diferentes:

1. Base nitrogenada (Adenina, Timina, Guanina ou Citosina)

2. Desoxirribose (um açúcar por cinco carbonos)

3. Um grupamento fosfato.

Adenina e guanina são classificadas como púricas, pois elas são moléculas compostas
por dois anéis. Citosina e timina são classificadas como pirimídicas, pois elas são moléculas
formadas por um único anel.

Adenina faz par com a Timina, formando o par de bases A-T, e ocorre dupla ligação entre essas
bases. Do mesmo modo que a Guanina se liga à Citosina e forma o par de bases G-C, por tripla

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ligação. E as duas cadeias se ligam através de fracas pontes de hidrogénio entre as bases
nitrogenadas dos nucleotídeos, responsáveis pela manutenção da estrutura de dupla hélice do DNA
(Schrank, 2001).
 O Açúcar – Desoxirribose

O açúcar presente na estrutura do DNA tem 5 carbonos e chamamos de Desoxirribose. A


estrutura deste açúcar se assemelha muito ao açúcar presente no RNA, mas a Desoxirribose
possui um oxigénio a menos.

O ácido fosfórico, por sua vez, é igual nos dois ácidos nucleicos existentes. O açúcar presente
nos ácidos nucleicos é uma pentose, que pode ser uma desoxirribose ou uma ribose. A
desoxirribose é a pentose presente no DNA, que, por isso, recebe o nome de ácido
desoxirribonucleico.

3.2. A dupla hélice

O modelo de dupla hélice do DNA foi proposto inicialmente por Watson e Crick em 1953,
levando em conta 3 conceitos: dados de difracção de raios X revelaram que o DNA possuía a
forma de uma hélice regular, apresentando uma volta completa a cada 34 Å e com diâmetro
de aproximadamente 20 Å; A densidade do DNA sugere que a hélice deve conter duas cadeias
polinucleotídicas. O diâmetro constante da hélice pode ser explicado se as bases em cada
cadeia estiverem voltadas para o interior e restrinjam-se de tal forma que uma purina esteja
sempre em oposição a uma pirimidina, evitando dessa maneira o pareamento de purina-
purina (muito largo) e pirimidina-pirimidina (muito estreito); independente das quantidades
absolutas de cada base, a proporção de G é sempre igual à de C, enquanto a de A é sempre
igual à de T (Lewin, 2009).

Devido a essa propriedade, as fitas de DNA são ditas complementares. Essa propriedade
também garante a propriedade de replicação de cadeias longas de DNA e a transmissão de
informação genética às proteínas, via transcrição (Schrank, 2001).

Esse modelo demonstrou que as desoxirriboses ficam externas em relação às bases


nitrogenadas, como se fossem corrimãos em uma escada circular, expostas ao meio aquoso
(Schrank, 2001).

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Cada par de bases é rotacionado em aproximadamente 36o ao redor do eixo da hélice, em
relação ao próximo par, com isso, é possível afirmar que a cada 10 pares de bases se forma
uma volta completa de 360o (Lewin, 2009).

Já Schrank (2001) diz que a rotação entre dois nucleotídeos adjacentes é de 34,6o, desta
forma, a dupla hélice conclui uma volta completa a cada 10,4 pares de bases.

A torção das duas fitas forma a dupla hélice, que contém um sulco menor (~1,2Å de largura) e
um sulco maior (~22 Å de largura) (Lewin, 2009).

Nessas cavidades, especialmente na maior, as bases estão expostas ao meio solvente e são
quimicamente distinguíveis, deste modo, moléculas que interagem com sequências específicas
de bases podem identificar essas sequências sem romper a hélice (Schrank, 2001).

3.3. Função do DNA

O DNA é uma molécula extremamente importante para os seres vivos. São funções do DNA:

Armazenar e transmitir as informações genéticas.

Funcionar como molde para a síntese da molécula de RNA. O DNA, portanto, é fundamental
para a síntese de proteínas, uma vez que contém as informações que comandam a síntese de
RNA, e o RNA coordena a produção desses polipeptídeos (DNA → RNA → Proteína).”

3.4. Replicação e transcrição

A replicação é um processo no qual uma fita de DNA age como template (molde) para a
síntese de um novo ácido nucléico, no qual cada base forma uma ponte de hidrogénio com
outra da fita template (Dale & Park, 2004).
A replicação é semiconservativa, durante o processo as duas fitas do DNA parental são
copiadas, originando moléculas filhas com somente uma das fitas novas sintetizadas
(Schrank & Silva, 2001).

A adição dos nucleotídeos para o crescimento da cadeia é sempre no sentido 5’→3’(Schrank


& Silva, 2001).

Reiji Okazaki observou que as duas fitas de DNA não se replicam de forma continua. A
DNA polimerase sintetiza uma fita continua – leading strand- e uma fita descontínua –
lagging strand (Weaver, 2008).

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A fita continua, necessita apenas de um primer inicial, enquanto a fita descontínua utiliza
vários primers. (Schrank & Silva, 2001).

A replicação de DNA de fita dupla é uma tarefa complexa que envolve um conglomerado de
atividades enzimáticas. Diferentes atividades estão envolvidas nos estágios de iniciação,
elongação e de terminação (Lewin, 2009).

A replicação do DNA ocorre ao longo da molécula, a partir de um ponto inicial denominado


origem. O DNA de células procarióticas, plasmídeos e vírus possuem apenas uma origem de
replicação, enquanto que várias origens são encontradas em organismos eucarióticos
(Schrank & Silva, 2001).
O cromossomo bacteriano é replicado bidirecionalmente, sendo o processo iniciado num
sitio definido – oriC – situado na posição 83,5 do mapa genético circular da bactéria
(Ferreira, 2001).

3.5. Transcrição
Recebe o nome de transcrição a síntese de moléculas de RNA a partir de moléculas de DNA

que servem como modelo. A síntese ocorre pela união entre si dos nucleotídeos A, U, C e

G, que se alinham seguindo a ordem dos nucleotídeos complementares de DNA (DE

Robertis & Rib, 2004).

O processo segue as mesmas regras de pareamento que a replicação, excepto pelo

pareamento de uracil (U) com adenina (A). Portanto a molécula de RNA sintetizada é

complementar a fita que lhe deu origem e idêntica a outra fita de DNA, sendo as timinas

substituídas por uracilas (Schrank & Silva, 2001).

Assim como na síntese de DNA, a fita de RNA é feita no sentido 5’→3’. Entretanto há
grandes diferenças entre a replicação e a transcrição. Primeiro, apenas uma molécula
comparativamente pequena é produzida.

Segundo, apenas uma fita de DNA é transcrita (alguns genes usam uma fita, outros usam
outra fita). A produção de uma molécula de RNA fita única de tamanho relativamente menor
gera menos problemas topológicos. A enzima e o produto de RNA podem se movimentar pela
hélice sem a necessidade de topoisomerases e helicases essenciais para a replicação. Além

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disso, a RNA polimerase pode começar a transcrição do zero, sem a necessidade de primers
(Dale & Park, 2004).

A função biológica de cada um desses processos é diferente. Enquanto a síntese de DNA deve
ser precisa e uniforme, a transcrição expressa o estado fisiológico da célula e é extremamente
variável para atender suas necessidades (Schrank & Silva, 2001).

4. Ligação entre a Pentose e Grupo Fosfatos e Bases Nitrogenada


Componentes dos nucleótideos: Cada nucleótideo consiste de três componentes:
1. Base Nitrogenada (Pirimidina, Purina)
2. Uma Pentose (ribose de desoxirribose)
3. E um Fosfato
Imagem 3: Ligação entre a Pentose e Grupo Fosfatos e Bases Nitrogenada

Fonte: Ferreira, 2001, P. 64-77.

Sendo importante destacar principalmente a base nitrogenada, pois são de suma importância
para a diferenciação de RNA e DNA, além de possibilitar características específicas aos
Ácidos.
Nucleicos. Assim:
a) Pirimidina: É um heterociclo aromático de seis membros com átomos de nitrogénio
nas Posições 1 e 3. A Citosina (C), Timina (T) e o Uracila (U) são exemplos de
pirimidinas. Sendo que o DNA consiste de Citosina e Timina, e o RNA, de Citosina e
Uracila, não contendo Timina em sua composição.

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b) Purina: Um heterociclo aromático bicíclico fundido da estrutura geral que inclui tanto
um anel de 5 membros como um anel de 6 membros. Adenina (A) e Guanina (G) são
purinas.
A pentose é o elo entre a base nitrogenada (purina ou pirimidina) e o grupo fosfato. A
pentose se liga ao grupo fosfato através de uma ligação fosfoéster com a hidroxila ligada ao
carbono-5 da pentose. A ligação entre a base nitrogenada e a pentose é feita covalentemente
através de uma ligação N-glicosídica com a hidroxila ligada ao carbono –1 da pentose.
A pentose do RNA apresenta, na posição 2', um grupo hidroxila, que não está presente na
pentose do DNA, e é por isso que este é conhecido como Ácido Desoxirribonucleico.
O ácido desoxirribonucléico (DNA) é um polímero de desoxirribonucleotídeos. Os
desoxirribonucleotídeos são formados por um açúcar, a desoxirribose; uma base nitrogenada
ligada ao carbono 1’ da pentose; e um ou até três grupos fosfato ligados ao carbono 5’ da
pentose através de uma ligação glicosídica β. No RNA a desoxirribose é substituída por uma
ribose (Schrank, 2001).

Imagem 4: Ligação entre a Pentose e Grupo Fosfatos e Bases Nitrogenada

Fonte: Schrank, 2001

5. Bases Azotadas; Propriedades físicas e químicas


Segundo Sousa (2014), As bases azotadas são moléculas que contém azoto na sua composição
e que apresentam propriedades básicas, isto é, que possuem um par de electrões não
compartilhados na sua estrutura.

15
Em termos biológicos existem dois tipos fundamentais de bases azotadas: as purinas e as
pirimidinas. Ambas estão presentes no ADN e no ARN.

Meyers, R A. (1995, p. 66). As purinas são bases azotadas constituídas por dois aneis
aromáticos, consistindo num anel de pirimidina ligado a um anel de imidazola. Entre as
purinas encontram-se a adenina (A) e a guanina (C) presentes do ADN e no ARN.

Fonte: https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Ficheiro:Purinas.png

Meyers, R A. (1995), É uma base orgânica que contém o elemento azoto com propriedades
básicas (tendência para captar um ião H +). As bases azotadas podem ser purinas e pirimidinas
e são constituintes dos ácidos nucleicos. As purinas adenina e guanina são moléculas maiores
e possuem uma dupla estrutura circular; as pirimidinas timina, citosina e uracilo são
moléculas mais pequenas e só apresentam uma estrutura circular.

As pirimidinas são bases azotadas constituídas por um só anel aromático de seis lados,
similar ao benzeno mas contendo dois átomo de azoto (nas posições 1 e 3). Entre as
pirimidinas encontram-se a citosina (C), a timina (T) e o uracilo (U). A timina encontra-se
apenas no ADN, enquanto o uracilo se encontra apenas no RNA.

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Fonte: https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Ficheiro:Pirimidinas.png

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A molécula de DNA é uma dupla hélice longa e espiralada que lembra uma escada em espiral.
Nela, dois filamentos, compostos por moléculas de açúcar (desoxirribose) e fosfato, são
conectados por pares de quatro moléculas chamadas bases, que formam os degraus da escada.

Sendo assim, o objectivo deste trabalho foi promover uma revisão de literatura abordando os
principais aspectos da estrutura dos ácido desoxirribonucleico, visto que, todos os organismos
vivos, desde os vírus aos seres humanos, têm as informações genéticas armazenadas nos
ácidos nucleicos (DNA ou RNA como no caso de alguns vírus), em particular, as células dos
eucariontes têm o seu DNA organizado na forma de cromossomos que se encontram no
núcleo celular.

Pode-se concluir que O DNA é a estrutura responsável pela transmissão de todas as


características genéticas como cor dos olhos, da pele e do cabelo, fisionomia, entre outras no
processo de reprodução dos seres vivos. O DNA é uma molécula extremamente importante
para os seres vivos e que possui as seguintes funções: Armazenar e transmitir as informações
genéticas. Funcionar como molde para a síntese da molécula de RNA.

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Referência bibliográfica

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