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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CARLOS PAULO MASTALA

Tema:
Contrato de Leasing

Curso: Administração Pública


Disciplina: Administração Pública
Ano de Frequência: 2º Ano
Docente: Eunice Isabel Gove

GURUÉ, ABRIL, 2023


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ÍNDICE

1. Introdução...............................................................................................................................1

1.1. Objectivos............................................................................................................................1

1.2. Metodologia.........................................................................................................................1

2. Contrato de Leasing................................................................................................................2

2.1. Intervenientes do Contrato de Leasing................................................................................3

2.2. Razões para o Recurso do Leasing......................................................................................3

3. As Principais Características do Contrato Leasing.................................................................4

4. Vantagens e Desvantagens do Contrato Leasing....................................................................4

5. Tipos de contrato Leasing.......................................................................................................5

5.1. Leasing Operacional............................................................................................................5

5.2. Leasing financeiro................................................................................................................6

5.3. Leasing Versus Factoring....................................................................................................7

6. Leasing no Contexto Moçambicano.......................................................................................7

6.1. Características do Leasing...................................................................................................8

6.2. Período de Vigência de Contrato.........................................................................................8

7. Conclusão..............................................................................................................................10

8. Referências Bibliográficas....................................................................................................11
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1. Introdução

O presente trabalho vai debruçar em volta de contrato de leasing, entretanto, numa economia
cada vez mais competitiva, a escolha de uma fonte de financiamento constitui uma das tarefas
dos gestores das empresas. A ideia do leasing é fundamental na concepção económica de ser
factor propulsor de rendimento para uma empresa é a utilização e não a propriedade de um
bem, portanto, genericamente, o leasing pode ser explicado como um contrato cuja finalidade
é a cessação de uso do bem da capital.

Neste caso, o leasing consiste no financiamento de curto, médio e longo prazo em que o
locado concede ao locatário o usufruto de um bem, a tempo determinado e, por indicação
deste, mediante o pagamento de um certo valor sob a forma de renda, o que é benefício para
as empresas, pois permite o uso alternativo dos fundos que outrora seriam aplicados na
compra dos activos fixos.

Portanto, este trabalho pretende contribuir para uma melhor compreensão e alargamento dos
conhecimentos sobre contato de leasing como alternativa de financiamento em Moçambique e
um instrumento potencial na redução dos custos operacionais e consequente libertação de
liquidez.

1.1. Objectivos

Objectivos Geral:

 Compreender contrato de leasing no negócio jurídico de transações financeiras.

Objectivos específicos:

 Explicar o contexto do leasing no financiamento das empresas públicas e particulares;


 Descrever os principais contatos de leasing e sua respectiva importância;
 Enquadrar o contrato de leasing no contexto moçambicano.

1.2. Metodologia

O trabalho, no que concerne aos objectivos, desenvolveu-se a partir da Pesquisa Descritiva,


quanto à abordagem a pesquisa foi do tipo Qualitativa, portanto, na elaboração do presente
trabalho foi imprescindível o uso de algumas obras literárias de autores que abordam sobre
contrato de leasing, bem assim como decretos e lei das IFC em Moçambique, no sentido de
estimular melhor descrição e maior percepção sobre o tema.
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2. Contrato de Leasing

De acordo com França (2006) o Contrato, em linhas gerais, é composto por um acordo de
duas ou mais vontades, que insere normas jurídicas individuais destinadas à regulação dos
interesses de suas partes. Na teoria dos actos jurídicos, o contrato classifica-se como negócio
jurídico, haja vista o seu vínculo com o exercício da autonomia privada.

Neste caso, Rodrigues (2003) enfatiza que “cada vez que a formação do negócio jurídico
depender da conjunção de duas vontades encontramo-nos na presença de um contrato, que é,
pois, o acordo de duas ou mais vontades, em vista de produzir efeitos jurídicos” (p. 9-10).

Sobre contrato de Leasing pode-se afirmar que, é um negócio jurídico complexo, que encerra
em si mesmo o financiamento de uma locação. Os dois efeitos principais do instituto de
locação e financiamento, são consequências normais, intrínsecas, indicando a função que
desempenha e, indissoluvelmente, ligados à própria complexidade do arrendamento mercantil.

Segundo Martins (2000) “entende-se por Leasing o contrato segundo o qual uma pessoa
jurídica arrenda a uma pessoa física ou jurídica, por tempo determinado, um bem comprado
pela primeira de acordo com as indicações da segunda, cabendo ao arrendatário a opção de
adquirir o bem arrendado findo o contrato, mediante um preço residual previamente fixado”
(p.449).

Daí Smith & Wakeman, (1985) refere que quando uma organização compra um activo, obtém
tanto o direito ao usufruto do mesmo, como o direito de o vender numa data futura. Com o
leasing, a organização apenas adquire o direito a usufruir do activo por um determinado
período de tempo.

Para a Alf (2007), o leasing não é mais do que um “Contrato em que o locador (empresa de
leasing) cede ao locatário (cliente), mediante o pagamento de uma renda, a utilização
temporária de um bem, móvel ou imóvel, adquirido ou construído por indicação do cliente e
que este poderá comprar no final do período de tempo acordado no contrato, por um preço
pré-determinado (valor residual)”.

Portanto, os contratos de Leasing, segundo Carlos Patrício de Samanez, devem ser


formalizados por instrumento público ou particular, devendo constar obrigatoriamente no
mínimo, as especificações abaixos:

 A descrição minuciosa de bens que constituam o objecto de contrato


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 O prazo de arrendamento, observado o mínimo fixado na legislação;


 O valor das contraprestações ou formula de cálculo das contraprestações, bem como o
critério de seu reajuste;
 A forma de pagamento das contraprestações por período determinado, não superior a
um semestre, salvo nos casos que beneficie actividades rurais que poderão ser anuais;
 As condições para exercício do direito de opção pela renovação de contrato, devolução
do bem ou aquisição do bem;
 A concessão a arrendatária de opção de compra dobem arrendado, com fixação de
preço para o seu exercício ou critério utilizável na sua fixação;
 Responsabilidade pelas despesas e os encargos adicionais;
 As condições para eventual substituição do bem arrendado por outro da mesma
natureza que atender arrendatária, formalizada através de aditivo contratual;
 As demais responsabilidades que viverem a ser convencionadas, em decorrência de
uso indevido do bem, seguro, danos a terceiros e ônus por vício do bem;
 A faculdade de a arrendadora vistoriar o bem;
 As obrigações da arrendatária, nas hipóteses de inadimplemento destruição,
perecimento ou desaparecimento do bem;
 A faculdade de a arrendatária transferir a terceiros, desde que haja anuência da
arrendadora, os seus direitos e obrigações decorrentes do contrato.

2.1. Intervenientes do Contrato de Leasing

Os intervenientes no contrato de leasing são:

 Locador;
 Locatário; e
 Fornecedor

2.2. Razões para o Recurso do Leasing

As razões para o recurso do leasing nas transações financeiras são variadíssimas, só para citar
algumas delas mais destacadas:

 O leasing oferece uma flexibilidade operacional;


 O leasing não é necessariamente uma fonte de financiamento menos cara do que
compra, mas a flexibilidade operacional é muito vantajosa;
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 O leasing é vantajoso para os elementos objectos de alta tecnologia que estão sujeitos
a obsolescência tecnológica rápida e imprevisível;
 As empresas recorrem o leasing quando não estão seguras a respeito da procura dos
seus produtos ou serviços e, assim sobre quanto tempo os equipamentos necessários;
 Algumas empresas acham o leasing financeiro vantajosa porque o arrendador é capaz
dar e fazer assistência técnica com condições técnicas favoráveis.

3. As Principais Características do Contrato Leasing

Segundo Soper, Munro, & Cameron (1993), as principais características do leasing são:

 O activo é escolhido pelo locatário, mesmo que a encomenda seja feita pelo locador;
 O locador mantém a propriedade do activo;
 O locatário assume o risco de obsolescência e os direitos de uso do ativo;
 Um período não cancelável onde o locador espera receber uma quantidade suficiente
de prestações que lhe permitam recuperar o investimento e obter uma margem de lucro
retirando todos os custos com a operação de financiamento;
 No final do contrato o locatário pode continuar com a locação mediante um
arrendamento nominal ou funcionar como agente do locador para proceder à venda do
bem ou ao seu desmantelamento.

4. Vantagens e Desvantagens do Contrato Leasing

4.1. Vantagens

Para Soper, Munro e Cameron (1993), o leasing apresenta-se como uma fonte adicional de
financiamento, sem necessidade de um investimento inicial, sendo especialmente atractivo ao
nível do preço, quando comparado com outras fontes de financiamento.

O leasing oferece flexibilidade, principalmente em activos fixos, o que permite, a título de


exemplo, que o aluguer possa ser adaptado de modo a antecipar as receitas geradas pelo uso
do ativo, fazendo assim com que o investimento seja autossustentável.

O leasing ajuda a preservar o nível de endividamento da empresa pois, tal como afirmam
(Soper et al., 1993), “A lease is not a loan”.

Por sua vez, Zimmerer (1972) aponta várias razões para justificar a opção pelo leasing, entre
estas, o facto deste instrumento de financiamento fornecer activos que, de outro modo, seriam
inalcançáveis para a organização. Também, o fornecimento de activos por um período
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limitado poderá ser benéfico, no caso de existirem dúvidas quanto à permanência, ou mesmo
quando o activo é essencial para um determinado projecto, e demasiado dispendioso para ser
mantido por um longo período. Adicionalmente, o leasing evita o rico de obsolescência e,
frequentemente, evita problemas administrativos e de manutenção. Trata-se de um
instrumento flexível, para além de proporcionar uma fonte adicional de financiamento; as
PMEs podem usar o leasing como uma forma de obter um bem necessário, quando a
aquisição direta não é possível. De facto, o leasing oferece cem por cento do financiamento,
sem requerer um investimento inicial, o que poderá ser vital para uma organização em
expansão com recursos limitados.

Contudo, segundo Ford (1983), o valor potencial do leasing é maior para uma organização
com perdas fiscais, baixas receitas e acesso limitado ao crédito. Para o locador, a propriedade
do activo apresenta-se como uma opção preferível a uma hipoteca (Soper et al., 1993).

4.2. Desvantagens

No que concerne às desvantagens Dalrymple (1973) ressalta, na perspectiva do locatário, o


facto do leasing não fornecer o direito de propriedade enquanto decorre o contrato, e as
penalizações significativas aplicadas no caso de incumprimentos contratuais. Por sua vez, na
perspectiva do locador, destaca apenas o risco de obsolescência.

5. Tipos de contrato Leasing

Para Samanez (1991) os principais tipos de Leasing são: o Leasing Operacional, e o Leasing
Financeiro, de onde derivam as variações, Leasing back, Self Leasing, Leasing importação,
dentre outros.

5.1. Leasing Operacional

Este tipo de arrendamento é um acordo direto entre o cliente e o fornecedor. Aqui o


fornecedor será responsável pelos riscos decorrentes do direito de propriedade, além disso
também prestará assistência técnica ao cliente, através de revisões e reparos no equipamento,

treinamento de pessoal, entre outras coisas. O objectivo final deste tipo de contrato é a

transferência de propriedade.

É um contrato de locação conjugada com assistência técnica quanto aos bens locados, como
computadores, copiadoras, aviões. Não é essencial que tenha a cláusula de opção de compra.
Normalmente, o Leasing operacional envolve bens que o arrendatário não tem interesse de
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adquirir, em função, por exemplo, da rápida obsolescência ou da sua necessidade apenas pelo
período de locação. Rege-se pelas regras da locação (Ferreira 2004).

Esta opção do leasing operacional permite a redução dos custos para o arrendário, já que as
prestações não amortizam o bem, na prática as operações de Leasing operacional funcionam
quase como um aluguel, não podendo haver previsão de pagamento de Valor Residual pois,
Samanez (1991) refere que “durante o prazo contratual, o aluguel pago não corresponde à
quase totalidade da amortização e aos juros decorrentes da aquisição do equipamento pela
arrendadora”

Portanto, tal tipo de contrato é feito por um período de tempo inferior a vida útil do bem
arrendado, e prolonga-se pelo tempo de necessidade de uso imposto de acordo com a
actividade que se desenvolve, é geralmente encontrado no ramo de equipamentos de alta
tecnologia como computadores, aviões, máquinas de reproduções e eletrônicas, automóveis
leves ou pesadas.

As suas principais características estabelecem que nas prestações devam ser incluídos o custo
do arrendamento do bem e os serviços referentes a sua colocação à disposição do arrendatário,
mas devem ser limitadas em até 75% do custo do bem arrendado e o preço para a compra
após o término do contrato deve ser, necessariamente, o valor do mercado do bem arrendado.

5.2. Leasing financeiro

Leasing financeiro é a forma de leasing mais usada, é um acordo no qual uma empresa de
leasing adquire um bem com a finalidade específica de locá-lo à outra, em condições
combinadas, durante um prazo claro e assegurado. Neste tipo de acordo existem 3
participantes: a empresa de leasing (arrendadora), o cliente (arrendatário) e o fornecedor do
bem. O objetivo do Leasing financeiro não é vender os bens é sim prestar um serviço
financeiro.

O leasing ou locação financeira, consiste numa modalidade de financiamento através da qual


o locador (empresa de leasing), de acordo com as instruções do seu cliente (locatário -
entidade que usufrui dos bens objecto de um contrato de locação financeira), cede a
disponibilização temporária de um bem, móvel ou imóvel, mediante o pagamento de uma
quantia periódica (renda), por um prazo determinado e relativamente ao qual o locatário
possui uma opção de compra no final do mesmo prazo, perante o pagamento de uma quantia
pré-acordada, que se denomina valor residual.
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O Leasing Financeiro é genuinamente a forma tradicional do Leasing, “É uma operação


financeira em que uma empresa, chamada arrendante, adquire bens de capital segundo as
especificações e para uso de outra, chamada arrendatária” (Samanez, 1991, p. 17).

Estes serviços, necessita do envolvimento do arrendador, arrendatário e o fornecedor, a


modalidade se resume na operação pela qual uma instituição financeira especializada no
sector, a pedido do interessado neste caso, arrendatário, adquire em seu próprio nome um
determinado bem e, simultaneamente contrata o seu arrendamento com cláusula de opção de
compra por um valor residual prefixado.

A empresa de Leasing assume apenas o risco financeiro, e transfere todos os demais ricos
(obsolescência, tecnologia, mercado de venda e todos os direitos e obrigações relacionados
com o bem) para o cliente.

5.3. Leasing Versus Factoring

Segundo Margarida Ferreira (2013) o Leasing versus factoring consiste na aquisição de


créditos a curto prazo, derivados da venda de produtos ou da prestação de serviços, nos
mercados internos e externos. Por outro lado, Silva (2009) enfatiza que, trata-se de um
instrumento de financiamento relevante para todas as empresas onde os problemas de
cobrança e/ou de tesouraria as obrigam a recorrer a entidades externas para resolver a
situação.

O Leasing versus factoring no seu âmbito envolve três entidades distintas:

 O factor, que é quem disponibiliza o contrato de factoring;


 O vendedor ou cedente, que é a entidade que cede os créditos ao factor;
 O comprador ou devedor, que é o responsável pela liquidação do crédito.

O Leasing versus factoring pode ser feito com ou sem recurso. Com recurso, o aderente, em
caso de não cumprimento do devedor, está obrigado a repor, perante o factor, a importância
em falta. Mason (2004) enaltece que no factoring sem recurso, todo o risco de crédito é
assumido pelo factor, que assim liberta o aderente da necessidade de devolução da
importância recebida, em caso de incumprimento do devedor.

6. Leasing no Contexto Moçambicano

No período anterior a independência, não existia em Moçambique uma sociedade de alocação


financeira e também no período da economia centralizada não existia estas sociedades devido
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a orientação política de concentração da economia e consequente nacionalização da banca e


todas as instituições de credito. Este cenário, não permitia que o sector bancário e financeiro
que desenvolvesse. A viragem política surge pela promulgação da Constituição da República
de 1990, ditaram transformações substanciais na economia, baseada na concorrência. As
reformas nos sectores financeiros e bancários também se impunham. Com vista a regular as
instituições de credito foi aprovada a lei 28/91 de Dezembro. Foi nesta base que surgiu o
leasing oficialmente em Moçambique através da publicação dos Decretos números 44/94 e
45/94 de 12 de Outubro.

Através do artigo 33 do regulamento da Lei das Instituições de Credito e Sociedade


Financeiras aprovado pelo Decreto número 56/2004, o número 2 do artigo 2 da Lei das ICSF,
refere que “as sociedades de locação financeira podem, acessoriamente, alienar, ceder a
exploração locar ou efectuar outros actos de administração de bens que lhe hajam sido
restituídos, quer por motivos de resolução de um contrato de locação financeira, que pelo não
exercício pelo locatário do direito de adquirir o bem em causa”.

Neste contexto, segundo Manteia 19999, a actividade da locação financeira rege-se pelas
normas aplicáveis ao conjunto das instituições de credito que soa sujeitas a supervisão e
fiscalização do Banco de Moçambique. Este impõe uma restrição de entrada no negócio de
leasing através de capital mínimo de 9 biliões de meticais e um volume de fundos próprios
acima de 50%.

6.1. Características do Leasing

O leasing em Moçambique corresponde a Aluguer de Longa Duração – ALD que consiste no


financiamento de bens mobiliários e imobiliários, ou seja leasing mobiliário e imobiliário, que
apresenta as seguintes características fundamentais:

 Os contratos, vigora o princípio de liberdade contratual;


 A acção do compra que e característica essencial do leasing financeiro nãos e
encontra na ALD, esta situação não significa que o locatário não venha a adquirir
bem em causa;
 No período em que o contrato do ALD estiver em vigor, o bem deve estar segurado e
este seguro se for feito pelo locador, ele incluirá no valor das rendas ou debitará
directamente ao locatário;
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 O ALD não pode ser cancelado durante o período de vigência do contrato, sob pena
do locatário pagar ou indemnizar ao locador pelos prejuízos que o cancelamento
poderá provocar.

6.2. Período de Vigência de Contrato

De acordo com o Artigo 40 do Decreto Lei 56/04 publicado na série do BR número 48 de 10


de Dezembro, estabelece que a locação financeira de bens moveis (Leasing Mobiliário), o
período mínimo é de 1 ano e seis meses (18 meses) ao máximo deve corresponder ao período
presumível da utilização económica do bem. A locação de bens imóveis (Leasing Imobiliário)
período mínimo está estabelecido em 7 anos e não superior a 30 anos.

Portanto, no ALD exige –se o pagamento de uma caução como uma garantia, esta situação
elimina a vantagem proclamada por muitos autores de que o leasing financia a 100% o valor
do investimento solicitado.
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7. Conclusão

Chegando concluímos que, o Leasing surgiu como uma alternativa a mais para o crescimento
das empresas, sem que para isso precisem se descapitalizar, inovando seu activo, e podendo
utilizar suas reservas para outros fins, como o de capital de giro, por exemplo. Isso gera
oportunidade da compectitividade, elemento essencial para que as empresas não sejam
suprimidas na era da globalização.

Proporcionalmente, a sua importância está sua complexidade, por obter na sua essência
características de compra e venda e financiamento no Leasing financeiro, locação no
operacional, obtenção fluxo de caixa, dentre outras particularidades. Tudo que é discutível no
Leasing, abre parâmetros para as diversas necessidades que se possa ter tanto o arrendador
quanto o arrendatário, tendo essa segunda parte respectivamente, o maior leque de
possibilidades dentro do contrato.

Portanto, apesar do leasing ser mais dispendioso que o empréstimo bancário, o leasing em
Moçambique incentiva as empresas e os particulares a recorrerem como uma alternativa de
financiamento, por mais os custos inerentes a esta opção de financiamento sejam elevados.
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8. Referências Bibliográficas

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DALRYMPLE, B. B. Reply To: “A Common Sense Look At Leasing For Small Business”.
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FERREIRA, R.J. Contabilidade Básica: finalmente você vai aprender contabilidade. 3.


ed. Rio de Janeiro: J. Ferreira, 2004.

FORD, J. The Potential Value of Leasing. American Journal of Small Business, VIII (1),
1983.

FRANÇA, V. da R. Conceito de contratos Administrativos. Revista Eletrônica de Direito


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MARGARIDA, F., O financiamento às PME’s. Apresentado em “Perspetivas de


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Portugal, 2013.

MARTINS, F. Contrato e obrigação comercial. 15 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

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REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Decreto número 44/94 de 12 de Outubro. Conselho de


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REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Decreto número 45/94 de 12 de Outubro. Conselho de


Ministros, Maputo, 1994.
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RODRIGUES, S. Direito civil: dos contratos e das declarações unilaterais de vontade (de
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SAMANEZ, C. P. Leasing: análise e avaliação. São Paulo: Atlas, 1991.

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