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OMC e Acordos da Rodada Uruguai
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Comércio Internacional
OMC e Acordos da Rodada Uruguai
Thális Andrade
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
OMC e Acordos da Rodada Uruguai.. ......................................................................................................................4
1. Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT)..................................................................................................4
1.1. Origem do GATT. . ........................................................................................................................................................4
1.2. Rodadas do GATT. . ....................................................................................................................................................7
1.3. Princípios Básicos do GATT...............................................................................................................................11
2. Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT)...................................................................................21
3. Acordo de Inspeção Pré-Embarque (AIPE)................................................................................................ 28
4. Acordo sobre Regras de Origem (ARO)........................................................................................................30
5. Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento de Importação (ALI). .............................34
6. Acordo sobre Facilitação do Comércio (AFC)............................................................................................38
Resumo................................................................................................................................................................................45
Questões de Concurso................................................................................................................................................48
Gabarito...............................................................................................................................................................................52
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................53
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Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a).
Seja bem-vindo(a)! Na aula de hoje continuaremos com o assunto Organização Mundial de
Comércio (OMC), mas agora mergulharemos nos acordos temáticos que constam de nosso
edital. Portanto, nesta aula, abordaremos em detalhes 6 (seis) acordos. São eles:
1) o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT/1994);
2) Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT);
3) Acordo sobre Inspeção Pré-embarque;
4) Acordo sobre Regras de Origem;
5) Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento de Importações;
6) o Acordo sobre Facilitação de Comércio.
Sigam meus bons.
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1
São os signatários originais de 1947: África do Sul, Austrália, Bélgica, Birmânia (ou Myanmar), Brasil, Canadá, Ceilão (atual
Sri Lanka), Chile, China, Cuba, Checoslováquia, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Líbano, Luxemburgo, Nova Zelân-
dia, Noruega, Paquistão, Reino Unido, Rodésia do Sul (atual Zimbábue) e Síria. Perceba que vários países que o assinaram
entraram em Revolução Comunista pouco depois, saindo do GATT nos anos seguintes, como a China e Cuba. Por sua vez,
Síria não é membro da OMC até hoje.
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Como dissemos, Bretton Woods foi a conferência que idealizou as instituições que redesenharam
o Sistema Econômico Multilateral, propondo 3 instituições: a OIC, Banco Mundial e FMI. Estas
duas últimas deram certo. Já no lugar da OIC apenas o Acordo GATT vingou como um acordo
provisório. Correta, portanto, a letra “a”.
O erro das demais alternativas é que a Conferência de Bretton Woods foi um concerto para o
sistema econômico multilateral, não abordando tribunais da ONU, de Direitos Humanos ou de
julgamento de crimes de guerra.
Letra a.
Correto o item pois o Brasil era um dos 23 Países Contratantes, ao lado de África do Sul, Austrá-
lia, Bélgica, Birmânia (Myanmar), Canadá, Ceilão, Chile, China, Cuba, Checoslováquia, Estados
Unidos, França, Holanda, Índia, Líbano, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Reino
Unido, Rodésia do Sul e Síria.
Certo.
003. (CESPE/RIO BRANCO/2014) O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) passou
a vigorar depois da Segunda Guerra Mundial, diante do fracasso no estabelecimento da OIC,
não se constituindo, entretanto, como organismo formal até a criação da OMC.
A questão foi dada como certa, mas, a meu ver, deveria ser falsa, pois a questão dá a entender
que depois da OMC o GATT virou organismo formal.
Ora, sabemos que o GATT não é organismo formal, funcionando como uma organização de fato
até 1994. O que acontece então? A OMC é criada nesta data, assumindo o papel de organização
internacional formalmente.
E o que aconteceu com o GATT?
Mesmo depois da OMC, ele continua sendo apenas um acordo internacional sem personalidade
jurídica, mas agora incorporado pela instituição OMC. Portanto, OMC e GATT não são sinônimos:
o primeiro é uma organização internacional com personalidade jurídica (organismo formal) e o
segundo um acordo que regula comércio de bens, sem personalidade (organismo não formal),
que está contido na OMC.
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Entendeu essas razões? A questão deveria ter sido dada como incorreta, mas acredito que
ninguém levantou essa bola na época.
Certo (errado para o professor).
Questão clássica e que você não pode errar. O GATT não foi extinto! Ele foi incorporado pela OMC.
Na verdade, irão existir 2 Acordos GATT.
Isso mesmo! Um GATT/1947 com validade jurídica distinta do GATT/1994. O primeiro é a versão
original negociada após a 2ª Guerra; o segundo, uma versão atualizada com todas as melhorias
ao longo das décadas seguintes.
Portanto, questão errada!
Errado.
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EXEMPLO
Na década de 60 (6ª Rodada do GATT) surge preocupação em melhor se regulamentar a bar-
reira do Antidumping.
Na década de 70 (7ª Rodada do GATT) há grande preocupação em se regulamentar temas
não tarifários, por conta do crescimento generalizado das Barreiras Não Tarifárias (BNTs). No
entanto, era ainda a era do GATT à la carte, pois, as Partes Contratantes poderiam escolher qual
acordo queriam aderir. Por não serem obrigatórios aos signatários do GATT, esses acordos são
chamados de Plurilaterais. Também são conhecidos como os Códigos da Rodada Tóquio.
No começo dos anos 90, a Rodada Uruguai (8ª Rodada do GATT) dá desfecho ao mais amplo pro-
cesso de negociação multilateral, tornando obrigatória a adesão à imensa maioria dos acordos da
OMC. Por serem obrigatórios aos membros da OMC, esses acordos são chamados de Multilaterais.
Como você pode perceber, com o final da 8ª (e última) rodada do GATT/1947, diversos
temas ligados ao comércio foram contemplados, destacando-se 13 acordos ligados ao
comércio de bens (barreiras não-tarifárias, agricultura, medidas sanitárias e fitossanitárias,
práticas desleais de comércio etc.), medidas de investimentos relacionadas ao comércio
(TRIMS), regras para operacionalizar o sistema de solução de controvérsias, mecanismo de
revisão de políticas comerciais. Além disso, os países desenvolvidos lograram êxito em suas
demandas de liberalização comercial de serviços, obtendo Acordo de comércio de serviços
(GATS) e o Acordo de Proteção da Propriedade Intelectual, isto é, que cuida de aspectos do
comércio relacionados com propriedade intelectual (TRIPS)
Percebam que à medida que vai ocorrendo a desgravação tarifária, vai aparecendo outros
Códigos para regulamentar o uso de Barreiras-Não Tarifárias, como Código Antidumping,
Acordo de Valoração Aduaneira, Acordo de Barreiras Técnicas. Isso porque o protecionismo
vai ganhando uma feição não tarifária depois da segunda metade do século XX.
Também foi definitivamente criada a OMC (Organização Mundial do Comércio), entidade
com personalidade jurídica de direito internacional.
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Além desses diversos acordos temáticos, essa Rodada criou o GATT/1994, texto que
incorporou o GATT/1947 com todas as alterações ocorridas entre 1947 e 1994, além das
decisões tomadas pelas partes contratantes no período e os memorandos de entendimento,
para interpretar pontos do acordo que suscitavam dúvidas de interpretação.
Assim, como vimos, a OMC é organização distinta, com personalidade jurídica própria,
segundo artigo VIII do acordo que instituiu a OMC. Isso não a impede de cooperar com outras
organizações internacionais (art. V), tampouco de manter coerência com a elaboração das po-
líticas econômicas mundiais, cooperando adequadamente com o FMI e Banco Mundial (art. III).
Como se não bastasse, a OMC surgiu décadas depois da ONU, com adesão inicial de 123
membros (e não somente países como ocorre na ONU); não há, portanto, nenhuma disposição
sobre a OMC na Carta da ONU (Carta de São Francisco). As disposições nela existentes sobre
comércio internacional são tomadas pela UNCTAD, essa é a organização intergovernamental
sobre comércio que possui vinculação com a ONU.
Portanto, OMC não está vinculada à ONU.
Vale lembrar que a OMC é uma organização composta por membros, sejam Estados ou
territórios aduaneiros com política comercial autônoma. Nessa medida, só essas entidades que
fizeram o trâmite de acessão à organização podem demandar e serem demandadas na OMC,
não havendo possibilidade de investidores privados figurarem como partes numa controvérsia.
Portanto, grave isso...
DICA
O GATT não é nem nunca foi organização internacional “de di-
reito” – não possui personalidade jurídica – mas é reconhecida
como uma organização “de fato”.
O GATT/1994 não extinguiu o GATT/1947, mas sim o incorpo-
rou! No entanto, quando invocamos o GATT/1947, estamos nos
referindo a uma versão distinta juridicamente do GATT/1994.
Portanto, existem 2 (dois) Acordos GATT: o GATT/1947 (texto
original de Bretton Woods) e o GATT/1994 (texto com todos os
melhoramentos negociados entre 1948 e 1994.
Só a OMC tem personalidade jurídica “de direito”.
A OMC não tem vinculação com a ONU.
Diferente do FMI e do Banco Mundial, a OMC não é uma institui-
ção de Bretton Woods (1944), mas sim, organização que surgiu
décadas depois.
A OMC deve guardar coerência com FMI e Banco Mundial.
Entidades privadas como pessoas físicas, investidores, empresas
não fazem parte da OMC.
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Na verdade, muitos desses temas já existem acordos bilaterais ou regionais, mas nenhum
deles está na normativa multilateral da OMC.
Vamos a uma questão sobre o assunto...
a) Errada. A década de 90 foi marcada por diversos movimentos de liberalização, seja por meio
de negociações multilaterais (OMC) ou regionais (MERCOSUL, NAFTA), e não de aumento (re-
crudescimento) do protecionismo.
b) Errada. Os países desenvolvidos é que exportam mais serviços, e por essa razão demanda-
vam um acordo de liberalização de serviços na OMC: o GATS.
c) Certa. Houve impulso liberal em todas as frentes.
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d) Errada. A década de 90 foi marcada pela Rodada Uruguai do GATT, que foi um sucesso.
e) Errada. A maioria dos acordos de integração ocorre entre países com semelhante nível de
desenvolvimento nos anos 90. Pense no NAFTA entre EUA e Canadá (posteriormente México),
ou Mercosul entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Letra c.
Portanto, todas essas normas fazem parte do GATT/1994, acordo distinto juridica-
mente do GATT/1947.
Seguindo adiante temos a cláusula da nação mais favorecida, um dos pilares da não dis-
criminação trazidos pelo GATT/1947. Esse tema despenca em prova. Portanto, fique atento(a)!
Podemos dizer que o tratamento não discriminatório nos acordos comerciais data do
século XII, e o primeiro registro da frase “NMF” apareceu no final do século XVII. A aparição
do conceito de não discriminação adveio do desejo de ligar tratados comerciais ao longo do
tempo e entre Estados.
Até a formação do GATT, cláusulas bilaterais e plurilaterais da NMF lidavam com formas
condicionais de seu exercício, ou seja, concessões só eram estendidas aos demais caso hou-
vesse a contrapartida adequada. No entanto, a onda do liberalismo que contagiou a Europa na
segunda metade do século XIX acabou por difundir o uso da NMF sob uma base incondicional,
surgindo assim a figura dos “caronas” nestas preferências (free rider).
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Nessa época, após o final da segunda Guerra Mundial, os EUA experimentaram um con-
siderável aumento na demanda por suas exportações pela Europa e assim modificaram sua
política da “NMF condicional” praticada nos anos 20 para uma política de “NMF incondicional”.
Dessa forma, buscavam persuadir outros países a fazerem o mesmo em relação aos EUA,
reduzindo a discriminação contra suas exportações. Portanto, a versão moderna da NMF,
consagrada nas regras da OMC, é descendente direta das cláusulas NMF incondicionais pre-
vistas em tratados bilaterais firmados entre os EUA e seus parceiros comerciais.
Sua definição encampada nos acordos da OMC consiste na ideia de que os membros
dessa organização não podem, em regra, discriminar comercialmente seus pares. Vejamos
a parte relevante do Artigo I:1 do GATT:
Qualquer vantagem, favor, imunidade ou privilégio concedido por uma Parte Contratante [membro
da OMC] em relação a um produto originário de ou destinado a qualquer outro país, será imediata
e incondicionalmente estendido ao produto similar, originário do território de cada uma das outras
Partes Contratantes [membros da OMC] ou ao mesmo destinado. [...]
Em outras palavras, se um membro da OMC garante a algum país (seja ou não membro
da OMC) uma vantagem comercial (ex.: redução tarifária sobre determinado produto), esse
membro deve estender essa benesse imediatamente e incondicionalmente para todos
os membros da OMC.
Por exemplo, no período do GATT/1947, a Espanha (membro da OMC) concedia melhor
tratamento tarifário (vantagem) para a importação de café da Colômbia (membro também a
OMC), não a estendendo imediatamente e incondicionalmente para o café (produto similar)
do Brasil (membro da também da OMC).
A vantagem foi questionada pelo Brasil contra a Espanha como violação ao artigo I:1 do
GATT e o Brasil ganhou a disputa.
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Para sua caracterização, exige-se, por exemplo, que exista realmente alguma vantagem
a ser concedida em favor dos produtos originados em determinado Membro ou desti-
nado aos territórios de outros Membros. Se houver, ela então deve ser imediatamente e
incondicionalmente estendida.
Assim, quando um membro da OMC dá um privilégio para qualquer país (seja ou não
membro da OMC), os demais membros devem receber prontamente essa mesma benesse
para seus produtos similares, sem a exigência de qualquer contrapartida! Em outras palavras,
não há necessidade de reciprocidade no funcionamento da NMF.
Para haver essa extensão, também é fundamental que o membro reclamante possua um
bem similar ao do país que gozou da preferência. Temos assim a caracterização da similaridade
(likeness) dos produtos em discussão. Ainda sobre a análise de similaridade, apesar de ela
ser feita caso a caso, é importante destacar que o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC
já tem sinalizado na sua jurisprudência alguns critérios para essa caracterização, tais como:
• propriedades, natureza e qualidade do produto;
• verificação de uso do produto a determinado mercado;
• consideração em relação aos hábitos e gostos dos consumidores, com mudança de país
para país (lembre-se das novas teorias de comércio);
• classificação fiscal do produto (ex.: mesma posição até 4 dígitos do Sistema Harmonizado).
Vamos a um exemplo:
EXEMPLO
Para ilustrar a hipótese, costumamos dizer que os membros da OMC são como sócios de um
“clube”. Dessa forma, devem garantir aos outros sócios desse “clube” o melhor tratamento pos-
sível concedido a outro parceiro comercial, seja ou não sócio do “clube”.
Imaginem, por exemplo, que o Brasil tenha concedido por meio de um acordo bilateral com a Síria
(ainda não membro da OMC) uma redução tarifária de 20% para 5% no imposto de importação para
o gás oriundo desse país. Nessa hipótese, caso a Bolívia deseje exportar o gás (produto similar)
que produz em seu território para o Brasil, a Bolívia – enquanto membro da OMC – poderá também
aproveitar imediatamente, e sem observância de qualquer condição ou contraprestação (incondicio-
nalmente), essa redução de imposto de importação (vantagem). Na verdade, a Bolívia – e demais
membros da OMC – pegarão “carona” nessa vantagem (free rider), pois farão jus a essa benesse
sem que fizessem concessão alguma para gozar do benefício tarifário.
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Apesar da grande diminuição das barreiras tarifárias realizada, a NMF permanece sendo
a pedra angular do GATT/1994 e um dos pilares da OMC.
Seguindo adiante, temos que a racionalidade por detrás da cláusula da NMF busca, em síntese:
• Maximizar eficiência;
• Minimizar custos de transação (regras relacionadas para emissão de certificados de ori-
gem, exigências para embarque direto e outros procedimentos administrativos relevantes
podem impor significantes custos para empresas e governo, mas, segundo a NMF, os
países aplicarão as mesmas regras para as importações de todos os países);
• Promover mais liberalização recíproca entre as partes (beneficia particularmente os
pequenos países em desenvolvimento);
• Minimizar custos de negociações comerciais (negocia-se um acordo multilateral ao invés
de inúmeros acordos bilaterais).
a) Errada. O Brasil pode, sim, reclamar a invalidade, pois ele é o “menos favorecido” quanto à
medida comercial e faz jus à extensão desse privilégio para exportações de seu petróleo.
b) Errada. Tratamento Nacional cuida da não discriminação entre produto importado frente ao
similar nacional. Aqui, o caso é de NMF, discriminação entre fornecedores estrangeiros de um
produto similar.
c) Errada. O caso não se trata de violação à tarifa consolidada. Lembrem que esta violação está
no âmbito do Artigo II do GATT, enquanto a NMF é o Artigo I do GATT.
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d) Certa. A NMF reza que se um membro da OMC (ex.: EUA) deu preferência para qualquer
outro país (ex.: Síria e Irã), os demais sócios da OMC (ex.: Brasil) também gozarão do mesmo
tratamento para seu produto similar, de forma imediata.
e) Errada. Quem vai invocar a NMF será um membro da OMC (portanto, que possui a NMF em seu
ordenamento jurídico) em face do outro membro da OMC que violou a regra da qual também aderiu.
Letra d.
007. (ESAF/AFRF/2005) A adoção da cláusula da nação mais favorecida pelo modelo do Acordo
Geral de Tarifas e Comércios (GATT) teve como indicativo e desdobramento a pressuposição
da igualdade econômica de todos os participantes do GATT, bem como, no plano fático:
a) a luta contra práticas protecionistas, a exemplo da abolição de acordos bilaterais de preferência.
b) a manutenção de barreiras alfandegárias decorrentes de acordos pactuados entre blocos
econômicos, a exemplo do trânsito comercial entre membros do MERCOSUL e da União Europeia,
criando-se vias comerciais preferenciais frequentadas e protagonizadas por atores globais que
transcendem o conceito de estado-nação.
c) a liberação da prática de imposição de restrições quantitativas às importações, por parte dos
estados signatários que, no entanto, podem manter políticas de restrições qualitativas.
d) a liberalização do comércio internacional, mediante a vedação de quaisquer restrições dire-
tas e indiretas, fulminando-se a tributação na exportação, proibida pelas regras do GATT, que
especificamente vedam a incidência de quaisquer exações nos bens e serviços exportados, de
acordo com tabela anualmente revista, e que complementa as regras do Acordo.
e) o descontrole do comércio internacional, mediante a aceitação de barreiras tarifárias, per-
mitindo-se a tributação interna, medida extrafiscal que redunda na exportação de tributos,
instrumento de incentivo às indústrias internas e de manutenção de níveis ótimos de emprego,
evidenciando-se as preocupações da Organização Mundial do Comércio em relação a mercados
produtores e consumidores internos.
a) Certa. A NMF, de fato, buscava acabar com as preferências tarifárias levadas a efeito pelos
acordos bilaterais.
b) Errada. A NMF não tem condão de manter qualquer barreira comercial. Pelo contrário, aquele
que der vantagem comercial terá que estender a todos.
c) Errada. Restrições quantitativas são barreiras ao comércio, não ajudando na sua liberalização,
mas sim, na sua proteção.
d) Errada. O GATT não proíbe tributação exportação. Percebam que a NMF se aplica à exportação
também. Ela tão somente proíbe que haja discriminação dos parceiros comerciais na aplicação
deste tributo na exportação.
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e) Errada. O enunciado é bastante confuso. Em primeiro lugar, a NMF não busca controlar o co-
mércio internacional. Ela também não cuida da tributação interna, pois essa questão é tratada
na regra de tratamento nacional. A tributação interna também não implica necessariamente
em medida extrafiscal.
Letra a.
Perfeita e definição da letra “b”. A NMF prega que um “membro” deve estender privilégios con-
cedidos a um terceiro “país” para todos os demais “membros” da OMC. O privilégio dado a um
só passará a ser de todos os membros...
Letra b.
009. (INÉDITA/2022) Após a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se o Acordo Geral sobre
Tarifas e Comércio (GATT), para reorganizar as relações econômicas internacionais e libe-
ralizar o comércio internacional. O seu pilar em vigor até hoje é a “Cláusula da Nação Mais
Favorecida” (NMF), que em essência tem por objetivo:
a) A nação mais favorecida dentro do GATT assegura que um país possa ser mais favorecido
que os demais dentro do sistema GATT/OMC.
b) É a NMF que assegura o direito de criar acordos preferenciais de comércio.
c) A NMF pressupõe que a aplicação de medidas não tarifárias devem ser feitas em caráter preferencial.
d) ao prescrever que qualquer favor dado por um membro deve ser estendido aos demais
concorrentes, as preferências passam a ser multilateralizadas, de modo que aproveita a todos
os membros da OMC.
e) O país reconhecido como “nação mais favorecida” tem o dever de consolidar sua tarifa.
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Segundo a parte relevante do Artigo I:1 do GATT (NMF), o membro que der vantagem para um
país, deve estender a vantagem para qualquer outro membro fabricante do produto similar. Ao
fazer isso, ele acaba estendendo toda e qualquer preferência, sendo correto falar em multila-
teralização das preferências, tratando os membros de forma indistinta, isonômica. Correto,
portanto, o item “d”.
Letra d.
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2. Os produtos do território de qualquer Membro, importados por outro Membro, não estão sujeitos,
direta ou indiretamente, a impostos ou outros tributos internos de qualquer espécie superiores aos
que incidem, direta ou indiretamente, sobre produtos nacionais. [grifou-se]
Já no Art. III:4, em sua parte final, temos a ideia de não discriminação para outros regulamentos:
Veja que o conceito é bem amplo, abrangendo não só aspectos fiscais, mas também
canais de distribuição que possam garantir uma vantagem para mercadoria nacional em
detrimento da importada!
Portanto, o princípio do Tratamento Nacional busca evitar uma discriminação de trata-
mento (fiscal ou de qualquer outro tipo) entre o produto nacional e o importado, ao passo que
o princípio da nação mais favorecida evita a discriminação entre as vantagens concedidas a
qualquer país, estendendo-as automaticamente aos demais membros da OMC.
Portanto, não se esqueça
DICA
NAÇÃO MAIS FAVORECIDA: Evita discriminação de vantagens con-
cedidas ao produto importado/exportado de um país em relação
ao produto similar de outros membros vendedores/compradores.
TRATAMENTO NACIONAL: Evita discriminação entre produto
similar nacional de um país e o importado por esse país.
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a) Uma nação menos favorecida terá extensão de privilégios concedidos a mais favorecida.
b) um membro estende ao produto importado de outro membro os privilégios (ex.: meios de
distribuição, condições de venda) concedidos ao produto similar nacional.
c) os privilégios só alcançam benefícios tributários
d) o produto nacional deve ter o mesmo preço que o importado.
e) países que não fazem parte da OMC, não podem discriminar entre produto importado e nacional.
O CESPE deu como correto o item, mas ele é anulável. A regra em questão não é da reciproci-
dade, mas sim do Tratamento Nacional. Reciprocidade é princípio de negociação, previsto no
Art. XXVIII do GATT.
Portanto, o item deveria ter sido considerado errado.
Certo (errado para o professor).
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a) Princípio da transparência.
b) Princípio do tratamento nacional.
c) Respeito ao compromisso tarifário.
d) Cláusula da nação mais favorecida.
e) Princípio da vedação do desvio de comércio.
Questão tranquila, pois majorar Imposto de Importação de um membro que exporta produto
similar (brocas helicoidais, no caso) a outro país, dá ensejo à aplicação da NMF.
Letra d.
A letra “a” foi dada como gabarito, pois, de fato, está incorreta. A NMF deve ser aplicada “in-
condicionalmente”, ou seja, sem depender de reciprocidade de tratamento, podendo todos os
demais membros da OMC exportadores de produto similar pegarem “carona” no privilégio.
No entanto, veja que a letra “c” também deveria ter sido dada como incorreta, pois o GATT não foi
substituído. Ele continua em pleno vigor, dentro da OMC. Portanto, também está errado este item.
Assim, a questão deveria ter sido anulada, pois há duas alternativas incorretas. As demais al-
ternativas não apresentam equívocos.
Letra a (anulável para o professor).
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Estes não são princípios pregados pelo GATT/OMC. Na verdade, a Nação Mais Favorecida e o
Tratamento Nacional buscam justamente acabar com discriminação na concessão de trata-
mentos comerciais entre produtos similares.
Errado.
O item é falso, pois a ideia de transparência vem com o Anexo 3 e o Mecanismo de Revisão de
Políticas Comerciais, quando analisamos OMC. O princípio descrito no enunciado chama-se
Cláusula da Nação Mais Favorecida (NMF).
Errado.
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Marraquexe, que cria a OMC, sendo, agora, acordo multilateral. Como tal, o acordo TBT passa
a ser obrigatório para todos os membros da OMC e compartilha muitos de seus fundamentos
princípios com outros acordos da OMC, tais como o princípio da não discriminação, promo-
vendo previsibilidade de acesso a mercados e assistência técnica e tratamento especial e
diferenciado para países em desenvolvimento na implementação do Acordo.
No entanto, o Acordo TBT também inclui recursos específicos para a preparação e aplicação
de regulamentos, medidas que afetam o comércio de bens, encorajando fortemente o uso de
regulamentos e enfatizando a necessidade de evitar barreiras desnecessárias ao comércio.
Além disso, contém disposições detalhadas para esclarecer toda a processo de preparação,
adoção e aplicação Medidas TBT (o ciclo de vida regulatório). Essas disposições – com a
orientação desenvolvida pelos membros de forma passo a passo ao longo dos anos – per-
mitiram que o Acordo TBT tornar-se um instrumento multilateral único para abordar medidas
regulamentares relacionadas com o comércio.
Vamos entender um pouco como ele funciona na prática...
O Acordo TBT faz parte de uma categoria de acordos da OMC que tratam de Barreiras Não
Tarifárias (BNTs). As BNTs incluem regulamentos técnicos, normas e procedimentos de ava-
liação de conformidade, impondo uma série de desafios para OMC. Por um lado, os governos
dos países membros contam com as BNTs para alcançar seus objetivos de política pública,
incluindo a proteção de saúde humana e o meio ambiente. O fato de o comércio ser afetado
é consequência normal dessa regulamentação. Por outro lado, as BNTs podem ser usadas
para proteger produtores de concorrentes estrangeiros, ou eles pode ser desnecessariamente
restritivo ao comércio. Além disso, as BNTs costumam ser tecnicamente complexas, pouco
transparentes e são barreiras mais difíceis de se quantificar do que as tarifas.
Dessa forma, o Acordo TBT foi elaborado para lidar com esses desafios. Suas disciplinas
ajudam os membros da OMC a distinguir entre motivações “legítimas” e protecionistas. Assim,
o Acordo é uma ferramenta importante para melhorar a coerência entre livre comércio e as
políticas internas. Em suma, as disciplinas do Acordo TBT destinam-se a ajudar os governos
alcançarem um equilíbrio entre defender, objetivos e política regulatória legítima. Para isso,
devem respeitar as disciplinas do Acordo que, dentre outras, determina que se deve evitar a
criação de obstáculos desnecessários ao comércio internacional.
TBT, Art. 2.2. Os Membros assegurarão que os regulamentos técnicos não sejam preparados,
adotados ou aplicados com o objetivo ou efeito de criar obstáculos desnecessários ao comércio
internacional. Para esse fim, os regulamentos técnicos não devem ser mais restritivos ao comércio
do que o necessário para cumprir um objetivo legítimo, levando em consideração os riscos que o
não cumprimento poderia criar.
Esses objetivos legítimos são, dentre outros: requisitos de segurança nacional; a prevenção de
práticas enganosas; proteção da saúde ou segurança humana, da vida ou saúde animal ou vege-
tal ou do meio ambiente. Ao avaliar esses riscos, os elementos relevantes a serem considerados
são, dentre outros: informações científicas e técnicas disponíveis, tecnologia de processamento
relacionada ou usos finais pretendidos dos produtos.
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Dessa forma, deve se fazer um passo a passo para saber em que acordo da OMC uma
medida pode ser contestada. Primeiramente, deve se verificar o seguinte:
A medida é aplicada para proteger:
• vida humana ou animal de riscos decorrentes de aditivos, contaminantes, toxinas ou
organismos causadores de doenças em seus alimentos, bebidas, rações?
• a vida humana de doenças transmitidas por plantas ou animais (zoonoses)?
• vida animal ou vegetal de pragas, doenças ou causadores de doenças organismos?
• um país de danos causados pela
entrada, estabelecimento ou propagação de pragas?
Em caso afirmativo, ela deverá ser examinada sob a ótica do Acordo SPS.
Em caso negativo, é preciso passar para os seguintes questionamentos...
A medida é?
a) um documento que estabelece o produto, características ou seus processos e méto-
dos relacionados à produção, incluindo as regras administrativas, cuja conformidade seja
obrigatória? Em caso afirmativo, a medida será examinada pelo Acordo TBT como sendo um
Regulamento Técnico3.
b) um documento aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum
e repetido, regras, diretrizes ou características para produtos, ou métodos e processos rela-
cionados à produção, cuja conformidade não seja obrigatória? Em caso afirmativo, a medida
será examinada pelo Acordo TBT como sendo um padrão técnico de conformidade (standard)4.
2
Agreement on Sanitary and Phytosanitary measures.
3
O Regulamento Técnico estabelece requisitos cujo cumprimento é obrigatório. Por exemplo, níveis permitidos de chumbo em
tintas usadas em brinquedos, proibição de uso de certos aditivos em produtos de tabaco. Pode ainda assumir uma forma
mais genérica como, por exemplo, critérios para a rotulagem de produtos agrícolas, orgânicos, ou para emissão de motores
diesel. O que eles têm em comum é que, através de alguma forma de intervenção do governo (lei, regulamentação, decreto,
ato), o acesso ao mercado é dependente do cumprimento dos requisitos previstos no regulamento técnico.
4
São desenvolvidos diversas entidades como a ISO (International Standard Organization) vinculada às Nações Unidas. Podem
ser celebrados por órgãos governamentais e não governamentais. Ao contrário dos regulamentos técnicos, eles não são
obrigatórios. Os padrões são, no entanto, muitas vezes usado como base para regulamentos técnicos e conformidade proce-
dimentos de avaliação e, nesses casos, os requisitos estabelecidos na norma tornar-se obrigatório por força da intervenção
do governo intervenção. Vale ainda destacar que há uma obrigação dos membros da OMC de usar os “padrões” quando
esses estiverem disponíveis para o produto, em virtude de os padrões conferirem o “benchmark” relativo ao obstáculo des-
necessário ao comércio
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DICA
Portanto, em se tratando de uma medida de governo, é pre-
ciso primeiro verificar se a medida se encaixa em algum dos
acordos especializados:
1º) Se a medida está do escopo do Acordo SPS;
2º) se não for SPS, se a medida está no escopo do acordo TBT
(regulamento técnico, padrão, ou procedimento de avaliação
de conformidade);
3º) se também não estiver neste escopo, se é um regulamento
não técnico que possa ser questionável perante o princípio da
não discriminação do GATT.
Agora, estando a medida no escopo do Acordo TBT, uma das principais obrigações para
o membro que regula é justamente garantir a não discriminação do regulamento.
Assim, as medidas, para serem questionadas pelo Acordo TBT, precisam ser aplicadas
(ou patrocinadas) pelos Estados-membros da OMC, não podendo ser simplesmente padrões
privados (private standards).
Se for padrão privado, sem influência estatal, não pode ser demandado na OMC. Há muitos
padrões privados hoje sendo adotados pelo mercado.
Só de barras de chocolate eu já reconheço alguns desses (rsrs).
Veja se você também reconhece algum...
5
Os procedimentos de avaliação de conformidade são usados para determinar se mercadorias como brinquedos, eletrô-
nicos, alimentos e bebidas atendem os requisitos estabelecidos por regulamentos ou normas técnicas. Servem para dar
aos consumidores confiança na integridade de produtos e agregar valor aos fabricantes. A conformidade inclui testes,
procedimentos de inspeção e certificação. Dado que diferentes tipos de avaliação de conformidade procedimentos afetam
o comércio de maneira diferente, uma questão fundamental da perspectiva da OMC é a escolha de qual procedimento de
avaliação de conformidade a usar em uma determinada situação. Vale ressaltar também que o país pode celebrar “acordos
de reconhecimento mútuo” com o intuito de reduzir o número de avaliações de conformidade às quais um produto expor-
tado está sujeito, na medida em que os signatários de tal acordo irão se comprometem a reconhecer e aceitar avaliações
de conformidade produzidas pelas entidades acreditadas (ex.: laboratórios) do país fornecedor.
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Obs.: Nos últimos anos, houve alguma discussão no Comitê TBT sobre o tema “padrões
privados”. Esses tipos de padrões são desenvolvidos por entidades não governa-
mentais (ONGs), por exemplo, para gerenciar cadeias de suprimentos ou responder
às preocupações dos consumidores. Eles podem incluir especificações ambientais,
sociais, de segurança alimentar ou éticas.
Por não serem impostos por lei, os padrões privados são considerados “voluntários”,
mas podem de fato afetar o acesso ao mercado. Assim, alguns países em desenvolvi-
mento levantaram preocupações sobre os efeitos restritivos do comércio dos padrões
privados na OMC. Entre essas preocupações estão o nível mais alto de rigor associado
aos requisitos estabelecidos em padrões privados em comparação com os regula-
mentos, a rápida proliferação de padrões privados e a falta de transparência (porque
essas medidas não são notificadas no Acordo TBT). No Comitê SPS, os membros
concordaram em certas ações para compartilhar informações sobre padrões privados.
Por fim, cumpre destacar a regra da não discriminação no acordo TBT, que é sua a prin-
cipal disciplina. Veja:
TBT, Regulamentos Técnicos:
2.1. Os Membros assegurarão que, com relação aos regulamentos técnicos, os produtos importados
do território de qualquer Membro recebam tratamento não menos favorável do que o concedido a
produtos similares de origem nacional e a produtos similares originários de qualquer outro país.
Avaliação de conformidade:
Art. 5.1.1. procedimentos de avaliação de conformidade são preparados, adotados e aplicados
de modo a conceder acesso a fornecedores de produtos similares originários dos territórios de
outros Membros em condições não menos favoráveis do que aquelas concedidas a fornecedo-
res de produtos similares de origem nacional ou originários de qualquer outro país, em situação
comparável; o acesso implica o direito dos fornecedores à avaliação da conformidade às regras
do procedimento, incluindo, quando previsto por este procedimento, a possibilidade de realizar
atividades de avaliação da conformidade no local das instalações e receber a marca do sistema;
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Padrões:
Anexo 3.D. Com relação aos padrões, o organismo de padronização concederá tratamento aos
produtos originários do território de qualquer outro Membro da OMC não menos favorável do que
o concedido aos produtos similares de origem nacional e aos produtos similares originários de
qualquer outro país.
Os governos regulamentam os produtos por vários motivos, seja para proteger a saúde
e a segurança humana, cuidar do meio ambiente ou para fornecer aos consumidores infor-
mações sobre vários aspectos dos produtos. Neste sentido, um governo pode exigir que os
eletrodomésticos exibam uma etiqueta com informações sobre sua eficiência energética ou
pode proibir a venda de brinquedos que contenham substâncias perigosas, afetando inevita-
velmente o comércio internacional. Nestes casos, o órgão anuente que vai exigir certificado
de avaliação de conformidade nestas importações será o INMETRO (Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia). É possível que em outros casos, como exigências de que
a importação de determinada vacina atenda os regulamentos técnicos de processo produtivo
aprovado no Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) será o ponto focal,
intervindo como órgão anuente.
O que é importante do ponto de vista comercial é evitar que os regulamentos sejam esta-
belecidos arbitrariamente e garantir que eles não sejam usados para proteger os produtores
domésticos da concorrência estrangeira. Respeitar essas disciplinas fundamentais é um
meio essencial para garantir que os países possam atingir seus objetivos de política pública
enquanto se beneficiam do comércio aberto.
Vamos então a um exemplo hipotético...
Imagine que o governo brasileiro – por intermédio da ANVISA – proíba a produção e co-
mercialização cigarros aromatizados de cravo (“cigarros de Bali”) porque estes causam maior
consumo e incidência de câncer de pulmão entre os jovens. Esse regulamento inevitavelmente
impactará o comércio internacional destes dispositivos, pois o banimento da comercialização
abrange também as importações e exportações. Na perspectiva comercial, o que é importante
se destacar é que os regulamentos não podem ser impostos arbitrariamente, devendo asse-
gurar que não sejam usados para privilegiar os produtores domésticos – como, por exemplo,
os cigarros produzidos e vendidos pela Souza Cruz dentro do Brasil.
Assim, o governo do Brasil deveria assegurar que as importações não tenham tratamento
menos favorável que o concedido para o produto similar nacional, seja em termos de regula-
mentos técnicos, padrões ou procedimentos de avaliação de conformidade.
Caso semelhante ao nosso exemplo já foi analisado pela OMC em 2012, quando da
disputa trazida pela Indonésia contra a barreiras técnicas impostas pelos EUA na importa-
ção de cigarros6.
6
WT/DS406, US – Clove Cigarettes.
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EXEMPLO
A disputa dizia respeito a uma proibição dos Estados Unidos da produção ou venda de cigarros
contendo sabores diferentes de tabaco, ou mentol. O objetivo da medida era reduzir o tabagis-
mo entre os jovens. A Indonésia, embora não conteste a importância de reduzir o tabagismo,
reclamou que a medida a impedia de exportar cigarros com sabor de cravo para os EUA. Argu-
mentou, entre outras coisas, que a proibição de um sabor (cravo), mas não do outro (mentol),
era discriminatória. Com base na relação de concorrência entre os produtos, a decisão final
determinou que os cigarros de cravo importados da Indonésia e os cigarros mentolados pro-
duzidos nos Estados Unidos eram “similares”. Em última análise, a proibição de cigarros com
sabor de cravo, produzidos principalmente na Indonésia, mas não de cigarros com sabor de
mentol, produzidos principalmente nos Estados Unidos, implicou em discriminação contrária
às regras do Acordo TBT.
O Acordo TBT surgiu originalmente em 1979, sendo um acordo plurilateral, de adesão facultati-
va. Passou a ser obrigatório somente em 1995, com a entrada em vigor da OMC, sendo desde
então um acordo multilateral do Anexo 1A, de comércio de bens.
Certo.
018. (INÉDITA/2022) O Acordo de Barreiras Técnicas se aplica também para medidas sani-
tárias, como aquelas que põem em risco a vida humana ou animal de riscos decorrentes de
aditivos, contaminantes, toxinas ou organismos causadores de doenças em seus alimentos,
bebidas, rações.
O artigo 1.5 do Acordo TBT explicitamente afasta sua aplicação nestes casos, devendo ser
aplicado o Acordo de barreiras Sanitárias e Fitossanitárias (SPS).
Errado.
019. (INÉDITA/2022) O acordo TBT tem aplicação no caso de padrões técnicos usados pe-
los países, ou seja, no caso de documentos aprovados por um organismo reconhecido, que
fornece, para uso comum e repetido, regras, diretrizes ou características para produtos ou
métodos e processos relacionados à produção, de observância obrigatória.
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020. (INÉDITA/2022) Os membros da OMC devem assegurar que, com relação aos regula-
mentos técnicos, os produtos importados do território de qualquer Membro recebam trata-
mento não menos favorável do que o concedido a produtos similares de origem nacional e a
produtos similares originários de qualquer outro país.
EXEMPLO
Imagine, por exemplo, que os laboratórios brasileiros precisem importar da China um insumo que
deva estar sempre abaixo de 20º Celsius, sob pena de ineficácia do princípio ativo do medicamento.
Neste caso, um modo de assegurar a qualidade do produto é justamente a inspeção pré-embarque.
O AIPE é um dos acordos do Anexo 1A, ou seja, sobre comércio de bens, sendo de adesão
obrigatória para todos os membros da OMC por ser um acordo multilateral.
7
Acordo de Inspeção Pré-Embarque, art. 1.3.
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As obrigações dos membros exportadores em relação aos países que usam a inspeção
pré-embarque incluem a não discriminação na aplicação das leis e regulamentos domésti-
cos10, a publicação imediata dessas leis e regulamentos11 e a prestação de assistência técnica
quando solicitada12.
O AIPE estabelece também um procedimento de revisão independente:
Art. 4. Os Membros devem encorajar entidades de inspeção pré-embarque e exportadores a resol-
verem suas disputas mutuamente. No entanto, dois dias úteis após a apresentação da reclamação
de acordo com as disposições do parágrafo 21 do Artigo 2, qualquer uma das partes pode submeter
a disputa a revisão independente.
Os membros devem tomar as medidas razoáveis que estiverem ao seu alcance para assegurar que
os seguintes procedimentos sejam estabelecidos e mantidos para esse fim:
a) esses procedimentos serão administrados por uma entidade independente constituída con-
juntamente por uma organização que representa as entidades de inspeção pré-embarque e uma
organização que representa os exportadores para os fins deste Acordo.
8
AIPE, Art. 2.1. Os Membros usuários devem assegurar que as atividades de inspeção pré-embarque sejam realizadas de maneira
não-discriminatória e que os procedimentos e critérios empregados na condução dessas atividades sejam objetivos e aplicados
de forma isonômica entre todos os exportadores afetados por tais atividades. Devem, ainda, assegurar a realização uniforme da
inspeção por todos os inspetores das entidades de inspeção pré-embarque por eles contratadas ou mandatadas.
9
AIPE, Art. 2.9. Os Usuários Membros devem garantir que as entidades de inspeção pré-embarque tratem todas as informa-
ções recebidas durante a inspeção pré-embarque como confidenciais de negócios, na medida em que tais informações
ainda não estejam publicadas, geralmente disponíveis para terceiros ou de outra forma em domínio público. Os Membros
Usuários devem assegurar que as entidades de inspeção pré-embarque mantenham procedimentos para este fim.
10
Art. 3.1. Os Membros exportadores devem assegurar que suas leis e regulamentos relativos às atividades de inspeção pré-
-embarque sejam aplicados de maneira não discriminatória.
11
Art. 3.2. Os Membros exportadores devem publicar prontamente todas as leis e regulamentos aplicáveis relativos às ativi-
dades de inspeção pré-embarque de forma a permitir que outros governos e comerciantes se familiarizem com eles.
12
Art. 3.3. Os Membros exportadores se oferecerão para fornecer aos Membros usuários, se solicitado, assistência técnica
voltada para a consecução dos objetivos deste Acordo em termos mutuamente acordados.
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021. (INÉDITA/2022) A inspeção pré-embarque pode ser definida como sendo todas as ati-
vidades relacionadas à verificação da qualidade, da quantidade, do preço, incluindo taxa de
câmbio e condições financeiras, e/ou classificação fiscal de mercadorias a serem exportadas
para o território do Membro usuário
022. (INÉDITA/2022) Por se tratar de um acordo plurilateral, o Brasil não aderiu ao Acordo
de Inspeção Pré-Embarque da OMC.
O acordo faz parte do Anexo 1A, ou seja, é acordo multilateral, integrante do anexo de bens,
sendo de adesão obrigatória, inclusive pelo Brasil.
Errado.
13
Veremos na aula de classificação fiscal que “posição” se refere à identificação de uma mercadoria de acordo com os 4 pri-
meiros dígitos da NCM.
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No entanto, nosso edital não pediu todas as regras de origem existentes, mas sim, a re-
gulamentação no marco do Acordo de Regra de Origem da OMC. Por essa razão, precisamos
distinguir as regras preferenciais e não preferenciais...
A regra de origem preferencial se trata das regras contidas em acordos de preferência
tarifária, por exemplo, o Mercosul, ALADI, CAN. Como se trata de uma preferência (desconto)
na tarifa aplicada somente entre os signatários do bloco econômico, cada acordo preferencial
de comércio é que estabelecerá suas próprias regras e critérios para se considerar a merca-
doria originária de um país daquele bloco.
Por sua vez, a regra de origem não preferencial (essa sim regulada por um Acordo da
OMC), é aquela que visa certificar a origem de um produto por uma questão que não envolva
aplicação de preferência tarifária, mas sim, outro motivo, como, por exemplo, aplicação de
medidas direitos antidumping e ou compensatórios.
Sobre esta última, o Acordo da OMC14 visa harmonizar em longo prazo as normas de
origem (não preferenciais), e velar para que essas normas não criem obstáculos desneces-
sários ao comércio.
Ele contém ainda um programa de harmonização de regras não-preferenciais que, ao
final, prevê que as partes contratantes guardem na implementação das normas de origem:
transparência, imparcialidade, previsibilidade, não causem restrição, distorção ou perturbação
ao comércio internacional.
Vejamos:
Art. 9.1. Com os objetivos de harmonizar as regras de origem e, dentre elas, proporcionar maior
segurança na condução do comércio mundial, a Conferência Ministerial deve realizar o programa
de trabalho abaixo definido em conjunto com o OMA, com base nos seguintes princípios:
a) as regras de origem devem ser aplicadas igualmente para todos os fins, conforme estabele-
cido no Artigo 1;
b) as regras de origem devem estabelecer que o país a ser determinado como a origem de um
determinado bem seja o país onde o bem foi totalmente obtido ou, quando mais de um país esti-
ver envolvido na produção do bem, o país onde foi realizada a última transformação substancial;
c) as regras de origem devem ser objetivas, compreensíveis e previsíveis;
14
Não há regra específica sobre origem no GATT. Por essa razão, se fez necessário a negociação de um acordo de regras de
origem multilateral, capaz de harmonizar o modo de elaboração das regras de origem.
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d) não obstante, a medida ou instrumento a que possam estar vinculadas, as regras de origem não
devem ser utilizadas como instrumentos para se buscar direta ou indiretamente objetivos comerciais.
As regras não devem criar efeitos restritivos, distorcidos ou perturbadores no comércio internacio-
nal. Também não devem impor requisitos excessivamente rígidos ou exigir o cumprimento de uma
determinada condição não relacionada à fabricação, ou processamento como pré-requisito para a
determinação do país de origem. No entanto, custos não diretamente relacionados à fabricação ou
processamento podem ser incluídos para fins de aplicação de um critério percentual ad valorem;
[...]
Trata-se de trabalho a ser feito pela Conferência Ministerial num período de 3 anos após
seu início, em parceria com a Organização Mundial de Aduanas (OMA). Para tanto, é criado
um “Comitê Técnico” vinculado à OMA, para cuidar deste trabalho de harmonização e cuidar
dos problemas técnicos relativos às regras de origem15.
Este Comitê Técnico não se confunde com o Comitê de Regras de Origem da OMC, este
sim vinculado ao Conselho de Bens da OMC, aberto a todos os seus membros, que se reúne
pelo menos uma vez por ano para revisar a implementação e operação dos acordos16.
Constata-se, portanto, que as regras de origem devem ao menos estabelecer o seguinte:
a) que o país a ser determinado como a origem de um determinado bem seja o país onde
o bem foi totalmente obtido17; ou,
b) quando mais de um país estiver envolvido na produção do bem, o país onde foi realizada
a última transformação substancial18.
As regras ainda devem ser administradas de modo coerente, uniforme e razoável, e se-
jam baseadas em critérios “positivos”. Um critério positivo, portanto, é prescrever em que
situações se confere origem a um produto, e não descrever as situações em que se nega a
atribuição de origem.
Art. 9.1. Com os objetivos de harmonizar as regras de origem e, dentre elas, proporcionar maior
segurança na condução do comércio mundial, a Conferência Ministerial deve realizar o programa
de trabalho abaixo definido em conjunto com o OMA, com base nos seguintes princípios:
[...]
f) as regras de origem devem ser coerentes;
g) as regras de origem devem ser baseadas em um padrão positivo. Padrões negativos podem ser
usados para esclarecer um padrão positivo.
Assim, em exemplo hipotético, um país pode editar a seguinte regra de origem positiva,
esclarecendo-a por meio de uma negativa:
15
ARO, Art. 4.2 e Anexo I.
16
ARO, Art. 4.1.
17
Por exemplo, frutas, vegetais, alimentos em geral, além de produtos industrializados que sofreram processo industrial, mas
usando 100% de insumos nacionais.
18
Aqui são os casos em que as mercadorias foram industrializadas em tal grau, que assumiram uma nova individualidade (ex.:
borracha comprada do exterior foi transformada em sandália).
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EXEMPLO
Art. X. Serão considerados originários para fins de aplicação de antidumping, os produtos cujo
custo de matéria-prima represente ao menos 20% do valor final do bem importado;
Parágrafo único. Não serão contabilizados no custo de fabricação para determinação de origem
a despesa relativa à matéria-prima que comprovadamente não for naturalmente encontrada ou
disponibilizada no país de fabricação.
Essa necessidade de harmonização das regras de origem é aceita por todos os países.
Há, portanto, um senso comum de que facilita o fluxo do comércio internacional quando a
definição das regras de origem a serem aplicadas por todos os países sejam as mesmas, seja
qual for a finalidade para a qual são aplicadas. De fato, o uso indevido das regras de origem
pode transformá-las em uma barreira comercial por si só, em vez de apenas atuar como um
dispositivo para apoiar um instrumento de política comercial.
No entanto, a variedade de regras de origem existentes fazem da harmonização um
exercício complexo.
Obs.: Em 1981, o Secretariado do GATT preparou uma nota sobre as regras de origem e,
em novembro de 1982, os Ministros concordaram em estudar as regras de origem
utilizadas pelas Partes Contratantes do GATT. Pouco trabalho foi feito sobre regras de
origem até o início das negociações da Rodada Uruguai. No final da década de 1980,
desenvolvimentos em três áreas importantes serviram para concentrar mais atenção
nos problemas colocados pelas regras de origem:
a) Aumento do número de acordos comerciais preferenciais;
b) Aumento do número de disputas de origem;
c) Aumento do uso de normas antidumping.
Art. 1. Para os propósitos das Partes I a IV deste Acordo, as regras de origem serão definidas como
aquelas leis, regulamentos e determinações administrativas de aplicação geral aplicadas por qualquer
Membro para determinar o país de origem das mercadorias, desde que tais regras de origem não
sejam relacionados a regimes comerciais contratuais ou autônomos que conduzam à concessão
de preferências tarifárias que vão além da aplicação do parágrafo 1º do Artigo I do GATT 1994.
A regra, portanto, deixa claro que seu escopo não é regulamentar a origem dos acordos
de preferência tarifária, mas sim, qualquer outra questão que não envolva exceção à regra da
Nação Mais Favorecida, como medidas de defesa comercial, aplicação de restrições quanti-
tativas por origem, cotas tarifárias por país etc.
Vamos então treinar esse conteúdo.
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023. (INÉDITA/2022) A respeito do Acordo sobre Regras de Origem da OMC, podemos afirmar
que cuida da harmonização de regras de origem preferenciais.
O acordo da OMC cuida da harmonização das prescrições de origem que não sejam relativas
a acordos preferenciais de comércio (art. 1º do ARO).
Errado.
O acordo da OMC determina que os membros devem buscar dizer o que confere origem e
não o que não a confere. Eventualmente, podem usar uma regra negativa para esclarecer
uma regra positiva.
Certo.
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Por exemplo, o ALI exige que os governos publiquem informações suficientes para que os
importadores saibam como e por que as licenças são concedidas. Também descreve como
os países devem notificar a OMC quando introduzem novos procedimentos de licenciamento
de importação ou alteram os procedimentos existentes. O ALI oferece orientação sobre como
os governos devem avaliar os pedidos de licenças.
Mas afinal, o que é uma Licença de Importação?
Vejamos o que diz o artigo 1º do ALI:
Art. 1. Para os fins deste Acordo, o licenciamento de importação é definido como procedimentos
administrativos utilizados para a operação de regimes de licenciamento de importação que exigem
a apresentação de um pedido ou outra documentação (que não seja a exigida para fins aduaneiros)
ao órgão administrativo competente como condição prévia para importação no território aduaneiro
do Membro importador. [grifou-se]
Portanto, toda exigência legal feita por algum órgão de fiscalização, que não tenha caráter
aduaneiro – isto é, que não seja feita pela própria RFB – será operacionalizado via Licença de
Importação, seja ela automática ou não automática.
A diferença entre Licença Automática e Não Automática é importante...
DICA
LICENCIAMENTO AUTOMÁTICO = se certas condições são
alcançadas. O acordo define ainda critérios para que o licen-
ciamento automático não restrinja o comércio. No Brasil, são
deferidas em até 10 dias e usadas para monitorar a importação
de insumos no Regime Aduaneiro Especial de Drawback.
LICENCIAMENTO NÃO AUTOMÁTICO = Os órgãos anuentes
devem normalmente em até 30 dias apreciarem o pedido, ou
em 60 dias se todos os pedidos forem considerados ao mesmo
tempo. Este é o caso mais comum no Brasil, que envolve a aná-
lise pelos órgãos anuentes na importação, que possuem até 60
dias do registro para se manifestarem. O indeferimento de uma
Licença de Importação (LI) equivale à proibição de importar,
impedindo-se o registro de uma Declaração de Importação (DI)
Além disso, os critérios para deferimento de licenças automáticas não devem implicar
em restrição ao comércio, podendo serem solicitados por qualquer pessoa que preencha os
requisitos para importar, sejam apresentados em qualquer dia útil anterior ao desembaraço
da mercadoria e sejam analisados em no máximo até 10 dias úteis19.
Por sua vez, a carga administrativa nas licenças não automáticas deve se limitar ao ab-
solutamente necessário para administrar as medidas a que se apliquem20. O prazo máximo
de análise é de 60 dias21.
19
ALI, Art. 2.2, a.
20
ALI, Art. 3.2.
21
ALI, Art. 3.5, f.
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ALI, Art. 3.5, a) Os Membros fornecerão, a pedido de qualquer Membro que tenha interesse no
comércio do produto em questão, todas as informações relevantes sobre:
I – a administração das restrições;
II – as licenças de importação concedidas em período recente;
III – a distribuição dessas licenças entre os países fornecedores;
IV – sempre que possível, estatísticas de importação (ou seja, valor e/ou volume) com relação aos
produtos sujeitos a licenciamento de importação. Não se espera que os Membros em desenvolvi-
mento assumam ônus administrativos ou financeiros adicionais por conta disso;
22
ALI, Art. 3.5, b.
23
ALI, Art. 3.5, c.
24
ALI, Art. 3.5, e.
25
ALI, Art. 3.5, g.
26
ALI, Art. 3.5, h.
27
ALI, Art. 3.5, i.
28
ALI, Art. 1.3.
29
ALI, Art. 1.7.
30
ALI, Art. 1.8.
31
ALI, Art. 1.4, a.
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027. (INÉDITA/2022) A administração de Licenças de Importação deve ser feita de forma justa
e equitativa, podendo o Brasil conceder prazo menor de análise para determinados países.
32
ALI, Art. 1.5.
33
ALI, Art. 1.6
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Centenas de propostas foram feitas e após meses de revisões se chegou ao texto final
do Acordo de Facilitação do Comércio acordado pelos membros da OMC na Conferência
Ministerial de Bali em 2013. A revisão legal foi concluída pelos membros em julho de 2014 e
em 27 de novembro de 2014, os membros adotaram um “Protocolo de Emenda” para inserir
o novo Acordo na estrutura jurídica existente da OMC. Ele estipulou que o AFC entraria em
vigor assim que dois terços (2/3) de todos os membros da OMC concluíssem seus procedi-
mentos domésticos de ratificação, o que foi alcançado em 22 de fevereiro de 2017, quando
a OMC recebeu o 110º depósito, permitindo a entrada em vigor do AFC. O Brasil, por sua vez,
ratificou o acordo somente em 2018, quando da sua internalização por meio do Decreto n.
9.326, de abril de 2018.
Este é o primeiro acordo multilateral negociado em mais de 20 anos, após a Rodada
Uruguai. Foi, portanto, uma vitória pessoal do brasileiro Roberto Azêvedo, que era Diretor-Ge-
ral da OMC à época.
O Acordo é composto de 3 seções:
Seção I – contêm as regras substantivas de facilitação comercial, que cuidam da pronta
movimentação, liberação e desembaraço de bens, incluindo bens em trânsito. Ele esclarece e
melhora os relevantes artigos V, VIII e X do GATT/1994 e estabelece regras para cooperação
aduaneira. Essa seção é que contém as disposições substanciais do AFC que veremos em
detalhes adiante.
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AFC, Art. 1.1.1. Cada Membro publicará imediatamente as seguintes informações, de maneira
não discriminatória e facilmente acessível, a fim de permitir que governos, comerciantes e outros
interessados possam conhecê-las:
a) os procedimentos para a importação, exportação e trânsito (inclusive procedimentos em portos,
aeroportos e outros pontos de entrada) e os formulários e documentos exigidos;
b) as alíquotas aplicadas de direitos e tributos de qualquer gênero incidentes sobre importações
ou exportações, ou em conexão a estas;
34
Brasil indicou na categoria B apenas os compromissos de implementação do: a) processamento do despacho de forma ante-
cipada à chegada da mercadoria no país (artigo 7.1), b) a concessão de 3 benefícios para o Operador Econômico Autorizado
(artigo 7.3); e, o processamento antecipado do Regime Aduaneiro Especial de Trânsito (artigo 11.9). De qualquer forma, o
período de transição já expirou em 31 de dezembro de 2019.
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c) as taxas e os encargos cobrados por ou para órgãos governamentais incidentes sobre importa-
ções, exportações ou trânsito, ou em conexão a estes;
d) as regras para a classificação ou a valoração de bens para fins aduaneiros;
e) as leis, regulamentos e decisões administrativas de aplicação geral relativos a regras de origem;
f) as restrições ou proibições à importação, exportação ou trânsito;
g) as disposições sobre penalidades em caso de descumprimento de formalidades para importa-
ção, exportação ou trânsito;
h) os procedimentos de recurso ou de revisão;
i) os acordos ou partes de acordos com qualquer país, ou países em matéria de importação, ex-
portação ou trânsito; e
j) os procedimentos relativos à administração de quotas tarifárias.
Exemplo desse esforço de publicação das informações pode ser encontrado na página
do Portal Único de Comércio Exterior (Pucomex)35, e no seu sistema “Classif” de identificação
das obrigações incidentes sobre a importação36.
No artigo 2º, o AFC determina que os governos deem oportunidade para formular comen-
tários, informação antes da entrada em vigor e promovam Consulta Pública prévia, ou seja,
antes de pôr em vigência sua legislação de comércio exterior:
AFC, Art. 2.1.1. Cada Membro concederá, na medida do razoável e de forma consistente com seu
direito interno e seu sistema jurídico, oportunidades e um período de tempo adequado para que os
comerciantes e outras partes interessadas formulem comentários sobre propostas de introdução
ou alteração de leis e regulamentos de aplicação geral relacionados com a circulação, liberação e
despacho aduaneiro de bens, inclusive bens em trânsito.
Veja que este compromisso se alinha com a Lei do Ambiente de Negócios37, que determina
não só a consulta pública para imposição de licenças ou autorizações como requisito para
importações/exportações, mas também a Avaliação de Impacto Regulatório.
O 3º dispositivo cuida da chamada “Solução Antecipada”, que nada mais é do que a So-
lução de Consulta da Receita Federal do Brasil:
AFC, Art. 3.1. Cada Membro emitirá, de modo razoável e em prazo pré-determinado, uma solução
antecipada para o requerente que tenha apresentado um requerimento por escrito que contenha
todas as informações necessárias. Se um Membro se recusar a emitir uma solução antecipada,
ele notificará imediatamente o requerente, por escrito, expondo os fatos pertinentes e os funda-
mentos da sua decisão.
35
Para maiores informações, visite: https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/.
36
O sistema pode ser encontrado na página https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/sumario?perfil=publico.
37
Lei n. 14.195/2019, Art. 10. Somente será admitida a imposição de licenças ou de autorizações como requisito para impor-
tações ou para exportações em razão de características das mercadorias quando tais restrições estiverem previstas em lei
ou em ato normativo editado por órgão ou por entidade competente da administração pública federal.
§ 1º As propostas de edição ou de alteração dos atos normativos a que se refere o caput deste artigo serão objeto de consulta
pública prévia e da análise de impacto regulatório de que trata a Lei n. 13.874, de 20 de setembro de 2019.
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AFC, Art. 4.1. Cada Membro assegurará que qualquer pessoa para quem a Aduana emita uma
decisão administrativa 4 tenha o direito, dentro de seu território, a:
a) uma revisão ou recurso administrativo a uma autoridade administrativa superior ou independente
da autoridade ou repartição que tenha emitido a decisão; e/ou
b) uma revisão ou recurso judicial da decisão. [grifou-se]
Obs.: Note que, pelo AFC, ainda posso manter a pena de perdimento apenas com direito
de revisão em instância única, pois a norma fala em possibilidade de revisão admi-
nistrativa, “ou” judicial, não empregando o “e” como aditivo obrigatório. No entanto,
a Convenção de Quioto Revisada (CQR), também internalizada pelo Brasil, exige grau
recursal administrativo para uma instância independente a partir de março de 2023.
AFC, Art. 6.3.2. Cada Membro assegurará que as penalidades em caso de violação de uma lei,
regulamento ou ato normativo procedimental de caráter aduaneiro sejam impostas unicamente
sobre os responsáveis pela infração em conformidade com a legislação do Membro.
Art. 6.3.3. A penalidade imposta dependerá dos fatos e circunstâncias do caso e serão compatíveis
com o grau e gravidade da infração.
38
AFC, Art. 5.2. Um Membro informará imediatamente ao transportador ou importador em caso de retenção para inspeção,
pela Aduana ou qualquer outra autoridade competente, de bens declarados para importação.
39
Veja que o artigo 6.2, I, do AFC se aproxima muito da redação do fato gerador das taxas (Art. 145, II, da CF/1988 e Art. 77 do CTN).
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Pela sua redação, a penalidade dependerá dos fatos e circunstâncias do caso e serão
compatíveis com o grau e gravidade da infração e deve ser imposta unicamente sobre os
responsáveis pela infração em conformidade com a legislação do Membro. Tal disposição
muda o paradigma da responsabilidade em matéria de penalidades aduaneiras, pois o AFC
demanda responsabilização subjetiva, enquanto o Regulamento Aduaneiro afirma que a res-
ponsabilidade independe da intenção do agente (responsabilidade objetiva).
No artigo 7º encontramos disposições sobre a Liberação e despacho aduaneiro de bens,
como o processamento antecipado (despacho sob águas)40:
AFC, Art. 7.1.1. Cada Membro adotará ou manterá procedimentos que permitam a apresentação de
documentos correspondentes à importação e outras informações necessárias, inclusive manifestos
de carga, a fim de iniciar o processamento antes da chegada dos bens, com o objetivo de agilizar
a liberação de bens quando da sua chegada.
Art. 7.1.2. Cada Membro permitirá, conforme o caso, a apresentação antecipada de documentos
em formato eletrônico para o processamento antecipado desses documentos.
40
Essa obrigação ainda não está totalmente implementada pelo Brasil, em que pese ter expirado o prazo de transição da noti-
ficação na categoria B.
41
Essa obrigação ainda não está totalmente implementada pelo Brasil, em que pese ter expirado o prazo de transição da noti-
ficação na categoria B.
42
Art. 7.3. As medidas de facilitação do comércio estabelecidas nos termos do parágrafo 7.1 incluirão pelo menos três das
seguintes medidas:
a) menor exigência de documentação e informação, conforme o caso;
b) menor índice de inspeções e exames físicos, conforme o caso;
c) tempo de liberação agilizado, conforme o caso;
d) pagamento diferido de direitos, tributos e encargos;
e) utilização de garantias globais ou garantias reduzidas;
f) uma declaração aduaneira única para todas as importações ou exportações realizadas em um determinado período; e
g) despacho aduaneiro dos bens nas instalações do operador autorizado ou em outro lugar autorizado pela Aduana.
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Na disciplina do artigo 10, por sua vez, temos regras sobre as formalidades relacionadas
à importação, exportação e trânsito, tais como documentação, aceitação de cópias, encoraja-
mento de uso de normas internacionais, o estabelecimento do “Guichê Único” (Portal Único) de
Comércio Exterior43, regras sobre Inspeção pré-embarque, Despachantes Aduaneiros, rejeição
de bens admissão temporária e procedimentos comuns de fronteira.
Por fim, há ainda regras de Liberdade de Trânsito (artigo 11)44 e Cooperação Adua-
neira (artigo 12).
Bom pessoal, essa foi uma explanação sobre o AFC, suficiente para sua prova.
“Bora” então exercitar...
O item está errado, pois o AFC é um acordo multilateral, sendo o primeiro a ser negociado e
aceito após a Rodada Uruguai. Assim, todos os membros da OMC precisam aderir. Aliás, o
acordo já está em vigor na OMC e o Brasil o internalizou em 2018.
Errado.
43
Art. 10.4.1. Os Membros envidarão esforços para estabelecer ou manter um guichê único que permita aos comerciantes
apresentar documentos e/ou informações exigidas para a importação, a exportação ou o trânsito de bens por meio de um
único ponto de entrada para as autoridades ou órgãos participantes. Após o exame dos documentos e informações por parte
das autoridades ou órgãos participantes, os resultados serão comunicados tempestivamente aos requerentes por meio do
guichê único.
44
A obrigação, na parte que envolve fiscalização antes da chegada do bem ao país, ainda não está totalmente implementada,
apesar de ter sido notificada na categoria B e já ter expirado o prazo de transição: “Art. 11.9. Os Membros permitirão e pro-
verão a apresentação e o processamento antecipados da documentação e das informações relativas aos bens em trânsito
antes da sua chegada”.
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Em matéria recursal, o AFC ainda não obriga recurso administrativo para instância independente.
O grau recursal administrativo independente é obrigatório apenas na redação da Convenção de
Quioto Revisada, que não constou de nosso edital de Comércio Internacional.
Certo.
031. (INÉDITA/2022) Podemos dizer que o Acordo sobre a Facilitação de Comércio da OMC
visa aprimorar determinadas regras do GATT, como as formalidades e encargos relacionados
à importação/exportação (art. VIII), liberdade de trânsito (art. V) e transparência (art. X).
O AFC busca justamente delinear com mais precisão os compromissos contidos nestes 3 dis-
positivos do GATT.
Certo.
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RESUMO
1) Bretton Woods (1944) logrou criar FMI e BIRD (Banco Mundial), mas OIC não saiu do papel.
2) GATT/1947 é criado como acordo provisório.
3) GATT/1947 não possui personalidade jurídica (organização “de facto”)
4) Brasil é um dos 23 signatários do GATT/1947
5) GATT/1947 é incorporado à OMC em 1995.
6) Existem dois Acordos GATT: a versão de 1947 e de 1994.
7) Houve 8 Rodadas de negociações na era do GATT/1947. A partir da 6ª Rodada (anos
60), começam os acordos para regulamentar as Barreiras Não Tarifárias.
8) Na 7ª Rodada do GATT (Tóquio) que encerra em 1979, surgem acordos plurilaterais
diversos, como ALI, TBT, Valoração Aduaneira, etc.
9) A 8ª Rodada do GATT/1947 (Uruguai) é a mais ampla rodada de negociações multila-
terais, reunindo 123 membros. Tem como resultados importantes: criação da OMC, Acordo
GATT/1994, GATS, TRIPS, Acordo de Agricultura, novo procedimento de solução de contro-
vérsias, entre muitos outros.
10) OMC não é vinculada à ONU
11) OMC possui personalidade jurídica
12) Cláusula da Nação Mais Favorecida: Evita discriminação de vantagens concedidas ao
produto importado/exportado de um país em relação ao produto similar de outros membros
vendedores/compradores.
13) Cláusula de Tratamento Nacional: Evita discriminação entre produto similar nacional
de um país e o importado por esse país.
14) Acordo TBT (Agreement on Technical Barriers to Trade) surge na Rodada Tóquio como
acordo plurilateral, esse torna multilateral na Rodada Uruguai.
15) O TBT prescreve o princípio da não discriminação para na aplicação de regulamentos
técnicos, padrões e procedimentos de avaliação de conformidade.
16) Os regulamentos não devem ser adotados ou aplicados com o objetivo, ou efeito de
criar obstáculos desnecessários ao comércio internacional.
17) Os regulamentos técnicos não devem ser mais restritivos ao comércio do que o ne-
cessário para cumprir um objetivo legítimo, considerando os riscos que o não cumprimen-
to poderia criar.
18) Regulamento Técnico é um documento que estabelece o produto, características ou
seus processos e métodos relacionados à produção, incluindo as regras administrativas, cuja
conformidade seja obrigatória.
19) O padrão (standard) é um documento aprovado por um organismo reconhecido, que
fornece, para uso comum e repetido, regras, diretrizes ou características para produtos, ou
métodos e processos relacionados à produção, cuja conformidade não seja obrigatória.
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QUESTÕES DE CONCURSO
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016. (CESPE/INMETRO/2007) O GATT, criado em 1947, foi, de um lado, uma forma contratual
possível ante seu ambiente de criação e, de outro, um arranjo temporário que serviria como
parâmetro para as décadas seguintes.
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GABARITO
1. E
2. d
3. E
4. E
5. E
6. E
7. C
8. e
9. C
10. E
11. d
12. C
13. C
14. e
15. E
16. C
17. E
18. C
19. E
20. E
21. C
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GABARITO COMENTADO
Conforme vimos neste tópico sobre a estrutura da OMC, não existe órgão algum com nome de
Conselho do Grupo Comum. A banca tentou misturar algumas palavras relativas aos órgãos do
MERCOSUL para confundir o candidato. Na OMC, basicamente, temos, por ordem de importân-
cia: Conferência Ministerial, Conselho Geral, Conselho de Bens, Serviços e PI, além de Comitês!
Errado.
a) Errada. O GATT não foi organismo internacional, mas somente um acordo. Ainda que se pu-
desse se falar numa organização “de facto”, nas questões de prova será falsa a assertiva que
defender que o GATT foi – pura e simplesmente – uma Organização Internacional (OI), pois
quando se fala que foi uma OI assume-se que tenha valor jurídico (de direito).
b) Errada. O princípio fundamental previsto no GATT é o da Não-Discriminação nas mais di-
versas formas. A ideia de equidade, gradualismo e flexibilidade são princípios do MERCOSUL,
previstos no Tratado de Assunção. Neste contexto, vale dizer que o propósito do GATT não era
aplicar preferências tarifárias (veremos adiante as exceções à NMF como o art. XXIV), mas
sim estender (multilateralizar) para todas as partes contratantes as desgravações tarifárias
que fossem concedidas.
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c) Errada. O GATT também não tinha o condão de monitorar trocas internacionais, pois o GATT
carecia de estrutura institucional para tanto (não é organização de direito, lembram?). A monito-
ração das trocas só apareceu efetivamente com a criação da OMC (com o órgão de revisão de
políticas comerciais) e um secretariado específico para a condução deste trabalho permanente.
d) Certa. A alternativa está perfeita, pois, apesar de o GATT ser colocado ao lado de outros inú-
meros acordos específicos quando da criação da OMC, ele continua tendo valor inestimável na
promoção da não discriminação, sendo ainda a pedra fundamental do sistema.
d) Errada. Além da simples desgravação tarifária, o GATT/1947 contemplou diversas ques-
tões como regulamentação de acordos sobre antidumping, subsídios, salvaguardas, regras
de origem, valoração aduaneira, etc. A Rodada Uruguai, que foi a última da era do GATT/1947
(as quais veremos a seguir), cristalizou para todos os seus membros, diversos acordos que já
existiam há anos.
Letra d.
O acordo TBT não impõe nenhum padrão. Os padrões são voluntários. O que ele determina é
que se um membro determinar sua aplicação obrigatória, eles não possam ser aplicados de
forma discriminatória entre produtos nacionais e importados.
Errado.
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A implementação do acordo TBT é pela própria OMC, seja pelo seu comitê ou pelo Órgão de
Solução de Disputas, em caso de controvérsia.
Errado.
Perfeito o item. O princípio da não discriminação de normas técnicas consta do acordo TBT,
no seu artigo 2.1. Há previsão semelhante para procedimentos de avaliação de conformidade
(art. 5.1.1) e para padrões internacionais (Anexo 3.D).
Certo.
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a) segurança nacional.
b) prevenção de práticas enganosas.
c) proteção da saúde ou segurança humana.
d) proteção do meio ambiente.
e) proteção do mercado interno contra a entrada de produtos estrangeiros.
O acordo TBT não permite a discriminação para proteger o mercado interno, pois este é exa-
tamente o propósito do acordo, manter a neutralidade nos regulamentos técnicos, de forma a
não discriminar produto importado e similar nacional.
Letra e.
Perfeito o item. O reconhecimento mútuo entre os países visa justamente acreditar a produção
e testes no parceiro estrangeiro, de modo a reduzir a burocracia a facilitar o reconhecimento
das avaliações de conformidade
Certo.
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Questão muito boa também. Caso o membro da OMC adote um padrão internacionalmente
aceito, este é uma referência internacional de boas práticas, que não cria obstáculos desne-
cessários ao comércio.
Letra d.
O “neo” protecionismo é justamente aquele feito por meio de barreiras não tarifárias (BNTs),
sendo as barreiras técnicas um exemplo.
Certo.
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a) Errada. A única possibilidade deste item estar errada é a ESAF ter considerado o termo “uni-
formizar” no sentido de “padronizar”, “igualar”, enquanto o acordo fala apenas em “harmonizar”,
isto é, não tornar conflitante, “reconciliar”.
b) Errada. A conferência ministerial em conjunto com a OMA é que irão conduzir esse trabalho.
O Comitê Técnico de Regras de Origem é vinculado à OMA, sendo, inclusive, presidido pelo
secretariado da OMA.
c) Errada. O Acordo não harmoniza regras preferenciais, mas somente as não preferenciais.
d) Errada. A supervisão é pelo Comitê Técnico vinculado à OMA e não pelo Comitê de Regras
de Origem da OMC.
e) Certa. Dar transparência e previsibilidade para que as regras não representam obstáculos
desnecessários faz parte do objetivo do acordo.
Letra e.
016. (CESPE/INMETRO/2007) O GATT, criado em 1947, foi, de um lado, uma forma contratual
possível ante seu ambiente de criação e, de outro, um arranjo temporário que serviria como
parâmetro para as décadas seguintes.
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Diante da falta de consenso entre as partes contratantes de Bretton Woods para se criar uma
Organização voltada ao Comércio Internacional, o GATT foi a saída encontrada para se regu-
lamentar as trocas comerciais provisoriamente. O provisório durou quase 50 anos, e acabou
ainda sendo encampada pela OMC em 1995.
Certo.
O GATT foi (e é) tão importante que continua vigente após a criação da OMC. Convivem, inclu-
sive, duas versões: o GATT/1947 e o GATT/1994.
Errado.
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A modificação institucional foi o principal avanço com a criação da OMC em 1995, pois a OIC
que seria criada pela Carta de Havana não logrou êxito em 1944, quando da reunião de Bretton
Woods, restando apenas o GATT como instrumento durante essas décadas.
Errado.
Foi exatamente isso que ocorreu. Todavia, lembre-se que o GATT não é organização internacional.
Certo.
Thális Andrade
Advogado inscrito na OAB/SC, mestre em Direito Internacional e Econômico pela Universidade de Berna
(2014), mestre em Direito Internacional pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009), especialista
em Comércio Internacional pela Universidade de Buenos Aires (2007), especialista em Comércio Exterior
e Direito Aduaneiro pela UNIVALI (2008). Desde 2008 é servidor público federal integrante da carreira
de Analista de Comércio Exterior (ACE) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Professor de Comércio Internacional e Legislação Aduaneira em cursos de pós-graduação pelo Brasil e
em cursos preparatórios para as carreiras da RFB. Autor de livros e artigos sobre comércio internacional e
legislação aduaneira.
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