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contrato internacional de comercialização

Importância do Contrato no Comércio

A elaboração de um contrato nas relações comerciais estabelece direitos e obrigações


para as partes contratantes. Um contrato adequadamente firmado, traz direitos e
obrigações de forma equilibrada a ambas as partes, traz segurança jurídica e conforto
aos seus parceiros
O contrato faz com que a relação comercial, mesmo em caso de rescisão contratual, se
paute pelo respeito e tranquilidade, uma vez que nele estejam devidamente esclarecidas
todas as regras necessárias previstas e aceites por ambas. O contrato é sinónimo de
transparência, paz e segurança. É uma ferramenta de prevenção de litígios.

Função Social do Contrato

Firmado o conceito do que seja um contrato; focado a sua incontestável importância nas
relações comerciais, é necessária uma abordagem mais eloquente acerca do que seja sua
função social, em que muitos doutrinadores a identificam como um princípio jurídico
social.
A função social de contrato é desvendada na medida em que os interesses privados e a
liberdade de contratar colidem com a necessidade de atuação do Estado na proteção de
Direitos sociais, resultado da constitucionalização de Direitos fundamentais, a qual se
toma como exemplo a função social da propriedade, esta última, a qual serviu de
parâmetro para a idealização da função social dos contratos

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O CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL DE
MERCADORIAS

A compra e venda é o contrato usual da vida diária dos operadores económicos; é,


igualmente, o negócio jurídico por excelência, típico do direito comercial,
consubstanciando o próprio comércio internacional. É o contrato internacional
considerado o mais antigo e o mais importante por sua função económica, que consiste
em trocar bens por preço. A propósito, 95 % das operações transnacionais são
realizados a partir deste tipo de contratação. De tal forma, que este contrato constitui o
protótipo dos atos de comércio, já que nenhum outro expressa com tanto rigor a função
peculiar do tráfico mercantil como atividade mediadora direcionada a facilitar a
circulação de bens.
A importância deste contrato reveste-se na regulamentação dos direitos e obrigações de
ambas as partes contratantes e no que diz respeito as normalidades que compõe o seu
próprio corpo. E, por normalidades do contrato de compra e venda internacional de
mercadorias, com critérios comummente reconhecidos e aceites como norma comercial.
Esta norma é constituída por meio da unificação sistemática de práticas e costumes
adotados pelos operadores do comércio internacional, o contrato de compra e venda
internacional de mercadorias constitui o verdadeiro denominador comum entre o
vendedor (exportador) e o comprador (importador).
A legislação em matéria de compra e venda internacional de mercadorias encontra-se
regulada na convenção de Viena de 1980. 3.1.1. A Convenção de Viena de 1980
Elaborada na base de igualdade e das vantagens mútuas, a Convenção de Viena de
1980, em inglês Convention on Contract for International Sale of Goods, CISG em
sigla, é um dos principais instrumentos de harmonização do comércio internacional e é
um importante elemento na promoção de relações amistosas entre os estados
A CISG determina entre outras funções, os direitos e obrigações do vendedor e do
comprador (Art. 4º), bem como estabelece medidas em caso de perdas e danos (Art. 74º)
ou violação contratual e outras formas de incumprimento. A convenção de Viena é
aplicada quando ambas as partes contratantes tenham estabelecimento em Estado
diferentes (Art.1º); e só se aplica aos contratos de compra e venda de mercadorias
(Art.3º), ficando, portanto, excluídas mercadorias compradas para uso pessoal, familiar
ou doméstico, por leilão, barcos, aeronaves, eletricidade (Art. 2º)
A convenção de Viena tem trazido benefícios às relações comerciais internacionais,
estimulando o desenvolvimento de novos negócios por meio de transparência,
segurança e previsibilidade da legislação que tem sustentado os contratos de compra e
venda internacionais de mercadorias de empresas internacionais.

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Natureza Jurídica do Contrato de Compra e Venda

Devido ao facto de ser estabelecido a partir da vontade e consentimento mútuo entre as


partes envolvidas, característica, aliás, comum a todos os contratos Bilateral Uma vez
realizado o acordo, surgem direitos e obrigações para ambos os contratantes. Para o
exportador, a obrigação de transferir a propriedade do objeto negociado ao importador,
e para este a obrigatoriedade de pagar pelo mesmo.

Desde 1 de outubro de 2021 que são aplicáveis as disposições da Convenção de Viena


(CISG)
A Convenção das Nações Unidas sobre contratos de compra e venda internacional de
mercadorias – também conhecida por Convenção de Viena ou por Convenção CISG é
um importante instrumento de direito do comércio internacional, aprovado em abril de
1980 e que entrou em vigor na ordem jurídica internacional em 1 de janeiro de 1988.
Portugal depositou os instrumentos de adesão a esta Convenção sobre contratos de
compra e venda internacional de mercadorias e, em consequência, as disposições da
CISG entraram em vigor em 1 de outubro de 2021.
A Convenção CISG tem em vista conseguir um regime jurídico unificado, aplicável ao
comércio internacional, capaz de garantir certeza jurídica, reduzir custos e, assim,
facilitar o incremento da transação comercial internacional de bens e produtos.
A CISG estabelece um código abrangente de regras legais que regem a formação de
contratos para a venda internacional de mercadorias, as obrigações do comprador e do
vendedor, soluções para quebra de contrato e outros aspetos do contrato. Fornece uma
estrutura uniforme e equitativa e moderna para o contrato de venda.
No espaço da União Europeia, e sobre matéria respeitante à competência de tribunais
dos estados-membros em matéria civil e comercial, vigora o Regulamento (UE) nº
1215/2012, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2012.
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As regras da CISG são diferentes das regras que se aplicam às vendas efetuadas apenas
no âmbito do direito nacional. Para se entender os direitos e obrigações decorrentes da
venda de mercadorias, é fundamental conhecer as regras da CISG.
A Convenção das Nações Unidas para a venda Internacional de Mercadorias (CISG), é
um tratado que oferece uma lei internacional uniforme de venda de bens que, já foi
ratificada por 85 países, ou seja três quartos de todo o comércio mundial.

Organização Mundial do Comércio

O comércio internacional segue acordos bilaterais ou regras negociadas em órgãos


internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e blocos regionais,
como o Mercosul e a União Europeia.
A OMC é a única organização internacional que lida com as regras do comércio,
entendida como um fórum de negociação multilateral para a redução de barreiras
aduaneiras e não-aduaneiras ao comércio internacional e, simultaneamente, como um
mecanismo de resolução dos diferendos comerciais entre os países membros. Conta
atualmente com 164 membros, responsáveis por mais de 95% do comércio mundial.
A OMC tem como grande objetivo a liberalização progressiva do comércio
internacional, tornando-o mais transparente e previsível, mais competitivo, não
discriminatório e mais favorável aos países menos desenvolvidos.
A sua atuação é norteada por dois princípios basilares: o da Nação Mais Favorecida e o
do Tratamento Nacional. O primeiro obriga a que qualquer parte estenda às demais as
condições mais vantajosas que tenha atribuído a um dos membros da OMC. O segundo
obriga a um tratamento dos produtos importados equivalente aos produtos nacionais,
após a entrada num dado país.

A OMC encontra-se firmada num vasto conjunto de acordos, anexos, decisões e


entendimentos sobre o comércio internacional e matérias conexas, que se reúnem em 6
partes principais:
- o acordo chapéu que estabeleceu a própria organização;
- os acordos relativos ao comércio de mercadorias (GATT);
- o acordo relativo ao comércio de serviços (GATS);
- aos aspetos dos direitos de propriedade intelectual relacionados com o comércio
(TRIPS);
- um mecanismo de exame das políticas comerciais;
- um sistema de resolução de litígios de carácter vinculativo para os seus países
membros, com antecipação de problemas (estes riscos podem ser: atrasos no pagamento ou do
não pagamento pelo importador (Comprador), pelo bem ou serviço adquirido; falha na entrega

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(embarque) ou da não entrega (não embarque) do bem ou serviço negociado ou receção pelo importador
(comprador) de mercadoria com defeito.

Para além destes acordos multilaterais, coexistem 3 acordos plurilaterais: o Acordo


sobre o Comércio de Aeronaves Civis; o Acordo sobre Contratos Públicos (GPA –
Government Procurement Agreement); o Acordo sobre Tecnologias de Informação
(ITA – Information Technology Agreement).
A OMC tem como órgão de cúpula a Conferência Ministerial (CM), composta por
representantes de todos os países membros, que reúne, pelo menos, de dois em dois
anos. Entre as CM, o órgão máximo da organização é o Conselho Geral, que reúne
regularmente, integrando representantes de todos os membros. Sob a sua orientação
foram criados os Conselhos de Mercadorias, de Serviços e de Direitos de Propriedade
Intelectual, que têm por missão supervisionar o funcionamento do GATT, do GATS e
do TRIPS, respetivamente.

A nossa escolha para país de exportação foram os Países Baixos, para venda dos nossos
produtos: chinelos de pano tradicionais, a elaboração de um contrato de compra e
venda não se aplicaria neste caso por ser prevista uma pequena transação comercial
esporádica, contudo pesquisámos o processo necessário para uma hipótese de venda
de grandes volumes com uma periodicidade que justificasse um contrato de compra e
venda.
No caso de necessidade contratual adicionaríamos ao contrato de “cláusulas
contratuais gerais”, que em caso de conflito : "TODAS AS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES OU
RELACIONADAS AO PRESENTE CONTRATO SERÃO FINALMENTE RESOLVIDAS SOB AS REGRAS DE
ARBITRAGEM DA CÂMARA DE COMÉRCIO INTERNACIONAL POR UM OU MAIS ÁRBITROS NOMEADOS DE
ACORDO COM AS REFERIDAS REGRAS…"

Além do contrato de compra e venda internacional pesquisamos igualmente a título


complementar o contrato de transporte, um documento de expedição, neste caso de
uma carta de porte aérea (AWB). A carta de porte aérea é um contrato entre o
expedidor e a transportadora. Fornece informações de relevo para o expedidor e serve
também para acompanhar a expedição. Contém códigos de barras para identificar a
expedição por via eletrónica.

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