O documento discute a importância dos contratos no comércio internacional, definindo direitos e obrigações das partes envolvidas e promovendo segurança jurídica. Também aborda a função social dos contratos de equilibrar interesses privados e proteção de direitos, e descreve a Convenção de Viena de 1980 que regulamenta contratos de compra e venda internacional de mercadorias.
O documento discute a importância dos contratos no comércio internacional, definindo direitos e obrigações das partes envolvidas e promovendo segurança jurídica. Também aborda a função social dos contratos de equilibrar interesses privados e proteção de direitos, e descreve a Convenção de Viena de 1980 que regulamenta contratos de compra e venda internacional de mercadorias.
O documento discute a importância dos contratos no comércio internacional, definindo direitos e obrigações das partes envolvidas e promovendo segurança jurídica. Também aborda a função social dos contratos de equilibrar interesses privados e proteção de direitos, e descreve a Convenção de Viena de 1980 que regulamenta contratos de compra e venda internacional de mercadorias.
A elaboração de um contrato nas relações comerciais estabelece direitos e obrigações
para as partes contratantes. Um contrato adequadamente firmado, traz direitos e obrigações de forma equilibrada a ambas as partes, traz segurança jurídica e conforto aos seus parceiros O contrato faz com que a relação comercial, mesmo em caso de rescisão contratual, se paute pelo respeito e tranquilidade, uma vez que nele estejam devidamente esclarecidas todas as regras necessárias previstas e aceites por ambas. O contrato é sinónimo de transparência, paz e segurança. É uma ferramenta de prevenção de litígios.
Função Social do Contrato
Firmado o conceito do que seja um contrato; focado a sua incontestável importância nas relações comerciais, é necessária uma abordagem mais eloquente acerca do que seja sua função social, em que muitos doutrinadores a identificam como um princípio jurídico social. A função social de contrato é desvendada na medida em que os interesses privados e a liberdade de contratar colidem com a necessidade de atuação do Estado na proteção de Direitos sociais, resultado da constitucionalização de Direitos fundamentais, a qual se toma como exemplo a função social da propriedade, esta última, a qual serviu de parâmetro para a idealização da função social dos contratos
O CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL DE
MERCADORIAS Generalidades A compra e venda é o contrato usual da vida diária dos operadores económicos; é, igualmente, o negócio jurídico por excelência, típico do direito comercial, consubstanciando o próprio comércio internacional. É o contrato internacional considerado o mais antigo e o mais importante por sua função económica, que consiste em trocar bens por preço. A propósito, 95 % das operações transnacionais são realizados a partir deste tipo de contratação. De tal forma, que este contrato constitui o protótipo dos atos de comércio, já que nenhum outro expressa com tanto rigor a função peculiar do tráfico mercantil como atividade mediadora direcionada a facilitar a circulação de bens. A importância deste contrato reveste-se na regulamentação dos direitos e obrigações de ambas as partes contratantes e no que diz respeito as normalidades que compõe o seu próprio corpo. E, por normalidades do contrato de compra e venda internacional de mercadorias, com critérios comummente reconhecidos e aceites como norma comercial. Esta norma é constituída por meio da unificação sistemática de práticas e costumes adotados pelos operadores do comércio internacional, o contrato de compra e venda internacional de mercadorias constitui o verdadeiro denominador comum entre o vendedor (exportador) e o comprador (importador). Cumpre realçar que a legislação em matéria de compra e venda internacional de mercadorias encontra-se regulada na convenção de Viena de 1980. 3.1.1 Breve Resenha Descritiva sobre a Convenção de Viena de 1980 Elaborada na base de igualdade e das vantagens mútuas, a Convenção de Viena de 1980, em inglês Convention on Contract for International Sale of Goods, CISG em sigla, é um dos principais instrumentos de harmonização do comércio internacional e é um importante elemento na promoção de relações amistosas entre os estados
A CISG determina entre outras funções, os direitos e obrigações do vendedor e do
comprador (Art. 4º), bem como estabelece medidas em caso de perdas e danos (Art. 74º) ou violação contratual e outras formas de incumprimento. A convenção de Viena é aplicada quando ambas as partes contratantes tenham estabelecimento em Estado diferentes (Art.1º); e só se aplica aos contratos de compra e venda de mercadorias (Art.3º), ficando, portanto, excluídas mercadorias compradas para uso pessoal, familiar ou doméstico, por leilão, barcos, aeronaves, eletricidade (Art. 2º) A convenção de Viena tem trazido benefícios às relações comerciais internacionais, estimulando o desenvolvimento de novos negócios por meio de transparência, segurança e previsibilidade da legislação que tem sustentado os contratos de compra e venda internacionais de mercadorias de empresas internacionais. O Conceito do Contrato de Compra e Venda é bem verdade que não existe uma definição concisa e uniforme sobre o presente instrumento contratual por conter diversidades de ordenamentos jurídicos, como assevera
Natureza Jurídica do Contrato de Compra e Venda
Devido ao facto de ser estabelecido a partir da vontade e consentimento mútuo entre as partes envolvidas, característica, aliás, comum a todos os contratos Bilateral Uma vez realizado o acordo, surgem direitos e obrigações para ambos os contratantes. Para o exportador, a obrigação de transferir a propriedade do objeto negociado ao importador, e para este a obrigatoriedade de pagar pelo mesmo. Desde 1 de outubro de 2021 que são aplicáveis as disposições da Convenção de Viena (CISG) A Convenção das Nações Unidas sobre contratos de compra e venda internacional de mercadorias – também conhecida por Convenção de Viena ou por Convenção CISG (United Nations Convention on Contracts for the International Sale of Goods) – é um importante instrumento de direito do comércio internacional, aprovado em abril de 1980 e que entrou em vigor na ordem jurídica internacional em 1 de janeiro de 1988. Portugal depositou os instrumentos de adesão a esta Convenção sobre contratos de compra e venda internacional de mercadorias e, em consequência, as disposições da CISG entraram em vigor em 1 de outubro de 2021. A Convenção CISG tem em vista conseguir um regime jurídico unificado, aplicável ao comércio internacional, capaz de garantir certeza jurídica, reduzir custos e, assim, facilitar o incremento da transação comercial internacional de bens e produtos. A CISG estabelece um código abrangente de regras legais que regem a formação de contratos para a venda internacional de mercadorias, as obrigações do comprador e do vendedor, soluções para quebra de contrato e outros aspetos do contrato. Fornece uma estrutura uniforme e equitativa e moderna para o contrato de venda. Recorde-se, a propósito, que no espaço da União Europeia, e sobre matéria respeitante à competência de tribunais dos estados-membros em matéria civil e comercial, vigora o Regulamento (UE) nº 1215/2012, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2012. Sublinhe-se, por fim, que as regras da CISG são diferentes das regras que se aplicam às vendas efetuadas apenas no âmbito do direito nacional. Para se entender os direitos e obrigações decorrentes da venda de mercadorias, é fundamental conhecer as regras da CISG. A Convenção das Nações Unidas para a venda Internacional de Mercadorias (CISG), é um tratado que oferece uma lei internacional uniforme de venda de bens que, já foi ratificada por 85 países, ou seja três quartos de todo o comércio mundial.
Organização Mundial do Comércio
O comércio internacional segue acordos bilaterais ou regras negociadas em órgãos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e blocos regionais, como o Mercosul e a União Europeia. A OMC é a única organização internacional que lida com as regras do comércio, entendida como um fórum de negociação multilateral para a redução de barreiras aduaneiras e não-aduaneiras ao comércio internacional e, simultaneamente, como um mecanismo de resolução dos diferendos comerciais entre os países membros. Conta atualmente com 164 membros, responsáveis por mais de 95% do comércio mundial. A OMC tem como grande objetivo a liberalização progressiva do comércio internacional, tornando-o mais transparente e previsível, mais competitivo, não discriminatório e mais favorável aos países menos desenvolvidos. A sua atuação é norteada por dois princípios basilares: o da Nação Mais Favorecida e o do Tratamento Nacional. O primeiro obriga a que qualquer parte estenda às demais as condições mais vantajosas que tenha atribuído a um dos membros da OMC. O segundo obriga a um tratamento dos produtos importados equivalente aos produtos nacionais, após a entrada num dado país.
A OMC encontra-se firmada num vasto conjunto de acordos, anexos, decisões e
entendimentos sobre o comércio internacional e matérias conexas, que se reúnem em 6 partes principais: (i) o acordo chapéu que estabeleceu a própria organização; (ii) os acordos relativos ao comércio de mercadorias (GATT); (iii) o acordo relativo ao comércio de serviços (GATS); (iv) aos aspetos dos direitos de propriedade intelectual relacionados com o comércio (TRIPS); (v) um mecanismo de exame das políticas comerciais; (vi) um sistema de resolução de litígios de carácter vinculativo para os seus países membros. Para além destes acordos multilaterais, coexistem 3 acordos plurilaterais: o Acordo sobre o Comércio de Aeronaves Civis; o Acordo sobre Contratos Públicos (GPA – Government Procurement Agreement); o Acordo sobre Tecnologias de Informação (ITA – Information Technology Agreement). A OMC tem como órgão de cúpula a Conferência Ministerial (CM), composta por representantes de todos os países membros, que reúne, pelo menos, de dois em dois anos. Até à data realizaram-se doze Conferências Ministeriais (CM) – Singapura (1996), Genebra (1998), Seattle (1999), Doha (2001), Cancun (2003), Hong Kong (2005), Genebra (2009), Genebra (2011), Bali (2013), Nairobi (2015), Buenos Aires (2017) e Genebra (2022). Entre as CM, o órgão máximo da organização é o Conselho Geral, que reúne regularmente, integrando representantes de todos os membros. Sob a sua orientação foram criados os Conselhos de Mercadorias, de Serviços e de Direitos de Propriedade Intelectual, que têm por missão supervisionar o funcionamento do GATT, do GATS e do TRIPS, respetivamente.