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O presente trabalho de pesquisa tem como tema: Direito dos Tratados internacional.
Tratado é um acordo celebrado entre membros da sociedade internacional que tem por objecto a
produção de efeitos de Direito. Nesta definição compreende-se, portanto, em princípios, todos
acordos celebrados entre membros da sociedade internacional. Na prática, porem, só funciona
como fontes de Direito Internacional acordos celebrados entre Estados e organizações
internacionais entre organizações internacionais, entre a Igreja Católica e Estados, entre Estados
e certas entidades com carácter transitório como os insurgentes e insurrectos, movimentos
nacionais.
A convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1926, codificou as regras pertinentes da
matéria dos tratados, no artig. 2°, n°1 alínea a) a seguinte redacção: “a expressão tratada designa
um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e rígido pelo Direito Internacional,
que esteja consignado num único instrumento, quer em dois ou vários documentos conexos,
qualquer que seja a sua denominação particular”
Em relação a este conceito formulado pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,
evidencia-se duas restrições: por um lado, o conceito estabelecido apenas abrange os tratados
celebrados entre Estados, por outros lados, só incluem os tratados celebrados por forma escrita.
Todavia, como decorre da formulação dessa norma a definição nela contida apenas visa
estabelecer a que tratado em que se insere é aplicado. Por isso mesmo cuida de ressalvar a
validade dos tratados celebrados entre outros membros da sociedade internacional,
independentemente de revestirem a forma escrita, estabelecendo no artigo 18° da Constituição da
República de Moçambique “O facto de a presente convenção não se aplicar nem aos acordos
internacionais concluídos entre Estados e outros sujeitos de Direito Internacional ou entre estes
outros sujeitos de Direito Internacional, nem aos acordos internacionais em forma não escrita na
afecta: a) o valor jurídico de tais acordos, b) a aplicação a estes acordos de todas as regras
enunciadas na presente convenção as quais estariam submetidas independentemente dela, c) a
aplicação da convenção as relações dos Estados entre si em virtude de acordos internacionais em
que foram parte outros sujeitos de Direito Internacional ”
1.1 Classificação
Ao tratados são susceptíveis de numerosas classificações algumas das quais, embora contestada
por parte da doutrina, é a que distingue entre tratados normativos (tratados leis, ou tratados acto-
regras) e tratados contratos (tratados actos subjectivos ou negócios jurídicos internacionais).
Tratados normativos – são acordos que tem por objecto definir regras de Direito valida
objectivamente, isto é, uma norma susceptível de aplicação a uma generalidade de casos – todos
os que couberem na sua provisão.
Tratados – contratos – são acordos por meio dos quais se realiza uma operação jurídica concreta,
esgotando-se imediatamente os seus efeitos . são contratos, que reseolvem numa troca de
utilidade e prestações nos quais as declarações de vontade das partes tem conteúdo diverso e
convergente.
*Tratados-contratos
Tratados multilaterais
Tratados abertos – são os que impõem limitações aos membros da sociedade internacional que
por eles se pretendem obrigar.
Tratados fechados – são os que so admitem a vincular-se por eles nos termos que nos próprios
tratados se estabelecem.
Terminologia – como sinonimo de tratados que é a designação mais geral, usa-se com muita
frequência o termo convecao que é o que consta do art. 38º , dos tratados do tribunal Permanente
de justiça internacional e do tribunal Internacional de Justica.
Declaracao- acto pelo qual dois ou mais Estados, proclamam, individualmente o seu acordo a
cerca de certas questões interresando simultaneamente as respectivas politicas, externas e
definem a seu respeito uma linha de conduta comum.
Modo vivendi- acordo geral de caracter temporário ou provisório quase sempre a forma de notas.
Trocas de notas- processo de celebração de acordo internacional que consiste em representantes
de dois ou mais Estados se enviarem reciprocamente notas diplomáticas de que consta a vontade
dos respectivo Estados a cerca de certas matérias objecto de negociações entre eles.
Notas reversais- são notas trocadas para completar ou esclarecer o sentido das disposições de um
tratado , no próprio momento da sua conclusão , a fim de ressalvar usos, direitos ou
compromissos anteriores.
Compromisso- acordo pelo qual dois ou mais Estados se obrigam a recorrer a arbitragem ou a
solução judicial para resolver certos diferendos já verificados , ou que se prevê venha a verificar-
se.
Acto geral ou acto final ou acta geral ou final- acordo concluído entre vários Estados no termo de
uma conferencia ou congresso.
Órgão de celebração dos tratados- os órgãos competentes para a celebração dos tratados são
determinados pelo o direito interno dos membros da sociedade internacional a que a ordem
jurídica internacional atribui a faculdade de intervir na forma das normas convencionais. Nos
Estados, essa competência pertence normalmente aos respectivos Chefes do Estado, estando
porem, quase sempre o seu exercício condicionado pela previa aprovação do tratado por um
órgão politico, em geral , o parlamento ou Assembleia Legislativa.
Adesao- é um acto jurídico pelo qual o estado que não assinou se declara pelas suas disposições.
Tipos de adesão:
É livre quando depende apenas da vontade dos estados que a queira utilizar e é condicionada
quando depende de certas condições estabelecidas na clausula de adesão.
Rubrica do texto dos tratados- equivale assinatura quando os estados negociadores assim o haja
convencionado
Assinatura deferida- é um mecanismo que permite dar tempo aos pleniponteciarios para receber
instruções dos seus governos.
Assinatura ad referêndum- é aquela que exige a confirmação posterior dos estados e poderá
obrigar estes quando seja confirmado, se assim for convencionado.
Interpretação dos tratados- a interpretação dos tratados tem como fim o esclarecimento da
vontade dos contraentes, isto é, a determinação do conteúdo do acordo.
- quando sentido do tratado esclarecido por decisão do tribunal internacional judicial ou arbitral.
No primeiro caso esta-se perante uma forma de interpretação semelhante a interpretação por via
legislativa do direito interno( designado de interpretação autentica) é obrigatória para as partes a
que o tratado seja aplicável.
No segundo caso, encontra-nos perante a interpretação jurisprudencial para as partes nos litígios
em que os tratados sejam aplicados, na medida em que estas tenham aceite a jurisprudência do
tribunal.
Interpretação unilateral- não é obrigatória senão na ordem interna dos estados de que são os
órgãos interpretes.
Interpretação internacional- impõem se dentro dos limites em que os órgãos que a produzem
disponha de faculdade interpretativas, como sucede no quadro das organizações supranacionais .
Tecnica de interpretação
Interpretação literal ou gramatical –esta técnica implica de modo geral não conduzir a resultados
absurdos; não devem admitir-se efeitos implícitos; que esta assegurada a função que as partes
queiram atribuir ao acordo, isto é, esta garantida a realização do seu fim. Pretende-se com esta
técnica determinar qual a verdadeira intenção comum das partes, isto é,analisando cada
disposição não isoladamente mais integrada no contexto.
Interpretação pelo elemento sistemático- é uma interpretação apos verificada a insuficiência dos
elementos obtidos na interpretação literal e no exame do contexto, a jurisprudência em alguns
casos tem recorrido a analise dos princípios gerais informadores do regime jurídico comum das
matérias a que respeita o tratado.
Interpretação pelo elemento histórico- a jurisprudência e a doutrina considera esta técnica como
meramente auxiliar, assim como na convecao de Viena sobre os Direitos dos tratados admite o
recurso ao elemento histórico apenas como meio complementar da interpretação.
As reservas ao tratado
As reservas ao tratado – a convecao de Viena sobre os Direitos dos tratados no seu artigo 2
alinea d) define a reserva” como uma declaração unilateral qualquer que seja o seu conteúdo ou a
sua designação, feita por um Estado quando assim, ratifica, aceita ou aprova um tratado ou a ele
ader, pela qual visa excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado na sua
aplicação a este Estado.ou a ele ader, pela qual visa excluir ou modificar o efeito jurídico de
certas disposições do tratado na sua aplicação a este Estado.
Segundo Clarle Rousseau define em termos mais amplos como “como uma declaração feita por
um Estado quando assina, ratifica, aceita ou aprova um tratado ou a sua designação, feita por um
Estado parte de um tratado indicando que este estado decide excluir uma disposição do tratado,
modificar o seu alcance ou atribuir-lhe um sentido determinado.
De forma- as reservas devem ser apresentadas por escrito pelos órgãos competentes para
vincularem os estados na esfera internacional.
De fundo- as reservas devem ser aceita pelas outras partes dos tratado.
Reserva à assinatura- ela é feita por ocasião da assinatura do tratado e que, sendo conhecida das
outras partes no momento em que o tratado é concluído, tem a vantagem de ser conhecida
oportunamente. Mas ela pode aceitar complicações quando se combina com o sistema de
assinatura diferida.
Reserva a adesão – nesta fase se verifica num momento em que o tratado já se tornou definitivo
entre os contraentes.
Ė matéria regulada fundamentalmente pelo o artigo 102 da Carta das Nacoes Unidas que
fazimpender sobre todos os Estados membros da Organizacao o dever jurídico de registarem os
tratados e Acordos internacionais que venham a concluir.
1. “ Todos os tratados e todos os acordos internacionais concluídos por qualquer membro das
Nacoes Unidas depois de entrada em vigor da presente carta deverão, dentro do mais breve
prazo possível, ser registado e publicado pelo Secretariado.
2. Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não tenha sido registado em
conformidade comas disposições do nr: 1 deste artigo poderá invocar tal tratado ou acordo
perante qualquer órgão das Nacoes Unidas”
O tratado esta apto a sua vigência quando se torna perfeito entre os Estados pela forma que haja
ssido convicionado: ou seja com atroca ou deposito das ratificações, a adesão ou assinatura
deferida. Na genarlidade dos casos, as partes acordam entre si o momento do inicio da vigência
do tratado. No caso de não ter determinado a esse nada esse respeito, aplicam se regras
supretivas que estão previstas nos nr: ) 02 e 03 do Artigo 24 da Convicao de Viena sobre os
Direitos dos tratados.
Os tratados internacionais cessam a sua vigência uma das seguintes possíveis o acordo das
partes, a decisão unilateral, supreveniensa de certos acontecimentos a guerra, caducidade ruptura
das relações diplomáticas e consulares.
O acordo das partes- a sensao da vigência dos tratados internacionais por acordo de vontade
entre as partes podem verificar-se por três formas:
a) Quando todas partes acordam na sensao da sua vigência- conforme previsto no artigo 54
alinea b) da CV;
Este principio implica fazer extinguir a sua forca obrigatória de um tratado. É a cessão da
vigência do tratados por este processo denomina-se de revogação e pode ser expressa ou tacita,
total(abrogação) ou parcial (derrogação)
Em fase dos princípios so a denuncia regulamentada deve considerar-se licita. É nos termos da
CV exige se que a denuncia seja feita ou comunicada com a antecidencia mínima de doze meses.
Renuncia- consiste em uma das partes num tratado declarar não desejar continuar a beneficiar
das vantagens que-lhe resulta no mesmo acordo e pode ser expressa ou tacita.
Renuncia expressa- resulta de um acto jurídica forma, o qual reveste normalmente a forma de
declaração unilateral.
Renuncia tacita- verifica-se quando uma das partes num tratado deixa de exercer os Direitos que
der emergem.
Superveniência de certos acontecimentos- clausura rebos sis stantibus – esta previsto no artigo
62 da CV implica a verificação modificação substancia da condições vigentes no momento em
que um tratado foi celebrado
Invalidade dos tratados- nos termos da Convencao de Viena sobre o Direito dos Tratados , o
desrespeito pela s condições de validade do tratado é sancionado com a nulidade, estabelecendo
as causas que a determinam nos artigos 46 a 53, na cessao II parte V e ainda o artigo 64º, os
artigos 46 a 53 são consideradas nulidades originarias e o artigo 64º é nulidade superveniente.
Para se considerar que um tratado é nulo deve-se ser notória e o 46º n.: 2 refere que deve
entender-se por violação notória.
Porque admitir-se que a violação de uma norma interna possa geral nulidade do tratado, esta –se
afastar a regra geral que determina a irrelevância das disposições internas como justificativas do
incumprimento do tratado, regra essa que encontra consagrado no artigo 27º da Covecao de
Viena sobre o Direito dos tratados . No entanto essa mesma disposição ressalva o disposto no
artigo 46º .7410
Por seu lado, o artigo 47º reporta a situação em que participa nas negociações de um tratado um
plenipotenciário que originalmente detinha poderes para vincular o Estado, mas que vem a faze-
los depois desses poderes terem ficado sujeito a uma restrição especial, e sem respeitar essa
restrição.
Erro- ele surge quando se refere ao facto ou situação que o Estado julga existir na época em que
o tratado for concluído base essencial da expressão da sua vontade e de se obrigar pelo tratado,
artigo 48º .Tera de se tratar de um erro na formação da vontade essencial.
Dolo- acontece quando o estado for induzido a conclusão do tratado mediante conduta
fraudulenta de outro ou outros Estados negociadores artigo 49º.
Corrupção sobre o representante do Estado- trata-se de corrupção direta ou indireta por outro ou
outros Estados negociadores. No estado poderá invocar essa corrupção para fundamental a
declaração de nulidade artigo 50º .
Coacao sobre o representante do estado ou sobre o próprio estado- é causa de nulidade para
viciar o consentimento dos estados, esta previsto no artigo 51º e também a coação dirigida ao
próprio Estado através de ameaca ou emprego da forca, contra o próprio estado como violação
dos princípios de Direito internacional constante da Carta das Nacoes Unidas, artigo 52º.