Você está na página 1de 5

DIREITO INTERNACIONAL

Direito dos Tratados


Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DIREITO DOS TRATADOS

Esta aula será dedicada a uma das fontes mais utilizadas no Brasil: a dos tratados ou
convenções internacionais. Esse sub-ramo do direito internacional público foi considerado
tão importante que se estabeleceu a Convenção de Viena em 1969, sendo reconhecida
enquanto a “bíblia do direito dos tratados”, uma vez que nela estão previstos desde o con-
ceito inicial de tratado até seu modo de negociação, aplicação, interpretação, resolução de
conflito, hipóteses de extinção etc. Em suma, todos os preceitos relevantes aos tratados
encontram-se previstos na Convenção de Viena.

DIREITO DOS TRATADOS

Contextualização
Um ponto interesse atribuído aos tratados é que eles são sempre apresentados de forma
didática. Logo no início da disposição do tratado são apresentados alguns conceitos ope-
racionais que serão retomados ao longo dos dispositivos daquele ato. Em seu artigo 2º, a
Convenção de Viena apresenta alguns conceitos dentre os quais se situa a própria definição
de tratado.
Definição de tratado: “tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito
entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer
de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;

Considerações

• A Convenção de Viena cita “Estado” enquanto um sujeito capaz de celebrar tratados;


• O direito interno dos Estados participantes do tratado não poderá ser utilizado enquanto
regra de interpretação ou de regulação a ser aplicada ao tratado, que possuí natureza
internacional;
• Um tratado pode possuir anexos ou ser um documento único, sendo sempre visto
como um todo;
5m
• Não importa se os participantes estão se referindo a uma convenção, acordo, proto-
colo ou outra definição. Ao final, todos serão espécies do gênero tratado.
ANOTAÇÕES

1 www.grancursosonline.com.br
DIREITO INTERNACIONAL
Direito dos Tratados
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
Não existe uma espécie de tratado oral ou informal! Por definição, um tratado será sem-
pre escrito.

Os tratados conferem maior segurança jurídica?


Resposta: Sim. A partir de 1950 ocorre um processo de codificação do direito internacio-
nal, sendo reduzido a tratados. Essa nova abordagem promove uma maior segurança jurí-
dica atribuída a forma escrita dos tratados. Em suma, ao serem constituídas fontes escritas,
é possível adquirir uma certa previsibilidade em relação a ação do outro.

Os tratados geram uma tendência de codificação dos costumes?


Resposta: Sim. Inserida na organização das ações unidas existe atualmente uma comis-
são de direito internacional que promove a captação de costumes e regras não codificados,
trabalhando na construção de um texto escrito que posteriormente será submetido aos Esta-
dos para que possa ser discutido e reconhecido enquanto um tratado.

Definições importantes
“ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, conforme o caso, o ato
internacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o
seu consentimento em obrigar-se por um tratado;

Diferença entre os termos:

10m
• Ratificação: fase da negociação e da pós-negociação;
• Aceitação: possui aplicação no processo de assinatura do tratado;
• Aprovação: fase de verificação junto aos órgãos internos para a aprovação do texto;
• Adesão: aplicado a um tratado que já se encontra em vigor.
ANOTAÇÕES

2 www.grancursosonline.com.br
DIREITO INTERNACIONAL
Direito dos Tratados
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

“Plenos poderes” significa um documento expedido pela autoridade competente de um


Estado e pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado
na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o consenti-
mento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a
um tratado;

Estrutura dos tratados


Não existe na negociação dos tratados um formalismo que determine os seus componen-
tes ou outras características, sendo um de seus atributos justamente a ausência de forma-
lismo, em que tais pontos são definidos pelos próprios participantes. Em geral, os tratados
são divididos em três partes:

• Preâmbulo: contextualiza o tratado;


• Dispositivos: são as partes que determinam como os dispositivos serão apresenta-
dos no tratado;
15m
• Anexos: não são obrigatórios, mas promovem um auxílio ao texto principal, tor-
nando-o mais fluído uma vez que pontos aprofundados geralmente são concentrados
nos anexos.

Competências no Brasil
Em resumo, existem dois dispositivos que versam sobre a assunção de compromisso
no Brasil:

1. Celebração
Art. 84 (CF/88). Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congres-
so Nacional;

2. Aprovação para ratificação


Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
ANOTAÇÕES

3 www.grancursosonline.com.br
DIREITO INTERNACIONAL
Direito dos Tratados
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Ambos promovem a aceitação de um tratado no contexto interno brasileiro, sendo o pro-


cesso de conclusão de tratados um complexo muito mais amplo.

Conclusão e entrada em vigor dos tratados

20m
• Negociação: os Estados estabelecem uma temática considerada importante para fins
de negociação, que deve ser revista ou estabelecida a partir de um tratado. Na sequ-
ência, é convocada a reunião dos interessados em participarem do tratado, momento
inicial que demonstra a vontade do Estado em querer negociar;
• Adoção do texto: firma o momento final da negociação, sendo feita a chamada auten-
ticação do texto, em que os Estados verificam se o que foi negociado está efetiva-
mente redigido. Ainda é possível promover ajustes ao tratado;
• Assinatura: a assinatura promove o consentimento provisório. O texto será levado
ao direito interno para que então possa proceder a ratificação. Efeitos: o Estado se
compromete a não frustrar o objeto do tratado. Autenticação do texto e a aceitação do
Estado quanto as normas costumeiras previstas no tratado;
• Autorização pelo Congresso Nacional (Brasil): participação do povo e controle par-
lamentar. Após autorização do congresso, será estabelecido um decreto legislativo.
Nessa etapa é possível que o congresso resolva definitivamente inclusive para rejeitar
o tratado;
• Ratificação: compromisso definitivo, expresso, unilateral, discricionário e irretratável;
25m
• Publicação e promulgação (tratado válido, executável e obrigatório): internaliza-
ção por decreto executivo considerando o âmbito interno do Brasil;
• Registro na ONU: pode entrar em vigor sem o registro, mas não poderá ser invocado
na ONU. Para não abrir mal de tal possibilidade, a grande maioria dos tratados são
registrados perante a Organização das Nações Unidas.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) A Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados estabelece que o Estado que tenha assinado um tratado,
ainda que não o tenha ratificado, está obrigado a não frustrar seu objeto e finalidade
antes de sua entrada em vigor.
ANOTAÇÕES

4 www.grancursosonline.com.br
DIREITO INTERNACIONAL
Direito dos Tratados
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

GABARITO
1. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Alice Rocha.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

5 www.grancursosonline.com.br

Você também pode gostar