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TRATADOS

INTERNACIONAIS
AULA 5 - DIPP
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TRATADOS INTERNACIONAIS
Os tratados internacionais são o único mecanismo pelo qual os Estados
soberanos podem conscientemente criar Direito Internacional.

Um princípio geral e mais importante consiste em que os tratados são


voluntários.

O direito dos tratados apresenta até o romper do século passado uma


consistência costumeira, assentada, entretanto, sobre certos princípios gerais,
notadamente o pacta sunt servanda (o que foi pactuado deve ser cumprido) e o
da boa fé.

O fundamento da obrigatoriedade dos tratados: o pacta sunt servanda.

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DIREITO DOS TRATADOS
ATUALMENTE
• Atualmente constatam-se dois fenômenos
novos:
• A entrada em cena das Organizações
Internacionais como sujeitos de DI
• A regulamentação de como fazer tratados.
• A Convenção de Viena sobre o Direito dos
tratados, assinada em 1969, é uma das mais
importantes fontes do DIP, pois nela as regras
costumeiras sobre a matéria foram
devidamente codificadas num documento
quase perfeito.

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Conceito e Terminologia
Conceito:
TRATADO É O ATO POR MEIO DO QUAL SE MANIFESTA O ACORDO DE
VONTADES ENTRE DUAS OU MAIS PESSOAS INTERNACIONAIS.

Terminologia:
O termo tratado se refere a um acordo regido pelo DI, qualquer que seja a sua
denominação. Em outras palavras, tratado é a expressão genérica. São inúmeras as
denominações utilizadas, conforme a forma, conteúdo, objeto ou o seu fim, citando-se as
seguintes: convenção, protocolo, convênio, declaração, protocolo ajuste,
compromisso, etc.

Hoje em dia o tratado hierarquicamente mais importante é a Carta, expressão utilizada


no tocante às Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos.
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CLASSIFICAÇÕES DOS TRATADOS

Várias classificações têm sido utilizadas para os tratados. A mais simples é a que os
divide conforme o número de partes contratantes, ou seja, em:
-> BILATERAIS: quando celebrado entre duas partes;
-> MULTILATERAIS: quando forem mais de duas partes.
Quando as partes envolvidas em tratados multilaterais são em grande número, dá-se a
estes o nome de TRATADOS COLETIVOS, abertos à assinatura de todos os sujeitos de
DI.

Outra distinção entre os tratados multilaterais, embora controvertida na doutrina,


reconhece a existência de tratados multilaterais gerais ou tratados normativos, cujo
elemento distintivo não é tanto o número de partes, mas sua tendência para a
universalidade:

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1) tratado multilateral geral é aquele que pretende conter uma
disciplina aplicável a todos os membros da SI).

2) A classificação que mais interessa em razão do aspecto jurídico


aplicável é aquela que distingue entre os tratados gerais
(necessariamente multilaterais) e os tratados restritos (que
podem ser multilaterais ou bilaterais).

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NATUREZA JURÍDICA DO ATO
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-> TRATADOS-LEIS: são geralmente celebrados entre muitos Estados com o
objetivo de fixar as normas de DIP; No tratado-lei dá se a criação de regras gerais
de DI entre as partes.
-> TRATADOS-CONTRATOS: procuram regular interesses recíprocos dos Estados,
isto é, buscam regular interesses recíprocos e são geralmente de natureza bilateral.
Os tratados-contrato estipulam as regras de relação mútua entre as partes. OS
TRATADOS-CONTRATOS podem ser executados ou executórios.
Executados: também chamados transitórios ou de efeitos limitados, são os que
devem ser logo executados. Ex. tratados dee Solte
Insira ou Arraste cessão
sua foto ou de permuta de territórios;
Executórios: também chamados permanentes ou de efeitos sucessivos, são os
que preveem atos a serem executados regularmente, toda vez que se apresentem
às condições necessárias. EX.: tratados de comércio.
Os tratados são, geralmente, escritos, sendo raros os exemplos modernos em
contrário. Imagem de tela inteira com
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Condição de
validade dos
tratados

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Capacidade das partes (Estados ou Organizações internacionais):
A doutrina tradicional, baseada na prática dos Estados, ensinava que apenas os
Estados tinham o direito de assinar tratados. Atualmente, não existe a menor dúvida de
as Organizações Internacionais também podem.

Habilitação dos agentes:


Os representantes de um Estado quando vão tratar dos termos do Tratado demonstram
a sua capacidade mediante a apresentação dos plenos poderes. Tais poderes podem
ser dispensados em certas circunstâncias.
Insira ou Arraste e Solte sua Foto Aqui
Hoje em dia, a apresentação de plenos poderes é dispensada no caso do
Presidente e dos Ministros das Relações Exteriores.

OBS: A carta de plenos poderes deverá ser assinada pelo Presidente ou pelo Ministro
das Relações Exteriores.

Consentimento mútuo:
O tratado é um acordo de vontades e, como tal, a adoção de seu texto efetua-se pelo
consentimento de todos os Estados que participam na sua elaboração. TREY 10
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Objeto lícito e possível:
O consenso de vontades em DIP só deve visar uma coisa materialmente possível e
permitida pelo direito e pela moral.

EFEITOS DE TRATADOS SOBRE TERCEIROS ESTADOS

Os tratados, em princípio, só produzem efeitos entre as partes contratantes; para elas, são de
cumprimento obrigatório.
O art. 34 das Convenções de Viena consigna esta regra ao estipular que: "Um tratado não cria
nem obrigações nem direitos para um terceiro Estado sem o seu consentimento”.

Sem dúvida, um tratado não pode ser fonte de obrigações para terceiros. Isso não impede, porém,
que lhes possa acarretar consequências nocivas. Nesta hipótese, o Estado assim lesado tem o
direito de protestar e de procurar assegurar os seus direitos, bem como pedir reparações.

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RATIFICAÇÃO E ADESÃO DE UM TRATADO
A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA/88 trata da forma que o Brasil vai assinar um
tratado:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
congresso nacional;
Art. 49. É de competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; (grifamos)

O art. 11 da Convenção sobre Direito dos Tratados estipula que:

“Art. 11 - O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode


manifestar-se pela assinatura (pelo Próprio Presidente), ratificação (antes passa
pelo Congresso Nacional), ou adesão, ou, ainda por quaisquer outros meios, se
assim acordado". (grifamos) TREY 12
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Procedimento para formalização de um
tratado através de Ratificação:

Concluída a negociação de um tratado, o Presidente da República está livre para dar


curso, ou não, ao processo determinante do consentimento.

Ressalvada a situação própria das Convenções Internacionais do Trabalho, ou alguma


obrigação imposta pelo próprio tratado em causa, tanto pode o chefe de governo
mandar arquivar desde logo o produto a seu ver insatisfatório de uma negociação
bilateral ou coletiva, quanto determinar mais estudos na área do Executivo; e
submeter quando melhor lhe pareça o texto à aprovação do Congresso.

No Congresso, a matéria é discutida e votada, primeiro na Câmara, e depois no


Senado. Se não for aprovada na Câmara, não vai para o Senado. A aprovação do
Congresso não obriga a ratificação.
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confirma um tratado, declarando aceito o que foi convencionado
anteriormente.

Dispensa-se a ratificação quando o tratado:

Dispuser neste sentido;


Versar somente sobre matéria executiva;
Versar sobre assuntos meramente administrativos;
Somente estabelecer bases para futuras negociações.

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Em geral, a ratificação é concedida por meio de um documento, a que se dá o
nome de Carta de ratificação, assinado pelo Chefe de Estado e referendado pelo
Ministro das Relações Exteriores.

Tal documento contém a promessa de que o tratado será cumprido


inviolavelmente.

Quase sempre, é nele transcrito o texto integral do tratado. Mas nada impede
– e é o que às vezes sucede – que dele constem apenas o título, o preâmbulo,
a data e as assinaturas do tratado, ou isso e mais o primeiro e o último artigo.

De fato, o que importa é a referência clara e inequívoca ao ato que se quer


ratificar.

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ENTRADA EM VIGOR
• Na realidade, não é propriamente a ratificação, isto é, o ato de firmar e selar a carta
de ratificação, que dá vigor ao tratado.
• O que o torna perfeito e acabado é a troca de tal instrumento contra outro idêntico
da outra parte contratante, ou seu depósito no lugar para isto indicado no próprio
tratado. Aliás, um simples depósito, às vezes, não basta para o aludido resultado.
Com efeito, o depósito é exigido, geralmente, para tratados multilaterais, e estes
requerem quase sempre certo número de depósitos, se não o de todas as partes
contratantes, para sua entrada em vigor.

ADESÃO

Apenas os Estados que assinaram um tratado multilateral é que devem ratificá-lo; no


caso de países que posteriormente desejarem ser parte nele, o recurso é a adesão. A
exemplo do que ocorre com os tratados assinados, a adesão ou aceitação é feita junto à
Organização ou Estado depositário.

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AS RESERVAS AOS TRATADOS
A assembleia da Liga das Nações, em resolução adotada em 25 de setembro de 1931,
decidiu que uma reserva só poderá ser admitida por ocasião da ratificação de um
tratado, com o assentimento de todos os demais Estados signatários, ou quando o
texto do tratado previr tal reserva.

A convenção sobre o Direito dos Tratados em seu art. 19 trata o assunto da seguinte
forma:

“Art.19 - Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar, aprovar um tratado ou a ele


aderir, formular uma reserva, a não ser que:
a) A reserva seja proibida pelo tratado;
b) O tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas,
entre as quais não se inclui a reserva em pauta ou;
c) Nos casos que sejam previstos nas alíneas a e b a reserva seja incompatível
com o objeto e a finalidade do tratado”.

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REGISTRO E PUBLICAÇÃO DO TRATADO
A Carta das Nações Unidas determina em seu art. 102 que todo o tratado ou
acordo internacional concluído por qualquer membro deverá, logo que possível,
ser registrado no Secretariado e por este publicado, acrescentando que
nenhuma parte num tratado não registrado poderá invocá-lo perante
qualquer órgão das Nações Unidas.

A convenção de Viena endossou esta regra (art. 80) acrescentando que a


designação de um depositário constitui autorização para este praticar o registro.

No Brasil, se promulgam os tratados, por decreto do presidente da República,


mediante publicação no Diário Oficial da União.

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NULIDADE, EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DE TRATADOS
A nulidade de um tratado ocorre, por exemplo, em virtude da corrupção do
representante do Estado, coerção exercida sobre o referido representante e coerção
decorrente de ameaça ou emprego de força.
• As causas de extinção previstas correspondem de um modo geral em:
a) a execução integral do tratado;
b) a expiração do prazo convencionado;
c) a verificação de uma condição resolutória, prevista expressamente;
d) acordo mútuo entre as partes;
e) a renúncia unilateral, por parte do Estado ao qual o tratado beneficia de modo
exclusivo;
f) a impossibilidade de execução;
g) a denúncia, admitida expressa ou tacitamente pelo próprio tratado;
h) a inexecução do tratado, por uma das partes contratantes;
i) a guerra sobrevinda entre as partes contratantes.
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