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Ordem Internacional
1. Descentralização por ausência de uma autoridade coatora legítima;
2. Relação Horizontal entre os Estados;
3. Ausência de supremacia de uma lei internacional face outras;
4. Garantida pelo princípio da Coordenação entre os Estados;
“Tratado” significa acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica;
Tratado = por sua formalidade e complexidade, é reservado apenas aos “acordos” mais
solenes.
Convenção = é uma “acordo” destinado a criação de normas gerais de Direito Internacional
(ex.: Convenção de Montego Bay – que, por iniciativa da ONU, regulamentou o Direito do
Mar)
Declaração = utilizada para consolidar princípios jurídicos ou afirmar uma atitude jurídica – é
uma espécie de registro da posição de alguns Estados
Ato = pode ser utilizados para estabelecer regras de direito ou restringir-se ao caráter político
ou moral – difere da “declaração” por conter esta um conjunto de princípios gerais do DIP.
Pactos = também revestido de muita formalidade, é reservado aos compromissos futuros –
uma espécie de “promessa” que os Estados fazem entre si tomando um ao outro como
testemunha (Ex.: Pacto de São José da Costa Rica 1966 – trata de direitos civis e políticos)
Estatuto = normalmente destinado à constituição dos Tribunais Internacionais (Ex.: Estatuto
de Roma 1998 – Tribunal Penal Internacional, com sede na cidade de Haia.)
Protocolo = pode significar o extrato da ata de uma conferência internacional ou um “acordo”
propriamente dito. Isso ocorre, em geral, quando o assunto proposto é muito complexo,
exigindo maior número de reuniões. (Ex.: Protocolo de Kyoto 1997)
Concordata = uma das partes deverá ser, necessariamente, a Santa Sé. O objeto refere-se,
obrigatoriamente, a assuntos ligados a religião católica.
Formalidade do tratado
Todo tratado deve obedecer um critério formal;
Assim, somente são admitidos tratados estabelecidos na forma escrita;
Negociação Multilateral
1. Território: Do país proponente da negociação ou, quando houver organizações
internacionais envolvidas, a Sede desta;
2. Língua: Escolhe-se uma língua oficial para a negociação, para maior comodidade, via
qual será produzida a versão autêntica do Tratado;
3. Evita-se texto “acordado” pelo Voto, para se evitar submissões dos Estados Vencidos.
Dá-se preferência pelo Consenso, mesmo que no processo de negociação haja mútua
concessões;
Ratificação
- Características
Competência: Disposta pela Ordem Jurídica interna de cada Estado Soberano;
Discricionariedade: Ainda que manifesta, em primeiro momento, a vontade do Estado em
vincular-se ao tratado negociado, esta não obriga o parlamento ou o executivo a aderir ao
tratado negociado;
Irretratabilidade: Uma vez ratificado o tratado, espera-se que ele vincule ao Estado ratificador
o compromisso, sem que seja possível a retratação, salvo nos casos previstos e regulados
pelo próprio tratado sobre Denúncia Unilateral
Ratificação
- Procedimento Brasileiro
Após a assinatura, submete-se a aprovação do Congresso Nacional;
Uma vez aprovado pelo Senado, tal aprovação é encaminhado ao Presidente da República
via Decreto-legislativo;
Tal decreto não vincula a aprovação do Executivo, mas uma vez aprovado, vincula-se a
ratificação do tratado via Decreto-Executivo;
Quando a matéria versar sobre direitos Humanos, o tratado entra no Ordenamento Jurídico
com força de Emenda Constitucional (Art. 5º §3º da C.F.);
Registro do Tratado
Procedimento por meio do qual o Tratado, depois de concluído, é encaminhado pelos
signatários para a Secretaria Geral da ONU, que se encarregará de registrá-lo em seus
arquivos, bem como informar a existência deste aos demais membros
Da entrada em vigor:
Sistemas para vigência dos Tratados
Vigência Contemporânea do consentimento: Quando há a simultaneidade entre o
consentimento definitivo e a entrada e vigor.
Vigência Diferida: Quando há um lapso temporal entre o consentimento definitivo e a entrada
em vigor (“prazo de acomodação”).
Emendas
Alteração pontual em Tratados
Revisão ou Reforma = é o nome do empreendimento modificativo de proporções mais amplas
que a Emenda singular
Violação
A violação substancial de um Tratado dá direito à outra parte de entendê-lo extinto, ou de
suspender seu fiel cumprimento, no todo ou em parte;
Se o compromisso é coletivo, igual direito têm os pactuantes não faltosos em suas relações
com o Estado “Violador”.
Conflito entre Tratados
Prevalecem os princípios da:
Lex posterior derogat priori - lei posterior derroga a anterior
Lex specialis derogat generali - lei especial derroga a geral
Extinção do Tratado
Predeterminação ab-rogatória = Pode ocorrer por força temporal ou pela extinção de tratado
principal;
Decisão ab-rogatória superveniente: As partes resolvem extinguir o tratado, mesmo não
havendo cláusula prévia. Tal possibilidade pode vir a ocorrer pela vontade das partes (mais
comum em tratados bilaterais), ou ainda por voto majoritário simples (Se assim disposto pelas
partes).
Ato Unilateral Extintivo
Consiste em apenas extinguir os efeitos do tratado ao Estado denunciante
Pode ser feito a todo o momento, desde que não haja cláusula contrária no tratado
Deve haver o denominado pré-aviso
A denúncia se exprime por escrito;
É feita mediante notificação, carta ou instrumento;
Sua transmissão é feita a quem tem competência de depositário de tal tratado, por se tratar
de ato de governo;
Denúncia x Direito Interno
Se não houver o consentimento de vontade do Poder Executivo e Legislativo, haverá a
possibilidade de denúncia;
Mudanças Circunstanciais
Visado pela teoria da cláusula rebus sic stantibus
n Cláusula rebus sic stantibus: Todo contrato deve ser entendido sobre a premissa de que as
coisas permanecem no estado em que se achavam quando da assunção do compromisso;
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2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E FONTES
Conforme ACCIOLY (2002, p.8) só se pode falar em Direito Internacional a partir dos tratados
de Vestefália (1648) ou da obra de Hugo Grocius.
A partir da Segunda Grande Guerra Mundial, o Direito Internacional é o que mais tem evoluído
dentre todos os ramos jurídicos, influenciando todos os aspctos da vida humana. Até o início
do século XX, o Direito Internacional era bidimensional, versando apenas sobre a terra e o
mar, a partir de então, graças às façanhas de Santos Dumont, passou a ser tridimensional e,
após a Segunda Grande Guerra, passou a abarcar ainda o espaço ultraterrestre e os fundos
marinhos.
Apenas para fins didáticos, podem-se identificar quatro períodos: 1) da antiguidade até os
tratados de Vestefália; 2) de 1648 até a Revolução Francesa e o Congresso de Viena de
1815; 3) do Congresso de Viena até a Primeira Guerra Mundial; e 4) de 1918 aos dias de
hoje, com especial ênfase nos acontecimentos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.
2.2 Fontes
b) o costume internacional, como prova de prática geral aceita como sendo expressao de
direito;
Tratados Internacionais são acordos formais, de livre vontade entre Estados ou entre
Organização Internacionais, são as fontes mais importantes no Direito Internacional Público.
Para REZEK (2007, p.14), o conceito é mais amplo: “Tratado é todo acordo formal concluído
entre pessoas jurídicas de direito internacional público, e destinados a produzir efeitos
jurídicos”.
MELLO (2000, p.200) define Tratado e Convenção como sendo: “Tratado é utilizado para os
acordos solenes, por exemplo, tratado de Paz”; e “Convenção é o tratado que cria normas
gerais, por exemplo, convenção sobre mar territorial”.
Segundo HUSEK (2007, p.49), pessoas internacionais são os entes destinatários das normas
jurídicas internacionais e têm atuação e competência delimitadas por estas.
MAZZUOLI (2009, p. 404) diz que para o direito das gentes a pessoa internacional é o
Estado, ainda que em alguns países se lhe atribua outras denominações não técnincas. Os
Estados, a ONU, a Santa Sé e o próprio indivíduo são exemplos de pessoas.
3.1 Homem
3.2 Estados
O Estado é o sujeito por excelência do Direito Internacional. De acordo com ACCIOLY (2002,
p.83), “pode-se definir o Estado como sendo um agrupamento humano, estabelecido
permanentemente num território determinado e sob um governo independente”. Ainda com
ACCIOLY, são quatro os elementos constitutivos do Estado: a) população permanente; b)
território determinado; c) governo; e d) capacidade de entrar em relação com os demais
Estados.
3.3 Santa Sé
Como exemplo, citamos a ONU (Organização das Nações Unidas), FMI (Fundo Monetário
Internacional), BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento, ou
simplesmente Banco Mundial), OIT (Organização Internacional do Trabalho), OMC
(Organização Mundial do Comércio), entre outras.[13]
b) Soberana Ordem de Malta: com sede atual em Roma, dedica-se a fins filantrópicos,
mantendo relações diplomáticas junto a diversos Estados;
c) Comitê Internacional da Cruz Vermelha: foi criada para dar assistência aos feridos nos
campos de batalha. Sua sede localiza-se em Genebra e sua bandeira é uma cruz vermelha
em fundo branco, o inverso da bandeira da Suíça.
d) Sociedades comerciais: consideradas aquelas que, por seu poderio econômico, acabam
por influenciar a política dos Estados e até chegam a ameaçar a soberania de alguns. A ONU
elabora um código de conduta para tais empresas.
A relação existente entre Direito Internacional e Direito interno pauta-se numa linha ainda não
muito clara de entendimento. Quando o conflito de normas das duas esferas ocorre, a solução
é buscada no dualismo ou no monismo, teorias que explicam a prevalência de um ou de outro
Direito.
3.6.1 Monismo
O monismo sustenta que o Direito Internacional e o Direito nacional são dois ramos de um
único sistema, defendendo uns o primado do primeiro, e outros a primazia do segundo.
Os monistas partem do princípio de que todos os Direitos emanam de uma só fonte, daí ser a
consciência jurídica uma só.
3.6.2 Dualismo
O dualismo permite uma divisão radical entre a ordem interna e a ordem internacional, pondo-
as em patamares equivalentes, incomunicáveis.
CONCLUSÃO
O Direito Internacional Público está em franca expansão, sem qualquer paralelo com os
tempos passados da história das relações internacionais. Multiplicaram-se as suas fontes,
cresceram o número de tratados sobre os mais variados temas e houve uma grande
proliferação de organizações intragovernamentais. Atualmente o Direito Internacional Público
é um instrumento social, político, econômico, e cultural de grande valor para todos os
Estados.
Dessa forma, o presente artigo não apenas dá uma noção do assunto, como também
demonstra a sua importância como disciplina jurídica autônoma, hoje universalmente
reconhecida.
Notas:
[1] Artigo orientado pelo Prof. Msc. Valdenir Cardoso Aragão. Mestre e Especialista em Direito
pela PUCRS.
[2] ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público, p. 3.
[3] Idem, p. 3 e 4.
[4] Idem, p. 4
[5] Desacordos ou discrepâncias entre instituições ou Estados.
[6] Interessante observar que jamais um membro permanente do Conselho de Segurança da
ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) poderá ser suspenso ou
expulso da organização, uma vez que ambos os dispositivos dependem da recomendação do
Conselho de Segurança e esses Estados são membros permanentes do Conselho de
Segurança. Uma vez que cada um tem o poder de veto, é óbvio que vetariam a sua própria
punição.
[7] Consiste na permissão de passagem da embarcação pelas águas territoriais, sem
perturbar a paz, a ordem e a segurança do Estado. Em termos práticos, é definida como
contínua, rápida e ordeira.
[8] Conforme o art. 14.5 da Convenção de Genebra, “Os submarinos são obrigados a navegar
à superfície e arvorar o respectivo pavilhão”. (HUSEK, Carlos Roberto, ob.cit. p. 111).
[9] É o caso do Brasil com relação à livre navegação pelo rio Amazonas antes do Tratado de
Cooperação Amazônico, celebrado em 1978 pelos oito países amazônicos: Brasil, Bolívia,
Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
[10] International Commercial Terms ou, traduzindo, Termos Internacionais de Comércio.
Estabelecem, dentro de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e
obrigações recíprocos do exportador e do importador.
[11] A finalidade da Liga das Nações, também conhecida como Sociedade das Nações, era
promover a cooperação, paz e segurança internacionais. Foi dissolvida por volta de 1942 e
suas responsabilidades ficaram ao encargo da recém criada ONU.
[12] Destacando-se a atuação do Papa como árbitro, conciliador e mediador de conflitos entre
Estados.
[13] MAZZUOLI (2009, p.598) nos diz que atualmente, em virtude da complexidade das
relações internacionais, o número de organizações internacionais existentes já ultrapassa o
número de Estados componentes da sociedade internacional.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo faz uma breve menção à evolução histórica sobre o surgimento do
direito internacional público, além de traçar um paralelo deste, com o direito interno do estado.
Insta salientar sobre as fontes do direito internacional público, bem como explanar
aspectos do processo dos tratados. Desde quem são os atores, seus efeitos, classificação,
natureza, até mesmo o momento da cessação da vigência e extinção.
Não temos uma data exata em que surgiu o Direito Internacional, mas podemos
afirmar que desde que surgiram comunidades mais organizadas, denominadas civilizações
antigas, encontramos acordos feitos entre estas, que nos remetem ao direito internacional,
como a existência do acordo entre o Rei de Elba e o Rei da Assíria celebrado no 3º milênio
antes de Cristo, em que estabelecem regras de comércio, de sanções contra criminosos e
relações de amizade. (OLIVEIRA, 2017, p. 7)
Apesar do que vimos acima, e diversos outros exemplos que não foram
citados para que não sejamos redundantes, alguns doutrinadores entendem que o Direito
Internacional Público surgiu com o tratado da paz de Westfalia, tratado este que pôs fim à
Guerra dos trinta anos.
O costume, visto de forma isolada, não é o bastante para sua confirmação, sendo
necessário dois elementos fundamentais, são eles: objeto ou material e subjetivo. O objetivo
ou material é a prática habitual e contínua. O subjetivo é necessário que o Estado aceite
(opinium juris), ou seja, é necessário que se reconheça que o costume é jurídico e necessário.
Excepcionalmente, admite-se o conhecido como “costumes selvagens”, que são os costumes
surgidos de forma repentina, sem a estabilidade conferida pelo fator importante que é o
tempo. (CAPARROZ, 2012, p. 26)
Segundo BRAGA (2009, P.17 apud OLIVEIRA, p. 12, 2017), outra fonte do Direito
Internacional são os princípios gerais do direito, que são aqueles que estão positivados na
maioria dos ordenamentos jurídicos interno dos Estados. A boa fé, a coisa julgada,
contraditório, direito adquirido e o pacta sunt servanda (“os contratos assinados devem ser
cumpridos”) são exemplo de princípios gerais do direito.
4 TRATADOS
Pode se afirmar que o sujeito do Direito Internacional, são todos aqueles que
gozam de direitos e deveres previstos pelo direito Internacional Público e que possam atuar
na esfera Internacional para exercê-los, direta ou indiretamente. (OLIVEIRA, 2017, p.
25)
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
5.1.1 ESTADOS
Segundo Varella (2014, p. 173, apud OLIVEIRA, 2017, p.29) “o Estado é o principal
sujeito do direito internacional”. Entre os sujeitos, é o único que possui plena capacidade
jurídica.
Entende-se que o Estado pode surgir de três formas: 1- pela força através de
uma guerra, quando a população ou território se separam; 2- pela dissolução do Estado; 3-
pela fusão de dois ou mais Estados, criando assim um novo. (OLIVEIRA, 2017, p. 31)
Da mesma forma que o Estado surge quando possui todos aqueles elementos
constitutivos, ele também se encerra quando falta um desses elementos. É o que chamamos
de extinção total, perdendo sua personalidade jurídica internacional. A extinção também
poderá ser parcial, que é quando ocorre a anexação, desmembramento e fusão. (OLIVEIRA,
2017, p. 31)
Os deveres dos Estados são o dever moral e o dever jurídico. O dever moral é
aquele onde o Estado deverá ajudar o outro em casos de ocorrências graves. O dever jurídico
se trata do cumprimento do que foi acordado nos tratados, devendo cumprir o que foi
celebrado. (OLIVEIRA, 2017, p. 34)
6.9 IMUNIDADES
7 JURISPRUDÊNCIA
CONCLUSÃO
Dessa forma, o presente artigo não apenas dá uma noção do assunto, como também
demonstra a sua importância como disciplina jurídica autônoma.
REFERÊNCIAS
Dessa origem podemos destacar o trabalho de dois grandes autores, Francisco de Vitória e
Hugo Grócio. Vitória acreditava na liberdade dos mares, na guerra justa, e já admitia a
intervenção humanitária de forma a defender os direitos humanos de homens, mulheres,
crianças e etc. Partilhava a ideia de uma sociedade internacional orgânica e solidária em que
os Estados têm sua soberania limitada. Abominava profundamente as atrocidades cometidas
por Carlos V.
Grócio acreditava que o homem deseja viver em sociedade de forma ordenada e pacifica
então dessa ideia surge um direito que se internacionaliza para promover sociabilidade entres
os Estados. Defendia a guerra justa, regulamentada e que acontecesse apenas quando
estritamente necessário. Utilizou precedente bíblicos e da história antiga, grega e romana
para estabelecer normas de direito internacional.
Em 1780 surge a expressão Direito Internacional (International Law) com Jeremias Bentham,
utilizada em oposição ao Direito Nacional (national law) ou Direito Municipal (municipal law). A
partir disso tivemos uma divisão daquilo que seria público ou privado dentro do Direito
Internacional, Valério Mazzuoli afirma “ser o Direito Internacional Público aquele ramo do
Direito capaz de regular as relações interestatais, bem como as relações envolvendo as
organizações internacionais e também os indivíduos”[2]. No presente trabalho trataremos
apenas da parte pública.
Muito se discute qual seria o marco histórico da criação do direito Internacional, Grócio
remonta à época bíblica para explicar aquilo que seria hoje entendido como jus cogens, como
as normas de Direito internacional dos direitos humanos. Voltando um pouco mais, vemos
características de um jus inter gentes nas tribos da Antiguidade, porém de forma não
homogênea, dado o isolamento entre as tribos e os diferentes graus de civilização que cada
uma tinha.
Entretanto, a partir de quando podemos dizer que existiu o Direito Internacional? Filiamo-nos
ao pensamento de Accioly que afirma que só o direito internacional só surgiu nos moldes
como conhecemos após a Paz de Vestfália, cujos tratados primaram pelo princípio da
igualdade jurídica dos estados, estabelecendo as bases do princípio do equilíbrio europeu,
onde apareceram os primeiros indícios de uma regulamentação internacional positiva. E o
Direito Internacional Público? Segundo o mesmo autor:
Foi só, entretanto, no começo do século XVII que o direito internacional público apareceu, na
verdade, como ciência autônoma, sistematizada. Nesse novo período, destaca-se GRÓCIO,
cujas obras, Mare liberum (parte da De jure praedae), vieram a lume em 1609, e
especialmente por sua obra-prima, publicada em 1625, O direito da guerra e da paz (De jure
belli ac pacis).[4]
A partir disso a evolução do Direito Internacional Público se deu de forma rápida. Segundo
Cançado Trindade (2002, p. 1087, apud. Accioly, 2012 p. 73): “na medida em que o direito
internacional, a partir de meados do século XX, logrou desvencilhar-se das amarras do
positivismo voluntarista, que teve uma influência nefasta na disciplina e bloqueou por muito
tempo sua evolução. O direito não é estático, nem tampouco opera no vácuo. Não há como
deixar de tomar em conta os valores que formam o substratum das normas jurídicas. O direito
internacional superou o voluntarismo ao buscar a realização de valores comuns superiores,
premido pelas necessidades da comunidade internacional”[5]
Ao longo dos séculos seguintes podemos elencar alguns autores que contribuíram de forma
muito importante para o direito internacionalista. São eles:
Afirmava também que todo direito natural deve ser entendido como forma de buscar a
conservação da sociedade. Puffendorf é criticado justamente por dar deveras importância ao
direito natural em detrimento do direito positivo.
Christian WOLFF (1679-1754) foi responsável pelo movimento que desencadeou a coleta e
sistematização de tratados internacionais. Para Wolff era possível resolver conflitos entre
estados sob a mediação de um terceiro não-envolvido, algo como aquilo que a Sociedade
das Nações e, mais tarde, a Organização das Nações Unidas faz em termos de controvérsias
entre estados, encaminhando-as a órgãos superiores, como a Corte Internacional de Justiça.
Após isso, o mundo entrou em processo de grandes guerras e revoluções, cujas ideias
abalaram a ordem mundial vigente, derrubando o que a Paz de Vestifália havia erguido.
Dessa forma, ate o tratado de Versalhes em 1919, todos os conflitos foram regidos pelo o que
foi acordado no Congresso de Viena em 1815.
Após isso, o mundo mais uma vez se reformula devido a Guerra Fria, o mundo se vê
bipolarizado num confronto politico-ideológico-militar entre EUA e União Soviética. Dessa
época destacamos o plano Marshall e a Organização do Tratado do Atlântico Norte- OTAN e
Pacto de Varsóvia, o mundo viveu sob influência desses acordos e com medo de uma terceira
guerra mundial até a queda da União Soviética em 1991.
Saber qual o fundamento do Direito Internacional significa desvendar de onde vem a sua
legitimidade e sua obrigatoriedade; ou os motivos que justificam e dão causa a essa
legitimidade e obrigatoriedade.
Sistema jurídico autônomo, onde ordenam as relações entre Estados soberanos, o direito
internacional público, ou direito das gentes, no sentido de direito dos povos, repousa sobre o
consentimento[7].
Para tentar explicar a razão de ser do direito internacional público, elencamos duas correntes
doutrinárias. A primeira, voluntarista, influenciada pelo direito positivo, pelos tratados,
aceitação dos costumes internacionais e do ordenamento jurídico interno, afirma que a
vontade dos Estados baseia o Direito Internacional. Entretanto, como depender apenas da
vontade de um estado que pode se manifestar negativamente e se desligar unilateralmente a
posteriori? Dessa forma, deixaria o Direito Internacional de existir.
Já a doutrina objetivista faz do pacta sun servanda o seu maior baluarte, visando normas
internacionais cujas regras sejam menos subjetivas, de forma que passem mais segurança.
Baseia-se no direito natural, no normativismo jurídico kelseniano e as teorias sociológicas do
direito. Entretanto, é uma doutrina que minimiza a vontade soberana dos Estados, que
também contribuem na criação das regras do direito internacional público.
Sujeitos são todos aqueles cujas ações estão ligadas ou previstas no direito internacional
público. A conduta desses sujeitos pode ser passiva, quando o sujeito é destinatário da
norma; ativa, quando o sujeito tem capacidade para atuar no plano internacional. Ou seja, a
personalidade jurídica tem íntima ligação com a conduta ativa ou capacidade de agir.
O Estado é formado por quatro elementos, os quais são, povo; território; governo e finalidade.
Povo é o conjunto de nacionais, natos ou naturalizados; território é a fração do planeta
delimitada por fronteiras, rios, lagos, mares interiores, espaço aéreo, subsolo, mar territorial e
plataforma submarina; governo é o dirigente autônomo e independente, que decide os rumos
que o Estado toma sem influência de autoridade externa; por fim a finalidade, elemento não
reconhecido por parte da doutrina, sendo elemento social, bem comum a ser alcançado.
Por não disporem dos requisitos necessários que veremos mais adiante, não são
considerados sujeitos de direito e, com isso, não têm personalidade jurídica para assinar
tratados internacionais.
Para ser considerado como sujeito de direito internacional existem quatro requisitos, quais
sejam: povo, território, governo independente e soberania.
Entretanto, temos o caso da Santa Sé, que, mesmo não tendo a figura do povo
propriamente dita, é considerada como um micro Estado, criado pelo Tratado de Latrão e
que possui a soberania sobre o seu território, chamado de Vaticano.
Para o direito internacional público, a Santa Sé é um sujeito que possui uma capacidade
limitada, em relação aos demais, para assinar tratados, contudo, cumpre salientar, que para a
Teoria Geral do Estado o fato de não ter a figura do povo não pode ser superado, de forma
que a Santa Sé é considerada como ator.
Ainda, observamos a figura dos microestados que são soberanos, possuem
governo e povo, porém o seu território é diminuto e, por esse motivo, necessitam da ajuda dos
Estados próximos para a administração de seus atos. Contudo, cumpre salientar que esse
fato não os descaracteriza, sendo, por preencher os requisitos necessários, sujeito de direito
internacional capaz de assinar os tratados internacionais.
4. CONCLUSÃO
Diante do exposto, observamos que os sujeitos de direito internacional público são os
únicos com capacidade para assinar tratados internacionais e que os atores de direito
internacional também influem na elaboração dos tratados, pois são pessoas de direitos e à
quem os tratados serão aplicados.