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TST define marco temporal para aplicação da reforma trabalhista

O TST aprovou nesta quinta-feira, 21 de junho de 2018, a instrução normativa 41/18, que
define um marco temporal para a aplicação de regras trazidas pela reforma trabalhista – lei
13.467/17. O texto define que a aplicação das normas processuais previstas pela reforma é
imediata, sem atingir, no entanto, situações iniciadas ou consolidadas na vigência da lei
revogada.

A edição da norma foi proposta por ministros da Corte em parecer enviado ao presidente do
Tribunal, ministro Brito Pereira, no último mês de maio.

De acordo com a proposta aprovada nesta quinta-feira, os efeitos da lei 13.467/17 só podem
ser aplicados a ações trabalhistas ajuizadas após a entrada em vigor da lei, que passou a valer
em 11 de novembro de 2017.

O texto também determina que dispositivos da reforma que tratam do pagamento de honorários
de sucumbência e da fixação de custas processuais também sejam aplicados a ações
propostas após a vigência da nova lei.

As instruções normativas não têm natureza vinculante, ou seja, não são de observância
obrigatória pelo primeiro e pelo segundo graus. Contudo, elas sinalizam como o TST aplica as
normas por elas interpretadas.

Ao contrário do que foi divulgado em alguns sites de notícia, não há nenhum confronto entre a
instrução normativa aprovada ontem com eventual decisão do STF quanto à questão dos
honorários de sucumbência. De acordo com o ministro Walmir Oliveira da Costa, do TST, a IN
41/18 se limitou a fixar o marco inicial da aplicação da norma e não entrou no mérito de serem
ou não devidos os honorários pelo trabalhador.

Para o ex-ministro do TST Vantuil Abdala (Abdala Advogados), a norma foi acertada já que
traz segurança para as partes no que diz respeito à condução procedimental.
"A decisão me parece muito razoável porque há um principio de que não se impõe um gravame
a qualquer parte sem que ela tenha tido a oportunidade de se manifestar sobre a questão. E
também não se pode impor uma decisão surpresa, ou seja, que a parte não poderia levar em
consideração. Assim, por exemplo, com a questão dos honorários advocatícios, em que se
estabeleceu que o trabalhador só pode ser condenado a pagar se a ação tiver sido ajuizada
após a entrada em vigor da nova lei."
Parecer

A instrução normativa foi proposta em maio em parecer feito por uma comissão de ministros do
TST, formada para discutir a reforma trabalhista. No documento, os magistrados também
entregaram uma minuta da norma, que também trata de honorários de sucumbência e da
fixação de custas processuais.

No documento, os ministros afirmaram que compromisso institucional do TST se dá na


necessidade de balizar os limites de incidência das mudanças trazidas pela reforma, "no
sentido de oferecer diretrizes alinhadas com os pilares de incidência do direito intertemporal, a
fim de preservar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, nos moldes do art.
5º, XXXVI, da Constituição da República".
"É natural que mudanças nos dispositivos reguladores das relações trabalhistas gerem dúvidas
e incertezas na aplicação da lei, daí a necessidade de se fixar, com exercício superlativo de
prudência hermenêutica, balizas que orientem tanto o jurisdicionado quanto o aplicador da lei,
a fim de que a segurança jurídica, pilar do Estado Democrático de Direito, seja assegurada."
Antes -. 0010886-20.2015.5.03.0165 (RO) (PJe - assinado em 26/04/2017)
Disponibilização: 27/04/2017.
Órgão Julgador: Setima Turma
Relator: Convocado Marcio Toledo Goncalves
JUSTIÇA GRATUITA. CABIMENTO. Na Justiça do Trabalho, para o deferimento dos benefícios
da justiça gratuita, basta que o trabalhador receba salário inferior ao dobro do mínimo legal ou
declare que não está em condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família (OJ nº 331 da SBDI-1 do TST e art. 4º da Lei nº 1.060/50). Na
petição inicial, ID nº afe55d1 - Pág. 4, a reclamante declarou que é pobre no sentido legal, e
requereu os benefícios da justiça gratuita. Na hipótese dos autos não há evidências que
permitam afastar a presunção de miserabilidade econômica da reclamante, sendo certo que o
fato de a reclamante não estar assistida pelo sindicato da categoria não é requisito para a
concessão da gratuidade judiciária. Diante do exposto dou provimento parcial ao recurso, para
conferir à reclamante os benefícios da justiça gratuita. Nada a prover.
INTEIRO TEOR: TOLEDO GONÇALVES EMENTA JUSTIÇA GRATUITA. CABIMENTO.
Na Justiça do Trabalho, para o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, basta ... declarou
que é pobre no sentido legal, e requereu os benefícios da justiça gratuita. Na hipótese dos autos
não há evidências que permitam afastar ... pela reclamante de ID nº defc68a, por meio do qual
pugna pela reforma da sentença quanto às férias e justiça gratuita. Recurso ordinário interposto
... GRATUITA Renova a reclamante no pedido de justiça gratuita, tendo em vista que preencheu
os requisitos para tanto. Assiste razão. Para o beneficio da justiça gratuita, na Justiça do
Trabalho, basta que o trabalhador receba salário inferior ao dobro do mínimo legal ou declare que
não está em condições
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010886-20.2015.5.03.0165 (RO); Disponibilização: 27/04/2017; Órgão
Julgador: Setima Turma; Relator: Convocado Marcio Toledo Goncalves)
Consultar Andamento

Depois -. 0010664-27.2017.5.03.0183 (RO) (PJe - assinado em 29/11/2018)


Disponibilização: 30/11/2018.
Órgão Julgador: Segunda Turma
Relator: Lucas Vanucci Lins
INTEIRO TEOR: do autor. RECURSO DO RECLAMADO JUSTIÇA GRATUITA O reclamado
insurge-se contra o deferimento da justiça gratuita ao reclamante, sob o argumento ... em
17/05/17, entendo que a mera declaração de miserabilidade firmada pelo autor em sua inicial (ID
85a116e - Pág. 13) atende aos requisitos autorizadores da concessão da justiçagratuita a ela
deferida. Nego provimento. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA Conforme dito acima, a ação fora
ajuizada em 17/05/17 ... , isento, por ser beneficiário da justiça gratuita. MÉRITO Recurso da
parte Item de recurso Conclusão do recurso ACÓRDÃO Cabeçalho do acórdão Acórdão ...
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª
REGIÃO Identificação PROCESSO nº 0010664-27.2017.5.03.0183 (RO
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010664-27.2017.5.03.0183 (RO); Disponibilização: 30/11/2018; Órgão
Julgador: Segunda Turma; Relator: Lucas Vanucci Lins)

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