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Por certo, tantos outros milhares de tratados foram formalizados entre povos distintos,
entre Cidades-Estados de toda parte do mundo oriental e ocidental.
b) CONVENÇÃO
Tal expressão começou a ser empregada o sentido atual a partir da proliferação dos
congressos e conferências internacionais, nos quais matérias da maior relevância para a
sociedade internacional passaram a ser frequentemente debatidas, gerando atos
internacionais criadores de normas gerais de Direito Internacional Público, demonstrativos
da vontade uniforme das partes em assuntos de interesse geral.
A expressão convenção conota o tipo de tratado solene (e multilateral) em que a vontade
das partes não é propriamente divergente, como ocorre nos tratados-contrato, mas paralela
e uniforme, ao que se atribui o nome de tratados-lei ou tratados-normativos, dos quais são
exemplos as Convenções de Viena sobre relações diplomáticas e consulares.
Ex: Convenção de Viena de 1969.
c) PACTO
Tal expressão tem sido utilizada para restringir o objeto político de um tratado. Pode
também ser empregado como sinônimo de tratado. Também pode ser observado em
matérias relacionadas aos Direitos Humanos.
Ex: Pacto de Aço2 – 1939; Pacto de Varsóvia3 – 1955; Pacto de San José da Costa Rica - 19694.
d) ACORDO
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Aliança entre Itália Facista e a Alemanha Nazista para suporte militar.
3
Aliança militar formada pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética.
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Também chamada de Convenção Americana de Direitos Humanos, tal tratado instituiu o Sistema
Interamericano de Direitos Humanos, dentre outros aportes.
Comumente emprega-se a expressão acordo para designar tratados de natureza econômica,
financeira, comercial ou cultural, podendo, contudo, dispor sobre segurança recíproca,
projetos de desarmamento, questões sobre fronteiras, arbitragem, questões de ordem
política, etc.
São acordos os atos bilaterais ou multilaterais cuja natureza pode ser política, econômica,
comercial, cultural ou científica.
g) PROTOCOLO
Pode ser utilizado para identificar os resultados de uma conferência diplomática ou ainda
um acordo menos formal que o tratado, como por exemplo, acordos subsidiários e que
mantém complementação com um tratado anterior.
Nada impede também que o protocolo seja um acordo desvinculado de qualquer outro
tratado.
Também pode ser utilizada em acordos interpretativos de tratados anteriores, ou ainda
acordos de prolongamento.
h) ATO/ATA
Cuida de terminologia utilizada há alguns anos para designar a resolução sobre assistência
mútua e solidariedade americana, conhecida por Ato de Chapultepec, firmado em 1945, na
Conferência Interamericana do México.
Também se emprega a terminologia quando se estabelecem regras que incorporam o
resultado de uma conferência ou de um acordo entre as partes.
i) DECLARAÇÃO
É expressão utilizada para aqueles atos que estabelecem certas regras ou princípios
jurídicos, ou ainda, para as normas de Direito Internacional indicativas de uma posição
política de interesse coletivo.
Ex: Declaração de Paris5 – 1956 ; Declaração de Haia6 - 1907
j) MODUS VIVENDI
Utiliza-se na designação de acordos temporários ou provisórios, normalmente de ordem
econômica e de importância relativa.
Tal provisoriedade é o seu traço mais nítido.
Por certo, Modus Vivendi é o tipo de acordo celebrado pelas partes tendente a manter a
situação atual das coisas até que a constituição definitiva de um Estado de fato venha a se
configurar, seja por meio de tratado ou por qualquer outra circunstância.
Ex: Modus Vivendi de 13/04/19327
k) CONCORDATA
Designação empregada nos acordos bilaterais de caráter religioso firmados pela Santa Sé
com Estados que tem cidadãos católicos, versando, em geral, questões sobre a organização
de cultos religiosos, exercício da administração eclesiástica, etc.
Veiculam matéria estritamente religiosa.
Não é da tradição brasileira concluir concordatas com a Santa Sé.
n) CONVÊNIO
Designa acordos de interesse político, podendo ser empregado também para designar
ajustes de menor importância, bem como matérias culturais e de transporte.
o) COMPROMISSO
Terminologia empregada na fixação de um acordo geralmente bilateral, pelo qual dois ou
mais Estados comprometem-se a recorrer à arbitragem para resolver os litígios existentes
entre eles, ou quaisquer outras lides que venham aparecer no futuro.
p) ESTATUTO
Geralmente empregado para os tratados que estabelecem normas para os tribunais de
jurisdição internacional.
Modernamente, a expressão é empregada para dar forma regimental e delimitar a
competência dos tribunais internacionais criados sob os auspícios da ONU, por ex.
Ex: Estatuto da Corte Internacional de Justiça – 1920; Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional – 1998, etc).
b) Preâmbulo/Exórdio
Não é considerada como parte jurídica do tratado e é composto por duas categorias de
enunciados:
I – Enumeração dos Contratantes
II – Os motivos que levaram os Estados à negociação do acordo.
O preâmbulo não possui força obrigatória, todavia, serve elemento interpretativo ao
tratado.
*Em Estados com imensa quantidade de partes envolvidas, costuma-se usar a expressão: “As
Altas Partes Contratantes”.
No que tange ao arrolamento dos motivos que levaram os Estados à negociação, envolvem-
se as intenções dos negociadores em relação à celebração do tratado, ao que se denomina
de “Considerandos”.
Os considerandos portanto, revelam as intenções dos negociadores em relação ao tratado.
c) Articulado/Dispositivo
Trata-se da principal parte do instrumento convencional, composto por uma sequência de
artigos numerados, em que se estabelecem (em linguagem jurídica) todas as cláusulas de
operatividade do acordo, variando sua extensão de tratado para tratado.
Todos os elementos do articulado são providos de obrigatoriedade jurídica.
Após suas disposições, seguem as cláusulas finais (natureza adjetiva) relativas à ratificação e
à troca dos seus instrumentos, entrada em vigor, possibilidade de denúncia, prorrogação,
prazo de vigência, possibilidade de adesão, revisão, etc.
Após o articulado há ainda, de regra, a menção do testemunho “em fé do que...” dos
plenipotenciários relativamente ao acordado.
d) Fecho
Especifica o local e a data de celebração do tratado, o idioma em que se encontra redigido,
etc. A partir daí, o instrumento está apto a receber a assinatura do representante do Estado
e o selo de lacre.
e) Assinatura
A assinatura poderá ser do chefe do Estado, Ministro das Relações Exteriores ou de outra
autoridade que represente o Presidente da República na celebração do instrumento.
Geralmente as assinaturas dos tratados obedecem ordem alfabética em língua francesa 8, a
fim de evitar que a ordem dos nomes configure algum tipo de prevalência de um Estado
sobre outro.
Em tratados bilaterais, cada negociador apõe sua assinatura em primeiro lugar no exemplar
que ficar em seu poder.
f) Selo de Lacre
O selo de lacre marca o compromisso entre as partes.
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*Podem haver apêndice e anexos e esses, integrarão o tratado, tendo os seus dispositivos
natureza de norma jurídica convencional. (Serão cumpridas tal como o articulado).
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A depender da língua, os Países podem variar na ordem alfabética.
Ainda que uma Organização Internacional seja formada pelo interesse direto de vários
Estados, se ela figura como parte em um tratado com apenas duas partes signatárias, o
tratado será bilateral.
O idioma utilizado geralmente é o das próprias partes, ou o inglês, a fim de evitar problemas
hermenêuticos.
Multilaterais
São os tratados celebrados por mais de duas partes, ou seja, entre três ou mais partes, com
base nas suas estipulações recíprocas.
São normalmente abertas à participação de qualquer Estado ou Organização Internacional.
Possuem por objeto, questões de interesse comum, normas gerais de Direito Internacional
Público.
Novas modalidades de tratados multilaterais:
*Umbrella Treaty (Tratado Guarda-chuva)
Tratado amplo que não se prende em regular completamente determinada questão jurídica,
mas apenas instituir as grandes linhas mestras da matéria que lhe deu origem, demandando
complementação por meio de outros tratados internacionais concluídos sob a sua sombra.
Ex: Tratado da Antártica - 1959 (Umbrella Treaty) e Convenção acerca da proteção das focas
antárticas -1972 e Convenção acerca da conservação dos recursos vivos marinhos antárticos
– 1972. Etc.
Tratados fechados
São os tratados que proíbem a posterior adesão de outros Estados ou Organizações
Internacionais que deles não são partes originárias, a menos que um novo acordo seja
concluído entre tais partes e aquela aspirante à aquisição da qualidade de membro.
Tratados-contrato
Vontades divergentes, voltada para a estipulação de prestações e contraprestações
individuais com fim comum, atinentes aos interesses particulares as partes.
Cada uma das partes, tem em mira justamente aquilo que de bom pode lhe dar a outra.
Tem-se aqui um verdadeiro contrato internacional regido pelo Direito Internacional Público
que se exaure com o cumprimento da respectiva obrigação.
Voltam-se para a regulação de interesses específicos e concretos.
Geralmente são bilaterais.
Subdividem-se em executados e executórios
Os tratados-contrato executados são transitórios, sendo executados imediatamente.
Os tratados-contrato executórios, também chamados de permanentes, demandam atos
executórios regulares e que se prolongam no tempo. Ex: Tratados comerciais.
Permanentes
São os tratados cuja execução se prolonga por tempo indeterminado. Tal classificação diz
respeito à execução e não aos seus efeitos no tempo.
Ex: Tratados comerciais, Tratados de proteção dos Direitos Humanos.