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1 - O COMÉRCIO INTERNACIONAL
1973-1979 Rodada Tóquio (capital japonesa) Tarifas e medidas não tarifárias 102
1986-1994 Rodada Uruguai (Punta del Este) Tarifas, medidas não tarifárias, regras, serviços, 123
propriedade intelectual, solução de controvérsias,
têxteis, agricultura, criação da OMC etc.
Prevista para durar quatro anos, a Rodada Uruguai extrapolou esse prazo por causa dos empecilhos impostos
pelos países desenvolvidos, sobretudo da União Europeia, que não queriam abrir mão dos subsídios concedidos a
seus agricultores. Essa ajuda econômica atingiu cifras superiores a 300 bilhões de dólares por ano, o que tem
prejudicado as economias dos países pobres. Com os subsídios, os produtos agrícolas das nações ricas ficam baratos,
o que torna a concorrência predatória, porque limita as exportações dos países em desenvolvimento. Estimativas do
Banco Mundial indicam que se esses subsídios fossem extintos poderia haver um aumento de mais de 200 bilhões de
dólares na renda dos agricultores dos países em desenvolvimento.
As negociações da Rodada Uruguai foram conduzidas até abril de 1994, quando foi assinada no Marrocos a
Declaração de Marrakech, documento que a concluiu e criou a Organização Mundial de Comércio (OMC) em
substituição ao GATT, que era apenas um acordo. Com isso a OMC passou a ter o mesmo status do Bird e do FMI e
mais força para fiscalizar o comércio mundial e fortalecer o multilateralismo. A organização começou a funcionar em
1º de janeiro de 1995. Desde essa data vem supervisionando os acordos comerciais e mediando disputas entres os
países signatários, que, em julho de 2008, eram 153 e controlavam quase 100% do comércio mundial (a entrada da
China em 2001, terceiro PIB e segundo maior exportador mundial em 2008, garantiu maior legitimidade e força à
organização).
A criação do G-20 do comércio abriu perspectivas de mudança na questão dos subsídios agrícolas porque é fruto
da organização dos países em desenvolvimento. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o
grupo, além de representar importantes países agrícolas, tem grande legitimidade por sua capacidade de traduzir os
interesses dos países em desenvolvimento em propostas concretas e consistentes, e por sua habilidade de coordenar
seus membros e interagir com outros grupos da OMC.
A Rodada Doha estava prevista para ser concluída em 2005. Entretanto, apesar da articulação dos Países do G-
20, a intransigência dos países desenvolvidos na questão dos subsídios agrícolas vem impedindo um acordo. Em
julho de 2008 aconteceu em Genebra uma reunião ministerial da OMC e mais uma vez não se conseguiu chegar a
uma conciliação sobre os subsídios. Os países desenvolvidos exigiam dos países em desenvolvimento uma abertura
de seus mercados para bens não agrícolas – industriais e serviços – desproporcional às concessões que estavam
dispostos a fazer no setor agrícola. Como evidencia um comunicado do G-20 lançado um mês antes do encontro. Leia
abaixo.
MÓDULO 3 – EAD 2 CURSOASCENSAO.COM.BR
GEOGRAFIA 1 CURSO ASCENSÃO
Ao final da reunião ministerial da OMC a sensação foi de desalento, como fica evidente nas palavras do ministro
das Relações Exteriores Celso Amorim: “uma pena, pois para qualquer observador externo – alguém de outro
planeta, por exemplo - seria inacreditável que, depois do progresso alcançado, nós não conseguimos chegar a uma
conclusão". Com isso as negociações da Rodada Doha chegaram a um impasse.
Como mostra a tabela, a partir de 2002 o comércio voltou a crescer com taxas elevadas, bem superiores ao PIB
mundial, mas a crise financeira de 2008 fez com que tanto o PIB como o comércio mundial reduzissem o ritmo de
crescimento (o gráfico mostra a situação dos países da OCDE, os mais atingidos pela crise). Com isso, em 2009 tanto
o comércio quanto o PIB mundial encolheram, situação inédita no pós-guerra.
Não podemos nos esquecer de que parte da expansão do comércio na segunda metade do século XX deveu-se aos
avanços tecnológicos na área de logística, que permitiram o aumento da capacidade individual de cargas dos meios de
transporte e a redução do tempo de deslocamento entre os lugares. Atualmente há supernavios que transportam
milhares de toneladas de mercadorias a granel ou em contêineres. Os aviões, o meio mais rápido, continuam sendo
usados principalmente para transporte de passageiros, mas também transportam cargas leves e de alto valor unitário,
como produtos eletrônicos, além de perecíveis, como flores e frutas.
MÓDULO 3 – EAD 3 CURSOASCENSAO.COM.BR
GEOGRAFIA 1 CURSO ASCENSÃO
Assim como a produção, as finanças e a tecnologia, o comércio também está fortemente concentrado nos países
desenvolvidos e em alguns emergentes. Como mostram os dados da tabela a seguir, em 2008 os dez principais países
exportadores do mundo (sete potências do G-8, a China e mais dois países europeus) eram responsáveis por metade
do comércio internacional. Se considerarmos os 30 maiores exportadores, eles são responsáveis por 81% de todas as
trocas comerciais mundiais.
2 - OS BLOCOS REGIONAIS
Por que muitos Estados estão aceitando, embora com certa relutância, abdicar parcialmente de sua soberania para
fazer parte de blocos econômicos regionais? Desde o final da Segunda Guerra muitos países têm procurado diminuir
as barreiras impostas pelas fronteiras nacionais aos fluxos de mercadorias, capitais, serviços, e até mesmo de mão de
obra, na busca de aumentar os lucros das empresas, os empregos dos trabalhadores e seus respectivos PIBs.
Os países podem se organizar em diferentes tipos de blocos regionais: zonas de livre comércio, uniões
aduaneiras, mercados comuns e uniões econômicas e monetárias.
Numa zona de livre comércio, como o Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que reúne os três
países da América do Norte, o objetivo não é muito ambicioso. Busca-se apenas a gradativa liberalização do fluxo de
mercadorias e de capitais dentro dos limites do bloco.
Na união aduaneira, um estágio intermediário entre a zona de livre comércio e o mercado comum, além da
abolição das tarifas alfandegárias nas relações comerciais no interior do bloco, é definida uma Tarifa Externa
Comum, que é aplicada aos países de fora da união. Assim, quando os integrantes do bloco negociam com outros
países do mundo, embora haja exceções, utilizam uma tarifa de importação padronizada, igual para todos eles. O
Mercosul é um exemplo de união aduaneira.
No mercado comum, como a União Europeia (caso único até 2011), a integração é mais ambiciosa. Busca-se a
padronização da legislação econômica, fiscal, trabalhista, ambiental etc, nos 27 países que compõem o bloco
regional. Entre os resultados, estão a eliminação das barreiras alfandegárias internas, a uniformização das tarifas de
comércio exterior e a liberalização da circulação de capitais, mercadorias, serviços e pessoas no interior do bloco. No
caso da União Europeia, o auge da integração deu-se com a implantação da moeda única, o que exigiu a criação do
Banco Central Europeu e a convergência das políticas macroeconômicas. Assim, o bloco atingiu a condição de união
econômica e monetária, único exemplo no mundo até o momento, embora continue também funcionando como um
mercado comum.
Paralelamente à constituição de blocos econômicos, como os mencionados, têm sido estabelecidos acordos
bilaterais de livre comércio que integram países isoladamente ou que pertencem a algum bloco. Por exemplo, o
México, que pertence ao Nafta, firmou um acordo com a União Europeia e outro com o Chile, que por sua vez é
associado ao Mercosul e tem acordos bilaterais com os Estados Unidos (do Nafta), a China, o Japão etc. Até
dezembro de 2008, o GATT/OMC recebeu a notificação de 421 acordos de livre circulação de mercadorias e
serviços, incluindo a formação de blocos econômicos regionais e arranjos bilaterais, dos quais 230 permaneciam em
vigor naquela data.
A UE também dispõe de um poder executivo, a Comissão Europeia, que, por representar o interesse comum do
bloco, é independente dos governos nacionais e tem como principal função pôr em prática as decisões tomadas pelo
Conselho e pelo Parlamento, ou seja, é o órgão executivo por excelência. Sua sede fica em Bruxelas (Bélgica),
considerada a capital da UE.
2.2 - NAFTA
O Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês de North American Free Trade
Agreement) foi assinado em 1992 por Estados Unidos, Canadá e México e entrou em vigor em lº de janeiro de 1994.
Historicamente os Estados Unidos sempre estimularam o multilateralismo e encaravam com reserva a formação de
blocos comerciais por considerá-los uma forma de limitar seus mercados no mundo. Só concordou com a criação da
Comunidade Econômica Europeia em 1957, porque julgava que o acordo ajudaria a consolidar o capitalismo na
Europa Ocidental e a deter o avanço do comunismo.
No atual mundo globalizado, com o aumento da concorrência e a consolidação da tendência de formação de
blocos, os norte-americanos viram no regionalismo comercial um meio de expandir seus interesses econômicos na
América. Depois do Nafta, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foi o principal projeto integracionista
defendido pelo governo Clinton (1992-2000), porém está paralisado desde o governo Bush (2000-2008). A partir de
então os Estados Unidos passaram a firmar acordos bilaterais com diversos países da América, como o Chile, e de
outros continentes, como a Austrália.
O Nafta é um gigantesco mercado consumidor: em 2007 sua população era de 440 milhões de pessoas e o PNB
superava 16 trilhões de dólares. Segundo a OMC, em 2008 as exportações conjuntas dos três países do bloco
somaram 2 trilhões de dólares e as importações, 2,9 trilhões. Esse enorme déficit comercial é quase todo
responsabilidade dos Estados Unidos, que apresentaram uma balança comercial desfavorável no valor de 865 bilhões
de dólares naquele ano.
Desde a criação do Nafta houve um grande crescimento do comércio intrabloco, que desviou fluxos de
mercadorias de outras regiões, sobretudo da União Europeia. Com a gradativa redução das barreiras alfandegárias
entre os três países-membros essa zona de livre comércio ampliou significativamente suas trocas comerciais.
NAFTA - 2007
Membro População PNB Exportações
(milhões de habitantes) (bilhões de dólares) (bilhões de dólares)
Estados Unidos 302 13886 1162
Canadá 33 1308 419
México 105 990 272
Total 440 16184 1853
ALCA
As negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foram iniciadas na I Cúpula
das Américas, realizada em Miami (Estados Unidos), em 1994, organizada pelo então presidente Bill Clinton. O
objetivo era implantar uma zona de livre comércio (envolvendo todos os países americanos, com exceção de
Cuba). O governo dos Estados Unidos esperava o encerramento das negociações até o inicio de 2005 e a entrada
em vigor dos acordos no final daquele ano, quando a Alca deveria começar a funcionar.
Entretanto, a resistência do Brasil e de seus sócios do Mercosul ao modelo de integração proposto e a perda
de prioridade da América Latina, após o ataque às torres gêmeas em 2001 e o envolvimento do governo George
W. Bush nas guerras do Afeganistão (2001) e do Iraque (2003), puseram fim às negociações.
Principalmente no Brasil, havia o receio de que a entrada na Alca pudesse trazer prejuízos econômicos. De
forma geral, a produtividade da economia norte-americana é maior que a brasileira, e a entrada de produtos com
tarifa zero causaria problemas em muitos setores, sobretudo na indústria e nos serviços. No entanto, nosso país é
mais competitivo que os Estados Unidos em alguns setores industriais - siderurgia, têxtil, calçados, celulose,
açúcar e álcool, entre outros. Mas o governo americano impõe uma série de barreiras não tarifárias justamente a
esses produtos, dificultando sua entrada.
Em 2009, a eleição de Barack Obama não mudou esse cenário porque sua maior preocupação foi enfrentar
a grave crise financeira que se abateu sobre os Estados Unidos no ano anterior e resolver as guerras no Iraque e
no Afeganistão.
Um exemplo do quanto está paralisado o projeto Alca: em 21 de março de 2010, ao buscar informações em
seu site oficial, o internauta se deparava com o seguinte aviso: "Este site foi atualizado em 21 de junho de
2006", Eram exatos três anos e nove meses sem atualização!
Na V Cúpula das Américas realizada em 2009 em Porto of Spain (Trinidad e Tobago), a integração no
âmbito da Alca nem foi discutida. Os temas de maior evidência foram a crise financeira mundial e a
reintegração de Cuba à OEA. A declaração final girou em torno de questões genéricas como a promoção da
prosperidade humana, da segurança energética e da sustentabilidade ambiental. A única menção ao comércio
deixou clara a preocupação em aprofundar o intercâmbio na esfera da OMC, ou seja, no âmbito de um sistema
multilateral, não regional, como propunha a Alca.
2.3 - MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) começou a se formar em 1985, nos governos de Raúl Alfonsín
(Argentina) e José Sarney (Brasil). Para viabilizar o projeto de integração, Brasil e Argentina tiveram de colocar de
lado sua tradicional rivalidade e seus projetos hegemônicos na América do Sul, vigentes na época em que eram
governados por regimes militares. Várias reuniões foram realizadas entre representantes dos dois governos ao longo
dos anos seguintes até que incorporassem o Paraguai e o Uruguai nas negociações e os quatro assinassem o Tratado
de Assunção em 1991.
A retomada do crescimento econômico nos dois principais países-membros, o aumento do fluxo de comércio
entre eles, especialmente a partir de 2004 (analise a tabela acima), e a assinatura do protocolo de adesão da Venezuela
(2006) são fatos que apontavam para um fortalecimento do Mercosul após anos de instabilidade. Entretanto, a crise
financeira de 2008 e a retomada de medidas protecionistas por parte da Argentina provocaram uma queda
significativa do comércio intrarregional em 2009, como mostra a tabela. Além disso, o aumento da competição
chinesa – apesar da TEC - tem tomado o lugar de produtos brasileiros no comércio com o bloco. Esses fatos puseram
o Mercosul novamente em xeque.
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GEOGRAFIA 1 CURSO ASCENSÃO
Como mostra a tabela a seguir, em 2007 o bloco tinha uma população de 241 milhões de habitantes e um PNB de
1,4 trilhão de dólares. Em população, equivale a pouco mais da metade do Nafta e da União Europeia, mas seu PNB é
cerca de 12 vezes menor que o desses blocos. Em termos de comércio o peso proporcional do Mercosul é ainda
menor. De acordo com a OMC, em 2008 os quatro países do bloco exportaram mercadorias no valor de 279 bilhões
de dólares e importaram 259 bilhões. Desse total, o Brasil foi responsável por exportações no valor de 198 bilhões de
dólares e por importações de 183 bilhões. Como se pode perceber, o Brasil é responsável por cerca de 70% do
comércio exterior do Mercosul. Veja os indicadores desse bloco e os compare com os da UE e do Nafta.
MERCOSUL – 2007
Membro População PNB Exportações
(milhões de habitantes) (bilhões de dólares) (bilhões de dólares)
Brasil 192 1122 160.6
Argentina 40 239 55.9
Uruguai 3 21 4.5
Paraguai 6 11 2.8
Total 241 1393 223.8
2.4 - UNASUL
A grande pretensão do governo brasileiro, desde a década de 1960, é fortalecer a integração da América do Sul
em acordos que reúnam todos os países do subcontinente, projeto que vem sendo impulsionado com a letargia do
Mercosul. Um importante passo foi dado nessa direção durante a III Reunião de Presidentes da América do Sul,
realizada em Cuzco (Peru) em 8 de dezembro de 2004, quando foi estabelecida a Comunidade Sul-Americana de
Nações. A Declaração de Cuzco, documento fundador desse fórum, reafirma em sua introdução a convergência
entre os países sul-americanos: "A história compartilhada e solidária de nossas nações, que desde as façanhas da
independência têm enfrentado desafios internos e externos comuns, demonstra que nossos países possuem
potencialidades ainda não aproveitadas tanto para utilizar melhor suas aptidões regionais quanto para fortalecer as
capacidades de negociação e projeção internacionais”.
Em 2007, em reunião ocorrida na Venezuela, o nome dessa entidade foi mudado para União das Nações Sul-
Americanas (Unasul), cujo objetivo é criar um espaço sul-americano integrado no âmbito político, social, econômico,
ambiental e infra-estrutural. A base para isso será a criação de uma zona de livre comércio que integre os países do
Mercosul, da Comunidade Andina, o Chile, a Guiana e o Suriname.
Em uma reunião de representantes dos 12 países sul-americanos ocorrida em Brasília, em 23 de maio de 2008, a
Unasul foi oficialmente formalizada, ganhando status jurídico-político próprio, isto é, se transformou num organismo
internacional. Com isso deixou de ser apenas um fórum e passou a ter a possibilidade de adotar medidas conjuntas
como a integração das infra-estruturas – transportes, energia, telecomunicações etc. - visando à aproximação dos
países-membros. Além disso, foi proposta a criação de um Conselho de Defesa para resolver pendências e possíveis
conflitos entre os países do subcontinente.
APEC - 2007
Membro População PNB Renda per capita
(milhões de habitantes) (bilhões de dólares) (dólares)
Estados Unidos 302 13886 46040
Japão 128 4829 37790
China 1318 3126 2370
Canadá 33 1308 39650
Rússia 142 1070 7530
México 105 990 9400
Coreia do Sul 48 956 19730
Austrália 21 752 35760
Taiwan 23 691 30084
Indonésia 226 373 1650
Hong Kong (China) 7 219 31560
Tailândia 64 217 3400
Malásia 27 171 6420
Cingapura 5 148 32340
Filipinas 88 142 1620
Chile 17 136 8190
Nova Zelândia 4 115 27080
Peru 28 95 3410
Vietnã 85 65 770
Brunei 0.4 10 26740
Papua Nova Guiné 6 5 850
Total 2677.4 29304 -
A Apec (do inglês Asia Pacific Economic Cooperation) foi fundada em 1989. Com sede em Cingapura, é
composta de vinte países da bacia do Pacífico e por Hong Kong (região administrativa especial chinesa). Por
enquanto é apenas um fórum, mas com o tempo pretende implantar uma zona de livre comércio entre seus membros.
Entretanto, para que isso aconteça terão de superar muitos problemas ligados às suas profundas disparidades
socioeconômicas, como se pode observar na tabela. A Apec tem como membro a maior potência econômica do
mundo, os Estados Unidos, e também um dos países mais pobres, o Vietnã. A renda per capita do primeiro é 60
vezes maior que a do segundo.
Há também problemas político-econômicos a serem superados. Apesar da crescente interdependência econômica
dos países da bacia do Pacífico, é muito difícil estabelecer uma integração semelhante à da União Europeia, ou
mesmo à do Nafta, por causa das disputas comerciais entre as três principais potências - Estados Unidos, Japão e
China - e da característica fortemente nacionalista dos projetos de desenvolvimento implantados pelos Estados da
região, especialmente do Leste e Sudeste Asiático.
Se a Apec se constituísse como um bloco econômico seria o maior do mundo, superando a União Europeia. Em
2008, segundo dados da entidade, sua população correspondia a 40,5% dos habitantes do planeta; seu PIB, a 54,2%
da produção bruta mundial; e suas exportações/importações, a 43,7% do comércio internacional.
2.6 - SADC
Na África os processos de integração regional são
prejudicados pelo grave quadro de desagregação do continente:
dependência econômica, carência de infra-estrutura básica, baixo
nível de industrialização, pobreza, fome, epidemias e guerras
civis. Os blocos africanos - Comunidade Econômica e Monetária
da África Central (EMCCA, em inglês), Comunidade Econômica
dos Estados da África Ocidental (Ecowas, em inglês), entre
outros - são muito frágeis, espelhando a realidade dos países que
os compõem. O mais importante acordo regional de comércio do
continente é a Comunidade de Desenvolvimento da África
Austral - SADC (do inglês Southern African Development
Community). Esse bloco foi criado em 1992 para assegurar a
cooperação na região austral do continente africano e em 2010 era
composto por 14 países (localize-os no mapa), que têm como
objetivo constituir uma zona de livre comércio.
A Área de Livre Comércio da SADC foi lançada em Sandton
(África do Sul) em 17 de agosto de 2008. É composta por 12
países-membros do bloco e dois deles - Angola e República
Democrática do Congo – devem aderir posteriormente. As tarifas vêm sendo reduzidas desde 2000 e no momento do
lançamento da zona de livre comércio, cerca de 85% dos produtos comercializados entre os 12 países já circulavam
com tarifa zero.
O país-membro mais importante da SADC é a África do Sul, cuja economia corresponde a 68% da produção
total do bloco. Apesar de ser o principal acordo regional de comércio da África, a SADC é muito pequena em termos
econômicos quando comparada aos principais blocos do mundo. Analise a tabela e compare-a com as das páginas
anteriores.
Em 2007, os 255 milhões de pessoas que viviam nos países que compunham a SADC eram responsáveis por um
PNB conjunto de 404 bilhões de dólares e por exportações no valor de 139 bilhões de dólares. Para comparação: a
Suécia, uma economia de tamanho médio na União Europeia, cuja população era de apenas 9 milhões de habitantes,
no mesmo ano gerou um PIB de 438 bilhões de dólares e exportou mercadorias no valor de 169 bilhões de dólares.
Essas informações, mais a comparação dos dados constantes das tabelas mostradas ao longo do capítulo,
evidenciam como o comércio internacional é desigual, como os fluxos de mercadorias são mal distribuídos no espaço
geográfico mundial e, consequentemente, como os blocos são muito diferentes em termos de tamanho econômico e
capacidade comercial.
SADC – 2007
Membro População PNB Exportações
(milhões de habitantes) (bilhões de dólares) (bilhões de dólares)
África do Sul 48 274 69.8
Angola 17 43 39.9
Tanzânia 40 16 2.0
Botsuana 2 12 5.1
Congo 62 9 2.7
Zâmbia 12 9 4.6
Maurício 1 7 2.2
Namíbia 2 7 2.9
Moçambique 21 7 2.7
Madagascar 20 6 1.2
Zimbábue 13 5 2.1
Malavi 14 4 0.7
Suazilândia 1 3 2.5
Lesoto 2 2 0.8
Total 255 404 139.2