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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Campus de Marília

MACROECONOMIA

Aula 10

Evolução do Sistema Internacional de Comércio


(1947-1994)
do GATT à OMC
Tópicos de discussão
O pós-guerra e o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT)

Negociações comerciais multilaterais no âmbito do GATT

Globalização e dinâmica da economia mundial

A Rodada Uruguai e a criação da Organização Mundial do


Comércio – OMC

OMC – a nova “Constituição” da economia mundial

OMC – uma avaliação crítica

16/02/24 Luís Antonio Paulino 2


O pós-guerra e o Acordo Geral de
Tarifas e Comércio (GATT)

As instituições de Breton Woods (FMI e Banco


Mundial)

A criação do GATT (General Agreement on Tarifs


and Trade) – 30/10/1947

A Carta de Havana (1948)


e a Organização Internacional do Comércio
O pós-guerra e o Acordo Geral de
Tarifas e Comércio (GATT)
Princípios constitutivos do GATT

– Cláusula de Nação Mais Favorecida (Art. I)


Todos os países-membros do Acordo têm de conceder
aos demais países o mesmo tratamento especial que
concederem a qualquer país

– Cláusula de Tratamento Nacional (Art.III)


São vedadas aos países membros do Acordo
quaisquer formas de discriminação entre produtos
nacionais e importados similares ou diretamente
concorrentes ou substituíveis.
Negociações comerciais multilaterais no
âmbito do GATT
Negociações comerciais multilaterais no
âmbito do GATT

Fonte: Gilpin, 2004, p.13


Negociações comerciais multilaterais no
âmbito do GATT
Crescimento do volume de comércio internacional
– 1913 e 1948 – 0,5% a.a
– 1948 – 1973 – 7,0% a.a

Volume do comércio mundial


– 1947 – U$ 57 bilhões (7% da renda mundial)
– 1990 – US 6 trilhões (21% da renda mundial)

Fonte: Gilpin, 2004, p.36


Negociações comerciais multilaterais no
âmbito do GATT

Fonte: Gilpin, 2004, p.37


Globalização e Dinâmica da Economia Mundial

Inovações Concentração Globalização Baixas taxas


Tecnológicas do capital Financeira de crescimento

Aumento da
concorrência
intercapitalista

Busca de Livre Necessidade Cessão de


Proteção dos
novos circulação de de regras autonomia
Investimentos
mercados mercadorias e uniformes política pelos
do capital Estados
(integração
profunda)
A Rodada Uruguai e a criação da
OMC
Temas propostos:

– Redução de tarifas (acesso a mercados)

– Comércio de produtos agrícolas, têxteis e vestimentas

– Melhorias nos acordos não-tarifários

– Novos temas
A Rodada Uruguai e a criação da
OMC
Novos temas:

– Investimentos

– Propriedade Intelectual

– Serviços
A Rodada Uruguai e a criação da OMC
Principais acordos

– Acordo Constitutivo da Organização Mundial do Comércio – OMC

– Acordos Multilaterais de Comércio de Bens/General Agreement on Trade and Tariffs (GATT-


94)

– Acordo Geral sobre Comércio de Serviços/General Agreement on Trande in Services (GATS)

– Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao


Comércio/Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights – TRIPs

– Acordo sobre Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio/Trade-Related Investment


Measures – TRIMs

– Regras para solução de controvérsias (painéis/WTO panels)


A Rodada Uruguai e a criação da OMC

Demais acordos (Anexo 1)


– Acordo sobre Agricultura

– Acordo sobre aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias

– Acordos sobre Têxteis e Vestuário

– Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio

– Acordo sobre Inspeção Pré-Embarque

– Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento de Importações

– Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias

– Acordo sobre Salvaguarda


A Rodada Uruguai e a criação da OMC

Principais resultados

– Criação da OMC

– Redução de tarifas

– Novas regras de comércio para a agricultura e para o setor têxtil

– Extensão aos serviços dos princípios de livre-comércio do GATT-94

– Inclusão da proteção aos direitos de propriedade intelectual no âmbito da OMC

– Maior proteção ao investimento estrangeiro


OMC x GATT 1947
OMC – a nova “constituição da
economia mundial”
Funções da OMC

– Facilitar, implementar e administrar os acordos comerciais multilaterais

– Foro para negociações referentes a todos os assuntos de seus vários


anexos

– Administrar o entendimento sobre soluções de controvérsias

– Administrar o mecanismo de exame de políticas comerciais

– Cooperar com o FMI e Banco Mundial na formulação de políticas


econômicas globais.
OMC – a nova “constituição da
economia mundial”
Estrutura da OMC

– Conferência Ministerial (a cada 2 anos)

– Conselho Geral (a cada 2 meses)


Conselho do Comércio de Bens
Conselho do Comércio de Serviços
OMC – a nova “constituição da
economia mundial”
Conferências Ministeriais da OMC
Ano Local
1996 Cingapura
1998 Genebra
1999 Seatle
2001 Doha
2003 Cancúm
2005 Hong Kong
OMC – avaliação crítica
TARIFAS

– PICOS TARIFÁRIOS ELEVADOS


PAÍS MÉDIA MÁXIMA
EUA 5,15% 350% (Tabaco)
UE 5,95% 219% (Cogumelos e Trufas)
Japão 6,60% 2.554% (Arroz)
Brasil 10,4% 55% (coco e preparações de
pêssego)
OMC – avaliação crítica
Protecionismo Seletivo

Tarifa nominal média aplicada pelo


Brasil, em 2004, para os vinte principais
produtos de exportação dos Estados
11,66%
Unidos
Tarifa nominal média aplicada pelos
Estados Unidos para os vinte principais 23,73%
produtos de exportação do Brasil
OMC – avaliação crítica
Protecionismo Seletivo (tarifas de importação nos EUA para
alguns produtos brasileiros)
Tecidos e Roupas 38%

Chapas de aço 108%

Tubos de aço 120%

Frutas Até 151%

Suco de laranja Imposto específico de


US$ 479,70 por ton.
Calçados 48%
OMC – avaliação crítica
Brasil: economia fechada?

Fonte: O Estado de S. Paulo, 12/09/2006


OMC – avaliação crítica
– ESCALADA TRIBUTÁRIA: Ocorre quando um país impõe tarifas muito baixas sobre a importação de
matérias-primas e tarifas muito altas sobre produtos finais ou processados que são feitos dessa
matéria-prima.

– Exemplos

– Soja em grão: tarifa zero


– Óleo de soja: 19% (China)
– Farelo de soja: 38% (China)

– Café verde: tarifa zero


– Café solúvel: 10%

– Couro wet-blue: tarifa zero


– Couro acabado: 6,5%
– Calçados: 17% (58,5% nos EUA para certos tipos)
OMC – avaliação crítica

EMENDA BIRD (anti-dumping)

Aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos


– e já condenada em painel da OMC -
beneficia os peticionários de uma medida de
defesa comercial com o recursos recolhidos
com a cobrança dos direitos correspondes
OMC – avaliação crítica

ANTI-DUMPING
Exportações brasileiras de aços laminados a quente para os
EUA (em toneladas)
368000
400000
350000
300000
250000
200000
130000
150000
100000 17000
50000
0 0 107
1999 2000 2002 2003 2004
OMC – avaliação crítica
ANTI-DUMPING

Fonte: Valor Econômico, 12/09/2006


OMC – avaliação crítica ANTI-DUMPING

Fonte: Folha de S.Paulo, 06/10/2007


OMC – avaliação crítica

INVESTIMENTOS
Medidas de Investimentos (TRIMS) proibidas

– Exigência de o novo investidor usar certa quantidade de


componente local na produção
– Exigência de desempenho exportador

Subsídios proibidos

– Subvenções diretas vinculadas a resultado de exportação.


– Exoneração de impostos
– Concessão de créditos de exportação com juros subsidiados
Fonte:O Estado de S. Paulo, 27/10/2006
OMC – avaliação crítica

SERVIÇOS – GATS (General Agreement on Trade in


Services)

– Prevaleceu a posição norte-americana de liberalizar apenas os


serviços não-fator, ou seja, serviços finais, tais como serviços
financeiros, telecomunicações, excluindo assim serviços que
pudessem ser vistos apenas como insumo para produção de outros
bens, como por exemplo, serviços de mão-de-obra na construção
civil.

– O Brasil apresenta um déficit anual na balança de serviços de cerca


de US$ 8 bilhões.
OMC – avaliação crítica
PROPRIEDADE INTELECTUAL

– TRIPS (Trade-Related Aspects of Intellectual


Property Rights):

– O acordo aumenta o grau de monopólio sobre as


invenções e dificulta ainda mais o acesso de
potenciais concorrentes a essas novas tecnologias.

Medicamentos e alimentos
Prazo de 20 anos
Patente de importação
Pipe-line
OMC – avaliação crítica

Valor, 08/02/2007, p. A2

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