Introdução

GONÇALO-A OMC é uma organização formal cujo principal propósito é a ajuda dos seus
membros a usarem o comércio como formar de melhorar a vida dos seus cidadãos.

-A OMC gere o sistema global de regras de trocas comerciais, tentando impulsionar a adesão
de todos os países (em especial os em desenvolvimento) à adesão do sistema global de trocas.
-Favorece também um fórum de negociações para que os países negoceiem acordos
comerciais e resolvam as suas disputas comerciais.

- À medida que a globalização avança na sociedade de hoje, a necessidade de

uma Organização internacional formal para gerir os sistemas de comércio tem sido de vital
importância. À medida que o volume de comércio aumenta, questões como o protecionismo,
barreiras comerciais, subsídios, violação de propriedade intelectual surgem devido às
diferenças nas regras comerciais de cada nação. A Organização Mundial do Comércio atua
como mediadora entre as nações quando tais problemas surgem. 

A OMC pode ser referida como um produto da globalização e também como uma das
organizações mais importantes da sociedade globalizada de hoje.

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História da OMC

MARTIM-Após a segunda guerra mundial, com a conferência de Bretton Woods instituições de

cooperação económica como o Banco Mundial e o FMI. Também esteve em cima da mesa a
criação de uma organização internacional do comércio (OIC), no entanto esta nunca se chegou
a materializar, tendo por sua vez surgido o GATT ( General Agreement on Tariffs and Trade ou
Acordo Geral de Tarifas e Comércio), assinado em 1946 por 148 países. Este acordo tencionava
uma redução recíproca das tarifas de comércio de bens como forma de combate à tendência
protecinista que se instalava por diversos países.

-Este acordo foi o único instrumento multilateral a tratar do comércio internacional de 1947

até 1995, ano em que entrou em funcionamento a OMC, com o acordo de Marraquexe.

-Enquanto o GATT tratou principalmente do comércio de bens e redução de tarifas, a OMC e

os seus acordos também abrangem o comércio de serviços e propriedade intelectual e um
mecanismo de resolução de conflitos entre países. As negociações no âmbito do antigo GATT e
hoje na OMC são chamadas de rondas. A cada ronda é lançada uma agenda de temas que
serão discutidos entre os membros da OMC para firmarem acordos.

-Atualmente está a decorrer a ronda 9ªa ronda, a ronda de Doha, lançada em 2001 sendo esta
focada principalmente em criar desenvolvimento nos países menos desenvolvidos, através de
uma alteração no sistema internacional do comércio agrícula.

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Objetivos e princípios da organização

GONÇALO-Alguns dos principais objetivos da organização são:

-Criar regras de comércio internacional e fazer com que sejam cumpridas;

-Mediar negociações entre países no que toca ao comércio internacional, gerenciando acordos
multilaterais de comércio;
-Providenciar um forúm neutro de negociações;

-Cooperar com outras organizações económicas na manutenção da economia global,

nomeadamente o Banco Mundial e o FMI;

-Promover a transaparência na tomada de decisões de comércio internacional;

-Ajudar os países menos desenvolvidos a beneficiar completamente dos benefícios de uma

economia globalizada;

-Supervisionar o cumprimento dos acordos pelos membros;

-Desincentivar criação de barreiras alfandegárias e não alfandegárias encorajando a

concorrência mundial;

-Proteger os interesses dos países mais vulneráveis de práticas comerciais discriminatórias de

países grandes e poderosos, garantindo-lhes igualdade de oportunidades.

MARTIM-Estes objetivos são por sua vez coerentes com os princcípios da OMC que são:

-Princípio da não discriminação- Isto significa que se um país conceder a outro país um
benefício terá obrigatoriamente que estender aos demais membros da OMC a mesma
vantagem ou privilégio. Este impede o tratamento disceiminado aos produtos internacionais
para evitar desfavorecê-los na competição com os produtos nacionais

-Princípio da concorrência leal- Que visa garantir um comércio internacional justo, sem
práticas desleais como a subsidiarização de produtores nacionais e o dumping.

-Princípio da Previsibilidade- Este princípio garante a previsibilidade sobre as regras e sobre o

acesso ao comércio internacional por meio da consolidação dos compromissos tarifários para
bens e das listas de ofertas em serviços

-Princípio da Proibição de Restrições Quantitativas- Este impede que os países imponham

quotas ou proibições a certos produtos internacionais como forma de proteger a produção
nacional.-Princípio do Tratamento Especial para Países em Desenvolvimento- princípio os
países em desenvolvimento terão vantagens tarifárias, além de medidas mais favoráveis que
deverão ser realizadas pelos países desenvolvidos.

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Estrutura da OMC

GONÇALO-A OMC é sediada em Genebra na Suiça, no Centro William Rappard criado

originalmente após a 1ªa guerra mundial, com a criação da Liga das Nações.

-A atual presidente ou diretora geral é Ngoki Okonjo-Iweala, economista da Nigéria que lidera
a organização desde 2020, sucedendo Roberto Azevedo. Ngoki foi a primeira mulher a dirigir a
OMC.

-A OMC conta com 624 membros de secretariado, de 83 nacionalidades que integram diversos
grupos de trabalho.
-Quanto ao orçamento da OMC, esta conta com cerca de 187 milhões de euros anuais, sendo
estes principalmente provenientes de fundos fidunciários dos membros e da venda de
publicações de investigação à imprensa.

-Estes são utilizados em apoio a atividades especiais de cooperação técnica destinadas a

permitir que os países menos desenvolvidos e em desenvolvimento façam melhor uso da OMC
e obtenham maior benefício do sistema multilateral de comércio.

Estrutura Organizacional

-A autoridade máxima da OMC é a Conferência ministral que decorre de 2 em 2 anos reunindo

todos os membros e tomando decisões sobre todos os assuntos, sob qualquer um dos acordos
multilaterias de comércio.

-Há 2 tipos de acordos estipulados pela OMC: Os ACORDOS MULTILATERAIS (vinculados

diretamente à OMC, ou seja, país que queira ser membro deve aceitar todos esses termos sem
exceção) e os PLURILATERAIS (são facultativos, sendo que os que aderem à OMC podem optar
ou não por aderir).

-Entre estas conferências, o trabalho da OMC acenta perante a atuação de três orgãos, com a
mesma composição, que abrangem diferentes áreas do comércio internacional:

-O primeiro e mais importante corpo da OMC é o concelho geral, composto por

representantes de todos os estados-membros, toma decisões acerca do funcionamento da
organização e supervisiona os acordos e as decisões ministrais. Nomeia o diretor-geral,
encarregado de dirigir o secretariado da OMC. Regula outros orgãos como o conselho para o
comércio de mercadorias (GATT), Conselho para os Aspectos dos Direitos de Propriedade
Intelectual(TRIPS), Conselho para o Comércio de Serviços(GATS), Comité de Negociações
Comerciais que por sua vez se subdividem em divisões específicas.

-Os outros dois orgãos, também regulados pelo conselho geral são o Orgão de exame de
políticas comerciais que estuda todos os acordos multilaterais antes de estes serem
oficialmente propostos e pelo Orgão de resolução de litígios, principal orgão de resolução de
disputas comerciais entre membros, estando impedido de interferir em disputas de índole
política.

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Países pertencentes à OMC e Processo de adesão

MARTIM-A OMC possui actualmente 164 países membros que representam 98% do comércio
mundial e 25 países observadores. Os membros não precisam de ser territórios inteiramente
independentes, precisando apenas de ter autonomia em situações de comércio externo.

-Para aderirem os candidatos a membro têm de submeter o pedido ao concelho geral da OMC
e apresentar informações relacionadas ao regime de troca e políticas económicas. O processo
de adesão é único para cada membro, sendo ajustado ao estado de desenvolvimento
económico e regime de troca de cada um.

- Após este processo, a candidatura é estudada por um grupo de trabalho da OMC que
determina com base nos dados um conjunto de termos e condições necessárias para a adesão
do estado, assim como o tempo de adesão necessário para o ajustamento a esses termos. Por
fim dá-se uma série de negociações bilaterais entre a OMC e o candidato em que se discutem
esses mesmos termos e concessões necessárias.

-Os termos têm de ser aplicados de forma igual por todos os estados,obedecendo a um
principio de não discriminação mesmo que as concessões sejam diferentes.

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Exemplos de ação concreta da OMC

-Os exemplos mais claros do trabalho da OMC são obviamente o aumento global das
exportações, especialmente de bens e serviços. As exportações mundiais, em percentagem do
PIB, aumentaram, de 1995, desde a criação da OMC a 2015 8 pontos percentuais e hoje em dia
exporta-se, em valores nominais em todo o mundo 4 vezes mais do que em 1995.

-Outro exemplo mais obvio é a prevenção de guerras de comércio. As regras da OMC ajudaram
por exemplo na crise global de 2008 a evitar a imposição de medidas protecionistas por todo o
mundo. Para além destas a OMC foi essencial na:

- Liberalização das telecomunicações: Em 1997, 40 governos concluíram com sucesso

negociações para o comércio livre de tarifas de produtos de tecnologia da informação, sobre o
forúm de negociações da OMC.

- Para além disso, foi aprovada na OMC uma expansão do acordo de de Tecnologia da
Informação, na 10ª conferência ministral de Nairobi que eliminou tarifas sobre mais 200
produtos de TIC avaliados em mais de 1,3 triliões de dólares.

GONÇALO-Ações de ajuda aos países menos desenvolvidos: Com a iniciativa de Ajuda para o
Comércio, lançada em 2005, mais de 400 mil milhões de dólares foram desembolsados para
apoiar projetos de Ajuda ao Comércio. Uma Revisão Global da iniciativa é realizada a cada dois
anos na sede da OMC. A OMC também participa no Quadro Integrado Reforçado (QIR) que é a
única parceria multilateral dedicada exclusivamente a ajudar os países menos desenvolvidos
(PMD) na utilização do comércio como motor de crescimento, desenvolvimento sustentável e
redução da pobreza.

-O QIR investiu em mais de 170 projetos, com 220 milhões de dólares destinados a apoiar os
países mais pobres do mundo. Outra parceria apoiada pela OMC é o Standards and Trade
Development Facility (STDF), criado para ajudar as economias em desenvolvimento a atender
aos padrões internacionais de segurança alimentar, saúde vegetal e animal e acessar mercados
globais.

-Para além disso a OMC abriga a Secretaria e administra o fundo fiduciário STDF, que forneceu
financiamento de mais de 50 milhões de dólares para apoiar projetos em economias de baixo
rendimento.

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Constrangimentos ao trabalho da OMC

MARTIM-Alguns dos principais contragimentos ao trabalho da OMC são:

.A criação e execução de acordos multilaretais, que têm de ser aplicados de igual forma por
todos os Membros por vezes é irrealista, na medidas em que há grandes diferenças entre os
países mais desenvolvidos como os EUA e os menos desenvolvidos como a Nigéria. Por
exemplo num dos principais tópicos da rodade de Doha, o comércio agrícula, há bastantes
divergências entre o mais e menos desenvolvidos. Os países em desenvolvimento sentem-se
prejudicados pelos fortes subsídios e incentivos que os países ricos dão aos produtos agrícolas
do seu mercado internos, defendendo  a diminuição dos impostos cobrados dos produtos
agrícolas estrangeiros. Já os países ricos exigem uma maior abertura para os seus produtos
industrializados. Assim é bastante difícil encontrar soluções que beneficiem ambos pois os
seus onjetivos internos são diametralmente diferentes.

-Outro dos grandes contrangimentos ao trabalho da OMC é o sistema económico da China,

combinada com o tamanho e o crescimento de sua economia, que criou tensões no sistema de
comércio global. A OMC tem tido grandes problemas em lidar com a forte concorrência
chinesa para além de desafios referentes à propriedade intelectual, e à forte subsidiarização
que o governo chinês atribui a empresas internas.

-Falando de críticas, a organização muitas vezes é acusada de promover a degradação

ambiental, ao promover o aumento da produção mundial, que favorece as ETN. Este ponto
deu até aso a manifetações em Seattle, em 1999 na conferência ministral do século 20.

-Para além disso também é acusada de beneficiar os países mais desenvolvidos com mais
capacidade competitiva no comércio mundial. Há quem diga que a abertura das economiaas a
um sistema global, mesmo regulado faz com que os países menos desenvolvidos e ricos em
recursos saiam prejudicados.

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GONÇALO-Apesar destas críticas a importância a OMC no desenvolvimento da economia

mundial é inegável e as suas consequências positivas são mais acentuadas que as negativas.
Assim acabaremos a mostrar um vídeo que reforça essa mesma importância