Agronegócios e desenvolvimento econômico no Brasil A importância agronegócio para a economia brasileira Economia agroexportadora (se baseia na produção e na exportação de produtos primários)
No período de 1889-1930 (República Velha), os produtos primários
eram os carros-chefes nas exportações brasileiras, responsáveis pelo desempenho econômico do país e isso possibilitava que o país realizasse importações. Portanto, a economia brasileira tem o agronegócio como sua raiz.
O que é agronegócio?
A soma total da produção e distribuição de suprimentos agrícolas,
das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles. Resumo da história do agronegócio brasileiro: Tivemos grandes ciclos agroindustriais: A cana-de-açúcar e o café – que foram os precursores do período de colonização e crescimento econômico do país.
- A exploração da cana-de-açúcar, por exemplo, possibilitou o
desenvolvimento da região Nordeste do país. - Na Amazônia, a borracha foi importante para desenvolvimento da capital, Manaus. - No sudeste, o ciclo do café, que dominou a economia no período da República Velha, sendo a fonte de poupança interna do país e financiador da industrialização brasileira.
O desempenho econômico do país estava atrelado às exportações e,
por conseguinte, aos preços internacionais, o setor ficava bastante vulnerável às adversidades do resto do mundo. Em períodos prósperos, a demanda aumentava, em épocas de crise, reduzia-se. Resumo da história do agronegócio brasileiro: O principal problema da economia agroexportadora era a volatilidade dos preços do mais importante produto primário exportado.
Restava ao governo, poucas alternativas de ação para proteger a
economia. Entretanto, duas delas ganham destaque: a desvalorização cambial e a política de valorização do café.
Nesta época, a desvalorização cambial causou dois problemas:
Estímulo a superprodução do café
Aumento da inflação (preços) uma vez que as pessoas consumiam
produtos importados, a desvalorização cambial aumentava estes preços. Resumo da história do agronegócio brasileiro: Dado o dinamismo da economia agroexportadora em comparação aos outros setores que geravam uma rentabilidade proporcionalmente menor, todos os recursos disponíveis eram destinados ao setor agroexportador, resultando numa forte concentração de renda e propriedade.
Tínhamos, então, um modelo de crescimento “voltado para fora”.
Dependíamos do setor externo. Logo: - A pauta de exportação era concentrada em produtos primários; e, na necessária importação de matérias primas e de bens duráveis para atender a demanda interna Enquanto países como EUA, Inglaterra e outros a pauta de exportação era baseada no excedente do consumo, sendo os manufaturados predominantes;
Mas, a partir da década de 1960, o processo de industrialização – que
começou no início dos anos de 1930 – é consolidado. Resumo da história do agronegócio brasileiro: A partir da década de 1970 (período de modernização do setor agrícola) o agronegócio cresceu de forma acelerada (uso eficiente da terra e aumento da produtividade).
Deste período para o momento recente, no Brasil, o agronegócio
passou a compreender as seguintes atividades econômicas: I. insumos para a agricultura (ex.: fertilizantes e defensivos); II. a produção agrícola (lavouras, pecuária, florestas e extrativismo); III. a agroindústria; IV. o transporte e a comercialização de produtos primários, bem como os processados.
Tanto a agricultura moderna (mecanizada) como a familiar dependem
muito de insumos que são adquiridos fora das propriedades rurais. Agronegócio brasileiro hoje: No Brasil, passamos por algumas crises de abastecimento interno de produtos agrícolas, o que prejudica, principalmente, as famílias de rendas mais baixas.
Logo, garantir o abastecimento de produtos agrícolas (alimentos, em
especial) é uma questão básica de equidade e justiça social.
Mas, o que acontece com os alimentos básicos quando o dólar está
alto (como está agora)??? Agronegócio brasileiro hoje: O Brasil tem no agronegócio seu setor chave de inserção no comércio mundial.
Dentre todos os setores da economia mundial,
a agropecuária é o setor mais aberto e competitivo do cenário internacional.
O agronegócio é o maior negócio da economia
brasileira e mundial e a fase de processamento e distribuição que correspondem ao sistema de comercialização são o destaque do valor global gerado ao longo das cadeias de produção agroindustriais (ou seja, o processamento agrega valor à matéria prima!) Quais países mais importam os produtos brasileiros? O desenvolvimento econômico e a comercialização de produtos agrícolas Os objetivos do desenvolvimento econômico são:
a. Aumentar a taxa de crescimento do produto interno
per capita (PIB per capita); b. Aumentar o pleno emprego da força de trabalho ou, no mínimo, apresentar uma taxa de desemprego aceitável; c. Maior igualdade na distribuição da renda.
Para que haja o desenvolvimento econômico, deve-se
transformar as economias rurais, baseadas na agropecuária em economias mais evoluídas e baseadas na industrialização do produto. O desenvolvimento econômico e a comercialização de produtos agrícolas Desenvolver o sistema de comercialização de produtos agrícolas está estreitamente relacionado com o desenvolvimento global da economia.
Existem evidências de que o desenvolvimento econômico possibilita:
a. o aumento da especialização da mão-de-obra; b. o aumento da adoção de novas tecnologias; c. aumenta a separação geográfica entre a produção e o consumo; d. aumento da renda “per capita”.
Obs: O agronegócio é o principal ator nas nossas exportações, por isso
a importância de não se manter nossa moeda sobrevalorizada, e a atuação do governo por meio de políticas econômicas que incentivem a produção. O desenvolvimento econômico e a comercialização de produtos agrícolas A comercialização no processo de desenvolvimento desempenha papel ativo através de:
a. Preços baixos de alimentos;
b. Altos salários reais e baixos salários nominais no setor não agrícola; c. Expansão da demanda por produtos agrícolas; d. Estímulo à criação de empregos; e. Incremento do nível de renda agrícola.
para que haja incentivo à produção a fim de assegurar uma
demanda de mercado, o setor deve oferecer: - preços razoavelmente estáveis, - sistema de posse de terra satisfatório, - facilidades adequadas de mercado. Concluindo... Se a produção é incentivada e passamos por momentos de crise no mercado externo, o que acontece? Haverá um excedente de produtos agrícolas que serão destinados ao mercado interno.
Se há muita oferta, os preços desses produtos tendem a cair,
reduzindo o lucro dos produtores que, por sua vez, ficarão desmotivados em produzir.
Qual o resultado disso? A produção é diminuída, a renda,
consequentemente, é reduzida, o consumo e o nível de emprego também. Com isso, arrecada-se menos e um ciclo vicioso é formado. Por isso, a importância do governo em oportunizar o setor.
Apesar de suas potencialidades, o setor precisa de políticas econômicas
saudáveis, pois manter taxa de juros elevada, inflação alta e moeda sobrevalorizada, prejudica o setor. Concluindo... A economia aberta ao exterior possibilita exportar e importar qualquer produto do agronegócio; países do Mercosul, possuem impostos baixos, o que prejudica o produtor brasileiro que se torna menos competitivo no mercado externo. Pode, até mesmo, perder mercado interno, já que os produtos importados chegam mais baratos.
- O agronegócio está na raiz do processo de crescimento econômico
do país;
- O setor contribui muito para a renda, o emprego, as exportações, o
desenvolvimento do interior e da equidade regional;
- O país dispõe de terra, mão-de-obra e tecnologia que são vantagens
comparativas em relação aos concorrentes de mercado externo; e,
- São necessárias políticas econômicas de melhoria de infra-estrutura