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De 1890 a 1900 criou-se uma situação ímpar para a exportação do café no Brasil, não havia
mais problemas de mão-de-obra e a concorrência (economia cafeeira asiática) passava por
uma dificuldade. Além destes fatores, havia crédito suficiente e uma depreciação cambial
favorecia enormemente ao setor exportador cafeeiro.
Mas no longo prazo, a queda dos preços estava sendo vislumbrada, elasticidade da mão-de-
obra, abundância de terras, como infraestruturas: estradas de ferro, portos e transportes
marítimos derrubariam os custos e em consequência os preços.
O Brasil tinha 75% da produção mundial que lhe proporcionava um poder de barganha no
mercado mundial, poderiam estocar para especular com os preços.
Mas os estoques que se avolumavam ano a ano pesam sobre os preços, provocando uma perda
de renda para os produtores e para o país. O governo realizou uma intervenção no Acordo de
Taubaté, as principais medidas adotadas dessa política foram:
c) os serviços desses empréstimos seriam cobertos com impostos cobrados em ouro sobre
cada saca de café exportado, e
A solução encontrada pelo governo funcionou até a crise de 1929, mas a solução dada pelo
governo cria também sua própria problemática e agora com o agravante, a diminuição da
demanda pela crise internacional, ou seja, há uma crise pelo desequilíbrio estrutural entre
oferta e demanda.
Onde está o erro? Não levar em conta que o café é uma atividade econômica tipicamente
colonial, e na questão do equilíbrio entre oferta e demanda estava do lado da demanda.
O que o governo também poderia ter feito é estimular outras exportações através de uma
política de subsídios, transferindo recursos financeiros do café, e dessa forma evitar a
monocultura.
O MECANISMO DE DEFESA E A CRISE DE 1929
A produção cafeeira no Brasil encontrava-se no seu auge, justo no momento em que a crise
mundial também atingia o seu ponto mais baixo de depressão em 1933. Não havia crédito
internacional para financiar os estoques e o governo também não tinha reservas:
- Se o café é colhido, que destino deveria dar-se ao mesmo? Retê-lo em estoque ou destruí-lo?
- Se estocar ou destruir, sobre quem cairia o ônus, caso o café fosse colhido?
Mesmo com a baixa do preço do café, o mercado internacional não podia absorver a
totalidade da produção, era pouco elástica em função dos preços. Apesar disso, de 1929 a
1937 conseguiu desovar 25%, e o restante?
Chega ao ponto em que os prejuízos atingem a todos, incluindo o produtor, e este deixará de
produzir o café, é a partir deste momento que se estabelecerá um novo equilíbrio entre oferta e
demanda.
A destruição dos excedentes das colheitas de café foi necessária, mesmo que a primeira
vista parece ser absurda colher o produto para depois destruí-lo, mas em situações como estas
repetem-se nas economias de mercado, para garantir um preço mínimo de compra e proteger o
setor cafeeiro.
Desta forma, estava se mantendo o nível de emprego da economia exportadora e aos setores
ligados a esta atividade. Assim, evita-se um efeito multiplicador negativo sobre os demais
setores da economia.
A crise de 1929 provocou enorme desemprego nos EUA, já no Brasil o nível de emprego se
manteve, mesmo destruindo boa parte da produção o nível de renda não caia. O Brasil já
estava praticando uma política keynesiana antes mesmo desta entrar em vigor, desta forma,
realizou-se no país uma política anticíclica de maior amplitude que qualquer outro país
industrializado.
DESLOCAMENTO DO CENTRO DINÂMICO
A política do setor cafeeiro contribuiu para manter a demanda efetiva e o nível de emprego
nos outros setores da economia. O financiamento dos estoques de café com recursos externos
evitava o desequilíbrio do balanço de pagamentos.
A cada 1.000 Réis reinvestidos em estoques de café geram um efeito multiplicador três
vezes mais, propiciando um aumento na renda. Para que haja um desequilíbrio externo seriam
necessários que as importações pelo menos cheguem até 40%. Assim, o Brasil consegue
equilibrar o seu Balanço de Pagamentos.
Que destino teria este recurso que não foram gastos no exterior? É evidente que ia
pressionar os produtores internos, daqui podemos deduzir que o elemento dinâmico, irá
logrando uma demanda interna nesta depressão. Ao manter a demanda interna com maior
firmeza que a externa, o setor que produz pra o mercado interno passa a oferecer melhores
oportunidades de investimento que o setor exportador.
Dessa forma, cria-se uma situação praticamente nova na economia brasileira, que era a
preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação do capital.
Num país periférico, não existe uma poupança suficiente para alavancar os investimentos
necessários, daí a estratégica função do Estado em investir em infra-estruturas e apoiar o setor
privado através de subsídios creditícios e incentivos fiscais.
Plano Social: promulgação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) como forma de
mediar a “briga” capital/trabalho.
Principais problemáticas:
- fragilidade da burguesia:
- fragmentação da sociedade:
Tanto a Primeira guerra mundial como a crise de 29 e a Revolução de 1930 criaram condições
para o início do processo de ruptura com o passado colonial.
a) quebra a relação existente até então; exporta produtos primários e importa bens
manufaturados;
b) fim da entrada de capitais estrangeiros, dessa forma, o mercado interno fica livre para a
iniciativa nacional;
c) transferência de recursos do setor agroexportador para o setor urbano – industrial.
ETAPAS DO ISI
c) bens de capital e insumos básicos (maquias e equipamentos; aços, ferros, cimentos, etc.)
EFEITOS DO ISI