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INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL

PROFESSORA MARIA VITÓRIA


INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL
Antecedentes:
Economia cafeeira
A economia cafeeira foi a base para a industrialização do Brasil, ela foi resonsável pelo:
Acúmulo de capital: o capital acumulado pelos cafeicultores, parte dele sendo investido na
indústria.
Imigrantes: o café foi a porta de entrada da maior parte dos imigrantes no final do século XIX e
início do século XX. Esses imigrantes vão se tornar mão de obra para a indústria e também parte
do mercado consumidor. Alguns deles já tinham experiência do trabalho industrial na Europa.
Ferrovias: a malha ferrovia brasileira foi criada majoritariamente no período do café, essas
mesmas ferrovias serão as vias de transporte para a indústria nascente.
Crise de 1929
A crise afetou a economia brasileira gerando deficit na balança comercial e colocando em cheque
a domínio político das oligarquias cafeeiras. Abre a porta para revolução de 1930 e um
pensamento mais urbano industrial.

Início do proceso de industrialização


Década de 1930 – Substituição de Importações
Inicia no Governo Vargas com o modelo conhecido como Substituição de Importações, isto é,
produzir em território nacional o que antes era importado. Essa fase vai ser pautada nos setores
mais simples, a indútria têxtil e a indústria alimenticia.
Década de 1940 – Investimento Estatal
Desenvolvimento industrial encontra um gargalo na falta de indústria de base. Setor de altíssimo
custo de investimento, vai ser papel do Estado investir nesse setor.
As indústrias de base são pré requisitos para o surgimento de indústrias mais complexas como as
de bens de consumo durável.
Exemplos: Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Vale do Rio Doce.
Até o final do período militar veremos o Estado brasileiro investindo em indústria do Setor do
Base.
Década de 1950 – Internacionalização da economia
Marcado pelo período JK, teremos uma forte entrada de capital internacional no Brasil. Surge o
modelo Nacional Desenvolvimentista focado em um tripé de investimentos.
Capital Estatal: Indústrias de base e infraestrutura de transporte e energia. É o alicerce para
atrair investimentos.
Capital Estrangeiro: Indústrias de bens duráveis de grande porte, aquelas que o capital Nacional
não tem capacidade de gerar. O símbolo do período será a Indústria automobilística.
Capita Privado: Pequenas e médias indústrias que darão suporte as indústrias maiores. Exemplo
as indústrias de autopeças, que vendem produtos para as montadoras de automóveis.
Consequências do período:
• Crescimento e modernização econômica (surgem novos setore da indústria produzindo no
Brasil).
• Aumento da dívida externa
• Rodoviarismo, a partir do período JK, ocorre a mudança na matriz de transporte brasileira.
O transporte rodoviário até hoje é o mais usado e tem um custo muito mais elevado do que
o ferroviário.

Ditadura Militar – 1964 – 1986

Manutenção do Nacional Desenvolvimentismo. Aproveitando a boa conjuntura econômica


internacional, o Brasil passa por seu período de maior crescimento econômico, o Milagre
Brasileiro.
Com forte atuação estatal e conjuntura favorável passamos por anos de crescimento na casa de
10% ao ano, entre 1968 e 1973. Em 1973, ocorre o choque do Petróleo, o mundo entra em crise
e os empréstimos para o Brasil reduzem, assim como o investimento de transnacionais no Brasil.
É o fim do crescimento.
A década de 1980 vai ser marcada por uma enorme crise econômica. Conhecida como, “Década
Perdida”, os anos 1980 são um misto de recessão econômica e decepção política com a não
aprovação das diretas e a permanência da ditadura.
Anos 1980:
• Recessão
• Desemprego
• Inflação
Anos 1990 – Neoliberalismo chega ao Brasil
Com Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso o Brasil, juntamento com grande parte do planeta,
adota medidas neoliberais. Para a indústrias as principais foram:

Abertura de Mercado: Redução das tarifas alfandegárias na tentativa de aumentar a concorrência, dessa
forma conseguiria:

• Forçar uma modernização da indústria nacional


• Redução dos preços pela maior concorrência
Resultado: Onda de “quebradeira”. Rápida abertura não deu tempo para indústria nacional se modernizar
e perdeu espaço para os importados.
Privatizações: fazia parte da ideologia neoliberal essa redução da participação do Estado na economia.
Justificativas:

• Empresas pouco eficiente


• Empresas que davam prejuízo
• Necessidade de dinheiro para saldar dívidas
Problemas:

• venda de empresas que davam lucro


• venda por preços abaixo do mercado
• saneamento financeiro das empresas vendidas

Anos 2000 – Desconcentração e Desindustrialização


Desindustrialização
Perda de competitividade e os baixos custos de produção na China e Sudeste Asiático leva uma fuga de
empresas e o Brasil torna-se novamente um país exportador de bens primários.

ESPAÇO INDUSTRIAL BRASILEIRO


Forma como a produção está distribuída no país e os principais polos industriais.

A principal característica do nosso espaço industrial é uma enorme concentração no eixo: São Paulo, Rio
de Janeiro e Belo Horizonte. Com destaque maior para São Paulo. Essa região apresentava:

• Maior concentração de Renda


• Capital Nacional (Rio de Janeiro é capital até 1960)
• Fonte de Recursos Minerais
• Melhor infraestrutura de transporte
Essa lógica perdura de 1930 até 1980, quando começa a desconcentração industrial.

Desconcentração Industrial no Brasil


Começa na década de 80, tem como objetivo de reduzir os custos de produção e ser mais competitivo
num momento onde a China começa abrir sua economia. Nessa desconcentração as empresas buscam
por:
▪ Mão-de-obra mais barata
▪ Sindicatos menos atuantes
▪ “Guerra Fiscal” – isenção de impostos, doações de terreno, etc.

Esse processo dura até hoje. Os principais destinos são a Região Nordeste, a Zona Franca de Manaus,
Região Sul e interior de São Paulo. São Paulo ainda é de longe a maior produção industrial do País, mas
com uma porcentagem cada vez menor.
Observe o que aconteceu com o setor automobilístico.

PRINCIPAIS CONCENTRAÇÕES INDUSTRIAIS


Grande São Paulo
Maior concentração Industrial da América Latina, tem sua origem ligada ao capital acumulado com a
cafeicultura, a grande população e estrutura ferroviária.
Setores: diversificados
Hoje sua participação no mercado nacional está em declínio, mas continua sendo a maior área industrial.
Rio de Janeiro
Antiga capital nacional, sempre foi alvo de diversos investimentos Estatais.
2ª maior área industrial do Brasil
Setores: diversificado, mas destaque para o petroquímico.

Belo Horizonte
Grande concentração de minerais metálicos – “Vale do Aço”. Belo Horizonte é uma das pontas do
Quadrilátero Ferrívero
3º estado na produção industrial.
Destaque: fábrica da Fiat na cidade de Betim.

Vale do Paraíba
Região que liga as capitais São Paulo e Rio de Janeiro. Cortada pela via Dutra, essa importante rodovia é
um dos fators que faz essa região ter grande potencial de crescimento. Custo mais baixo que as capitais e
fácil escoamento de produçção.
Principais cidades:
São José dos Campos (Tecnopólo) – setor aeronáutico, bélico, etc.
Taubaté, Volta Redonda, Resende.

Região Nordeste
Industrialização é fruto do processo de desconcentração. Cresce continuamente, as indústrias se situam
nas capitais.
Destaque: Salvador – Petroquímica e automobilística
Recife – bem de consumo duráveis
Fortaleza – Couro e calçados

Região Sul
Rio Grande do Sul
4º estado na produção Industrial
▪ Porto Alegre setores diversificados
▪ Vale dos Sinos (Novo Hamburgo, São Leopoldo) polo de calçados e couro
Santa Catarina
Vale do Itajaí (Blumenau, Itajaí, Brusque) polo Têxtil
Paraná
Curitiba – mecânico, automobilístico.
Zona Franca de Manaus: Criada em 1967 com intuito de povoar a região norte. Diversos incentivos para
atrair indústrias para a região. Além de isenções de impostos foi criado uma area de “Porto Livre” – isento
de imposto para importação e exportação para peças e componentes. Torna-se muito atrativa para o setor
eletroeletrônico.
Indústrias maquiladoras – indústrias que apenas montam com componentes vindos de outro lugar.
Setores: eletroeletrônico e eletrodoméstico

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