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INDÚSTRIA NO BRASIL

Histórico, territorialização, transformações e principais


desafios
Indústria no Brasil - ideias iniciais

● O modelo econômico brasileiro, desde o período colonial até o


início do século XX, foi baseado na exportação de produtos
primários (agrícolas e minerais) e na importação de bens
manufaturados ou industrializados.
● Na segunda metade do século XIX, houve alguns surtos
industriais, mas que não conseguiram mudar essa
característica histórica de nossa economia.
Indústria no Brasil

A partir do século XX é que efetivamente a economia brasileira se


industrializa, calcada em algumas características marcantes:
● industrialização tardia ou retardatária, pois só se inicia no
século XX, bem depois que os países centrais;
● baseada na substituição de importações, ou seja, voltada
especialmente para o mercado interno;
● dependente de capitais e tecnologia externos, o que se verifica
pelo domínio de empresas estrangeiras em vários setores;
● concentrada em termos espaciais e regionais, principalmente
no Sudeste do país e em São Paulo.
Fases da industrialização - 1ª fase (até 1930)
- Crise do café e 1ªGM incentivam o investimento de capitais em
novas fábricas, visando substituir bens básicos antes
importados. Neste momento, houve o predomínio de
investimentos de capital privado nacional em setores
industriais de bens de consumo não duráveis (alimentos,
calçados, vestuário, higiene, entre outros);
- Concentração dos investimentos em São Paulo, que conjugava
uma série de fatores importantes derivados da riqueza da
economia cafeeira: acúmulo de capitais, concentração de mão
de obra (imigrantes) e mercado consumidor, melhor
infraestrutura de transportes (ferrovias) e energia.
2ª Fase - Governos Getúlio Vargas (1930-45/1951-54)
● Impulsionada pela crise de 1929, que agrava ainda mais a
situação da economia cafeeira e de todos os setores
agrário-exportadores. Revolução de 1930 tira a oligarquia
agrária do poder e instala setores ligados à nascente burguesia
urbanoindustrial;
● Política industrial protecionista - Aumento das alíquotas de
importação e proibição de importação de alguns produtos;
● Investimentos estatais nos setores de base - indústrias de bens
de produção (siderurgia - CSN, mineração - CVRD e petrolífero -
Petrobras).
3ª Fase - Juscelino Kubitschek – 1956-61
● Estratégia desenvolvimentista - internacionalização da
economia e da indústria brasileiras, com a abertura aos capitais
externos e a chegada maciça de empresas multinacionais,
especialmente nos setores de bens duráveis e bens de capital;
● Plano de Metas (“50 anos em 5”) – investimentos estatais em
infraestrutura industrial (energia e transportes), concentrados
principalmente na região Sudeste;
● Consolidação do tripé industrial brasileiro:
- bens não duráveis - capital privado nacional
- bens de produção (base) - capital estatal
- bens duráveis e bens de capital - capital estrangeiro
3ª Fase - Ditadura militar – 1964-85
● Aprofundamento da internacionalização da economia brasileira, com
crescente atuação de empresas estrangeiras em variados setores,
mas mantendo importante participação do capital estatal na
infraestrutura e no setor de bens de produção;
● “Milagre econômico” perverso (1968-73) – altas taxas de crescimento
sustentadas por elevado endividamento externo (futuro desequilíbrio
financeiro) e forte arrocho salarial (aumento da desigualdade social);
● Década de 1980 – crise da dívida externa - ESTAGFLAÇÃO =
estagnação econômica (ausência de crescimento) e altas taxas de
inflação (desvalorização monetária).
A perversidade do milagre econômico

Perceba a
perversidade da
ditadura militar
para os
trabalhadores
brasileiros - uma
perda expressiva
do poder
aquisitivo e do
valor do salário
mínimo.
Brasil –
distribuição
da indústria
Note a forte concentração
industrial no Sudeste, com
destaque para o estado de São
Paulo. Perceba também a
importância da região Sul.
Transformações da Indústria
brasileira a partir dos anos 1990
Automação/Robotização
◼ Os avanços tecnológicos acentuaram a
robotização industrial, o que levou a uma
redução gradual da quantidade de mão de
obra na linha de produção, mas em
contrapartida, exige uma crescente
qualificação da força de trabalho.
Desconcentração industrial
◼ A busca por menores custos de produção, maiores
produtividade, competitividade e lucratividade,
impulsionou a instalação e a migração das fábricas para
cidades de médio porte do estado de São Paulo e de outros
estados e regiões, diminuindo a concentração espacial da
indústria brasileira. A mão de obra mais barata e
inúmeros incentivos econômicos oferecidos às empresas
por essas novas localidades atraiu muitos investimentos a
partir da década de 1990.
A melhoria da infraestrutura
de transportes,
comunicação e
informatização tornou
possível a desconcentração
industrial. Observe que em
São Paulo, os eixos de
expansão da indústria
acompanham importantes
rodovias que se deslocam
para cidades de médio
porte do interior do estado.
Abertura comercial
◼ Seguindo o ideário Veconômico neoliberal, que pregava o livre
eja
comércio e a redução dasa re barreiras alfandegárias, as taxas de
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importação foram significativamente ara
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década de 1990. Essa redução expôs e 10 a produção industrial
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nacional diretamente à concorrência estrangeira. rifa
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alguns setores se modernizaram e melhoraram seuse impadrões por
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de
competitividade global (automobilístico, aeronáutico), outros o.

setores enfrentaram grandes dificuldades nessas novas


condições (brinquedos, bicicletas, têxteis).
Privatizações
◼ Também seguindo a ideologia neoliberal, baseada no conceito
de “Estado mínimo”, inúmeras empresas estatais dos setores de
base (siderurgia, mineração) e de infraestrutura
(telecomunicações, malha de transportes, distribuição de
energia) foram vendidas a grupos privados, nacionais e
estrangeiros, a partir da década de 1990, reduzindo a
participação do Estado brasileiro na economia. Esse processo se
inicia no governo de Fernando Collor (1990-92), mas se
aprofunda nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso
(1994-2002).
Desafios da indústria no Brasil
Brecar a
desindustrialização
prematura e
continuar a ser Tendência considerada comum nos
importante no países desenvolvidos, a
desindustrialização é considerada
dinamismo preocupante no Brasil, pois vem
acompanhada de um processo de
econômico do país “reprimarização” de nossa economia.
Tornar-se mais competitiva internacionalmente

Nos últimos dez


anos, temos
importado muito
mais produtos
industrializados do
que exportado.
Investir em
educação,
tecnologia e
P&D para
alcançar a
Indústria 4.0
Para competir nos setores de alta
tecnologia é primordial aumentarmos os
investimentos em P&D e termos uma
força de trabalho mais qualificada.
Melhorar a infraestrutura de transportes

- Melhorar a infraestrutura e dar


eficiência aos diferentes sistemas;
- Reduzir custos de transporte,
intensificando o uso dos transportes
ferroviário, aquaviário e dutoviário;
- Intensificar e efetivar a
multimodalidade - interligação de vias e
regiões por meio de diversas
modalidades aproveitando as vantagens
de cada sistema.
Aproveite os estudos…

Leia bons livros,


veja filmes interessantes,
faça atividades físicas saudáveis,
conecte-se a pessoas maravilhosas...

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