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Páginas 27 á 37
Ao longo da década de 1980, a ciranda financeira e as altas taxas de inflação, com a consequente
perda do poder de compra dos salários, levaram a um período de estagnação na produção industrial
e ao baixo crescimento econômico (de acordo com o Banco Mundial, o PIB brasileiro cresceu em
média 2,7% nos anos 1980). foi criado o Plano Collor, que, além do confisco dos depósitos bancários
em dinheiro (superiores a 50 mil cruzeiros*), se apoiava em outros três pontos:
• diminuição da participação do Estado no setor produtivo por meio da privatização de empresas
estatais;
• eliminação dos monopólios do Estado em telecomunicações e petróleo e fim da discriminação ao
capital estrangeiro;
• abertura da economia ao ingresso de produtos e serviços importados por meio da redução e/ou
eliminação dos impostos de importação, reservas de mercado e cotas de importação. A abertura do
mercado brasileiro aos bens de consumo e de capital exerceu grande influência no processo de
industrialização do Brasil. A compra no exterior de máquinas e equipamentos industriais de última
geração possibilitou modernizar o parque industrial e aumentar a produtividade, mas, por outro
lado, acarretou o desemprego estrutural. a concorrência com mercadorias importadas fez a
qualidade de muitos produtos nacionais melhorar e provocou significativa redução dos preços,
beneficiando os consumidores. A abertura econômica propiciou um aumento no número de
empresas multinacionais e uma diversificação de marcas, além de uma dispersão espacial das
fábricas. A maioria das empresas privatizadas, quando eram estatais, dependia de recursos do
governo e não pagava diversos tipos de impostos. Ao privatizá-las, os governos federal, estaduais e
municipais trocaram uma fonte de prejuízos por uma maior arrecadação de impostos. Segundo a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2014, além dos
automóveis de passeio, a indústria automobilística brasileira produziu 471 191 comerciais leves, 139
965 caminhões e 32 937 ônibus, totalizando 3 146 386 veículos. O aumento no volume de produção
iniciado na década de 1990 foi acompanhado por uma redução no número de empregos, que se
recuperou somente a partir de 2010. Nos setores de transportes e telecomunicações, além de as
empresas serem deficitárias, os sistemas estavam muito deficientes e o Estado tinha baixa
capacidade de investimento para recuperá-los. Na década de 1990, os governos eram acusados
pelos partidos de oposição de vender o patrimônio do Estado e abandonar a infraestrutura nas mãos
da iniciativa privada, com prejuízo para a população. Em 2001, foi imposto um racionamento à
população e, em 2009 e 2012, ocorreu um colapso no abastecimento que deixou grande parte do
país sem energia elétrica por algumas horas. A entrada de capital estrangeiro no setor produtivo
fez a economia brasileira reduzir sua dependência do capital especulativo, o que a tornou mais
sólida e mais bem estruturada, mas aumentou a saída de dólares na forma de remessa de lucros e
pagamento de royalties. Até 1994, a economia brasileira apresentou índices bastante elevados de
inflação, mas esses índices nunca foram integralmente repassados aos salários, havendo forte
concentração de renda. Por exemplo, se a inflação era de 50%, os salários eram reajustados em 40%,
reduzindo o poder aquisitivo dos trabalhadores e aumentando a margem de lucro dos empresários.
A indústria ainda enfrenta, porém, vários problemas que aumentam os custos e dificultam a maior
participação no mercado externo, como:
• problemas de logística, como deficiências e altos preços nos transportes;
• baixo investimento público e privado em desenvolvimento tecnológico;
• insuficiente qualificação da força de trabalho;
O parque industrial brasileiro vem se desconcentrando e apresenta maior dispersão espacial dos
estabelecimentos industriais em regiões historicamente marginalizadas.
Resolução dos exercícios