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A industrialização prévia brasileira até a última parte do século XIX baseava-se no complexo
cafeeiro, com a presença de tecnologias como as ferrovias e algumas inovações agropecuárias, mas não
tinha expressividade devido à política de abertura comercial desenfreada praticada no Brasil. Ao fim desse
século, no entanto, houve uma aceleração na industrialização principalmente nos setores siderúrgico e têxtil.
Com a eclosão da I Guerra Mundial, a disponibilidade de produtos importados caiu muito devido aos
gastos dos países com a guerra, o que impulsionou a produção industrial nacional. Entretanto, não houve um
estímulo ao investimento e à diversificação estrutural e produtiva, visto que a importação de bens de capital
era extremamente difícil e o aumento da produção nacional se deu somente através da capacidade produtiva
já presente na rede industrial brasileira.
A década de 20, pelo contrário, apresentou um baixo crescimento, mas uma diversificação
considerável na indústria nacional. O contexto era de reconstrução da Europa e havia, nesse sentido, um
grande fluxo de investimentos para todas as direções vindos principalmente dos Estados Unidos; o Brasil
recebeu, com isso, um nível considerável de investimentos externos, que promoveram essa diversificação
produtiva na indústria.
Com a Crise de 1929, a produção e o emprego mundiais reduziram, o que provocou diretamente uma
redução na demanda internacional, gerando uma reação protecionista do governo brasileiro principalmente a
favor do café, que já estava em baixa de preços internacionalmente, induzido pelo excesso de oferta e
elasticidade baixa da demanda. O Convênio de Taubaté, no entanto, garantiu a manutenção dos lucros e dos
salários internamente, favorecendo, ainda que de forma reduzida, os investimentos na indústria. Isso
representou uma mudança no centro dinâmico da economia pela primeira vez, do setor externo (exportador)
para o setor de produção interna, de forma que a demanda interna permaneceu estável, mas a capacidade de
realizar importações reduziu. Esse conjunto de fatores levou a um aumento no preço dos bens
industrializados internos, o que favoreceu consideravelmente o seu desenvolvimento ao longo da década de
30. Pode-se dizer que a dependência externa da economia brasileira, dessa forma, reduziu drasticamente,
dependendo mais da demanda interna e menos diretamente da externa, o que implica na indústria como
principal setor de criação de renda no país, ainda que não tenha uma capacidade ampla de absorver trabalho.
O período da II Guerra Mundial impacta o Brasil de forma análoga à I Guerra, quando se observa um
aumento na produção, mas pouquíssima mudança estrutural na indústria brasileira, dado a impossibilidade
de importações de bens de capital, limitando o desenvolvimento factível da indústria, mesmo verificando-se
um crescimento em alguns setores como a siderurgia. Esses são, basicamente, os fatores externos que
influenciaram no desenvolvimento da indústria brasileira.
Os fatores internos passam a ter relevância com o governo Dutra, quando se passa a adotar políticas
de favorecimento da indústria nacional, como políticas de câmbio, redução nas exportações de produtos
primários e crescimento na exportação de produtos industrializados. Como a II Guerra trouxe um grande
número de reservas internacionais para o Brasil, o câmbio apreciou, favorecendo a importação
principalmente de bens de capital, promovidos pelo governo indiscriminadamente. A partir de então, o
governo adotou diferentes políticas cambiais, sempre favoráveis de uma forma ou outra ao desenvolvimento
da indústria brasileira.
O Plano de Metas também foi importantíssimo para o desenvolvimento da indústria, impactando
diretamente no seu crescimento. Grande parte das metas baseavam-se na indústria brasileira e no seu
crescimento, e políticas adotadas como a Instrução 113 da Sumoc, que favoreceu a importação de bens de
capital e o investimento externo, gerando grandes investimentos na industrialização nacional, mas através de
capital exterior que sufocava as empresas nacionais, sob influência de maiores custos. Durante a vigência do
Plano de Metas, houve um investimento expressivo na indústria, principalmente energética, além da criação
de arcabouços institucionais favoráveis à indústria como o BNDE, e a Lei dos Similares. Foi um período,
portanto, de crescimento da indústria e da economia brasileira priorizado em virtude da inflação galopante,
que chegou ao patamar de 30,5% ao ano em 1960.
3) Explique como a política cambial passou a ser utilizada na promoção do desenvolvimento industrial
no Brasil. Discorra, ainda, sobre os principais modelos cambiais adotados no país entre o primeiro
governo Vargas e o governo JK e seus efeitos sobre a industrialização interna.
O Plano de Metas foi uma política adotada durante a gestão de Juscelino Kubitschek, desenvolvido
por meio de grandes pretensões como o desenvolvimento de setores estratégicos como energia, transportes,
alimentação, indústria de base e educação, financiadas principalmente através de investimentos públicos.