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PROCESSO DE

SUBSTITUIÇÃO DE
IMPORTAÇÕES BRASILEIRA
Apresentação
COMERCIAL
BORCELLE
SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

Entende-se simplesmente pelo fato de o país começar a Supõe-se que a liderança do crescimento econômico
produzir internamente o que antes importava. repouse no setor industrial, que este seja responsável
pela dinâmica da economia, ou seja, que
crescentemente seja responsável pela determinação
dos níveis de renda e de emprego.

Assim, se na República Velha o setor industrial crescia induzido pelo crescimento e pela diversificação do
setor exportador, a partir de meados da década de 1930 a economia retomou o crescimento do produto sob a
liderança dos setores voltados ao mercado interno.
Foi a crise das exportações que propiciou o crescimento da
indústria?

Ou foi a expansão das exportações que garantiu condições propícias


para o desenvolvimento industrial?
TEORIA DOS CHOQUES ADVERSOS
Tese segundo a qual a industrialização dos países latino-americanos
vincula-se às crises da agroexportação, pelas seguintes razões:

A crise incide diretamente sobre o balanço de pagamentos


O que leva os governos normalmente a recorrerem a desvalorizações da moeda
nacional, o que contribui para encarecer as importações, criando um mercado
interno favorável à indústria nacional;

A crise incita os governos a adotarem políticas monetárias expansivas para


cobrir déficits orçamentários
As crises são normalmente acompanhadas pelo crescimento do descontentamento e
aumento das pressões de diversos segmentos sociais. A política monetária expansiva
contribui para baixar as taxas de juros, incentivando o investimento e a ampliação
da produção doméstica;

A crise cria condições para que os governos elevem as tarifas sobre os


importados
Isso contribui para alterar os preços relativos em favor da produção nacional.
TEORIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO
INDUZIDA POR EXPORTAÇÕES
A expansão das exportações de café criava condições para a
industrialização, que era associada à própria necessidade de
diversificação da riqueza.

A indústria já existia e tinha relativa importância antes de 1930;

A industrialização baseada na substituição de importações é vista como um


processo lento e gradual, originado no seio da economia agroexportadora e
em decorrência de seu crescimento e diversificação;

A crise estimula a produção interna, mas encarece os bens de capital


e bens intermediários, reduzindo os investimentos industriais.
Como as grandes crises incitaram a industrialização em alguns países
como Brasil, Argentina e México, e não em outros países da América
Latina?

Por que o Brasil superou positivamente a crise, aproveitando esta


oportunidade histórica para alterar seu modelo de crescimento, enquanto
outros não tiveram outro caminho senão o da regressão?
É preciso que os países possuam certas pré-condições para que as crises sejam
superadas voltando-se ao mercado interno e à industrialização, criando condições
ao PSI.

Neste aspecto, a riqueza, o capital e o mercado interno criados pela economia


cafeeira, aproveitando-se da situação quase de monopólio do Brasil no mercado
internacional nas primeiras décadas do século XX, tornam-se indispensáveis para
explicar as possibilidades, quase sem paralelo na América Latina, para que, no
aprofundamento da crise, o país tivesse a alternativa concreta de voltar-se à
produção industrial substitutiva de importações para atender o mercado interno.

O crescimento e a expansão da economia cafeeira deu lugar ao aparecimento de


novos agentes, segmentos e classes sociais, sem os quais dificultaria ou
inviabilizaria uma reorientação da economia tão profunda em tão curto período de
tempo.
GETÚLIO VARGAS

Getúlio Vargas (1882-1954) foi o presidente que


por mais tempo esteve á frente do poder executivo
brasileiro. O mesmo assumiu o governo com o
intuito de trazer inovações econômicas e de
diversificar o mercado.

Ao assumir o governo em meio a uma crise que


impactou, não somente o Brasil, mas outros
estados, possui grandes expectativas para voltar a
estabilizar o país.
Primeiro governo e as
mudanças econômicas
Vargas assumiu a presidência em um momento no qual o país estava
perdendo força econômica, principalmente em relação a importação e
a exportação.

Uma de suas principais intenções ao assumir o poder, era de


diversificar a exportação de bens, não se limitando apenas ao café
como principal produto.

Após a implementação de impostos sobre o café, o governo acreditava


que grande parte da produção teria uma baixa, porém a mesma
continuava produzindo excedentes.
Industrialização
Vargas possuía o intuito de consolidar uma expansão industrial no país ,
investindo na criação de empresas como forma de alavancar a economia.

Ao ver que as empresas privadas não traziam o retorno esperado e que


poderia lucrar mais, além de ter maior intervenção nas ações, Getúlio
passou a investir na criação de estatais.

Diversas estatais surgiram nessa época, e foram responsáveis por ajudar


no crescimento e desenvolvimento industrial, principalmente em SP-RJ .
Processo de substituição de
Importações
Até 1930, as industrias brasileiras dependiam muito da importação de
máquinas e matérias-primas, para desenvolver seus produtos. Porém,
com a chegada da grande depressão o pais começou a mudar isso.

Logo após começar a substituição de produtos antes importados, por


nacionais, as industrias brasileiras tiveram um salto de vendas e
impacto positivo na economia.

Esse período também é caracterizado pela substituição de


investimento privado, pelo estatal como financiador da indústria.
Além deste, também ocorreu a crescente criação de estatais.
Consequências da
industrialização

A partir da expansão da indústria nacional, diversos órgãos foram


criados com o intuito de regular as ações de cada setor, como SENAI
e o SESI, por exemplo.

Apesar da recuperação econômica causada pela expansão industrial,


o governo acreditava que teria maior retorno e de forma mais eficaz.

Com a falta de retorno financeiro esperado, a crise econômica no


país agravou-se.
Juscelino Kubitschek
Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi responsável por intensificar a política
de substituição de importações através de uma fórmula nacional-
desenvolvimentista. Dessa forma retomou com maior intensidade uma política
com características mais liberais do que havia sido no governo de Dutra.

O projeto de Kubitschek previa um fomento de uma economia mista, onde o


Estado continuaria a intervir diretamente na economia através das
empresas estatais. Também defendia que o capital privado fosse estimulado
através de incentivos estatais.

Reconhecia que o capital privado estrangeiro poderia ser importante na


economia brasileira, mas que sua entrada no país deveria ocorrer sob
regulação estatal. O governo JK deu continuidade à política de substituição de
importações iniciada por Vargas, mas com um novo componente: a abertura
da economia para a entrada de capitais estrangeiros em larga escala.
PLANO DE METAS
“50 ANOS EM 5”
O Brasil se tornaria mais interessante para investidores estrangeiros, o que
seria necessário para implementar as indústrias de bens de consumo
duráveis.

O plano consistia em cumprir 31 metas de desenvolvimento em cinco anos. Entre as


principais metas estavam a construção de rodovias, a geração de energia, a
industrialização e a modernização do Brasil. Para financiar essas metas, o governo
buscou investimentos estrangeiros e empréstimos, levando a um aumento na dívida
externa.

O PIB cresceu durante o governo de Kubitschek, o que contribuiu para o


chamado "Milagre Econômico Brasileiro" nas décadas de 1960 e 1970.
Tripé Econômico

A economia brasileira se passava a


se basear em três diferentes tipos de
produção industrial e fontes de
recurso neste período de tempo, que
ficou conhecido como Tripé
Econômico ou Tripé da Produção
Industrial Nacional.
setores que se desenvolveram
durante o plano de metas

O setor automobilístico, em particular, viu o surgimento de empresas


brasileiras como a Volkswagen, a Ford e a General Motors, que produziram
veículos localmente.

Indústria de base: o desenvolvimento dessa indústria incluía setores como


siderurgia, petroquímica, metalúrgica e a energia elétrica. Construção de
usinas hidrelétricas como a Usina de Furnas e a Usina de Três Marias.

Grande investimento por parte do governo no setor de Transporte e


infraestrutura, como estradas, barragens e edifícios, que impulsionam a
indústria.
Juscelino Kubitschek
O período JK foi caracterizado por uma internacionalização da
indústria brasileira, que junto a atuação do Estado foi
responsável por expandir o parque industrial e gerar um período
de intenso crescimento da economia brasileira.

Em seu governo, se teve uma política de integração nacional


através de projetos de rodovias, bem como a transferência da
capital para o Centro-Oeste e um planejamento econômico
para o desenvolvimento de outras regiões do país.

Ademais, os altos gastos públicos por conta do Plano de


Metas levaram a um significativo aumento da inflação e da
dívida externa, o que representou um desafio para seus
sucessores.
Governos Militares (1964-1985)

Este momento da história, conhecido como ditadura militar (1964-1985) foi


caracterizado por um dualismo composto pela continuidade do processo de
industrialização brasileira, iniciado com Vargas e JK, que estava atrelado ao
crescimento econômico do Brasil.

Além de apresentar diversos aspectos que foram importantes para o


desenvolvimento da industrialização brasileira.
GOVERNOS MILITARES
O início dos Governos Militares foi marcado pelo
gerenciamento do endividamento externo brasileiro
iniciado no governo JK.

O país enfrentava um quadro de endividamento externo, fruto da


política de internacionalização da economia que havia sido
proposta por JK, onde ele buscava empréstimos de capital
estrangerio para fomentar a indústria de bens de consumo
duráveis no país.

Fica claro que nos primeiros anos dos governo militares de


1964 a 1967, a economia estava retraindo e que havia pouco
crescimento da industrialização brasileira.
O MILAGRE BRASILEIRO

Nesse período ocorrido a partir de 1968, a economia do Brasil estava se recuperando


graças a reforma tributária, a criação de fundos para uma poupança compulsória
(PIS, PASEP, FGTS), além do dos fatores externos como o crescimento a economia
mundial que que possibilitou o acesso ao crédito externo, que criou espaços para a
diversificação e o crescimento das exportações brasileiras.

Para legitimar o poder autoritário, os governos militares investiram fortemente em


obras de grande impacto, principalmente nas áreas como o transporte e energia.
Como exemplos podemos usar a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a
construção da ponte Rio-Niterói.

O crescimento industrial anual chegou a bater 12,7%. Enquanto que o Produto


Interno Bruto (PIB) cresceu entre 1968 e 1973 11,3%, superando com grande
margem o período anterior, quando o crescimento médio anual havia sido de 3,2%.
MARCHA FORÇADA (1973-1979)

Foi em 1973 com a primeira crise do petróleo atrelada a guerra do


Yom Kippur que fez com que a concessão de empréstimos diminuísse
e assim levando o Brasil para o período que ficou conhecido como
Marcha Forçada (1973-1979).

Enquanto os países viam a necessidade de fazer reservas de


dinheiro e reduzir os empréstimos durante os períodos de crise, o
Brasil viu a primeira crise do petróleo como uma oportunidade de
despontar. O objetivo era fazer a economia do país crescer a
qualquer custo, ignorando as altas do petróleo e a recessão mundial
para forçar um ritmo de crescimento insustentável a longo prazo,
como exemplo podemos citar a construção das obras faraônicas
como a ponte Rio-Niterói.
Pós Milagre-econômico

A Partir de 1980 o país foi exposto ao grande endividamento externo e a uma


explosão de inflação a níveis estratosféricos, que corroeu os salários dos
trabalhadores e diminuiu os postos de trabalho

Com o aumento do endividamento externo e as crises internacionais do petróleo, os


juros sobre as dívidas aumentaram, e o plano de emitir papel moeda no mercado não
surtiram o efeito esperado na verdade só serviu para explodir a inflação que já
assolava o país, ocasionando retração econômica e retração da produção industrial.

Alguns pontos que devem ser sinalizados foram as grandes transformações no


espaço brasileiro, principalmente as construções de rodovias construídas durante o
período militar que permitiram maior integração no território nacional
JUSCELINO E OS GOVERNOS
MILIATRES

Assim como ocorrido durante o governo de JK a concentração das indústrias


permaneceram na região Sudeste, com destaque o estado de São Paulo, fato esse que só
começou a diminuir no pós ditadura.
Além disso como nos governos Vargas e JK, os governos militares eram sustentados por
investimentos estatais, que eram utilizados para as construções de infraestrutura. Mas
isso só era possível por conta dos empréstimos externos e que aumentou o
endividamento do país. Ainda como no período do de JK, os militares permitiram e
incentivavam a entrada de capitais estrangeiros, que se alocam principalmente na
extração de minerais metálicos, no agronegócio, na indústria química, farmacêutica, e na
fabricação de máquinas e outros bens de capitais,
Crise de 1929 Roaring Twenties

1929
O Impacto da Crise no Brasil

Superprodução de Economia brasileira Diminuição do


café e queda nos fortemente atrelada à consumo.
preços internacionais. exportação de
commodities,
especialmente café.
O Início do Processo de
Substituição de Importações

1
Objetivo de promover a industrialização e
reduzir a dependência de produtos
importados.

2
Estímulo à produção nacional de bens
anteriormente importados.

3
Contexto favorável devido à redução das
importações e disponibilidade de mão de
obra.
Papel do Governo

Implementação de políticas
protecionistas, com tarifas sobre
produtos importados.
Incentivos fiscais e financeiros
para indústrias nascentes.
Criação de infraestrutura básica,
como energia, transporte e
comunicações.
Transformações Econômicas e Sociais
Estabelecimento e consolidação de indústrias-chave,
como têxtil, metalúrgica e química.

Urbanização acelerada, com migração do campo para as


cidades.

Surgimento de uma classe média urbana e de sindicatos


trabalhistas.
REFERÊNCIAS
FONSECA, P. 2003. O Processo de Substituição de Importações. Formação Econômica do Brasi. , São Paulo: José Márcio Rego e Rosa Maria
Marques

CRESCIMENTO industrial. s.d.. Elaborada por Ubwiki. Disponível em: https://www.ubwiki.com.br/ubwiki/pagina.php?


pagina_id=346#:~:text=Quanto%20%C3%A0%20%E2%80%9Cindustrializa%C3%A7%C3%A3o%20induzida%20pelas,setores%20mais
%20lucrativos)%20e%20cafeicultores.. Acesso em: 22 out. 2023.

A industrialização brasileira durante o governo militar. Descomplica blog. Disponivel em: https://descomplica.com.br/blog/resumo-
industrializacao-brasileira-governos-militares/

A industrialização brasileira: Governos militares. PROENEM. Disponivel em:


https://www.proenem.com.br/enem/geografia/industrializacao-brasileira-governo-militar/

Industrialização Brasileira: Vargas e JK. PROENEM. Disponivel em: https://www.proenem.com.br/enem/geografia/industrializacao-


brasileira-vargas-e-
jk/#:~:text=Ou%20seja%3A%20durante%20o%20governo,ent%C3%A3o%20pouco%20expressivas%20no%20pa%C3%ADs

AVANCI, Vanessa de Lima. Limites do processo de substituição de importações na promoção do desenvolvimento. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE HISTÓRIA ECONÔMICA, Não use números Romanos ou letras, use somente números Arábicos., 2015, Vitória. Anais [...] .
Vitória: Uff, 2015. p. 1-20. Disponível em: https://www.abphe.org.br/arquivos/2015_vanessa_lima_avanci_limites-do-processo-de-
substituicao-de-importacoes-na-promocao-do-desenvolvimento.pdf. Acesso em: 23 out. 2023.

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