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GINEAD
Fávero, Márcia Huppe; Cabral, Raquel
SST Unidade 8 - Economia brasileira /
Márcia Huppe Fávero; Raquel Cabral
Ano: 2020
nº de p.: 16
Objetivos específicos
• Compreender aspectos a respeito da economia brasileira ao longo da sua
história até os dias atuais.
• Conhecer os principais planos econômicos.
Apresentando a Unidade
Nesta unidade, vamos aprofundar os nossos conhecimentos sobre a economia no
Brasil, desde a sua origem até os dias atuais. O Brasil é um país de muitas riquezas
naturais e isso contribui para o fortalecimento da economia, que é bastante
diversificada.
Embora o país tenha sofrido com as questões políticas, que geram impacto direto
na economia, o Brasil vem apresentando nos últimos anos um avanço econômico.
Assim, vamos estudar os principais planos econômicos e as medidas tomadas ao
longo dos anos para resolver os problemas no Brasil.
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Segundo Vasconcellos e Pinho (2011), o período pós-guerra foi marcado
pelo desenvolvimento econômico. Na década de 1950, os países emergentes
começaram a idealizar os seus planos de desenvolvimento econômico, inicialmente
marcados pelo processo de industrialização que começou a se intensificar.
Na década de 1950, a maioria das pessoas ainda se concentrava na zona rural, pois
viviam basicamente da agricultura. E nas cidades ainda havia pouca concentração
populacional, porque o processo de industrialização ainda estava começando.
Curiosidade
Em 1953 foi autorizada a criação da Petrobrás S/A, concedendo o
monopólio do petróleo e a comercialização de seus derivados no
país. A Petrobrás foi criada como uma empresa estatal devido ao
movimento popular “O petróleo é nosso”, no segundo governo de
Getúlio Vargas.
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país, com a inflação alta, o déficit público elevado e a deterioração das contas
externas. Esse período foi marcado pela redução das exportações e aumento das
importações e desenvolvimento do mercado interno.
Mas foi nessa década também que ocorreu a ditadura militar que durou de 1964 a
1985, marcada pela censura e repressão aos meios de comunicação, aos artistas,
violência e pela falta de democracia.
Essa fase foi marcada pela predominância dos setores produtores de bens duráveis
e de bens de capital, implantados ainda no Plano de Metas de JK, que fortalecia os
setores de indústria de base.
Embora o milagre econômico tivesse alavancado o país, ele criou uma dependência
internacional do país ao capital do Estados Unidos que tinha interesses políticos em
ajudar o desenvolvimento do país.
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Em 1973 houve a crise de petróleo nos Estados Unidos, em que o país entrou em
recessão econômica, mas o Brasil não sofreu forte impacto pois estava crescendo
nesse segmento, mas com a segunda crise do petróleo em 1979, o Brasil sofreu
impacto, o aumento da inflação devido aos altos preços do petróleo, o que levou a
sua queda na economia.
Segundo Rossetti (2002), esse período foi marcado por uma mistura de inflação
crônica e crescente com uma aguda estagnação.
Reflita
Você acha que o período da ditadura militar contribuiu de que
forma para o declínio da economia?
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Com a morte do Presidente Tancredo Neves, que faleceu antes mesmo de tomar
posse, o seu vice José Sarney assumiu a presidência da república em 1985. Nessa
fase, a economia do país se encontrava em recessão, e ocorreu o fim da ditadura
militar.
Segundo Lacerda et al. (2010), o primeiro plano econômico foi o Plano Cruzado I,
criado pelo presidente José Sarney, que entrou em vigor em 28 de fevereiro de 1986.
Ele tinha como objetivo promover uma reforma das bases que regiam a economia
nacional.
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Figura 8.3: José Sarney
As principais medidas adotadas por esse plano, segundo Lacerda et al. (2010),
foram:
O gatilho foi uma das medidas que mais provocou contestações sobre esse plano,
pois estipulava o limite de 20% ao ano para atingir a inflação e o congelamento de
preços – o que começou a gerar uma pressão pelo fim do plano.
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Curiosidade
Antes do cruzado, a moeda do Brasil era o cruzeiro, adotada
pelo presidente Castelo Branco em 1942, e foi utilizada em três
períodos, de 1942 a 1967 (cruzeiro), de 1970 a 1986 (cruzeiro novo)
e de 1990 a 1993 (cruzeiro real). Embora o cruzeiro tenha sido a
primeira moeda brasileira, o cruzado foi considerado o primeiro
plano econômico brasileiro.
Luis Carlos Bresser Pereira, ao assumir como Ministro da Fazenda, em 1987, criou o
plano econômico chamado de Plano Bresser, que tinha como objetivo controlar os
índices para evitar a hiperinflação. Bresser manteve as taxas de juros elevadas para
inibir o consumo dos bens duráveis.
Tanto o Plano Cruzado quanto o Plano Bresser admitiam que a inflação era pura e
inercial. E por isso fracassaram, pois a inflação não era apenas inercial.
Devido ao fracasso dos dois planos anteriores, ainda no governo Sarney, foi adotado
outro plano econômico em 15 de janeiro de 1989, o Plano Verão. Com esse novo
plano, foi criada uma nova moeda, o cruzado novo (NCz$), que era equivalente a
1.000 cruzados.
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O Plano Verão, a curto prazo, tinha como objetivo contrair a demanda agregada
e, no médio prazo, promover a queda das taxas de inflação. Os preços foram
congelados, porque com a troca da moeda isso poderia provocar uma defasagem
nas vendas dos produtos devido ao aumento dos preços, mas os salários foram
convertidos.
Com o Plano Verão, houve uma queda mínima da inflação, que contribuiu para o
descongelamento dos preços, porém as taxas de juros se elevaram. E mais uma
vez outro plano econômico não deu muito certo. As taxas de inflação voltaram a
aumentar.
O governo Collor lançou o Plano Collor. Segundo Lacerda et al. (2010), esse plano
econômico abrangeu também o Plano Collor I, em março de 1990. Seus principais
objetivos eram:
Como a situação econômica do país só piorou com as medidas adotadas com esse
plano, o presidente criou outro plano de estabilização econômica em janeiro de
1991, o Plano Collor II.
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Saiba mais
O governo Collor agravou a instabilidade econômica do Brasil.
E como resultado disso, o povo foi às ruas protestar e pedir
pelo impeachment de Collor. Esse foi o primeiro impeachment
realizado no Brasil. Para saber mais, leia em <http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S010264452011000100008&script=sci_
abstract&tlng=pt>.
As medidas tomadas no governo Collor nos seus dois planos não foram suficientes
para conter a inflação do país. Em vez disso, fez declinar cada vez mais a situação
econômica brasileira.
Nessa época a moeda nacional era o cruzeiro real, que foi substituída pela criação
de uma nova moeda, a Unidade Real de Valor (URV). O plano econômico adotado até
os dias atuais é o Plano Real, sendo considerado o de maior duração na economia
brasileira.
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• equilíbrio das contas do governo;
• criação de um padrão estável de valor, a URV;
• emissão de uma nova moeda nacional.
O Plano Real, diferente dos outros planos econômicos anteriores, não utilizou como
medida o congelamento de preços e salários. E conseguiu baixar a inflação do país.
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de Piracicaba construiu uma fábrica têxtil na cidade de São Paulo em 1872, e a
partir disso foram sendo criadas outras empresas, como as indústrias Matarazzo,
construídas a partir de 1881 em São Paulo, e o comércio de porcos, toucinho, têxtil,
entre outros.
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As regiões mais industrializadas do Brasil são as que detêm a maior concentração
econômica. Essas regiões estão no Sudeste e Sul do Brasil, pois as condições
climáticas e a localização foram primordiais para que a industrialização ali se
firmasse.
Reflita
Por que há regiões mais industrializadas do que as outras?
O período entre 1950 e 1980 foi de maior crescimento da indústria no país, com
o surgimento de grandes empresas como a Petrobras, as indústrias de base,
entre outras que foram lançadas nessa época – as quais modificaram a estrutura
econômica do país sobre a produção e a força de trabalho, gerando um grande
deslocamento das pessoas da zona rural para as cidades.
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O governo tem grande influência sobre a economia de um país, pois nos momentos
em que os governantes atuaram de forma eficiente, a economia do país teve os
melhores desempenhos, contribuindo para o desenvolvimento do país.
Estudar economia é entender que nem sempre existem momentos perfeitos em uma
economia, e que não existe uma economia que seja totalmente perfeita.
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Referências
GIAMBAGI, F. et al. (Org.). Economia brasileira contemporânea: 1945-2010. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2011.
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