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Discente: Gabriela Araujo de Souza Matrícula: 212131100683

Disciplina: Economia Brasileira Curso: Administração pública

Polo: Nova Iguaçu

AD1 – parte A

1. A historiografia da industrialização brasileira


O processo de industrialização brasileiro iniciou-se no século XVIII com a
manufatura. Posteriormente, no século XIX, devido ao novo contexto político e
econômico, houve um desenvolvimento industrial cuja expansão aumentou o número de
trabalhadores e o volume de produção. Já no século XX, com o aumento de importações
e exportações, e com a economia cafeeira, o Rio de Janeiro e São Paulo tiveram suas
principais dilatações.
Diversos autores debateram sobre qual foi a principal causa que deu início ao
processo de industrialização no Brasil no século XX, para uns, esse processo era
resultado da crise mundial e das políticas implantadas por Vargas, para outros, esse
processo se deu devido à expansão das exportações que propiciaram excesso de capital
para a formação do setor industrial.
Entretanto, no fim dos anos 1970, surgiram novos estudos regionais que
contrapunha os pontos de vista anteriores, trazendo à luz aspectos particulares de cada
região que contribuíram para tal desenvolvimento, como por exemplo o da Bahia, que já
possuía uma hegemonia em meados do século XIX, no qual Salvador era um núcleo de
exportação de produtos nordestinos, além disso seu porto também era ponto de
comercialização de escravos, e após o fim da escravidão o estado passou a buscar
novas formas de capital, logo, a indústria baiana era resultado dessa diversificação de
capital.

2. Estado e economia no Brasil: 1930-1964 fundamentos da construção


de um capitalismo urbano-industrial periférico
O artigo discorre sobre as mudanças ocorridas no Estado e na economia brasileira
no período de 1930 a 1960. De início, os anos 1930 são marcados por grandes
mudanças políticas econômicas e cultural. Alguns fatos históricos influenciaram em tais
mudanças como por exemplo a revolução de 1930, a ideologia desenvolvimentista de
movimentos sociais, o incentivo à industrialização e a grande depressão de 1929. A
economia que antes era predominante agrária passou a ser dominada pela indústria de
bens de consumo e têxtil, tal crescimento contribuiu para a formação de segmentos
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burgueses, classe média, e proletariado. Dentre as mudanças observadas há a extinção


do sistema patrimonialista e clientelista, vigentes na República Velha. A crise de 1929
também influenciou em mudanças na indústria brasileira, já que graças a retração da
economia global a procura interna por oportunidades de investimentos aumentou.
Já com o fim da segunda Guerra mundial a economia brasileira teve uma
desaceleração do crescimento pois o país dependia externamente da importação de
bens que não eram produzidos no Brasil, e os países em guerra reduziram
significativamente suas exportações. Apesar disso, o Brasil amplificou sua exportação
de café, produtos minerais e manufaturados. Com isso na década de 1940 houve um
crescimento do PIB e foram realizados grandes investimentos em indústrias de base
Na década de 1950 o governo Vargas criou a Petrobras que impulsionou o setor
petroquímico, além disso criou também o BNDE. Posteriormente o governo de Juscelino
Kubitschek marcou o desenvolvimento brasileiro com seu programa de metas que atingiu
seus objetivos de promover um crescimento acelerado.
No início dos anos 60, com o esgotamento do crescimento acelerado, a renúncia
de Jânio Quadros entra em vigor o governo de João Goulart, que logo é substituído pelo
governo militar através do golpe de 1964.

3. Brasil (1955-2005): 25 anos de catching up, 25 anos de falling behind


Este artigo apresenta o desenvolvimento econômico brasileiro no período de
1955 a 2005. Para o autor o desempenho industrial do Brasil teve grande influência das
duas últimas revoluções tecnológicas.
Inicialmente tem-se o modelo histórico analítico de Perez, com a relação entre o
capital financeiro e o capital produtivo nas quatro fases de desenvolvimento. Na primeira
metade desse período (1955-1980) o país conseguiu promover seu catching up, graças
à presença do capital estrangeiro que tornou possível o alto grau de integração e
diversificação da produção, os complexos químicos e metalomecânicos foram
responsáveis por quase 60% do produto industrial.
Em contrapartida, na década de 1980 enquanto os países desenvolvidos já
estavam avançando na quinta revolução tecnológica, muitos países periféricos ficaram
para trás com seus avanços tardios, como era o caso do Brasil que aumentou a produção
de commodities enquanto os setores tecnológicos perdiam espaço, dando início assim
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ao processo de falling behind. O Brasil era o primeiro país na lista de receptores de


investimentos externos em 1980, e caiu para a décima quarta posição em 1993, o fluxo
de capital externo caiu bruscamente, e só tem sua recuperação no início dos anos 2000.

4. Quatro décadas de planejamento econômico no Brasil


Esse artigo analisa o planejamento econômico brasileiro no período de quatro
décadas, examinando planos e resultados. De acordo com ele, o Plano de Metas de
1956 foi a primeira experiência de planejamento implementado no país. Após a segunda
Guerra mundial, com a escassez de produtos no mercado internacional o Brasil passou
a produzir mais para atender a demanda interna de bens de consumo. O governo passou
então a aumentar os investimentos na indústria, setores como energia, transporte,
alimentação, siderurgia, e educação receberam grande parte de capital público e
conseguiram desenvolver-se. Já na década de 1960, a economia entrou em uma fase
estagnada, causada pelo processo inflacionário, pelo significativo aumento do setor
público na economia e pela estagnação do setor agrícola.
Em 1963, houve a publicação do Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e
Social do Governo, que visava retomar o ritmo de crescimento econômico da década
anterior, seu objetivo era aumentar a renda nacional, reduzir a inflação, intensificar
investimentos em pesquisa, saúde, e tecnologia, e refinanciar a dívida externa.
Entretanto, apesar das medidas implementadas o plano não obteve sucesso. Desde
então diversos planos e programas econômicos foram implementados, como por
exemplo o Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico, o Plano Cruzado, o Plano
Bresser, o Plano Maílson, o Plano Collor e o Plano FHC, todos com o objetivo de
estabilizar a economia visando o curto prazo. Em sua maioria, os planos elaborados,
quando postos em prática, apresentaram uma incapacidade de dar continuidade ao
processo, dado o fato de que faltou recursos humanos qualificados e infraestrutura.

5. Getúlio Vargas: o estadista, a nação e a democracia


Neste artigo, Bresser Pereira discorre acerca do mandato de Getúlio Vargas como
o grande estadista do século XX no Brasil. O autor define Getúlio como um grande
estadista por sua visão de futuro e sua coragem em quebrar velhos paradigmas para
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implementar o novo, ele cita ainda a revolução industrial e nacional como o ponto de
transformação do país em uma nação, e além disso, o Estado-nação só se consolida
após completar sua revolução capitalista, feita por Vargas.
Vargas deu início ao processo de industrialização brasileiro, após a grande
depressão de 1929 ele enxergou ali uma oportunidade para dar início à industrialização
do país e completar sua revolução nacional e capitalista. Getúlio foi um líder popular, que
transformou um país agrário em um país dinâmico e industrializado 24 anos depois. O
governo de Vargas foi marcado pelo combate à oligarquia, da Primeira República,
macacada pelo coronelismo, fraudes eleitorais e a exclusão de minorias. Apoiado por um
pacto popular, ele decidiu aos poucos como seria sua estratégia econômica
desenvolvimentista, tal pacto promoveu uma taxa de crescimento econômico acelerado
no Brasil. Com o objetivo de consolidar o país como uma nação o ex-presidente visava
realizar três tarefas: dar à nação um Estado eficiente, tornar a nação política e
socialmente mais coesa, e o mais importante, promover o desenvolvimento econômico
e industrial. Mesmo com seu perfil autoritário, a revolução industrial e capitalista que foi
iniciada por Vargas, abriu espaço e consolidou a democracia no Brasil.

6. Celso Furtado e o pensamento econômico brasileiro


Para Guido Mantega, Celso Furtado está diretamente ligado ao surgimento e a
consolidação do pensamento econômico brasileiro. Furtado foi um economista que
participou ativamente dos governos de JK, Jânio e Goulart, além de órgãos importantes
como a CEPAL, BNDE e a SUDENE. Além de tais participações, Celso escreveu diversas
obras que ficaram marcadas na história do país, suas principais obras “Formação
Econômica do Brasil” e “Desenvolvimento e Subdesenvolvimento” serviram de base e
referência no debate econômico brasileiro. Em Formação Econômica do Brasil o autor
disserta sobre a dinâmica da economia brasileira desde o período colonial até o processo
de industrialização recente, sugerindo que a economia capitalista industrial se consolidou
graças à intervenção estatal. Furtado, assim como outros autores citados aqui
anteriormente, atribui aos problemas de superprodução agrícola cafeeira, e à crise de
1929, as principais razões que impulsionaram o processo de industrialização. Algumas
lacunas e imprecisões presentes nesta obra foram preenchidas e sanadas em outras
obras posteriores, mas este fato não tira o mérito desta ser a maior obra de Furtado, sua
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doutrina norteou ainda diversos governos na América Latina. O artigo de Mantega conclui
ressaltando a relevância dessa obra por sua intuição e pioneirismo, considerando Celso
como o pai do Modelo de Substituição de Importações.

Referências Bibliográficas

AREND, M.; FONSECA, P. C. D. Brasil (1955-2005): 25 anos de catching up, 25 anos


de falling behind. Revista de Economia Política, v. 32, n. 1, p. 33–54, mar. 2012.

BRESSER-PEREIRA, L. Getúlio Vargas: o estadista, a nação e a democracia. Textos


para discussão 191, FGV EESP - Escola de Economia de São Paulo, Fundação
Getúlio Vargas (Brasil), 2009.

FERREIRA, A. Estado e economia no Brasil: 1930-1964. Fundamentos da construção


de um capitalismo urbano-industrial periférico. Revista de Ciências Sociais, v. 36, n.
1/2, p. 52–75, 2005.

KON, A. Quatro décadas de planejamento econômico no Brasil. Revista de


Administração de Empresas, v. 34, n. 3, p. 49–61, 1994.

MANTEGA, G. Celso Furtado e o pensamento econômico brasileiro. Revista de


Economia Política, v. 9, n. 4, p. 29–37, 1989.

SAES, A. A historiografia da industrialização brasileira. Anais do 3o Seminário


nacional de história e historiografia: aprender com a história, 2009.

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