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GEOGRAFIA DA INDÚSTRIA
Rio de Janeiro
2023
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1. INTRODUÇÃO:
O texto de Rui Mauro Marini, que será considerado nesta resenha crítica, escrito na
década de 1970, tem como objetivo explicar como veio a se desenvolver o golpe militar de
1964 e a radicalização política anterior e contemporânea a este período para dar base a sua
análise acerca de uma eminente revolução brasileira. Consequentemente, o texto também
contextualiza e introduz o leitor à história política brasileira do século XX, indicando como os
fatos culminaram nos resultados que obtiveram.
Nesta resenha serão considerados os pontos que foram julgados de maior relevância,
tendo em vista a extensão e complexidade do texto.
O texto começa em uma breve introdução que indica o fato de que, ao chegar no
poder, qualquer político minimamente de esquerda corre o risco de ser sabotado ou deposto
por quem detém o poderio econômico, político e militar (sendo estes representados pelas
burguesias nacional e internacional). Ao longo das páginas o autor exemplifica isso com o
caso de João Belchior Marques Goulart, o presidente eleito anterior ao golpe de 1964.
O tópico “A primeira ranhura na coalizão dominante” contará sobre a ditadura de
Getúlio Vargas, explicando suas medidas econômicas e políticas. O compromisso político que
representava o Estado Novo de Vargas perdura até 1950. A partir deste ano este “contrato
social” se vê ameaçado por uma burguesia que tenta colocar o aparelho estatal e os recursos
econômicos disponíveis a seu próprio favor, ameaçando o “estado de bem-estar social”, as
concessões dadas ao povo durante a ditadura varguista. Isso levou à deterioração das
condições as quais se baseavam essas concessões.
Dificuldades no setor externo levavam a burguesia nacional a ver o desenvolvimento
industrial como oposição ao modelo agrário-exportador, talvez já indicando uma
reprimarização da economia. Diante da força e pressão das massas em busca de novas
conquistas sociais, a burguesia passa a incentivar um ideal nacionalista, baseado nesse
interesse comum das massas. A proposta era de um programa de expansão econômica, que
implicava na geração de novos empregos. Isso permitiu que essa “nova classe dominante”
cativasse a população, ganhando certo controle ideológico. Havia todo um esforço, uma
preocupação em conter e garantir a não existência de sequer um sentimento revolucionário,
pois era importante que essa expansão ocorresse sem maiores problemas, sem qualquer
ameaça. Por isso o campo ideológico assumiu grande importância nas mudanças políticas que
ocorreram. Assim, algumas medidas foram adotadas por Vargas para acalmar estas
preocupações da direita como a Lei de Segurança Nacional, a prorrogação e ampliação do
acordo militar Brasil-Estados Unidos e a Reforma Cambial de 1953. Estas puderam equilibrar
momentaneamente as dívidas do país.
Porém, o que se seguiu foi uma crise do setor externo da economia brasileira, indicada
pela ruptura da complementaridade entre o sistema agrário-exportador e a indústria, portanto,
uma crise cambial (esta gerada pela queda do preço internacional do café e consequentemente
das exportações brasileiras). Internamente, a marcha da inflação leva o movimento trabalhista
a reivindicar reajustes nos salários.
No governo de Café Filho, houve um rompimento com os projetos de Vargas,
retornando ao modelo convencional de obter “estabilidade através da contenção da demanda
global”, estabilidade essa que apenas reafirmava o papel do Brasil na DIT (Divisão
Internacional do Trabalho) como a “fazenda do mundo”. Por conta da crise que ameaçava a
indústria, renuncia-se a postura nacionalista da Era Vargas, concedendo ao capital estrangeiro
ampla liberdade de entrada e ação na indústria nacional.
A seguir, o autor aborda o governo de Juscelino Kubitschek e seu projeto de expansão
econômica: o Plano de Metas, marcado por intensa capitalização. Este que deixa
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Castelo Branco também havia criado um Plano Trienal (1964-66) que tinha como
objetivo reativar o nível decrescente do produto interno bruto e conter o aumento geral dos
preços. Porém, outra característica marcante do período ditatorial é a ação estatal reprimir
medidas estruturais. Essa política econômica de Castelo Branco beneficiou amplamente as
grandes empresas (tanto nacionais, quanto estrangeiras).
Ao final do texto, no tópico "Revolução e luta de classes", o autor comenta sobre o
verdadeiro caráter da revolução brasileira. Ele a toma como um processo vindouro, já que o
país vive em uma fase contrarrevolucionária. Porém, é errado tomar a população brasileira
como incapaz de realizar uma revolução, mas sim que as condições materiais e sociais não a
favorecem.
O desenvolvimento capitalista foi, na verdade, o que prolongou a vida do antigo
sistema semi colonial no Brasil, o levando a uma etapa subimperialista (como se fosse um
país imperialista do Sul global que atende às necessidades do imperialismo do Norte global).
Isso implicaria na impossibilidade de um desenvolvimento capitalista autônomo no país.
3. IMPRESSÕES PESSOAIS:
Embora, em uma opinião pessoal, o texto seja denso e nada introdutório sobre o
assunto, o fato de se tratar de uma espécie de um grande resumo sobre a história política
brasileira para explicar sobre a força das massas, das classes dominadas pela burguesia, faz
com que este se torne essencial para compreender, de fato, o caráter de uma revolução no
Brasil.
Cada período escrito pelo autor é relacionado a alguma tendência da economia ou
sociedade brasileira, o que torna o texto atual, uma vez que, em minha concepção, a fase
contrarrevolucionária perdura até os dias de hoje.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: