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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Profª. Drª. Célia Costa Cardoso

ESTUDO DIRIGIDO

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA (aula assíncrona)

- ATIVIDADE INDIVIDUAL, COM DATA DE ENTREGA EM 05 DE OUTUBRO


DE 2023 (no sigaa).

NOME: Pedro Lucas Da Silva Ferreira

QUESTÕES:

1 Explique as crises dos anos 1920 em seus aspectos políticos, econômicos, sociais e
culturais, destacando na abordagem a concepção de modernismo de Mônica Pimenta
Velloso.
As crises dos anos 1920 foram um conjunto de eventos políticos, econômicos, sociais e
culturais que abalaram o mundo no período entre o fim da Primeira Guerra Mundial
(1918) e o início da Segunda Guerra Mundial (1939). No Brasil, essas crises tiveram um
impacto significativo, provocando mudanças profundas na sociedade e na cultura
brasileiras.

Em termos políticos, as crises dos anos 1920 marcaram o fim do regime oligárquico no
Brasil. O sistema oligárquico, que vigorava desde o fim do século XIX, era baseado no
controle do poder político por um pequeno grupo de elite, formado por grandes
proprietários rurais e comerciantes. As crises econômicas e sociais dos anos 1920
colocaram em xeque o regime oligárquico, levando a um aumento da insatisfação
popular e a uma maior mobilização das classes trabalhadoras e médias.
Em 1922, eclodiu a Revolução de 1922, um movimento tenentista que exigia o fim do
regime oligárquico e a implantação de um regime democrático. A revolução foi
derrotada, mas marcou o início do fim do regime oligárquico. Em 1930, Getúlio Vargas
liderou um golpe de Estado que depôs o presidente Washington Luís e instaurou um
regime autoritário.

Em termos econômicos, as crises dos anos 1920 foram marcadas por uma forte
recessão, que atingiu a maioria dos países do mundo. No Brasil, a recessão foi
provocada pela queda dos preços das commodities agrícolas, que eram o principal
produto de exportação do país. A recessão levou ao aumento do desemprego e da
pobreza, o que provocou um aumento das tensões sociais.

Em termos sociais, as crises dos anos 1920 aceleraram o processo de urbanização e


industrialização do Brasil. A população urbana cresceu de forma acelerada, o que
provocou uma série de problemas sociais, como a falta de moradia, de saneamento
básico e de emprego.

Em termos culturais, as crises dos anos 1920 foram um período de fermentação


intelectual e artística. O modernismo, um movimento cultural que defendia a renovação
das formas artísticas e literárias, ganhou força no Brasil durante esse período.

A concepção de modernismo de Mônica Pimenta Velloso destaca a relação entre o


modernismo e as crises dos anos 1920. Para Velloso, o modernismo foi uma resposta às
crises sociais, políticas e econômicas da época. Os artistas e intelectuais modernistas
buscavam romper com o passado e criar uma nova cultura que refletisse a realidade
brasileira.

O modernismo deixou um legado duradouro na cultura brasileira. O movimento


modernizou a literatura, a pintura, a arquitetura e a música brasileiras, contribuindo para
a formação de uma identidade cultural brasileira.

2 Analise a Revolução ou movimento de 1930 com base nas ideias de Boris Fausto e
Edgard de Decca e discuta, de forma aprofundada, o tipo de Estado que se formou em
1930.
A Revolução de 1930 foi um evento complexo e multifacetado, que pode ser analisado
sob diferentes perspectivas. A partir das ideias de Boris Fausto e Edgard de Decca, é
possível compreender a revolução como um movimento político, social e econômico
que marcou o fim do regime oligárquico no Brasil e o início de uma nova fase na
história do país.

Para Boris Fausto, a Revolução de 1930 foi um movimento de substituição de elites. A


oligarquia cafeeira, que dominava o poder político desde o fim do século XIX, foi
derrotada por uma nova elite, formada por representantes das classes médias e dos
interesses urbanos.

Fausto argumenta que a revolução foi resultado de uma combinação de fatores,


incluindo a crise econômica dos anos 1920, o crescimento das cidades e a ascensão das
classes médias. A crise econômica levou ao aumento da insatisfação popular com o
regime oligárquico, enquanto o crescimento das cidades criou um novo ambiente
político, mais favorável às demandas das classes médias.

Edgard de Decca, por sua vez, analisa a Revolução de 1930 como um movimento de
modernização. De Decca argumenta que a revolução foi um processo de ruptura com o
passado, que abriu caminho para a implantação de um Estado mais moderno e
intervencionista.

Decca destaca a importância do Estado na condução da economia e da sociedade


brasileira. O Estado passou a desempenhar um papel mais ativo na industrialização, na
educação e na saúde pública. Além disso, o Estado passou a controlar os meios de
comunicação e a censurar a imprensa.

O tipo de Estado que se formou em 1930 foi um Estado autoritário, com características
de Estado de exceção. O Estado passou a controlar todos os aspectos da vida social,
política e econômica.
O Estado autoritário foi necessário para garantir a estabilidade política e social do país.
O Brasil enfrentava uma série de desafios, incluindo a crise econômica, a instabilidade
política e a ascensão dos movimentos sociais.

A Revolução de 1930 foi um evento fundamental na história do Brasil. A revolução


marcou o fim do regime oligárquico e o início de uma nova fase na história do país,
marcada pela industrialização, pela urbanização e pela ascensão das classes médias.

A revolução também teve um impacto significativo na cultura brasileira. O


modernismo, um movimento cultural que defendia a renovação das formas artísticas e
literárias, ganhou força no Brasil durante esse período.

A revolução de 1930 foi um movimento complexo e multifacetado, que pode ser


analisado sob diferentes perspectivas. A partir das ideias de Boris Fausto e Edgard de
Decca, é possível compreender a revolução como um movimento de substituição de
elites e de modernização, que marcou o fim do regime oligárquico no Brasil e o início
de uma nova fase na história do país.

3 Comente o processo de radicalização ideológica dos anos 30, a instauração do Estado


Novo e a sua derrocada em 1945.

O processo de radicalização ideológica dos anos 30 no Brasil foi marcado por uma série
de fatores, incluindo a crise econômica mundial, a ascensão do fascismo e do nazismo
na Europa e a instabilidade política no Brasil.

A crise econômica mundial, que começou em 1929, atingiu o Brasil de forma severa. A
queda dos preços das commodities agrícolas, que eram o principal produto de
exportação do país, levou a um aumento do desemprego e da pobreza. Essa situação
criou um ambiente de insatisfação social e política, que foi explorado por grupos
radicais.
A ascensão do fascismo e do nazismo na Europa também teve um impacto significativo
no Brasil. Esses regimes autoritários, que defendiam o nacionalismo e o militarismo,
encontraram eco entre alguns setores da sociedade brasileira.

A instabilidade política no Brasil também contribuiu para o processo de radicalização


ideológica. O governo de Getúlio Vargas, que assumiu o poder em 1930, enfrentou uma
série de desafios, incluindo a oposição das oligarquias regionais e a ascensão dos
movimentos sociais.

Em 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e instaurou o Estado Novo. O Estado
Novo foi um regime autoritário, que suspendeu as garantias constitucionais e reprimiu a
oposição política.

O Estado Novo foi apoiado por setores da sociedade brasileira que acreditavam que era
necessário um governo forte para garantir a estabilidade política e social do país. No
entanto, o regime também foi criticado por grupos que defendiam a democracia e as
liberdades civis.

O Estado Novo foi derrubado em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial. A
guerra havia mostrado que os regimes autoritários eram incapazes de garantir a
estabilidade política e social.

O fim do Estado Novo marcou o retorno da democracia ao Brasil. No entanto, o


processo de redemocratização foi lento e gradual.

O processo de radicalização ideológica dos anos 30 no Brasil teve um impacto


significativo na história do país. O Estado Novo foi um período de grande autoritarismo
e repressão, que deixou um legado negativo na memória da sociedade brasileira.

O fim do Estado Novo marcou o início de um novo período na história do Brasil,


marcado pela democracia e pelo respeito às liberdades civis.

4 Reflita sobre o Estado populista na década de 1950 a partir da relação entre capital e
trabalho e explique os fatores que garantiram uma certa estabilidade política e
econômica no governo Juscelino Kubitschek (1956-1960), em uma conjuntura de
instabilidade e crise.

O Estado populista na década de 1950 foi marcado por uma relação de interdependência
entre capital e trabalho. O Estado, por meio de políticas de intervenção econômica e
social, buscava conciliar os interesses das classes dominantes e das classes
trabalhadoras.

Nesse contexto, o governo Juscelino Kubitschek (1956-1960) promoveu uma série de


medidas que visavam atrair investimentos estrangeiros e estimular o crescimento
econômico. Essas medidas, como a criação da Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE) e a construção de Brasília, foram bem-sucedidas em impulsionar o
crescimento econômico do país.

No entanto, o governo Kubitschek também enfrentou uma série de desafios, como a


inflação e a instabilidade política. A inflação, que chegou a atingir 20% ao ano, foi
resultado do crescimento econômico acelerado. A instabilidade política, por sua vez, foi
alimentada pela oposição de grupos conservadores e de esquerda.

Apesar dos desafios, o governo Kubitschek conseguiu garantir uma certa estabilidade
política e econômica. Isso foi possível graças a uma série de fatores, incluindo: O
crescimento econômico, que beneficiou os trabalhadores e as classes médias; A política
de contenção salarial, que limitou as reivindicações trabalhistas; O apoio dos Estados
Unidos, que viam o Brasil como um aliado estratégico na América Latina.

A estabilidade política e econômica do governo Kubitschek não durou muito. O golpe


militar de 1964 depôs o presidente e instaurou um regime autoritário no Brasil.

O Estado populista na década de 1950 foi um fenômeno complexo e contraditório. Por


um lado, o Estado buscou conciliar os interesses das classes dominantes e das classes
trabalhadoras, o que contribuiu para o crescimento econômico do país. Por outro lado, o
Estado também reprimiu os movimentos sociais e trabalhistas, o que gerou instabilidade
política e social.
O governo Kubitschek foi um exemplo de como o Estado populista pode garantir uma
certa estabilidade política e econômica em um contexto de instabilidade e crise. No
entanto, essa estabilidade foi baseada em um frágil equilíbrio de forças, que foi rompido
pelo golpe militar de 1964.

BOA SORTE!

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