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Universidade Federal do Rio Grande – FURG

Bacharelado em Relações Internacionais

Contextos Internacionais Comparados

Beatriz Silva Alves – mat: 126428

Resenha do livro “A Revolução Mexicana” de Carlos Alberto Sampaio Barbosa

Santa Vitória do Palmar

2019
O livro “A Revolução Mexicana”, escrito pelo prof. dr. Carlos Alberto Sampaio
Barbosa, possui 136 páginas, foi produzido pela editora UNESP, publicado em 2010 e
faz parte da coletânea “Revoluções do Século 20”, dirigido pela prof.ª dr.ª Emília Viotti
da Costa, que tem a intenção de realizar um estudo sobre as principais revoluções do
século XX. Carlos Alberto Sampaio Barbosa possui graduação e mestrado em História
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, além de ter ênfase na história latino-
americana, com a sua atuação em revolução mexicana.

A história do México no século XX se inicia com a Revolução. Como dita pelo


autor, “foi a primeira revolução com claro cunho social a acontecer na América Latina
nesse século” (BARBOSA, 2010, p. 17). Além disso, foi vista como uma ruptura social
com o Antigo Regime, mas logo depois esse caráter revolucionário foi visto de uma forma
negativa e foi criticada. Assim tornando essa revolução numa espécie de grande rebelião,
ou grandes rebeliões regionais, que só depois foram englobadas como Revolução. O autor
afirma ter sido sim uma revolução com caráter nacional, popular, agrário e que
representou a ruptura na história mexicana.

O autor diz que essa revolução foi separada em três fases distintas e especifica
como fica a separação em casa uma delas, que é basicamente em separações de classes,
onde os camponeses tomaram o poder, mas que finaliza com a derrota popular e uma
nova formação do poder. Ainda afirma que a Revolução Mexicana foi uma das poucas
revoluções no século XX com legitimidade da população.

O México conquistou sua independência em 1821, quando foi a separação entre o


país e a Espanha e um novo sistema político, do qual foi a monarquia do imperador
Agustín de Iturbide, que durou até 1823, quando foi proclamada a república. Além de ter
tido parte de sua terra perdida para os Estados Unidos por conta da guerra entre 1846 e
1848. A partir disso foi uma série de instabilidade política na república, sendo todos os
conflitos minuciosamente detalhados, como na Segunda Monarquia Mexicana e na
República Restaurada. Já com o governo de Porfírio Díaz é classificada, pelo autor, como
um perfil oligárquico, o que foi muito importante para o México pois propiciou a
unificação na cional e centralização da política. O Porfiriato foi a época que cessou com
a instabilidade política do México, ou seja, nascia um país diferente.

Ainda assim, o país não deixou de sofrer. Os europeus não achavam o México um
país atraente para migração, não trazendo frutos para o país, já que a revolução foi
considerada um produto do desenvolvimento econômico, não se teve uma divisão dos
latifúndios e desenvolvimento de transportes não foi realizado por falta de capital e com
problemas geográficos. Além disso, por mais que os liberais tentassem, não foi possível
tornar o México um país laico, o catolicismo já estava enraizado na população.

A Revolução Mexicana teve seu início no final de 1910, perto das eleições
presidenciais. Na verdade, ela é uma revolução política, mas, como o autor classifica “a
crise política é apenas a espuma na superfície do mar social que se agitava em suas
profundezas” (BARBOSA, 2010, p. 59). Essa revolução foi mais uma guerra camponesa
prolongada e os operários não se juntaram com os camponeses. Ou seja, a revolução se
transformou num emaranhado de forças sociais e políticas e Madero, um latifundiário e
político, não conseguiu ter controle sobre o grupo que estava ao seu favor. Depois de
muito conflito, dia 25 de maio de 1911, Porfírio Diaz renunciou seu cargo, depois de um
longo período da história mexicana.

Barbosa faz um balanço rápido desses primeiros fatos revolucionários foi


resultado de um descontentamento agrário, resultado das décadas de abusos contra as
comunidades camponesas do sul, centro e norte do país.

De 1920-1940, foi conhecida como a época da estabilização política, período


chamado de Reconstrução Nacional já que foi a consolidação da revolução. Do qual foi
dominado por Adolfo de La Huerta (1920), Álvaro Obregón (1920-1924) e Plutarco Elias
Calles (1924-1928).

Os problemas que apareceram no México por conta da transformação foram


encarados como novas tarefas que os governos seguintes à Revolução dariam solução.
Daí parte a ideia de herança que o autor fala, baseada na história sem fissuras. O
muralismo, ou Escola Mexicana de Pintura, surgiu após o término da luta armada, onde,
com apoio do ministro da Educação Pública, pintaram as paredes dos edifícios públicos
temas históricos. Esse movimento foi visto como filho direito da Revolução e se tornou
a principal correte estética da arte mexicana moderna, sendo reconhecido por todo
continente americano. Barbosa diz que, para muitos estudiosos, esse movimento é a
primeira exposição plástica genuinamente latino-americana, pois representa
especialmente os camponeses, indígenas e trabalhadores.

A Revolução Mexicana foi um momento marcante para a história da América


Latina, pois com a força popular pode construir um novo Estado. A leitura é bastante
explicativa e didática, tornando o assunto de fácil compreensão e entendimento da história
mexicana. Desse modo, podendo mostrar a potencialidade que a população tem em
exercer seus direitos e mostrar sua representação.

Referências bibliográficas:

BARBOSA, Carlos Alberto Sampaio. A Revolução Mexicana, São Paulo: Editora


UNESP, 2010, 136 páginas.

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