Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nos anos 80 Molefi Kete Asante concebeu a ideia de afrocentricidade como um tipo de
pensamento, prática e perspectiva que percebe os africanos como sujeitos e agentes de
fenómenos actuando sobre sua própria imagem cultural e de acordo com seus próprios interesses
humanos.” (ASANTE, 2009, p. 96).
Asante considera duas principais fontes para corroborar esta convicção: uma de
matriz mais filosófica; outra mais embasada na análise histórica. A primeira tem
a ver com a tradição africanista e consiste de dois eixos: por um lado, o conjunto
do pensamento e das correntes afro-americanas que antecederam o
desenvolvimento do seu paradigma, por outro, o postulado de que a origem do
pensamento filosófico deve ser encontrada não na Grécia, mas no Egipto. Este
artigo considerará sobretudo o segundo dos dois aspectos, com algumas
referências ao primeiro, quando isso for julgado relevante pela compreensão
geral do debate aqui analisado (MUCALE, 2013).
Afro centristas ante-litteram, quais podem ser considerados Anta Diop e Obenga, ao tentarem
desconstruir o paradigma dominante, começaram a propor uma escrita da história de um
continente, como diria Hegel, “sem história”, filosoficamente fundamentada e sistemática,
mediante uma metodologia hipotético-dedutiva.
GRAY, C. C. Afrocentric Thought and Praxis An Intellectual History. Trenton: Africa World
Press, 2001.