UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO: RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS
DISCIPLINA: HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS CÓDIGO: HIS240
PROFESSORA: ANA MARÍLIA CARNEIRO (anammc@gmail.com)
CARGA HORÁRIA: 60 HORAS CRÉDITOS: 04

EMENTA: Formação do Sistema Mundial a partir das grandes navegações. Processo de formação
dos impérios coloniais mercantilistas. Sucessivos ciclos de hegemonia, vinculados à expansão
europeia até o fim do século XIX. Transformação do sistema internacional iniciado a partir da 1ª
Guerra Mundial até os dias contemporâneos

PROPOSTA DO CURSO: Após uma introdução sobre tempo, historiografia e conhecimento histórico
no campo das relações internacionais, o curso apresenta as linhas gerais da evolução das relações
internacionais desde seus primórdios até a Segunda Guerra e finaliza com a discussão sobre as
tendências internacionais no pós-Guerra Fria. Na primeira parte discute-se os fundamentos e as
características da política externa nacional pós-independência, do Império ao período eclosão da I Guerra
Mundial. A segunda parte do curso se propõe a pensar as relações internacionais no século XX a
partir de conjunturas-chave que perpassam o pós I-Guerra até a queda da ex-URSS. Na última
parte do curso discute-se a alteridade no mundo contemporâneo, as especificidades do processo de
globalização atrelado ao neoliberalismo e a conjuntura de queda das grandes potências e ascensão
das potências emergentes. Especial atenção será dada à problemas e conceitos que privilegiam a
análise de histórias cruzadas e interconectadas, articulando diferentes espaços e poderes,
nacionais, regionais e globais. Além da leitura de textos, o curso propõe trabalhar com linguagens
diversas, como a interpretação de imagens, mapas e materiais audiovisuais, bem como o
tratamento direto com fontes documentais primárias, para estimular a imaginação dos estudantes
no diálogo crítico com os temas tradicionais da História das Relações Internacionais, tais como
história política e diplomática, além de guerras, revoluções e golpes de Estado.
METODOLOGIA: O curso está planejado para ser desenvolvido em dois encontros semanais
durante um quadrimestre. Aulas expositivas com uso de imagens e discussões coletivas sobre as
leituras indicadas, bem como apresentação oral de textos e rodas de debates. Além da leitura de
referência e dos seminários, cada aula pode contar com textos de apoio que poderão ser
modificados no decorrer do curso. A dinâmica de aulas adotada em cada unidade se encontra
descrita na parte introdutória de cada uma das três unidades em que se divide o curso.

AVALIAÇÃO: A avaliação consistirá em: 1) prova individual após primeira parte; 2) Apresentação
de texto na II unidade; 3) Resenha sobre obra bibliográfica; 4) Seminário em grupo na III unidade
e 5) participação das discussões em sala
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:

UNIDADE I: DO BRASIL INDEPENDENTE À I GUERRA MUNDIAL

Dinâmica das aulas:

Para as aulas expositivas serão indicados textos de leitura obrigatória e complementares. Na

primeira unidade haverá uma exposição sobre o tema na primeira parte da aula e discussão dos
textos de leitura obrigatória na segunda metade.

1. Apresentação do curso: História e Relações Internacionais: perspectivas

Discussão do programa (primeira metade da aula), aula expositiva de introdução (segunda

metade)

Textos de referência: SARAIVA, José Flávio Sombra; “História das relações internacionais: o
objeto de estudo e a evolução do conhecimento”; in: SARAIVA, José Flávio Sombra (org.).
História das Relações Internacionais Contemporâneas: da sociedade internacional do século XIX à
era da globalização. São Paulo: Saraiva, 2008, pp. 7-40.

Leituras complementares: VIGEZZI, Brunello; “’Teóricos’ e ‘historiadores’ das Relações

Internacionais”; in: DUROSELLE, Jean-Baptiste. Todo império perecerá: teoria das Relações
Internacionais. Brasília: UnB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000, pp. 461-483.

Fernand. História e Ciências Sociais: a longa duração. In: Escritos sobre a história. São Paulo:
Perspectiva, 2014.

Amado L. Cervo. A historiografia brasileira das relações internacionais. Inter-American Review

of Bibliography, 42(3): 393-409,1992

GOODY, Jack. O roubo da história: como os ocidentais se apropriaram das ideias e invenções do
Oriente. São Paulo: Ed. Contexto, 2008. 368 páginas.

Leitura obrigatória: FRANK, Robert, “Entrevista com Robert Frank”, Revista Estudos
Históricos - Dossiê Perspectivas Globais e Transnacionais, V. 30, N. 60 2017. [online]
Leitura complementar: DUROSELLE, J-B. Todo império perecerá. Brasília: Editora UnB, 2000.

Filme: ADICHIE, Chimamanda, O perigo da História Única: https://

www.youtube.com/watch?v=_4uXhbSWIJs

2. Uma História Moderna: O capitalismo histórico e o moderno sistema de Estados. Os ciclos

sistêmicos e hegemônicos do capitalismo. O debate historiográfico sobre a gênese do
“sistema mundial” Os processos de mundialização do capital e a construção do sistema de
Estados
Leitura obrigatória: ARRIGHI, Giovanni. O longo séc. XX. Rio de Janeiro: Contraponto; São
Paulo: UNESP, 1996, pp. 27-86 (“As três hegemonias do capitalismo histórico”).

Leitura complementar: WALLERSTEIN, Immanuel. El moderno sistema mundial: la agricultura

capitalista y los orígenes de la economía – mundo europea em el siglo XVI. México: Siglo
Veinteuno, 1979, pp. 7-18; 489-502 (“Sobre el estúdio del cambio social”; “Repaso teorico”)

3. 1500-1750: A expansão ultramarina dos séculos XV ao XVII

Leituras obrigatórias: KENNEDY, Paul. O milagre europeu. In: Ascensão e queda das grandes
potências. Rio de Janeiro: Campus, 1989, p. 25-38

ARRIGHI, Giovanni. O longo séc. XX. Rio de Janeiro: Contraponto; São Paulo: UNESP, 1996,
pp. 87-162 (“A ascensão do capital”).

Leitura complementar: BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo,

séculos XV-XVIII. Volume 1 – As estruturas do cotidiano: o possível e o impossível. São Paulo:
Martins Fontes, 2005, pp. 351-378 (“Revoluções e atrasos técnicos”)

4. A Revolução Francesa de 1789 e seus desdobramentos. Da Era napoleônica (1799-1814) ao

Congresso de Viena e o novo equilíbrio europeu

SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, pp. 7-99 (“Introdução”;
“Noventa e nove, revolução ou compromisso?”; “Noventa e três, república burguesa ou
democracia popular?”; “Noventa e cinco, liberalismo ou ditadura?”)

KISSINGER, Henry A. O mundo restaurado. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, pp. 133-161
(“O Congresso de Viena”).

Leitura complementar:

HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008, p. 83-
143 e 145-188 ((“A Revolução Francesa”; “A guerra”; “A paz”; “As revoluções”)

5. As independências na América Latina O colapso das instituições coloniais e a

independência da América Latina A política internacional frente à emancipação política da
América Latina O processo de emancipação brasileiro O paradigma da independência do
Haiti

Leitura obrigatória: WADDEL, D.A.G.; “A política internacional e a independência da América

Latina”; in: BETHELL, Leslie. História da América Latina: Da independência a 1870, vol. III.
São Paulo; Brasília: EDUSP; Imprensa Oficial do Estado; Fundação Alexandre de Gusmão, 2001,
pp. 231-266.
Leitura complementar: BETHELL, Leslie; “A independência do Brasil”; in: BETHELL, Leslie.
História da América Latina: Da independência a 1870, vol. III. São Paulo; Brasília: EDUSP;
Imprensa Oficial do Estado; Fundação Alexandre de Gusmão, 2001, pp. 187-230

6. Os nacionalismos nas relações internacionais do séc. XIX Os movimentos nacionalistas na

Europa e a dissolução dos grandes impérios

Leituras obrigatórias: ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas: reflexiones sobre el

origen y la difusión del nacionalismo. México: Fondo de Cultura Económica, 1993, pp. 123-160
(“El nacionalismo oficial y el imperialismo”)

HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções - 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008, pp.
189-208 ("O nacionalismo"; “Bandeiras desfraldadas: Nações e nacionalismo”)

7. Revolução Industrial – Hegemonia Britânica e Colonialismo 1750-1914: A consolidação

de uma burguesia industrial. O adensamento do proletariado urbano

Kennedy, pp. 143-167 (cap. 4: “A industrialização e os instáveis equilíbrios globais, 1815-1885 –

O eclipse do mundo não-europeu – Hegemonia britânica? – As “potências médias””)

DOBB, Maurice. A evolução do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1971, pp. 312-390 (“A
Revolução Industrial e o séc. XIX”) Leitura complementar:

Leituras complementares: HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções – 1789-1848. Rio de

Janeiro: Paz e Terra, 2008, pp. 49-82 (“A Revolução Industrial”); p.79-106 (“O mundo unificado’)
e p. 107-124 (“Conflitos e guerras”).

THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa I: a árvore da liberdade. Rio de Janeiro:

Paz e Terra, 1987, pp. 57-81 (“As fortalezas de Satanás”).

8. A independência dos Estados Unidos. As guerras e o processo de independência As leis de

ruptura e o novo país

Leitura obrigatória: ZINN, Howard. La outra historia de los Estados Unidos. México: Siglo
Veinteuno, 2008, pp. 50-82 (“La tiranía es la tiranía”; “Casi una revolución”)

Leitura complementar: FERNANDES, Luiz Estevam; KARNAL, Leandro; MORAIS, Marcus

Vinícius; PURDY, Sean. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo:
Contexto, 2008, pp. 71-97 (“O processo de independência”)

9. Da Primavera dos povos ao Imperialismo - 1848-1914

Leituras obrigatórias: HOBSBAWM, Eric. A era do capital - 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2005, pp. 27-50 ("A Primavera dos Povos").

Kennnedy, pp. 242-256 (cap. 5: “O advento de um mundo bipolar e a crise das “potências
médias”: primeira parte, 1885-1918”: As alianças e o plano inclinado que levou à guerra, 1890-
1914)

Leituras complementares: HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios, 1875-1914. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1988. pp. 203-232 (cap.6: ‘Bandeiras desfraldadas: Nações e nacionalismo’) e pp.
233-269 (cap. 7: ‘Quem é quem ou as incertezas da burguesia’); pp. 57-83 (cap. 2: “Uma
economia mudando de marcha”)

PALMADE, Guy (org.). La época de la burguesia. México: Siglo Veinteuno, 2000, pp. 1-53
(“Las revoluciones de 1848”)

10. Avaliação escrita

II UNIDADE: A CONFIGURAÇÃO MUNDIAL – DA I GUERRA À QUEDA DO MURO DE BERLIM

Dinâmica das aulas: Haverá alunos responsáveis pela condução do debate dos textos de leitura
obrigatória na primeira parte do encontro. Na segunda metade da aula, a professora buscará
aprofundar as discussões, propondo questões ainda não suscitadas e apresentando outros pontos de
vista pertinentes sobre o tema.

11. A era dos Impérios e as origens da Grande Guerra

Leituras obrigatórias: SONDHAUS, Lawrence. O mundo em 1914 e as origens da guerra. São

Paulo: Editora Contexto, 2013.

HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios. In: A era dos Impérios. São Paulo: Cia das Letras, 2017.

Leitura complementar: Clark, Cristopher. Sonâmbulos. Como eclodiu a Primeira Guerra

Mundial. São Paulo: Cia das Letras, 2014.

DÖPCKE, Wolfgang. Apogeu e colapso do sistema internacional europeu (1871-1918). In:

SARAIVA, José Flávio Sombra (org.). História das Relações Internacionais Contemporâneas, 2º
ed., São Paulo: Saraiva, 2007, p. 77-129.

HOBSBAWM, Eric. A era da guerra total. In: Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 29-60.

ARENDT, H., “Pensamento racial antes do racismo” e “Raça e Burocracia", In: As Origens do
Totalitarismo, São Paulo: Companhia das Letras, 1998

MacMILLIAN, Margaret. Paz em Paris. A Conferência de Paris e seu Mister de Encerrar a

Grande Guerra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004, parte 2, p. 63-124.
HENIG, Ruth. O Tratado de Versalhes: 1919-1939, São Paulo: Ática, 1991.

RÉMOND, René. O século XX. De 1914 a nossos dias. São Paulo: Cultrix, 1974, caps 3-5: 45-90.

12. A Revolução Russa: o nacional e o mundial nas guerras e revoluções

Leitura obrigatória: HOBSBAWM, Eric. A Revolução Mundial .In: A era dos Extremos - o
breve século XX. 1914-1991, São Paulo: Cia das Letras, 1995.

Leitura complementar: ARENDT, Hannah. “Introdução: Guerra e revolução” e “O significado

de revolução”, In: Sobre a Revolução. São Paulo, Companhia das Letras, 2011

BANDEIRA, L. A. Moniz. et al. O ano vermelho: a revolução russa e seus reflexos no Brasil. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

HOBSBAWM, Eric (org.). História do marxismo. O marxismo no tempo de Marx. 3 ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1983.

REIS, Daniel Aarão. A revolução que mudou o mundo, Rússia, 1917. São Paulo: Cia das Letras,
2017.

13. O período entre-guerras: das crises econômicas (1919-1939) à emergência dos regimes
fascistas

Leitura obrigatória: SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Os fascismos. In: REIS, Daniel
Aarão, FERREIRA, Jorge, ZENHA, Celeste (orgs.). O século XX. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2000.

CARR, E.H. Vinte anos de crise 1919-1939, UNB, Brasília 1981.

ARENDT, Hannah. O declínio do Estado-nação e o fim dos Direitos do homem. In: As Origens do
Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Leituras complementares: POLANYI, K. A década de 1920 conservadora a década de 1930

revolucionária. In: A Grande Transformação. S. Paulo: Ed. Campus, 2000.

CAPELATO, Maria Helena. O nazismo e a produção da guerra. Revista da USP. São Paulo (26),
82-93, jun/ago 1995.

ROLLEMBERG, Denise. Revoluções de direita na Europa do entre-guerras: o fascismo e o

nazismo. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 30, n. 61, p. 355-378, abr. 2017.
Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/65901>. Acesso em:
01 Jul. 2019.

14. A eclosão da II Guerra Mundial e a bipolarização do mundo

Leitura obrigatória: SARAIVA, José Flávio Sombra. A agonia europeia e a gestação da nova
ordem internacional (1939-1947). In: SARAIVA, José Flávio Sombra. História das relações
internacionais contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2007.

HENIG, Ruth. As origens da Segunda Guerra Mundial, São Paulo: Ática, 1991, capítulos 1 e 2.

Leituras complementares:

15. Guerra Fria

Leitura obrigatória: HOBSBAWM, Eric. Guerra Fria. In: Era dos extremos: o breve século XX
(1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 223-252.

Tony Judt, Pós-Guerra. Uma história da Europa desde 1945, Rio de Janeiro: Objetiva, 2008
(2007), cap. 5 (“O advento da Guerra Fria”, 143-177).

Leitura complementar: TARR, David. “Introdução”. In: Nos bastidores da Guerra Fria. Rio de
Janeiro: Victos Publicações, 1966.

SARAIVA, José Flávio Sombra. “Dois gigantes e um condomínio: da Guerra Fria à coexistência
pacífica (1947-1968)”; “Détente, diversidade, intranquilidade e ilusões igualitárias (1969-1979)”,
in Saraiva, História das Relações Internacionais Contemporâneas, 197-230, 231-251

SARAIVA, José Flávio Sombra (org). Dois séculos de história: entre a ordem bipolar e o
policentrismo (de 1947 a nossos dias). Vol 2. Brasília: IBRI, 2001.

GADDIS, John Lewis. A história da Guerra Fria. São Paulo: Nova Fronteira, 2006.

16. Descolonização, revolução e Terceiro Mundo

Leitura obrigatória: HOBSBAWM, Eric, “O Terceiro Mundo” e “Terceiro Mundo e Revolução",

In: A era dos Extremos - o breve século XX. 1914-1991, São Paulo: Cia das Letras, 1995.

M’BOKOLO, E. África independente. In: África negra. História e civilizações. São

Paulo/Salvador: EdUFBA/Casa das Áfricas, 2009.

Leituras complementares: FANON, Frantz. Em defesa da Revolução Africana, Lisboa: Terceiro

mundo, 1980.

DÁVILA, Jerry. “A África e a Política externa Independente”, “Guerra em Angola, crise no

Brasil” e “O Brasil e a revolução Portuguesa", In: Hotel Trópico: o Brasil e o desafio da
descolonização africana, 1950-1980, São Paulo, Paz e Terra, 2011.

DÖPCKE, W. Uma nova política exterior depois do apartheid?: Reflexões sobre as relações
regionais da África do Sul, 1974 – 1998. In: Rev. Bras. Polít. Int. 41 (1): 133-161 [1998].

CERVO, Amado Luiz. Sob o signo neoliberal: as relações internacionais da América Latina. Rev.
bras. polít. int., Brasília , v. 43, n. 2, p. 5-27, Dec. 2000 . Disponivel em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292000000200001&lng=en&nrm=iso>.

17. América Latina à sombra dos EUA: os anos de chumbo

Leituras obrigatórias: AYERBE, Luis Fernando. Estados Unidos e América Latina: a construção
da hegemonia. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 17-43 e p. 257-284.

COGGIOLA, Osvaldo, “Os regimes militares Sul-americanos na década de 1960“ e “O novo

espaço histórico do poder militar nas década de 1970 e 1980”, In: Governos militares na América
Latina. São Paulo, Contexto, 2001.

Leituras complementares:

PENNA FILHO, Pio. O Itamaraty nos anos de chumbo: o Centro de Informações do Exterior
(Ciex) e a repressão no Cone Sul (1966-1984). In: Revista Brasileira de Política Internacional, v.
2/2009, p. 43-62

PECEQUILO, Cristina Soreanu. A política externa dos Estados Unidos. Continuidade ou

mudança? Porto Alegre: Editora UFRGS, 2005, p. 215-238;

LIMA, Thiago. Segurança e livre comércio: a política comercial dos Estados Unidos para a
América Latina. p. 93-107. In: AYERBE, Luis Fernando. De Clinton a Obama: políticas dos
Estados Unidos para a América Latina. São Paulo: Editora Unesp, 2009, p. 93-107.

DOMÍNGUEZ AVILA, Carlos Federico. A crise dos mísseis soviéticos em Cuba, 1962. In: Varia
Historia, Belo Horizonte, vol. 28, nº 47, p. 361-389, jan/jun 2012.

FICO, Carlos. O golpe de 1964 e o papel do governo dos EUA. In: FICO, Carlos; FERREIRA,
Marieta de Moraes; QUADRAT, Samantha Viz; ARAÚJO, Ana Paula (orgs). Ditadura e
Democracia na América Latina: balanço histórico e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2008, p. 53-76.

SILVA, Jussaramar da. Troca de informações e transferências extrajudiciárias entre as ditaduras

militares na América do Sul (1960/1970). In: REIS, Daniel Aarão; CORDEIRO, Janaina Martins;
LEITE, Isabel Cristina; SILVEIRA, Diogo Omar da (orgs). À sombra das ditaduras: Brasil e
América Latina. Rio de Janeiro: Mauad X, 2014, p. 213-228.

18. O colapso do bloco socialista

SKÓRZYN´SKI, Jan. A Revolução da Solidariedade e o fim da União Soviética. In: Relações

Internacionais, março 2012, n. 33, p. 71-81.

Judt, Tony. O fim da velha ordem. In: JUDT, Tony. Pós-Guerra. Uma história da Europa desde
1945, Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 583-628
Leituras complementares: VIZENTINI, Paulo Fagundes. A vida após a morte: breve história
mundial do presente pós-"fim da história". Tempo [en linea] 2004, 8. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=167017772003>
BLACKBURN, Robin (org.). Depois da queda: o fracasso do comunismo e o futuro do
socialismo. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

SEGRILLO, Angelo. O Fim da URSS e a Nova Rússia. Petrópolis, Vozes, 2000

BACIGALUPO, Graciela Zubelzú de. As relações russo-brasileiras no pós-Guerra Fria. Rev. bras.
polít. int., Brasília , v. 43, n. 2, p. 59-86, Dec. 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292000000200003&lng=en&nrm=iso>

FREIRE, Maria Raquel. A política externa em transição: o caso da Federação Russa. Relações
Internacionais, Lisboa , n. 23, p. 75-89, set. 2009 . Disponível em
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-
91992009000300005&lng=pt&nrm=iso
FERNANDES, Luís. URSS: ascensão e queda. A economia política das relações da União
Soviética com o mundo capitalista. São Paulo: Anita Garibaldi, 1991.

Orientações para elaboração do trabalho sobre a Unidade II:

Em duplas, deverá ser redigido um ensaio de 4 a 7 páginas (fonte Times New Roman tamanho 12;
espaçamento 1,5; margens superior e esquerda 3cm, inferior e direita 2cm; referências completas
em notas de rodapé, sem bibliografia final) relacionando uma obra da filmografia ou da
bibliografia complementar às discussões do curso.
Na construção do texto, recomenda-se atentar para a data da publicação original do livro/filme
analisado, para os principais interlocutores do autor/diretor e, na medida do possível, para a
recepção e os desdobramentos da obra. Os alunos que desejem analisar títulos que não constem
neste programa, deverão consultar previamente a professora.

UNIDADE III O fim do mundo bipolar, globalização e neoliberalismo

Dinâmica das aulas: Na primeira metade de cada encontro, um grupo de alunos apresentará um
seminário sobre o tema proposto, buscando articular as diferentes perspectivas contidas em cada
tópico com as principais questões enfrentadas pela historiografia contemporânea. Na segunda
parte, será feito um debate com toda a turma, com ênfase nos textos de leitura obrigatória.

Orientações para os seminários: Os seguintes itens devem ser contemplados:

a) Conjuntura histórica e historiográfica da emergência dos debates analisados.
b) Principais autores envolvidos; pontos de divergência e de convergência entre eles.
c) As implicações teóricas e metodológicas de cada uma das perspectivas discutidas, em especial
no que diz respeito às fontes empregadas, às práticas de pesquisa e aos modos de escrita.
d) Potencialidades e limites das abordagens discutidas.
e) Elaboração de um roteiro da apresentação, a ser entregue para a turma, contendo a bibliografia
utilizada e propondo no mínimo duas questões para debate geral.
19. Fim da Guerra Fria e globalização neoliberal: rumo ao século XXI (4 aulas)

Leitura obrigatória: SARAIVA, José Flávio Sombra, “As duas décadas do século XX: fim do
socialismo e retomada da globalização”, in: História das relações internacionais contemporâneas,
São Paulo: Saraiva, 2007.

CERVO, Amado Luiz Cervo. O final do século XX e o início do XXI: dificuldades para a
construção de uma ordem global. In: SARAIVA, José Flávio Sombra. História das Relações
Internacionais Contemporâneas, 317-347

Bibliografia sugerida para o seminário: KENNEDY, Paul. Rumo ao século XXI. In: Ascensão e
queda das grandes potências. Lisboa: Edições Europa-América, 1990.

SANTOS, Milton. “Introdução Geral” e “Uma Globalização Perversa”. In: Por uma outra
globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.

VIZENTINI, Paulo Fagundes. Dez anos que abalaram o século XX: da crise do socialismo à
guerra ao terrorismo (política internacional de 1989 a 2002). Porto Alegre: Leitura XXI, 2002

TAVARES, Maria da Conceição, e FIORI, José Luís. (Des)ajuste global e modernização

conservadora. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

CARRION, Raul, e VIZENTINI, Paulo Fagundes (Orgs.). Globalização, neoliberalismo e

privatizações. Porto Alegre: Ed. Da Universidade/ UFRGS/ Prefeitura Municipal de Porto Alegre/
CEDESP/RS, 1998 (2 ed).

20. A tese do choque civilizacional e as estratégias de guerra (4 aulas)

Leituras obrigatórias: HUNTINGTON, Samuel P. O choque de civilizações e a recomposição da

ordem mundial. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997, p. 11-43 (Prefácio e Capítulo 1) e p. 411-2 (notas
- cap. 1).

TODOROV, Tzvetan. O medo dos bárbaros: para além do choque das civilizações. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010 [original de 2008], p. 103-147 (3 - A Guerra entre Ocidente e islamismo) e p. 223-
226 (Para além dos maniqueísmos).

Bibliografia indicada para o seminário: CASTELLS, Manuel. O Poder da Identidade – 2º

volume de A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, Paz e Terra, 2001

WOLFF, Francis. Quem é bárbaro? In: NOVAES, Adauto (org.). Civilização e barbárie. São
Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 19-43;

SAID, Edward. O Choque de Ignorâncias, jornal Folha de S. Paulo, 17 de outubro de 2001.

21. Cultura, poder do discurso e a atualização do imperialismo (4 aulas)

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia
das Letras, 1990 [original de 1978], p. 13-39 (Introdução); SAID, Edward W. O orientalismo
reconsiderado. In: Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras,
2003 [texto original de 1985], p. 61-78.

HOBSBAWM, Eric. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2007

Bibliografia indicada para o seminário:

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? 1. ed. Trad. Sandra Regina Goulart
Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010

CHAKRABARTY, Dipesh. La poscolonialidad y el artificio de la historia. In: Al margen de

Europa. Pensamiento poscolonial y diferencia histórica. Barcelona: Tusquet, 2008, p.57-80.
(tradução brasileira não oficial disponível em:
https://teoriografia.files.wordpress.com/2015/06/71612645-chakrabarty-dipesh-a-
poscolonialidade-e-o-artificio-da-historia.pdf)

SAYAD, Abdelmalek. A imigração ou os paradoxos da alteridade. São Paulo: Edusp, 1998

[original de 1991], p. 13-23 (1 - Introdução) e p. 45-72 (3 - O que é um imigrante?).

22. Pensando no limite: o 11 de setembro e a nova ordem mundial (4 aulas)

Leituras obrigatórias: JUDT, Tony. O 11 de setembro e a nova ordem mundial. In: JUDT, Tony.
Quando os fatos mudam: Ensaios 1995-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.

STUENKEL, Oliver, O mundo pós-ocidental: potências emergentes e a nova ordem global, Rio de
Janeiro, Zahar, 2018.

TODD, Emmanuel. Onde estamos? Uma outra visão da história humana. Lisboa: Temas e debates,
2018.

Bibliografia indicada para o seminário:

VISENTINI, Paulo. Da estagnação israelense à Primavera Árabe. In: VISENTINI, Paulo. O

grande Oriente Médio: da descolonização à primavera árabe. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

GENTILI, Pablo; SADER, Emir (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado

democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995

DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS:

Unidade 1: Avaliação escrita – 30 pontos

Unidade 2: Apresentação de texto – 10 pontos
Resenha crítica sobre uma das obras da bibliografia – 20 pontos
Unidade 3: Seminário em grupo – 30 pontos
Participação nas discussões ao longo do curso: 10 pontos

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

BRAGA, Paulo de Resende Saturnino, Africa do Sul: a rede de ativismo transnacional contra o
apartheid na África do Sul, Brasília, Fundação Alexandre Gusmão, 2011.
BOBBITT, Philip. A guerra e a paz na História Moderna: o impacto dos grandes conflitos e da
política na formação das nações. Rio de Janeiro: Campus, 2003
CANAGARAJAH, S. A Geopolitics of Academic Writing. Pittsburgh,Pittsburgh Press, 2002.
CHAKRABARTY, Dipesh, Provincializing Europe: postcolonial thought and historical
difference, Princeton: Princeton University Press; 2000.
CHATTERJE, Partha, Colonialismo, Modernidade e Política, Salvador: UFBA; 2004.
CONNELL, R. Southern Theory: the global dynamic of knowledge in social science. Cambridge:
Polity Press, 2007.
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