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RESUMO
Esse trabalho é resultado de estudos e pesquisas sobre a importância da formação
econômica, política e social brasileira, a partir do período colonial e seus reflexos na cultura
participativa do país lutas sociais e a forma que foram tratadas pelo governo. Abordou suas
facetas e traz alguns aspectos fazendo uma cronologia mostrando a visão que se tinha a
respeito de um tema referido em épocas diferentes até os dias de atuais.
I. INTRODUÇÃO
A ocupação econômica
Vemos assim que a estrutura brasileira era de miséria, de concentração da propriedade rural.
O desenvolvimento econômico do país, o crescimento de uma indústria leve e a formação de
uma classe média urbana, assim como de um proletariado industrial iriam provocar rupturas
no sistema, de vez que novos elementos desejavam participar do poder e não tinham
condições de fazê-lo, face às estruturas montadas. (ANDRADE, 1980, p. 21)
A Revoluo de 1930 teve uma importncia para a evoluo econmica, poltica e social do
pas, pois introduziu um novo perodo, rompendo com a poltica da Velha Republica do café
afirmou a questo social é uma questo de polcia".
Este presidente reprimia com polcia
Para Andrade 1980 a Revoluo de Trinta é o processo de transformaes de estruturas
econmicas e sociais que se opera em um perodo histrico relativamente curto.
a Revoluo de Trinta foi um processo cujos primeiros sintomas foram sentidos durante a
insurreies armadas de 1922 e 1924" Andrade, p.
organizao da classe operria, inquietaes sociais influenciadas pela Revoluo Russa
de Andrade:
“Constitui, assim, uma formidável experiência de guerrilha e de guerra de movimentos na
América Latina (...). Constitui um marco preparatório à semente que abalaria os alicerces
das instituições políticas, contribuindo para que elas ruíssem tão facilmente em 1930.”
Apesar da Coluna não ter sido militarmente vitoriosa e de não ter entusiasmado as grandes
massas do interior, despertando-os para a reivindicação de seus direitos, vemos sua
importância na influencia política do país naquele momento. Com a Revolução de 1930
assume a presidência Getúlio Vargas, iniciando um governo que se estendeu por 15 anos
(primeiro mandato), no seu governo o Estado assumiu responsabilidades sobre direitos
sociais, passando a se referir aos brasileiros, em seus discursos, como “trabalhadores do
Brasil”. Para Sader (2010), o fundamental de seu legado foi a criação de um Estado nacional
sucedendo a um consórcio de elites econômica e políticas regionais. ( p.12)
Nessa época, mediante políticas sociais, sindicalização dos trabalhadores, um projeto
nacional e um discurso popular, fez-se o reconhecimento de proporções crescentes de
brasileiros em um Estado que priorizou o desenvolvimento como o Norte do país. (SADER,
2010, p. 12)
A fim de contribuir com a Constituio a ser elaborada em 1934, esta representou um avano
uma nova Constituio corporativa de 1937.
origens do movimento popular brasileiro, que como se sabe precedem a Revoluo de Trinta,
esta deu o inicio ao que seria o movimento popular brasileiro das décadas seguintes,
caracterizado segundo Sader 2010 pela centralidade no nacionalismo como ideologia, em
um bloco de foras entre o empresariado brasileiro, o movimento sindical urbano, e as classes
médias, comandadas pelo novo Estado brasileiro, sendo o primeiro com dimensão e ideologia
nacional.
As origens do movimento popular brasileiro precedem a Revolução de 30: provêm do
sindicalismo anarquista, do comunismo e socialista, que, pela primeira vez, levantaram no
Brasil a necessidade de uma alternativa ao sistema de poder dominante. Suas bandeiras,
diretamente classistas, forma influenciadas pela interpretação da Revolução Russa (1917)
como uma revolução “operáriocamponesa” e pelas lutas do movimento operário europeu.
Tiveram grande mérito ao dar início à organização autônoma do movimento popular,
centrada na atuação dos trabalhadores imigrantes, que por sua vez, trouxeram experiências
com as doutrinas fundadoras da esquerda na Europa – de composição urbana, sem raízes no
campo. No entanto, no Brasil, a maioria da população residia na zona rural, de modo que a
vertente de esquerda que se formou não elaborou estratégias específicas, assentadas na
realidade brasileira. Por isso, temas candentes, como a luta contra o latifúndio, a dominação
externa e a elaboração de estratégias nacionais, não eram ainda centrais para a esquerda.
(EMIR SADER, 2010, p. 15)
No perodo que Getlio Vargas esteve no governo houve forte repressão policial o que gerou
uma imagem de Getlio como “Pai dos Pobres" amortizando as lutas.
4. A CONSTITUIÇÃO DE 1988: AVANÇOS PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Durante o perodo de ditadura militar 1964 1985, as polticas sociais brasileiras, além de
sistema dual no acesso as polticas sociais para quem pode e quem no pode pagar.
econmico" brasileiro, h um reflorescimento dos movimentos sociais de base popular e
teia que passou a dinamizar o processo de mobilizao em defesa, conquista e ampliao de
direitos civis, polticos e sociais em torno de temticas como trabalho, moradia, sade,
O movimento operrio e popular foi um elemento decisivo nesse
poltica ao longo da década e pautou alguns eixos da Constituio Federal de 1988.
foi uma arena de disputas e também de esperanas dos trabalhadores brasileiros que
incomodaram as classes dominantes brasileiras.
Constituio Brasileira de 1988 assegurou inmeros direitos de cidadania que abrangem a
esfera poltica, civil e social, o poder passa a ser exercido tanto por meio de representantes
eleitos como pela participao direta através do plebiscito, do referendo e da iniciativa
Outro destaque é a criao de um sistema descentralizado e participativo, por
meio de organizaes representativas, no controle das aes de Estado.
Arretche 1999, tal processo redesenhou o sistema brasileiro de Proteo Social, diversas
reas da poltica social como educao fundamental, assistncia social, sade, saneamento e
habitao popular passaram a ser implementados por meio de programas descentralizados
Em meio a essa nova configurao social e poltica brasileira,
destacase a gesto democrtica e participativa por meio da criao de conselhos de polticas
Atualmente os conselhos tm o desafio de interferir na gesto pblica, bem
como potencializar o interesse pblico nas aes de governo, com o envolvimento da
polticas pblica
s so resultantes das lutas dos movimentos sociais, pelo reconhecimento de direitos sociais,
pela reivindicao por uma redemocratizao da sociedade brasileira e representam um
marco para a participao da sociedade civil que sempre foi excluda dos processos
A participao nos conselhos se constitui numa arena de conflitos em que
diferentes projetos polticos esto em disputa devido a participao de diferentes sujeitos dos
representantes do poder pblico e da sociedade civil.
Outra forma de participao da
sociedade civil so as experincias de Oramentos Participativos O. P, cuja criao no est
Neste sentido houveram algumas experincias de O. P em cidades governadas pelo Partido
De acordo com Avritzer 2009 o O. P é uma forma de balancear a
articulao entre representao e participao ampla da populao por meio da cesso da
critérios de livre participao.
Dessa forma vemos que a participao social teve avanos
importantes, porém esse processo deve ser ampliado por outras formas de lutas sociais, pois a
participao no deve ser restrita aos canais institucionais.
5. CONSIDERAÇÕES
A histria política, social e cultural do Brasil é marcada pelo autoritarismo que refletiu
Políticas públicas a partir de 1988.
permitiu a consolidação do regime democrático no Brasil.
Um conjunto de direitos sociais foi
ali estabelecido como resultado de um longo e conflituoso processo de mobilizações sociais e
políticas que marcaram os anos 1970 e 1980.
envolvimento dos atores sociais nos processos de deciso e implementação das políticas
sociais, respondendo a demandas em torno da descentralização e da democratizao do Estado
brasileiro.
A reafirmao das liberdades democráticas, a luta contra a desigualdade
descomunal, a afirmação dos direitos sociais, a soberania social.
novo.
Apresenta também inovaes democrticas o estatuto dos municpios como
entes federativos autnomos e os conselhos paritrios de poltica BERINHG
A abertura de novos canais de participao é resultado da luta e da
conquista de vrios movimentos sociais organizados em defesa da Constituio de 88.
A nova
concepo de cidadania pressupe direitos pautados na universalizao dos direitos sociais,
polticos, econmicos e culturais.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Manuel Correia de. 1930: a atualidade da revolução. São Paulo: Moderna,
1980.
ARRETCHE, Marta T. S.. Políticas Sociais no Brasil: descentralização em um Estado
federativo. Revista Brasileira de Ciências Sociais - Vol. 14 Nº 40, junho 1999.
AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:
Experiências Nacionais de Participação Social. Leonardo Avritzer (org). São Paulo: Cortez,
2009.
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história. 2
ed. São Paulo: Cortez, 2007.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de
1988.
FIALHO Nascimento, N.S. Amazônia e Desenvolvimento Capitalista: Elementos para uma
abordagem da “Questão Social” na região. (Tese de Doutorado). Escola de Serviço Social da
Universidade Federal do
Hildemar Luis Rech, Mestre em Sociologia e Professor Assistente do Departamento de
Educação e Ciências do Comportamento. 26 de julho 2007.
https://periodicos.furg.br/biblos/article/view/74