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Relatório Anual

ACESSO A CUIDADOS DE SAÚDE NOS ESTABELECIMENTOS


2020
DO SNS E ENTIDADES CONVENCIONADAS
Relatório Anual
ACESSO A CUIDADOS DE SAÚDE NOS
ESTABELECIMENTOS DO SNS E ENTIDADES
CONVENCIONADAS EM 2020

Lei n.º 15/2014, de 21 de março*

*Alterada pelo Decreto-Lei n.º 44/2017, de 20 de abril


ÍNDICE

Índice
Lista de siglas e abreviaturas.............................................................................................................................................. 15
Introdução................................................................................................................................................................................... 19
Sumário executivo ................................................................................................................................................................... 21
1. Indicadores populacionais e demográficos ..................................................................... 29
2. Programas de saúde prioritários ......................................................................................... 32
2.1. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável .................................. 33
2.2. Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física............................................... 36
2.3. Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo ................................. 41
2.4. Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos
Antimicrobianos ................................................................................................................................. 46
2.5. Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares ................................. 49
2.6. Programa Nacional para a Diabetes .......................................................................................... 50
2.7. Programa Nacional para as Doenças Oncológicas .............................................................. 54
2.8. Programa Nacional para as Doenças Respiratórias ........................................................... 58
2.9. Programa Nacional para as Hepatites Virais ......................................................................... 64
2.10. Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA ....................................................................... 66
2.11. Programa Nacional para a Tuberculose .................................................................................. 69
2.12. Programa Nacional de Saúde Mental ........................................................................................ 73
3. Outros programas e iniciativas de saúde ......................................................................... 76
3.1. Programa Nacional de Vacinação ............................................................................................... 76
3.2. Programa Nacional de Vigilância da Gripe ............................................................................. 81
3.3. Programa Nacional de Rastreio Neonatal ............................................................................... 83
3.4. Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral ................................................................. 84
3.5. Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade .................................................. 87
3.6. Unidade de apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências em
Saúde pública ...................................................................................................................................... 88
3.7. Pessoa com Doença Rara ................................................................................................................ 89
3.8. Procriação Medicamente Assistida ............................................................................................ 91
4. Cuidados de saúde primários ................................................................................................ 93
5. Cuidados de saúde hospitalares........................................................................................ 104
6. Cuidados continuados integrados .................................................................................... 134
7. Cuidados paliativos ................................................................................................................ 149

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 3


ÍNDICE

8. Comportamentos aditivos e dependências: drogas, álcool e jogo ...................... 152


9. Sangue e transplantação ...................................................................................................... 157
10. Emergência Médica ................................................................................................................ 159
11. Transporte não urgente de doentes ................................................................................ 170
12. Taxas Moderadoras ................................................................................................................ 173
13. Atribuição de produtos de apoio ...................................................................................... 175
14. Benefícios adicionais em saúde......................................................................................... 178
15. Articulação com o setor social e convencionado ....................................................... 180
16. Acordos internacionais para a prestação de cuidados de saúde ......................... 186
17. Acesso ao medicamento ....................................................................................................... 192
18. SNS digital .................................................................................................................................. 199
18.1 SNS 24 ...................................................................................................................................................199
18.2 Sistema Integrado de Gestão do Acesso no SNS.................................................................211
18.3 SClínico Hospitalar ..........................................................................................................................212
18.4 Sistema de Informação para a Morbilidade Hospitalar ..................................................214
18.5 BI para a Morbilidade Hospitalar .............................................................................................214
18.6 Sistema de Gestão de Entidades de Saúde ............................................................................214
18.7 SClínico Cuidados de Saúde Primários ...................................................................................215
18.8 Sistema de Informação para a Saúde Oral ............................................................................216
18.9 Sistema de Informação sobre Benefícios Adicionais em Saúde ..................................216
18.10 Sistema de Gestão de Transporte Não Urgente de Doentes .........................................216
18.11 Registo de Saúde Eletrónico .......................................................................................................216
18.12 Aplicações Móveis ...........................................................................................................................220
18.13 Portais SNS .........................................................................................................................................221
18.14 RENTEV – Registo Nacional do Testamento Vital .............................................................222
18.15 Receita sem Papel – Desmaterialização Eletrónica da Receita ...................................223
18.16 Exames sem Papel – Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica ........224
18.17 Prescrição de medicamentos biológicos ...............................................................................224
18.18 Desmaterialização da Prescrição de Cuidados Respiratórios Domiciliários .........225
18.19 Centro de Controlo e Monitorização do SNS .......................................................................225
18.20 Rede Informática da Saúde..........................................................................................................226
18.21 Registo Oncológico Nacional ......................................................................................................227
18.22 Bilhete de identidade dos cuidados de saúde primários ...............................................227
18.23 Registo Nacional de Utentes .......................................................................................................228
18.24 Centro Nacional de TeleSaúde ...................................................................................................229
18.25 Plano de Operacionalização da Estratégia de Testagem em Portugal .....................232
18.26 Compras Públicas da Saúde ........................................................................................................232
19. Resposta do SNS à COVID-19 ............................................................................................. 233

4 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ÍNDICE

Conclusão ..................................................................................................................................................................................237
Anexos ...................................................................................................................................................................................238
Anexo 1. Percentagem de utentes com médico de família atribuído, por município ......
239
Anexo 2. Redes Europeias de Referência................................................................................... 246
Anexo 3. Centros de Referência oficialmente reconhecidos em 2020 .......................... 247
Anexo 4. Intransferíveis .................................................................................................................... 248
Anexo 5. Notas de Transferência (NT) e Vales Cirurgia (VC) ............................................ 249
Anexo 6. Indicadores globais procura/oferta cirúrgica, por hospital (2017-2020)........
.................................................................................................................................................. 253
Anexo 7. Indicadores globais procura/oferta cirúrgica, por grupo de serviço (2017-
2020) ............................................................................................................................................ 257

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 5


ÍNDICE DE QUADROS

Índice de Quadros
Quadro 1. Evolução dos principais indicadores de população, natalidade e mortalidade ...................... 29
Quadro 2. Indicadores de desempenho dos hospitais relativos à implementação das ferramentas da
identificação do risco nutricional previstos no Despacho n.º 6634/2018, de 6 de julho.
................................................................................................................................................................................. 34
Quadro 3. Evolução das consultas de apoio intensivo à cessação tabágica ................................................... 43
Quadro 4. Proporção (%) de utentes com 15 ou mais anos com registo de hábitos tabágicos últimos
2 anos (Portugal | dezembro 2019 – dezembro 2020) ................................................................... 44
Quadro 5. Proporção (%) de utentes com 15 ou mais anos com aconselhamento breve para a cessação
tabágica (Portugal | dezembro 2019 – dezembro 2020) ............................................................... 45
Quadro 6. Proporção (%) de fumadores com tentativa de cessação tabágica após intervenção breve
(Portugal | dezembro 2019 – dezembro 2020) ................................................................................. 45
Quadro 7. Proporção (%) de fumadores medicados após intervenção breve (Portugal | dezembro
2019 – dezembro 2020) ............................................................................................................................... 45
Quadro 8. Evolução da dispensa de medicamentos de apoio à cessação tabágica nas farmácias em
Portugal Continental ...................................................................................................................................... 46
Quadro 9. Evolução dos indicadores de mortalidade por doenças cerebrovasculares ............................ 50
Quadro 10. Evolução dos indicadores de mortalidade por doenças isquémicas do coração ................ 50
Quadro 11. Monitorização do Rastreio da Retinopatia Diabética de base populacional, por ARS
(2020) ................................................................................................................................................................... 52
Quadro 12. Evolução do número de utentes inscritos nos cuidados de saúde primários com o
diagnóstico de asma (2012 – 2020) ........................................................................................................ 59
Quadro 13. Prevalência regional de asma nos utentes inscritos nos cuidados de saúde primários
(2018 - 2020) .................................................................................................................................................... 60
Quadro 14. Evolução do número de utentes inscritos nos cuidados primários com o diagnóstico de
DPOC ..................................................................................................................................................................... 60
Quadro 15. Prevalência regional de DPOC, nos utentes inscritos nos cuidados primários, em todas as
faixas etárias (2018 - 2020)........................................................................................................................ 61
Quadro 16. Evolução da proporção de utentes com DPOC, com registo de avaliação de FeV1 ............ 61
Quadro 17. Proporção de utentes adultos com registos clínicos evidenciando a existência de asma,
DPOC ou bronquite crónica, com registo do diagnóstico, na lista de problemas ativos
(2019 - 2020) .................................................................................................................................................... 62

6 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 18. Taxa de internamentos por asma ou DPOC em adultos por cada 100.000 utentes ativos
com 40 ou mais anos ...................................................................................................................................... 63
Quadro 19. Taxa de internamentos hospitalares com diagnóstico principal de "asma", por cada
100.000 residentes com idades entre 18 e 39 anos ......................................................................... 63
Quadro 20. Resultados a estimativas nacionais para o ano 2018 (total e para os principais modos de
transmissão) ...................................................................................................................................................... 68
Quadro 21. Evolução do número de utentes SNS que beneficiaram do PNPSO ........................................... 85
Quadro 22. Evolução do número de cheques emitidos, referenciações para higienista oral e
referenciações para consulta de saúde oral nos Cuidados de Saúde Primários, emitidas
por grupo-alvo no âmbito do PNPSO ...................................................................................................... 86
Quadro 23. Evolução do número total de cheques dentista, referenciações para higienista oral e
referenciações para consultas de saúde oral nos Cuidados de Saúde Primários, utilizados
no âmbito do PNPSO ...................................................................................................................................... 86
Quadro 24. Evolução da taxa de utilização por projeto e ano civil .................................................................... 87
Quadro 25. Número de programas disponibilizados pelo PNAEQ e em colaboração com as entidades
congéneres, nas diferentes áreas (2010 - 2020) ............................................................................... 88
Quadro 26. Cartão de Pessoa com Doença Rara ......................................................................................................... 90
Quadro 27. Atividade do Programa de Procriação Médica Assistida ............................................................... 92
Quadro 28. Evolução do número de USF, UCC e UCSP............................................................................................. 93
Quadro 29. Evolução percentual de utentes inscritos com médico de família atribuído, por região. 96
Quadro 30. Resultados do projeto-piloto de saúde oral ......................................................................................... 98
Quadro 31. Monitorização do Rastreio de Saúde Visual Infantil aos 2 anos de idade (Fase 1), por ARS
(2020) ................................................................................................................................................................... 99
Quadro 32. Número de unidades móveis e principais atividades desenvolvidas .................................... 101
Quadro 33. Movimento assistencial nos cuidados de saúde primários (em milhares) ......................... 102
Quadro 34. Indicadores assistenciais nos cuidados de saúde primários ..................................................... 102
Quadro 35. Número de camas hospitalares do SNS, por região ....................................................................... 105
Quadro 36. Número de Centros de Responsabilidade Integrados (2020) .................................................. 109
Quadro 37. Evolução do movimento assistencial nos hospitais do SNS (em milhares) ........................ 112
Quadro 38. Evolução do total de consultas hospitalares nas especialidades com mais atividade ... 115
Quadro 39. Dinâmica dos pedidos inscritos em consulta no CTH................................................................... 116
Quadro 40. Número de pedidos de consulta de inscritos no CTH, por ARS ................................................ 116
Quadro 41. Mediana do tempo até à realização da primeira consulta .......................................................... 117
Quadro 42. Distribuição dos pedidos de primeira consulta hospitalar por ACES, de 1 de junho de
2016 a 31 de dezembro de 2020 ........................................................................................................... 121
Quadro 43. Distribuição dos pedidos de primeira consulta hospitalar por especialidade, de 1 de junho
de 2016 a 31 de dezembro de 2020 ..................................................................................................... 122
Quadro 44. Evolução global da oferta cirúrgica ...................................................................................................... 124
Quadro 45. Evolução global da oferta cirúrgica, por ARS (2020) ................................................................... 125

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 7


ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 46. Motivos de cancelamento da inscrição em LIC ................................................................................ 125


Quadro 47. Evolução dos indicadores de procura ................................................................................................. 126
Quadro 48. Motivos de cancelamento - Notas de Transferência e Vales Cirurgia ................................... 129
Quadro 49. Resumo intransferíveis .............................................................................................................................. 129
Quadro 50. Evolução das entradas em LIC com GDH previsional inválido ................................................. 129
Quadro 51. Internamentos urgentes - Doenças respiratórias, por nível de severidade (2020) ...... 133
Quadro 52. Cobertura populacional de lugares na RNCCI Geral em 2020 – ECCI, UC, UMDR e ULDM
.............................................................................................................................................................................. 137
Quadro 53. Número de acordos na área de saúde mental, por tipologia e região (2020) ................... 138
Quadro 54. Número de lugares contratados na área de saúde mental, por titularidade (2020) ...... 138
Quadro 55. Acordos celebrados no âmbito da RNCCI por natureza jurídica das entidades prestadoras
.............................................................................................................................................................................. 139
Quadro 56. Evolução anual do número de acordos e de lugares contratados da RNCCI por natureza
jurídica das entidades prestadoras ...................................................................................................... 139
Quadro 57. Acordos celebrados no âmbito da RNCCI Saúde Mental com entidades prestadoras ... 140
Quadro 58. Evolução da atividade RNCCI – utentes assistidos, por tipologia ........................................... 141
Quadro 59. Atividade RNCCI – utentes assistidos, por tipologia e por região, em 2020 ...................... 141
Quadro 60. Evolução do número de utentes referenciados por ano e por tipologia de resposta ..... 142
Quadro 61. Número de utentes referenciados por tipologia e região de saúde, em 2020 ................... 142
Quadro 62. Mediana do tempo de referenciação para a identificação de vaga na RNCCI, em dias (2020)
.............................................................................................................................................................................. 145
Quadro 63. Utentes que aguardavam vaga a 31 de dezembro de 2020 ....................................................... 145
Quadro 64. Demora Média das unidades da RNCCI, por tipologia (2020) .................................................. 146
Quadro 65. Demora Média das unidades da RNCCI Saúde Mental, por tipologia (2020) ..................... 146
Quadro 66. Taxa de ocupação das unidades da RNCCI, por tipologia (2020) ............................................ 147
Quadro 67. Utentes sob intervenção em CRI no ano*, novos** e readmitidos. Problema aditivo
principal: Problemas Ligados ao Álcool (PLA) ................................................................................ 154
Quadro 68. Utentes sob intervenção em CRI no ano*, novos** e readmitidos. Problema aditivo
principal: Outras Substâncias Psicoativas (OSPA) ......................................................................... 155
Quadro 69. Utentes sob intervenção em CRI - Crianças e jovens em situação de risco ....................... 155
Quadro 70. Utentes sob intervenção em CRI ............................................................................................................ 156
Quadro 71. Evolução do número de dadores de sangue que efetuaram dádiva ....................................... 157
Quadro 72. Atividade de transfusão em 2020 ......................................................................................................... 157
Quadro 73. Tempo Médio de espera para atendimento (Em segundos), por mês, 2019 e 2020 ...... 160
Quadro 74. Meios do INEM disponíveis ...................................................................................................................... 161
Quadro 75. Número de acionamentos de meios de emergência, por tipo de meio ................................. 163
Quadro 76. Utilização de DAE.......................................................................................................................................... 168
Quadro 77. Atividade no âmbito da expansão do Programa de DAE do INEM no SIEM ....................... 168
Quadro 78. DAE (Espaços Públicos) ............................................................................................................................. 169

8 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 79. Evolução do número de transporte de doentes registados na plataforma SGTD ............ 170
Quadro 80. Evolução do número doentes transportados e registados na plataforma SGTD.............. 171
Quadro 81. Evolução do número de prestações realizadas aos utentes transportados com registo no
SGTD ................................................................................................................................................................... 171
Quadro 82. Evolução do número de isenções e dispensas de pagamento de taxas moderadoras ... 173
Quadro 83. Rendimentos referentes as taxas moderadoras (em milhões de euros) ............................. 174
Quadro 84. Evolução do número produtos de apoio entregues e respetivos encargos (HH EPE,
SPA/PPP).......................................................................................................................................................... 177
Quadro 85. Evolução do número de beneficiários, por região ......................................................................... 179
Quadro 86. Número de pedidos de reembolso pagos (2020) ........................................................................... 179
Quadro 87. Valor dos pagamentos efetuados, por tipologia (2020) .............................................................. 179
Quadro 88. Número de prestadores de MCDT convencionados, por área clínica .................................... 181
Quadro 89. Encargos no setor convencionado, por área de convenção (em milhões de euros) ....... 182
Quadro 90. Evolução do número total de doentes por ARS e do total de doentes por 10 mil habitantes
.............................................................................................................................................................................. 184
Quadro 91. Evolução dos custos por ARS (em milhões de euros) .................................................................. 185
Quadro 92. Custos por doente por região de saúde (em euros) ...................................................................... 185
Quadro 93. Assistência médica no estrangeiro – movimento de doentes por especialidade ............. 189
Quadro 94. Evolução dos encargos do SNS e dos utentes com medicamentos e volume de embalagens
comercializadas ............................................................................................................................................. 193
Quadro 95. Atividade operacional mensal SNS 24: Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento
(2020) ................................................................................................................................................................ 201
Quadro 96. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento (2020)
.............................................................................................................................................................................. 202
Quadro 97. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento COVID-19
(2020) ................................................................................................................................................................ 203
Quadro 98. Atividade de prestação SNS 24: Serviço de Aconselhamento Psicológico (2020) ........... 205
Quadro 99. Atividade de prestação SNS 24: Serviço de Interpretação de Língua Gestual Portuguesa
(2020) ................................................................................................................................................................ 207
Quadro 100. Atividade operacional SNS 24: Serviços Administrativos e Informativos - Telefone
(2020) ................................................................................................................................................................ 208
Quadro 101. Atividade operacional SNS 24: Serviços Administrativos e Informativos - E-mail (2020)
.............................................................................................................................................................................. 209
Quadro 102. Resumo de marcação de consultas SNS 24: serviço administrativo (2020) ................... 209
Quadro 103. Atividade operacional SNS 24: Outbound – Vale Cirurgia ........................................................ 210
Quadro 104. Evolução do número de utentes inscritos na Área do Cidadão ............................................. 219
Quadro 105. Evolução de registos do Testamento Vital ...................................................................................... 223
Quadro 106. Evolução do número de receitas com e sem papel ..................................................................... 223
Quadro 107. Evolução da prescrição eletrónica do medicamento ................................................................. 223

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 9


ÍNDICE DE GRÁFICOS

Índice de Gráficos
Gráfico 1. Evolução da esperança de vida à nascença ............................................................................................. 30
Gráfico 2. Evolução da esperança média de vida aos 65 anos (em anos) ....................................................... 31
Gráfico 3. Número de utentes (por 100.000) dos CSP do SNS com registo do nível de atividade física
e comportamentos sedentários no sistema informático SClínico - Cuidados de Saúde
Primários .................................................................................................................................................................... 37
Gráfico 4. Número de consultas dos CSP do SNS (e respetiva tipologia) com registo do nível de
atividade física e comportamentos sedentários no sistema informática SClínico - Cuidados
de Saúde Primários ................................................................................................................................................ 38
Gráfico 5. Proporção (%) de utentes em cada uma das categorias do semáforo de prática de atividade
física moderada, por grupo etário, avaliado através da ferramenta digital do SClínico -
Cuidados de Saúde Primários (“semáforo” verde vs. amarelo vs. vermelho) ............................. 39
Gráfico 6. Proporção (%) de utentes em cada uma das categorias do semáforo de comportamento
sedentário (tempo sentado diário), por grupo etário, avaliado através da ferramenta digital
do SClínico - Cuidados de Saúde Primários (“semáforo” verde vs. amarelo vs. vermelho) .. 39
Gráfico 7. Acesso às orientações produzidas pela DGS na área da atividade física no contexto de
confinamento ou isolamento social (percentagem da população adulta) .................................... 41
Gráfico 8. Utilidade das orientações produzidas pela DGS na área da atividade física no contexto de
confinamento ou isolamento social (percentagem da população adulta que referiu ter tido
acesso às orientações) .......................................................................................................................................... 41
Gráfico 9. Evolução do número de rastreios de retinopatia diabética efetuados........................................ 53
Gráfico 10. Evolução do número de utentes com Diabetes tipo 1 em tratamento com PSCI ................. 53
Gráfico 11. Número de mulheres convidadas e rastreadas (cancro da mama) ........................................... 55
Gráfico 12. Taxas de cobertura geográfica e de adesão no âmbito do Rastreio do Cancro da Mama 56
Gráfico 13. Número de mulheres convidadas e rastreadas (cancro do colo do útero) ............................. 56
Gráfico 14. Taxas de cobertura geográfica e de adesão no âmbito do Rastreio do Cancro do Colo do
Útero............................................................................................................................................................................. 57
Gráfico 15. Número de utentes convidados e rastreados (cancro do cólon e reto) ................................... 58
Gráfico 16. Taxas de cobertura geográfica e de adesão no âmbito do Rastreio do Cancro do Cólon e
Reto ............................................................................................................................................................................... 58
Gráfico 17. Evolução da prescrição de CRD .................................................................................................................. 64
Gráfico 18. Monitorização dos tratamentos de Hepatite C, até 29 de janeiro de 2021 (tratamentos
finalizados) ................................................................................................................................................................ 66

10 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 19. Casos de infeção por VIH, casos de SIDA e óbitos (1983-2019): distribuição por ano de
diagnóstico da infeção ou de estádio SIDA, ou ano de morte ............................................................. 67
Gráfico 20. Evolução da taxa de notificação de tuberculose em Portugal, por 100 mil habitantes..... 71
Gráfico 21. Evolução da demora mediana entre o início de sintomas até ao diagnóstico de tuberculose
(em dias)..................................................................................................................................................................... 72
Gráfico 22. PNV - Esquema recomendado. Cobertura vacinal por coorte, agente e dose. Avaliação
2020, no Continente .............................................................................................................................................. 78
Gráfico 23. Vacinação contra tétano e difteria. Cobertura vacinal por coorte. Avaliação 2020, no
Continente ................................................................................................................................................................. 78
Gráfico 24. Vacinação contra infeções por HPV. Cobertura vacinal por coorte, sexo feminino.
Avaliação 2020, no Continente ......................................................................................................................... 79
Gráfico 25. Vacinação atempada, para as vacinas contra a tosse convulsa e contra S. pneumoniae 13
aos 3 meses de idade. Vacinação atempada para as vacinas contra o sarampo e contra N.
meningitidis C aos 13 meses de idade. Avaliação 2020, no Continente ......................................... 80
Gráfico 26. Número de nascimentos vs recém-nascidos estudados desde o início do PNRN (Taxa de
cobertura entre 1980 - 2020) ........................................................................................................................... 83
Gráfico 27. Evolução do número de USF – Modelo A e B ........................................................................................ 94
Gráfico 28. Percentagem de população residente coberta por USF e por UCC............................................. 94
Gráfico 29. Evolução percentual de utentes inscritos com médico de família ............................................. 95
Gráfico 30. Evolução percentual da relação entre os utentes com médico de família atribuído e os
residentes................................................................................................................................................................... 96
Gráfico 31. Evolução do número de utentes sem médico de família atribuído ............................................ 97
Gráfico 32. Evolução percentual de utentes com enfermeiro de família atribuído .................................... 97
Gráfico 33. Número de instituições hospitalares do SNS em 2020................................................................. 105
Gráfico 34. Lotação praticada média mensal de camas de cuidados intensivos polivalentes (nível III)
nos hospitais do SNS em 2020 ....................................................................................................................... 106
Gráfico 35. Proveniência dos doentes com alta de hospitalização domiciliária (2020) ........................ 110
Gráfico 36. Evolução do número de primeiras consultas externas hospitalares ..................................... 114
Gráfico 37. Evolução do número total de consultas externas hospitalares ................................................ 114
Gráfico 38. Evolução do total de consultas hospitalares na área de oncologia ......................................... 115
Gráfico 39. Evolução do tempo médio de triagem (em dias) ............................................................................ 117
Gráfico 40. Percentagem de consultas realizadas em 2020, dentro e fora dos TMRG ........................... 118
Gráfico 41. Evolução do cumprimento dos TMRG, por nível de prioridade ............................................... 118
Gráfico 42. Percentagem de consultas dentro do TMRG, por especialidade (2020) .............................. 119
Gráfico 43. Número de utentes que escolheram um hospital fora da sua rede de referência, de 1 de
junho de 2016 a 31 de dezembro de 2020 ............................................................................................... 120
Gráfico 44. Percentagem de saídas da LIC por motivo de cancelamento..................................................... 125
Gráfico 45. Evolução de entradas em LIC e número de operados ................................................................... 127

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 11


ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 46. Evolução da mediana do tempo de espera da LIC, por nível de prioridade (em meses)
..................................................................................................................................................................................... 127
Gráfico 47. Evolução de entradas em LIC e número de operados (obesidade) ......................................... 127
Gráfico 48. Evolução de entradas em LIC e número de operados (neoplasia maligna) ........................ 128
Gráfico 49. Evolução das notas de transferência e vales de cirurgia emitidos e percentagem de
cativações ................................................................................................................................................................ 129
Gráfico 50. Evolução anual do número de episódios de urgência (milhares)............................................ 130
Gráfico 51. Percentagem de episódios de urgência que geram internamento .......................................... 131
Gráfico 52. Evolução da percentagem de atendimentos urgentes com prioridade verde, azul e branca
..................................................................................................................................................................................... 131
Gráfico 53. Evolução da percentagem de episódios urgentes atendidos dentro do tempo previsto
..................................................................................................................................................................................... 132
Gráfico 54. Tempo médio de espera entre a triagem e a primeira observação (2016 – 2020) ......... 132
Gráfico 55. Evolução do número de lugares de internamento RNCCI ........................................................... 135
Gráfico 56. Evolução do número de lugares de internamento contratados em funcionamento nas
tipologias de RNCCI – UC, UMDR e ULDM ................................................................................................ 135
Gráfico 57. Número de lugares de internamento em atividade por região de saúde (a 31 de dezembro
2020) ......................................................................................................................................................................... 136
Gráfico 58. Evolução do número de Equipas de Cuidados Continuados Integrados .............................. 136
Gráfico 59. Evolução anual do total de lugares da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
..................................................................................................................................................................................... 137
Gráfico 60. Origem dos utentes referenciados no âmbito da RNCCI - Rede Geral e Cuidados Pediátricos
Integrados - em 2020 ......................................................................................................................................... 143
Gráfico 61. Origem dos utentes referenciados no âmbito da RNCCI Saúde Mental em 2020 ............. 143
Gráfico 62. Distribuição percentual da origem da referenciação em cada região (2020) .................... 144
Gráfico 63. Referenciação para ECCI - Percentagem de utentes referenciados em cada região (2020)
..................................................................................................................................................................................... 144
Gráfico 64. Referenciação para ECCI – Hospital e Centro de Saúde em cada região (2020) .............. 145
Gráfico 65. Episódios de internamento em Unidades de Desabituação - PLA e OSPA ........................... 156
Gráfico 66. Evolução do número de transplantes................................................................................................... 158
Gráfico 67. Evolução do número de chamadas de emergência atendidas nos CODU ............................. 162
Gráfico 68. Evolução do número de acionamentos de meios de emergência ............................................ 162
Gráfico 69. Número de chamadas transferidas do INEM para a Linha SNS 24 ......................................... 163
Gráfico 70. Número de chamadas encaminhadas pela Linha SNS 24 para o INEM ................................. 163
Gráfico 71. Evolução anual do número de doentes inseridos na Via Verde AVC ...................................... 165
Gráfico 72. Evolução anual do número de doentes inseridos na Via Verde Coronária .......................... 166
Gráfico 73. Custos unitários por doente transportado (em euros) ................................................................ 172
Gráfico 74. Evolução das cinco áreas principais de prestadores de MCDT convencionados .............. 181
Gráfico 75. Distribuição dos doentes por faixa etária (2020) ........................................................................... 184

12 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 76. Distribuição de doentes por género e por região de Saúde (2019) ........................................ 184
Gráfico 77. Assistência médica no estrangeiro ........................................................................................................ 189
Gráfico 78. Número total de doentes evacuados dos PALOP para o SNS ..................................................... 191
Gráfico 79. Evolução dos encargos do SNS e dos utentes com medicamentos e volume de embalagens
comercializadas .................................................................................................................................................... 193
Gráfico 80. Evolução do encargo médio do cidadão por embalagem de medicamento ........................ 193
Gráfico 81. Evolução anual da quota de medicamentos genéricos no SNS ................................................. 194
Gráfico 82. Evolução da quota de medicamentos biossimilares, em unidades dispensadas .............. 195
Gráfico 83. Evolução do número de medicamentos inovadores aprovados ............................................... 195
Gráfico 84. Pedidos de autorização de ensaio clínico (2006 - 2020) ............................................................. 197
Gráfico 85. Atividade operacional SNS 24: Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento - Chamadas
atendidas (2020) ................................................................................................................................................. 202
Gráfico 86. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento (2020)
..................................................................................................................................................................................... 203
Gráfico 87. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento COVID-19
(2020) ....................................................................................................................................................................... 204
Gráfico 88. Atividade operacional SNS 24: Serviço de Aconselhamento Psicológico (2020) ............. 206
Gráfico 89. Atividade de prestação SNS 24: Triagens realizadas através do Serviço de Interpretação
de Língua Gestual Portuguesa (2020) ........................................................................................................ 207
Gráfico 90. Marcação de consultas SNS 24: serviço administrativo - com sucesso (2020) ................. 210
Gráfico 91. Peso das primeiras consultas CTH no total de primeira consulta ........................................... 211

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 13


ÍNDICE DE FIGURAS

Índice de Figuras
Figura 1. Acesso e utilidade das orientações produzidas pela DGS na área da alimentação no contexto
da COVID-19 .................................................................................................................................................................... 34
Figura 2. Acesso e utilidade das orientações produzidas pela DGS na área da alimentação no contexto
da COVID-19 .................................................................................................................................................................... 35
Figura 3. PNV 2020: Esquema vacinal recomendado .............................................................................................. 81

14 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Lista de siglas e abreviaturas


ACES – Agrupamento de Centros de Saúde DGS – Direção-Geral da Saúde
ACSS – Administração Central do Sistema de DHD – Dose Diária Definida
Saúde DPIP – Declaração Provisória de Isolamento
AEM – Ambulâncias de Emergência Médica Profilático
AIPPA – Aliança Intersectorial Portuguesa DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
para a Preservação do Antibiótico DQS – Departamento da Qualidade na Saúde
ARS - Administração Regional de Saúde EAD – Equipas de Apoio Domiciliário
ASN – Autoridade Nacional de Saúde EAMST – Enfarte agudo do miocárdio com
AVC – Acidente Vascular Cerebral supradesnivelamento do segmento ST
BAS – Benefícios Adicionais em Saúde ECCI – Equipas de Cuidados Continuados
Integrados
BI - Business Intelligence
ECDC – Centro Europeu de Prevenção e
BICSP - Bilhete de Identidade dos Cuidados de
Controlo de Doenças
Saúde Primários
ECSCP – Equipas Comunitárias de Suporte
CAD – Comportamentos Aditivos e
em Cuidados Paliativos
Dependências
EIHSCP – Equipas Intra-Hospitalares de
CCISM – Cuidados Continuados Integrados de
Suporte em Cuidados Paliativos
Saúde Mental
EJPRD – European Joint Programme on Rare
CCM-SNS – Centro de Controlo e
Diseases
Monitorização do SNS
EM-PBCI – Estratégia Multimodal das
CESP – Centro de Emergências em Saúde
precauções Básicas de Controlo de Infeção
Pública
ENESIS - Estratégia Nacional para o
CIAV – Centro de Informação Antivenenos
Ecossistema de Informação de Saúde
CNCR – Comissão Nacional para os Centros de
ENSP – Escola Nacional de Saúde Pública
Referência
EPE – Entidade Pública Empresarial
CODU – Centros de Orientação de Doentes
Urgentes eSIS - Ecossistema de Informação em Saúde
CPDR – Cartão de Pessoa com Doença Rara ESPNIC – European Society for Paediatric
and Neonatal Intensive Care
CRD – Cuidados Respiratórios Domiciliários
EUROCAT – European Surveillance of
CRe – Centros de Referência
Congenital Anomalies
CRI – Centros de Responsabilidade Integrados
FAPPC – Federação das Associações
CS – Centro de Saúde Portuguesas de Paralisia Cerebral
CSP – Cuidados de Saúde Primários FCG - Fundação Calouste Gulbenkian
CTH - Consulta a Tempo e Horas FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia
CTV – Comissão Técnica de Vacinação GCD – Grandes Categorias de Diagnóstico
CVP – Cruz Vermelha Portuguesa GDH – Grupos de Diagnósticos Homogéneos
DAE – Desfibrilhação automática externa H – Hospital
DCI – Denominação Comum Internacional HbA1c – Hemoglobina glicada A1c

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2019 15


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

HPV – Vírus do Papiloma Humano PEDCP – Plano Estratégico para o


IACS – Infeções associadas aos Cuidados de Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos
Saúde PEM – Postos de Emergência Médica
IAS – Indexante de Apoios Sociais PEM – Prescrição Eletrónica Médica
ICP - Intervenção coronária percutânea PENTS – Plano Estratégico Nacional para a Telessaúde
ILC – Infeções do local cirúrgico PHEIC – Public Health Emergency of International
INCS – Infeções Nosocomiais da corrente Concern
sanguínea PLA – Problemas Ligados ao Álcool
INE – Instituto Nacional de Estatística PNAEQ – Programa Nacional de Avaliação
INEM – Instituto Nacional de Emergência Externa da Qualidade
Médica PNCRAM – Plano Nacional de combate às
INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Resistências Antimicrobianos
Ricardo Jorge PND – Programa Nacional para a Prevenção e
IPSS – Instituição Particular de Controlo da Diabetes
Solidariedade Social PNDCCV – Programa Nacional para as
IPST – Instituo Português do Sangue e da Doenças Cérebro-Cardiovasculares
Transplantação PNDO – Programa Nacional para as Doenças
LAC – Livre Acesso e Circulação Oncológicas
LAP - Linha de Aconselhamento Psicológico PNDR – Programa Nacional para as Doenças
LBP – Liga dos Bombeiros Portugueses Respiratórias
LIC - Lista de Inscritos para Cirurgia PNPAF – Programa Nacional para a
Promoção da Atividade Física
LVT – Lisboa e Vale do Tejo
PNPAS – Programa Nacional de Promoção da
MAI – Ministério da Administração Interna
Alimentação Saudável
MCDT – Meios Complementares de
PNPCT – Programa Nacional para a
Diagnóstico e Terapêutica
Prevenção e Controlo do Tabagismo
MEM – Motos de Emergência Médica
PNPSO – Programa Nacional de Promoção da
MS – Ministério da Saúde Saúde Oral
MTSSS – Ministério do Trabalho, Solidariedade e PNSM – Programa Nacional de Saúde Mental
Segurança Social
PNTb – Programa Nacional para a
NINEM – Ambulâncias não INEM Tuberculose
NMG – National Mirror Group PNRN – Programa Nacional de Rastreio
NNU – Número Nacional de Utente Neonatal
NT – Nota de Transferência PNV – Programa Nacional de Vacinação
OMS – Organização Mundial de Saúde PNVG – Programa Nacional de Vigilância da
ONG – Organização não governamental Gripe
OPP - Ordem dos Psicólogos Portugueses PORI – Plano Operacional de Respostas
ORL – Otorrinolaringologia Integradas

OSPA – Outras Substâncias Psicoativas PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo


de Infeções e de Resistências aos
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial
Antimicrobianos
Portuguesa
PPP – Parceria Público-Privada
PBCI - Precauções Básicas em Controlo de
Infeção PR – Postos Reserva
PrEP – Profilaxia Pré-Exposição [ao HIV]

16 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

PSCI – Perfusão Subcutânea Contínua de SIGA - Sistema Integrado de Gestão do


Insulina Acesso
PVNPC – Programa de Vigilância Nacional da SIGA SNS - Sistema Integrado de Gestão do
Paralisia Cerebral Acesso ao Serviço Nacional de Saúde
RA – Residências Autónomas SIGIC – Sistema Integrado de Gestão de
RAM – Resistência aos Antimicrobianos Inscritos para Cirurgia
RAMa – Residências de Apoio Máximo Adultos SIGLIC – Sistema Integrado de Gestão da
Lista de Inscritos para Cirurgia
RAMo – Residências de Apoio Moderado
SIMH - Sistema de Informação para a
RENAC – Registo Nacional de Anomalias
Morbilidade Hospitalar
Congénitas
SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância
RENTEV - Registo Nacional do Testamento
Epidemiológica
Vital
SISBAS - Sistema de Informação sobre
RER – Redes Europeias de Referência
Benefícios Adicionais em Saúde
RIS – Rede Informática da Saúde
SIV – Ambulâncias de Suporte Imediato de
RNCCI – Rede Nacional de Cuidados Vida
Continuados Integrados
SM – Saúde Mental
RNEC – Registo Nacional de Ensaios Clínicos
SNS – Serviço Nacional de Saúde
RNU – Registo Nacional de Utentes
SPA – Setor Público Administrativo
RON – Registo Oncológico Nacional
SPMS – Serviços Partilhados do Ministério
RRH – Redes de Referenciação Hospitalar da Saúde
RSE - Registo de Saúde Eletrónico SS - Segurança Social
RSE SIGA – Registo de Saúde Eletrónico no SU – Serviço de Urgência
Sistema Integrado de Gestão do Acesso
TAE – Serviços de Triagem, Aconselhamento
RTA – Residências de Treino de Autonomia e Encaminhamento
RTA/A – Residências de Treino de Autonomia TB - Tuberculose
– Tipo A Infância e Adolescência
TBMR – Tuberculose Multirresistente
RVS – Resposta Virológica Sustentada
Tdpa – Vacina Tétano, Difteria e Tosse
SAPA – Sistema de Atribuição de Produtos de Convulsa
Apoio
TIP – Ambulâncias de Transporte
SCM – Santa Casa da Misericórdia Inter-Hospitalar
SGES - Sistema de Gestão de Entidades de TMP – Taxa de Mortalidade Padronizada
Saúde
TMRG – Tempos Máximos de Resposta
SGTD – Sistema de Gestão de Transporte de Garantidos
Doentes
TSDT – Técnico Superior de Diagnóstico e
SHEM – Serviço de Helicópteros de Terapêutica
Emergência Médica
TV – Testamento Vital
SI – Sistemas de Informação
UAP – Unidade de Ambulatório Pediátrica
SICAD - Serviço de Intervenção nos
UC – Unidades de Convalescença
Comportamentos Aditivos e nas
Dependências UCC – Unidades de Cuidados na Comunidade
SICTH - Sistema de Informação para a UCFD – Unidades Coordenadoras Funcionais da
Consulta a Tempo e Horas Diabetes
SIEM – Sistema Integrado de Emergência UCINN – Unidades de Cuidados Intensivos
Médica Neonatais

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 17


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

UCIP nível 1 – Unidade de Internamento de USO/IA – Unidades Sócio Ocupacionais


Cuidados Pediátricos Integrados – Infância e Adolescência
UCSP – Unidade de Cuidados de Saúde Var. – Variação
Personalizados VASPR – Vacina contra o sarampo, parotidite
UCP – Unidades de Cuidados Paliativos epidémica e rubéola
UE – União Europeia VC – Vale Cirurgia
ULDM – Unidades de Longa Duração e Manutenção VCI – Visão Clínica Integrada
ULS – Unidade Local de Saúde VHB – Vírus da Hepatite B
UMDR – Unidades de Média Duração e Reabilitação VHC1 – Vírus da Hepatite C 1
UMIPE – Unidade Móvel de Intervenção Psicológica VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana
de Emergência VMER – Viaturas Médicas de Emergência e
USF – Unidade de Saúde Familiar Reanimação
USO – Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos VV – Via Verde
VV AVC – Via Verde Acidente Vascular Cerebral

18 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


INTRODUÇÃO

Introdução

O presente relatório dá cumprimento ao disposto no n.º 1 do artigo 30.º da Lei n.º 15/2014, de 21
de março1, alterada pelo Decreto-Lei n.º 44/2017, de 20 de abril, que visa a consolidação dos
direitos e deveres dos utentes dos serviços de saúde, concretizando a Lei de Bases da Saúde, aprovada
pela Lei n.º 95/2019, de 4 de setembro, que salvaguarda as especificidades do Serviço Nacional de
Saúde (SNS).

De forma complementar, este instrumento avalia o posicionamento das instituições em relação


ao cumprimento do disposto no artigo 1.º da Portaria n.º 153/2017, de 4 de maio, que publica a carta
de direitos de acesso e que define os Tempos Máximos de Resposta Garantidos para todo o tipo de
prestações de saúde sem caráter de urgência.

O Relatório Anual de Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades


Convencionadas é dividido em 19 capítulos, e apresenta um resumo de indicadores que reflete a
atividade realizada em 2020, a nível nacional, e o desempenho das instituições do SNS em termos de
acesso aos cuidados de saúde.

Esta análise é efetuada para o horizonte 2010 a 2020, sempre que exista informação disponível
e comparável para este período.

A informação constante do presente documento integra tanto os dados recolhidos pelos


sistemas de informação implementados no SNS, como os resultados apresentados pelas várias
entidades do Ministério da Saúde em relação a algumas áreas específicas do acesso aos cuidados de
saúde que são aqui analisadas (e.g. informação dos programas de saúde prioritários). Por sua vez, o
Portal do SNS, disponível desde 2016 (www.sns.gov.pt), permite consultar informação
complementar àquela que é apresentada neste relatório, com um nível de detalhe maior e para
períodos temporais mais curtos, promovendo desta forma uma maior literacia digital junto dos
cidadãos, relacionada com o acesso ao SNS, nomeadamente os tempos de resposta para a atividade
programada (com destaque para as consultas e as cirurgias) e para a atividade não programada
(realizada nos serviços de urgências). Adicionalmente, este Portal inclui ainda informação essencial

1 A Lei n.º 15/2014, de 21 de março foi alterada pelo Decreto-Lei n.º 44/2017, de 20 de abril. Em 2017 foi também publicada a Portaria n.º
153/2017, de 4 de maio, que reviu o disposto no n.º 2 do artigo 1.º e nos artigos 25.º a 27.º da Lei n.º 15/2014, de 21 de março, relativamente
aos Tempos Máximos de Resposta Garantidos para todo o tipo de prestações de saúde sem carácter de urgência e publicou a nova carta dos
direitos de acesso.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 19


INTRODUÇÃO

sobre: (i) a forma de acesso aos serviços garantidos pelo Estado aos cidadãos; (ii) o funcionamento
dos serviços de saúde; (iii) a utilização dos recursos disponíveis; (iv) o desempenho de cada entidade
do SNS, seja em termos de evolução individual, seja em comparação com as outras.

O ano de 2020 é naturalmente marcado pelo surto de doença por coronavírus (COVID-19) que a
Organização Mundial de Saúde declarou como emergência de saúde pública de âmbito internacional
no dia 30 de janeiro de 2020, e como pandemia no dia 11 de março de 2020.

Pelas suas características, esta pandemia veio afetar a regularidade da prestação de cuidados de
saúde em todos os sistemas de saúde, designadamente no SNS português, tendo desafiado a sua
capacidade de ajustamento, adaptabilidade e resiliência para, a par das prestações de cuidados de
saúde “habituais”, acomodar o choque de uma procura extraordinária de cuidados para uma nova
patologia, requerendo meios técnicos escassos a nível mundial e necessidade de aquisição de
conhecimento quase em tempo real para dar a melhor resposta clínica aos utentes COVID-19.

O exercício de responsabilidade e de prestação de contas sobre o acesso aos cuidados de saúde


no SNS mantém, no Relatório de 2020, o alinhamento de anos anteriores, demonstrando as opções
políticas definidas na nova Lei de Bases da Saúde (Lei n.º 95/2019, de 4 de setembro) e a política de
saúde dos XXI e XXII Governos Constitucionais, designadamente a prioridade atribuída à redução das
desigualdades e à qualificação do acesso à saúde, em conjunto com o reforço da motivação dos
profissionais e o investimento na rede do SNS.

Não obstante, não se podendo ignorar que a pandemia teve um impacto significativo na atividade
assistencial realizada em 2020 e nos meios ao dispor para a realizar, importa, nesta mesma sede,
prestar informação relativa ao acesso a cuidados de saúde em pandemia, salientando todo o trabalho
efetuado de forma a permitir preservar e incrementar a capacidade de resposta do SNS.

20 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


SUMÁRIO EXECUTIVO

Sumário executivo

O Relatório Anual de Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades


Convencionadas de 2020 é integrado por 19 Capítulos.

O primeiro capítulo dedica-se à análise dos indicadores populacionais e demográficos


disponíveis para os últimos anos.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística estimam que, em 2020, residiam em Portugal


10.298.252 habitantes, mais 2.343 cidadãos face a 2019. A população residente no continente, e por
isso abrangida diretamente pelo SNS, era de 9.802.128 em 20202, mais 3.269 pessoas do que em
2019.

No que se refere à taxa de mortalidade infantil (até ao primeiro ano de vida), manteve-se a
tendência observada no ano anterior, registando-se uma descida de 2,8 (2019) para 2,4 óbitos por
cada mil nados-vivos, resultado que continua a colocar Portugal como um dos países com melhores
resultados a nível mundial neste parâmetro. No total, verificaram-se 205 óbitos infantis (-41 do que
em 2019).

Todavia, o aumento do número de óbitos (tendo-se registado 123.358 em 2020, ou seja mais
10,3% do que em 2019) e o decréscimo do número de nados-vivos (-2,5% face a 2019) determinam
um agravamento do saldo natural de -25.214 em 2019, para -38.932 em 2020.

O segundo capítulo é dedicado aos Programas de Saúde Prioritários, que integram três
plataformas de intervenção: a plataforma de prevenção e gestão das doenças crónicas, a plataforma
da prevenção e gestão das doenças transmissíveis e a plataforma dedicada à saúde mental.

De entre as iniciativas, medidas, ganhos e resultados mais paradigmáticos do ano de 2020,


destacam-se:

1. No âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, (i) a recolha


de informação com o objetivo de avaliar os resultados das diferentes medidas em curso para
a promoção da alimentação saudável, monitorização do impacto do imposto especial de
consumo sobre as bebidas açucaradas, monitorização da lei que aplica restrições à
publicidade alimentar dirigida a crianças e monitorização do impacto da campanha “Comer
melhor, uma receita para a vida”; (ii) o aumento da identificação sistemática do risco

2 Dados atualizados do INE, a 14 de junho de 2021.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 21


SUMÁRIO EXECUTIVO

nutricional nos cuidados de saúde hospitalares; (iii) o desenvolvimento de um conjunto


alargado de orientações , no contexto da intervenção alimentar e nutricional durante a
pandemia de COVID-19.

2. No âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, (i) a continuação da


promoção da avaliação da atividade física nos cuidados de saúde primários (CSP); (ii) o
aumento da utilização das ferramentas digitais de avaliação da atividade física e
comportamento sedentário nos CSP; (iii) a promoção da capacitação dos profissionais de
saúde em aconselhamento breve para a atividade física; (iv) a promoção do acesso a
recomendações de prática de atividade física no contexto de isolamento ou confinamento
social devido à pandemia COVID-19.

3. Quanto ao Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, e reportando aos


dois últimos inquéritos nacionais de saúde, (i) a redução da prevalência de fumadores entre
2014 e 2019, incluindo produtos de tabaco tradicionais e tabaco aquecido, na população com
15 ou mais anos de idade, de 20% para 17%; (ii) a redução no consumo de tabaco nas
mulheres, que passou de 13,2%, para 10,9%, revertendo-se assim, a tendência crescente
observada até 2014; (iii) a manutenção de algumas desigualdades regionais na prevalência
do tabagismo; (iv) a redução relativa (-10,5%) na percentagem de população com 15 ou
mais anos de idade exposta diariamente ao fumo ambiental do tabaco.

4. No âmbito do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência


aos Antimicrobianos, (i) o aumento sustentado da taxa de cumprimento de higiene das
mãos; (ii) a redução da incidência de algumas das infeções associadas aos cuidados de saúde
mais relevantes, nomeadamente pneumonia associada à ventilação em unidades de cuidados
intensivos de adultos e neonatais, bacteremia associada a cateter venoso central e infeções
de local cirúrgico de cesariana e cirurgia ortopédica; (iii) a redução sustentada de consumos
de antimicrobianos fortemente associados à emergência de resistências, tanto em
ambulatório (quinolonas) como na área hospitalar (carbapenemos), colocando Portugal
muito próximo da média europeia em termos de consumo de antibióticos em ambulatório;
(iv) a redução das resistências aos antimicrobianos na maior parte dos microrganismos
estudados; (v) o desenvolvimento de ações de promoção de literacia na área da Prevenção e
Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PORCAUSA e e-Bug).

5. No âmbito do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, (i) a criação


de uma primeira versão de guidelines para os Programas de Reabilitação Cerebrovascular;
(ii) a caracterização da realidade das doenças cérebro-cardiovasculares através da resposta
a questionários preparados pelo Programa Nacional; (iii) a diminuição no número de óbitos
por doenças cerebrovasculares (2,1%), bem como por doenças isquémicas do coração
(2,2%), em relação a 2018.

22 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


SUMÁRIO EXECUTIVO

6. No âmbito do Programa Nacional para a Diabetes, (i) a realização, no triénio 2018-2020, de


mais de 2,4 milhões de avaliações do risco de Diabetes tipo 2 e registo de mais de 60.000
novos casos de diabetes por ano (exceto em 2020 em que foram registados 51.834 novos
casos); (ii) a manutenção da realização do Rastreio da Retinopatia Diabética a 102.487
doentes (em que se constatou uma quebra de 55% face a 2019 que provavelmente reflete o
impacto da pandemia COVID-19); (iii) a avaliação do risco de pé diabético realizada a 58,9%
utentes com diabetes (489.829 avaliações do pé); (iv) a aquisição de 523 novos dispositivos
de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI), encontrando-se no final do ano, 3.537
utentes em tratamento com PSCI, representando um crescimento de 15% em comparação
com o ano anterior.

7. No âmbito do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, (i) a expansão dos rastreios
oncológicos de base populacional implementados no SNS, mama, colo do útero e cólon e reto
prevista para 2020, foi afetada negativamente pela pandemia COVID-19. Prevê-se que em
2021 se recuperem os atrasos e que em 2022 se atinja 100% da cobertura geográfica para
os 3 rastreios oncológicos; (ii) no âmbito do rastreio do Cancro da Mama reporta-se a
cobertura geográfica de 77,8%, uma taxa de adesão ao rastreio de 61,1% das mulheres
convidadas, a realização de 6.554 consultas de aferição e a identificação de 978 casos para
avaliação hospitalar; (iii) no âmbito do rastreio do Cancro do Colo do Útero, reporta-se uma
cobertura geográfica de 100%, uma taxa de adesão ao rastreio de 88,4% das mulheres
convidadas e a identificação de 6.625 lesões suspeitas nas consultas de patologia cervical
hospitalar; (iv) no âmbito do rastreio do Cancro do Cólon e Reto, reporta-se uma cobertura
geográfica de 88,9%, tendo havido uma taxa de adesão de 35,6% dos utentes convidados e
tendo sido referenciados para avaliação hospitalar 139 utentes.

8. No âmbito do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, (i) a melhoria na


capacidade diagnóstica de asma e de DPOC, apesar do impacto negativo da pandemia COVID-
19 na realização de consultas presenciais, nos CSP; (ii) a redução na proporção de utentes
com o diagnóstico de DPOC, fruto do impacto das recomendações nacionais e internacionais
para a não realização de espirometrias durante a pandemia.
9. No âmbito do Programa Nacional para as Hepatites Virais, (i) a implementação, em 40
estabelecimentos prisionais, do protocolo no âmbito da rede de prestação de cuidados de
saúde para o tratamento das pessoas que vivem com VIH, VHB e VHC, em contexto prisional;
(ii) a cura em 96,6% dos doentes VHC nos casos em que foi possível avaliar a Resposta
Virológica Sustentada.

10. No âmbito do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, (i) a redução da percentagem de
diagnósticos tardios de 54,4% em 2018 para 49,7% em 2019; (ii) a notificação de zero casos
de transmissão de VIH em crianças (<15 anos); (iii) o conhecimento de que Portugal terá já
diagnosticado 93,2% das pessoas que vivem com VIH, aproximando-se da meta de
diagnosticar 95% das pessoas que vivem com a infeção preconizada para 2030; (iv) a

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 23


SUMÁRIO EXECUTIVO

manutenção da dispensa direta ao público do autoteste para VIH através das farmácias
comunitárias, iniciada em outubro de 2019.

11. No âmbito do Programa Nacional para Tuberculose, (i) a redução sustentada do número
casos notificados, da proporção de doentes bacilíferos e do número de casos de tuberculose
infantil; (ii) a manutenção de uma demora mediana até ao diagnóstico elevada, o que reforça
a necessidade de utilização uniforme das ferramentas diagnósticas disponíveis, de forma a
permitir acelerar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

12. No âmbito do Programa Nacional de Saúde Mental, (i) a autorização para a criação de
equipas-piloto comunitárias de saúde mental da infância e adolescência; (ii) a
implementação, a nível nacional, de uma estratégia de resposta ao impacto da COVID-19 na
saúde mental das populações; (iii) o desenvolvimento de atividades de promoção da saúde
e de prevenção da doença mental, particularmente em jovens e adolescentes; (iv) o início da
revisão da Lei de Saúde Mental, em conjunto com o Ministério da Justiça.

O terceiro capítulo, integra informação sobre outros programas e iniciativas de saúde, de entre
os quais se destacam:

1. O Programa Nacional de Vacinação, em que se verifica (i) a manutenção de elevadas


coberturas vacinais do PNV recomendado; (ii) a manutenção das elevadas coberturas
vacinais da vacina VASPR; (iii) o cumprimento dos objetivos nacionais e internacionais do
Programa de Eliminação do Sarampo e da Rubéola; (iv) a elevada cobertura vacinal para o
esquema completo da vacina HPV nas raparigas; (v) a manutenção de elevadas coberturas
vacinais nos adolescentes e adultos para os reforços da vacina contra tétano e difteria (Td);
(vi) a elevada (≥84%) adesão ao cumprimento da idade recomendada até aos 12 meses de
idade; (vii) a continuação de uma muito elevada adesão da grávida à vacinação contra a tosse
convulsa (90%); (viii) o início, em outubro de 2020, da vacinação com as novas vacinas para
a população em geral (MenB e HPV para rapazes), tendo-se verificado uma boa adesão da
população.

2. O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO), em que se observou (i) o


aumento do acesso ao programa em 10% dos utentes com 16 anos e em 57,7% dos utentes
com 18 anos; (ii) o aumento, em 4,4%, na emissão de cheques de saúde infantil (utentes com
idade igual ou inferior a 6 anos); (iii) a estabilização da taxa de utilização global dos projetos
do PNPSO em relação ao ano anterior (68%).

Neste terceiro capítulo, enquadram-se, também, conteúdos relativos ao Programa Nacional de


Vigilância da Gripe, ao Programa Nacional de Rastreio Neonatal, ao Programa Nacional de Avaliação
Externa da Qualidade, à Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergência
em Saúde Pública, à Pessoa com Doença Rara e à Procriação Medicamente Assistida.

24 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


SUMÁRIO EXECUTIVO

O quarto capítulo é dedicado aos cuidados de saúde primários. O investimento feito nos últimos
anos em capacitar este nível de prestação de cuidados, que se constitui como o ponto de acesso
primordial dos cidadãos ao SNS, tem sido notório e observável em indicadores como a evolução do
número de cidadãos com médico de família, o número de unidades funcionais do tipo Unidade de
Saúde Familiar e a evolução das consultas médicas, de enfermagem e de outros profissionais de
saúde. Em 2020, devido à pandemia COVID-19, este nível de prestação de cuidados teve de se ajustar
à nova realidade, bem como prestar cuidados a doentes positivos para SARS-COV-2, o que veio a
impactar no volume e forma de prestação de atividade assistencial neste ano, bem como exigir a
reorganização dos espaços e rotinas de trabalho. Realçam-se os seguintes resultados de 2020: (i) a
existência de mais 17 novas Unidades de Saúde Familiar face a 2019, com o modelo USF a abranger
64,2% da população inscrita nos cuidados de saúde primários; (ii) a existência de 266 UCC,
assegurando a cobertura de 96,6% dos residentes no continente; (iii) a existência de 91,6% de
cidadãos inscritos nos CSP com médico de família atribuído; (iv) a existência de 86,3% de cidadãos
inscritos nos CSP com enfermeiro de família atribuído; (v) a realização de mais de 32,5 milhões de
consultas médicas e de mais de 16,5 milhões de consultas de enfermagem.

O quinto capítulo trata dos cuidados de saúde hospitalares. No âmbito da pandemia COVID-19
os hospitais foram as entidades às quais coube assegurar a resposta aos doentes mais graves, com
necessidades de internamento em enfermaria e/ou cuidados intensivos, o que implicou um
significativo trabalho de preparação e ampliação da capacidade de resposta hospitalar e sua
reorganização interna. Em 2020, a evolução do movimento assistencial no SNS registou um
decréscimo generalizado no que respeita ao volume dos cuidados prestados a nível hospitalar, face
ao ano anterior, nomeadamente: (i) diminuição do número total de consultas externas hospitalares
(-10,4%); (ii) decréscimo no total de intervenções cirúrgicas realizadas no SNS para cerca de 579
mil, com especial incidência nas cirurgias programadas (-19%); (iii) diminuição do volume de
referenciações para primeiras consultas hospitalares no âmbito da Consulta e Tempo e Horas (CTH)
em cerca de 34,9% e agravamento do cumprimento dos TMRG nesta área; (iv) no âmbito do SIGIC, o
ano de 2020 veio inverter a tendência observada até 2019 de uma taxa de crescimento anual de 3%
de doentes operados. No entanto, mesmo com o impacto do SARS-Cov-2, foram operados 514.000
doentes (-18,2% face ao ano anterior), e as cirurgias na área oncológica mantiveram-se com valores
próximos dos anos de 2018 e 2019; (v) No SU, a percentagem de episódios de urgência atendidos
dentro do tempo previsto pela Triagem de Manchester, aumentou para os 77,7% (+3,4%
comparativamente a 2019), verificando-se igualmente um aumento de 2,1 pp no que se refere a
episódios que geram internamento; (vi) registaram-se 28.167 episódios de internamento de doentes
com diagnóstico COVID-19 e verificou-se uma maior concentração de episódios de internamento no
mês de dezembro de 2020.

O sexto capítulo centra-se nos cuidados continuados integrados sendo de destacar, do trabalho
desenvolvido nesta área, (i) o aumento em 5% do número de vagas de internamento na RNCCI face
a 2019, contabilizando um total de 9.468 vagas divididas entre 9.322 das tipologias UC, UMDR e

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 25


SUMÁRIO EXECUTIVO

ULDM, 17 referentes a UCIP nível 1 e 129 na área da saúde mental; (ii) a existência de 291 ECCI no
final de 2020 (+1,7% em relação a 2019), com 5.637 vagas para cuidados domiciliários da RNCCI,
cerca de 38% da totalidade da capacidade da rede geral (15.374 vagas no total da RNCCI), (iii) o
atendimento de 45.959 utentes, menos 8,9% que em 2019; (iv) o trabalho realizado no âmbito da
pandemia de COVID-19 para efeitos de priorização da atribuição de vaga na RNCCI a doentes
provenientes dos hospitais do SNS. A 31 de dezembro de 2020 haviam sido colocados 15.752 doentes
por esta; (v) a autorização de abertura de 107 camas adicionais das tipologias da Rede Geral da
RNCCI.

O sétimo capítulo foca os cuidados paliativos nos quais Portugal tem definido estratégias de
aumento destas respostas quer a nível hospitalar quer a nível comunitário. Em março de 2020, com
o início da Pandemia COVID-19, os profissionais estiveram muito dedicados à atividade clínica,
condicionando a realização dos cursos de formação pelas Administrações Regionais de Saúde,
nomeadamente nesta área dos cuidados paliativos. Das atividades prosseguidas e resultados
alcançados em 2020 destacam-se: (i) as 45 Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados
Paliativos; (ii) o reforço das Equipas Comunitárias ou Domiciliárias de Suporte em Cuidados
Paliativos, totalizando 27, e das Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos
Pediátricas, que passam a 7 Equipas; (iii) o reforço da cooperação e articulação entre equipas de HD
e EIHSCP, bem como a promoção da consultoria intra-hospitalar, nos cuidados de saúde primários e
nos cuidados continuados integrados.

O oitavo capítulo aborda as ações desenvolvidas no âmbito dos comportamentos aditivos e


dependências, sendo que, em 2020, e em resultado da pandemia COVID-19, ocorreu um reforço
concertado na articulação interinstitucional entre as diferentes áreas no domínio das dependências,
o que levou a vários ajustamentos funcionais das instituições e dos profissionais envolvidos, de forma
a assegurar a manutenção das respostas prioritárias e urgentes que suportam os ganhos de saúde
dos cidadãos com CAD. Nesse contexto, importou assegurar a continuidade de programas
prioritários a nível nacional, como os Programas de Manutenção com Cloridrato de Metadona, assim
como outras respostas emergentes pelo agravamento da vulnerabilidade dos utentes mais
desfavorecidos. Por outro lado, o surgimento da pandemia determinou que ao nível da investigação
e conhecimento do fenómeno, fossem orientados esforços para a realização de estudos que, de forma
ágil, pudessem fornecer informação sobre a evolução dos CAD, envolvendo ou não substâncias
psicoativas, na sua interação com os determinantes que resultam da crise sanitária.

O nono capítulo dedica-se à área do Sangue e Transplantação, em que se verifica (i) a


manutenção da tendência de diminuição no número de dadores e dádivas de sangue; (ii) a
diminuição do número total de transplantes realizados (651 transplantes), sendo que o número de
transplantes provenientes de dadores falecidos também registou uma quebra de cerca de 27%; (iii)
o posicionamento de Portugal no 4º lugar mundial na taxa de dadores falecidos por milhão de
habitantes; (iv) a diminuição generalizada da atividade de transplantação em cerca de 21% (- 185
órgãos transplantados); (v) a realização do primeiro transplante renal cruzado internacional entre

26 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


SUMÁRIO EXECUTIVO

Portugal e Espanha, resultante de um protocolo de colaboração entre Portugal, Espanha e Itália na


área da transplantação.

O décimo capítulo foca a emergência médica, área na qual se observou em 2020, (i) o
atendimento nos CODU do INEM de 1.308.757 chamadas de emergência, o que se traduz numa média
diária de 3.586 chamadas (diminuindo em 7,5% face a 2019); (ii) o acionamento de 1.171.878 meios
de emergência médica do INEM (diminuindo em 12% face a 2019); (iii) a implementação de
ambulâncias especializadas dedicadas ao transporte de casos suspeitos validados ou confirmados de
infeção por SARS-CoV-2; (iv) a criação de Equipas de Enfermagem de Intervenção Primária (EEIP)
para proceder à colheita, acondicionamento e transporte de amostras biológicas necessárias ao
diagnóstico de COVID-19 em locais específicos, como por exemplo estruturas residenciais para
idosos ou estabelecimentos prisionais; (v) a operacionalização de estruturas de apoio em unidades
hospitalares, nomeadamente no Centro Hospitalar Universitário de São João, EPE, e no Centro
Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, EPE, tendo ainda apoiado a montagem de “hospitais de
campanha” em Ovar e no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, EPE; (vi) o apoio à realização de
testes COVID-19 em determinados locais; (vii) o transporte inter-hospitalar de doentes críticos,
particularmente relevante para aliviar a pressão intensa que se verificou sobre alguns Serviços de
Medicina Intensiva do SNS.

No décimo primeiro capítulo até ao décimo sétimo abordam-se diversas áreas com destaque
para:

1. O transporte não urgente de doentes, no qual se verificou, em 2020, (i) uma diminuição de
43,7% no número de transporte de doentes, face ao período homólogo de 2019; (ii) uma
diminuição de 30,6% no número de utentes transportados.
2. As taxas moderadoras em que, no ano de 2020, se observou (i) que os rendimentos dos
serviços e instituições do SNS se situaram em cerca de 99,6 milhões de euros; (ii) o
alargamento dos benefícios a mais utentes, com a implementação da dispensa do
pagamento de taxas moderadoras nas consultas dos Cuidados de Saúde Primários desde o
dia 1 de abril de 2020 e nos exames complementares de diagnóstico e terapêutica, quando
prescritos nos Cuidados de Saúde Primários e realizados nas instituições e
estabelecimentos públicos de saúde, desde o dia 1 de setembro de 2020, bem como a
isenção do pagamento de taxas moderadoras aos antigos combatentes e suas viúvas ou
viúvos.
3. A articulação com o setor social e convencionado, em que se verificou (i) um decréscimo
no total de encargos de 4,5% face ao valor faturado ao SNS em 2019, ( excluídas as áreas
da hemodiálise e do SIGIC); (ii) uma estabilização do número de doentes em Programa de
Tratamento de Hemodiálise em Ambulatório, atingindo-se um total de 12.141 doentes (-
38 doentes do que em 2019); (iii) uma diminuição de 9,1% dos utentes operados na rede
convencionada com o SNS no âmbito do SIGIC (-2.553 doentes face a 2019).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 27


SUMÁRIO EXECUTIVO

4. Os acordos internacionais para a prestação de cuidados de saúde em que, em 2020 devido


às restrições de mobilidade motivadas pela pandemia COVID-19 se verificou (i) a
diminuição do número de doentes e de deslocações no âmbito da Assistência Médica no
Estrangeiro; (ii) a diminuição do número total de doentes evacuados dos PALOP para o
SNS.
5. O acesso ao medicamento, em que se destacam (i) o aumento dos encargos do SNS com
medicamentos (+ 2,4% face a 2019); (ii) a diminuição dos encargos dos utentes com
medicamentos (-0,5% face a 2019); (iii) a diminuição do volume de embalagens
disponibilizadas (-2,4%, face ao ano anterior); (iv) o crescimento do total de
medicamentos comparticipados pelo SNS (+0,1 pp); (v) o aumento da quota de
biossimilares; (vi) a introdução de 40 medicamentos inovadores, com destaque para as
áreas da oncologia, endocrinologia, doenças infeciosas e do sistema nervoso central.

O décimo oitavo capítulo refere-se ao SNS Digital, no qual se destaca o Centro de Contacto do
Serviço Nacional de Saúde – SNS24 salientando-se que, em 2020, (i) foram atendidas cerca de
4.022.968 chamadas no SNS 24, representando um crescimento de 171% face ao ano anterior, numa
expansão fortemente alavancada pelas necessidades provenientes da gestão da pandemia; (ii) o
encaminhamento, pelo Serviço de Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento, de 333.390 dos
utentes para autocuidados, 334.871 para observação em Cuidados de Saúde Primários e 399.078
para serviço de urgência hospitalar; (iii) a disponibilização de uma Linha de Aconselhamento
Psicológico (LAP) para prestar apoio psicológico a utentes e a profissionais de saúde (que se
encontrem a prestar cuidados de saúde) que recebeu, em 2020, 53.205 chamadas de utentes e 4.447
chamadas de profissionais de saúde.

O décimo nono capítulo é exclusivamente dedicado à Resposta do SNS à COVID-19, em que se


destacam as várias medidas e procedimentos adotados em contexto de pandemia, designadamente,
(i) as medidas de prevenção da gripe sazonal em paralelo com a COVID-19, com a aquisição de
+40,2% de doses face à época gripal anterior; (ii) o reforço da Saúde Pública, seja na vertente do
aumento dos profissionais, do reforço da capacidade de rastreio ou da simplificação dos inquéritos
epidemiológicos, entre outros; (iii) o trabalho de preparação e organização do sistema e da prestação
de cuidados, quer através da aquisição de equipamentos, do aumento da capacidade em cuidados
críticos, do aumento dos recursos humanos disponíveis, da organização de respostas assistenciais e
circuitos adequados à situação pandémica ou do aumento da capacidade de testagem, entre outras;
(iv) o reforço do número de profissionais no SNS, sendo que no global, o número de efetivos para as
grandes categorias profissionais era de 144.616 (+9.193 face a 2019); (v) a preparação e
operacionalização do plano de vacinação contra a COVID-19, que teve início no final de 2020.

28 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


1. INDICADORES POPULACIONAIS E DEMOGRÁFICOS

1. Indicadores populacionais e demográficos


Os indicadores populacionais e demográficos são frequentemente utilizados para aferir o estado
de saúde de uma população e para conhecer de forma sumária as suas necessidades em saúde.

Natalidade e mortalidade

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) estimam que, em 31 de dezembro de 2020,


residiam em Portugal 10.298.252 habitantes, mais 2.343 face a 2019. A população residente no
continente, ascendia a 9.802.128 habitantes em 2020 (mais 3.269 do que em 2019), correspondendo
a um crescimento positivo de 0,03%. O ligeiro acréscimo populacional registado em 2020 resultou
de um saldo migratório positivo de 41.274 habitantes, ligeiramente inferior ao de 2019 (44.506
habitantes).

Em 2020 observou-se um aumento do número de óbitos, para o qual contribuiu a mortalidade


por COVID-19, e um decréscimo do número de nados-vivos, o que veio determinar um agravamento
do saldo natural de -25.214 habitantes, em 2019, para -38.931 habitantes em 2020. A região Centro
foi aquela em que se verificou o saldo natural negativo mais acentuado (-14.508 habitantes). Há 12
anos consecutivos que Portugal regista um saldo natural negativo.

No que se refere à taxa de mortalidade infantil registaram-se 205 óbitos de crianças com menos
de 1 ano (- 2,8% face a 2019), e 2,4 óbitos por mil nados-vivos, a taxa mais baixa observada em
Portugal.

Mantendo a tendência dos últimos anos, em 2020, nasceram 84.426 nados-vivos, menos 2,5%
que em 2019 (ano em que nasceram 86.579 nados-vivos).

Segundo os dados do INE, o envelhecimento demográfico em Portugal continua a acentuar-se,


tendo o índice de envelhecimento, que compara a população com 65 e mais anos (população idosa),
com a população dos 0 aos 14 anos (população jovem), atingido o valor de 167,0 idosos por cada 100
jovens em 2020, face a 163,2 em 2019.

Em 2020, a idade média da população residente em Portugal situou-se em 45,8 anos (mais 0,3
do que em 2019).

Quadro 1. Evolução dos principais indicadores de população, natalidade e mortalidade

Indicadores 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

População

População residente (x 1.000) 10 573 10 542 10 487 10 427 10 375 10 341 10 310 10 291 10 277 10 296 10 298

Natalidade

Número de nados-vivos 101 381 96 856 89 841 82 787 82 367 85 500 87 126 86 154 87 020 86 579 84 426
Taxa bruta de natalidade por
9,6 9,2 8,5 7,9 7,9 8,3 8,4 8,4 8,5 8,4 8,2
1.000 habitantes

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 29


1. INDICADORES POPULACIONAIS E DEMOGRÁFICOS

Indicadores 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Mortalidade
Número de óbitos (residentes
105 954 102 848 107 612 106 554 104 843 108 539 110 573 109 758 113 051 111 793 123 358
em Portugal)
Número de óbitos infantis
256 302 303 243 236 250 282 229 287 246 205
(menores de 1 ano)
Número de óbitos de 0 a 4 anos 326 372 367 316 291 308 330 281 350 316 258
Proporção de óbitos prematuros
(óbitos de menos de 70 anos / n.d. n.d. 22,7% 22,8% 22,4% 21,5% 21,5% 21,3% 20,6% 20,8% 19,9%
total de óbitos)
Saldo Natural -4 573 -5 992 -17 771 -23 767 -22 476 -23 039 -23 447 -23 409 -26 031 -25 214 -38 932

Nota: Os dados de 2019 foram atualizados pelo INE e pela DGS, face à informação publicada no Relatório de 2019.
Fonte: INE e DGS

Esperança média de vida


Em Portugal, a esperança média de vida à nascença apresenta um ligeiro aumento
comparativamente com os valores registados no período anterior, situando-se agora nos 81,1 anos
(2018-2020) para o total da população, sendo de 78,07 anos para os homens e 83,67 anos para as
mulheres.

Estes valores representam, relativamente a 2017-2019, um aumento da esperança de vida em 1


mês e meio para os homens e em 2 meses para as mulheres. No espaço de uma década, verificou-se
um aumento de 1,77 anos de vida para o total da população: 1,90 anos para os homens e 1,48 anos
para as mulheres. Enquanto nas mulheres esse aumento resultou, sobretudo, da redução na
mortalidade em idades iguais ou superiores a 60 anos, nos homens, o acréscimo continuou a ser
maioritariamente proveniente da redução da mortalidade em idades inferiores a 60 anos.

Gráfico 1. Evolução da esperança de vida à nascença

81,5
81,1
80,8 80,8 80,9
81,0
80,6
80,4
80,5 80,2
80,0
80,0 79,8
79,6
79,5 79,3

78,9
79,0

78,5

78,0
2007 - 2009 2008 - 2010 2009 - 2011 2010 - 2012 2011 - 2013 2012 - 2014 2013 - 2015 2014 - 2016 2015 - 2017 2016-2018 2017-2019 2018-2020

Fonte: INE

A esperança de vida aos 65 anos, no período 2018-2020, atingiu 19,69 anos para o total da
população. Aos 65 anos, os homens podem esperar viver mais 17,76 anos e as mulheres mais 21,11
anos, o que corresponde a um aumento de, respetivamente, 0,06 e 0,11 anos, relativamente a 2017-
2019. Nos últimos dez anos, a esperança de vida aos 65 anos aumentou 1,02 anos para os homens e
1,08 anos para as mulheres.

30 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


1. INDICADORES POPULACIONAIS E DEMOGRÁFICOS

Gráfico 2. Evolução da esperança média de vida aos 65 anos (em anos)

20

19,69
19,61
19,45 19,49
19,31
19,19
19,12
18,97
19
18,84

18
2010-2012 2011-2013 2012-2014 2013-2015 2014-2016 2015-2017 2016-2018 2017-2019 2018-2020

Fonte: INE

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 31


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

2. Programas de saúde prioritários


O programa para a Saúde do XXII Governo Constitucional, definiu como prioridade a promoção
da saúde através de uma nova ambição para a saúde pública.

Neste âmbito, assume especial relevância a concretização das medidas previstas nos programas
de saúde que visam responder às principais necessidades em saúde da população. É neste contexto
global que a Direção-Geral da Saúde desenvolve, no âmbito do Plano Nacional de Saúde, 12
Programas Nacionais de Saúde Prioritários (conforme Despacho n.º 6401/2016, de 16 de maio,
alterado pelo Despacho n.º 1225/2018, de 5 de fevereiro), nas seguintes áreas:

1. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável


2. Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física
3. Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo
4. Programa Nacional para a Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos
Antimicrobianos
5. Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares
6. Programa Nacional para a Diabetes
7. Programa Nacional para as Doenças Oncológicas
8. Programa Nacional para as Doenças Respiratórias
9. Programa Nacional para as Hepatites Virais
10. Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA
11. Programa Nacional para a Tuberculose
12. Programa Nacional para a Saúde Mental

Os programas de saúde prioritários encontram-se organizados em três plataformas integradas


de intervenção prioritária em saúde (a Plataforma para a Prevenção e Gestão das Doenças Crónicas,
a Plataforma para a Prevenção e Gestão das Doenças Transmissíveis e a Plataforma para a Saúde
Mental), com o objetivo de harmonizar e potenciar as estratégias das diferentes intervenções em
saúde, quer sejam desenvolvidas pelos profissionais de saúde, quer pelos demais intervenientes da
sociedade, na perspetiva de contribuírem para o alcance das metas do Plano Nacional de Saúde 2012-
2016, com extensão a 2020.

Os programas prioritários para a prevenção e controlo do tabagismo, a promoção da


alimentação saudável, a promoção da atividade física, a diabetes, as doenças cérebro-
cardiovasculares, as doenças oncológicas e as doenças respiratórias, integram a plataforma para a
prevenção e gestão das doenças crónicas.

Os programas prioritários para as hepatites virais, a infeção VIH/SIDA, a tuberculose e a


prevenção e controlo de infeções e de resistência aos antimicrobianos integram a plataforma para a
prevenção e gestão das doenças transmissíveis.

32 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

O programa prioritário da saúde mental integra uma plataforma dedicada, que inclui, a comissão
de acompanhamento do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.

2.1. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) tem por objetivo
promover o consumo alimentar adequado e a consequente melhoria do estado nutricional dos
cidadãos, podendo assim, ter um impacto direto na prevenção e controlo das doenças mais
prevalentes a nível nacional (cardiovasculares, oncológicas, diabetes, obesidade).

O PNPAS possui cinco objetivos gerais:

1. Aumentar o conhecimento sobre os consumos alimentares da população portuguesa, seus


determinantes e consequências.
2. Modificar a disponibilidade de certos alimentos, nomeadamente em ambiente escolar,
laboral e em espaços públicos.
3. Informar e capacitar os cidadãos para a compra, confeção e armazenamento de alimentos
saudáveis, em especial os grupos mais desfavorecidos.
4. Identificar e promover ações transversais que incentivem o consumo de alimentos de boa
qualidade nutricional de forma articulada e integrada com outros sectores.
5. Melhorar a qualificação e o modo de atuação dos diferentes profissionais que, pela sua
atividade, podem influenciar conhecimentos, atitudes e comportamentos na área alimentar.

Medidas e resultados atingidos em 2020


No ano de 2020, do conjunto de atividades desenvolvidas pelo PNPAS, foi notório um forte
investimento na recolha de informação com o objetivo de avaliar os resultados das diferentes
medidas em curso. Este trabalho permitiu avaliar os resultados decorrentes da aplicação do imposto
especial de consumo sobre as bebidas açucaradas e adicionadas de edulcorantes, monitorizar a
publicidade alimentar dirigida a crianças, avaliar o impacto da campanha para a promoção da
alimentação saudável “Comer melhor, uma receita para a vida” e ainda avaliar o grau de
implementação da identificação sistemática do risco nutricional nas unidades hospitalares do SNS.

Destaca-se que o rastreio nutricional já se encontra implementado em cerca de 68% das


unidades hospitalares do SNS sendo que, das unidades hospitalares que já implementaram o rastreio
nutricional, cerca de 46% têm este rastreio implementado de forma generalizada a todo o hospital.
Verificou-se, também, uma evolução positiva da percentagem de doentes submetidos à identificação
do risco nutricional até às primeiras 48h após a admissão hospitalar, sendo que a média nacional, no
ano de 2020, foi de 27%.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 33


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Figura 1. Acesso e utilidade das orientações produzidas pela DGS na área da alimentação no
contexto da COVID-19

Fonte: Inquérito online realizado pela DGS às unidades hospitalares do SNS - dados recolhidos em junho 2020.

Quadro 2. Indicadores de desempenho dos hospitais relativos à implementação das ferramentas


da identificação do risco nutricional previstos no Despacho n.º 6634/2018, de 6 de julho.

Indicadores de desempenho Janeiro - Julho 2019* Agosto - Dezembro 2019* Janeiro - Agosto 2020*

% doentes submetidos a rastreio para a


10,95% 24,73% 26,53%
identificação do risco nutricional na
(29 449 doentes rastreados de (47 867 doentes rastreados de (74 062 doentes rastreados de
admissão até às primeiras 48 h após a
268 852 doentes admitidos) 193 534 doentes admitidos) 279 213 doentes admitidos)
admissão

26,36% 28,83% 32,09%


% doentes em risco nutricional (592 doentes com intervenção (3 799 doentes com intervenção (6 209 doentes com intervenção
submetidos a intervenção nutricional nas nutricional às 24 h após nutricional às 24 h após nutricional às 24 h após
24 h após a sinalização sinalização de 2 246 doentes sinalização de 13 178 doentes sinalização de 19 351 doentes
com risco nutricional) com risco nutricional) com risco nutricional)

25,49% 28,92% 25%


% doentes em idade pediátrica
(182 doentes em idade (544 doentes em idade pediátrica (546 doentes em idade
classificados com risco nutricional que
pediátrica submetidos a submetidos a intervenção pediátrica submetidos a
foram submetidos a intervenção
intervenção nutricional de 714 nutricional de 1 881 doentes em intervenção nutricional de 2 184
nutricional
doentes em risco nutricional) risco nutricional) doentes em risco nutricional)

51,11%
46,61% 44,06%
% doentes em idade adulta (8 774 doentes em idade
(714 doentes em idade adulta (4 978 doentes em idade adulta
classificados com risco nutricional adulta submetidos a
submetidos a intervenção submetidos a intervenção
que foram submetidos a intervenção intervenção nutricional de
nutricional de 1 532 doentes nutricional de 11 298 doentes
nutricional 17 167 doentes em risco
em risco nutricional) em risco nutricional)
nutricional)

* Janeiro a Julho de 2019 (período pré-implementação das ferramentas de avaliação do risco nutricional no SClínico Hospitalar) | Agosto a Dezembro de
2019 e Janeiro a Agosto de 2020 (período pós-implementação das ferramentas de avaliação do riso nutricional no SClínico Hospitalar)
Fonte: BI hospitalar, internamento, SPMS (data de extração dos dados - 14 set 2020).

Tendo-se antecipado que a pandemia COVID-19 podia ter impacto nos hábitos alimentares da
população portuguesa, o PNPAS, em parceria com o Programa Nacional para a Promoção da
Atividade Física (PNPAF), desenvolveu um estudo com o objetivo de conhecer os comportamentos

34 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

alimentares e de atividade física dos portugueses em contexto de contenção social, para combate à
pandemia de COVID-193.

Prosseguindo o esforço que tem vindo a ser realizado no sentido de se obter informação regular
sobre o consumo alimentar na população portuguesa, o PNPAS conduziu um estudo, durante o
período 1 a 17 de setembro de 2020, com o objetivo de avaliar os conhecimentos da população
portuguesa sobre a dieta mediterrânica, bem como a adesão a este padrão alimentar.

No contexto da pandemia COVID-19, foi necessária uma marcada intervenção por parte do
PNPAS, que desenvolveu um modelo organizacional para a resposta nutricional no contexto da
COVID-19, que se encontra organizado em grandes níveis de intervenção. Estes, refletem as
prioridades identificadas nesta área, sendo que a intervenção nutricional proposta se enquadra, quer
no âmbito da prevenção e redução do risco (níveis 1 e 2), quer no âmbito do tratamento da COVID-
19 (3º e último nível).

Para todos os níveis identificados e propostos neste modelo organizacional, o PNPAS


desenvolveu e publicou um conjunto alargado de orientações no contexto da intervenção alimentar
e nutricional na COVID-19: orientações para uma alimentação saudável no contexto das medidas de
prevenção da propagação da COVID-19; orientações para a otimização do estado nutricional dos
grupos de risco para a COVID-19 (e.g. idosos), e orientações para a terapia nutricional de doentes
com COVID-19. Foram também desenvolvidos documentos sobre alimentação e hidratação para
doentes com COVID-19 em autocuidados e após-alta hospitalar.

Os dados obtidos através do inquérito nacional REACT-COVID realizado pela DGS em abril/maio de
2020 mostraram que 45,3% da população adulta portuguesa referiu ter tido acesso às
recomendações para uma alimentação saudável, desenvolvidas pela DGS no contexto da pandemia
COVID-19, dos quais 77,6% consideraram as recomendações “Úteis ou muito úteis” (Figura 2).

Figura 2. Acesso e utilidade das orientações produzidas pela DGS na área da alimentação no
contexto da COVID-19

Fonte: DGS, REACT-COVID, 2020

3 Estudo REACT-COVID)

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 35


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

2.2. Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física

O Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física tem como propósito alcançar uma
população residente em território nacional com baixos níveis de inatividade física em todo o ciclo de
vida. Este desígnio terá de ser alavancado por níveis elevados de literacia física e inserido num
ambiente físico e sociocultural facilitador de estilos de vida fisicamente ativos e menos sedentários
nos seus diferentes contextos.

Assim, a atuação do PNPAF desenvolve-se a quatro níveis:

1. Comunicação e sensibilização: procurando promover a sensibilização, a literacia física e a


prontidão de toda a população face à prática de atividade física regular e redução do tempo
sedentário;

2. Sistema e serviços de saúde: procurando promover a generalização da avaliação,


aconselhamento e referenciação da atividade física nos cuidados de saúde primários;

3. Ambientes e contextos de vida: procurando incentivar ambientes promotores da atividade


física nos espaços de lazer, no trabalho, nas escolas, nas universidades, nos transportes e nos
demais contextos de vida, valorizando e divulgando as boas práticas na área da promoção da
atividade física;

4. Vigilância e monitorização: procurando a promoção da vigilância e monitorização na área da


atividade física, designadamente no âmbito da tomada de decisão e definição de ações e
políticas informadas.

Medidas e resultados atingidos em 2020


A promoção da atividade física através dos sistemas e serviços de saúde, nomeadamente ao nível
dos cuidados de saúde primários, é fortemente recomendada a nível internacional. Com efeito, ao
nível do Plano de Ação Global para a Atividade Física 2018-2030 da OMS, já havia sido considerada
como estratégia custo-efetiva, a implementação de modelos de avaliação sistemática da atividade
física e aconselhamento breve nos cuidados de saúde primários, articulando os cuidados de saúde
prestados neste âmbito com os recursos de atividade física da comunidade e promovendo a
capacitação dos profissionais de saúde para o aconselhamento nesta área.

Do mesmo modo, a capacitação dos profissionais de saúde para a promoção da atividade física
dos utentes, nomeadamente ao nível dos CSP, é uma ação fortemente recomendada.

No SNS, e com especial ênfase nos cuidados de saúde primários, a avaliação do nível de atividade
física, bem como o aconselhamento breve a este nível realizado pelos profissionais de saúde, é agora
possível com o apoio de ferramentas digitais desenvolvidas especificamente para o efeito, com base
em princípios e técnicas validadas de modificação comportamental, disponíveis no SClínico –
Cuidados de Saúde Primários e na Prescrição Eletrónica Médica desde o final de 2017.

36 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

A monitorização periódica da utilização destas ferramentas pelos profissionais de saúde revela


uma evolução bastante positiva dos dados ao longo do tempo. Ao nível da ferramenta digital de
avaliação do nível de atividade física, disponível no SClínico – Cuidados de Saúde Primários, a última
monitorização4 efetuada aponta para (Gráfico 3):

• Uma proporção de utentes dos CSP avaliados correspondente a 1.967 por 100 mil utentes
em todo o país, até dezembro de 2020 (dados acumulados);

• Em média, 1 em cada 100 utentes inscritos nos CSP foi avaliado quanto aos seus níveis de
atividade física e comportamento sedentário (ARS Norte: 1,5%; ARS Centro: 1,8%; ARS LVT:
1,0%; ARS Alentejo: 1,1%; ARS Algarve: 1,0%);

• Tendo em conta que existem utentes cujos níveis de atividade física e comportamento
sedentário são monitorizados mais regularmente (i.e. utentes avaliados mais do que uma vez
desde a disponibilização da ferramenta em 2017), o volume total de consultas de CSP em que
foi realizada a avaliação e registo dos níveis de atividade física e comportamento sedentário
dos utentes foi de 200.780, sendo as consultas de enfermagem as que representam a maior
fração deste valor (Gráfico 4).

Gráfico 3. Número de utentes (por 100.000) dos CSP do SNS com registo do nível de atividade
física e comportamentos sedentários no sistema informático SClínico - Cuidados de Saúde
Primários
3 000

2 500
1 967
2 000 1 736

1 500
928
1 000

500 289

0
ago/17 mai/18 dez/18 jun/19* dez/20

*Valor retificado face ao valor apresentado para março 2020


Fonte: DGS

4A última monitorização, aqui descrita, corresponde aos dados existentes a 31 de março de 2020. Na ausência da disponibilização de dados de
monitorização a 31 de dezembro de 2019, foram utilizados aqueles que remetem à data mais próxima, neste caso, os do primeiro trimestre do
ano seguinte – 31 de março de 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 37


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 4. Número de consultas dos CSP do SNS (e respetiva tipologia) com registo do nível de
atividade física e comportamentos sedentários no sistema informática SClínico - Cuidados de
Saúde Primários
250 000

200 780
200 000

150 000 135 063

100 000
59 457
50 000

6 260
0
Enfermagem Medicina Geral e Nutrição N.º Total de consultas
Familiar em que a atividade
Fonte: DGS física dos utentes foi
avaliada

Os níveis de atividade física e comportamento sedentário registados revelam que, aquando da


primeira avaliação:

• 33,1% dos utentes avaliados atingia a recomendação de prática de, pelo menos, 150 minutos
semanais de atividade física de intensidade moderada;

• A mediana de prática de atividade física de intensidade moderada por parte dos utentes
avaliados é de 60 minutos por semana, sendo inferior nas mulheres (60 minutos)
comparativamente com os homens (90 minutos);

• O volume de atividade física semanal diminui com o aumento da idade: a prevalência de


utentes que não pratica qualquer atividade física de intensidade moderada (semáforo
vermelho) aumenta com a idade, sendo que a prevalência de utentes que pratica, pelo menos,
150 minutos por semana (semáforo verde) varia de forma oposta (Gráfico 5);

• A atividade física de intensidade moderada é praticada com uma frequência de


aproximadamente 2 vezes por semana, em períodos de 20 minutos de duração, sendo essa
duração superior nos homens (mediana = 30 minutos), comparativamente com as mulheres
(mediana = 20 minutos);

• Em termos de comportamento sedentário diário, para todas as categorias etárias, cerca de


metade da população reportou passar 4 ou mais horas sentado por dia, constituindo este um
fator independente de risco para a saúde (Gráfico 6).

38 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 5. Proporção (%) de utentes em cada uma das categorias do semáforo de prática de
atividade física moderada, por grupo etário, avaliado através da ferramenta digital do SClínico -
Cuidados de Saúde Primários (“semáforo” verde vs. amarelo vs. vermelho)

Semáforo verde: ≥ 150 min/semana Semáforo amarelo: 1 - 149 min/semana


Semáforo vermelho: 0 min/semana

50
44,1
45 42,4

40 38,5

34,4
35 32,3
29,2
30 27,1 26,7
25,3
25

20

15

10

0
15 - 29 anos 30 - 69 anos 70 ou mais anos

Fonte: DGS

Gráfico 6. Proporção (%) de utentes em cada uma das categorias do semáforo de comportamento
sedentário (tempo sentado diário), por grupo etário, avaliado através da ferramenta digital do
SClínico - Cuidados de Saúde Primários (“semáforo” verde vs. amarelo vs. vermelho)

Semáforo verde: ≤ 3 horas/dia Semáforo amarelo: 4 - 6 horas/dia Semáforo vermelho: ≥ 7 horas/dia

60
55

49,5
50
42,3

40 36,9

30,2
30 26,7
23,8
20,8
20
14,8

10

0
15 - 29 anos 30 - 69 anos 70 ou mais anos

Fonte: DGS

A capacitação contínua dos profissionais de saúde, no âmbito da prestação dos cuidados de


saúde segundo as melhores práticas é uma área de intervenção identificada no Plano Estratégico da

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 39


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

DGS | 2020-2022, permitindo “tomar decisões mais conscientes e informadas, de acordo com as
melhores orientações, bem como exercer a sua prática da melhor forma possível ”.

Neste contexto, a evidência científica mais atual na área da promoção da atividade física
identifica o aconselhamento breve em contexto de consulta de rotina como uma das intervenções
mais custo-efetivas para a promoção da atividade física dos utentes. Especificamente, a capacitação
dos profissionais de saúde no âmbito do aconselhamento breve para a atividade física nos seus
utentes, em contexto de consulta de rotina, é uma necessidade identificada no contexto dos cuidados
de saúde e constitui uma recomendação evidente no Plano de Ação Global para a Atividade Física
2018-2030 da OMS, num contexto de reforço da promoção da atividade física como parte dos
cuidados de saúde universais.

A aposta em formatos e-learning possibilita formar mais profissionais de saúde, nas diferentes
regiões do país, num espaço de tempo mais curto, razão pela qual se desenvolveu, em colaboração
com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, o curso e-learning “Promoção do Aconselhamento Breve
para a Atividade Física no Serviço Nacional de Saúde”.

Este curso baseia-se num modelo de formação de formadores que visa, primariamente, capacitar
os psicólogos com atuação direta nos CSP do SNS para intervir formativamente junto de outros
profissionais de saúde nos princípios comunicacionais facilitadores da mudança comportamental. O
objetivo é potenciar o aconselhamento breve para a atividade física e a boa utilização de ferramentas
digitais de aconselhamento breve, atualmente disponíveis nos sistemas de informação de saúde do
SNS, a utilizar pelos profissionais de saúde com os seus utentes.

Em 2020 foram realizadas as três primeiras edições da formação que alcançaram 76% do
público-alvo inscrito (psicólogos com atuação direta no SNS), revelando o encontro a uma
necessidade sentida no terreno e a valorização atribuída pelos destinatários a este tipo de formação.
Para reedições futuras, estão atualmente a ser estudadas parcerias com outras ordens profissionais,
de forma a alargar a oferta formativa em formato e-learning, em aconselhamento breve para a
atividade física junto de outros profissionais da saúde.

A pandemia COVID-19 ditou alterações nos contextos da prática de atividade física da população,
a níveis muito distintos, desde modificações da oferta e contextos de prática anteriormente
existentes a alterações ao nível dos determinantes das práticas mais individuais, especialmente nos
períodos de confinamento obrigatório.

No sentido de promover a prática de atividade física e a redução ou interrupção do


comportamento sedentário da população em contexto de isolamento social, o PNPAF desenvolveu
orientações de apoio à prática de atividade física no domicílio. Estas orientações, e infografias, foram
disseminadas nos canais digitais da DGS e no website do PNPAF em março de 2020, ficando
disponíveis para livre download, em www.covid19.min-saude.pt e www.pnpaf.pt.

40 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Dados do inquérito nacional REACT-COVID realizado pela DGS em abril/maio de 2020,


mostraram que 55,2% da população adulta portuguesa referiu ter tido acesso a estas recomendações,
dos quais 69,3% as consideraram “Úteis ou muito úteis” (Gráficos 7 e 8).

Gráfico 7. Acesso às orientações produzidas pela DGS na área da atividade física no contexto de
confinamento ou isolamento social (percentagem da população adulta)

100,0%

90,0%

80,0%

70,0%

60,0% 55,2%

50,0% 44,8%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Sim Não
Fonte: DGS

Gráfico 8. Utilidade das orientações produzidas pela DGS na área da atividade física no contexto
de confinamento ou isolamento social (percentagem da população adulta que referiu ter tido
acesso às orientações)

100,0%

90,0%

80,0%
69,3%
70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%
16,9%
20,0% 13,8%
10,0%

0,0%
Não sei ao certo Pouco ou nada Úteis ou muito
úteis úteis

Fonte: DGS

2.3. Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo

O Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo foi criado em 2012.

Com o intuito de aumentar a esperança de vida saudável da população portuguesa e reduzir as


desigualdades em saúde, o PNPCT assume como principais objetivos até 2020:

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 41


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

1. Reduzir a prevalência de fumadores na população com 15 ou mais anos para um valor


inferior a 17%.
2. Travar o aumento do consumo de tabaco nas mulheres.
3. Eliminar a exposição ao fumo ambiental do tabaco.
4. Reduzir as desigualdades na proporção de fumadores entre as regiões do país.

Medidas e resultados atingidos em 2020


Segundo as últimas estimativas disponibilizadas pelo Institute for Health Metrics and Evaluation
(IHME, 2020), em 2019 morreram em Portugal mais de 13 mil pessoas por doenças atribuíveis ao
tabaco, das quais cerca de 1.770 por exposição ao fumo passivo.5

Nesse ano, estima-se que o tabaco tenha contribuído para 19,1% dos óbitos por cancro, 32,6%
dos óbitos por doença respiratória crónica, 8,5% dos óbitos por doenças cérebro-cardiovasculares,
9,8% dos óbitos por diabetes mellitus tipo 2 e 14,0% das mortes por infeções respiratórias do trato
inferior (IHME, 2020).

Dados dos dois últimos Inquéritos Nacionais de Saúde (INS), revelam que a prevalência de
população residente, com 15 ou mais anos, fumadora, diminuiu 3 pontos percentuais, passando de
20% em 2014 para 17% em 2019. Esta última percentagem engloba os produtos de tabaco aquecido,
que entraram no mercado nacional em novembro de 20156.

Em 2014, a percentagem de mulheres fumadoras residentes em Portugal em 2014 era de 13,2%,


enquanto no último INS, de 2019, a percentagem de mulheres fumadoras diminuiu para 10,9%. 7

Relativamente à população com 15 ou mais anos, em 2019, cerca de 7,7% da população


residente disse estar exposta diariamente ao fumo ambiental, valor ligeiramente inferior ao
registado em 2014 (8,6%)8. Assim, o cumprimento deste objetivo ficou aquém do desejado.

De acordo com os últimos dados do INE, houve uma diminuição da proporção de fumadores em
todas as regiões do país (incluindo as regiões autónomas). Porém, permanecem algumas assimetrias
regionais: a Região Autónoma dos Açores apresentou a percentagem de fumadores mais elevada
(23,4%) e a Região Centro, a mais baixa (15,0%). É de notar, contudo, que para uma melhor
apreciação do cumprimento deste objetivo será necessário dispor de taxas de prevalência
patronizadas por regiões.9

5Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME). GBD Compare Data Visualization. Seattle, WA: IHME, University of
Washington, 2020. [Consult. 2021, 15 março]. Disponível em: https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/

6 Instituto Nacional de Estatística. Inquérito Nacional de Saúde 2019. (INE), Portugal, 2020 Portal do INE
7 Instituto Nacional de Estatística. Inquérito Nacional de Saúde 2019. (INE), Portugal, 2020 Portal do INE
8 Instituto Nacional de Estatística. Inquérito Nacional de Saúde 2019. (INE), Portugal, 2020:

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0008826&contexto=bd&selTab=tab2
9 Instituto Nacional de Estatística. Inquérito Nacional de Saúde 2019. (INE), Portugal, 2020:

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0010209&contexto=bd&selTab=tab2

42 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

A resposta à pandemia COVID-19 teve impacto no normal funcionamento dos cuidados de saúde,
o que se repercutiu no Programa de Apoio Intensivo à Cessação Tabágica. Assim, no ano 2020,
observou-se:

• Diminuição do número de locais de consulta (-35,3%);


• Diminuição do número de primeiras consultas (-51,7%) e do total de consultas realizadas (-
39,2%);
• Diminuição da dispensa de vareniclina, medicamento de prescrição médica obrigatória; em
resultado da diminuição da realização de consultas (-29,1%);
• Ligeiro aumento na dispensa às farmácias de medicamentos de substituição de nicotina, não
sujeitos a prescrição médica obrigatória (+2,6%).

Perante a situação pandémica, cada ARS adotou os seus modelos de organização, consoante a
disponibilidade de meios e recursos humanos. Diversos locais de consulta foram obrigados a
encerrar espaços físicos de consulta ou afetá-los a outros fins, alocando-se os respetivos profissionais
de saúde na resposta à fase aguda da pandemia.

Em 2020, estiveram em funcionamento 152 locais de consulta de apoio intensivo à cessação


tabágica, o que representou um decréscimo de 35,3% face a 2019. A diminuição do número de locais
de consulta foi mais acentuada nos cuidados de saúde primários do que a nível hospitalar. De acordo
com os dados fornecidos pelas ARS, em 2020 foram atendidos 6.129 utentes (primeiras consultas),
o que representou um decréscimo de 51,7% comparativamente com o ano anterior, conforme se
observa no quadro abaixo. A diminuição do número de utentes atendidos fez-se sentir em todas as
ARS, variando entre - 57,8 % no Algarve e - 39,0% no Alentejo. Algumas consultas apenas
mantiveram o acompanhamento de utentes já inscritos, não observando utentes de primeira vez.

Em 2020, foi realizado um total de 25.486 consultas de apoio intensivo à cessação tabágica em
cuidados de saúde primários e hospitalares, o que representou um decréscimo de 39,2% face a 2019
(Quadro 3).

Quadro 3. Evolução das consultas de apoio intensivo à cessação tabágica

Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Total de consultas 19 620 20 667 20 898 22 358 26 043 30 706 31 822 39 763 44 138 41 946 25 486 -39,2%

Primeiras consultas 4 917 5 778 6 959 5 631 7 527 8 563 7 134 11 493 13 010 12 702 6 129 -51,7%

Locais de consulta 181 161 127 118 131 152 180 218 228 235 152 -35,3%
Nota: Os dados referentes a 2018 e 2019 foram atualizados.
Fonte: Administrações Regionais de Saúde

Nos 152 locais de consulta que se mantiveram a funcionar, o atendimento foi realizado de modo
presencial em 62,8% das consultas realizadas, ou por meios à distância, como videoconferência ou
telefone.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 43


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Na ARS Norte, das 10.221 consultas realizadas, 5.813 foram presenciais (56,9%) e 4.408 por
meios telemáticos. Na ARS Centro, das 4.943 consultas, 3.712 foram realizadas presencialmente
(75,1%), 1.223 pelo telefone e 8 por videochamada. Na ARS LVT, das 9.108 consultas realizadas,
5.567 foram presenciais (61,6%) e 3.467 por meios telemáticos. Em 74 das consultas não foi possível
conhecer a modalidade de atendimento. Na ARS Alentejo, 4 dos 5 locais de consulta conseguiram
assegurar o funcionamento durante todo o ano. Só a consulta do Litoral Alentejano não funcionou no
segundo semestre. Das 491 consultas, 354 foram realizadas presencialmente (72,1%) e 137 por
meios telemáticos. A ARS Algarve optou pela realização de todas as primeiras consultas em regime
presencial. Do total de 723 consultas realizadas, 515 foram presenciais (71,2%) e 208 por meios
telemáticos.

Assim, conclui-se que a situação epidemiológica teve impacto tanto na procura de apoio á
cessação tabágica como na capacidade de resposta do SNS, em particular ao nível dos CSP, devido à
mobilização dos profissionais destas consultas para a resposta à COVID-19.

O recurso à utilização da ferramenta digital de apoio ao aconselhamento breve para a cessação


tabágica, disponibilizada em meados de 2017 no sistema de registo SClínico para a atividade dos CSP
(UCSP e USF modelos A e B), é ainda relativamente baixo.

A situação pandémica veio criar dificuldades na realização de ações de sensibilização e formação


dos profissionais de saúde para a utilização daquela ferramenta. Por outro lado, também não
permitiu dar seguimento ao processo de informatização do Programa de Apoio Intensivo – Consultas
de Cessação Tabágica nos CSP – no sentido da correção das desconformidades ainda existentes, bem
como iniciar a informatização do Programa de Apoio Intensivo no SClínico Hospitalar, processo este
que se encontra suspenso desde abril de 2020. Nos dados relativos ao mês de dezembro de 2020,
55,8% dos utentes com 15 ou mais anos tinham registo dos seus hábitos tabágicos, valor ligeiramente
inferior ao observado no mês homólogo de 2019, (57,9%), conforme quadro infra.

Quadro 4. Proporção (%) de utentes com 15 ou mais anos com registo de hábitos tabágicos
últimos 2 anos (Portugal | dezembro 2019 – dezembro 2020)

Tipo de UF Totais por ARS


Total
Mês/Ano
ARS ARS ARS ARS Nacional
UCSP USF-A USF-B ARS LVT
Norte Centro Alentejo Algarve

Dezembro 2020 40,6 57,7 69,4 69,5 52,3 46,1 51,5 38,9 55,8

Dezembro 2019 42,1 59,4 73,4 72,4 53,1 48,9 53,9 36,7 57,9

Fonte: ACSS: Sistema de Informação e Monitorização do Sistema Nacional de Saúde (SIM@SNS), (2020). Disponível em: https://bicsp.min-
saude.pt/pt/investigacao/Paginas/Matrizindicadorescsp_publico.aspx?isdlg=1

Em 2020 o registo no sistema SClínico das intervenções breves de aconselhamento para a


cessação tabágica em utentes fumadores com 15 ou mais anos, foi a de 0,7%, valor ligeiramente
superior ao observado em dezembro de 2019 (0,6%), conforme quadro seguinte.

44 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Quadro 5. Proporção (%) de utentes com 15 ou mais anos com aconselhamento breve para a
cessação tabágica (Portugal | dezembro 2019 – dezembro 2020)

Tipo de UF Totais por ARS


Total
Mês/Ano
ARS ARS ARS ARS Nacional
UCSP USF-A USF-B ARS LVT
Norte Centro Alentejo Algarve

Dezembro 2020 0,3 0,8 0,9 0,9 0,6 0,7 0,2 0,6 0,7

Dezembro 2019 0,5 0,7 0,7 0,7 0,6 0,7 0,4 0,7 0,6

Fonte: ACSS: Sistema de Informação e Monitorização do Sistema Nacional de Saúde (SIM@SNS), (2020). Disponível em: https://bicsp.min-
saude.pt/pt/investigacao/Paginas/Matrizindicadorescsp_publico.aspx?isdlg=1

Em dezembro de 2020, a proporção de fumadores com registo no sistema SClínico de uma


tentativa de cessação tabágica após uma intervenção breve de aconselhamento no último ano foi de
12,1%, valor superior ao observado em 2019 (8,1%), o que pode traduzir uma maior motivação dos
utentes para deixarem de fumar, conforme se observa na tabela infra.

Quadro 6. Proporção (%) de fumadores com tentativa de cessação tabágica após intervenção
breve (Portugal | dezembro 2019 – dezembro 2020)

Tipo de UF Totais por ARS


Total
Mês/Ano
ARS ARS ARS ARS Nacional
UCSP USF-A USF-B ARS LVT
Norte Centro Alentejo Algarve

Dezembro 2020 16,6 11,5 11,2 11,3 15,6 12,0 14,8 6,8 12,1

Dezembro 2019 6,8 8,0 8,9 5,8 15,1 9,2 1,9 8,6 8,1

Fonte: ACSS: Sistema de Informação e Monitorização do Sistema Nacional de Saúde (SIM@SNS), (2020). Disponível em: https://bicsp.min-
saude.pt/pt/investigacao/Paginas/Matrizindicadorescsp_publico.aspx?isdlg=1

O uso de medicação associado ao aconselhamento breve pode aumentar de modo significativo o


sucesso das tentativas para deixar de fumar, sendo, pois, recomendado. Também neste indicador se
observou, em 2020, um decréscimo relativo no registo desta atividade face ao ano anterior (- 22,6%).

Quadro 7. Proporção (%) de fumadores medicados após intervenção breve (Portugal | dezembro
2019 – dezembro 2020)

Tipo de UF Totais por ARS


Total
Mês/Ano
ARS ARS ARS ARS Nacional
UCSP USF-A USF-B ARS LVT
Norte Centro Alentejo Algarve

Dezembro 2020 71,3 47,3 51,8 55,3 54,3 49,6 65,2 36,4 53,3

Dezembro 2019 73,4 68,1 67,4 67,8 64,3 71,5 77,8 72,0 68,9

Fonte: ACSS: Sistema de Informação e Monitorização do Sistema Nacional de Saúde (SIM@SNS), (2020). Disponível em: https://bicsp.min-
saude.pt/pt/investigacao/Paginas/Matrizindicadorescsp_publico.aspx?isdlg=1

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 45


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Com base nos dados disponibilizados pelo INFARMED IP, em 2020, a dispensa de medicamentos
antitabágicos comparticipados, colocados nas farmácias pelos grossistas/armazenistas em Portugal
Continental, registou uma quebra (-29,1%) no número de embalagens de vareniclina,
comparativamente com o ano anterior.

O bupropiom total, com indicação no tratamento de situações de depressão não


necessariamente relacionadas com o tabagismo, registou um aumento de 5,9%. Os medicamentos de
substituição de nicotina são de venda livre, tendo registado um aumento de 2,6% no número de
embalagens dispensadas em 2020, comparativamente com o ano anterior, conforme apresentado no
quadro seguinte.

Quadro 8. Evolução da dispensa de medicamentos de apoio à cessação tabágica nas farmácias em


Portugal Continental

N.º de Embalagens
Var.
Medicamento
2020/2019
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Bupropiom total* 199,3 205,0 230,6 246,0 261,8 262,2 297,1 334,3 354,0 5,9%

Nicotina 124,8 97,7 75,4 69,0 105,4 116,4 116,9 117,8 120,9 2,6%

Vareniclina 31,5 29,9 26,6 29,1 33,2 64,3 69,1 67,3 47,7 -29,1%

Total 355,6 332,6 332,7 344,1 400,4 442,9 483 519,4 522,6 0,6%

Nota: os dados são fornecidos pela IQVIA e referem-se aos medicamentos colocados nas farmácias pelos grossistas / armazenistas, durante o período de 1
de janeiro a 31 de dezembro de 2020, em Portugal Continental. Neste universo não foram incluídos os medicamentos relativos ao meio hospitalar.
* Os dados referem-se à totalidade de medicamentos contendo bupropiom, incluindo o Zyban®, o único medicamento de bupropiom com indicação
terapêutica na cessação tabágica.
Fonte: INFARMED IP, 2013-2021.

Nos dados fornecidos pelo Centro de Controlo e Monitorização do SNS, entre 2019 e 2020, a
dispensa de medicamentos comparticipados e dispensados em regime de ambulatório aos utentes
do SNS, em Portugal Continental, registou um aumento de 6,5 % no número de embalagens
dispensadas no que se refere ao bupropiom total e um decréscimo de 29,0 % no que se refere à
vareniclina. Nesta análise não foram incluídos os medicamentos relativos ao meio hospitalar 10.

2.4. Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos


Antimicrobianos

O Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos Antimicrobianos


(PPCIRA) tem como objetivo geral a redução das infeções associadas aos cuidados de saúde assim
como das resistências aos antimicrobianos.

10 INFARMED IP, 2021

46 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

O PPCIRA tem como visão coordenar e orientar as estruturas e iniciativas que, em todo o país,
procuram minimizar taxas de infeções associadas aos cuidados de saúde e de resistências aos
antimicrobianos.

Os objetivos do PPCIRA para 2020 eram os seguintes:

1. Melhorar a qualidade da prescrição de antibióticos;

2. Controlar a taxa de resistência da Klebsiella pneumoniae aos carbapenemos;

3. Melhorar a prevenção e controlo de infeção nas unidades de saúde;

4. Melhorar a aquisição de indicadores e o seu feedback às unidades de saúde, em termos de


infeções associadas a cuidados de saúde, de consumo de antimicrobianos e de incidência de
microrganismos resistentes;

5. Melhorar a literacia e o conhecimento em prevenção e controlo de infeção e resistências a


antimicrobianos.

Medidas e resultados atingidos em 2020


Em 2020, o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos,
coordenou as atividades de prevenção e controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde, das
resistências aos antimicrobianos e da promoção do uso racional dos antibióticos, nas Unidades de
Saúde.

Na Estratégia Multimodal das Precauções Básicas de Controlo de Infeção (EM-PBCI) que engloba
três módulos de monitorização: Higiene das Mãos, Uso de Luvas e Auditoria global de Qualidade (10
componentes das PBCI), verificou-se ligeira redução da adesão global das Unidades de Saúde à
referida monitorização (172 em 2018 para 160 em 2019). A taxa global de cumprimento do primeiro
momento de higiene das mãos passou de 67,98% em 2018, para 68,02% em 2019. Nas Auditorias de
Qualidade Global dos processos e das estruturas ao cumprimento das Precauções Básicas em
Controlo de Infeção, registou-se o mesmo valor da adesão global - 87,3%. Monitorização do Uso de
Luvas: A taxa global de cumprimento dos critérios de uso de luvas aumentou (de 86,4% em 2018
para 87,19% em 2019).

Verificou-se uma tendência de melhoria de resultados em algumas tipologias de infeções


associadas a cuidados de saúde, nomeadamente na densidade de incidência de pneumonia associada
à intubação em unidades de cuidados intensivos de adultos e neonatais e de bacteriemia associada a
cateter venoso central.

Na vigilância de infeções do local cirúrgico (ILC) cumpriram-se os compromissos com o ECDC


para a monitorização de colecistectomias, cirurgias de cólon e reto, cesarianas, artroplastias da anca
e do joelho, laminectomias e os procedimentos associados a bypass coronário, verificando-se um
aumento na monitorização dos atos cirúrgicos e diminuição da incidência cumulativa de ILC (4,3 por

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 47


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

100 atos cirúrgicos). Verificou-se uma melhoria da taxa de ILC de cirurgias ortopédicas (artoplastia
do joelho e anca 19% e 42%, respetivamente) e cesarianas (6% entre 2018-2019). No entanto, é
necessário investir na prevenção de infeção das cirurgias de colon/reto, cuja previsão de tendência
a 2022, é de aumento (19.5% ± 1.5 IC 95%).

O consumo hospitalar de carbapenemos manteve a sua tendência decrescente dos últimos 5


anos, com variação de 12% em períodos homólogos janeiro/setembro 2019-2020. Tem-se verificado
marcada, progressiva e sustentada redução do consumo de quinolonas, classe de antibióticos muito
indutora de resistências, entre os anos de 2013 e 2018. Em 2019 o consumo de quinolonas na
comunidade manteve a tendência decrescente dos últimos 5 anos, com variação de 21%, entre
janeiro e setembro 2019-2020. Assiste-se a uma melhoria global das resistências a antibióticos dos
principais microrganismos estudados, exceto Enterobacterales com suscetibilidade diminuída aos
carbapenemos, que tem vindo a aumentar, necessitando de uma ação concertada para a sua redução
a nível nacional. Registou-se uma diminuição da taxa de MRSA, confirmando a tendência de descida
verificada desde 2014.

No âmbito do Projeto EU-JAMRAI “Joint Action on Antimicrobial Resistance and Healthcare-


Associated Infections”, o PPCIRA desenvolveu duas áreas de trabalho: Prevenção e controlo de
infeção (WP6.1) e Resistências aos antimicrobianos (WP7). Devido à pandemia, o projeto Estrutura
Universal de Controlo de Infeção (EUCI), será desenvolvido em 2021, através de ações de formação
dirigida aos hospitais selecionados na amostra (regional, hospitais de nível III).

Na área da formação, foram desenhados protocolos de colaboração com o Grupo Infeção e


Sepsis, Escola Nacional de Saúde Publica e foi proposta atribuição de Selo de Qualidade PPCIRA a
programas formativos avaliados como excelentes pelo nosso Programa.

No âmbito da resposta à COVID-19, o PPCIRA participou ativamente na Task force COVID-19


com elaboração e revisão de diversas orientações e normas, parecer sobre o Projeto de Resolução nº
355/XIV/1ª - Acesso dos profissionais de saúde a Equipamento de Proteção Individual, colaboração
no Draft: ECDC document on conducting in-action and after-action reviews of the public health
response to COVID-19, resposta continuada ao Ministério da Saúde, Profissionais de Saúde e
Cidadãos, em pareceres, ação de formação para membros das Embaixadas. Participação no Grupo de
Trabalho para definição das especificações técnicas de EPI; integração da equipa da Reserva
Estratégica de EPI; participação no grupo de trabalho para o desenvolvimento e revisão de
orientações sobre as coberturas faciais comunitárias e nas unidades de saúde; participação no grupo
de trabalho para elaboração de orientações sobre Vacinação; desenvolvimento de orientações para
as Eleições Presidenciais, em parceria entre a DGS e a Comissão Nacional de Eleições.

Relativamente ao consumo de antimicrobianos nas unidades de saúde e na comunidade,


destaca-se, entre 2018 e 2019, e em ambulatório, o aumento do consumo de antimicrobianos na
comunidade em 0,2 p.p. (de 17,7 para 17,9) DHD do grupo ATC J01 (antibióticos de utilização
sistémica). Também neste período, no ambulatório, salienta-se a redução do consumo de

48 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

fluoroquinolonas em 0,2 p.p. (de 1,7 para 1,5 DHD) e da proporção de cefalosporinas de 3.ª geração
(no total de antibióticos) de 0,006 p.p. (de 0,015 para 0,009 DHD). Relativamente aos Consumos de
Antimicrobianos a nível hospitalar, entre 2018-2019 assinala-se uma redução em 8% no consumo
de carbapenemes em 0,006 p.p. (de 0,081 para 0,075 DHD).

2.5. Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares

Desde a sua criação, em 2012, o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares


(PNDCCV) tem como objetivos essenciais, os seguintes:

1. Monitorizar os indicadores adequados para uma permanente avaliação do impacto das


doenças cérebro e cardiovasculares na população portuguesa.
2. Monitorizar os indicadores relacionados com a utilização de recursos relacionados com estas
patologias.
3. Promover programas de prevenção, tratamento e reabilitação das doenças cérebro e
cardiovasculares, com particular incidência em áreas consideradas prioritárias.
4. Monitorizar e aprofundar estratégias organizativas designadas como “Vias Verdes”, criando
sistemas de informação integrados que contemplem as vertentes pré-hospitalar e hospitalar.
5. Criar sistemas de avaliação do impacto de novos métodos de diagnóstico e terapêutica no
domínio do Programa Nacional.

O PNDCCV tinha as seguintes metas para 2020:

1. Reduzir a mortalidade prematura (<70 anos) por doença cerebrovascular para valores de
taxa de mortalidade padronizada inferiores a 8,5 óbitos por 100 mil habitantes, ou número
de óbitos por ano inferior a 1.000.
2. Reduzir a mortalidade prematura (<70 anos) por doença isquémica cardíaca para valores
de taxa de mortalidade padronizada inferiores a 8,5 óbitos por 100 mil habitantes, ou
número de óbitos por ano inferior a 1.000.
3. Reduzir a mortalidade intra-hospitalar por Enfarte Agudo do Miocárdio para 7% com
número de óbitos anual inferior a 950.
4. Aumentar o número de angioplastias primárias no Enfarte Agudo do Miocárdio para 470 por
milhão de habitantes.
5. Aumentar o número de casos submetidos a terapêutica fibrinolítica ou reperfusão
endovascular no Acidente Vascular Cerebral para 1.800 casos por ano.
6. Reduzir o consumo de sal entre 3% a 4% ao ano na população, durante os próximos 4 anos
– meta comum ao PNPAS.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 49


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Medidas e resultados atingidos em 2020


Em 2019, último ano com dados disponíveis, verificou-se uma ligeira diminuição no número de
óbitos por doenças cerebrovasculares (2,1%), bem como por doenças isquémicas do coração (2,2%),
em relação a 2018, conforme se demonstra nos quadros seguintes.

Quadro 9. Evolução dos indicadores de mortalidade por doenças cerebrovasculares


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Número de óbitos (todas as idades) 13 867 12 690 13 020 11 752 11 296 11 271 11 213 10 799 10 728 10 507

Número de óbitos (<70 anos) 1 420 1 342 1 349 1 257 1 220 1 153 1 144 1 076 1 156 1081

Taxa de mortalidade padronizada <70 anos 13,2 12,3 12,2 11,3 10,9 10,1 10,0 9,3 9,9 9,2

Fonte: DGS com base em dados do INE

Quadro 10. Evolução dos indicadores de mortalidade por doenças isquémicas do coração

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Número de óbitos (todas as idades) 7 082 6 582 6 605 6 526 6 966 6 853 6 887 6 861 6 816 6665

Número de óbitos (<70 anos) 1 314 1 259 1 200 1 229 1 635 1 606 1 587 1 684 1 593 1612

Taxa de mortalidade padronizada <70 anos 12,4 11,7 10,9 11,1 14,9 14,4 14,2 15,0 14,0 14,2

Fonte: DGS com base em dados do INE

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do vírus SARS-CoV-2, o que teve impacto nas
atividades programadas do PNDCCV.

O PNDCCV conseguiu, no entanto, obter a resposta aos questionários caracterizadores da


realidade das doenças cérebro-cardiovasculares junto das Instituições de Saúde, tendo
inclusivamente conseguido recuperar os dados referentes ao ano de 2018.

Na área das doenças cerebrovasculares foi possível criar um pequeno grupo de estudo que criou
uma primeira versão de guidelines para os Programas de Reabilitação Cerebrovascular. Estas
propostas foram elaboradas de acordo com as guidelines internacionais de reabilitação,
nomeadamente da AHA e as do Canadá de 2015. A sua forma de consensualização, divulgação e
implementação encontra-se em fase de análise.

2.6. Programa Nacional para a Diabetes

O Programa Nacional para a Prevenção e Controlo da Diabetes existe em Portugal desde a


década de setenta, sendo um dos mais antigos programas nacionais de saúde pública.

50 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Ao longo dos anos, o Programa foi sendo atualizado e revisto, mas as principais estratégias de
intervenção sempre visaram a introdução de modelos de boas práticas na gestão da diabetes focados
quer na deteção e tratamento precoces, quer na intervenção sobre as complicações da diabetes. É,
também, objetivo específico deste Programa a prevenção da diabetes, com particular enfoque nos
doentes com elevado risco de desenvolver diabetes e, consequentemente, nas alterações do estilo de
vida.

A diabetes é uma doença crónica e progressiva, tendo a sua prevalência vindo a aumentar, ao
ponto de ser considerada pela OMS como a pandemia do século XXI. Prevê-se que a diabetes possa
atingir, nos próximos 20 anos, mais de 10% da população mundial.

Portugal apresenta uma das prevalências de Diabetes mais elevadas da Europa. De acordo com
a estimativa da IDF, a prevalência Diabetes em Portugal, na população entre os 20 e os 79 anos, seria
de 14,2%, correspondendo a uma prevalência padronizada de 9,8% 11.

As principais estratégias de intervenção do Programa Nacional para a Diabetes (PND) visam a


introdução de modelos de boas práticas na gestão da Diabetes, focados na prevenção, deteção
precoce e tratamento da Diabetes Mellitus e as suas complicações.

O PND traçou as seguintes metas para o período 2017-2020:

1. Evitar o desenvolvimento de diabetes em 30 mil utentes de risco, identificados através de


calculadora de risco da doença e recorrendo a promoção de estilos de vida saudáveis;

2. Aumentar em 30 mil o número de novos diagnósticos de diabetes, contribuindo para o


diagnóstico precoce da doença.

3. Diminuir em 5% a mortalidade por diabetes antes dos 70 anos.

Para 2020 foram delineados objetivos em alguns setores considerados fundamentais:

1. Recolha e divulgação de dados de vigilância Epidemiológica relativos à Diabetes em Portugal,


nos últimos anos;

2. Promoção da avaliação do risco e diagnóstico da Diabetes tipo 2;

3. Promoção de estilos de vida saudáveis;

4. Diagnóstico precoce da Retinopatia Diabética;

5. Avaliação do Risco de Pé diabético e redução das amputações por Diabetes;

6. Aumento do acesso ao tratamento através de sistemas de Perfusão Subcutânea Contínua de


Insulina (PSCI);

11 International Diabetes Federation.. IDF Diabetes Atlas 9th edition, 2019.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 51


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

7. Promoção da qualidade no tratamento das Crianças e Jovens com Diabetes tipo 1 nas Escolas;

8. Reativação das Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes (UCFD).

Medidas e resultados atingidos em 2020


No período de 2018-2020 foram realizadas 2.430.953 avaliações do risco de Diabetes tipo 2 e,
em 2020, foram registados mais de 51.834 novos casos de diabetes, a nível dos Cuidados de Saúde
Primários.

Foram elaboradas, infografias e filmes para a promoção de estilos de vida saudáveis e as diversas
Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes (UCFD) das 5 ARS desenvolveram ações públicas
com este fim.

O rastreio da Retinopatia Diabética continua a ser uma prioridade para o PND, pois esta é uma
das principais complicações da diabetes e uma das grandes responsáveis de cegueira evitável nos
adultos. Em 2020, foi realizado rastreio a 102.487 doentes, com uma redução de cerca de 55% face a
2019 o que reflete o impacto da pandemia COVID-19, com a correspondente diminuição na taxa de
rastreio populacional que se situou nos 14% em 2020 (33% em 2019).

Quadro 11. Monitorização do Rastreio da Retinopatia Diabética de base populacional,


por ARS (2020)

ARS ARS ARS Total


ARS Norte ARS LVT
Centro* Alentejo Algarve Continente
Número de ACES/ULS com Rastreio 19 4 11 3 0 37

Total ACES/ULS 24 8 15 4 3 54

Cobertura Geográfica / ACES/ULS 79,2% 50,0% 73,3% 75% n.a. 68,5%

População Elegível 281875 132 321 239 195 48 699 n.a. 734405

Número de convidados 106 617 8 667 71 496 5 582 n.a. 192 362

Número de rastreados 67 255 6 673 25 670 2 889 0 102 487

Taxa Adesão ao Rastreio 63,1% 77,0% 35,9% 51,8% n.a. 53,3%

Taxa de Cobertura Populacional 337,8% 6,5% 29,9% 11,5% n.a. 26,2%

Taxa de Rastreio Populacional 23,9% 5,0% 10,7% 5,9% n.a. 14,0%

Número de casos positivos 3 449 841 722 106 n.a. 5 118

Percentagem de casos positivos 5,1% 12,6% 2,8% 3,7% n.a. 5,0%


Número de casos positivos enviados para
3 449 190 722 106 n.a. 4 467
consulta
Percentagem de casos positivos referenciados
100,0% 22,6% 100% 100,0% n.a. 87,3%
para Consulta
* Face à situação pandémica, o Rastreio de Retinopatia Diabética organizada teve alguns constrangimentos, pelo que as taxas de adesão,
cobertura e rastreio sofreram uma diminuição.
Fonte: Administrações Regionais de Saúde

52 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 9. Evolução do número de rastreios de retinopatia diabética efetuados

250 000
225 743
218 223
200 965
200 000
158 526
150 000
115 284 120 481
103 105 102 487
93 937 95 535
100 000

50 133
50 000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: Os dados referentes a 2019 foram atualizados e os de 2020 são provisórios.


Fonte: DGS

Relativamente à avaliação do risco de pé diabético, em 2020 foram realizadas 489.829


avaliações, correspondendo a 58,9% dos utentes com registo de diabetes, o que indica um
decréscimo de 17% (- 96.073 avaliações do pé nos CSP), comparativamente com o ano de 2019.

A promoção das boas práticas, qualidade e segurança constitui um dos objetivos do programa.
O tratamento através de sistemas de PSCI permite um melhor controlo glicémico, a redução dos
episódios de hipoglicemia e uma melhor qualidade de vida dos utentes com Diabetes tipo1. Até 2019,
foi alargado o acesso aos sistemas de PSCI, a todos os jovens elegíveis em idade pediátrica. Em 2020
foi alargada a cobertura dos utentes elegíveis em idade adulta. Nesse ano, foram adquiridos 523
dispositivos de PSCI e verificou-se um crescimento de 15% do número total de utentes em
tratamento com este tipo de sistema, em relação ao ano anterior.

Gráfico 10. Evolução do número de utentes com Diabetes tipo 1 em tratamento com PSCI

4 000
3 537
3 500
3 070
3 000
2 364
2 500
1 965
2 000
1 565
1 500 1 311
1 150
958
1 000 818
693
501
500

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: DGS

As Crianças e Jovens com Diabetes Mellitus tipo 1 necessitam da gestão adequada da


administração de insulina, da alimentação e da atividade física ao longo de todo o dia. Assim, é

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 53


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

fundamental o envolvimento da escola no tratamento, a capacitação das equipas de saúde escolar e


da comunidade escolar sobre a Diabetes tipo 1. Em 2019, foi publicado o Despacho nº 8297-C/201912,
que aprovou o regulamento de enquadramento do apoio às crianças e jovens com Diabetes Mellitus
tipo 1 na Escola e revisto o Plano de Saúde Individual para Crianças e Jovens com Diabetes tipo 1.
Também com o objetivo de otimizar o tratamento e garantir a saúde, inclusão e equidade das
Crianças e Jovens com Diabetes tipo 1 nas escolas, o PND elaborou com a colaboração de diversos
profissionais e de outros Programas Prioritários, o Manual de formação sobre Crianças e Jovens com
Diabetes Mellitus tipo 1, para apoio aos profissionais de Saúde e de Educação13, bem como material
de apoio para utilização nas escolas.

2.7. Programa Nacional para as Doenças Oncológicas

As doenças oncológicas têm um peso crescente na nossa sociedade, sendo, no nosso país, a
segunda causa de morte e a primeira antes dos 65 anos de idade. O cancro necessita de uma resposta
articulada por parte das diversas estruturas do SNS, desde a área da prevenção à do diagnóstico e à
do tratamento, obrigando à conjunção de esforços por diversas entidades.

O Programa Nacional para as Doenças Oncológicas (PNDO) tem como missão promover a
prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas garantindo a equidade e a
acessibilidade dos cidadãos.

O PNDO tinha como metas para 2020:

1. Promover a integração de cuidados entre cuidados de saúde primários e cuidados


hospitalares nas três patologias oncológicas.

2. Reduzir a percentagem de cirurgias oncológicas que ultrapassa o TMRG para menos de


10% até 2020.

3. Expandir a cobertura dos rastreios oncológicos de base populacional, a todo o território


nacional e aumentar taxas de cobertura geográfica até 2020:

a) Rastreio do cancro da mama: 100%.

b) Rastreio do cancro do colo do útero: 100%.

c) Rastreio do cancro do cólon e reto: 100%.

12 Gabinetes do Ministro da Educação e da Ministra da Saúde. Despacho n.º 8297-C/2019. Aprovação do regulamento de enquadramento do
apoio às crianças e jovens com Diabetes Mellitus tipo 1 na Escola. Diário da República n.º 179/2019, 1º Suplemento, Série II . 2019-09-18.
13 Programa Nacional para a Diabetes, Direção-Geral da Saúde. Ministério da Saúde. Crianças e Jovens com Diabetes Mellitus tipo 1. Manual de

Formação para Apoio aos Profissionais de Saúde e de Educação. 2019.

54 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Medidas e resultados atingidos em 2020


Os rastreios das doenças oncológicas de base populacional (mama, colo do útero e cólon e reto)
sofreram o impacto da pandemia COVID-19 em resultado da mobilização do SNS na resposta à
pressão causada pela COVID-19 na procura de cuidados de saúde. Prevê-se que em 2021 se
recuperem os atrasos ocorridos em 2020 e que em 2022 se atinjam as metas previstas de cobertura
geográfica de 100% por ACES para os três rastreios.

Em 2020 o rastreio do cancro da mama manteve a cobertura geográfica total em quatro ARS e
na RA Madeira e RA Açores.

No final de 2019 foi assinado um protocolo entre a ARSLVT e a LPCC no sentido de


implementar/alargar este rastreio a toda a região a partir de 2020, desígnio este que ficou
comprometido pela pandemia, mas cujo atraso se prevê se recupere em 2021, atingindo-se, em 2022,
os 100% de cobertura geográfica.

No âmbito deste rastreio foram convidadas 276.472 mulheres das quais 168.964 realizaram
mamografia de rastreio, tendo-se apurado uma taxa de cobertura geográfica por ACES de 77,8% em
Portugal Continental e uma taxa de adesão ao rastreio de 61,1%. Foram ainda realizadas 6.554
consultas de aferição e referenciados para o hospital 978 dos 984 casos positivos.

Gráfico 11. Número de mulheres convidadas e rastreadas (cancro da mama)

N.º mulheres convidadas N.º mulheres rastreadas

600 000
552 322
525 822
513 564
487 587 495 210
500 000
443 180
408 868
389 602
400 000 364 122
357 332
333 927
301 325
300 000 331 604 276 472
315 275
300 305 301 244
266 189
200 000 238 664 248 950
219 386
188 032 187 301
168 964
100 000
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: A informação relativa a 2018, 2019 e 2020 apenas inclui os valores de Portugal Continental. Os anos anteriores
incluem também os valores da Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Fonte: DGS – ARS, 2021

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 55


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 12. Taxas de cobertura geográfica e de adesão no âmbito do Rastreio do Cancro da Mama

Taxa Cobertura Geográfica Taxa Adesão

100%

80,0% 81,3% 79,6% 79,6% 77,8%


80%
72,0% 72,0%
67,7%
64,5%
62,4% 61,3%
58,1%
60% 63,7% 64,7%
54,8% 61,3% 61,8% 63,1%
60,3% 60,9% 60,1% 61,1%
58,5%
56,1%

40%

20%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: A informação relativa a 2018, 2019 e 2020 apenas inclui os valores de Portugal Continental. Os anos anteriores
incluem também os valores da Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Fonte: DGS – ARS, 2021

A taxa de cobertura geográfica do rastreio do cancro do colo do útero é de 100%, em Portugal


Continental.

Em 2020 foram convidadas 129.839 mulheres das quais 114.718 foram rastreadas, o que reflete
uma taxa de adesão ao rastreio de 88,4%, tendo sido identificadas em consultas de patologia cervical
hospitalar 6.625 lesões.

Gráfico 13. Número de mulheres convidadas e rastreadas (cancro do colo do útero)

N.º mulheres convidadas N.º mulheres rastreadas

300 000
283 368

243 736
250 000
208 209 214 125 252 584
199 820
190 745 187 095 221 143
200 000 181 465 185 335 175 955

181 220 181 959


150 000 131 394 129 839

134 796 138 342


122 668 122 571 116 408 114 718
100 000
102 388

50 000
51 920

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Nota: A informação relativa a 2018, 2019 e 2020 apenas inclui os valores de Portugal Continental. Os anos anteriores
incluem também os valores da Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Fonte: DGS – ARS, 2021

56 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 14. Taxas de cobertura geográfica e de adesão no âmbito do Rastreio do Cancro do Colo do
Útero

Taxa Cobertura Geográfica Taxa Adesão

120%

100,0% 100,0% 100,0%


100%
87,0% 89,1% 88,4%
85,0%
78,6% 90,7%
80% 72,0% 82,8%
67,5%
64,3% 62,8% 72,0%
70,0%
60%
51,2%

39,5%
40%
42,6% 42,6% 42,6% 42,6% 44,4%

31,4%
20%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: A informação relativa a 2018, 2019 e 2020 apenas inclui os valores de Portugal Continental. Os anos anteriores
incluem também os valores da Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Fonte: DGS – ARS, 2021

A cobertura geográfica do rastreio do cancro do cólon e reto tem vindo a aumentar


exponencialmente desde 2017, fruto do trabalho desenvolvido pelas ARS. Em 2019, a ARS Alentejo
viu-se obrigada a interromper este programa de rastreio no ACES Central por falta de resposta do
Hospital de Évora na execução das colonoscopias aos utentes com pesquisa de sangue oculto nas
fezes (PSOF) positivo. Em 2020, mesmo com os constrangimentos provocados pela pandemia, a ARS
Alentejo conseguiu alargar este rastreio a todos os ACES da região. A taxa de cobertura geográfica
por ACES é de 88,9% em Portugal Continental.

Em 2020 foram convidados 247.068 utentes dos quais 88.028 foram rastreados com PSOF.
Destes, 4.887 apresentaram teste positivo. Foram realizadas 1.930 colonoscopias e 139 doentes
foram referenciados para avaliação hospitalar.

A taxa de adesão ao rastreio do cancro do cólon e reto é de 35,6%.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 57


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 15. Número de utentes convidados e rastreados (cancro do cólon e reto)

N.º utentes convidados N.º utentes rastreados


400 000

350 000

300 000

250 000

200 000

150 000

100 000

50 000

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
N.º utentes convidados 4 251 6 449 12 411 23 972 24 185 22 187 24 535 32 055 38 340 122 379 384 542 247 068
N.º utentes rastreados 3 584 5 230 8 968 16 131 15 178 12 463 15 639 19 528 21 327 49 127 129 056 88 028

Nota: A informação relativa a 2018, 2019 e 2020 apenas inclui os valores de Portugal Continental. Os anos anteriores incluem
também os valores da Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Fonte: DGS – ARS, 2021

Gráfico 16. Taxas de cobertura geográfica e de adesão


no âmbito do Rastreio do Cancro do Cólon e Reto

Taxa Cobertura Geográfica Taxa Adesão

100%
88,9%
84,3%
81,1%
80% 75,9%
72,3%
67,3%
62,8% 63,7%
60,9%
56,2%
60% 51,9%
55,6%
40,1%
40% 33,6% 35,6%
29,7%

20%
9,3% 9,3% 9,3% 9,3% 9,3% 11%
5,6% 5,6%

0%
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: A informação relativa a 2018, 2019 e 2020 apenas inclui os valores de Portugal Continental. Os
anos anteriores incluem também os valores da Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Fonte: DGS – ARS 2020

2.8. Programa Nacional para as Doenças Respiratórias

O Programa Nacional para as Doenças Respiratórias pretende contribuir para a melhoria da


saúde dos doentes respiratórios crónicos, aumentando a sua longevidade e a sua qualidade de vida.
Para o efeito, um dos seus grandes objetivos consiste em aumentar a acessibilidade aos Cuidados de

58 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Saúde Primários, no sentido de tornar mais precoce o diagnóstico e o tratamento das principais
doenças respiratórias crónicas, reduzindo o seu internamento hospitalar e potenciando o tratamento
em ambulatório.

Atualmente, o sistema de saúde português enfrenta importantes desafios decorrentes da


evolução das necessidades em saúde relacionadas com o aumento da população idosa, com o peso
crescente das doenças crónicas e com baixos níveis de bem-estar e qualidade de vida, essencialmente
na população com mais de 65 anos, decorrentes das incapacidades provocadas pela elevada
incidência das doenças crónicas. Por outro lado, ainda se constata alguma fragmentação dos cuidados
prestados, com constatação de intervenções episódicas não integradas num plano de cuidados que
podem originar admissões hospitalares evitáveis.

Estes desafios transversais ao sistema de saúde português foram agudizados pela presente
pandemia.

Para 2020 e relativamente a 2014, o PNDR manteve as seguintes metas:

1. Duplicar o número de diagnósticos de asma efetuados a utentes dos cuidados de saúde


primários;

2. Duplicar a proporção de diagnósticos de DPOC, confirmados por espirometria, nos utentes


dos cuidados de saúde primários;

Medidas e resultados atingidos em 2020

Em 2020, o PNDR manteve o seu objetivo de continuar a aumentar a acessibilidade ao


diagnóstico de Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), ao nível dos Cuidados de Saúde
Primários. Em resultado de medidas de formação dos profissionais dos cuidados de saúde primários,
na área respiratória, no que concerne a indicadores de monitorização, continuou a observar-se uma
melhoria progressiva, no que se refere à acessibilidade ao diagnóstico destas duas principais doenças
respiratórias crónicas.

Quadro 12. Evolução do número de utentes inscritos nos cuidados de saúde primários
com o diagnóstico de asma (2012 – 2020)

Var.
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 68 895 78 409 87 639 96 245 103 274 110 166 116 308 122 302 126 785 3,7%

ARS Centro 30 910 32 606 37 229 41 305 45 954 50 744 55 521 58 508 61 478 5,1%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 55 124 60 403 68 682 84 179 91 603 97 945 104 418 110 550 114 391 3,5%

ARS Alentejo 8 959 9 962 11 053 11 933 12 619 13 317 13 918 14 336 14 897 3,9%

ARS Algarve 4 924 5 626 6 536 7 503 8 760 9 496 10 378 11 165 11 615 4,0%

Total 168 812 187 006 211 139 241 165 262 210 281 668 300 543 316 861 329 166 3,9%
Nota: Os dados de 2012 a 2014 foram retirados da Norma da DGS 2011.016.01. Os dados de 2015 a 2020 foram retirados do indicador
MOR.208
Fonte: DGS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 59


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Conforme se constata (Quadro 12), no intervalo em análise, tem havido um aumento progressivo
de utentes inscritos nos CSP com o diagnóstico de asma. No entanto a meta de duplicar o número de
diagnósticos de asma, não foi atingida em nenhuma das regiões relativamente a 2014, apesar das
Regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve terem conseguido duplicar o número desses
diagnósticos, relativamente a 2012. No último ano, mesmo em plena pandemia, constatou-se um
aumento destes diagnósticos, em todas as regiões de saúde, correspondendo a um acréscimo de 3,9%
a nível nacional. A Região Centro foi a que mais se destacou.

Quadro 13. Prevalência regional de asma nos utentes inscritos nos


cuidados de saúde primários (2018 - 2020)

Var.
2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 3,0% 3,1% 3,3% 0,2%

ARS Centro 2,9% 3,1% 3,1% 0,1%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 2,8% 2,9% 3,1% 0,1%

ARS Alentejo 2,6% 2,7% 2,9% 0,2%

ARS Algarve 2,0% 2,2% 2,3% 0,1%

Total 2,8% 3,0% 3,2% 0,2%

Fonte: DGS

A análise da prevalência regional de asma nos utentes inscritos nos CSP (Quadro 13), tem
acompanhado o aumento dos diagnósticos de asma, mas o seu valor é ainda muito inferior ao valor
de 6,8% correspondente à estimativa da prevalência de asma em Portugal.

Quadro 14. Evolução do número de utentes inscritos nos cuidados primários


com o diagnóstico de DPOC

Var.
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 38 599 44 400 52 583 52 666 54 355 55 402 53 731 55 194 54 584 -1,1%

ARS Centro 7 150 16 947 21 421 21 597 23 627 24 565 24 252 23 865 23 285 -2,4%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 18 263 31 413 34 350 38 740 42 852 45 595 42 905 47 120 46 956 -0,3%

ARS Alentejo 3 488 5 919 6 734 6 733 7 159 7 306 7 061 7 088 7 015 -1,0%

ARS Algarve 1 641 2 343 2 719 3 058 3 639 4 090 4 006 4 659 4 736 1,7%

Total 69 141 101 022 117 807 122 794 131 632 136 958 131 955 137 926 136 576 -1,0%

Nota: Os dados de 2015 a 2020 foram retirados do indicador MOR210.


Fonte: DGS

60 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Até ao ano 2019 registou-se um aumento sustentado no número de diagnósticos de DPOC, a


nível nacional o que reflete uma maior acessibilidade à espirometria nos CSP, uma vez que este é o
meio complementar essencial ao estabelecimento deste diagnóstico. Em 2020, devido às restrições
pandémicas, as recomendações foram no sentido da suspensão de todas manobras geradoras de
aerossóis, pelo que o recurso à espirometria esteve condicionado às situações prioritárias, com
caráter urgente. Esta será, portanto, a justificação para a discreta redução no número de diagnósticos
de DPOC nos utentes inscritos nos CSP, neste ano. A fim de que venha a ocorrer a recuperação da
acessibilidade à realização de espirometrias, de forma internalizada nos cuidados de saúde
primários, irá ser emitida uma Orientação para a sua realização, em condições de segurança.

Quadro 15. Prevalência regional de DPOC, nos utentes inscritos nos cuidados primários, em todas
as faixas etárias (2018 - 2020)

Var.
2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 1,41% 1,41% 1,41% 0%

ARS Centro 1,30% 1,29% 1,30% 0,01%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 1,25% 1,25% 1,25% 0%

ARS Alentejo 1,37% 1,36% 1,37% 0,01%

ARS Algarve 0,85% 0,91% 0,93% 0,02%

Total 1,3% 1,3% 1,3% 0%

Fonte: DGS

A prevalência regional de DPOC nos utentes inscritos nos CSP (Quadro 15), não tem apresentado
alterações significativas no último triénio, estando muito aquém da prevalência conhecida da DPOC
em Portugal, que é de 14,2% a partir da faixa etária dos 40 anos.

Este valor aponta para a necessidade de aumentar a acessibilidade à espirometria nos CSP, que
se sabe estar condicionada à capacidade de afetação de técnicos de cardiopneumologia aos CSP.

Quadro 16. Evolução da proporção de utentes com DPOC, com registo de avaliação de FeV1

Var.
2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019
ARS Norte 41,78% 48% 53,77% 59,14% 62,68% 62,45% -0,23%

ARS Centro 19,23% 21,07% 24,69% 30,39% 37,07% 35,80% -1,27%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 22,07% 22,86% 28,08% 37,62% 43,66% 43,66% 0%

ARS Alentejo 15,61% 16,62% 19,38% 25,63% 32,07% 30,79% -1,28%

ARS Algarve 10,73% 12,28% 24,11% 32,90% 38,48% 37,86% -0,62%

Total 29,39% 32,29% 37,28% 44,11% 49,36% 49,32% -0,04%

Nota: Os dados de 2015 a 2020 foram retirados do indicador MOR49.


Fonte: DGS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 61


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Relativamente à proporção de utentes com o diagnóstico de DPOC e a realização de uma


espirometria nos últimos 3 anos, verificou-se até 2019, um aumento progressivo deste indicador,
decorrente de uma maior acessibilidade à espirometria nos CSP. Pelos motivos já referidos, o recurso
às espirometrias esteve, em 2020, condicionado por razões de saúde pública relacionadas com a
elevada carga de aerossolização que as manobras de expiração forçada acarretam. Nesse sentido,
será previsível que, com a melhoria da situação epidemiológica da COVID- 19, se venha a restabelecer
progressivamente a acessibilidade a este exame diagnóstico.

No que se refere ao seguimento nos CSP, de doentes com Asma e DPOC, um indicador
interessante relativamente à qualidade deste processo, é a evolução da proporção de adultos com
evidência de asma e DPOC ou Bronquite, que ainda não apresentam esses diagnósticos na lista de
problemas ativos. Conforme se constata da análise do Quadro 17, existem mais de 20% de utentes
com registos clínicos evidenciando a existência de asma, DPOC ou bronquite crónica em todas as
regiões , mas em que esta condição clínica não está registada como um problema ativo. Assim,
importa assegurar que estes doentes acedam às medidas/atitudes terapêuticas, preventivas de
internamentos evitáveis, pelo que este indicador deve continuar a ser monitorizado no âmbito dos
CSP, a nível nacional, regional e local.

Quadro 17. Proporção de utentes adultos com registos clínicos evidenciando a existência de asma,
DPOC ou bronquite crónica, com registo do diagnóstico, na lista de problemas ativos
(2019 - 2020)

Var.
2019 2020
2020/2019

ARS Norte 76,0% 78,7% 2,7%

ARS Centro 76,6% 79,2% 2,6%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 77,7% 80,3% 2,6%

ARS Alentejo 73,3% 77,9% 4,6%

ARS Algarve 80,1% 81,8% 1,7%

Total 76,7% 79,4% 2,7%

Fonte: ACSS

Com o objetivo de detetar ganhos em saúde, decorrentes de maior acessibilidade ao diagnóstico


e terapêutica, foram criados dois novos indicadores correspondentes à monitorização dos
internamentos por asma e DPOC, nos utentes adultos dos CSP (Quadro 18 e Quadro 19).
Efetivamente, a evolução destes indicadores ao longo do tempo irá traduzir o impacto das medidas
de ambulatório com caráter preventivo e/ou terapêutico, na redução dos Internamentos por Causas
Sensíveis a Cuidados de. Ambulatório.

62 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Quadro 18. Taxa de internamentos por asma ou DPOC em adultos por cada 100.000 utentes ativos
com 40 ou mais anos

2019 2020

ARS Norte 261,7 218,5

ARS Centro 159,1 133,3

ARS Lisboa e Vale do Tejo 162,2 153,5

ARS Alentejo 120,0 102,2

ARS Algarve 136,9 127,7

Total 193,7 169,0


Nota: Dados provisórios.
Fonte: ACSS

A análise dos internamentos por asma em adultos jovens (Quadro 19), identifica as necessidades
de melhoria, no que se refere a ganhos em saúde, atendendo a que um internamento por asma,
identifica sempre uma situação de asma não controlada e de terapêutica inexistente/ineficaz (má
adesão à terapêutica, deficiente técnica inalatória, défice de corticoterapia inalada).

Quadro 19. Taxa de internamentos hospitalares com diagnóstico principal de "asma", por cada
100.000 residentes com idades entre 18 e 39 anos

2019 2020

ARS Norte 5,0 5,3

ARS Centro 7,0 7,2

ARS Lisboa e Vale do Tejo 7,5 6,9

ARS Alentejo 7,6 8,3

ARS Algarve 5,4 5,4

Total 6,4 6,3

Nota: Dados provisórios.


Fonte: ACSS

A monitorização futura destes dois últimos indicadores relativos a internamentos, por asma e
DPOC, sensíveis a medidas de ambulatório, será determinante para a escolha de objetivos e metas a
atingir a nível regional e local, de modo a gerar eficiência e ganhos em saúde centrados no cidadão.

Cuidados Respiratórios Domiciliários

Um dos objetivos do PNDR passa pela melhoria da qualidade da prescrição e da utilização de


cuidados respiratórios domiciliários.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 63


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

O gráfico que se segue apresenta, por modalidade, a evolução da prescrição eletrónica médica
para os cuidados respiratórios domiciliários (CRD) desde 2016 até 2020, constatando-se, em 2020,
um aumento do número de utentes aos quais foram prescritos tratamentos de ventiloterapia. De
modo inverso, observa-se, neste ano, um decréscimo do número de utentes para os quais foram
prescritos tratamentos de Oxigenoterapia, Aerossolterapia e tratamentos com mais de uma
terapêutica. Observa-se, também, uma redução no número de equipamentos disponibilizados.

Gráfico 17. Evolução da prescrição de CRD

2016 2017 2018 2019 2020

180 000
142 766
133 668

160 000
118 018

140 000
105 653
94 670

120 000

100 000

80 000
40 444
38 852

38 839
36 741
36 440

60 000 12 980
12 371
11 964
10 943
10 685

40 000
5 165
4 701
4 225
4 059

3 224
3 010
2 910
2 844
2 748
2 402

20 000

0
Ventiloterapia Oxigenoterapia Aerossolterapia Com mais de uma Equipamentos
terapêutica
Fonte: SPMS

2.9. Programa Nacional para as Hepatites Virais

O Programa Nacional para as Hepatites Virais (PNHV) definiu como prioridades, até ao final de
2020:

1. Melhoria do conhecimento da prevalência das hepatites B e C na população portuguesa;

2. Enfoque nos programas de prevenção, rastreio e referenciação das hepatites B e C;

3. Monitorização do tratamento da Hepatite C;

4. Micro eliminação da Hepatite C em populações específicas.

Medidas e resultados atingidos em 2020

Os recursos do PNHV têm sido afetos à prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento, enquanto
mecanismos essenciais para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública, até
2030. Assim, têm sido consideradas prioridades de intervenção:

1. A promoção da vacinação contra a Hepatite B;

64 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

2. A distribuição gratuita de preservativos masculinos e femininos;

3. A distribuição do Kit do Programa Troca de Seringas para o consumo seguro de drogas por
via injetável;

4. A manutenção e o reforço do investimento nos programas de rastreio e diagnóstico das


hepatites virais e a adequada referenciação para os cuidados de saúde;

5. O tratamento de todas as pessoas infetadas com Hepatite C, com especial enfoque na


população reclusa e no grupo de pessoas que injetam drogas.

Desde o início da vacinação, têm sido alcançados resultados extraordinários de redução do


número de novos casos de Hepatite aguda B. Com efeito, a vacina contra o vírus da Hepatite B,
disponível desde 1982 e integrada no Programa Nacional de Vacinação desde 1994, é um elemento
chave para o controlo desta infeção, sendo segura e com uma eficácia de 95% a 99%. As taxas de
cobertura vacinal das coortes abrangidas pela vacinação universal têm-se mantido sempre dentro da
meta estabelecida (≥95%).

A promoção do rastreio e diagnóstico da infeção por VHB e VHC nos diferentes níveis de
cuidados de saúde foi concretizada através de diversas iniciativas que promovem o acesso ao teste
de rastreio da infeção por VHB e VHC em diferentes contextos (hospitais, cuidados de saúde
primários, organizações de base comunitária e farmácias comunitárias), tendo por objetivo a
identificação precoce dos casos, a adequada referenciação hospitalar e a quebra do ciclo de
transmissão.

Considerada a importância da criação de estratégias individualizadas e adequadas a populações


que vivem com hepatites virais crónicas e que possam apresentar maior dificuldade em aceder aos
serviços de saúde, são de salientar os protocolos estabelecidos entre a Direção-Geral de Reinserção
e Serviços Prisionais e os estabelecimentos hospitalares do SNS que se encontram implementados
em cerca de 90% dos estabelecimentos prisionais contemplados (40 em 44). Neste contexto, os
reclusos com VIH, VHB e VHC desses estabelecimentos prisionais já beneficiam da prestação de
cuidados em contexto prisional, por profissionais de saúde especialistas em infeciologia,
gastrenterologia, hepatologia e medicina interna, nos termos dos Despachos n.º 6542/2017, de 28
de julho e n.º 283/2018, de 5 de janeiro.

Finalmente, e de forma a assegurar respostas adequadas a todos os doentes diagnosticados com


o vírus da Hepatite C, o Ministério da Saúde assumiu o compromisso de garantir que 100% dos
doentes elegíveis para tratamento da Hepatite C o iniciassem e o fizessem de acordo com as
respetivas Normas Clínicas. Desde a implementação do Portal da Hepatite C do INFARMED, até 29 de
janeiro de 2021, foram autorizados 28.279 tratamentos da Hepatite C com Antivirais de Ação Direta,
dos quais 27.038 já foram iniciados. Quando se analisa o universo de indivíduos que já concluíram o
tratamento, e em que se pode avaliar a resposta virológica sustentada (n=17.385), verifica-se que
16.789 (96,6%) estavam curados e 596 doentes (3,4%) não estavam curados.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 65


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Salienta-se que, no espaço de um ano, foram autorizados mais 1.682 tratamentos de Hepatite C
com Antivirais de Ação Direta (de 30 de janeiro de 2020 a 29 de janeiro de 2021).

Gráfico 18. Monitorização dos tratamentos de Hepatite C, até 29 de janeiro de 2021 (tratamentos
finalizados)

Doentes não
curados
596

Doentes
curados
16 789

Fonte: INFARMED StatLink:


https://www.infarmed.pt/documents/1578
6/3530795/Hepatite+C+-
+Monitoriza%C3%A7%C3%A3o+dos+trata
mentos/79f208d1-d2d9-f1a0-5043-
6a8b378ff8f9

2.10. Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA

O Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA (PNVIH/SIDA), alinhado com os objetivos


estabelecidos pela ONUSIDA, traçou como principal meta a alcançar até 2020:

1. Diagnosticar 90% das pessoas que vivem com a infeção por VIH e, destas, assegurar que 90%
estão em tratamento antirretroviral e que, destas, 90% apresentem carga viral suprimida.

Medidas e resultados atingidos em 2020


Para 2020, o PNVIH/SIDA propôs manter o enfoque na melhoria da qualidade dos dados da
vigilância epidemiológica da infeção, na promoção do acesso a estratégias combinadas de prevenção,
no alargamento das iniciativas e estratégias de rastreio, diagnóstico e referenciação hospitalar e na
ligação e retenção das pessoas que vivem com a infeção nos cuidados de saúde.

Portugal mantém a tendência decrescente do número de novos casos de infeção por VIH, pese
embora apresente uma incidência elevada de novos casos (no contexto da UE).

Durante o ano de 2019, de acordo com as notificações efetuadas até 30 de junho de 2020, foram
diagnosticados 778 novos casos de infeção por VIH, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2019,
registados na sua totalidade em indivíduos com idade superior ou igual a 15 anos, maioritariamente

66 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

em indivíduos do sexo masculino (2,3 casos em homens por cada caso comunicado em mulheres),
por transmissão sexual (97,3%), na sua maioria naturais de Portugal (55,7%) e residentes na Área
Metropolitana de Lisboa (50,4%).

Cumulativamente, foram diagnosticados em Portugal, 61.433 casos de infeção por VIH (1983 –
2019), dos quais 22.835 atingiram o estádio de SIDA. As taxas anuais de novos diagnósticos, de casos
de SIDA e de óbitos apresentam tendência decrescente.

Gráfico 19. Casos de infeção por VIH, casos de SIDA e óbitos (1983-2019): distribuição por ano de
diagnóstico da infeção ou de estádio SIDA, ou ano de morte
Casos de infeção por VIH Casos de SIDA Óbitos
4000

3500

3000

2500
Nº de casos

2000

1500

1000

500

Ano de diagnóstico de infeção VIH, estádio SIDA ou óbito

Fonte: Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde/Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo
Jorge. Infeção VIH e SIDA em Portugal - 2020. Lisboa: DGS/INSA; 2020

Em 2020, com recurso a ferramentas de modelação matemática, nomeadamente da ferramenta


do European Center for Disease Prevention and Control , denominada HIV Modelling Tool, procedeu-
se ao apuramento do número de pessoas que vivem com infeção por VIH no país e da fração não
diagnosticada, obtendo-se dados que indicavam que em Portugal, em 2018 (dados mais recentes
disponíveis):

• Existiriam 41.305 pessoas com infeção por VIH conhecida [40.739 – 41.876], podendo
concluir-se que 93,2% de todas as pessoas a viver com VIH estavam já diagnosticadas;

• Estariam por diagnosticar 2.807 infeções [2.475 – 3.206], o que equivale a uma fração não
diagnosticada de 6,8% (6% - 7,7%);

• A demora diagnóstica, ou seja, o tempo médio decorrido entre a infeção por VIH e o seu
diagnóstico foi de 3,4 anos (3,2 – 3,6 anos). A comparação deste valor com o obtido para
2009 [4,5 anos (4,4 – 4,6 anos)] permite concluir que o diagnóstico da infeção por VIH em
Portugal tem vindo a ser tendencialmente mais precoce.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 67


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

• Observam-se diferenças marcadas ao nível da fração não diagnosticada e da demora


diagnóstica em diferentes subpopulações. O grupo dos homens que se infetaram através do
contacto heterossexual é o que apresenta maior fração não diagnosticada (13,1%) e onde os
diagnósticos são mais tardios [5,4 anos (5,2 – 5,7 anos)]. Já o grupo das pessoas que utilizam
drogas por via injetável apresenta a menor fração não diagnosticada (1,4%) e os homens
que fazem sexo com homens são diagnosticados mais precocemente [2,2 anos (2,0 – 2,5
anos)].

Quadro 20. Resultados a estimativas nacionais para o ano 2018 (total e para os principais modos
de transmissão)

Modo de Transmissão

Heterossexual (Homens) Heterossexual (Mulheres) HSH UDI Total

PVVIH 11 293 (11 068 - 11 795) 10 629 (10 354 - 10 883) 9 684 (9 463 - 9 992) 9 577 (9 392 - 9 910) 41 305 (40 739 - 41 876)

PVVIH diagnosticadas 9 818 (9 608 - 10 071) 9 650 (9 496 - 9 862) 8 987 (8 810 - 9 202) 9 443 (9 256 - 9 779) 38 498 (38 039 - 38 899)

PVVIH não diagnosticadas (n) 1 475 (1 330 - 1 901) 980 (798 - 1 160) 697 (580 - 868) 134 (112 - 214) 2 807 (2 475 - 3 206)

PVVIH não diagnosticadas (%) 13,1 (11,9 - 16,0) 9,2 (7,7 - 10,8) 7,2 (6,7 - 8,9) 1,4 (1,2 - 2,2) 6,8 (6,0 - 7,7)

<n.º novas infeções ocorridas em 2018 76 (45 - 298) 160 (47 - 286) 190 (129 - 270) 2 (1 - 52) 414 (165 - 609)

Demora diagnóstica (anos) 5,4 (5,2 - 5,7) 4,0 (3,8 - 4,2) 2,2 (2,0 - 2,5) 5,2 (5,0 - 5,3) 3,4 (3,2 - 3,6)

Legenda: HSH: Homens que têm relações sexuais com homens | UDI: Utilizadores de drogas injetadas | PVVIH: Pessoas que vivem com VIH4
Fonte: DGS

A aposta em estratégias de rastreio, diagnóstico e referenciação hospitalar mantém total


pertinência, dado que Portugal continua a apresentar proporções elevadas de diagnósticos tardios
de infeção (valores CD4<350 cel/mm3), pese embora se tenha registado uma redução da proporção
de 54,4% em 2018 para 49,7% em 2019 e, consequentemente, tempos médios de diagnóstico na
ordem dos 3,4 anos.

Para além das oportunidades de rastreio da infeção por VIH existentes, tais como os cuidados
de saúde primários (testes por prescrição médica e realização de testes rápidos), centros de
aconselhamento e deteção precoce, organizações não-governamentais, cuidados hospitalares e
farmácias comunitárias, em Portugal passou a ser possível a disponibilização direta ao público dos
dispositivos de autodiagnóstico das infeções por VIH em farmácias comunitárias e postos de venda
de medicamentos não sujeitos a receita médica, nos termos do Decreto-Lei n.º 79/2018, de 15 de
outubro. De outubro de 2019 a agosto de 2020, o autoteste VIH foi dispensado nas farmácias
comunitárias, registando-se um total de 3.292 unidades vendidas, numa média mensal de 299
unidades. O número de testes rápidos realizados pelas diferentes estruturas registou um acentuado
decréscimo de 42%, comparativamente ao ano de 2019, situação que poderá ser justificada pelas
medidas restritivas de circulação motivadas pela pandemia COVID-19.

68 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

No âmbito do programa de dispensa gratuita de materiais preventivos a serviços de saúde, ONG,


escolas, universidades, estabelecimentos prisionais, entre outros, foram distribuídos cerca de 3
milhões de unidades de preservativos masculinos e femininos, verificando assim, em 2020, uma
significativa redução de 47% no número de preservativos distribuídos comparativamente com 2019.

Por outro lado, ao abrigo do programa de distribuição de kits de prevenção de infeção por VIH e
hepatites virais, dirigidos às pessoas que utilizam drogas por via injetável, através da ação de equipas
de rua, cuidados de saúde primários, Posto Móvel e farmácias comunitárias, foram distribuídas
1.116.628 seringas entre pessoas que utilizam drogas por via injetável, registando-se aqui também
uma acentuada redução no número de seringas distribuídas de 21%, quando comparado com o ano
de 2019.

Ainda no âmbito das estratégias de prevenção da infeção por VIH adotadas em Portugal, destaca-
se o acesso à Profilaxia de Pré-Exposição para VIH (PrEP), com recurso à utilização de
antirretrovirais para a prevenção de novas infeções, dirigida a pessoas que apresentam risco
acrescido de infeção. Devido a constrangimentos relacionados com a pandemia COVID-19, não foi
possível recolher dados robustos para a monitorização desta estratégia nos hospitais. Contudo, é de
salientar que através dos projetos financiados pela Direção-Geral da Saúde e desenvolvidos por
organizações não-governamentais e de base comunitária, foram referenciadas 395 pessoas para a
consulta hospitalar de PrEP e 53 pessoas para Profilaxia Pós-Exposição de VIH (PPE).

A situação provocada pela pandemia COVID-19 e, consequentemente, as restrições de


circulação, recolher domiciliário obrigatório e a proibição de aglomerações de pessoas, colocou
claramente alguns constrangimentos na capacidade de resposta das estruturas de saúde formais e
informais, não só ao nível da prestação de cuidados como no reporte de dados, como comprovam os
indicadores reportados ao longo deste relatório.

2.11. Programa Nacional para a Tuberculose

A Tuberculose (TB) mantém-se como uma das doenças infeciosas mais frequentes e como uma
das 10 principais causas de morte a nível mundial.

As estratégias desenvolvidas pelos diferentes países, incluindo Portugal têm como propósito
alcançar os objetivos definidos pela Organização Mundial da Saúde até 2035, o que significa, tomando
por base o valor de 2015:

1. Reduzir em 95% o número de mortes relacionadas com a tuberculose.


2. Reduzir em 90% a taxa de incidência de tuberculose.

Para o cumprimento destes objetivos o Programa Nacional para a Tuberculose (PNTb) assume
como áreas fundamentais de intervenção:

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 69


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

1. A identificação das populações mais vulneráveis, nomeadamente as que têm um aumento


acrescido de exposição, ou que apresentam risco elevado de desenvolver TB perante
exposição.
2. A redução da mediana de dias até ao diagnóstico, com base na articulação entre os vários
níveis de cuidados de saúde e na melhoria em literacia em tuberculose, nos profissionais de
saúde e na população.

No entanto, considerando a desaceleração observada no decréscimo da doença nos vários


países, é reconhecido que a maioria poderá não alcançar as metas previstas.

A necessidade de mudança e de encontrar novas estratégias com impacto na redução da curva


de incidência de tuberculose é fundamental. O investimento na prevenção e tratamento, nas técnicas
de diagnóstico e na investigação científica constituem áreas fundamentais de intervenção. A
identificação das populações mais vulneráveis, nomeadamente os indivíduos que têm um aumento
acrescido de exposição, ou que possam ter dificuldade no acesso aos cuidados de saúde e ainda os
que apresentam risco elevado de desenvolver TB perante exposição, permite adequar e direcionar
estratégias.

O PNTb, é responsável pela promoção e dinamização da vigilância epidemiológica da TB e


implementação de estratégias de controlo da doença. A nível regional, as Coordenações Regionais
para o PNTb, articulam com o Programa e com a resposta local - os Centros de Diagnóstico
Pneumológico (CDP). Estes últimos, representam a resposta à TB centrada na comunidade e no
doente.

A implementação das medidas de etiqueta respiratória em face da pandemia COVID-19, tem


impacto inevitável na transmissão comunitária de doenças respiratórias como a TB.

Em Portugal, a identificação de áreas geográficas de maior incidência de TB e de fatores


determinantes desta doença, permitem uma atuação mais dirigida. O apoio prestado pelas
organizações não governamentais, a continuidade dos protocolos de articulação com outras
estruturas como o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências e a
Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a reorganização dos recursos e técnicas
disponíveis como a utilização das Unidades Móveis de Radiologia, os testes moleculares de
resistências, os centros de referência e tratamento de casos de TB complexos, pretendem a celeridade
no diagnóstico, o sucesso terapêutico e a identificação dos candidatos a tratamento preventivo com
consequente redução de futuros novos casos e controlo da doença.

Medidas e resultados atingidos em 2020


Desde o início da pandemia COVID-19, os CDP mantiveram-se abertos ao público e em
funcionamento, promovendo o diagnóstico e tratamento dos doentes com suspeita de TB, o
acompanhamento aos doentes em tratamento preventivo e a articulação com as Unidades de Saúde
Pública e as instituições hospitalares. As consultas e as equipas foram reorganizadas e os esforços

70 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

redobrados para manter uma vigilância ativa de novos casos, a promoção do tratamento e do
rastreio. Sem colocar em risco as boas práticas nos cuidados no tratamento e controlo da tuberculose,
foram também efetuadas consultas não presenciais e promovido o recurso a plataformas eletrónicas
para a monitorização da toma da medicação.

Em 2020 foram notificados em Portugal 1.337 casos de tuberculose, correspondendo a uma taxa
de notificação anual de 13,0 por 100 mil habitantes (números provisórios) o que reflete o impacto
das medidas de contenção da pandemia COVID-19 nas restantes doenças respiratórias. No entanto,
em Portugal, o tratamento gratuito e medidas facilitadoras na toma da medicação constituem
medidas essenciais para o diagnóstico precoce e o sucesso terapêutico.

Gráfico 20. Evolução da taxa de notificação de tuberculose em Portugal,


por 100 mil habitantes
50

45 42,9 42,8
41,5
39,4
40
36,4
33,7
35 32,3
29,5
30 27,9
26,9
25,5
24,5 24,6
25 22,9
21,6 21,0
18,6 18,3 18,4 18,0
20

15 13,0

10
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: Extração SVIG-TB - dados definitivos de 2019 e dados provisórios de 2020


Fonte: DGS

A diminuição progressiva e sustentada de casos de tuberculose bacilíferos (63,5% doentes com


tuberculose pulmonar tinham baciloscopias positivas em 2007; 39.7% em 2018) significa também
um melhor controlo da doença e da sua infecciosidade.

A demora mediana entre o início de sintomas e o diagnóstico em 2020 foi de 79 dias. Este valor
tem vindo a aumentar na última década, tanto na sua componente atribuível ao utente como na
componente atribuível aos serviços de saúde. No entanto, em 2/3 dos casos, a demora é atribuída ao
doente em consequência da desvalorização dos sintomas, por vezes inespecíficos e o receio na
procura de ajuda médica em contexto da pandemia COVID-19.

A menor literacia em TB e o menor grau de suspeição da doença, conduzem também ao atraso no


diagnóstico, pelo que é essencial a formação nesta área.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 71


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Gráfico 21. Evolução da demora mediana entre o início de sintomas


até ao diagnóstico de tuberculose (em dias)

Demora Total Demora Utente Demora SNS

78 79
72 74
71
66 66 66 65
60 62

38 40 38 40
35 37 37 37 35
34
31

13 14 14 15 14 15
12 11 12 12 12

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: DGS

Assim, para o PNTb torna-se fundamental a melhoria da literacia em tuberculose, quer na


população quer nos profissionais de saúde. O desenvolvimento de concursos de apoio financeiro às
organizações não governamentais, trabalhando as populações mais vulneráveis e suscetíveis à TB, a
dinamização e apoio em diversas ações de formação dirigidas aos profissionais de instituições
comunitárias, sociais e da saúde e por fim, a publicação de manuais de diagnóstico e tratamento da
tuberculose, demonstram o papel do PNTb na estratégia de sensibilização para a TB.

A evolução na metodologia diagnóstica com o fácil acesso a testes moleculares para o diagnóstico
de tuberculose, a deteção de mutações que conferem resistência aos fármacos de primeira e segunda
linha e a disponibilidade de sequenciação genómica do Mycobacterium tuberculosis em todos os
casos de tuberculose multirresistente, permite o conhecimento precoce do perfil de suscetibilidades
em cada caso e a adequação terapêutica, alcançando a cura de forma mais sustentada.

O risco acrescido de tuberculose nas pessoas que vivem com VIH reforça a necessidade do
rastreio de TB em cada novo caso de VIH e o rastreio de VIH em cada novo caso de TB. A proporção
de infeção por VIH nos novos casos de TB tem vindo a diminuir sustentadamente na última década
(15,7% em 2009 vs 10,3% em 2020).

Outros fatores de risco como o consumo de álcool (10,1%) e o consumo de drogas ilícitas
endovenosas e/ou inaladas (5,0%) e a existência de comorbilidades como a doença pulmonar crónica
(4,86%) e diabetes (7,48%) tornam prioritário o rastreio e instituição precoce do tratamento
preventivo destes doentes, quando expostos a um caso de TB.

O protocolo de rastreio de TB em reclusos, estabelecido com a Direção Geral de Reinserção e


Serviços Prisionais foi também reforçado, mantendo-se o acesso aos testes imunológicos, aos exames
microbiológicos e às Unidades Móveis de Radiologia.

72 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

Em 2020, ocorreram 21 casos de tuberculose em ambiente prisional (1,6% do total de casos) –


correspondendo a uma taxa de notificação nessa população de 164/100 mil (para um total de 12.793
reclusos em 31 de dezembro de 2019, de acordo com os dados disponibilizados pela Direção Geral
de Reinserção e Serviços Prisionais).

Considerando a elevada incidência de TB nos concelhos de Marco de Canaveses e Penafiel e a


sua relação com a silicose nos trabalhadores da indústria extrativa de pedra, foram apoiados os
projetos de parceria entre as unidades de saúde e as autarquias.

Manteve-se a monitorização do número de casos em crianças com idade inferior a 6 anos e a


articulação com o Programa Nacional de Vacinação para melhoria das formas de sinalização das
crianças elegíveis para vacinação com BCG. Em 2020 foram notificados 25 casos de tuberculose em
crianças com idade igual ou inferior a 5 anos, o que corresponde a uma taxa de incidência de 5,0
casos/100 mil crianças com 0-5 anos. Registou-se 1 caso com forma grave de doença (meníngea).
No número total de casos de tuberculose em crianças com idade igual ou inferior a 5 anos, 6 (24,0%)
estavam vacinadas com BCG.

Em 2020 foram registados 11 casos de tuberculose multirresistente, representando 0,82% do


total de casos de tuberculose notificados. Os centros de referência para o diagnóstico e tratamento
de tuberculose multiresistente mantêm-se como fundamentais no controlo das formas graves da
doença, reforçando a necessidade de otimização na utilização das técnicas diagnósticas e a
implementação dos esquemas de tratamento mais eficazes.

2.12. Programa Nacional de Saúde Mental

O Programa Nacional de Saúde Mental tem como Metas de Saúde a 2020:

1. Aumentar em 25% o registo das perturbações mentais nos Cuidados de Saúde


Primários;

2. Inverter a tendência da prescrição de benzodiazepinas na população através da sua


estabilização;

3. Apoiar a criação de 1.500 lugares para adulto e 500 para crianças/adolescentes em


Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental;

4. Aumentar em 30% o número de ações no âmbito dos programas de promoção da saúde


mental e de prevenção das doenças mentais, desenvolvidos pelo PNSM.

Medidas e resultados atingidos em 2020

No ano de 2020 deu-se continuidade a várias atividades constantes do documento de extensão


do Plano Nacional de Saúde Mental a 2020, tentando colocar no terreno a maioria das medidas aí
expressas. No entanto, a emergência da pandemia COVID 19 veio colocar novos desafios na

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 73


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

implementação do Plano, criando novas necessidades e, simultaneamente, impedindo a


continuação/finalização de algumas das medidas até aí em curso.

Neste contexto, foram continuadas várias linhas estratégicas, que constituem alguns dos eixos
nucleares da reforma de saúde mental:

• No processo de constituição de equipas comunitárias de saúde mental foi publicado o


Despacho nº 2753/2020 de 28 de fevereiro, que criou o projeto-piloto para a criação em
cada ARS de equipas comunitárias de saúde mental para a População Adulta (5) e de equipas
comunitárias de saúde mental para a Infância e Adolescência (5). Foi ainda autorizado,
através do Despacho nº 9655/2020 de 7 de outubro, o recrutamento de 30 profissionais para
as equipas comunitárias de saúde mental para a população adulta.

• Estruturação e elaboração, em parceria com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços


Prisionais, dos documentos técnicos requeridos na sequência da entrada em vigor do
Decreto-Lei n.º 70/2019, de 24 de maio, que regulamenta o funcionamento das unidades
forenses pertencentes ao Ministério da Saúde;

• Início da revisão da Lei de Saúde Mental, para a qual foi constituído um grupo de trabalho
através do Despacho Conjunto n.º 6324/2020, de 15 de junho;

• Na área da cooperação intersectorial, foram levadas a cabo várias ações de colaboração com
os Cuidados de Saúde Primários (definição de indicadores), o Ministério do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social (Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de
Saúde Mental), Ministério da Defesa (Rede Nacional de Apoio a Militares), com o Ministério
da Cultura (IPDJ) e com a Câmara Municipal de Lisboa (Plano de Saúde Mental de Lisboa);

• Organização, coorganização e patrocínio de diversas iniciativas de cariz técnico-científico


(congressos, seminários, workshops), com entidades públicas e privadas, e produção de
vários documentos de natureza técnica;

• Apoio financeiro a diversos projetos de cariz psicossocial, envolvendo todas as faixas etárias
(com particular ênfase nas crianças e adolescentes), populações vulneráveis e indivíduos
com doença mental grave.

Em março de 2020 foi necessário organizar uma resposta integrada aos problemas de saúde
mental decorrentes da pandemia COVID-19, envolvendo o PNSM/DGS, as ARS, os ACES e os
Departamentos de Saúde Mental, em colaboração com várias entidades públicas e do setor social.

Dentro das ações tomadas, destacam-se: (i) construção de site de saúde mental do PNSM, com
área dedicada ao COVID 19 (https://saudemental.covid19.min-saude.pt/#); (ii) ativação do plano de
emergências em Saúde Mental (Despacho n.º 7059/2018, de 25 de julho), envolvendo os Gabinetes
de crise nas ARS, e a sua articulação em escada com os “Núcleos Locais de Resposta da Saúde Mental
a Acidentes Graves ou Catástrofes” nos CSP e nos Serviços Locais de Saúde Mental (SLSM); (iii)

74 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


2. PROGRAMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS

elaboração de Norma para atuação dos SLSM face ao COVID; (iv) Criação no SNS24 da Linha de
Atendimento Psicológico (LAP); (v) Aprovação/publicação da Norma DGS n.º 11/2020 de 18 de abril
relativa à governação e organização dos SLSM e, respetivas redes para garantia de oferta de cuidados.
O resultado mais evidente desta estratégia foi o facto de a psiquiatria ter aumentado o número de
consultas realizadas no 1º semestre de 2020, com um crescimento de 3% (psiquiatria de adultos) e
4% (psiquiatria da infância e adolescência) face a 2019.

Relativamente ao desempenho no âmbito das Metas de Saúde, em 2020, salienta-se: (i) a


diminuição da prescrição de ansiolíticos face a 2019 (redução de 10.329.106 para 10.233.236 de
embalagens vendidas); (ii) o aumento no registo de diagnóstico na área da depressão (10,4% para
10,7%) e ansiedade (7,1% para 7,4%); (iii) um aumento de 18 para 43, face a 2019, do número de
ações no âmbito dos programas de promoção da saúde mental e de prevenção das doenças mentais.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 75


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

3. Outros programas e iniciativas de saúde


3.1. Programa Nacional de Vacinação

Criado em 1965, o Programa Nacional de Vacinação é um programa universal, gratuito e


acessível a toda a população residente em Portugal.

As vacinas que integram o PNV são selecionadas com base na epidemiologia das doenças, na
evidência científica do seu impacto, na sua relação custo-efetividade e na sua disponibilidade no
mercado.

O PNV é regularmente revisto e atualizado pela Direção-Geral da Saúde, com o apoio da


Comissão Técnica de Vacinação em função das vacinas disponíveis, da frequência e distribuição
dessas doenças no nosso país, e da evolução social e dos serviços de saúde.

A coordenação nacional do programa tem o desafio de garantir todo o processo de introdução


de vacinas seguras e eficazes no PNV, desde a análise técnico-científica até ao ato vacinal, estando
dependente da disponibilidade, no mercado nacional e internacional, de vacinas em quantidade
suficiente e em tempo útil e por outro lado, da adesão da população à vacinação.

O ano 2020 foi marcado pela introdução de novas vacinas no PNV, para a população em geral –
vacina contra doença invasiva meningocócica do grupo B (MenB) e vacina contra infeções por HPV
em rapazes.

A avaliação do cumprimento do PNV realiza-se, anualmente, para além de uma monitorização


semestral, para verificar se as suas metas estão a ser cumpridas:

1. 85% de cobertura vacinal para a vacina contra infeções por vírus do Papiloma humano.

2. 95% de cobertura vacinal para as restantes vacinas/idades alvo.

As coberturas vacinais representam a proporção (em percentagem) de utentes vacinados em


determinadas coortes de nascimento (correspondentes a idades-chave para a avaliação).

Para realizar a avaliação da cobertura vacinal em 2020, importa considerar o seguinte:

• PNV esquema recomendado: percentagem de utentes das coortes de 2020, 2019, 2018,
2014, 2013 (que nasceram em 2020 ou completaram, nesse ano, respetivamente, 1 ano, 2
anos, 6 anos, 7 anos de idade), vacinados de acordo com o esquema vacinal recomendado;

• Vacinação contra o sarampo: percentagem de utentes que completaram 2 anos, 6 anos e 7


anos de idade (coortes de 2018, 2014 e 2013) que cumpriram o esquema vacinal
recomendado para a vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR).
Consideram-se as restantes coortes, até aos 18 anos de idade, todas vacinadas, uma vez que
atingiram os 98% em 2019 ou em avaliações anteriores;

• PNV esquema cumprido – Vacinação de reforço contra o tétano e difteria (Td): percentagem
de utentes das coortes de 2009, 2006, 1995, 1975, 1955 (que completaram, respetivamente,

76 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

11 anos, 14 anos, 25 anos, 45 anos e 65 anos de idade), vacinados contra o tétano e a difteria,
de acordo com os esquemas vacinais recomendados (esquema geral e de recurso). A
metodologia “PNV esquema cumprido” foi utilizada apenas para esta vacina;

• Vacinação contra infeções por vírus do Papiloma humano (HPV): percentagem de utentes do
sexo feminino, entre os 11 e os 14 anos de idade (coortes de 2009 a 2006) que cumpriram o
esquema vacinal recomendado para a vacina contra infeções por HPV (1 e 2 doses).
Relativamente aos utentes do sexo masculino, que iniciaram a vacinação no âmbito do PNV
em outubro de 2020, foi utilizado o número de primeiras doses administradas entre outubro
e dezembro de 2020;

• Vacinação atempada (idade recomendada): percentagem de utentes da coorte de 2020


vacinada até 1 mês após a idade recomendada, com a 1ª dose das vacinas contra S.
pneumoniae 13 e contra tosse convulsa (até aos 3 meses de idade); percentagem de utentes
da coorte de 2018 vacinados com a 1ª dose da vacina contra o sarampo e a vacina contra N.
meningitidis C (até aos 13 meses de idade);

• Vacinação contra a tosse convulsa (Tdpa) na gravidez: estimada a partir do número de


mulheres em idade fértil (15-54 anos de idade) vacinadas com Tdpa 14, comparado com o
número estimado de partos ocorridos em 202015 (estimado através do número de nados-
vivos, fetos mortos e partos gemelares);

• Vacinação contra a doença invasiva meningocócica B (MenB): uma vez que a vacinação com
MenB, no âmbito do PNV, foi iniciada em outubro de 2020, foi utilizado o número de doses
administradas, entre outubro e dezembro de 2020 16.

Avaliação do PNV

PNV esquema recomendado

Todas as vacinas e doses avaliadas até aos 7 anos de idade (coortes de 2020 a 2013) atingiram
o objetivo de 95% de cobertura, excetuando a 5.ª dose da vacina tetravalente contra tétano, difteria,
tosse convulsa e poliomielite (93%) na coorte de 2014 (6 anos de idade). Aos 7 anos de idade, estas
vacinas ultrapassaram os 95% (Gráfico 22).

Nas coortes de 2008 e 2005, as coberturas são ligeiramente mais baixas, atingindo-se os 94%
aos 14 anos de idade (Gráfico 22).

14 Fonte: VACINAS
15 Fonte: INE
16 Fonte: SIM@SNS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 77


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Gráfico 22. PNV - Esquema recomendado. Cobertura vacinal por coorte, agente e dose.
Avaliação 2020, no Continente

105%
99%

99%

99%

99%

99%

99%

99%

99%

99%

99%

99%

99%

98%
100%

97%

97%

97%

97%

97%

97%

97%
95%

95%

95%

95%

95%

95%

95%
93%

93%

93%

93%
95%

90%

85%

80%
Poliomielite 3

T. Convulsa 4

Poliomielite 5

Poliomielite 4
Sarampo 1

Sarampo 2

Sarampo 2
S. pneumoniae13 2

Rubéola 1

S. pneumoniae13 3

Rubéola 2

Rubéola 2
Tosse convulsa 3

Tosse convulsa 5

Tosse convulsa 5
Hepatite B 1

Hepatite B 3

Difteria 3

Difteria 4

Difteria 5

Difteria 5
Tétano 3

H. influenzae b 3

Tétano 4

H. influenzae b 4

Parotidite ep. 1

Tétano 5

Parotidite ep. 2

Tétano 5

Parotidite ep. 2
N. meningitidis C

2020 2019 2018 2014 2013

Coorte/Agente/Dose

Fonte: DGS

Vacinação contra o tétano e difteria

Os reforços da vacina contra o tétano e difteria ao longo da vida apresentam coberturas de 90%
a 96% até aos 25 anos de idade e de 82% e 80% aos 45 e 65 anos de idade, respetivamente.

Gráfico 23. Vacinação contra tétano e difteria. Cobertura vacinal por coorte. Avaliação 2020, no
Continente
105%

100%
96%
95% 93%

90%
90%

85%
82%
80%
80%

75%
2009 2006 1995 1975 1955

Coorte
Fonte: DGS

78 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Vacinação contra o Sarampo

A cobertura vacinal para a primeira dose da vacina contra o sarampo, avaliada aos 2 anos de
idade (coorte de 2018), foi de 99% (Gráfico 22).

A cobertura vacinal para a 2ª dose desta vacina, nos utentes que completaram 6 e 7 anos de
idade (coortes de 2014 e 2013), foi de 95% e 97%, respetivamente, (Gráfico 22).

Vacinação contra infeções por HPV

Esta vacina é administrada a utentes do sexo feminino desde 2008.

As coortes em análise iniciaram a vacinação entre o ano de 2016 e o de 2019 (que completaram,
em 2020, 11 a 14 anos de idade). Neste período, houve alteração da idade recomendada para início
da vacinação: entre outubro de 2014 e dezembro de 2016 era aos 10-13 anos de idade e, a partir de
janeiro de 2017, passou a ser aos 10 anos de idade.

Todas as coortes analisadas atingiram uma cobertura vacinal superior ou igual a 92% para a 1ª
dose da vacina HPV. Para a 2ª dose, só a coorte de 2009 (vacinação ainda em curso), ainda não atingiu
a meta dos 85% (Gráfico 24).

A partir dos 12 anos de idade (coorte de 2008 e anteriores), 91% a 95% das raparigas já
completou o esquema recomendado (Gráfico 24).

Gráfico 24. Vacinação contra infeções por HPV. Cobertura vacinal por coorte, sexo feminino.
Avaliação 2020, no Continente
100%
96% 97%
95% 95%
94%
92%
91%

85%

78%

70%
1 2 1 2 1 2 1 2
2009 2008 2007 2006

Coorte/Dose
Fonte: DGS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 79


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Vacinação contra a tosse convulsa na gravidez

Estima-se que, em 2020, cerca de 90% das mulheres grávidas elegíveis tenham sido vacinadas
com a vacina Tdpa, no âmbito do PNV.

Vacinação atempada – Idade recomendada

Aos 3 meses de idade, mais de 97% das crianças já tinham cumprido o esquema recomendado
para as vacinas em estudo - 1ª dose das vacinas contra S. pneumoniae 13 e contra tosse convulsa
(Gráfico 25).

Aos 13 meses de idade, 16% das crianças ainda não estavam protegidas contra o sarampo, nem
contra a doença invasiva por N. meningitidis do grupo C.

Gráfico 25. Vacinação atempada, para as vacinas contra a tosse convulsa e contra S. pneumoniae
13 aos 3 meses de idade. Vacinação atempada para as vacinas contra o sarampo e contra N.
meningitidis C aos 13 meses de idade. Avaliação 2020, no Continente

100%
98%
97%

95%

90%

85% 84% 84%

80%
T. convulsa 1 S. pneumoniae13 1 Sarampo 1 N. meningitidis C
2020 2018
(vacinados até aos 3 meses) (vacinados até aos 13 meses)

Coorte/Agente/Dose

Fonte: DGS

Vacinação de repescagem contra doença invasiva meningocócica do grupo B

No âmbito do PNV, foram administradas cerca de 90.000 doses desta vacina a crianças menores
de 2 anos de idade, entre outubro e dezembro de 2020.

80 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Figura 3. PNV 2020: Esquema vacinal recomendado

Fonte: DGS

Ainda no âmbito do Programa Nacional de Vacinação, em 2020, a SPMS deu continuidade aos
trabalhos que têm vindo a ser desenvolvidos desde 2017, em parceria com a DGS, tendo em vista a
criação da Lista de Utentes por Motivo de Não Vacinação e Exclusão, que permite identificar os
utentes com motivos de não vacinação e/ou que estejam excluídos para vacinação.

3.2. Programa Nacional de Vigilância da Gripe

O Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG), tem como objetivos caracterizar a atividade
gripal em Portugal, em termos de intensidade, distribuição geográfica, gravidade e impacto,
identificar e caracterizar os vírus da gripe em circulação em cada época, bem como identificar
precocemente vírus emergentes com potencial pandémico e que constituam um risco para a saúde
pública.

As informações resultantes da vigilância permitem a orientação de medidas de prevenção e


controlo da doença. Os dados recolhidos contribuem para os estudos da efetividade da vacina contra
a gripe, que são partilhados com o Centro Europeu para o Controlo de Doenças e com a Organização
Mundial de Saúde, um forte contributo para a vigilância europeia da gripe e para a escolha das
estirpes a serem incluídas em cada inverno na vacina contra a gripe.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 81


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Para além da vigilância, caraterização antigénica e genética dos vírus da gripe em circulação no
território nacional, o PNVG permite a identificação e caracterização de outros vírus respiratórios com
importante impacto na morbilidade sazonal.

O PNVG assenta em várias redes (Sentinela e não Sentinela) de médicos de família, Serviços de
Urgência e Hospitais, distribuídos por todo o território continental. Inclui ainda a vigilância da gripe
com apresentação de doença grave e no grupo de risco das grávidas, contando com a colaboração de
unidades de cuidados intensivos e de serviços de obstetrícia de hospitais do SNS. Desde 2009, integra
a vigilância da gripe e outros vírus respiratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o
Diagnóstico da Gripe (Despacho nº 16548/2009, DR 2ª serie, 21 de julho), constituída por
laboratórios hospitalares do SNS.

Desde 2014, o PNVG integra a componente serológica, realizando anualmente a avaliação da


presença de anticorpos contra os vírus da gripe na população portuguesa, em colaboração com a
Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe.

Em 2020, a pandemia de COVID-19 impôs vários desafios e adaptações à vigilância da gripe,


dada a sobreposição da apresentação clínica das duas infeções, mas também pelas alterações no
acesso e disponibilidade de cuidados de saúde, nomeadamente, aqueles impostos pela triagem dos
doentes respiratórios em todas as unidades de saúde. Deste modo, na época de vigilância 2020/2021,
o PNVG foi adaptado de forma a responder às necessidades da nova realidade epidemiológica.

Durante o ano de 2020, o PNVG desenvolveu as seguintes atividades:

• Publicação semanal do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe durante todo o


período de vigilância (outubro de 2020 a maio de 2021);

• Envio semanal de dados (epidemiológicos e virológicos) para o sistema de vigilância


europeu;

• Criação de nova rede de vigilância-sentinela em áreas dedicadas aos Doentes Respiratórios


de modo a identificar doentes com infeção respiratória aguda que procuram os cuidados de
saúde;

• Adaptação da definição de caso em uso no PNVG, de modo a incluir os casos suspeitos de


COVID-19;

• Realização de reunião com a Rede Nacional de Laboratórios para o diagnóstico da gripe de


forma a adaptar esta Rede para o diagnóstico de SARS-CoV-2;

• Disponibilização de materiais de referência para o estabelecimento de metodologias


laboratoriais para a deteção do SARS-CoV-2.

82 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

3.3. Programa Nacional de Rastreio Neonatal

Os Programas de Rastreio Neonatal são programas de saúde pública que têm como objetivo uma
deteção precoce nos recém-nascidos de determinada patologia, de forma a que se possa intervir num
tratamento atempado, diminuindo a taxa de morbilidade e a mortalidade.

O Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN)17 iniciou-se em 1979, com o rastreio da


Fenilcetonúria (PKU), e posteriormente, em 1981, com o do Hipotiroidismo Congénito.

Em 2004, foi possível uma expansão do número de doenças rastreadas, sendo que em 2008
passaram a ser realizadas de forma sistemática e a nível nacional, 24 Doenças Hereditárias do
Metabolismo.

Em 2019, após um estudo piloto de mais de 300 mil recém-nascidos, a Fibrose Quística foi
integrada no painel das doenças rastreadas, perfazendo um total de 26 doenças no PNRN.

Os rastreios neonatais do Hipotiroidismo Congénito e da Fibrose Quística, estão acreditados


segundo a norma NP EN ISO 15189, pelo IPAC, entidade portuguesa que reconhece formalmente a
competência técnica na realização dos testes genéticos, sendo reconhecida internacionalmente.

Desde o início do Programa já foram rastreados mais de 3,8 milhões de recém-nascidos e


identificados mais de 2 mil casos positivos.

Gráfico 26. Número de nascimentos vs recém-nascidos estudados desde o início do PNRN


(Taxa de cobertura entre 1980 - 2020)

Nascimentos Recém-nascidos estudados

180 000

160 000

140 000

120 000

100 000

80 000

60 000

40 000

20 000

Fonte: INSA
A taxa de cobertura do PNRN mantém-se próximo dos 100% desde 1996, o que constitui um
excelente indicador de aceitação da população a este programa nacional de saúde pública.

17 Despacho n.º 7276/2019 de 16 de agosto de 2019 (https://dre.pt/application/file/a/123995752)

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 83


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

A Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Departamento de Genética Humana


do INSA é o braço laboratorial do PNRN.

Nesta Unidade, para além do rastreio neonatal dos bebés nascidos em Portugal (cerca de 350
recém-nascidos/dia) efetua-se a confirmação bioquímica/enzimática e molecular das patologias
rastreadas nos casos identificados.

Os Despachos nº 3653/2016, de 11 de março e nº 6669/2017, de 2 de agosto, designaram os


Centros de Referência Nacional de Tratamento das Doenças Hereditárias do Metabolismo e da
Fibrose Quística para onde são orientados os casos positivos que são identificados no PNRN.

Em 2020 iniciou-se o processo de preparação para o estudo piloto relativo ao rastreio neonatal
da Drepanocitose em 100.000 recém-nascidos no sentido de avaliar a inclusão desta patologia no
painel das doenças rastreadas.

3.4. Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) institui uma estratégia global de
intervenção assente na promoção da saúde, prevenção e tratamento das doenças orais. Este
programa desenvolve-se ao longo do ciclo de vida e visa a diminuição da incidência e da prevalência
da cárie dentária, a melhoria dos conhecimentos e comportamentos sobre saúde oral e a promoção
da equidade na prestação de cuidados de saúde oral às crianças e jovens e a grupos populacionais
com necessidades de saúde especiais.

O PNPSO prevê a atribuição de cheques dentista aos utentes beneficiários, nomeadamente as


grávidas seguidas no SNS, os beneficiários do complemento solidário para idosos, as crianças e jovens
com idade inferior a 16 anos, os utentes portadores de VIH/SIDA e os utentes com lesão suspeita de
cancro oral.

As atividades do programa articulam-se, em especial, com as dos programas de saúde escolar,


saúde infantil e juvenil, saúde materna e vigilância da saúde do idoso.

Com o objetivo de tornar a Saúde Oral acessível a todos os Portugueses, o PNPSO foi ampliado,
passando a contemplar consultas de saúde oral nos cuidados de saúde primários nos termos do
Despacho n.º 8591-B/2016, de 29 de junho.

No ano de 2020 tiveram acesso ao PNPSO 375.574 utentes. Foram emitidos mais de 554 mil
cheques/referenciações para higienista oral e para consulta de medicina dentária nos cuidados de
saúde primários.

Até ao final de 2020, os utentes com complemento solidário para idosos e os utentes portadores
de VIH/SIDA, eram os grupos com a mais elevada taxa de utilização dos cheques (89% e 86%,
respetivamente).

84 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

No projeto de saúde oral nos cuidados de saúde primários, a taxa de utilização situou-se nos
25,7%, valor que se estima venha a aumentar nos próximos anos face ao reforço progressivo de
médicos dentistas neste nível de prestação de cuidados.

A taxa de utilização de todos os projetos situou-se perto dos 68%, valor idêntico ao do ano
anterior.

Quadro 21. Evolução do número de utentes SNS que beneficiaram do PNPSO18

Número de utentes SNS Var.


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
beneficiários* 2020/2019
Grávidas 39 474 38 855 41 144 40 808 44 424 49 753 51 482 53 766 56 551 57 411 52 357 -8,8%
Idosos 6 492 5 451 5 300 5 488 5 171 5 305 5 626 6 081 6 101 5 615 3 802 -32,3%
Saúde Infantil <=6 anos 19 033 21 155 24 127 20 051 28 667 28 590 28 615 28 606 28 617 28 949 30 233 4,4%
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
186 862
| 2009/2010
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
139 046 145 578
| 2010/2011
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
131 159 152 294
| 2011/2012
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
16 131 266 552
| 2012/2013
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
115 451 166 026
| 2013/2014
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
116 854 151 852
| 2014/2015
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
109 830 157 436
| 2015/2016
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
106 288 152 726
| 2016/2017
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
88 688 165 789
| 2017/2018
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
91 219 162 684
| 2018/2019
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
94 066 154 816 64,6%
| 2019/2020
Crianças e Jovens 7/10/ 13 anos
47 288
| 2020/2021
Crianças e Jovens 16 anos 3 087 5 318 15 925 21 300 13 540 20 747 20 400 22 438 10,0%
Crianças e Jovens 18 anos 1 676 3 151 7 790 6 178 9 740 57,7%
Crianças e Jovens Idades
3 308 4 445 6 437 7 000 11 303 12 775 7 688 8 088 13 600 14 416 8 822 -38,8%
Intermédias
Portadores VIH/SIDA 41 255 244 463 443 392 792 641 692 802 416 -48,1%
Intervenção Precoce no Cancro
2 401 3 831 4 191 4 172 3 896 4 152 2 339 -43,7%
Oral
Saúde Oral nos CSP 3 066 51 386 59 470 67 383 43 323 -35,7%

Total 394 256 346 898 245 677 458 900 380 607 378 253 388 160 410 845 454 472 462 059 375 574 -18,7%
*Utentes beneficiários de Cheque dentista, Referenciações para Higienista Oral e Referenciações para medicina dentária no centro de saúde
Nota: Quando se referem crianças de 7,10 e 13 anos, os dados dizem respeito a cheques dentista e referenciações para consultas de higiene oral nos centros de
saúde.
Fonte: DGS

18No ano letivo de 2012/2013, as regras de emissão e de utilização de cheques dentista foram alteradas, de forma a coincidir
a utilização dos cheques com o ano civil, pese embora a emissão se inicie com o ano letivo. Esta alteração provocou um
desfasamento na utilização dos cheques emitidos em 2012, que vieram apenas a ser utilizados em 2013. Os dados a partir de
2014 já traduzem a normalidade face ao histórico.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 85


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Quadro 22. Evolução do número de cheques emitidos, referenciações para higienista oral e
referenciações para consulta de saúde oral nos Cuidados de Saúde Primários,
emitidas por grupo-alvo no âmbito do PNPSO19

Cheques emitidos por grupo- Var.


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
alvo 2020/2019

Grávidas 81 322 80 415 85 047 82 641 88 190 97 609 100 804 104 009 107 138 108 249 93 390 -13,7%
Complemento solidário para
10 940 9 377 9 103 9 288 8 745 8 986 9 359 10 223 10 164 9 472 6 522 -31,1%
Idosos
Saúde Infantil <=6 anos 19 033 21 155 24 127 20 051 28 667 28 590 28 615 28 606 28 619 28 949 30 233 4,4%

Crianças e Jovens 7/10/13 anos* 463 273 427 807 315 425 510 772 403 915 376 094 375 447 353 935 375 144 409 450 332 656 -18,8%

Crianças e Jovens 16 anos 3 087 5 316 15 913 21 300 13 540 20 747 20 400 22 438 10,0%

Crianças e Jovens 18 anos 1 676 3 151 7 790 6 178 9 740 57,7%


Crianças e Jovens Idades
3 308 4 445 6 437 7 000 11 303 12 775 7 688 8 088 13 600 14 416 8 822 -38,8%
Intermédias
Portadores VIH/SIDA 51 637 582 1 122 1 088 1 017 1 672 1 458 1 415 1 645 849 -48,4%
Intervenção Precoce no Cancro
2 402 4 543 5 004 5 165 5 027 5 478 3 187 -41,8%
Oral
Saúde Oral nos CSP 3 074 52 284 59 534 76 499 46 500 -39,2%

Total 577 927 543 836 440 721 633 961 549 626 545 527 554 639 580 459 629 178 680 736 554 337 -18,6%

*Inclui as referenciações para a consulta de higiene oral nos centros de saúde


Fonte: DGS

Quadro 23. Evolução do número total de cheques dentista, referenciações para higienista oral e
referenciações para consultas de saúde oral nos Cuidados de Saúde Primários, utilizados no
âmbito do PNPSO

Var.
Cheques dentista 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Grávidas 68 120 67 626 71 261 67 961 71 624 78 487 80 548 82 268 83 153 84 356 67 538 -19,9%
Complemento solidário para
9 530 8 353 8 118 8 107 7 734 7 870 8 084 8 852 8 668 8 330 5 806 -30,3%
Idosos
Saúde Infantil <=6 anos 10 621 13 126 14 683 11 677 14 452 17 972 16 231 16 134 15 616 19 689 13 243 -32,7%

Crianças e Jovens 7/10/13 anos* 308 032 318 559 314 931 312 402 300 983 288 145 285 069 275 759 274 919 294 415 246 483 -16,3%

Crianças e Jovens 16 anos 2 122 4 138 9 906 13 758 9 560 14 658 14 828 13 983 -5,7%

Crianças e Jovens 18 anos 1 215 2 271 5 470 1 070 6 524 509,7%


Crianças e Jovens Idades
1 706 2 959 4 877 5 246 6 717 10 031 6 174 5 742 10 032 10 616 6 393 -39,8%
Intermédias
Portadores VIH/SIDA 20 566 503 960 958 907 1 395 1 277 1 152 1 398 731 -47,7%
Intervenção Precoce no Cancro
954 2 082 2 360 2 728 2 957 3 228 2 653 -17,8%
Oral
Saúde Oral nos CSP 453 31 105 19 233 22 122 11 955 -46,0%

Total 398 029 411 189 414 373 408 475 407 560 415 400 415 287 435 696 435 858 460 052 375 309 -18,4%

*Inclui as referenciações para a consulta de higiene oral nos centros de saúde


Fonte: DGS

19No ano letivo de 2012/2013, as regras de emissão e de utilização de cheques dentista foram alteradas, de forma a coincidir
a utilização dos cheques com o ano civil, pese embora a emissão se inicie com o ano letivo. Esta alteração provocou um
desfasamento na utilização dos cheques emitidos em 2012, que vieram apenas a ser utilizados em 2013. Os dados a partir de
2014 já traduzem a normalidade face ao histórico.

86 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Quadro 24. Evolução da taxa de utilização por projeto e ano civil

Taxa de utilização de Var.


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
cheques 2020/2019

Grávidas 83,8% 84,1% 83,8% 82,2% 81,2% 80,4% 79,9% 79,1% 77,6% 77,9% 72,3% -5,6 pp
Complemento solidário para
87,1% 89,1% 89,2% 87,3% 88,4% 87,6% 86,4% 86,6% 85,3% 87,9% 89,0% 1,1 pp
Idosos
Saúde Infantil <=6 anos 55,8% 62,0% 60,9% 58,2% 50,4% 62,9% 56,7% 56,4% 54,6% 68,0% 43,8% -24,2 pp

Crianças e Jovens 7/10/13 anos 66,5% 74,5% 99,8% 61,2% 74,5% 76,6% 75,9% 77,9% 73,3% 71,9% 74,1% 2,2 pp

Crianças e Jovens 16 anos 68,7% 77,8% 62,3% 64,6% 70,6% 70,7% 72,7% 62,3% -10,4 pp

Crianças e Jovens 18 anos 72,5% 72,1% 70,2% 17,3% 67,0% 49,7 pp


Crianças e Jovens Idades
51,6% 66,6% 75,8% 74,9% 59,4% 78,5% 80,3% 71,0% 73,8% 73,6% 72,5% -1,1 pp
Intermédias
Portadores VIH/SIDA 39,2% 88,9% 86,4% 85,6% 88,1% 89,2% 83,4% 87,6% 81,4% 85,0% 86,1% 1,1 pp
Intervenção Precoce no Cancro
39,7% 45,8% 47,2% 52,8% 58,8% 58,9% 83,2% 24,3 pp
Oral
Saúde Oral nos CSP 14,7% 59,5% 32,3% 28,9% 25,7% -3,2 pp

Total 69% 76% 94% 64% 74% 76% 75% 75% 69% 68% 68% 0 pp

Fonte: DGS

3.5. Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade

O Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ) é, desde 1978, uma das
atribuições do INSA, enquanto laboratório nacional de referência para a saúde, a quem compete
promover, organizar e coordenar programas de avaliação externa da qualidade de laboratórios que
exerçam atividade no setor da saúde.

Este Programa Nacional disponibiliza diferentes programas de avaliação externa da qualidade,


abrangendo áreas distintas, como sejam as áreas clínica, point-of-care testing, genética, anatomia
patológica, ecotoxicologia, microbiologia de águas, microbiologia de alimentos, microbiologia do ar e
microbiologia de areias.

A colaboração com entidades congéneres, grupos de trabalho e peritos tem permitido alargar a
oferta de programas nas diferentes áreas. A participação em programas de avaliação externa da
qualidade laboratorial é um requisito obrigatório para a acreditação de ensaios e para cumprimento
da legislação em vigor. A participação no PNAEQ é voluntária, sendo garantida a confidencialidade
dos resultados da avaliação do desempenho.

A implementação de ações de melhoria do desempenho laboratorial contribui para o aumento


da qualidade dos resultados laboratoriais de prestadores públicos e privados, mantendo o seu
controlo ao longo do tempo, de modo a garantir um diagnóstico correto, baseado em resultados
exatos e precisos com ganhos na saúde da população.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 87


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Quadro 25. Número de programas disponibilizados pelo PNAEQ e em colaboração com as


entidades congéneres, nas diferentes áreas (2010 - 2020)

Área do Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PNAEQ 2020/2019

Anatomia
3 4 4 4 4 5 7 7 7 7 8 14,3%
Patológica
Clínica 74 76 85 115 125 173 171 184 196 197 211 7,1%

Ecotoxicologia 1 1 1 1 1 1 0,0%

Genética 1 1 13 13 15 15 15 15 0,0%
Microbiologia de
1 1 1 1 1 1 0,0%
Areias
Microbiologia do
2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 0,0%
Ar
Point of care
3 4 6 9 9 15 15 18 17 16 15 -6,3%
Testing POCT
Recursos
1 1
Humanos
Microbiologia de
5 5 6 7 7 8 8 8 8 9 10 11,1%
Alimentos
Microbiologia de
2 2 4 5 7 7 7 8 8 9 9 0,0%
Águas
Total 89 93 107 144 156 226 226 246 257 258 273 5,8%

Fonte: INSA

3.6. Unidade de apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências


em Saúde pública

Autoridade de Saúde Nacional

A Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências em Saúde


Pública (UESP) consolidou procedimentos e metodologias nas áreas do apoio à Autoridade de Saúde
Nacional e na preparação e resposta a ameaças de saúde pública.

Na área de apoio à Autoridade de Saúde Nacional, releva-se o continuado esforço de resposta


aos pedidos de parecer e de esclarecimento, a cidadãos e profissionais de saúde, quer seja contributos
para documentos internos e externos, quer ainda no preenchimento de questionários e avaliação de
recursos hierárquicos.

Centro de Emergências em Saúde Pública

A criação do CESP enquadra-se, a nível internacional, no âmbito do reforço do Regulamento


Sanitário Internacional e das recomendações da Comissão Europeia, no contexto da Decisão N.º
1082/2013/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2013.

Desde 2016, o CESP tem vindo a consolidar o seu papel no âmbito de Epidemic Intelligence, no
que diz respeito à deteção precoce de ameaças à saúde pública, monitorização de indicadores,
eventos e alertas.

88 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Em 2020, o grande enfoque foi o acompanhamento da pandemia COVID-19 que, em 30 de


janeiro de 2020, foi declarada pela WHO surto como Public Health Emergency of International
Concern (PHEIC) e pandemia a 11 de março. Neste contexto, o CESP integrou a Task Force da DGS
para a operacionalização e a implementação de medidas para prevenção e controlo da infeção por
novo Coronavírus, previstas no plano de contingência.

Na área das emergências de saúde pública, o CESP tem colaborado na gestão de plataformas de
comunicação de alertas, nacionais e internacionais, com receção, análise e emissão de notificações
em vários sistemas, bem como articulado com redes internacionais, nomeadamente a WHO e o ECDC.

Na monitorização e resposta a emergências de saúde pública, releva-se o surto de Doença do


Legionário na região Norte e na região de Lisboa a Vale do Tejo, a identificação do mosquito Aedes
Albopictus no aeroporto de Faro; no resto do mundo, destaca-se o surto de Doença pelo vírus Ébola,
na República Democrática do Congo, e a pandemia COVID-19.

No âmbito da Sanidade Internacional, colabora com a rede de autoridades de saúde, nacionais e


internacionais, na partilha de informação.

Para divulgação das principais ameaças de saúde pública, continua a ser elaborado
semanalmente o Boletim RONDA, destacando-se a pandemia COVID-19 e o surto de Doença pelo vírus
Ébola na República Democrática do Congo. Também foi iniciado, em janeiro de 2020, a elaboração de
um ponto de situação diário sobre as medidas e atividades realizadas durante a pandemia
COVID-19.

O CESP continua a colaborar na preparação de pareceres técnicos de apoio à decisão, bem como
na resposta aos cidadãos.

São de destacar, igualmente, as Joint Actions europeias "Healthy GateWays" e SHARP, em que
Portugal participou através da DGS em diferentes work packages, sob a coordenação do CESP. No
âmbito da Joint Action “Healthy GateWays”, com vista a reforçar as capacidades dos Estados-
Membros nos pontos de entrada, o CESP coordenou a participação de peritos nacionais nos cursos
sobre preparação e resposta a eventos de saúde pública em portos e em aeroportos.

Relativamente à Joint Action SHARP (Strengthened International Health Regulations and


Preparedness in the EU), implementada em abril de 2019, para reforçar a implementação do
Regulamento Sanitário Internacional e a preparação e resposta a ameaças sanitárias, o CESP
participou e contribuiu tecnicamente no desenvolvimento das iniciativas europeias.

3.7. Pessoa com Doença Rara

O “Cartão de Pessoa com Doença Rara” (CPDR) foi criado em 2014, na sequência da Resolução
da Assembleia da República n.º 34/2009, de 7 maio.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 89


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

O ano de 2020 continuou a acompanhar a evolução positiva no que se refere ao número de


emissão dos cartões, com um total de 895 cartões emitidos, reflexo da estabilização da medida de
alargamento desta iniciativa a todos os hospitais e médicos do SNS.

Os objetivos da implementação do CPDR são os seguintes:

1. Assegurar que nas situações de urgência ou emergência, os profissionais de saúde tenham


acesso à informação relevante da pessoa com doença rara e à especificidade da situação
clínica, permitindo o melhor atendimento do utente.

2. Melhorar a continuidade de cuidados, assegurando que a informação clínica relevante da


pessoa com doença rara está na posse do utente, num formato acessível e que o acompanha
nos diferentes níveis de cuidados de saúde.

3. Facilitar o encaminhamento apropriado e rápido para a unidade de saúde que assegure,


efetivamente, os cuidados de saúde adequados ao utente.

No seu conjunto, existem entre 5 e 8 mil doenças raras, afetando cerca de 6% da população.
Estima-se que, em Portugal, existam cerca de 600 mil pessoas portadoras destas doenças.

Em Portugal existiam em 2020, 7.012 pessoas com doença rara, detentoras do CPDR. Até à data
foram codificadas no CPDR cerca de um milhar (1.066) de doenças raras diferentes.

A desmaterialização e desburocratização do processo possibilitou que mais doentes obtivessem


o seu cartão digital e que todos os profissionais de saúde pudessem consultar a informação de
emergência, específica para cada doente, em tempo real de consulta ou urgência.

É de salientar ainda nesta matéria, o reconhecimento de Centros de Referência e de Redes


Europeias de Referência nas áreas de intervenção complexa ou doença rara.

Quadro 26. Cartão de Pessoa com Doença Rara

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Número de cartões requisitados 622 911 776 2 703 1 100 1 065 895
Número de unidades de saúde
6 13 14 24 30 25 24
emissoras
Número de novas doenças codificadas 168 182 106 225 150 145 90
Nota: Os dados referentes ao número de cartões, requisitados anualmente, foi revisto em 2020, tendo sido atualizado à data. O
n.º de pessoas com doença rara não corresponde ao somatório do n.º de cartões requisitados.
Fonte: DGS (a partir de dados fornecidos pela SPMS em 2021

É ainda de referir que, relativamente ao INSA, sendo este o laboratório do Estado no setor da
saúde, laboratório nacional de referência e observatório nacional de saúde, a doença rara é abordada
de uma forma multidisciplinar tendo como missão principal realizar investigação científica com o
mais alto padrão de excelência e relevância, diagnóstico diferenciado e prevenção das doenças raras
no SNS.

90 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Os resultados dos testes genéticos, conjugados com o aconselhamento genético, contribuem


diretamente para a prevenção da doença rara no contexto familiar e da saúde pública (populacional).
Todos os anos são executados mais de 6.000 testes genéticos de citogenética (incluindo a citogenética
molecular), genética molecular e genética bioquímica, visando o diagnóstico de indivíduos com
doença genética e a prevenção (primária) da ocorrência de novos casos de doença, através da (i)
identificação de portadores assintomáticos, (ii) da identificação de casais com risco acrescido de
terem descendência afetada e do diagnóstico pré-natal.

As atividades de investigação e desenvolvimento registaram uma evolução significativa, com


natural reflexo na vertente de prestação de serviços especializados e na caraterização funcional de
variantes da sequência de DNA com significado clínico desconhecido. São exemplos disto a recente
implementação do teste de rastreio pré-natal não invasivo de aneuploidias, no SNS, e a aplicação da
sequenciação na identificação das alterações cromossómicas e genómicas estruturais.

Destaca-se, no âmbito da participação portuguesa no European Join Programme on Rare


Diseases (EJPRD), e como previsto por este programa europeu para as doenças raras, a constituição
do National Mirror Group Português (NMG). O INSA assegurará a Coordenação do NMG português
em estreita colaboração com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a Direção-Geral da
Saúde (DGS), tendo já sido integrados outros parceiros relevantes na área das doenças raras a nível
nacional, nomeadamente a Comissão Nacional para os Centros de Referência, a Comissão Instaladora
- Associações de Doenças Raras, a Orphanet Portugal e o representante da FCT no Policy Board do
EJPRD.

O papel dos NMG é assegurar a nível nacional a divulgação do EJPRD por todos os stakeholders
na área das doenças raras, de forma a facilitar o alinhamento entre as atividades nacionais e as
atividades do EJPRD, aumentar a participação nacional nas oportunidades de financiamento lançadas
no âmbito deste programa e assegurar que os interesses nacionais são integrados nos trabalhos do
EJPRD.

Junto do INSA funcionam a Comissão Técnica Nacional e a Comissão Executiva do Programa


Nacional de Rastreio Neonatal, a Comissão Coordenadora do Tratamento das Doenças Lisossomais
de Sobrecarga, o Registo Português de Paramiloidose e o Registo Nacional de Anomalias Congénitas
(RENAC).

3.8. Procriação Medicamente Assistida


A Portaria n.º 67/2011, de 4 de fevereiro, aprovou a tabela de preços para os tratamentos de
procriação medicamente assistida, no âmbito das ações necessárias à execução do Projeto de
Incentivos à Procriação Medicamente Assistida, previstas no Despacho n.º 14 788/2008, de 28 de
maio.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 91


3. OUTROS PROGRAMAS E INICIATIVAS DE SAÚDE

Em 2009, foi determinada a aplicação de um regime de financiamento por preço compreensivo,


abrangendo todos os atos médicos associados aos vários tipos de tratamento de PMA identificados
pela DGS e pela ACSS.

A Lei n.º 17/2016 de 20 de junho veio alargar o âmbito dos beneficiários das técnicas de PMA
estabelecendo, entre outras, que as técnicas de PMA podem ainda ser utilizadas por todas as
mulheres independentemente do diagnóstico de infertilidade.

A partir de 2017, o Banco de Gâmetas, centralizado no Centro Hospitalar Universitário do Porto,


passou a contar com dois centros afiliados no centro e no sul do país, respetivamente, o Centro
Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.

Em 2020, como sucedeu com outras prestações de cuidados, observou-se uma diminuição de
atividade nesta área.

Quadro 27. Atividade do Programa de Procriação Médica Assistida

Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Primeiras Consultas Médicas de


7 021 7 670 7 671 7 234 7 426 8 127 7 051 7 480 7 277 6 764 5 551 -17,9%
apoio à fertilidade
Número total de ciclos IO 1 741 1 897 1 739 1 578 1 472 1 199 1 290 1 138 1 217 1 066 819 -23,2%

Número total de ciclos IIU 922 1 084 1 213 1 270 1 195 1 368 1 324 1 191 1 282 1 266 857 -32,3%

Total Ciclo FIV/ICSIS 2 480 2 394 2 643 2 715 2 872 3 101 3 139 3 067 2 967 3 062 2 268 -25,9%

Total de ciclos FIV realizados 724 720 1 018 1 194 1 326 1 361 1 481 1 565 1 459 1 540 1 175 -23,7%

Total de ciclos ICSI realizados 1 595 1 530 1 483 1 360 1 380 1 573 1 512 1 369 1 368 1 399 993 -29,0%
Total de ciclos ICSI com
espermatozoides recolhidos 161 144 142 161 166 167 146 133 140 123 100 -18,7%
cirurgicamente realizados
Legenda: Consulta Apoio à Fertilidade (estudo inicial); IO - Indução da Ovulação; IIU - Inseminação Intra-uterina; FIV – Fertilização in vitro; ICSI - Injeção
intracitoplasmática de espermatozoides; ICSI - Injeção intracitoplasmática de espermatozoides recolhidos cirurgicamente.
Nota: Os dados incluem EPE, SPA e PPP.
Fonte: ACSS (SICA)

92 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

4. Cuidados de saúde primários


Os cuidados de saúde primários constituem o primeiro ponto de contacto dos utentes com os
serviços que compõem o SNS, o que justifica a atenção particular e a prioridade que lhes tem sido
dada nos últimos anos. Atualmente, as unidades prestadoras de cuidados de saúde primários
(unidades funcionais) encontram-se integradas em Agrupamentos de Centros de Saúde e em
Unidades Locais de Saúde.

O ano de 2020 é fortemente marcado pela pandemia COVID-19 que trouxe novos desafios à
organização das unidades de saúde, designadamente pela necessidade de reduzir a circulação e
concentração de pessoas nos mesmos espaços. No contexto dos CSP, ocorreram alterações
consideráveis nas rotinas de trabalho dos profissionais com a adoção de novas formas de interação
e de prestação de cuidados de saúde com os seus utentes, nomeadamente, pela utilização de
tecnologias de informação e comunicação. Desta forma, ultrapassaram-se constrangimentos
relacionados com as medidas de distanciamento físico e circulação de pessoas, com impacto sobre a
atividade das equipas, fazendo com que uma parte significativa da atividade programada fosse
realizada através de consultas não presenciais. Assim, passou a observar-se a predominância das
consultas não presenciais (face às presenciais), as quais duplicaram no ano de 2020 por comparação
com o ano anterior.

Evolução da rede de prestação de cuidados de saúde primários


No ano de 2020, apesar do contexto pandémico, continuou a registar-se um aumento do número
de Unidades de Saúde Familiar, tendo sido aprovadas 20 USF, das quais 19 iniciaram atividade nesse
mesmo ano. Em simultâneo foram extintas 2 USF pelo que o saldo positivo de USF Modelo A foi de
17. Conforme se constata no Gráfico 27 a evolução do número de USF tem sido sempre crescente.

Em 2020 registaram-se 266 Unidades de Cuidados na Comunidade, modelo de prestação de


cuidados que importa continuar a desenvolver, pelos cuidados de proximidade que desenvolve junto
da população.

Quadro 28. Evolução do número de USF, UCC e UCSP

Tipo de unidades
Var.
2020/2019

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Valor %

Total de USF 277 320 357 394 418 449 479 495 532 564 581 17 3,0%

Modelo A 160 183 195 213 225 241 246 261 278 290 307 17 5,9%

Modelo B 117 137 162 181 193 208 233 234 254 274 274 0 0,0%

UCSP 518 503 470 464 442 419 397 393 376 345 335 -10 -2,9%

UCC 66 162 209 218 237 243 249 255 263 264 266 2 0,8%

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 93


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Gráfico 27. Evolução do número de USF – Modelo A e B

Total de USF Modelo A Modelo B

700
+ 17
+ 32
600 + 37 581
+ 16 564
+ 30 532
+ 31 495
500 + 24 479
+ 37 449
418
+ 37 394
400 + 43 357
320
290 307
300 277 278 274
246 261 274
241 254
225 233 234
213 208
183 195 181 193
200 160 162
137
117
100

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

No final de 2020, as 581 USF em atividade abrangiam 64,2% do total de utentes inscritos nos
cuidados de saúde primários, com um aumento de cobertura de 1 p.p. da população inscrita em USF,
face a 2019.

Por sua vez, as 266 UCC existentes a 31 de dezembro de 2020 asseguravam a cobertura de 96,6%
dos residentes no continente (o que se traduz num aumento de 0,7 pp em relação a 2019).

Gráfico 28. Percentagem de população residente coberta por USF e por UCC

% Residentes cobertos por UCC % Residentes cobertos por USF

95,9% 96,6%
100% 95,4%
89,2% 92,3%
86,2%
84,0%
+ 0,7 pp
78,3%
80%

65,4% 64,2%
63,2%
58,2% 58,1% 60,1%
60% 55,8%
52,4%
49,4%
46,0%
+ 1 pp
40,0%
40% 35,0%
30,3%

20%
23,7%

0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: A estimativa de residentes de 2020 é igual à de 2019, por ainda não estar disponível a de 2020.
Fonte: ACSS

94 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Percentagem de utentes com médico de família atribuído face aos inscritos nos
cuidados de saúde primários

O indicador referente à população inscrita no SNS com médico de família atribuído atingiu, em
2020, os 91,6%, o correspondente a 9.449.263 utentes.

Em 2020 foram contratados 430 novos especialistas em Medicina Geral e Familiar e


aposentaram-se 295, pelo que se verifica um saldo positivo de 135 Médicos de Família. Por outro
lado, e em linha com o que tem vindo a suceder nos últimos anos, em 2020, o número de utentes
inscritos aumentou em 6.325 utentes face a 2019.

Gráfico 29. Evolução percentual de utentes inscritos com médico de família


98%

92,7% 93,0% 92,7%


92,1% 91,6%
93%
89,7%

88% 86,9%
85,1% 85,5%
83,4%
82,1%
83%

78%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

Percentagem de utentes com médico de família atribuído face à população


residente
Considerando a população residente no continente (9.802.128 habitantes em 2020, segundo
dados atualizados pelo INE a 14 de junho de 2021), é possível aferir que a relação entre os utentes
com médico de família atribuído e os residentes é de 96,4%.

Note-se que o diferencial entre a população inscrita nos CSP e a população residente poderá ficar
a dever-se a fatores como a manutenção da inscrição ativa no SNS, por parte dos cidadãos nacionais
residentes no estrangeiro, ou estrangeiros em estadas temporárias.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 95


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Gráfico 30. Evolução percentual da relação entre os utentes com médico de família atribuído
e os residentes

100%

97,5%
96,9%
96,4%
95,6%

95% 94,0%

91,7%

90%
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: ACSS e INE

Cobertura regional
Num contexto regional, verifica-se que as regiões de saúde do Norte e do Centro tinham, em 2020,
uma cobertura de utentes inscritos com médico de família atribuído superior a 95% (96,8% e 95,2%,
respetivamente). A região do Algarve apresentava um valor de 86,7%, que face às restantes regiões
manteve a mesma percentagem de utentes inscritos com médico de família.

Quadro 29. Evolução percentual de utentes inscritos com médico de família atribuído, por região

Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 91,1% 90,8% 92,0% 94,9% 95,5% 97,1% 98,7% 98,2% 99,0% 98,4% 96,8% -1,6 pp

ARS Centro 94,8% 91,4% 92,1% 93,0% 92,4% 94,4% 97,2% 97,4% 97,1% 96,8% 95,2% '-1,6 pp

ARS Lisboa e Vale do Tejo 75,4% 73,5% 77,6% 81,6% 77,5% 79,9% 83,3% 85,4% 85,1% 85,6% 85,2% -0,4 pp

ARS Alentejo 95,2% 95,9% 93,5% 92,7% 91,9% 92,6% 96,5% 96,4% 95,5% 93,9% 93,0% '-0,9 pp

ARS Algarve 72,3% 68,9% 69,2% 68,9% 65,0% 77,0% 84,1% 85,5% 88,6% 86,7% 86,7% 0 pp

Total 82,1% 83,4% 85,1% 86,9% 85,5% 89,7% 92,1% 92,7% 93,0% 92,7% 91,6% - 1,1 pp

Fonte: ACSS

Evolução do número de utentes sem médico de família atribuído


Da análise efetuada ao número de utentes sem médico de família atribuído verifica-se um total
de 835.658 utentes sem médico de família, no final de 2020.

96 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Gráfico 31. Evolução do número de utentes sem médico de família atribuído

2 000 000
1 819 248

1 598 659 1 660 609

1 478 271
1 500 000

1 332 425
1 044 945
1 000 000
835 658
767 149 730 232
711 081 690 232

500 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

Enfermeiro de família nos cuidados de saúde primários


A figura do enfermeiro de família tem vindo a ser criada nos sistemas de saúde de vários países
da região europeia da OMS.

Portugal acompanha esta tendência, tendo vindo a reforçar a presença dos especialistas de
enfermagem nos cuidados de saúde primários, cujo papel é essencial para a promoção da saúde e
prevenção da doença.

No final de 2020, mais de 86% dos utentes inscritos nos cuidados de saúde primários tinham
um enfermeiro de família atribuído, representado um aumento de 0,7 pontos percentuais face ao ano
de 2019.

Gráfico 32. Evolução percentual de utentes com enfermeiro de família atribuído

90%
85,6% 86,3%

85% 82,8%
80,0%
80%
74,2%
75%
69,9%
70%

65%

60%
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 97


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Qualificação das respostas nos cuidados de saúde primários


Apesar da situação epidemiológica que se verificou em 2020, houve um esforço coletivo na
expansão da atual rede de cuidados de saúde primários.

Saúde oral

No ano de 2020, passaram a efetuar-se consultas de medicina dentária em 124 gabinetes de


Saúde Oral, em 113 centros de saúde, de 47 ACES, de todas as regiões do país, promovendo desta
forma a equidade no acesso.

Ao longo do ano, e conforme detalhado no quadro seguinte, realizaram-se 59.912 consultas de


saúde oral no SNS, tendo sido referenciados 43.323 utentes, no âmbito do projeto de saúde oral.

Quadro 30. Resultados do projeto-piloto de saúde oral

Taxa de utilização de cheques 2016 2017 2018 2019 2020

Número de médicos de família que fizeram pelo


240 2 158 2 800 4 989 5 161
menos uma referenciação*
Número de utentes referenciados 3 066 51 386 59 470 67 383 43 323
Número total de consultas de saúde oral
4 751 68 910 75 927 85 875 59 912
realizadas
* Valores acumulados
Fonte: DGS

Saúde visual infantil

O Rastreio da Saúde Visual Infantil, em 2020, foi implementado em 30 dos 54 ACES (55,6%) e
abrangeu uma população de 33.408 crianças em Portugal Continental.

Em comparação com o ano de 2019, e fruto do impacto da pandemia COVID-19, verificou-se um


decréscimo de 3 ACES abrangidos pelo rastreio de saúde visual infantil, o que se traduziu num
decréscimo do número total de crianças rastreadas (-30,8%).

98 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Quadro 31. Monitorização do Rastreio de Saúde Visual Infantil aos 2 anos de idade (Fase 1), por
ARS (2020)

ARS ARS
Indicador ARS Norte ARS Centro ARS LVT Continente
Alentejo Algarve
Número total de ACES 24 8 15 4 3 54

Nº Total de ACES com RSVI implementado 18 6 5 1 0 30

Taxa Cobertura Regional por ACES/USF 75% 75% 33,3% 25% 0% 55,6%

Número de inscritos no SNS com 2 anos* 28.155 12.471 34.655 3.803 4.390 83.474

População Alvo 2 anos** 28.148 10.457 15.661 1.224 0 55.490

População elegível 27.332 10.119 15.647 1.224 n.d. 54.322

População Excluída 816 338 14 0 0 1.168

Nº Convites Enviados 21.742 8.135 2.307 1.224 0 33.408

Nº Total de Crianças rastreados 16.205 5.072 1.406 570 0 23.253

Taxa Adesão Regional 74,5% 62,4% 60.9% 46,6% 0% 69,6%

Taxa Rastreio Populacional 57,6% 40,7% 4,1% 15,0% 0% 27,9%

Nº de Resultados positivos 2 507 400 181 84 0 3 172

% Resultados Positivos 15,5% 7,9% 28,9% 14,7% 0% 13,6%


Nº de Resultados positivos com prescrição de
170 170 17 n.d. 0 357
óculos
% de prescrição de óculos por Nº de positivos 7% 43% 9% n.d. 0% 11,3%
Fonte: ARS, 2020, com exceção do Número de inscritos no SNS com 2 anos*
*Fonte: Dados extraídos do SIM@SNS a 24/05/2021
**A população alvo 2 anos considerada pelas ARS diz respeito apenas ao número de crianças inscritas nos ACES com RSVI implementado

Telerrastreio Dermatológico
O programa de telereferenciação dermatológica visa contribuir para o diagnóstico precoce de
lesões dermatológicas e do cancro de pele, assim como para melhorar o acesso às consultas de
dermatologia, contribuindo para o cumprimento dos TMRG e para uma resposta mais cómoda para
o utente.

Esta forma de referenciação consiste na inscrição, pelo médico de medicina geral e familiar, de
um pedido de consulta para a especialidade de dermatologia no âmbito do programa Consulta a
Tempo e Horas, com anexação de imagem e de dados clínicos relevantes, seguindo-se uma análise
por parte do especialista hospitalar que estuda o caso clínico e, em função dessa análise, efetua o
diagnóstico e a intervenção terapêutica adequada.

Em 2018, o Despacho n.º 6280/2018, de 28 de junho, determinou que a referenciação para a


primeira consulta de especialidade hospitalar de dermatovenereologia, realizada pelos cuidados de
saúde primários do SNS, fosse efetuada obrigatoriamente através da utilização de telerrastreio
dermatológico, salvo nos casos em que o doente não tenha manifestado o seu acordo.

Em 2020, 44,5% dos pedidos de primeira consulta na área da dermatologia foram resolvidos
através do Rastreio Teledermatológico, mantendo a tendência registada em 2019 (45%).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 99


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica


A integração entre níveis de prestação de cuidados é essencial para a melhoria da prestação
centrada no utente. O desenvolvimento de mecanismos facilitadores da articulação entre níveis de
prestação de cuidados tem relevância na eficiência e minimização de tempos médios de espera para
a realização de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica.

Durante o ano de 2020, foram estabelecidos 9 contratos entre ACeS e entidades hospitalares do
SNS, na área de análises clínicas, pelo valor total contratual de 1.463.146,73 €, do qual 98,7%
corresponde ao MCDT “Pesquisa de RNA do vírus SARS-CoV-2 por PCR em tempo real” (código SNS:
26346; código convencionado: 1524.1).

Em termos gerais, a plataforma Gestão Partilhada de Recursos do SNS encerrou o ano 2020 com
1.306 registos de disponibilidades e 1.549 registos de necessidades, o que correspondeu,
respetivamente, a uma redução de 30% e de 71%, face ao ano 2019, o que pode encontrar explicação
na situação epidemiológica vivida. Em termos de cooperação, foram celebrados 28 contratos, pelo
valor total de 2.076.215,91€, distribuídos pelas seguintes áreas:

• Análise clínicas: 72,9%

• Medicina nuclear: 25,9%

• Radiologia: 0,7%

• Otorrinolaringologia: 0,3%

• Anatomia Patológica 0,1%

Unidades móveis de saúde


As unidades móveis de saúde existentes nos vários ACES do SNS são, em regra, constituídas por
uma viatura que dispõe de um gabinete de consulta e de uma sala de exames e tratamentos,
encontrando-se equipadas com tecnologia de ponta, a nível de diagnóstico, com condições para
prestar cuidados de saúde primários aos utentes do SNS, nomeadamente, na área clínica e de
enfermagem, apoio domiciliário, saúde escolar, vigilância do estado de saúde dos idosos que vivem
isolados, rastreios, campanhas de vacinação.

A atividade das unidades móveis de saúde visa incrementar as respostas de proximidade e


assegurar a continuidade de cuidados aos utentes do SNS, na medida em que são facilitadoras da
implementação efetiva de programas de promoção da saúde e de prevenção da doença, de vigilância
do estado de saúde, assim como da prestação de cuidados médicos e de enfermagem a grupos
populacionais com maior dificuldade de acesso à saúde ou mais isolados, quer pela distância, quer
por dificuldade de transportes, quer por serem grupos mais vulneráveis (idosos ou deficientes).

100 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Quadro 32. Número de unidades móveis e principais atividades desenvolvidas

Número de Unidades Móveis Área geográfica coberta Principais atividades desenvolvidas

Abrangem concelhos ou freguesias As unidades apoiam o desenvolvimento de diversas


específicas, nomeadamente Vila Real, atividades, tais como a sensibilização, prevenção e
Boticas, Moimenta da Beira, Tarouca, promoção da saúde a grupos vulneráveis,
Marco de Canavezes, Baião, Celorico de nomeadamente à população idosa, consultas de
ARS Norte 17
Basto, Porto, Bragança, Carrazeda de enfermagem, rastreios esporádicos nos dias
Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, comemorativos (diabetes, do idoso, mês do
Miranda do Douro, Mogadouro, coração), rastreio de tuberculose (pneumológico),
Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. entre outras atividades.
As unidades apoiam o desenvolvimento de diversas
atividades, tais como campanhas de promoção da
Abrangem os ACES Baixo Vouga, Baixo saúde e prevenção da doença, diagnóstico da
Mondego, Cova da Beira, Pinhal Interior tuberculose pulmonar, visitas domiciliárias, rastreios
ARS Centro 10
Norte, Pinhal Litoral, Dão Lafões, ULS (cancro colo rectal, diabetes, hipertensão, HIV/Sida,
Castelo Branco e ULS Guarda saúde oral, entre outros), campanhas de vacinação,
cuidados de enfermagem, entre outras atividades
na comunidade.
As unidades apoiam o desenvolvimento de diversas
Abrangem a população de vários ACES, atividades, nomeadamente de promoção da saúde
nomeadamente Amadora, Loures na comunidade, intervenção comunitária em
Odivelas, Médio Tejo, Almada-Seixal, populações de maior vulnerabilidade, sessões de
ARS Lisboa e Vale do Tejo 8
Arco Ribeirinho, Oeste Norte, Oeste Sul, literacia, vacinação, intervenções na área da saúde
muitas delas em parceria com os mental, rastreios, realização de consultas médicas
municípios e um com um Hospital e de enfermagem, visitação domiciliária, Testes e
Vacinação COVID-19.
ACES AC - tratamento assistencial (Borba),
espirometrias (parada); ULSNA - tratamento
assistencial preferencialmente de cuidados de
enfermagem, (Gavião e Nisa); ULSLA - (Odemira)
2 ACES Alentejo Central (1 parada); 2 esteve parada por falta de motorista da camara,
ARS Alentejo 8
ULSNA; 2 (ULSLA); 2 (ULSBA) utilizada para tratamento assistencial e vacinação;
(Santiago do Cacém) foi utilizada pela saúde
publica no âmbito assistencial à COVI-19; ULSB -
(Ourique)deslocada para beja para realização de
testes Covid-19, (Almodôvar) - parada
Onze concelhos do Algarve, em parceria
14 Atividades de consultas e acompanhamento
com os Municípios. A Unidade Móvel de
( 11 Unidades Móveis de especializado e promoção da saúde em populações
Radiologia, abrange toda a região e
ARS Algarve Proximidade, 2 Unidades Móveis rurais e dispersas. Atividades de rastreios.
colabora, quando solicitado, em rastreios
CAD, 1 Unidade Móvel de Atividades de sensibilização e atendimento para
noutras regiões do país. As Unidades
Radiologia) comportamentos aditivos.
Móveis CAD abrangem toda a região.
Fonte: Administrações Regionais de Saúde

Síntese de resultados alcançados em 2020


Dada a elevada infecciosidade da SARS-COV-2 foi necessária a criação de circuitos de acesso
separados para utentes suspeitos de infeção por SARS-COV-2 tendo sido criadas áreas dedicadas para
doenças respiratórias (ADR) nos CSP o que implicou a segregação de recursos físicos e humanos para
dar resposta a esta nova realidade. Para além do impacto de tal segregação na atividade “normal”,
ocorreu um natural acréscimo de atividade de vigilância para os profissionais. No final de 2020
contabilizaram-se 32.553.575 consultas médicas totais realizadas nos cuidados de saúde primários,
um acréscimo de 3,1% face 2019.

A atividade realizada em atendimento complementar fora das USF e UCSP continuou a decrescer
(menos 16,7% face ao ano anterior).

O número de consultas médicas não presenciais registou um crescimento acumulado de


100,4%. Importa salientar que, no contexto da Pandemia COVID-19, os profissionais e serviços de
saúde recorreram a novas formas de interação e de prestação de cuidados de saúde com os seus
utentes, nomeadamente, utilizando tecnologias de informação e comunicação. O recurso a estes
instrumentos permitiu aos profissionais de saúde, ultrapassarem os constrangimentos relacionados

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 101


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

com as medidas de distanciamento e aglomeração de pessoas que tiveram de ser adotadas por
motivos de segurança. Assim, e conforme já referido anteriormente uma parte significativa da
atividade programada foi realizada por meios não presenciais.

Quadro 33. Movimento assistencial nos cuidados de saúde primários (em milhares)

Var.
Coluna1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Total de consultas médicas 33 195 32 754 30 537 30 347 29 765 30 473 30 949 30 692 31 184 31 569 32 554 3,1%

Presenciais 21 897 21 782 20 044 20 134 19 804 20 605 20 613 20 256 20 583 20 715 12 732 -38,5%

Não presenciais 7 194 7 592 7 942 7 965 7 922 8 007 8 522 8 753 8 946 9 241 18 519 100,4%

Domicílios médicos 174 185 187 197 191 198 199 183 193 198 124 -37,0%

Em atendimento
3 930 3 195 2 364 2 051 1 848 1 663 1 615 1 500 1 462 1 414 1 178 -16,7%
complementar / consulta aberta

Total de consultas de
15 879 18 155 19 127 19 623 19 754 20 054 19 254 18 756 19 108 19 286 16 507 -14,4%
enfermagem

Total de consultas de outros


n.d. n.d. n.d. 65 316 358 445 486 587 664 540 -18,8%
técnicos saúde

Fonte: ACSS

Os indicadores assistenciais nos cuidados de saúde primários refletem a nova forma de


organização da prestação e a necessidade de acompanhamento aos doentes COVID-19. Não obstante
as reduções observadas em alguns indicadores, os resultados alcançados encontram-se, na sua
maioria, alinhados com os de anos anteriores.

Quadro 34. Indicadores assistenciais nos cuidados de saúde primários

Indicador 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Despesa média (PVP) de medicamentos prescritos e


176,1 € 168,8 € 162,4 € 165,2 € 172,0 € 171,1 € 179,8 € 196,0 €
comparticipados, por utente utilizador
Despesa média, baseada no preço convencionado
53,7 € 56,5 € 59,4 € 58,8 € 60,6 € 63,8 € 65,9 € 66,6 €
de MCDT prescritos, por utente utilizador
Incidência de "asma" 3 2,9 3 2,8 2,6 2,6 2,6 2,0

Incidência de "DPOC" 1,9 2,4 2,3 2 1,7 1,7 1,6 0,99

Incidência de "enfarte agudo do miocárdio" 0,9 0,8 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,55
Número médio visitas domiciliárias por utente, por
8,6 9,9 10,2 10,4 11,2 10,11
mês
Proporção de adultos com asma/DPOC/bronquite
74,6% 75,8% 75,4% 76,7% 79,1%
crónica, com diagnóstico
Proporção de adultos com depressão/ansiedade,
66,9% 68,6% 70,6% 72,6% 73,7%
com diagnóstico
Proporção de adultos com DM, com diagnóstico 96,0% 96,1% 97,0% 97,3% 97,5%

Proporção de adultos com HTA, com diagnóstico 89,1% 89,5% 90,1% 90,2% 91,2%
Proporção de consultas de enfermagem realizadas
44,2% 42,9% 40,2%
no dia do agendamento
Proporção de consultas médicas realizadas no dia
43,8% 42,8% 42,8% 41,8% 51,1%
do agendamento
Proporção de consultas realizadas no intervalo [17;
13,5% 15,4% 14,5% 14,7% 15,3%
20]h
Proporção de consultas de renovação de receituário
97,2% 99,7% 95,3% 95,2% 93,5%
com resposta em 3 dias úteis

102 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


4. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Indicador 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020


Proporção de crianças com pelo menos 3 consultas
médicas de vigilância de saúde infantil no 2º ano de 46,5% 52,4% 54,1% 59,5% 61,0% 62,5% 64,7% 61,8%
vida
Proporção de crianças com pelo menos 6 consultas
médicas de vigilância de saúde infantil no 1º ano de 46,0% 57,2% 59,9% 65,1% 67,3% 67,9% 70,4% 62,5%
vida
Proporção de grávidas com 1ª consulta médica de
80,0% 87,7% 88,2% 89,1% 89,6% 89,7% 90,3% 90,9%
vigilância da gravidez, realizada no 1º trimestre
Proporção de grávidas que realizaram, pelo menos
um exame ecográfico durante o 1º trimestre de 47,9% 48,9% 55,0% 59,5% 64,1% 61,7%
gravidez
Proporção de hipertensos, com acompanhamento
28,0% 32,3% 35,4% 34,5% 36,1% 37,5% 21,9%
adequado
Proporção de utentes com 14 ou mais anos e com o
problema de "consumo excessivo de álcool", a quem
64,4% 63,5% 61,0% 57,2% 57,1% 56,8% 55,1%
foi realizada pelo menos uma consulta relacionada
nos últimos 3 anos
Proporção de utentes com diabetes ou com doença
respiratória crónica ou com doença cardíaca crónica
37,7% 36,2% 38,8% 38,5% 41,0% 44,8% 46,6% 51,5%
ou com idade superior a 65 anos, com a vacina da
gripe prescrita ou efetuada nos últimos 12 meses
Proporção de utentes com diabetes, com pelo
menos 2 HbA1c no último ano, desde que abranjam 48,9% 54,5% 57,8% 59,1% 58,1% 60,6% 62,5% 42,2%
os 2 semestres
Proporção de utentes com hipertensão arterial, com
54,4% 56,5% 56,9% 57,4% 56,1% 57,4% 58,4% 32,5%
registo de pressão arterial em cada semestre
Proporção de utentes com idade igual ou superior a
14 anos, com quantificação dos hábitos tabágicos 32,1% 43,3% 51,6% 57,3% 58,0% 58,7% 59,0% 56,3%
nos últimos 3 anos
Taxa de utilização de consultas de enfermagem de
37,6% 39,0% 39,5% 39,9% 37,3% 34,1% 34,4% 25,7%
planeamento familiar
Taxa de utilização de consultas médicas de
34,5% 36,5% 37,3% 35,4% 35,1% 34,5% 21,8%
planeamento familiar
Taxa de utilização global de consultas médicas 68,0% 68,6% 67,6% 67,5% 67,6% 64,6%
Taxa de utilização global de consultas médicas nos
84,5% 85,2% 85,1% 84,6% 83,7% 83,1% 83,3%
últimos 3 anos
Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 103


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

5. Cuidados de saúde hospitalares


A pandemia COVID-19 teve um impacto significativo ao nível hospitalar, enquanto ponto de
prestação de assistência aos doentes com necessidade de internamento quer em enfermaria quer em
cuidados críticos.

Para assegurar a capacidade de resposta adequada às necessidades decorrentes da pandemia


foi efetuado um trabalho intenso de preparação e capacitação da resposta do SNS como um todo. A
capacitação de respostas a montante (como o reforço da capacidade de resposta do SNS24, a criação
de Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios nos CSP, a vigilância, por meios não presenciais, de
doentes positivos mas sem necessidade de atendimento hospitalar no domicílio e também nos lares )
e a jusante dos hospitais (como a estratégia de reforço da resposta dos cuidados continuados
integrados e o trabalho conjunto com o MTSSS para diminuição do número de doentes sociais), foram
essenciais para assegurar que este nível de prestação de cuidados se encontrava na sua capacidade
máxima de resposta às necessidades de internamento decorrentes da COVID-19.

Assim, e ao nível hospitalar são de destacar: (i) a definição de unidades hospitalares COVID-free;
(ii) a criação de circuitos diferenciados COVID-19 e não-COVID-19 nos hospitais; (iii) a revisão da
rede de referenciação hospitalar e o reforço da capacidade em medicina intensiva, quer através da
aquisição de equipamentos (ventiladores), quer através da realização de obra; (iv) a preocupação em
manter devidamente preservada, nos períodos de maior pressão hospitalar, a atividade Não-COVID,
designadamente aquela que não implicasse risco de vida para os utentes, limitação do seu
prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância (como no
acompanhamento da gravidez, exacerbação das doenças crónicas, vacinação, ou outros); (v) a criação
de incentivos majorados aos profissionais do SNS para realização de produção adicional de primeiras
consultas e de cirurgias necessárias para efeitos de recuperação de atividade assistencial não
realizada ou adiada por força da pandemia de COVID -19 (Portaria n.º 171/2020 de 14 de julho).

Em 2020, o SNS manteve o seu universo composto por 49 unidades hospitalares, conforme
demonstra o gráfico seguinte, correspondente à distribuição das instituições hospitalares do SNS
segundo o seu estatuto jurídico.

104 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 33. Número de instituições hospitalares do SNS em 2020


60

49

40
33

20

8
5
3

0
Hospitais e centros Unidades Locais de Entidades do Setor Parcerias Público- Total
hospitalares EPE Saúde Público Privadas
Administrativo

Fonte: ACSS

Face à situação epidemiológica, houve necessidade de se ajustar a lotação hospitalar, ao nível


do internamento, pelo que em 2020 se verifica uma diminuição no número de camas, totalizando
21.109 (-0,7% do que em igual período do ano anterior), conforme se demonstra no quadro seguinte.

Quadro 35. Número de camas hospitalares do SNS, por região

Var.
2020/2019
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Valor %

Norte 7 197 7 105 6 325 6 868 6 867 6 853 6 887 6 924 6 985 7 091 7 239 148 2,1%

Centro 5 080 5 058 4 917 4 839 4 706 4 695 4 679 4 726 4 571 4 567 4 558 -9 -0,2%

Lisboa e Vale do Tejo 7 980 8 153 8 002 7 732 7 744 7 749 7 798 7 890 7 857 7 816 7 550 -266 -3,4%

Alentejo 946 947 943 918 885 893 890 868 851 856 851 -5 -0,6%

Algarve 790 825 906 877 889 911 907 917 948 921 911 -10 -1,1%

Total 21 993 22 088 21 093 21 234 21 091 21 101 21 161 21 325 21 212 21 251 21 109 -142 -0,7%
Nota: Os dados incluem EPE, SPA e PPP.
Fonte: ACSS (SICA)

Por sua vez, as necessidades de internamento em cuidados críticos implicaram que ocorresse
investimento e se expandisse a capacidade em camas de cuidados intensivos, sendo que, para além
dessas novas camas físicas, os hospitais expandiram a sua capacidade de forma a dar resposta às
necessidades de internamento em cuidados críticos. Desta forma, e como se demonstra no quadro
seguinte, a lotação praticada pelos prestadores chegou a atingir as 1.331 camas em dezembro de
2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 105


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 34. Lotação praticada média mensal de camas de cuidados intensivos polivalentes (nível
III) nos hospitais do SNS em 2020
1 500
1 450
1 400
1331
1 350
1 300
1 250
1183
1 200
1 150
1 100 1074
1058
1 050
997
987
1 000 962
935 956
950 904 907
900
900
850
jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Fonte: ACSS

Redes Europeias de Referência


Os sistemas de saúde europeus têm como objetivo prestar cuidados de saúde de qualidade, com
uma boa relação custo-eficácia, o que se afigura especialmente difícil no caso das doenças raras, de
baixa prevalência ou complexas, que afetam o quotidiano de cerca de 30 milhões de cidadãos
europeus.

Assim, as Redes Europeias de Referência (RER) reúnem prestadores de cuidados de saúde de


toda a Europa, com vista a facilitar o debate sobre doenças raras ou complexas, que requerem
cuidados altamente especializados, e de concentrar os conhecimentos e os recursos disponíveis. A
iniciativa das RER é impulsionada principalmente pelos países da UE.

O Conselho de Estados-Membros é a entidade responsável pela aprovação de propostas da rede,


bem como pela composição e cessação de uma rede, tal como previsto na decisão de execução da
Comissão. O Conselho de Estados-Membros é constituído por representantes dos 27 países da UE e
dos países do EEE.

As primeiras RER foram lançadas em março de 2017, com a participação de mais de 900
unidades de saúde altamente especializadas, pertencentes a mais de 300 hospitais.

As 24 RER trabalham sobre questões temáticas, nomeadamente, as doenças ósseas, o cancro


infantil e a síndrome da imunodeficiência.

No Anexo 2 encontra-se informação mais detalhada quanto às diferentes especialidades


abrangidas pelas Redes Europeias de Referência existentes, bem como as unidades de saúde
portuguesas que em 2020 se constituem como membros.

106 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Em novembro de 2019 foi lançado pela Comissão Europeia um procedimento de adesão de


novos membros a RER. O processo de avaliação foi interrompido em 2020 devido à pandemia por
COVID 19, estando previsto o fim do procedimento a partir do 2º semestre de 2021, com a integração
de novos membros nas respetivas Redes Europeias de Referência.

Redes de Referenciação Hospitalar


As Redes de Referenciação Hospitalar (RRH) visam regular as relações de complementaridade
e de apoio técnico entre todas as instituições hospitalares, de modo a garantir o acesso de todos os
doentes aos serviços e unidades prestadoras de cuidados de saúde, sustentado num sistema
integrado de informação interinstitucional. Estas redes promovem a satisfação das necessidades em
saúde aos mais variados níveis, designadamente: diagnóstico e terapêutica; formação; investigação
e colaboração interdisciplinar.

Durante o ano de 2020 foi aprovada pela Ministra da Saúde, a Atualização da Rede Nacional de
Especialidade Hospitalar e de Referenciação de Medicina Intensiva.

Atualmente, mantêm-se em processo de criação/revisão as RRH de Patologia Clínica, Saúde


Materna e Infantil, Genética Médica e Cirurgia Maxilo-Facial. Em processo prévio à aprovação final,
estão as Redes de Referenciação Hospitalar de Endocrinologia e Nutrição, Medicina Interna,
Ortopedia, Dermatovenereologia, Radiologia e Neurorradiologia.

Processos de afiliação e de trabalho cooperativo e em rede


Durante o ano de 2020 vigoraram diversos protocolos de afiliação entre instituições
hospitalares do SNS, com o objetivo de melhorar a articulação interinstitucional, maximizar a
capacidade instalada e permitir obter ganhos de acesso e de qualidade para os utentes e de eficiência
para o SNS.

Estes protocolos de afiliação abrangem diversas áreas, com especial destaque para a cooperação
técnica entre os vários serviços e profissionais de saúde, para a partilha de documentação e
conhecimento, para a formação e especialização, para investigação e para prestação de serviços de
saúde comuns, que abrangem áreas tão diversas como anatomia patológica, psiquiatria, oncologia,
radioterapia, ortopedia, dermatologia, urologia/litotrícia, hematologia, cirurgia vascular, entre
outras.

Na sequência da publicação do Despacho n.º 3796-A/2017, de 4 de maio, foi operacionalizado o


módulo MCDT da plataforma Gestão Partilhada dos Recursos do Serviço Nacional de Saúde
(GPR_SNS), que tem como finalidade potenciar a aproximação entre as entidades do SNS, bem como
a partilha dos recursos físicos, técnicos e humanos, para uma resposta mais eficaz e adequada às
necessidades em saúde, de toda a população servida pelo SNS.

Em 2020, no âmbito da cooperação interna para realização de MCDT, as entidades do SNS


celebraram um total de 28 contratos na plataforma GPR_SNS e contratualizaram um valor total de
2.076.215,91€, dos quais, respetivamente, 25% e 21% do número total de contratos e do valor total

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 107


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

contratualizado, foram celebrados antes do início da pandemia SARS-CoV-2, para as áreas de


Radiologia, Medicina Nuclear e Anatomia Patológica. No restante período do ano, o MCDT “Pesquisa
de RNA do vírus SARS-CoV-2 por PCR em tempo real” posicionou-se como o principal objeto de
cooperação entre as entidades do SNS, representando 72% do valor contratualizado em 2020. No
entanto, ainda em 2020 e mesmo em pandemia, foram contratualizados, entre entidades do SNS,
outros MCDT das áreas clínicas de Medicina Nuclear, Análises Clínicas e de Otorrinolaringologia.

Centros de Referência
Os Centros de Referência são qualquer serviço, departamento ou unidade de saúde, reconhecido
como o expoente mais elevado de competências na prestação de cuidados de saúde de elevada
qualidade, em situações clínicas que exigem uma concentração de recursos técnicos e tecnológicos
altamente diferenciados, de conhecimento e experiência, devido à baixa prevalência da doença, à
complexidade no seu diagnóstico, tratamento ou aos custos elevados da mesma, sendo capaz de
conduzir formação pós-graduada e investigação científica nas respetivas áreas médicas.

No final de 2020 estavam oficialmente reconhecidos pelo Ministério da Saúde 112 Centros de
Referência (CRe), cuja lista poderá ser consultada no Anexo 3 deste relatório.

Durante o ano de 2020, a Comissão Nacional para os Centros de Referência (CNCR) concluiu a
primeira fase do processo de avaliação dos CRe, que consistiu na análise dos resultados do Inquérito
efetuado a todos os CRe, através de questionário eletrónico, visando garantir o cumprimento das
condições gerais e específicas pelos quais foram reconhecidos oficialmente pelo Ministério da
Saúde20.

A segunda fase do processo de avaliação dos CRe, que ficou temporariamente comprometida
devido à situação pandémica, constará de auditorias clínicas presenciais (in loco) a realizar por
equipas que incluirão auditores credenciados designados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), peritos
a indicar pela Ordem dos Médicos (OM) e membros da CNCR.

Centros de Responsabilidade Integrados


Os Centros de Responsabilidade Integrados, cujo modelo de regulamento está previsto na
Portaria n.º 330/2017, de 31 de outubro, alterada pela Portaria n.º 71/2018, de 8 de março, são
estruturas de gestão intermédia, integradas nas unidades hospitalares EPE.

Os CRI são dotados de autonomia funcional e técnica, baseando-se num compromisso de


desempenho assistencial e económico-financeiro podendo os seus profissionais aceder a incentivos
institucionais e financeiros diretamente relacionados com o desempenho alcançado.

A criação dos CRI é formalizada através de Deliberação do Conselho de Administração das


unidades hospitalares, constituindo-se assim como um processo de reorganização interna que
depende dos profissionais e dos dirigentes destas instituições do SNS, pressupondo a apresentação

20 Nos termos do disposto da alínea a), do n.º 2 do art.º 4º da Portaria n.º 194/2014, de 30 de setembro.

108 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

do projeto assistencial por parte da equipa, seguida da sua negociação com o Conselho de
Administração da EPE, resultando daí a nomeação da equipa multidisciplinar e do Conselho de Gestão
do CRI, assim como a aprovação do Regulamento Interno, do Plano de Ação, do Orçamento
Económico e do Contrato-Programa do CRI.

Segundo a informação reportada pelos hospitais, no final de 2020 estavam em atividade 21 CRI,
abrangendo um conjunto de especialidades muito diversificado, encontrando-se outros 10 em fase
de preparação.

Quadro 36. Número de Centros de Responsabilidade Integrados (2020)

Especialidades N.º CRI

Cardiologia 2
Cirurgia Geral 3
Cirurgia Maxilo-Facial 1
Gastrenterologia 1
Medicina Interna 1
Multidisciplinar 1
Neurocirurgia 1
Oftalmologia 3
Otorrinolaringologia 1
Pneumologia 2
Psiquiatria 2
Radiologia 1
Urologia 2
Total 21

Fonte: ACSS

Hospitalização domiciliária no SNS


A hospitalização domiciliária constitui uma modalidade de assistência que assegura a prestação
de cuidados com diferenciação, complexidade e intensidade de nível hospitalar, durante um período
limitado, dependendo da vontade expressa dos doentes, e aplicando-se às patologias elegíveis21 nos
termos da Norma emitida pela Direção-Geral da Saúde22, que define os critérios de inclusão e
exclusão de doentes, assim como de articulação com os cuidados primários, com as respostas da
RNCCI, com o setor social e com a comunidade.

21Como patologias preferenciais indicam-se: - Patologia infeciosa aguda que requer tratamento antibiótico parentérico:
infeção urinária, infeção respiratória, infeção da pele e tecidos moles, colecistite aguda, diverticulite aguda, endocardite,
espondilodiscite e outras controláveis no domicílio; - Patologia crónica agudizada: doença pulmonar obstrutiva crónica,
insuficiência cardíaca, insuficiência renal, cirrose hepática e outras controláveis no domicílio; - Cuidados no pós-operatório
como parte de um protocolo de transição de cuidados, ou no tratamento de patologia médica crónica descompensada no
contexto pôs-cirurgia; - Doença oncológica ou processo orgânico degenerativo em situação terminal que requer cuidados
paliativos intensivos e/ou especializados.
22 Norma da DGS N.º 020/2018, de 20/12/2018 referente a Hospitalização Domiciliária em idade adulta.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 109


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Em 2018, através do Despacho n.º 9323-A/2018, publicado em Diário República, 2.ª série, N.º
191, de 3 outubro, foi definida a estratégia nacional de implementação das Unidades de
Hospitalização Domiciliária no SNS e foi aprovado o Modelo de Regulamento Interno, que define os
princípios e regras de organização e funcionamento, bem como os critérios de acesso e integração
dos doentes nestas unidades.

No ano de 2019, o despacho nº 12333/2019, de 23 de dezembro, da Ministra da Saúde, veio


prever a consolidação e o desenvolvimento da hospitalização domiciliária e o alargamento deste
modelo de prestação de cuidados a todos os estabelecimentos hospitalares do SNS. Assim, o nº de
respostas de hospitalização domiciliária continuou a evoluir, existindo no final de 2020, 28 unidades,
distribuídas geograficamente pelas 5 regiões do país embora com maior força nas regiões do Norte
(9 unidades), Centro (7 unidades) e LVT (10 unidades) e em muito menor número nas regiões do
Alentejo e do Algarve (1 unidade apenas em cada região).

Nesta modalidade, a produção quase que duplicou face a 2019 com 4.830 doentes saídos e um total
de 61.383 visitas domiciliárias, a que acresceram 12.305 contactos não presenciais. A origem dos
utentes com alta de Hospitalização Domiciliária é sobretudo proveniente do Serviço de Urgência,
conforme se apresenta no gráfico seguinte.

Em pandemia foi possível alargar a resposta em HD a doentes COVID-19 permitindo o seu


tratamento no domicílio e a articulação destas equipas com as EIHSCP.

Gráfico 35. Proveniência dos doentes com alta de hospitalização domiciliária (2020)

2 500
2 283
2 250

2 000 1 859

1 750

1 500

1 250

1 000

750
507
500

250 130
51
0
Urgência Internamento Consulta Externa Hospital de Dia Admissão Direta

Fonte: ACSS

Centros académicos clínicos


Os centros académicos clínicos constituem uma estrutura integrada de assistência, ensino e
investigação médica que tem como principal objetivo o avanço e a aplicação do conhecimento e da
evidência científica para a melhoria da prestação de cuidados de saúde.

No final de 2020 estavam em atividade os seguintes centros académicos clínicos:

110 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

1. Centro Académico de Medicina de Lisboa, consórcio entre o Centro Hospitalar Universitário


Lisboa Norte, a Faculdade Medicina da Universidade Lisboa e o Instituto de Medicina
Molecular.

2. Centro Clínico Académico - Braga, associação entre a Universidade do Minho, a Escala Braga
- Entidade Gestora de Estabelecimentos e o Hospital CUF Porto, S.A.

3. Centro Médico Universitário de Lisboa, consórcio entre o Centro Hospitalar Universitário


Lisboa Central e a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa;

4. Centro Académico Clínico de Coimbra CHUC-UC, consórcio entre o Centro Hospitalar e


Universitário de Coimbra e a Universidade de Coimbra.

5. Centro Académico Clínico ICBAS-CHP, consórcio entre o Centro Hospitalar Universitário do


Porto e a Universidade Porto, através da unidade orgânica Instituto Ciências Biomédicas
Abel Salazar.

6. Centro Universitário de Medicina FMUP-CHSJ, consórcio entre o Centro Hospitalar


Universitário de São João e a Universidade do Porto, através da sua unidade orgânica
Faculdade de Medicina.

7. Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, consórcio entre o


Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a Universidade do Algarve através do centro de
investigação CBMR - Center for Biomedical Research e do Departamento de Ciências
Biomédicas e Medicina.

8. Centro Académico Clínico das Beiras, consórcio entre o Centro Hospitalar Universitário Cova
da Beira, a Unidade Local de Saúde da Guarda, a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco,
o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, a Universidade da Beira Interior, através da sua
Faculdade de Ciências da Saúde e do Centro de Investigação em Ciências da Saúde, o Instituto
Politécnico de Castelo Branco, através da sua Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, o
Instituto Politécnico da Guarda, através da sua Escola Superior de Saúde, e o Instituto
Politécnico de Viseu, através da sua Escola Superior de Saúde.

Síntese de resultados alcançados nos cuidados hospitalares em 2020


O ano de 2020 ficou marcado pelo aparecimento da pandemia COVID-19, com efeitos
observáveis no volume de atividade assistencial das instituições hospitalares do Serviço Nacional de
Saúde, tal como sucedeu em vários países da OCDE23.

Com efeito, tendo sido o ano de 2019 um ano particularmente positivo em termos de volume de
atividade assistencial, a comparação entre 2020 e 2019 vem acentuar a demonstração dos efeitos da

23 OECD/European Union (2020), Health at a Glance: Europe 2020: State of Health in the EU Cycle, OECD Publishing, Paris,

https://doi.org/10.1787/82129230-en .

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 111


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

pandemia na atividade hospitalar do SNS, assinalando-se a diminuição de atividade nas consultas


médicas realizadas (-10,4%) e nas intervenções cirúrgicas (-17,8%). Mesmo na atividade cirúrgica
de ambulatório que vinha sempre crescendo ao longo dos anos, registou-se, em 2020, uma
diminuição (-19,1% face a 2019), embora a proporção de cirurgia de ambulatório face ao total da
cirurgia programada se tenha mantido estável nos 66%.

Os serviços de internamento foram das áreas mais afetadas em 2020, com a necessidade de
resposta aos doentes com COVID-19, tendo-se verificado uma redução do número de doentes saídos
de 14,2%, acompanhada de um aumento da Demora Média para 8,8 dias, o que pode justificar-se pela
natureza e necessidades de tratamento dos doentes internados neste ano.

Quadro 37. Evolução do movimento assistencial nos hospitais do SNS (em milhares)

Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019
Total de Consultas
10 875 1 127 11 195 11 614 11 806 12 000 12 048 12 082 12 187 12 420 11 130 -10,4%
Médicas
Primeiras consultas 3 089 3 181 3 237 3 341 3 372 3 448 3 479 3 478 3 498 3 575 2 998 -16,1%
Consultas
7 786 7 945 7 958 8 273 8 434 8 553 8 569 8 603 8 689 8 846 8 132 -8,1%
Subsequentes
Urgência (Atendimentos) 6 411 6 416 5 940 6 108 6 168 6 118 6 406 6 318 6 365 6 426 4 553 -29,1%
Internamentos (Doentes
854 838 835 836 819 815 814 797 785 788 676 -14,2%
Saídos)
Total de Intervenções
655 614 632 645 647 654 666 674 672 704 579 -17,8%
Cirúrgicas
Programadas 546 507 526 541 546 552 566 576 572 603 488 -19,0%

Convencionais 275 246 242 238 231 228 221 210 197 204 166 -18,7%

Ambulatório 271 262 284 302 315 325 345 365 375 399 322 -19,1%

Urgentes 109 107 107 104 101 102 100 98 99 101 91 -10,7%
% Cirurgias em
49,5% 51,6% 54,0% 55,9% 57,6% 58,8% 60,9% 63,5% 65,5% 66,1% 66,0% -0,1 pp
Ambulatório
Nota: Os dados incluem EPE, SPA e PPP.
Fonte: ACSS (SICA)

Morbilidade Hospitalar
A codificação clínica de diagnósticos e procedimentos com base na ICD10CM/PCS permite
caracterizar de forma sistematizada e estruturada os diagnósticos e procedimentos relativos a
episódios de doentes agudos internados, bem como da área da cirurgia de ambulatório e parte do
ambulatório médico, possibilitando uma visão agregada e transversal da morbilidade hospitalar.

O recurso ao agrupamento destes episódios em Grupos de Diagnósticos Homogéneos, através


da utilização do agrupador All Patient DRG 31, permite classificar os doentes, agregando-os em, por
exemplo, Grandes Categorias de Diagnóstico e em função da sua complexidade, severidade da doença
e risco de mortalidade.

O processo de codificação de 2020 teve especial enfoque nos episódios de doentes internados
por ou com Covid-19, tendo sido dada prioridade máxima à codificação destes episódios de forma a
se obter informação atempada a respeito destes doentes e, nomeadamente, as suas comorbilidades
e complicações.

112 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Relativamente a 2020, encontra-se codificado um total de 664.543 episódios de internamento


em ICD10CM/PCS nos hospitais do SNS, com um tempo de internamento médio (demora média) de
11,7 dias, sendo que cerca de 73% destes episódios apresentavam uma severidade da doença menor
ou moderada.

No que se refere à distribuição destes episódios de internamento por GCD, verifica-se que as
Doenças e perturbações do aparelho respiratório, representam cerca de 10% do total de episódios,
com uma demora média de 10,3 dias e uma severidade da doença maioritariamente moderada ou
major (cerca de 74% dos episódios). Seguem-se as Doenças do aparelho circulatório a representar
cerca de 9,5% do total de episódios, com uma demora média de 8,6 dias tendo cerca de 38% dos
episódios uma severidade moderada.

Importa ainda salientar que os episódios relativos a Gravidez parto e puerpério e a Recém-
nascidos e lactentes com afeções do período perinatal representam um total de cerca de 21% dos
episódios (11,1% e 10%, respetivamente), concentrando-se numa menor severidade e demoras
médias a rondar os 3 dias.

No total, estas quatro Grandes Categorias de Diagnóstico agregam cerca de 41% dos episódios
de internamento agudo.

No que concerne à taxa de mortalidade, verifica-se uma taxa de cerca de 6% no total de episódios
de internamento. A GCD com maior taxa de mortalidade foi a relativa às Pré-Grandes Categorias
Diagnósticas24 (com 27,8%), seguida pelas Doenças Infeciosas e Parasitárias (24%) e as Doenças e
perturbações do aparelho respiratório (17%).

Consultas médicas hospitalares


A necessidade de reorganizar espaços comuns e agendas médicas de forma a diminuir a
circulação de pessoas, bem como a necessidade de preparar o SNS para o impacto da COVID-19
causaram uma diminuição expressiva da atividade assistencial entre os meses de março a maio de
2020, tendência essa que se veio a atenuar nos meses posteriores.

Com efeito, a partir de junho de 2020 verificou-se quer uma diminuição das reduções de
atividade assistencial homólogas acumuladas, quer, em alguns meses do ano, um volume de atividade
comparável a meses pré-pandemia (como sucedeu nos meses de setembro, outubro e novembro de
2020). Salienta-se que, em julho de 2020, se aprovou um regime excecional de incentivos à
recuperação de atividade assistencial de primeira consulta hospitalar e cirurgia.

Neste contexto, em 2020, o número total de consultas externas hospitalares totalizou os 11.130
milhares, uma diminuição de 10,4% face ao período homólogo, enquanto o número de primeiras

24 Onde se incluem, por exemplo, os Transplantes, a Traqueostomia com ventilação mecânica >96h ou a Oxigenação por membrana extra-

corporal (ECMO)

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 113


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

consultas externas hospitalares sofreu um decréscimo, registando uma variação negativa de 16,1%
quando comparado com o ano de 2019.

Gráfico 36. Evolução do número de primeiras consultas externas hospitalares


3 800 000

+ 15,7%
3 574 567
3 600 000
3 478 511 3 478 204 3 497 730
3 447 667
3 371 929
3 400 000 3 340 856

3 236 888 - 16,1%


3 181 371
3 200 000
3 088 872
2 997 805
3 000 000

2 800 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: Os dados incluem EPE, SPA e PPP.


Fonte: ACSS

Gráfico 37. Evolução do número total de consultas externas hospitalares

13 400 000

12 900 000
+ 14,2%
12 420 101
12 400 000 12 186 702
12 000 347 12 047 907 12 081 522
11 806 327 - 10,4%
11 900 000
11 613 613

11 400 000
11 126 572 11 194 518 11 130 045
10 875 083
10 900 000

10 400 000

9 900 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: Os dados incluem EPE, SPA e PPP.


Fonte: ACSS

A análise da evolução das consultas externas por especialidade, considerando aquelas que
integram o grupo de especialidades com mais atividade, permite constatar que, em 2020, a
diminuição de volume atingiu praticamente todas as especialidades, sendo, no entanto, de assinalar
o aumento, observado nas consultas de Oncologia (+3,7%) e Psiquiatra (+2,9%).

114 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Quadro 38. Evolução do total de consultas hospitalares nas especialidades com mais atividade

Var.
Especialidades 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2020/201
9
Anestesiologia 320 025 327 870 334 945 351 911 355 480 353 428 345 237 333 211 333 628 330 247 259 672 -21,4%

Cirurgia Geral 805 746 819 661 800 783 801 025 777 955 777 882 769 902 761 771 770 041 778 158 646 414 -16,9%

Dermato-Venereologia 328 078 328 338 341 703 361 422 364 652 371 036 362 417 361 392 361 144 360 518 303 397 -15,8%

Estomatologia 219 591 218 666 216 219 224 104 223 818 225 026 221 814 214 300 211 000 201 998 118 153 -41,5%

Ginecologia 472 036 486 882 475 903 482 772 467 757 471 849 462 556 452 965 466 821 470 039 407 506 -13,3%

Obstetrícia 377 876 366 404 374 457 374 562 382 147 391 064 388 016 391 659 377 718 377 619 344 565 -8,8%

Hematologia Clínica 212 650 213 491 202 636 198 307 210 655 216 554 222 303 226 530 233 695 243 354 231 732 -4,8%

Imuno-alergologia 106 272 104 136 106 170 111 106 119 973 128 564 139 414 146 277 144 556 156 982 143 088 -8,9%
Medicina Física e
286 650 293 264 298 370 312 296 317 471 318 223 303 984 297 539 294 615 287 550 222 717 -22,5%
Reabilitação
Medicina Interna 531 414 541 149 523 899 538 090 557 406 541 721 537 268 536 287 548 488 560 046 515 279 -8,0%

Neurologia 284 109 289 735 301 171 315 196 325 893 339 355 345 138 365 582 375 404 385 903 373 121 -3,3%

Oftalmologia 873 283 891 820 899 104 957 983 991 493 1 026 618 1 034 892 1 032 849 1 027 050 1 036 230 804 166 -22,4%

Oncologia 391 008 406 812 415 257 431 359 441 840 462 379 476 185 493 654 504 874 527 829 547 156 3,7%

Ortopedia 747 346 764 459 756 844 791 433 803 146 797 957 800 560 812 115 818 016 844 023 694 696 -17,7%

Otorrinolaringologia 460 266 460 788 480 551 494 095 489 179 491 852 509 601 513 721 500 249 496 121 387 017 -22,0%

Pediatria 543 163 555 353 555 093 578 155 592 916 604 058 599 619 598 828 616 640 632 873 615 008 -2,8%

Urologia 343 078 346 003 342 779 349 080 348 967 350 813 353 185 357 073 354 412 366 997 335 284 -8,6%
Endocrinologia -
200 740 210 896 216 009 225 680 238 594 242 360 246 545 265 209 269 581 280 273 278 459 -0,6%
Nutrição
Gastrenterologia 261 046 261 669 260 859 266 741 271 054 281 849 278 869 282 799 284 967 301 267 301 130 -0,05%

Cardiologia 466 420 458 627 453 221 448 193 449 088 453 034 454 788 452 712 463 015 475 376 437 512 -8,0%

Pneumologia 302 837 313 315 316 660 343 069 362 639 376 159 391 056 406 845 411 021 433 701 400 850 -7,6%

Nefrologia 158 424 160 148 164 062 171 840 178 190 184 537 187 914 187 458 191 517 204 556 193 894 -5,2%

Psiquiatria 465 127 489 939 647 289 689 105 704 935 720 718 726 696 740 462 740 920 753 126 774 804 2,9%

Total 9 157 185 9 309 425 9 483 984 9 817 524 9 975 248 10 127 036 10 157 959 10 231 238 10 299 372 10 504 786 9 335 620 -11,1%
Nota: Os dados incluem EPE, SPA e PPP.
Fonte: ACSS (SICA)

Gráfico 38. Evolução do total de consultas hospitalares na área de oncologia

600 000

547 156
550 000 527 829
504 874
493 654
500 000 476 185
462 379
441 840
450 000 431 359
415 257
406 812
391 008
400 000

350 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 115


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Consulta a Tempo e Horas no SNS

No final de 2020, o acesso às primeiras consultas hospitalares no âmbito do programa Consulta


a Tempo e Horas (CTH) apresentou uma diminuição, com um total de 1.192.831 novos pedidos de
primeira consulta o que representou um decréscimo de 34,9% face a 2019.

Num contexto regional, a ARS Lisboa e Vale do Tejo e ARS Norte, que assumem um maior peso
relativo no número de inscritos para primeira consulta hospitalar no CTH, foram as que registaram
o maior decréscimo neste indicador, com -36,7% e - 34,9%, respetivamente, face a 2019.

Salienta-se que, em 2020, foram realizadas 1.035.812 consultas referenciadas pelo médico de
família através do CTH, o que representa uma diminuição de 22,9% face ao ano anterior (-307.701).

Por sua vez, os pedidos não concluídos, que representam um proxy da “lista de espera para
primeira consulta hospitalar” (LEC) situaram-se, no final de 2020, em 414.244, o que significou uma
diminuição face a 2019 de 35,8%.

Quadro 39. Dinâmica dos pedidos inscritos em consulta no CTH

Var.
2020/2019

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Valor %
Pedidos de consulta
969 435 1 193 924 1 352 143 1 507 982 1 595 838 1 694 646 1 766 264 1 773 449 1 775 618 1 832 621 1 192 831 -639 790 -34,9%
inscritos no CTH

Entidades SNS 960 540 1 081 244 1 229 837 1 351 516 1 462 303 1 554 797 1 627 171 1 652 953 1 659 623 1 713 074 1 122 619 -590 455 -34,5%

Entidades não SNS 8 895 112 680 122 306 156 466 133 535 139 849 139 093 120 496 115 995 119 547 70 212 -49 335 -41,3%

Pedidos não
602 256 708 712 794 303 724 174 842 406 954 366 736 201 698 425 708 709 645 443 414 244 -231 199 -35,8%
concluídos (LEC)
Pedidos concluídos 802 785 1 101 091 1 274 271 1 557 570 1 477 671 1 579 037 1 774 237 1 781 830 1 763 679 1 869 631 1 438 526 -431 105 -23,1%

Consultas realizadas 361 655 810 949 938 376 1 061 646 1 146 849 1 194 080 1 285 912 1 305 465 1 310 165 1 343 513 1 035 812 -307 701 -22,9%

Fonte: ACSS e SPMS

Quadro 40. Número de pedidos de consulta de inscritos no CTH, por ARS

Var.
Destino do Pedido 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019
ARS Norte 462 924 480 995 519 773 564 400 615 236 660 117 683 188 680 765 688 530 701 827 457 168 -34,9%

ARS Centro 145 494 177 376 202 046 229 522 258 574 276 322 285 898 298 398 278 488 303 440 210 545 -30,6%
ARS Lisboa e Vale
273 589 339 320 422 658 459 758 485 160 507 182 541 232 553 347 567 490 579 199 366 624 -36,7%
do Tejo
ARS Alentejo 44 802 47 688 49 096 55 776 62 387 67 343 72 264 73 143 74 089 73 180 48 901 -33,2%

ARS Algarve 33 731 35 865 36 264 42 060 40 946 43 833 44 589 47 300 51 026 55 428 39 381 -29,0%

Entidades não SNS 8 895 112 680 122 306 156 466 133 535 139 849 139 093 120 496 115 995 119 547 70 212 -41,3%

Total 969 435 1 193 924 1 352 143 1 507 982 1 595 838 1 694 646 1 766 264 1 773 449 1 775 618 1 832 621 1 192 831 -34,9%

Fonte: ACSS e SPMS

A mediana do tempo de espera até à realização da primeira consulta registou um acréscimo para
100,2 dias em 2020. Por sua vez, o tempo médio de triagem dos pedidos de primeira consulta a nível
nacional em 2020 foi de 13,0 dias, verificando-se uma ligeira descida em relação a 2019.

116 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

A evolução destes dois indicadores pode estar relacionada com a diminuição do número de
pedidos inscritos no CTH (-639.790) em 2020.

Quadro 41. Mediana do tempo até à realização da primeira consulta


Mediana (dias) - consultas realizadas*

ARS de destino do pedido 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

ARS Norte 94,8 91,8 85,1 86,4 86,5 92,3 95,0 93,8 86,0 90,7 107,9

ARS Centro 78,2 83,9 79,5 77,1 68,7 68,3 73,9 78,8 79,8 83,0 112,1

ARS Lisboa e Vale do Tejo 70,0 67,9 68,7 71,7 75,1 74,0 78,9 83,1 78,9 79,0 94,0

ARS Alentejo 65,0 55,6 75,0 74,1 62,7 65,7 62,0 61,7 57,2 55,1 68,9

ARS Algarve 110,9 108,8 111,7 95,2 60,9 59,1 54,6 56,1 63,8 76,1 70,9

Entidades não SNS 46,1 68,2 99,2 86,8 108,3 98,1 107,0 105,9 82,0 74,8 82,6

Total 80,1 82,0 81,5 80,8 81,5 82,1 85,0 85,9 81,0 83,6 100,2

*Independentemente da data de inscrição do pedido


Fonte: ACSS e SPMS

Gráfico 39. Evolução do tempo médio de triagem (em dias)

32
29,8

27,7
28 26,3

24 22,9

20
17,1 16,8
16,4 16,0
16
13,7
13,1 13,0

12
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS e SPMS

Em 2020, a média nacional de consultas realizadas dentro do TMRG foi de 60%, diminuindo face
ao valor registado em 2019. O gráfico que se segue detalha a percentagem de consultas realizadas
dentro do TMRG por ARS.

A avaliação do acesso às primeiras consultas hospitalares no CTH, medida pelo grau de


cumprimento dos TMRG para as consultas efetivamente realizadas, requer uma análise mais
abrangente e integrada, que relacione os tempos de resposta aos pedidos que estão em espera, com
a gestão que as instituições efetuam da sua lista de inscritos.

Em 2020, o maior grau de cumprimento dos TMRG registou-se nas consultas triadas como Muito
Prioritárias (73,6%), seguido das consultas Prioritárias (72,3%) e das consultas triadas com
prioridade Normal (57,7%), o que significa que os prestadores se organizam no sentido de cumprir
a prioridade clínica no agendamento e efetivação das consultas.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 117


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 40. Percentagem de consultas realizadas em 2020, dentro e fora dos TMRG

% Dentro TMRG % Fora TMRG

100%

24%
41% 36% 35% 40%
42% 43%
75%

50%

76%
59% 64% 65% 60%
58% 57%
25%

0%
ARS Norte ARS Centro ARS Lisboa e ARS Alentejo ARS Algarve Entidades não Total
Vale do Tejo SNS

Fonte: ACSS e SPMS

A análise da evolução do cumprimento dos TMRG é efetuada com base nos tempos médios de
espera das consultas realizadas. Assim, sempre que se atua sobre as listas de espera e se procuram
recuperar consultas em atraso, como sucedeu em 2020(não obstante o contexto pandémico,) o
indicador do cumprimento dos TMRG é afetado negativamente

Gráfico 41. Evolução do cumprimento dos TMRG, por nível de prioridade

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

98%
83,2%

88%
77,1%
77,0%
75,5%
75,3%

74,2%
74,1%
74,0%

74,0%
73,7%

73,6%

73,6%
73,2%
72,8%

72,5%

72,3%
71,2%
71,1%

71,0%

70,7%
70,5%

70,2%

78%
69,0%

67,2%

67,1%
67,0%
66,4%

60,9%
59,9%

68%
57,7%

55,5%
54,8%
50,3%

58%

48%
Normal Prioritário Muito Prioritário

Fonte: ACSS e SPMS

No gráfico seguinte analisa-se o cumprimento dos TMRG por especialidade para o universo de
pedidos de primeira consulta hospitalar efetuados através do CTH (cerca de 90%), verificando-se
que, em média, 75,5% dessas consultas foram realizadas dentro do TMRG correspondente.

118 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 42. Percentagem de consultas dentro do TMRG, por especialidade (2020)

Teleconsulta de Cirurgia Geral Feridas Complexas 100,0%


Psiquiatria Geral Odivelas 100,0%
Pedopsiquiatria 100,0%
Ortopedia Infantil - Paralisia Cerebral 100,0%
Ortopedia Infantil - Outras Patologias 100,0%
Nefrologia - Teleconsulta 100,0%
Diabetologia - Teleconsulta 100,0%
CR Colon-Recto 100,0%
Cirurgia Torácica 100,0%
Psiquiatria Geral Mafra 99,1%
CR Hepatobilio/Pancreático 98,6%
Anestesiologia - Medicina Hiperbárica 98,5%
Centro de Mama 98,5%
Cirurgia - CR Cancro Hepatobilio/Pancreático 98,1%
Obstetrícia 98,0%
Sono/Neurofisiologia 97,8%
Obstetrícia-diagnóstico pré-natal 97,2%
Obstetrícia-alto risco 97,1%
Cirurgia Cabeça e Pescoço 95,4%
Psiquiatria Geral Torres Vedras 94,7%
Neuropediatria 94,7%
Doenças Infecciosas 94,1%
Cirurgia Cardio-Torácica 93,2%
Cardiologia - Teleconsulta 92,9%
Anestesiologia - Dor 92,5%
Cuidados Paliativos 92,4%
Imuno-hemoterapia 91,4%
Senologia 91,2%
Psicologia 89,7%
Diabetologia 89,2%
Endocrinologia - Nutrição 89,1%
Nefrologia 88,3%
Medicina interna 86,8%
Cirurgia Maxilofacial 86,0%
Psiquiatria - Consulta Geral 85,8%
Rastreio de Doenças Infecciosas 85,7%
Cirurgia Geral 84,8%
Medicina Tropical 84,6%
Deterioração Cognitiva 84,2%
Psiquiatria da infância e da adolescência 83,0%
Pediatria 82,8%
Medicina Física e de Reabilitação - Fisiatria 82,1%
Cirurgia pediátrica 80,8%
Hematologia Clínica 80,7%
Radiologia 80,4%
Cardiologia pediátrica 80,3%
Paramiloidose/Neurologia 80,0%
Doenças Auto-imunes 78,3%
Radioterapia 75,0%
Estomatologia 74,4%
Cirurgia Plástica Reconstrutiva 72,3%
Dermatologia - rastreio teledermatológico 69,5%
Cardiologia 67,2%
Endocrinologia 66,6%
Dor 66,5%
Angiologia/Cirurgia Vascular 66,4%
Gastrenterologia 64,1%
Oncologia Médica 62,1%
Neurologia 61,0%
Reumatologia 60,3%
Imunoalergologia 59,9%
Anestesiologia 58,0%
Ginecologia 57,8%
Urologia 57,3%
Cirurgia Geral - Cirurgia de Ambulatório 52,1%
Pneumologia 51,3%
Otorrinolaringologia 50,8%
Ginecologia - Apoio à Fertilidade 46,3%
Ortopedia 45,5%
Dermato-Venerologia 45,5%
Genética Médica 40,1%
Oftalmologia 37,0%
Doenças autoimunes 34,2%
Oftalmologia - Retinopatia Diabética Seguimento 31,6%
Cirurgia Geral - Obesidade 30,0%
Sono/Apneia do Sono/Pneumologia 26,7%
Neurocirurgia 24,8%
Oftalmologia - Rastreio da Retinopatia Diabética 12,0%
Risco Familiar 4,0%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Fonte: ACSS e SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 119


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Livre acesso e circulação dos utentes no SNS

O Livre Acesso e Circulação de Utentes no SNS foi aprovado pelo Despacho n.º 5911-B/2016, de 3 de
maio.

Desde a sua implementação até ao final de 2020, 11,6% dos utentes, a nível nacional, optaram por
hospitais fora da Rede de Referenciação hospitalar “tradicional”, o correspondente a 857.382
utentes.

Num contexto regional, e à semelhança do ano anterior, foi na ARS Alentejo que a procura por outro
hospital foi mais elevada (16,7%), com um total de 410.408 pedidos.

Em 2020, a percentagem de utentes que escolheu um hospital fora da área da rede de referenciação
atingiu 12,5% (146.118 utentes), tendo-se registado um decréscimo de 34,8% face ao período
homólogo, justificado no âmbito do contexto pandémico.

As especialidades de oftalmologia, ortopedia e dermato-venereologia mantiveram-se como aquelas


em que se observou um maior volume de pedidos de realização noutro hospital.

Gráfico 43. Número de utentes que escolheram um hospital


fora da sua rede de referência, de 1 de junho de 2016 a 31 de dezembro de 2020

Fora da rede Centro Hospitalar % Fora da Rede Centro Hospitalar

1 000 000 20%

900 000 16,7% 857 382

800 000
15%
700 000
11,6%
600 000 10,6%
10,1%
500 000 10%
8,0% 410 408
400 000 339 051

300 000 4,8%


5%
200 000

100 000 58 742


31 099 18 082
0 0%
ARS Norte ARS Centro ARS Lisboa e Vale ARS Alentejo ARS Algarve Total
do Tejo

Fonte: ACSS

120 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Quadro 42. Distribuição dos pedidos de primeira consulta hospitalar por ACES,
de 1 de junho de 2016 a 31 de dezembro de 2020

Dentro da rede pré- Fora da rede pré- % fora da rede


ACES Origem Total geral
definida definida pré-definida
ACES Baixo Mondego 293 881 6 782 300 663 2,3%

ACES Baixo Vouga 290 413 13 244 303 657 4,4%

ACES Loures - Odivelas 196 596 37 828 234 424 16,1%

ULS do Alto Minho, E.P.E. 192 321 7 276 199 597 3,6%

ACES Alto Ave - Guimarães/Vizela/Terras de Basto 189 587 14 360 203 947 7,0%

ACES Almada - Seixal 188 084 22 631 210 715 10,7%

ACES Grande Porto III - Maia/Valongo 183 328 15 704 199 032 7,9%

ACES Lisboa Central 177 569 25 566 203 135 12,6%

ACES Pinhal Litoral 176 965 10 191 187 156 5,4%

ACES Cávado I - Braga 171 566 4 354 175 920 2,5%

ACES Sintra 155 284 63 227 218 511 28,9%

ACES Médio Tejo 150 065 26 989 177 054 15,2%

ACES Dão/Lafões 149 949 4 114 154 063 2,7%

ULS de Matosinhos 149 405 11 155 160 560 6,9%

ACES Lisboa Ocidental e Oeiras 144 159 19 369 163 528 11,8%

ACES Arrábida 142 878 13 263 156 141 8,5%

ACES Estuário do Tejo 139 156 15 611 154 767 10,1%

ACES Cascais 128 713 12 239 140 952 8,7%

ACES Lezíria 126 668 20 434 147 102 13,9%

ACES Grande Porto VIII - Espinho/Gaia 125 865 10 845 136 710 7,9%

ACES Cávado III - Barcelos/Esposende 125 515 21 097 146 612 14,4%

ACES Grande Porto V - Porto Ocidental 125 424 13 470 138 894 9,7%

ACES Grande Porto VII - Gaia 124 037 11 662 135 699 8,6%

ACES Tâmega III - Vale do Sousa Norte 123 455 32 259 155 714 20,7%

ACES Grande Porto II - Gondomar 123 332 26 603 149 935 17,7%

ACES Tâmega II - Vale do Sousa Sul 121 378 25 481 146 859 17,4%

ACES Grande Porto IV - Póvoa do Varzim/Vila do Conde 117 003 21 331 138 334 15,4%

ACES Lisboa Norte 113 263 27 127 140 390 19,3%

ACES Entre Douro e Vouga I - Feira/Arouca 113 015 12 762 125 777 10,1%

ACES Tâmega I - Baixo Tâmega 110 634 22 855 133 489 17,1%

ACES Arco Ribeirinho 108 221 33 748 141 969 23,8%

ACES Cávado II - Gerês/Cabreira 107 529 1 789 109 318 1,6%

ACES Algarve I - Central 107 515 7 057 114 572 6,2%

ACES Oeste Norte 103 417 24 187 127 604 19,0%

ACES Oeste Sul 97 082 40 154 137 236 29,3%

ACES Ave III - Famalicão 95 075 18 971 114 046 16,6%

ULS do Nordeste 94 878 3 507 98 385 3,6%

ACES Grande Porto VI - Porto Oriental 93 589 17 607 111 196 15,8%

ACES Grande Porto I - Santo Tirso/Trofa 86 907 16 264 103 171 15,8%

ACES Alentejo Central 85 040 8 270 93 310 8,9%

ACES Entre Douro e Vouga II - Aveiro Norte 84 938 12 203 97 141 12,6%

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 121


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Dentro da rede pré- Fora da rede pré- % fora da rede


ACES Origem Total geral
definida definida pré-definida
ACES Pinhal Interior Norte 84 794 1 834 86 628 2,1%

ACES Algarve II - Barlavento 81 987 6 846 88 833 7,7%

ACES Amadora 79 610 28 088 107 698 26,1%

ULS do Baixo Alentejo 73 084 6 496 79 580 8,2%

ACES Douro I - Marão e Douro Norte 70 675 7 321 77 996 9,4%

ACES Douro II - Douro Sul 64 697 2 158 66 855 3,2%

ULS do Norte Alentejano 60 729 10 038 70 767 14,2%

ULS da Guarda, EPE 60 153 13 734 73 887 18,6%

ULS Litoral Alentejano 57 369 6 152 63 521 9,7%

ACES Alto Trás-os-Montes II - Alto Tâmega e Barroso 54 368 8 017 62 385 12,9%

ACES Cova da Beira 46 098 4 100 50 198 8,2%

ULS de Castelo Branco, EPE 44 812 2 765 47 577 5,8%

ACES Algarve III - Sotavento 18 358 4 175 22 533 18,5%

ACES Beira Interior Sul 4 234 371 4 605 8,1%

ACES Guarda 3 491 904 4 395 20,6%

ULS Guarda 3 346 650 3 996 16,3%

ETET do Sotavento 374 2 376 0,5%

ACES São Mamede 367 143 510 28,0%

ETET do Barlavento 138 2 140 1,4%

ACES Gerês / Cabreira 18 0 18 0,0%

Fonte: ACSS

Quadro 43. Distribuição dos pedidos de primeira consulta hospitalar por especialidade,
de 1 de junho de 2016 a 31 de dezembro de 2020

Dentro da rede Centro Fora da rede Centro % fora da rede Centro


Especialidade Total geral
Hospitalar Hospitalar Hospitalar

Oftalmologia 1 188 408 111 583 1 299 991 8,6%

Ortopedia 747 380 96 982 844 362 11,5%

Dermato-Venereologia 420 201 69 517 489 718 14,2%

Otorrinolaringologia 415 696 49 503 465 199 10,6%

Cirurgia Geral 665 741 49 083 714 824 6,9%

Ginecologia 340 905 39 133 380 038 10,3%

Obstetrícia 296 135 36 005 332 140 10,8%

Urologia 234 099 34 804 268 903 12,9%

Neurocirurgia 144 025 34 141 178 166 19,2%

Endocrinologia e Nutrição 111 303 29 619 140 922 21,0%

Cardiologia 190 959 29 066 220 025 13,2%

Neurologia 158 911 27 135 186 046 14,6%

Gastrenterologia 169 884 25 401 195 285 13,0%

Psiquiatria 164 897 23 824 188 721 12,6%

Angiologia e Cirurgia Vascular 116 465 23 528 139 993 16,8%

Pneumologia 178 620 20 602 199 222 10,3%

Pedriatra 179 982 20 466 200 448 10,2%

122 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Dentro da rede Centro Fora da rede Centro % fora da rede Centro


Especialidade Total geral
Hospitalar Hospitalar Hospitalar

Reumatologia 57 887 19 160 77 047 24,9%

Estomatologia 108 969 18 162 127 131 14,3%

Imunoalergologia 69 520 12 667 82 187 15,4%

Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética 88 835 11 542 100 377 11,5%

Medicina Física e Reabilitação 101 191 8 847 110 038 8,0%

Medicina Interna 134 480 8 281 142 761 5,8%

Psiquiatria da Infância e Adolescência 34 689 7 875 42 564 18,5%

Cirurgia Pediátrica 48 689 7 815 56 504 13,8%

Hematologia Clínica 43 450 7 791 51 241 15,2%

Nefrologia 44 862 7 752 52 614 14,7%

Cirurgia Maxilo-Facial 14 550 6 494 21 044 30,9%

Anestesiologia 16 406 6 244 22 650 27,6%

Genética Médica 8 892 3 488 12 380 28,2%

Cirurgia Cardiotorácica 2 307 2 467 4 774 51,7%

Oncologia Médica 13 374 2 217 15 591 14,2%

Psicologia 4 690 1 815 6 505 27,9%

Doenças Infecciosas (Infecciologia) 10 503 1 733 12 236 14,2%

Cardiologia Pediátrica 5 976 1 337 7 313 18,3%

Imunohemoterapia 9 042 1 081 10 123 10,7%

Radioncologia 5 85 90 94,4%

Medicina Tropical 3 76 79 96,2%

Cuidados Paliativos 470 57 527 10,8%

Pedopsiquiatria 0 3 3 100,0%

Patologia Clínica 0 1 1 100,0%

Total Geral 6 542 401 857 382 7 399 783 11,6%


Fonte: ACSS

Cirurgias programadas no SNS


O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) abrange toda a atividade
cirúrgica programada realizada a utentes do SNS, seja ela efetuada nos hospitais públicos ou nos
hospitais privados e do setor social que tenham contratos de convenção ou acordos de cooperação
com o SNS para a realização de atividade cirúrgica.

Conforme já referido, o ano de 2020 é influenciado pelo contexto pandémico que, entre outras,
implicou a necessidade de cancelamento de atividade programada e utilização de espaços de recobro
e bloco operatório para expansão da capacidade de tratamento de doentes COVID-19.

Desta forma, também na atividade cirúrgica o ano é marcado pela diminuição de atividade,
tendo-se registado 577.333 propostas cirúrgicas (-20,4% de entradas em LIC face ao ano anterior),
e um número de 514.000 doentes operados no âmbito do SIGIC (-18,2% comparativamente a 2019).
Salienta-se que, desde 2010 até 2019, o número de registos de operados foi sempre crescente, com
uma taxa média de crescimento anual de +3,0% e um registo máximo de 628 282 operados/ano.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 123


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

2019 foi mesmo o ano em que se ultrapassou a marca de mais de 600.000 utentes operados no âmbito
do SIGIC. Desta forma, a diminuição do número de operados em 2020, primeiro ano de pandemia
COVID-19, tornou-se ainda mais expressiva quando comparada com o ano de 2019 (-18,2%) em que
se ultrapassou o relevante marco de utentes operados já referido.

A atividade cirúrgica da responsabilidade do SNS reparte-se entre hospitais do SNS (incluindo


Entidades Públicas Empresarias, entidades do Setor Público Administrativo e Parcerias Público-
Privadas), que são responsáveis por 89,2% da produção total realizada em 2020, e inclui também a
atividade realizada pelos hospitais protocolados (5,8%) e convencionados (5,0%).

No que se refere à média do tempo de espera dos operados, o valor de 2020 foi de 3,5 meses,
com uma variação de (+6,1%,), em relação ao período homólogo.

Na análise regional, constata-se que ocorreu uma diminuição generalizada da produção


cirúrgica em 2020 em todas as ARS.

Em 2020, os principais motivos de cancelamento de cirurgias mantiveram-se alinhados com os


de anos anteriores, designadamente, a “Desistência” (31,8%), “Proposta não adequada à situação
clínica do utente” (15,5%) e “Faltou sem motivos plausíveis” (6,8%).

No Anexo 6 apresentam-se os indicadores globais de procura e oferta cirúrgica desagregados


por hospital para o período 2017 a 2020, enquanto no Anexo 7 se apresentam os indicadores globais
de procura e oferta cirúrgica, por especialidade (2017-2020).

Quadro 44. Evolução global da oferta cirúrgica

Var.
2020/2019

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Valor %

Total de operados 484 065 503 919 534 415 544 377 549 987 560 401 568 765 588 813 594 978 628 282 514 000 -114 282 -18,2%

Operados H. SNS (inclui PPP) 458 497 460 179 481 597 501 722 505 055 513 205 524 928 534 545 529 758 561 943 458 361 -103 582 -18,4%

Operados nas PPP 19 238 26 559 37 302 47 187 52 710 53 768 53 581 55 584 59 772 33 163 28 956 -4 207 -12,7%

Operados H. Convencionados 25 568 24 654 26 853 15 915 18 336 20 054 16 200 24 608 30 962 28 204 25 651 -2 553 -9,1%

Operados H. Protocolados 19 086 25 962 26 740 26 596 27 142 27 637 29 660 34 258 38 135 29 988 -8 147 -21,4%

Média do TE dos operados


2,6 2,7 2,8 2,7 2,8 2,9 3,1 3,1 3,3 3,3 3,5 0,2 6,1%
(meses)

Saídas 576 426 599 476 639 561 634 105 641 287 650 735 660 399 680 520 692 466 727 795 606 935 -120 860 -16,6%

Fonte: ACSS e SPMS

124 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Quadro 45. Evolução global da oferta cirúrgica, por ARS (2020)

Operados Operados Operados


Total Var. hom.
ARS Hosp. SNS Hosp. Hosp.
Operados total operados
(inclui PPP) Convencionados Protocolados
Norte 209 619 6 960 26 456 243 035 -15,5%

Centro 77 535 8 637 2 000 88 172 -19,4%

Lisboa e Vale do Tejo 145 051 8 264 1 365 154 680 -20,5%

Alentejo 17 252 324 32 17 608 -19,2%

Algarve 8 904 1 466 135 10 505 -29,7%

Nacional 458 361 25 651 29 988 514 000 -18,2%

Fonte: ACSS e SPMS

Quadro 46. Motivos de cancelamento da inscrição em LIC

Motivo cancelamento 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Desistência 23,6% 20,6% 22,3% 26,5% 28,3% 30,5% 31,0% 29,9% 27,2% 28,5% 31,8%

Proposta não adequada à situação clínica do utente 14,0% 12,1% 11,3% 13,5% 15,8% 15,3% 15,7% 15,7% 14,2% 15,5% 15,5%

Faltou sem motivos plausíveis 0,1% 0,2% 0,5% 1,4% 5,0% 5,7% 6,1% 6,3% 6,2% 5,9% 6,8%

Sem indicação cirúrgica 1,2% 1,3% 1,4% 2,0% 4,9% 6,3% 5,7% 5,8% 5,1% 5,0% 4,7%

Operado noutra instituição 4,4% 3,8% 4,5% 4,2% 3,6% 3,7% 3,9% 3,8% 4,6% 4,7% 4,1%

Por duplicação 1,2% 1,2% 1,3% 1,6% 2,2% 2,6% 2,5% 2,9% 3,4% 3,6% 4,1%

Óbito 1,9% 1,6% 1,7% 2,1% 2,4% 2,7% 2,8% 3,4% 3,0% 3,6% 4,0%

Não ativação do NT/VC no prazo de validade 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 6,8% 12,9% 7,0% 3,5%

Utente s/ condições operatórias por mot. clínicos 0,4% 0,6% 0,4% 1,2% 1,7% 3,1% 3,9% 4,3% 3,8% 3,8% 3,5%

Transferência de responsabilidade 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 4,1% 2,7% 2,6% 3,4%

Criação de proposta em episódio errado 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,7% 1,9% 2,2% 2,6% 2,7% 2,8% 2,7%

Já operado de urgência no HO 0,9% 0,9% 0,9% 1,4% 1,9% 2,3% 2,3% 2,3% 2,5% 2,5% 2,6%

Proposta resolvida no âmbito de outro episódio 0,1% 0,1% 0,2% 0,2% 1,5% 2,1% 1,9% 2,0% 2,1% 2,6% 2,8%

Não contactável 3,0% 1,6% 1,8% 2,3% 2,3% 2,2% 2,3% 2,4% 2,0% 2,5% 2,7%

Outros 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Fonte: ACSS

Gráfico 44. Percentagem de saídas da LIC por motivo de cancelamento

18%
16,8%
17%
16,1%
15,6% 15,7%
16%

15%
13,9% 14,1% 14,1%
13,5% 13,7% 13,7%
14%
13,1%
13%

12%

11%

10%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 125


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Da análise efetuada aos indicadores do SIGIC associados à procura de cuidados por parte dos
utentes do SNS em 2020, constata-se que o número de propostas cirúrgicas (entradas) apresentou
um decréscimo de 20,3%, face ao período homólogo do ano anterior, correspondendo a menos
146.901 utentes entrados em Lista de Inscritos para Cirurgia.

A mediana de tempo de espera da LIC situou-se nos 3,8 meses no final de 2020, para um TMRG
de 6 meses na prioridade normal em vigor.

A percentagem de inscritos para cirurgia que ultrapassam os TMRG situou-se em 38,4%.

Em 2020, observa-se alguma diminuição do número de doentes operados na área das neoplasias
malignas (-3,8% em relação a 2019, ou seja, menos 1.839 doentes operados), mas o indicador
aproxima-se dos valores registados nos anos de 2017 e 2018, demonstrando uma boa capacidade de
resposta do SNS nesta área, não obstante o contexto pandémico.

Quadro 47. Evolução dos indicadores de procura

Var.
2020/2019
Indicadores 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Valor %

Entradas em LIC 611 535 624 226 644 178 649 386 662 642 670 913 699 132 706 103 724 234 577 333 -146 901 -20,3%

Nº de utentes inscritos (LIC) - SNS


166 033 151 019 156 795 165 574 178 022 185 444 196 757 207 971 222 687 194 554 -28 133 -12,6%
(não inclui PPP)
Nº de utentes inscritos -
5 141 3 582 3 677 4 044 3 238 2 864 4 692 5 011 5 313 4 236 -1 077 -20,3%
Protocolados
Nº de utentes inscritos - PPP 9 182 12 197 15 657 14 459 16 141 22 598 29 801 31 519 14 949 13 817 -1 132 -7,6%

Percentil 90 TE LIC (meses) 10,3 10,4 9,3 9,1 9,3 10,3 9,7 11,4 13,3 17,8 4,5 33,8%

Percentagem de inscritos que


ultrapassam o TMRG (considerando
33,2% 29,8% 26,4% 27,8% 28,7% 28,4% 32,3% 30,0% 32,1% 38,4% - -
os novos TMRG definidos pela
Portaria nº153/2017, de 4 de maio)

Percentagem de inscritos que


ultrapassam o TMRG (considerando
15,8% 15,1% 12,8% 12,0% 12,2% 14,8% 14,5% 17,0% 20,1% 31,8% - -
os TMRG anteriores à Portaria
nº153/2017, de 4 de maio)

Fonte: ACSS e SPMS

126 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 45. Evolução de entradas em LIC e número de operados

Número utentes operados - SIGIC Número entradas em LIC - SIGIC

750 000
724 234
699 132 706 103
700 000 670 913
662 642
644 178 649 386
650 000 624 226 628 282
611 535
588 813 594 978
600 000 573 527 577 333
560 401 568 765
544 377 549 987
550 000 534 415
514 000
503 919
500 000 484 065

450 000

400 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS e SPMS

Gráfico 46. Evolução da mediana do tempo de espera da LIC, por nível de prioridade (em meses)

1 - Normal 2 - Prioritário 3 - Muito prioritário 4 - Urgência diferida

5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS e SPMS

Gráfico 47. Evolução de entradas em LIC e número de operados (obesidade)

Número de entradas em LIC Número de operados


3 500
3 228
2 923
3 000 2 713 2 685
2 503
2 384
2 500 2 244 2 243 2 205

2 000 2 215
2 086 1 757
1 980 1 977 1 977 2 034 2 004 2 049
1 838
1 500 1 192
1 419
1 000
1 038
500
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: Os dados incluem quatro técnicas cirúrgicas: Banda Gástrica; Bypass Gástrico; Gastrectomia Linear Vertical
(Sleeve) e Transposição Duodenal; Derivação Bílio-Pancreática.
Fonte: ACSS e SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 127


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 48. Evolução de entradas em LIC e número de operados (neoplasia maligna)

Número de entradas em LIC Número de operados

60 000

54 365
55 000
51 278 51 888 51 758
51 182 50 833
50 217
49 349
50 000 48 676
47 144 46 827 46 837
46 038 46 436 46 039
45 534
44 610 44 264 44 865
45 000
41 996 41 705
39 403
40 000

35 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS e SPMS

Para além da análise dos indicadores da oferta e da procura cirúrgica no âmbito do SIGIC, o
presente Relatório demonstra, também, a evolução dos principais indicadores relacionados com o
processo de gestão da LIC, nomeadamente o recurso a hospitais de destino do SNS (mediante notas
de transferência) ou do setor social e convencionado com o SNS (mediante vales cirurgia), nas
situações em que o tempo de espera no hospital de origem ultrapassa os tempos regulamentares.

O gráfico que se segue apresenta a distribuição dos episódios com notas de transferência ou
vales cirurgia emitidos durante o período 2010 a 2020, bem como a percentagem de cativação destes
vales/notas pelos utentes.

De acordo com as regras do SIGIC, os médicos assistentes podem propor a colocação de


determinado episódio cirúrgico com o atributo de intransferível (o que impede a transferência do
utente para outro hospital e a consequente emissão dos Notas de Transferência/ Vales-Cirurgia
(NT/VC), nos casos em que tal opção se revele benéfica para o utente e caso este concorde, seja por
razões clínicas, de interesse do utente ou outras. Em dezembro de 2020, registavam-se 9.892
situações de episódios intransferíveis, o que representa -20,2% do que em 2019.

Em relação ao agendamento, destaca-se o trabalho realizado em 2020 no sentido de reforçar o


grau de cumprimento das regras de agendamento por critérios de prioridade clínica e de antiguidade
da inscrição dos utentes em LIC, à semelhança do que já tinha ocorrido em anos anteriores. A
percentagem de utentes inscritos e operados no mesmo dia foi de 2,2%, o que representa uma
redução (desejável) em relação a 2019.

128 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 49. Evolução das notas de transferência e vales de cirurgia emitidos e


percentagem de cativações

NT/VC emitidos % Cativações


300 000 35,0%
32,9%
250 924 249 962
27,6% 30,0%
250 000
25,3% 25,1% 222 002
24,1%
22,1% 25,0%
200 000 21,1%
21,7% 19,8%
18,8%
17,7% 20,0%
150 000 124 866 127 450
120 225
104 353 111 201 15,0%

100 000 84 601 85 462 81 829


10,0%

50 000
5,0%

0 0,0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: ACSS e SPMS

Quadro 48. Motivos de cancelamento - Notas de Transferência e Vales Cirurgia

Motivo de
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
cancelamento

Recusa transferência 60,1% 58,6% 63,5% 56,8% 64,9% 58,1% 54,0% 62,0% 70,1% 67,2% 55,8%

NT/VC expirado 20,7% 19,7% 19,5% 17,5% 17,9% 17,9% 25,3% 24,8% 21,1% 21,8% 26,9%

Já agendado HO 5,9% 4,6% 4,9% 7,6%

Outros 19,2% 21,2% 15,4% 11,9% 11,8% 19,9% 13,7% 7,4% 4,3% 5,4% 9,7%

Fonte: ACSS

Quadro 49. Resumo intransferíveis

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Valor 13 629 10 752 9 750 9 762 10 252 8 151 8 677 10 789 7 862 12 389 9 892

Fonte: ACSS

Quadro 50. Evolução das entradas em LIC com GDH previsional inválido

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Entradas com GDH 470* 46 915 60 212 58 520 63 143 55 920 49 004 50 230 44 699 24 542 20 050 12 777

Percentagem Entradas
8,2% 9,8% 9,4% 9,8% 8,6% 7,4% 7,5% 6,4% 3,5% 2,8% 2,2%
com GDH 470

*Corresponde ao número de entradas (propostas cirúrgicas) que geram um GDH previsional inválido
Fonte: ACSS e SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 129


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Plano de Melhoria do Acesso ao SNS


Durante o ano de 2019 foi definido um Plano de Melhoria do Acesso ao SNS que teve como
objetivo resolver os pedidos de 1ª consulta (CTH) com mais de 9 meses em espera e de cirurgia
(SIGIC) com mais de 1 ano em espera, tendo sido alcançados resultados positivos na parte do CTH e
uma contenção do ritmo de crescimento desta realidade no caso do SIGIC.

Em 2020, mantiveram-se os mesmos objetivos, apesar de a situação de pandemia ter tido


impacto na concretização do plano.

Assim, no que respeita ao CTH, no final do ano de 2020, (i) encontravam-se em lista de espera para
consulta 414.244 utentes referenciados pelos cuidados de saúde primários para uma primeira
consulta de especialidade hospitalar no âmbito do CTH. Destes, cerca de 70,2% encontravam-se em
lista de espera há menos de 9 meses; (ii) As especialidades com maior número de utentes em espera
há mais de 9 meses foram, respetivamente, a Oftalmologia (com um peso de 34,5%), a Ortopedia
(14,2%), a Otorrinolaringologia (7,8%) e a Neurocirurgia (7,5%).

Por sua vez, no que concerne ao SIGIC, (i) No final de 2020, existiam 212.607 doentes em lista
de espera para cirurgia (+46% do que em 2019), dos quais, 76,3% com um tempo de espera inferior
a 1 ano; (ii) As especialidades com maior número de utentes em espera há mais de 1 ano foram,
respetivamente, a Ortopedia (com um peso de 31,7%), a Oftalmologia (14,5%), a Cirurgia Geral
(13,6%), a Otorrinolaringologia (7,9%) e a Neurocirurgia (6,4%).

Atendimentos urgentes
Em 2020, registaram-se 4.552.704 episódios de urgência, representando um decréscimo de
29,1%, quando comparado com o ano anterior.

No que se refere à percentagem de episódios de urgência que geram internamento, verifica-se


um aumento de 2,1 pontos percentuais, face a 2019.

A percentagem de episódios de urgência atendidos dentro do tempo previsto pela Triagem de


Manchester situou-se, em 2020, nos 77,7% (+3,4% face ao ano anterior).

Gráfico 50. Evolução anual do número de episódios de urgência (milhares)

6 800
6 411 6 416 6 406 6 365 6 426
6 318
6 400 6 189
6 108 6 118
5 966
6 000

5 600

5 200

4 800
4 553

4 400

4 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

130 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 51. Percentagem de episódios de urgência que geram internamento

10,0%
10%

9%
8,7%
8,5% 8,5%
8,4%
8,3%
8,2% 8,2%
8,1% 8,1%
7,9%
8%

7%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

Gráfico 52. Evolução da percentagem de atendimentos urgentes


com prioridade verde, azul e branca
45%

44%

43% 42,5%
42,0% 42,0%
41,8% 41,8%
42%

40,8% 40,7%
41%
40,4%

40%

39%
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 131


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

Gráfico 53. Evolução da percentagem de episódios urgentes atendidos


dentro do tempo previsto

80% 77,7%

73,7% 73,7% 74,3% 74,3%


72,0%

70%

60%

50%
2016 2017 2018 2019 2019 2020

Nota: São considerados os episódios classificados de acordo com o protocolo Triagem de Manchester com prioridade
vermelha, laranja, amarela, verde e azul, sendo que apenas se consideram as instituições com informação completa para
construção do indicador. Os dados do Hospital de Vila Franca de Xira, não são considerados em 2018, por não se dispor de
informação em anos anteriores.
Fonte: ACSS

Gráfico 54. Tempo médio de espera entre a triagem e a primeira observação (2016 – 2020)

2016 2017 2018 2019 2020 Linear (2020)

120

100

80

60

40

20

Fonte: ACSS StatLink: https://www.sns.gov.pt/monitorizacao-do-


sns/servicos-de-urgencia/

Internamentos COVID 19 no SNS


No que se refere a episódios de doentes internados com Covid-19 em instituições hospitalares
do SNS, objeto de codificação clínica em ICD10CM/PCS, a análise da atividade assistencial permite
identificar 28.167 episódios de internamento de doentes com diagnóstico de COVID 19. Destes
episódios, verificaram-se 4.835 falecidos em doentes com diagnóstico principal de COVID-19, sendo

132 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


5. CUIDADOS DE SAÚDE HOSPITALARES

essa a causa do internamento, com um tempo médio de internamento de 10,17 dias e com uma idade
média de 81,45 anos.

Em 2020, foram ainda registados internamentos associados a doenças respiratórias, nas quais
se inclui o COVID-19.

Quadro 51. Internamentos urgentes - Doenças respiratórias, por nível de severidade (2020)

Dias de % dos episódios de internamento


Internamento Demora
Diagnóstico Principal Internamento urgente por Nível de Severidade
s Urgentes média
Urgentes

Menor Moderado Major Extremo


Infeções agudas das vias aéreas superiores 993 4 742 4,8 55,1% 33,0% 10,2% 1,7%

Influenza [gripe] e pneumonia 29 152 311 336 10,7 11,2% 35,1% 44,4% 9,3%

Outras infeções agudas das vias aéreas inferiores 11 179 96 677 8,6 24,1% 38,1% 33,5% 4,4%

Outras doenças das vias aéreas superiores 999 5 350 5,4 67,5% 25,3% 5,1% 2,1%

Doenças crónicas das vias aéreas inferiores 7 790 75 122 9,6 14,5% 26,3% 45,9% 13,3%

Doenças pulmonares devidas a agentes externos 3 928 41 150 10,5 7,7% 37,0% 47,3% 8,0%

Outras doenças respiratórias que afetam principalmente o interstício 944 10 492 11,1 19,2% 30,0% 41,1% 9,7%

Afeções necróticas e supurativas das vias aéreas inferiores 480 11 253 23,4 0,6% 28,8% 62,7% 7,9%

Outras doenças da pleura 1 402 13 946 9,9 38,7% 40,7% 17,6% 3,1%
Perturbações e complicações intraoperatórias e pós-operatórias do
263 1 556 5,9 55,9% 24,0% 17,1% 3,0%
aparelho respiratório, não classificadas noutra parte
Outras doenças do aparelho respiratório 3 757 38 951 10,4 7,0% 44,3% 41,9% 6,8%

Covid 19 21174 254 758 12 5,1% 30,3% 44,3% 20,3%

Fonte: ACSS

Notícia de Nascimento Digital


Em 2020, nos estabelecimentos de saúde do SNS foram emitidas 56.556 notícias de nascimento
o que corresponde a uma taxa de cobertura de 85,6% dos partos ocorridos no SNS. Relativamente a
2019, verifica-se um aumento da emissão das notícias de nascimento em cerca de 4% 25.

25 Fonte: www.transparencia.sns.gov.pt – 30.03.2021)

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 133


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

6. Cuidados continuados integrados


Criada através do Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho, a Rede Nacional de Cuidados
Continuados Integrados pretende promover a autonomia e a funcionalidade das pessoas, através da
reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.

Importa salientar que, a partir de 2016 e 2017, respetivamente, a RNCCI alargou a sua
intervenção às áreas da saúde infantil e saúde mental através de experiências-piloto, que se
mantiveram até 30 de junho de 2020. Por outro lado, em 2017, a RNCCI deixou de incluir os Cuidados
Paliativos.

Estando presente em todo o território nacional, a RNCCI inclui cuidados domiciliários, de


ambulatório e de internamento: unidades de convalescença, unidades de média duração e
reabilitação, unidades de longa duração e manutenção e na área pediátrica as unidades de cuidados
pediátricos integrados nível 1.

Na área da saúde mental a RNCCI inclui residências de apoio máximo adultos, residências de
apoio moderado, residências autónomas, residências de treino de autonomia e residências de treino
de autonomia - tipo A infância e adolescência.

Quanto a respostas de ambulatório, existem, na área pediátrica a Unidade de Ambulatório


Pediátrica e na área da saúde mental, as Unidades Sócio Ocupacionais de adultos e Unidades Sócio
Ocupacionais - Infância e Adolescência.

No âmbito domiciliário a rede dispõe de Equipas de Cuidados Continuados Integrados e de


Equipas de Apoio Domiciliário de Saúde Mental, de adultos e de Infância e Adolescência.

Os dados referentes a 2020 indicam que o número de lugares de internamento na RNCCI


aumentou em 5,0%, em relação a 2019, contabilizando um total de 9.468 lugares de internamento,
divididas entre 9.322 das tipologias UC, UMDR e ULDM, 17 referentes a UCIP nível 1 e 129 na área da
saúde mental.

A evolução que se apresenta de seguida, é referente ao número de lugares de internamento


contratadas e em funcionamento de 2010 a 2020.

134 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Gráfico 55. Evolução do número de lugares de internamento RNCCI

10 000
9 468
9 013
8 553
8 112 8 172
8 000 7 481
6 975
6 447

6 000 5 718
5 405

4 465

4 000

2 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Nota: Em 2016, o valor total não inclui as 10 camas referentes aos cuidados pediátricos. A redução registada em 2017 resulta da
transferência das camas para cuidados paliativos, em abril de 2017.
Fonte: ACSS

Respostas de cuidados continuados integrados – rede geral

Os dados referentes a 2020 indicam que o número de lugares de internamento na RNCCI


aumentou em 5,1%, em relação a 2019, contabilizando um total de 9.322 lugares de internamento,
divididos em UC, UMDR e ULDM.

A evolução que se apresenta de seguida é referente ao número de lugares de internamento das


tipologias da rede geral contratualizados e em funcionamento de 2010 a 2020.

Gráfico 56. Evolução do número de lugares de internamento contratados em funcionamento nas


tipologias de RNCCI – UC, UMDR e ULDM

Unidades de Convalescença Unidades de Média Duração e Reabilitação Unidades de Longa Duração e Manutenção

6 500
5 115
4 916
4 794
4 723

4 703
4 411
4 094

5 000
3 692

3 060
3 031

2 873
2 752

2 674
2 578

2 548

3 500
2 306
2 286

2 021
1 895
1 820
1 747
1 497

1 147
1 078

2 000
935
906

867

860

860

811

811
764
682

500
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 135


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Gráfico 57. Número de lugares de internamento em atividade por região de saúde


(a 31 de dezembro 2020)

Unidades de Convalescença Unidades de Média Duração e Reabilitação


Unidades de Longa Duração e Manutenção Total Região

3 500

2 931

2 629
3 000

2 410
2 500
1 700

2 000
1 383

1 273
1 500
948

880

862

820
1 000

532
443
366

316
283

275

228
500

149

142
74
0
Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve

Fonte: ACSS

Relativamente às ECCI o número em funcionamento em 2020 era de 291 ECCI (+1,7% em


relação a 2019), com 5.637 lugares domiciliários, cerca de 38% da totalidade dos lugares da rede
geral.

Gráfico 58. Evolução do número de Equipas de Cuidados Continuados Integrados

ARS Norte ARS Centro ARS Lisboa e Vale do Tejo ARS Alentejo ARS Algarve

100 95
92 92
86 85 87
84 84 82 84

71 72 70 72
75 68
66 66
60 61 63
58 58 60 60 59 59 60 60
54 54

50 45
42 40
36 37 37 37 37 37 38 38
35 35
32 32
28 30 32 32
29 26 26 26 26
25
15

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

Considerando todos os lugares de RNCCI, que incluem para além dos lugares de internamento e
ambulatório, os lugares domiciliários, no final de 2020 existiam no total 15.374 lugares, um
acréscimo de 3,6% face ao período homólogo.

136 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Gráfico 59. Evolução anual do total de lugares da


Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

16 000
15 374

15 000 14 833

14 376 14 430
14 066 14 123
14 000 13 741
13 500

12 901
13 000 12 737
12 528

12 000

11 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Nota: Em 2016, o valor total não inclui os 20 lugares referentes aos cuidados pediátricos. A redução registada em
2017 resulta da transferência das camas para cuidados paliativos, em abril de 2017 e do reajustamento dos lugares
na ECCI.
Fonte: ACSS

Os lugares da RNCCI registam, ainda, assimetrias regionais que se podem constatar no quadro
seguinte e que importa continuar a corrigir.

Quadro 52. Cobertura populacional de lugares na RNCCI Geral em 2020


– ECCI, UC, UMDR e ULDM

Número de Número de Número de


Número de Camas Número de Número de
habitantes Número de lugares ECCI por lugares totais por
por 100.000 hab. Lugares lugares
com idade ≥ Camas 100.000 hab. 100.000 hab. ≥ de
≥ de 65 anos ECCI totais
65 anos ≥ de 65 anos 65 anos

Norte 729 120 2 931 402 1 595 219 4 526 621

Centro 409 065 2 629 643 732 179 3 361 822

Lisboa e Vale do Tejo 810 908 2 410 297 2 092 258 4 502 555

Alentejo 122 504 820 669 518 423 1 338 1 092

Algarve 94 953 532 560 700 737 1 232 1 297

Total 2 166 550 9 322 430 5 637 260 14 959 690

62% 38%
Nota: O quadro faz referência à população com idade igual ou superior a 65 anos, por se considerar que a RNCCI Geral é dirigida a pessoas com
dependência, e esta ser uma condição mais acentuada na população com a idade referida. Assim, não estão contabilizadas as tipologias pediátricas e as de
saúde mental.
Fonte: ACSS

Respostas de cuidados continuados integrados – rede de saúde mental


Em 2017, pelo Despacho n.º 1269/2017, de 6 fevereiro, foram iniciadas experiências-piloto de
Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental, o que representa um marco na concretização do
PNSM no sentido de implementar uma política de saúde mental de acordo com o paradigma da

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 137


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

integração psicossocial e de redução do estigma e discriminação da pessoa com doença mental. As


experiências prolongaram-se até final de junho de 2020.

Os quadros que se seguem refletem o número de acordos por tipologia e região, no ano de 2020,
na área da saúde mental.

Quadro 53. Número de acordos na área de saúde Quadro 54. Número de lugares contratados na
mental, por tipologia e região (2020) área de saúde mental, por titularidade (2020)

Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total
RA 2 2 4
IPSS 94 76 82 18 76 346
RAMa 1 1 2
Privados 0
RAMo 1 1 1 3

RTA 2 2 SCM 24 8 32

RTA/A 1 1 SNS 0
USO 2 2 2 6
Total 118 76 82 26 76 378
USO/IA 1 1 2

EAD 1 1 1 2 2 7 Fonte: ACSS

EAD/IA 1 1

Total 8 4 8 3 5 28

Fonte: ACSS

Participação dos parceiros na RNCCI

No âmbito dos acordos entre a RNCCI e as Instituições Particulares de Solidariedade Social, no


que se refere a respostas de internamento e de ambulatório, em 2020 verificou-se um total de 76,1%
de acordos celebrados, o que representa a contratação de 6.762 lugares (72,3% da oferta).

Do total de acordos celebrados, as Santas Casas da Misericórdia representaram 50,4%, com


4.320 lugares contratados, o que equivale a 46,2 % do total de lugares.

138 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Quadro 55. Acordos celebrados no âmbito da RNCCI por natureza jurídica das entidades
prestadoras

31 de dezembro de 2020
Entidade Número de acordos Percentagem total de Número de lugares Percentagem de camas por
Prestadora celebrados acordos celebrados contratados acordos celebrados
SNS 8 2,1% 200 2,1%

SCM 188 50,4% 4 320 46,2%


IPSS
Outras 96 25,7% 2 442 26,1%

Total IPSS 284 76,1% 6 762 72,3%


Privada com fins
81 21,7% 2 397 25,6%
lucrativos
Total 373 9 359

Nota: IPSS – Outras – Instituição Particular de Solidariedade Social


*Inclui os lugares de UCIP N1 (17) e UAP (20)
Fonte: ACSS

À semelhança do que se tinha verificado em 2019, também em 2020 as IPSS registaram uma
evolução positiva com um crescimento de 2,7% relativamente ao número de lugares.

Quadro 56. Evolução anual do número de acordos e de lugares contratados da RNCCI por natureza
jurídica das entidades prestadoras

Var.
2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

N.º N.º lugares N.º N.º lugares N.º N.º lugares N.º N.º lugares N.º N.º lugares Lugares
Entidade Prestadora Acordos
acordos contratados acordos contratados acordos contratados acordos contratados acordos contratados contratados

SNS 7 190 7 190 9 219 8 200 8 200 0,0% 0,0%

SCM 179 3 964 180 3 985 183 4 112 188 4 206 188 4 320 0,0% 2,7%
IPSS
Outras 92 2 272 90 2 186 92 2 267 94 2 338 96 2 442 2,1% 4,4%

Total IPSS 271 6 236 270 6 171 275 6 379 282 6 544 284 6 762 0,7% 3,3%
Privada com fins
60 1 696 60 1 721 63 1 825 74 2 160 81 2 397 9,5% 11,0%
lucrativos
Total 338 8 122 337 8 082 347 8 423 364 8 904 373 9 359 2,5% 5,1%

Fonte: ACSS

No âmbito da saúde mental, as respostas de internamento e ambulatório da RNCCI, com base no


estabelecimento de acordos com IPSS, representaram 100% do total de acordos celebrados, com a
contratação de 378 lugares, os quais correspondem à totalidade da oferta.

No âmbito das IPSS, e como se observa no quadro que se segue, as Santas Casas da Misericórdia
representaram 7% do total de acordos celebrados, com 32 lugares contratados, o correspondente a
8,5% do total de lugares. As outras entidades prestadoras IPSS (não SCM) representaram 93% do
total de acordos celebrados, com 346 lugares contratados, ou seja, 91,5% do total de lugares.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 139


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Quadro 57. Acordos celebrados no âmbito da RNCCI Saúde Mental com entidades prestadoras

31 de dezembro de 2020
N.º acordos Percentagem total de N.º lugares Percentagem de lugares
Entidade Prestadora
celebrados acordos celebrados contratados por acordos celebrados

SCM 2 7% 32 8,5%
IPSS
Outras 26 93% 346 91,5%

Total IPSS 28 100% 378 100,0%

Privada com fins lucrativos 0 0% 0 0,0%

Total 28 378

Fonte: ACSS

Síntese dos resultados alcançados em 2020


O ano de 2020 teve características distintas, devido à pandemia de Covid-19, tendo em conta
também a Orientação nº 9/2020, da Direção Geral da Saúde (DGS), a respeito da pandemia e
orientações para a RNCCI. Esta situação poderá explicar a diminuição da referenciação e da atividade
assistencial.

O número de utentes assistidos na RNCCI, em 2020, foi de 45.959, representado um decréscimo


de 8,9% em relação a 2019.

Para assegurar a capacidade de resposta às necessidades decorrentes da pandemia, foi efetuado


um intenso trabalho de articulação entre equipas e priorização da colocação na RNCCI de utentes que
aguardavam vaga na rede, ocupando cama hospitalar. Até 31 de dezembro de 2021, foram colocados
15.752 doentes diretamente dos hospitais do SNS para a RNCCI.

Paralelamente, e no sentido de reforçar a resposta da RNCCI no período de pandemia foi


autorizada a abertura de 107 camas da tipologia da Rede Geral.

À semelhança do ano anterior, foram as ECCI que registaram maior atividade com 16.171
utentes assistidos, ou seja 35,2% do total, quando consideradas todas as áreas da RNCCI e,
representando 35,5% do total, quando consideradas só as tipologias da Rede Geral.

Num contexto regional, o Algarve apresentou a maior percentagem de utentes assistidos em


ECCI, em relação ao total de assistidos na região, com 50,5%. A região de Lisboa e Vale do Tejo
registou uma percentagem de 46,1% e a do Norte de 36,2%.

Importa ainda salientar que a população adulta da RNCCI das tipologias da rede geral mantém o
perfil traçado em períodos anteriores: envelhecida, maioritariamente feminina e com baixo nível de
escolaridade (87,4% possui escolaridade inferior a 6 anos). Em 2020, o sexo feminino representou
55,2% do total de utentes. Na faixa etária superior a 65 anos, esta percentagem ascendia a 49,1% e
com idade superior a 80 anos, 65,1%.

140 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Quadro 58. Evolução da atividade RNCCI – utentes assistidos, por tipologia

Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019
Unidade de Convalescença 6 287 7 744 8 704 8 791 8 833 7 192 7 201 7 219 7 546 8 724 7 686 -11,9%

Unidade de Média Duração e Reabilitação 6 672 7 741 8 578 9 352 9 990 10 672 11 349 11 954 11 973 12 180 11 068 -9,1%

Unidade de Longa Duração e Manutenção 5 802 6 489 7 728 8 675 10 541 11 328 11 611 11 985 12 184 12 133 10 596 -12,7%

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 5 278 9 139 11 578 13 804 14 577 15 221 15 582 15 215 16 664 17 056 16 171 -5,2%

Unidade de Cuidados Integrados Pediátricos do Norte 18 30 29 30 31 3,3%

Unidade de Ambulatório Pediátrica 7 26 15 19 22 15,8%

Saúde Mental 0 96 266 331 385 16,3%

Total 24 039 31 113 36 588 40 622 43 941 44 413 45 768 46 525 48 677 50 473 45 959 -8,9%

Unidade de Cuidados Paliativos* 1 951 1 600 1 821 1 903 1 827 2 115 2 384

EIHSCP / ECSCP * n.d. n.d. n.d. 2356 2288 3715 4357


Legenda: UC – Unidade de Convalescença; UMDR – Unidade de Média Duração e Reabilitação; ULDM – Unidade de Longa Duração e Manutenção; ECCI – Equipas
de Cuidados Continuados Integrados; UCIP N1 – Unidade de Cuidados Pediátricos do Norte; UAP – Unidade de Ambulatório Pediátrica; SM – Saúde Mental; UCP –
Unidade de Cuidados Paliativos; EIHSCP – Equipas intra-hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos; ECSCP – Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados
Paliativos
*As Unidades e Equipas de Cuidados Paliativos passaram a integrar a Rede Nacional de Cuidados Paliativos em 2017. Neste sentido, os utentes assistidos no
âmbito dos cuidados paliativos, apresentam-se a seguir ao somatório das restantes tipologias.
Fonte: ACSS

Quadro 59. Atividade RNCCI – utentes assistidos, por tipologia e por região, em 2020

ARS
ARS Lisboa e ARS ARS
ARS Norte Total
Centro Vale do Alentejo Algarve
Tejo
Unidade de Convalescença 2 227 2 355 1 579 791 734 7 686

Unidade de Média Duração e Reabilitação 3 419 3 314 2 876 779 680 11 068

Unidade de Longa Duração e Manutenção 3 703 3 242 2 242 858 551 10 596

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 5 295 1 899 5 729 1 244 2 004 16 171

Unidade de Cuidados Integrados Pediátricos do Norte 31 0 0 0 0 31

Unidade de Ambulatório Pediátrica 22 0 0 0 0 22

Saúde Mental 171 70 111 0 33 385

Total 14 868 10 880 12 537 3 672 4 002 45 959


Nota: Não se consideram neste quadro a EIHSCP/ECSCP, que têm referenciação direta, bem como as unidades e Equipas de Cuidados Paliativos,
que passaram a integrar a RNCP em 2017.
Fonte: ACSS

Considerando os registos válidos no aplicativo informático da RNCCI, em 2020, e para as


unidades de internamento, 89,9% dos motivos de referenciação referem-se à dependência de
atividades da vida diária, e 89,8% ao ensino utente/cuidador informal. Quanto aos utentes
referenciados para ECCI, 35% das referenciações tinham registado o motivo “feridas/úlceras de
pressão” e 13% “úlceras de pressão múltiplas”.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 141


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Quadro 60. Evolução do número de utentes referenciados por ano e por tipologia de resposta

Var.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Unidade de Convalescença 5 903 7 118 7 085 8 943 7 833 7 036 6 828 7 065 7 617 8 232 8 047 -2,2%

Unidade de Média Duração e Reabilitação 6 483 7 240 6 656 8 788 9 600 10 333 10 684 11 509 11 717 11 822 10 411 -11,9%

Unidade de Longa Duração e Manutenção 5 550 5 896 5 363 6 751 9 249 9 969 11 118 10 450 10 826 10 529 7 595 -27,9%

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 3 475 6 952 7 789 11 219 10 500 11 419 11 752 10 844 12 620 12 911 12 314 -4,6%

Unidade de Cuidados Paliativos* 2 593 2 897 1 700 2 050 2 187 2 360 2 275

Unidade de Cuidados Integrados Pediátricos do Norte 31 29 30 16 -46,7%

Unidade de Ambulatório Pediátrica 17 8 16 3 -81,3%

Equipas de Apoio Domiciliário 46 47 23 42 82,6%

Equipas de Apoio Domiciliário - tipo A infância e adolescência 1 0 0 1

Residências Autónomas 16 13 21 17 -19,0%

Residências de Apoio Máximo Adultos 26 136 30 20 -33,3%

Residências de Apoio Moderado 13 34 29 10 -65,5%

Residências de Treino de Autonomia 15 31 12 13 8,3%

Residências de Treino de Autonomia - tipo A infância e adolescência 1 18 7 7 0,0%

Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos 26 66 85 85 0,0%

Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos - Infância e Adolescência 1 4 3 5 66,7%

Total 24 004 30 103 28 593 37 751 39 369 41 117 42 657 40 061 43 166 43 750 38 586 -11,8%

*As unidades e Equipas de cuidados paliativos passaram a integrar a Rede Nacional de Cuidados Paliativos em 2017
Fonte: ACSS

Quadro 61. Número de utentes referenciados por tipologia e região de saúde, em 2020

Região Origem ECCI UC UCIP 1 ULDM UMDR UAP EAD EAD/IA RA RAMa RAMo RTA RTA/A USO USO/IA Total

CS 2 895 220 7 547 225 2 1 0 0 3 1 0 0 1 0 3 902

Norte H 1 624 1 960 6 1 891 2 979 1 13 0 9 6 0 2 5 26 2 8 524

Social* 5 0 5 1 1 0 0 0 0 12

CS 847 152 2 1 442 606 0 0 0 0 1 2 1 0 0 0 3 053

Centro H 522 2 040 1 1 075 2 025 0 0 0 0 2 0 1 1 12 0 5 679

Social* 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

CS 1 549 53 0 986 389 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 978

Lisboa e Vale do Tejo H 2 618 2 088 0 742 2 919 0 19 1 3 7 5 7 1 0 0 8 410

Social* 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1

CS 556 68 0 421 271 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 316


Alentejo
H 276 873 0 201 452 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 802

CS 723 10 0 202 47 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 983


Algarve
H 704 583 0 88 498 0 3 0 0 0 0 1 0 46 3 1 926

Nacional 12 314 8 047 16 7 595 10 411 3 42 1 17 20 10 13 7 85 5 38 586


Legenda: CS - Centros de Saúde, H - Hospitais; ECCI - Equipas de Cuidados Continuados Integrados; UC - Unidade de Convalescença; UCIP 1 - Unidade de Cuidados Integrados
Pediátricos do Norte nível 1; ULDM - Unidade de Longa Duração e Manutenção; UMDR - Unidade de Média Duração e Reabilitação; UAP - Unidade de Ambulatório Pediátrica;
EAD - Equipas de Apoio Domiciliário; EAD/IA - Equipas de Apoio Domiciliário - tipo A infância e adolescência; RA - Residências Autónomas; RAMa - Residências de Apoio
Máximo Adultos; RAMo - Residências de Apoio Moderado; RTA - Residências de Treino de Autonomia; RTA/A - Residências de Treino de Autonomia - tipo A infância e
adolescência; USO - Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos; USO/IA - Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos - Infância e Adolescência.
*Incluem as tipologias de saúde mental.
Nota: As unidades e Equipas de cuidados paliativos passaram a integrar a Rede Nacional de Cuidados Paliativos em 2017
Fonte: ACSS

142 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Os dados relativos à origem de referenciação dos utentes para RNCCI em 2020 evidenciam que
os hospitais referenciaram 68,2% dos utentes, mais 5% face a 2019. Já a referenciação pelos CSP
registou uma diminuição de 5% em relação ao período homólogo (31,8% de utentes referenciados).

Gráfico 60. Origem dos utentes referenciados no âmbito da RNCCI - Rede Geral e Cuidados
Pediátricos Integrados - em 2020

Centros de
Saúde
31,8%

Hospitais
68,2%

Fonte: ACSS

Em relação à origem de referenciação dos utentes para RNCCI de Saúde Mental, em 2020,
verifica-se que os hospitais referenciaram 87,5% dos utentes, o setor social da saúde mental, 6,5% e
os CSP 6%.

Gráfico 61. Origem dos utentes referenciados no âmbito da RNCCI Saúde Mental em 2020

Setor Social
6,5%

Centros de
Saúde
6,0%

Hospitais
87,5%

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 143


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Gráfico 62. Distribuição percentual da origem da referenciação em cada região (2020)

Centro de Saúde Hospital

100%

80%
57,8%
68,5% 65,0% 65,6%
73,8%
60%

40%

20% 42,2%
31,5% 35,0% 34,4%
26,2%

0%
Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve

Fonte: ACSS

Na referenciação para ECCI constata-se uma variabilidade significativa entre as várias regiões
importando, consequentemente, reforçar a utilização desta resposta.

Gráfico 63. Referenciação para ECCI - Percentagem de utentes referenciados em cada região
(2020)

60%

50,0%

45%
36,7% 36,6%

30% 26,7%

15,7%
15%

0%
Centro Alentejo Lisboa e Vale do Tejo Norte Algarve

Fonte: ACSS

144 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Gráfico 64. Referenciação para ECCI – Hospital e Centro de Saúde em cada região
(2020)

Centro de Saúde Hospital

100%

35,9% 33,2%
80% 38,1%
49,3% 46,6%
62,8%
60%

40%
64,1% 66,8%
61,9%
50,7% 53,4%
20% 37,2%

0%
Norte Centro Lisboa e Vale do Alentejo Algarve Nacional
Tejo

Fonte: ACSS

Em 2020, a mediana do tempo de referenciação para a identificação de vaga para as tipologias


da Rede Geral, encontra-se distribuída por ARS e tipologia, conforme quadro infra.

Quadro 62. Mediana do tempo de referenciação para a identificação de vaga na RNCCI, em dias
(2020)

Unidade de Unidade de
Unidade de
Média Duração e Longa Duração ECCI UCIP Nível 1 UAP
Convalescença
Reabilitação e Manutenção

Norte 8,2 23,1 29,1 11,7 19,9 32,0

Centro 6,0 34,8 15,0 8,0

Lisboa e Vale do Tejo 23,9 74,8 41,9 7,2

Alentejo 21,3 110,2 48,2 8,0

Algarve 14,8 63,0 28,0 3,1

Fonte: ACSS

Em 2020, à data de 31 de dezembro, estavam 1.207 utentes a aguardar vaga na RNCCI (nas
tipologias ECCI, UC, ULDM e UMDR).

Quadro 63. Utentes que aguardavam vaga a 31 de dezembro de 2020

ECCI UC ULDM UMDR Total

Utentes a aguardar vaga 113 13 25 39 190


Norte
% utentes em espera 56% 7% 6% 10% 16%

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 145


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

ECCI UC ULDM UMDR Total

Utentes a aguardar vaga 33 21 63 10 127


Centro
% utentes em espera 16% 11% 15% 3% 11%

Utentes a aguardar vaga 38 59 228 308 633


Lisboa e Vale do Tejo
% utentes em espera 19% 31% 54% 79% 52%

Utentes a aguardar vaga 17 95 81 25 218


Alentejo
% utentes em espera 8% 50% 19% 6% 18%

Utentes a aguardar vaga 1 3 27 8 39


Algarve
% utentes em espera 0% 2% 6% 2% 3%

Nacional Utentes a aguardar vaga 202 191 424 390 1 207

Fonte: ACSS

Para as tipologias pediátricas, não existiam utentes a aguardar vaga. Para as tipologias de saúde
mental, existiam 61 utentes a aguardar vaga, 61% do total em LVT, 33% no Norte, 5% no Centro e
2% no Algarve.

Em 2020, a demora média na RNCCI a nível nacional, foi de 49 dias para UC, 107 dias para UMDR,
255 dias para ULDM, 116 dias para ECCI, 208 para UCIP N1 e 416 dias para UAP, distribuída por ARS
e tipologia, conforme quadro infra.

Quadro 64. Demora Média das unidades da RNCCI, por tipologia (2020)

ARS
Lisboa e ARS ARS
ARS Norte ARS Centro Nacional
Vale do Alentejo Algarve
Tejo
Unidade de Convalescença 42 48 55 68 39 49

Unidade de Média Duração e Reabilitação 105 106 113 115 87 107

Unidade de Longa Duração e Manutenção 260 189 332 239 408 255

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 102 141 118 143 110 116

Unidade de Cuidados Integrados Pediátricos do Norte 208 208

Unidade de Ambulatório Pediátrica 416 416


Fonte: ACSS

A demora média nas tipologias de Saúde Mental encontra-se no quadro seguinte, nas regiões em
que existem respostas.

Quadro 65. Demora Média das unidades da RNCCI Saúde Mental, por tipologia (2020)

ARS
ARS ARS Lisboa ARS ARS
Nacional
Norte Centro e Vale Alentejo Algarve
do Tejo
Equipas de Apoio Domiciliário* 639 457 392 474

Residências Autónomas* 569 359 452

Residências de Apoio Máximo Adultos* 810 1122 997

146 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

ARS
ARS ARS Lisboa ARS ARS
Nacional
Norte Centro e Vale Alentejo Algarve
do Tejo
Residências de Apoio Moderado*

Residências de Treino de Autonomia* 868 868

Residências de Treino de Autonomia - tipo A infância e adolescência* 529 529

Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos* 295 616 314

Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos - Infância e Adolescência* 220 220


*Unidades da RNCCI de Saúde Mental
Fonte: ACSS

O quadro que se segue ilustra o contexto nacional, a nível de taxa de ocupação da RNCCI.

Quadro 66. Taxa de ocupação das unidades da RNCCI, por tipologia (2020)

ARS
ARS ARS Lisboa ARS ARS
Nacional
Norte Centro e Vale Alentejo Algarve
do Tejo
Unidade de Convalescença 91% 84% 87% 86% 94% 87%

Unidade de Média Duração e Reabilitação 96% 92% 93% 90% 94% 93%

Unidade de Longa Duração e Manutenção 97% 96% 96% 95% 97% 96%

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 78% 73% 66% 69% 66% 70%

Unidade de Cuidados Integrados Pediátricos do Norte 84% 84%

Unidade de Ambulatório Pediátrica 35% 35%

Equipas de Apoio Domiciliário* 81% 23% 41% 2% 43%

Residências Autónomas* 76% 88% 82%

Residências de Apoio Máximo Adultos* 100,0% 99,5% 99,7%

Residências de Apoio Moderado* 100% 100% 100%

Residências de Treino de Autonomia* 98% 98%

Residências de Treino de Autonomia - tipo A infância e adolescência* 95% 95%

Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos* 60% 79% 32% 68%

Unidades Sócio Ocupacionais de Adultos - Infância e Adolescência* 36% 4% 26%


*Correspondem a unidades da RNCCI de Saúde Mental
Fonte: ACSS

Os dados recolhidos no ano de 2020 permitem ainda concluir que 11,3% dos utentes tiveram
como destino pós alta “Lar/resposta ou equipamento social”. Num contexto nacional, 74,5% do
destino pós-alta foi para o domicílio. Em 75,7% dos casos do destino pós-alta para o domicílio foi
registada necessidade de suporte.

Quanto ao indicador “motivo de alta”, e também a nível nacional, baseado nos registos com
informação no sistema de informação da RNCCI, 80,3% dos utentes com alta atingiram os objetivos
da intervenção planeada pelo Plano Individual de Cuidados.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 147


6. CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

A incidência de úlceras de pressão na Rede Geral foi de 3,7%, 2,7% em ECCI e 4,3% nas unidades
de internamento. A prevalência de úlceras de pressão foi de 16,8%.

A prevalência de quedas na Rede Geral foi de 9,4%, 5,9% em ECCI e 11,3% nas unidades de
internamento.

Em 2020, a percentagem de óbitos nos utentes assistidos na RNCCI foi de 12,9%. De salientar
ainda que 38,8% do total dos óbitos ocorre em ECCI e 37,7% em ULDM.

A percentagem de óbitos em ECCI foi de 14,1%, e 12,3% em unidades de internamento.

É ainda de destacar a aprovação/publicação da Norma DGS n.º 11/2020, de 18 de abril, relativa


à governação e organização dos SLSM e, respetivas redes para garantia de oferta de cuidados. Neste
âmbito, foram criados mecanismos institucionais (Instituições Hospitalares e Cuidados de Saúde
Primários) de fácil acesso a acompanhamento especializado quer para doentes, cuidadores, mas
também para Profissionais de Saúde.

148 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


7. CUIDADOS PALIATIVOS

7. Cuidados paliativos
A prestação de cuidados aos doentes com doenças graves e/ou avançadas e progressivas com o
objetivo de promover o seu bem-estar e qualidade de vida é um elemento qualitativo.

No final de 2020, a Rede Nacional de Cuidados Paliativos (RNCP) era composta por:

• 45 Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP);

• 27 Equipas Comunitárias ou Domiciliárias de Suporte em Cuidados Paliativos (ECDSCP);

• 399 camas em Cuidados Paliativos distribuídas da seguinte forma:

o 26 camas em 3 Unidades de Cuidados Paliativos (UCP) de “agudos”.

o 207 camas em 13 em UCP em hospitais do SNS

• 166 camas em Cuidados Paliativos de menor complexidade na RNCCI

• 7 Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátricas.

Atualmente o SNS tem EIHSCP em quase todos os hospitais (exceto o Hospital Distrital da
Figueira da Foz e a ULS do Baixo Alentejo).

Existem agora equipas específicas de CP em todos os distritos do país, embora os distritos de


Leiria e Viana do Castelo continuem a não ter qualquer unidade de internamento de CP.

Em março de 2020, a Pandemia COVID-19, obrigou à mobilização de profissionais das equipas


de CP para as áreas de atendimento Covid-19, ao encerramento temporário da UCP da ULS Norte
Alentejano (em Portalegre) e ao cancelamento de grande parte das atividades não clínicas, como
aconteceu com os cursos de formação em CP realizados a nível regional.

Com vista a otimizar a resposta das EIHSCP e das ECSCP, foram elaboradas orientações, pela
CNCP, no sentido de se utilizar a capacidade instalada para reforçar a consultadoria a nível hospitalar,
dos cuidados primários e continuados.

Dos três eixos de ação identificados no Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados
Paliativos (PEDCP) no biénio 2019-2020, destacam-se as principais iniciativas realizadas em 2020:

Eixo prioritário I – Definição organizacional e garantia da qualidade de cuidados

• Majoração em 10% do preço das consultas externas;

• Majoração em 20% do preço base das sessões de hospital de dia realizadas por equipas
específicas de CP;

• Majoração em 5% das linhas de produção de GDH médico de internamento, realizadas


nas Unidade de Cuidados Paliativos (UCP).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 149


7. CUIDADOS PALIATIVOS

Estes incentivos também são aplicados às Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados


Paliativos Pediátricas (EIHSCP-P).

Em termos organizacionais, foi instituída a articulação entre as EIHSCP-P e as ECSCP e UCP-


RNCCI, permitindo a permanência das crianças e jovens no seu domicílio ou área de residência, com
a assistência clínica e segurança que a situação exige.

Ainda no âmbito da colaboração, foi potencializada a autonomia local quanto à definição dos
termos de cooperação entre equipas hospitalares, permitindo que as equipas de hospitalização
domiciliária peçam a colaboração das EIHSCP do seu hospital e vice-versa, através do sistema
SClínico, à semelhança do que acontece com outras especialidades/equipas hospitalares.

Adicionalmente, as ECSCP e as EIHSCP/EIHSCP-P de todo o país prestam consultadoria às


Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) e às Unidades de Cuidados Continuados
Integrados.

Eixo prioritário II - Acessibilidade aos cuidados paliativos em todos os níveis de cuidados

a) Melhoria e generalização da abordagem paliativa

Durante 2020 realizou-se um Curso Básico de CP na ARS Algarve e tiveram início dois
Cursos de CP de nível intermédio, um na ARS Lisboa e Vale do Tejo (28 formandos) e
outro na ARS Alentejo (40 formandos), os quais foram suspensos em março devido à
Pandemia Covid-19. O curso da ARS Lisboa e Vale do Tejo foi reiniciado, em outubro, em
formato online.

b) Adequação dos recursos assistenciais

O PEDCP 2019-2020 define que “a prática de CP/CPP de qualidade exige que os


profissionais de saúde tenham formação específica (teórica e prática) e que as equipas
estejam dotadas de número adequado de profissionais e tenham médicos e enfermeiros
em horário completo”.

Mantendo-se inalterada a dotação mínima de profissionais das equipas específicas de


CP, preconizada no biénio 2017-2018, o PEDCP 2019-2020 definiu o rácio mínimo de
profissionais para as EIHSCP-P “especializadas” e reforçou a exigência na formação dos
profissionais, indicando a formação mínima recomendada para os profissionais das
equipas específicas de CP/CPP.

Com o objetivo de avaliar o grau de cumprimento da dotação e a formação mínima de


profissionais das equipas específicas de CP/CPP, foi realizado, em julho o Inquérito
Nacional – Equipas Locais de CP 2020.

Com a entrada em funcionamento da EIHSCP-P do CHU S. João, a 30 de novembro de


2020, ficou cumprido o objetivo estratégico previsto no PEDCP 2019-2020, de conseguir
colocar em funcionamento cinco EIHSCP-P “especializadas”: CHU Lisboa Central

150 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


7. CUIDADOS PALIATIVOS

(Hospital D. Estefânia), CHU do Porto, CHU S. João, CHU de Coimbra e CHU Lisboa Norte.
De notar que, estas cinco EIHSCP-P realizam consultas domiciliárias, além da atividade
hospitalar. De referir ainda a existência de duas EIHSCP-P, uma no IPO de Lisboa e outra
no IPO do Porto.

Eixo prioritário III – Formação e investigação

O Colégio da Competência em Medicina Paliativa, da Ordem dos Médicos, elaborou um plano


curricular para a criação da especialidade em Medicina Paliativa que está atualmente a ser analisado
por diferentes órgãos da Ordem dos Médicos.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 151


8. COMPORTAMENTOS ADITIVOS E DEPENDÊNCIAS: DROGAS, ÁLCOOL E JOGO

8. Comportamentos aditivos e dependências: drogas, álcool e jogo


Nos últimos anos, as avaliações independentes das políticas e respostas adotadas pelo Estado
Português no domínio dos comportamentos aditivos e dependências (CAD), delineadas nos
fundamentos da evidência científica e plasmadas no Plano Nacional para a Redução dos
Comportamentos Aditivos e das Dependências 2013-2020, têm demonstrado progressivos e efetivos
ganhos em saúde, nomeadamente a descida sustentada dos indicadores relacionados com as infeções
por VIH e SIDA associadas ao consumo de drogas injetáveis.

O ano de 2020 foi fortemente marcado pela pandemia COVID-19. Por um lado, assistiu-se ao
surgimento de novas dinâmicas de consumo e à alteração da utilização dos serviços. Também se foi
assistindo a uma derivação para o consumo de outras substâncias psicoativas, lícitas e/ou ilícitas,
tendo por essa via ocorrido nestas populações mais vulneráveis um aumento do consumo de álcool,
verificando-se igualmente, mas em menor grau, um aumento do consumo de cocaína.

No que concerne à população em geral, o contexto altamente volátil e mutável gerado pela
pandemia requeria a obtenção rápida de informação que permitisse monitorizar a evolução dos CAD
na sua interação com os determinantes biopsicossociais desse contexto. Para o efeito, as atividades
de investigação e de monitorização orientaram-se para a utilização de metodologias ágeis que
permitissem conhecer de forma atempada a evolução dos CAD, principalmente aqueles que mais se
encontram presentes na população em geral – o consumo de álcool e os padrões de utilização da
Internet e de jogo eletrónico.

Para a concretização deste objetivo e atendendo ao contexto pandémico, a metodologia de


inquéritos online foi escolhida como ferramenta para estes estudos. Assim, entre abril e maio de
2020, o SICAD promoveu dois inquéritos online, um dirigido a consumidores de álcool com 18 ou
mais anos (N=950 respostas) e outro a utilizadores da Internet com 18 ou mais anos de idade
(N=807 respostas). Mesmo atendendo ao facto de serem amostras de conveniência, os dados
resultantes destes estudos merecem relevo, encontrando-se em linha com os obtidos em estudos
internacionais.

Assim e no que se refere ao consumo de álcool, verifica-se que o confinamento e o


distanciamento social alteraram o padrão de consumo, mas de forma não linear, variando este em
função do tipo de populações e de fatores pessoais e sociais multivariados. Ou seja, se para alguns
indivíduos o contexto pandémico se associou a um aumento do consumo de bebidas alcoólicas (mais
em frequência do que em quantidade), para outros resultou no contrário, e para outros ainda teve
um impacto neutro. Assim e apesar de não se avaliarem neste estudo consequências globais negativas
da pandemia a este nível, verificou-se no entanto que o agravamento dos consumos se deu sobretudo
em indivíduos que referiram ter atualmente, ou já ter tido no passado, problemas relacionados com
o consumo de álcool, o que situa este grupo como de particular risco em eventualidades como esta.

Como seria expectável, o confinamento e o isolamento social alteraram consideravelmente a


utilização da Internet e a prática de videojogos, determinando o aumento de tempo passado online

152 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


8. COMPORTAMENTOS ADITIVOS E DEPENDÊNCIAS: DROGAS, ÁLCOOL E JOGO

e/ou a jogar. Os resultados mostraram ainda uma tendência de serem mais considerados os
benefícios da utilização da Internet por parte dos internautas, nomeadamente como ferramenta de
trabalho e de comunicação, do que os riscos e eventuais consequências negativas da sua utilização.
No entanto e com base em medidas e dados mais objetivos, o estudo apurou que durante a pandemia
da COVID-19 se agravaram alguns indicadores de uso problemático/ mau uso da internet, como foi o
caso da utilização intensiva da Internet (5 horas diárias ou mais) ou o contacto com fake news, ou
ainda um aumento significativo da percentagem de utilizadores que passou a ter problemas em
controlar o tempo passado à frente de écrans, problema que não ocorria anteriormente.

A nível da atividade assistencial, o desafio que constituiu a pandemia por COVID-19 requereu
uma adaptação e reorientação rápida e ágil das prioridades, em termos das entidades envolvidas, aos
diferentes níveis, na planificação, execução e monitorização das intervenções em CAD. Desde logo,
procurou o SICAD promover uma maior proximidade e proatividade no trabalho, em articulação e
parceria entre todos os agentes, tendo em conta a complexidade deste contexto de grande incerteza,
e que seguramente faria emergir novos riscos socio sanitários, acompanhados por uma
recrudescência de comportamentos de risco associados aos consumos e o agravamento da situação
das populações socialmente mais marginalizadas e vulneráveis.

Neste quadro exigente, a garantia da sustentabilidade dos cuidados a estas populações


determinou a necessidade de se desenvolverem iniciativas por parte do SICAD que permitissem
manter a operacionalidade das respostas, dentro dos condicionamentos ocasionados pela pandemia
COVID-19 e das medidas de saúde pública estabelecidas para com ela contender, as quais implicavam
desafios e limitações à capacidade de resposta habitual dos serviços.

Neste contexto e no âmbito do apoio científico e técnico aos serviços que intervêm em CAD, é
assim de salientar que no decorrer de 2020, o SICAD produziu linhas de orientação e recomendações
para o funcionamento das estruturas de redução de riscos e minimização de danos e de comunidades
terapêuticas, as quais visavam facilitar a continuidade da sua prestação, no quadro dos novos
desafios à sua operação determinados não só pelas alterações nas dinâmicas de consumo e nas
problemáticas dos cidadãos com CAD, como pela necessidade de adaptar o seu funcionamento às
regras sanitárias impostas pela prioridade de controlo da pandemia.

O SICAD reforçou ainda as atividades da Linha VIDA 1414, alargando o período de atendimento
e aumentando a equipa, visando uma maior eficácia nas respostas de aconselhamento e
encaminhamento sobre a COVID-19 e os CAD.

No âmbito do Plano Operacional de Respostas Integradas (PORI), gerido pelo SICAD e


operacionalizado em estreita colaboração com as Divisões de Intervenção para os Comportamentos
Aditivos e Dependências das Administrações Regionais de Saúde, IP, manteve-se o apoio,
acompanhamento e monitorização de 76 projetos, nas diferentes áreas – Prevenção, Redução de
Riscos e Minimização de Danos, Tratamento e Reinserção. Para garantir o funcionamento destes
projetos em 2020, foi ainda necessário aferir, avaliar e priorizar as necessidades emergentes da

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 153


8. COMPORTAMENTOS ADITIVOS E DEPENDÊNCIAS: DROGAS, ÁLCOOL E JOGO

pandemia, disponibilizando subsequentemente financiamentos extraordinários, visando dotar as


equipas dos procedimentos, materiais e equipamentos de proteção necessários para o exercício da
sua atividade em segurança.

Foi assim possível assegurar a continuidade da execução de intervenções prioritárias a nível


nacional, como os Programas de Manutenção com Cloridrato de Metadona.

Mediante os constrangimentos determinados pela pandemia, ao nível das Equipas


Especializadas de Tratamento, verificou-se uma consequente redução geral da atividade clínica
presencial. Para contrariar esta tendência, foram implementadas estratégias de recurso
nomeadamente no âmbito das consultas telefónicas e pela internet, por forma a assegurar o
acompanhamento à distância dos utentes em tratamento, mantendo-se a atividade clínica presencial
para a admissão de utentes e/ou para situações clínicas urgentes.

A confluência de todos estes fatores em 2020 traduziu-se numa expectável diminuição da


intervenção clínica, sendo mais sensível nos números de utentes em tratamento, sobretudo no que
respeita à admissão de novos utentes – esta observação é extensível a todo o tipo de utentes: com
Problemas Ligados ao Álcool, consumidores de Outras Substâncias Psicoativas Ilícitas, Crianças e
Jovens. Contudo o número de utentes readmitidos manteve-se próximo do verificado em 2019 (
Quadro 67 e Quadro 68). Verificou-se uma diminuição de utentes com consumo de Hipnóticos e
Sedativos na população sob intervenção em Centros de Respostas integradas (CRI) e em
contrapartida um aumento de Metadona e de Buprenorfina não prescritas (Quadro 70), mantendo-
se, no entanto, estes fenómenos com uma expressão modesta no universo dos utentes em tratamento.
Pela sua natureza enquanto resposta em internamento, a atividade das Unidades de Desabituação foi
particularmente afetada pelo contexto pandémico vivido em 2020, o qual determinou limitações
marcadas à sua operação, em termos da sua capacidade de admissões de utentes.

Enquadrado pela Lei nº 30/2000, de 29 de novembro e com as adaptações requeridas pela crise
de saúde pública associada à pandemia COVID – 19, em 2020 continuou o SICAD a fornecer o apoio
técnico e administrativo à ação das Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência, área
fundamental das politicas e intervenções em CAD, que se orienta segundo os princípios da deteção e
intervenção precoce, da motivação para a mudança de comportamentos, promovendo dessa forma a
aproximação aos sistema de saúde e social dos consumidores de substâncias psicoativas ilícitas.

Quadro 67. Utentes sob intervenção em CRI no ano*, novos** e readmitidos.


Problema aditivo principal: Problemas Ligados ao Álcool (PLA)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Utentes em tratamento no ano 10 382 10 848 11 117 11 616 11 881 12 498 13 678 13 828 13 422 13 951 12 068

Novos utentes 1 549 3 009 3 344 3 403 3 353 3 704 3 759 3 352 3 403 3 416 2 455

Instituição judicial/ área de reinserção


752 762 743 584
social***

154 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


8. COMPORTAMENTOS ADITIVOS E DEPENDÊNCIAS: DROGAS, ÁLCOOL E JOGO

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Médico de Família/ Cuidados de Saúde
726 718 713 446
Primários
Instituição de Saúde/ Outro profissional*** 504 592 579 411

Utentes readmitidos 284 665 1 244 1 157 930 657 690 1 047 1 202 1 181 1 050
Médico de Família/ Cuidados de Saúde
181 192 177 161
Primários***
Auto-referenciação/ Iniciativa própria*** 183 198 227 194

Instituição judicial/ área de Reinserção


149 266 227 203
Social***
*Utentes inscritos com problemas relacionados com o uso de álcool e com pelo menos um evento assistencial no ano
**Utentes inscritos com problemas relacionados com o uso de drogas que recorreram pela primeira vez às estruturas da rede de cuidados especializados em CAD
(primeiros pedidos de tratamento)
***Principais fontes de referenciação: ARS e SICAD
Nota: Face à informação anteriormente publicada, foram retificados os valores referentes a 2017.
Fonte: ARS e SICAD

Quadro 68. Utentes sob intervenção em CRI no ano*, novos** e readmitidos.


Problema aditivo principal: Outras Substâncias Psicoativas (OSPA)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Utentes em tratamento no ano 31 248 29 781 29 062 28 133 27 689 26 993 27 834 27 150 25 582 25 421 22 943

Novos utentes 1 514 1 715 2 001 1 985 1 950 2 024 2 090 1 769 1 858 1 959 1 364
Instituição judicial/ área de reinserção
448 550 529 374
social***
Médico de Família/ Cuidados de Saúde
406 420 495 79
Primários
Instituição de Saúde/ Outro profissional*** 234 219 248 128

Utentes readmitidos 2 568 2 376 4 012 2 154 1 803 1 365 1 211 1 538 1 603 1 512 1 376
Médico de Família/ Cuidados de Saúde
579 604 579 59
Primários***
Autorreferenciação/ Iniciativa própria*** 280 288 279 576
Instituição judicial/ área de Reinserção
123 131 134 236
Social***
*Utentes inscritos com problemas relacionados com o uso de álcool e com pelo menos um evento assistencial no ano
**Utentes inscritos com problemas relacionados com o uso de drogas que recorreram pela primeira vez às estruturas da rede de cuidados especializados em CAD
(primeiros pedidos de tratamento)
***Principais fontes de referenciação: ARS e SICAD
Nota: Face à informação anteriormente publicada, foram retificados os valores referentes a 2017.
Fonte: ARS e SICAD

Quadro 69. Utentes sob intervenção em CRI -


Crianças e jovens em situação de risco

2015 2016 2017 2018 2019 2020

Utentes em tratamento no ano 2 840 3 003 2 983 2 729 2 841 2 074

Novos utentes 1 505 1 541 1 319 1 242 1 405 782

Utentes readmitidos 68 100 182 165 166 154

Fonte: SICAD

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 155


8. COMPORTAMENTOS ADITIVOS E DEPENDÊNCIAS: DROGAS, ÁLCOOL E JOGO

Quadro 70. Utentes sob intervenção em CRI

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Hipnóticos e sedativos 34 37 45 45 56 69 75 77 72 112 90

Metadona não prescrita 8 23 25 26 25 27 39 55 68 89 114

Buprenorfina não prescrita 2 7 10 13 19 24 29 47 53 79 84

Fonte: SICAD

Gráfico 65. Episódios de internamento em Unidades de Desabituação - PLA e OSPA

Problemas Ligados ao Álcool Outras Substâncias Psicoativas Ilícitas

900
788
800

700 642 654 638 646

600
613 624
500 442
508
400
394 313
300
285
200
2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: SICAD

156 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


9. SANGUE E TRANSPLANTAÇÃO

9. Sangue e transplantação
Sangue

O consumo de componentes sanguíneos para o tratamento adequado dos doentes obriga a um


apelo constante à dádiva de sangue.

Acompanhando a tendência verificada desde 2010, no ano de 2020 verificou-se uma diminuição
no número de dadores e de dádivas de sangue (Quadro 71). O número de dadores de sangue que
efetuaram dádiva diminuiu 6,6% em 2020, quando comparado com o período homólogo.

Quadro 71. Evolução do número de dadores de sangue que efetuaram dádiva

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*

Número de dadores
271 159 249 168 237 826 226 882 223 924 217 431 211 170 203 294 200 556 187 309
que efetuaram dádiva
*Dados provisórios
Fonte: IPST

Em 2020 foram distribuídos pelo IPST menos 4,8% concentrados eritrocitários para os
hospitais. No entanto, ao longo do ano, nas diferentes fases da pandemia, as reservas de sangue
mantiveram sempre níveis que permitiram dar resposta às necessidades, havendo equilíbrio entre
as colheitas e os consumos.

No que se refere à atividade de transfusão, em 2020, verifica-se que o componente sanguíneo


mais utilizado foi o Concentrado de Eritrócitos, seguindo-se o Plasma SD.

Observa-se no Quadro 72, um aumento no número de unidades de componentes plaquetários e


plasmáticos transfundidos nomeadamente de Plaquetas de aférese, pool de plaquetas de unidades
de sangue total, com redução patogénica, Plasma Fresco Congelado de quarentena e Plasma Fresco
com redução patogénica.

Quadro 72. Atividade de transfusão em 2020

Número de
Número de unidades Var. Var.
doentes
transfundidas 2020/2019 2020/2019
transfundidos
Sangue total 25 12,0% 21 0,0%

Eritrócitos 272 811 -7,7% 85 368 -7,5%

Plaquetas, aférese, desleucocitadas 5 673 7,8% 1 794 -1,3%

Pool de plaquetas obtidas de unidades de


19 256 11,0% 4 671 53%
sangue total

Pool de plaquetas obtidas de unidades de


14 214 44,5% 4 777 41,1%
sangue total, com redução patogénica

Plaquetas obtidas de uma unidade de


6 820 -24,6% 841 -37,1%
sangue total

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 157


9. SANGUE E TRANSPLANTAÇÃO

Número de
Número de unidades Var. Var.
doentes
transfundidas 2020/2019 2020/2019
transfundidos
Plasma fresco congelado de quarentena 3 677 42,6% 1 105 2,8%

Plasma fresco congelado, com redução


9 102 65,3% 1 135 27,1%
patogénica
Plasma SD (Solvent Detergent Treated) -
35 640 -22 ,0% 6 579 -13,7%
industrial
Crioprecipitado 204 -63,7% 27 -29,6%

Granulócitos, aférese 0 -100,0% 0 -100,0%

Total 335 422 -3,9% 106 318 -7,3%


Fonte: IPST

Transplantação

Na área da transplantação de órgãos verificou-se uma diminuição da atividade realizada no ano


de 2020, devido à situação pandémica, importando salientar:

• A atividade de colheita em dador em paragem cardiocirculatória, que mantinha um ritmo


ascendente entre janeiro e março, foi suspensa até ao final do ano 2020;

• Diminuiu o número de dadores falecidos em 27%;

• Aumentou em cerca de 3% os dadores com causas de mortes traumáticas;

• Diminuiu o número de órgãos colhidos (-20,9%);

• Aumentou a taxa de utilização dos órgãos, de 84% em 2019, para 87% em 2020;

• Diminuiu globalmente a atividade de transplantação em cerca de 21% (menos 185 órgãos


transplantados).

O gráfico que se segue ilustra a evolução do número total de transplantes de 2011 a 2020, sendo
que em 2020 se realizaram 651 transplantes.

Gráfico 66. Evolução do número de transplantes

950
895
900 877
864
838 829
850 824
789
800
747
750

700
651
650 680

600
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: IPST

158 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

10. Emergência Médica


O transporte de doentes em situação de emergência está reservado ao Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM), bem como às entidades com as quais o INEM celebre acordos com essa
finalidade – os parceiros do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), nomeadamente as
Unidades de Saúde, os Corpos de Bombeiros e a Cruz Vermelha Portuguesa.

Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) são centrais de emergência médica


responsáveis por receber as chamadas provenientes dos Centros Operacionais 112 (número europeu
de emergência), referentes a situações de urgência ou emergência na área da saúde.

Através da utilização dos meios de telecomunicações ao seu dispor, o CODU tem capacidade para
acionar os diferentes meios de socorro, apoiá-los durante a prestação de socorro no local das
ocorrências e, de acordo com as informações clínicas recebidas das equipas no terreno, selecionar e
preparar a receção hospitalar dos diferentes doentes.

Importa salientar o contexto particularmente exigente, resultante do impacto do novo


coronavírus SARS-CoV-2, causador da pandemia de COVID-19. Na verdade, a pandemia obrigou à
adaptação da atividade do INEM, assente em quatro grandes eixos estratégicos:

• Garantir a operacionalidade dos meios de emergência e a continuidade do cumprimento da


sua missão;

• Garantir a assistência médica pré-hospitalar imediata aos doentes suspeitos ou com COVID-
19 que apresentassem sinais de gravidade;

• Apoiar o Ministério e as entidades da Saúde na resposta nacional e internacional à pandemia;

• Apoiar serviços essenciais de outras áreas governativas.

Não obstante o aumento das exigências operacionais, o INEM continuou a assegurar a


continuidade da sua operação, sem descurar a proteção dos seus profissionais e dos próprios
doentes, tendo inclusive, ampliado a sua prestação habitual de serviços, como é o exemplo das
colheitas de amostras biológicas realizadas pelas equipas de enfermagem.

Em 2020, com especial incidência desde o segundo trimestre, verificou-se uma diminuição das
chamadas 112 e do acionamento de meios de emergência médica pré-hospitalar, devido a fatores
como a COVID-19, verificou-se uma diminuição das chamadas 112 e do acionamento de meios de
emergência médica pré-hospitalar. Esta redução da atividade, verificada a partir de março de 2020,
ficou a dever-se a diversos fatores, entre os quais:

• Modificação do padrão de procura por serviços de saúde.

• Redução de circulação de pessoas e veículos, que se traduz numa redução de acidentes de


viação (nomeadamente em altura de deslocações por todo o território nacional durante as
épocas festivas), acidentes de trabalho e situações de trauma nas escolas;

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 159


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

• Isolamento social que condicionou um menor número de intoxicações etílicas, resultante


do encerramento dos espaços de diversão noturna;

• Redução no número de intoxicações intencionais;

• Redução da criminalidade pela diminuição de pessoas em circulação, nomeadamente, no


que se respeita a espaços de diversão noturna;

• Diminuição de pedidos de socorro por cidadãos com sintomas ligeiros;

• Redução dos acidentes de trabalho, resultante do aumento de pessoas em teletrabalho.

Em 2020 foram atendidas 1.308.757 chamadas de emergência, o que se traduz numa média
diária de 3.586 chamadas. Destaca-se também a diminuição dos tempos médios de espera para
atendimento ao longo do ano de 2020 (Quadro 73)

Quadro 73. Tempo Médio de espera para atendimento (Em segundos), por mês, 2019 e 2020

Tempo médio para


atendimento
Mês
2019 2020

Janeiro 24 22

Fevereiro 23 25

Março 13 38 *

Abril 15 13

Maio 32 13

Junho 62 17

Julho 23 9

Agosto 23 8

Setembro 23 8

Outubro 15 9

Novembro 20 9

Dezembro 25 11

Total - -

Média Diária 24 15
*Mês (março/2020) critico no que concerne à Covid-19 e que coincidiu
com absentismo (não programado) de operadores CODU em 5 dias do mês
onde se registou um elevado número de chamadas.
Fonte: INEM

Deste total, 76.012 foram provenientes do Centro de Contacto do SNS (“SNS24”), o que
representa uma média diária de 208 chamadas encaminhadas pelo “SNS24” para os CODU do INEM.

No mesmo período, foram transferidas 95.601 chamadas para o “SNS 24”, ou seja, uma média
de 261 chamadas por dia.

O aumento de chamadas, quer provenientes do “SNS24”, quer as transferidas pelos CODU do


INEM para o “SNS24”, resultaram, sobretudo, de contactos realizados no âmbito da COVID-19.

160 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

Para cumprimento das suas obrigações no âmbito do SIEM, o INEM tem à sua disposição um
conjunto diversificado de meios, complementares entre si.

No ano de 2020, o dispositivo do INEM tinha em funcionamento 671 meios de emergência


médica – resultado da capacidade que foi sendo instalada a nível nacional nos últimos anos - tendo
registado um total de 1.171.878 acionamentos destes meios de emergência, ou seja, 3.211
acionamentos diários.

Importa referir que a procura dos serviços de emergência médica, tem reflexo na atividade dos
CODU e, consequentemente, na atividade dos meios de emergência médica, cujo número de
acionamentos acompanha o número de chamadas atendidas nos CODU.

Quadro 74. Meios do INEM disponíveis

Tipo de Meio Número de Meios Disponíveis

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Serviço de Helicópteros de Emergência Médica (SHEM) 5 5 6 6 6 5 5 4 4 4 4

Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) 42 42 42 42 42 42 44 44 44 44 44

Ambulâncias de Transporte Inter-Hospitalar Pediátrico (TIP) 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4

Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) 29 30 33 37 39 40 40 39 39 40 41

Ambulâncias de Emergência Médica (AEM) 63 61 49 55 56 54 56 56 56 56 56

Motos de Emergência Médica (MEM) 2 5 6 8 8 8 8 8 9 9 9

Un. Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência (UMIPE) 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

Ambulâncias de Socorro de entidades do SIEM (PEM) 238 241 261 265 275 300 300 305 332 351 371

Ambulâncias de Socorro de entidades do SIEM (PR) 172 174 191 188 180 157 155 147 135 123 116

Ambulâncias de entidades do SIEM (NINEM) * 96 92 50 41 39 37 40 42 30 23 22

Total 642 644 636 649 653 651 656 653 657 658 671
*Os meios NINEM são Ambulâncias de Socorro pertencentes a Corpos de Bombeiros/Delegações da CVP que, apesar de não terem protocolo de colaboração, o INEM recorre
aos seus serviços, em regra por indisponibilidade ou inexistência de meios INEM (meios próprios, PEM ou Reservas), ou por se situarem em áreas mais próximas das
ocorrências.
Notas:
- O número de Ambulâncias SIV inclui a SIV de Oliveira de Azeméis, implementada em 2020.
- A alteração do número de PR e NINEM deve-se ao facto de alguns destes meios passarem a PEM.
- O aumento do número de PEM em 2020 refere-se a meios que tendo assinado protocolo com o INEM em 2019, só iniciaram a sua atividade em 2020.
Fonte: INEM

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 161


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

Gráfico 67. Evolução do número de chamadas de emergência atendidas nos CODU

1 600 000

1 402 376 1 393 594 1 414 858


1 363 129 1 370 348 1 368 141
1 400 000 1 308 757
1 302 958
1 262 145
1 201 105
1 200 000 1 150 107

1 000 000

800 000

600 000

400 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INEM

Gráfico 68. Evolução do número de acionamentos de meios de emergência

1 600 000

1 400 000 1 323 554 1 331 307


1 280 322 1 269 196
1 196 562 1 171 878
1 200 000 1 134 644
1 073 385

1 000 000 926 380

741 315 765 258


800 000

600 000

400 000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INEM

162 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

Quadro 75. Número de acionamentos de meios de emergência, por tipo de meio

Var.
2020/2019
Tipo de
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Valor %
Meio
SHEM 1 054 1 247 1 304 1 053 912 920 1 033 986 1 020 947 835 -112 -11,8%
(VMER 53 304 59 226 84 232 101 644 95 855 91 535 96 096 90 156 93 993 95 633 82 010 -13 623 -14,2%
TIP 1 407 1 500 1 294 1 289 1 222 1 204 1 405 1 374 1 423 1 436 1 023 -413 -28,8%
SIV 26 649 28 506 28 953 33 475 33 508 35 878 37 794 34 826 35 597 36 367 30 305 -6 062 -16,7%
AEM 120 545 126 137 140 261 161 384 174 397 167 323 171 899 161 424 151 771 139 970 119 564 -20 406 -14,6%
MEM 1 582 2 745 3.488 5 648 9 219 7 546 7 106 7 002 6 383 6 105 3 656 -2 449 -40,1%
UMIPE 271 393 340 360 554 581 539 358 757 603 833 230 38,1%
PEM 393 646 395 191 476 984 576 984 618 179 688 022 752 420 752 521 839 432 878 319 798 016 -80 303 -9,1%
PR 110 891 115 698 158 047 170 303 175 430 171 239 176 555 173 621 148 809 129 189 97 560 -31 629 -24,5%
NINEM* 31 966 34 615 31 477 21 230 25 368 32 315 35 475 46 928 44 369 42 738 38 076 -4 662 -10,9%
Total 741 315 765 258 922 892 1 073 370 1 134 644 1 196 563 1 280 322 1 269 196 1 323 554 1 331 307 1 171 878 -159 429 -12,0%
*Os meios NINEM são Ambulâncias de Socorro pertencentes a Corpos de Bombeiros/Delegações da CVP que, apesar de não terem protocolo de colaboração, o INEM recorre aos seus
serviços, em regra por indisponibilidade ou inexistência de meios INEM (meios próprios, PEM ou Reservas), ou por se situarem em áreas mais próximas das ocorrências.
Legenda:
SHEM - Serviço de Helicópteros de Emergência Médica
VMER - Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação
TIP - Ambulâncias de Transporte Inter-Hospitalar Pediátrico
SIV - Ambulâncias Suporte Imediato de Vida
AEM - Ambulâncias de Emergência Médica
MEM - Motociclos de Emergência Médica
UMIPE - Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência
PEM - Ambulâncias de Socorro sedeadas em entidades do SIEM
PR - Ambulâncias de Socorro sedeadas em entidades do SIEM
NINEM - Ambulâncias de Socorro sedeadas em entidades do SIEM
Fonte: INEM

Gráfico 69. Número de chamadas Gráfico 70. Número de chamadas


transferidas do INEM para a Linha SNS 24 encaminhadas pela Linha SNS 24 para o INEM
85 000
100 000 95 601 76 012
75 000
90 000
75 843 65 000 61 516
80 000
68 817 71 157
68 163
70 000 55 000
45 459
60 000 51 376 45 000
50 029
50 000 45 068 46 322
35 000 31 474
40 000
25 000 20 887
30 000
14 220 14 679 14 360 15 591
20 000 15 000

10 000 5 000
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: INEM
Fonte: INEM

Em suma, analisado a informação referente à atividade operacional do INEM, nomeadamente a


variação face a 2019, registou-se uma média diária de:

• 3.586 atendimentos de chamadas de emergência no CODU (-7,5%).


• 208 atendimentos de chamadas da Linha “SNS 24” para o INEM (+23,2%).
• 261 chamadas enviadas do INEM para a Linha “SNS 24” (+34%).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 163


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

• 75 chamadas recebidas no CIAV, referentes a situações de intoxicação


(-9,6%).
• 57 chamadas atendidas pelo Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (+2,7%).
• Chamadas CODU Mar: 0,2 ( -10,85%).
• Via Verde AVC: 13 (+8,8%).
• Via Verde Coronária: 1,9 (+2,7%).
• 8.822 utilizações DAE (+10,7%).
• 3.211 ativações de meios de emergência médica (-12%).

Vias Verdes Pré-Hospitalares


As Vias Verdes são estratégias organizadas que visam a melhoria da acessibilidade dos doentes
na fase aguda das doenças, aos cuidados médicos mais adequados, proporcionando um diagnóstico
e tratamento mais céleres e eficazes. O INEM tem tido como objetivo adotar estas estratégias
essenciais para garantir a acessibilidade aos tratamentos mais eficazes, nas patologias em que o fator
tempo, entre o início de sintomas e o diagnóstico/tratamento, é fundamental para a redução de
mortalidade e das sequelas.

As Vias Verdes atuam numa abordagem planeada e articulada de encaminhamento e tratamento


mais adequados e expeditos, nas fases pré, intra e inter-hospitalares, de situações clínicas frequentes
e/ou graves, que importa serem especialmente valorizadas pela sua relevância para a saúde das
populações e pela relação inversamente proporcional entre o tempo decorrido desde o início dos
sintomas/problemas e a eficácia do tratamento, com implicações marcadas no prognóstico.

A coordenação da decisão sobre a referenciação primária e secundária de todos os doentes


urgentes e/ou emergentes na rede nacional de serviços de urgência e/ou cuidados intensivos, em
particular a referenciação das Vias Verdes, é uma atribuição do CODU.

Na vertente AVC

A fase pré-hospitalar da Via Verde do Acidente Vascular Cerebral, responsabilidade do INEM,


tem por objetivo identificar e orientar os doentes com sinais e sintomas de AVC para o hospital
adequado, onde o diagnóstico será confirmado e o tratamento efetuado.

Com o objetivo de melhorar o acesso dos doentes com AVC aos tratamentos mais eficazes, alguns
apenas existentes em centros altamente especializados, o INEM continuou a participar na sua
orientação adequada, incrementando a sua participação na identificação e abordagem pré-hospitalar
precoces e no apoio ao transporte inter-hospitalar, nomeadamente através das equipas das VMER
e/ou das ambulâncias SIV, no seu modelo integrado no serviço de urgência.

Esta atividade é avaliada sistematicamente através da monitorização do número de doentes


encaminhados para Unidades de AVC, através da "Via Verde".

164 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

Durante o ano de 2020 foram registadas 4.939 situações de doentes com sinais e sintomas de
AVC, uma média de 412 por mês, ou seja, 13 casos por dia. Das 4.939 situações, 2.775 eram do género
feminino e 2.164 do género masculino.

Em termos de distribuição geográfica, foram inseridos na Via Verde do AVC 1.980 doentes na
região Sul, seguindo-se a região Norte com 1.945 e a região Centro com 1.014 situações.

Em 2020, o intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a chamada para os CODU do INEM,
feita através do 112, foi inferior a 60 minutos em 49% das situações. Já o intervalo de tempo entre a
chamada para os CODU do INEM e a chegada dos meios de emergência ao local foi inferior a 60
minutos em 98% das situações.

Comparando o intervalo de tempo entre o início de sintomas e o pedido de socorro, verificou-se


um aumento das situações em que o contacto com o CODU ultrapassou os 60 minutos (42% em 2019
contra 51% em 2020), que poderá estar associado à situação pandémica e ao receio dos doentes (e
familiares) em serem conduzidos a um hospital, mesmo perante sinais de alerta.

Gráfico 71. Evolução anual do número de doentes inseridos na Via Verde AVC

4 939
5 000 4 529

4 000 3 496
3 366
3 036 3 114 3 136
2 920
3 000

2 000

1 000

0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INEM

Na vertente Coronária

A Via Verde Coronária pressupõe a identificação precoce de situações de enfarte agudo do


miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST (EAMST) e o seu transporte célere até ao local
mais próximo com capacidade para realizar a desobstrução mecânica da oclusão das artérias
coronárias (angioplastia primária).

Atualmente, o INEM tem capacidade de diagnóstico clínico e eletrocardiográfico desta situação


em todos os seus meios VMER e ambulâncias SIV, com possibilidade de envio informático desses
dados para as unidades de saúde definidas como centros coronários/serviços de hemodinâmica.

Em 2020, foi mantido o objetivo de melhorar o acesso dos doentes com EAMST à angioplastia
primária, continuando o INEM a promover a articulação entre o pré-hospitalar e os centros

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 165


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

coronários/serviços de hemodinâmica, no sentido de aumentar a eficácia desta Via Verde e, dessa


forma, o número de doentes submetidos a desobstrução mecânica primária.

O INEM continuou a participar na identificação e orientação adequadas destes doentes e no


apoio ao transporte inter-hospitalar, nomeadamente através das equipas das VMER e/ou das
Ambulâncias SIV, no seu modelo integrado no Serviço de Urgência.

Em 2020 foram inseridos na Via Verde Coronária 696 doentes, o que representa, em média, 58
doentes por mês, ou 2 por dia.

No mesmo período, o intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a chamada para os CODU
do INEM, feita através do 112, foi inferior a 60 minutos em 52% das situações. Já o intervalo de tempo
entre a chamada para os CODU do INEM e a chegada dos meios de emergência ao local foi inferior a
60 minutos em 91% das situações.

Comparando o intervalo de tempo entre o início de sintomas e o pedido de socorro, verificou-se


um aumento das situações em que o contacto com o CODU ultrapassou os 60 minutos (45% em 2019
contra 48% em 2020). Tal como verificado para a VV do AVC, este aumento do tempo para ligar 112
poderá estar associado à situação pandémica e ao receio dos doentes (e familiares) em serem
conduzidos a um hospital, mesmo perante sinais de alerta de um enfarte agudo do miocárdio.

Gráfico 72. Evolução anual do número de doentes inseridos na Via Verde Coronária

1 000
853
820
800 750 731
719 696
682 676

600

400

200

0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INEM

Na vertente da Sépsis grave


A Via Verde da Sépsis visa a identificação rápida e o início imediato de medidas terapêuticas a
todos os doentes com Sépsis grave, de modo a diminuir a morbilidade e a mortalidade associadas a
esta patologia. Uma intervenção precoce e adequada, tanto em termos de antibioterapia como de
suporte hemodinâmico, pode melhorar significativamente o prognóstico dos doentes com Sépsis
grave e choque séptico, sendo imperativa a implementação de mecanismos organizacionais que
permitam a sua rápida identificação e a instituição atempada de terapêutica otimizada.

166 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

O INEM tem procurado implementar esta Via Verde em contexto extra-hospitalar, dando
continuidade a esse esforço em 2020, de forma a identificar mais precocemente doentes com Sépsis
grave e proceder à sua estabilização inicial e encaminhamento adequado, nomeadamente através do
registo eletrónico no terreno, através da plataforma ITEAMS - INEM TOOL for EMERGENCY ALERT
MEDICAL SYSTEM.

No final de 2020 todos os meios INEM (ambulâncias e motociclos de emergência médica,


ambulâncias de suporte imediato de vida, Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação e
Helicópteros de Emergência Médica) estavam capacitados para a recolha de informação neste
âmbito, permitindo o seu envio aos hospitais, em tempo real.

Na vertente do Trauma
Também a Via Verde do Trauma define os procedimentos a seguir no encaminhamento das
vítimas de acidentes para as urgências dos hospitais mais apropriados.

Este procedimento nasce da necessidade reconhecida de melhorar a resposta dos hospitais às


vítimas de acidentes, através da identificação precoce de sinais de alarme, do conhecimento dos
mecanismos de pedido de ajuda, da sistematização das primeiras atitudes de socorro e na definição
do encaminhamento para a Unidade de Saúde mais adequada e com melhores condições de
tratamento definitivo.

No ano de 2020, o INEM continuou a definir, com os Centros de Trauma constituídos para o
efeito, protocolos de referenciação de doentes traumatizados graves, no sentido de fazer bypass a
pontos da rede de Serviços de Urgência que não sejam os mais adequados para determinados
doentes, fazendo chegar o(a) doente certo ao local certo, no mais curto espaço de tempo possível
(conceito de “Via Verde”).

Recorda-se que em 2017 foi publicado em Diário da República o Despacho n.º 8977/2017, de
11 de outubro, que definiu a Comissão Nacional de Trauma e respetivos objetivos, concretizando a
multidisciplinaridade da estratégia nacional relacionada com o trauma. O INEM tem colaborado
ativamente nos trabalhos desta comissão.

Durante o ano de 2020 foram já realizados desenvolvimentos para a operacionalização da Via


Verde de Trauma. Com efeito, o INEM evoluiu neste processo criando internamente uma Via Verde
Trauma, nomeadamente promovendo o registo eletrónico no terreno, através da plataforma ITEAMS
- INEM TOOL for EMERGENCY ALERT MEDICAL SYSTEM.

No final do ano de 2020 todos os meios INEM (ambulâncias e motociclos de emergência médica,
ambulâncias de suporte imediato de vida, Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação e
Helicópteros de Emergência Médica) estavam capacitados para a recolha de informação no âmbito
do trauma.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 167


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

Desfibrilhação Automática Externa (DAE)


O INEM tem vindo a contribuir para a melhoria da taxa de sobrevivência de pessoas que sofrem
episódios de morte súbita de causa cardíaca, dinamizando e reforçando o Programa Nacional de
Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE), quer no âmbito do SIEM, quer em espaços de acesso ao
público.

O envolvimento daqueles que são considerados os “first responders” (primeiros a chegar) é uma
estratégia recomendada a nível nacional e internacional como forma de reduzir o tempo entre uma
paragem cardíaca e a desfibrilhação elétrica (choque), dessa forma contribuindo para melhorar a
sobrevivência destes doentes, e que está a ser implementada.

O empenho do INEM, dos municípios, da sociedade civil e do próprio cidadão são fundamentais
para continuar a melhorar a capacidade de resposta do sistema de emergência médica nacional.

O número de utilizações de DAE ascendeu às 8.822, em 2020. Em 711 dessas utilizações, foi
recomendado pelo equipamento a administração de pelo menos um choque, o que é demonstrativo
de um número significativo de vidas salvas pela utilização do DAE.

O aumento do número de utilizações de DAE face ao ano de 2019 (+10,7%) pode ser justificado,
por um lado, pelo acréscimo registado em 2020 de paragens cardiorrespiratórias (PCR), que registou
um aumento na ordem dos 12% face a 2019, mas sobretudo pela expansão do PNDAE, com cada vez
mais programas de DAE e operacionais licenciados e, também, pelos novos DAE pertencentes aos
Corpos de Bombeiros (CB), integrados no Programa de DAE do INEM e cuja monitorização relativa
ao desempenho dos operacionais é assegurada por este Instituto.

Quadro 76. Utilização de DAE

Coluna1 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Número de Utilizações 4 558 5 179 7 093 6 144 5 981 6 138 7 972 8 822

Número de Casos com choque 532 547 483 483 584 540 736 711

Fonte: INEM

Quadro 77. Atividade no âmbito da expansão do Programa de DAE do INEM no SIEM

Coluna1 <2010 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

DAE em meios INEM (SIV, AEM e MEM) 135 135 135 136 148 151 154 154 154 158 158 159

DAE em ambulâncias de socorro (CB e CVP) 8 30 302 350 410 474 542 616 678 831 967 1 051

Número de operacionais formados (CB e CVP) n.d. n.d. 1 741 486 581 787 987 739 1 449 6 138 7 237 3 389

Fonte: INEM

168 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


10. EMERGÊNCIA MÉDICA

No que diz respeito aos espaços públicos, a suspensão temporária de atividade


comercial/hoteleira e a dispersão por outras áreas de atividade que se revelaram inadiáveis face ao
novo contexto, não permitiram, durante o ano de 2020, uma evolução nesta área, o que justifica a
redução dos indicadores relativos aos Espaços Públicos.

Ainda assim, é de referir o balanço global (valores acumulados até 2020), que corresponde ao
número de programas ativos, resultante da diferença entre novos programas e cancelamento de
programas. Com efeito o crescimento do número de espaços públicos e de DAE existentes nesses
espaços é notório, com 2 681 aparelhos de DAE em final de dezembro de 2020, consequência da
legislação existente, da atividade constante do Programa Nacional de DAE do INEM e da consciência
cívica deste problema de saúde pública (a morte súbita), que representam hoje inequívocos ganhos
em Saúde.

Quadro 78. DAE (Espaços Públicos)

Balanço
Coluna1 <2010 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Global
Número de Programas Licenciados 9 59 54 81 91 104 111 249 177 403 626 494 2 343

Número de Equipamentos de DAE 19 138 170 140 141 394 206 272 344 420 681 509 2 681

Número de Espaços Públicos com DAE 13 91 106 93 115 368 205 252 307 374 549 397 2 123

Número de Operacionais de DAE 90 947 6 812 1 265 1 230 2 711 1 859 2 158 2 514 3 245 5 137 3 337 25 244

Fonte: INEM

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 169


11. TRANSPORTE NÃO URGENTE DE DOENTES

11. Transporte não urgente de doentes


O Transporte não Urgente de Doentes está associado à realização de uma prestação de saúde,
cuja origem ou destino sejam estabelecimentos e serviços que integram o SNS ou entidades de
natureza privada ou social com acordo, contrato ou convenção com o SNS para a prestação de
cuidados de saúde.

As condições em que o SNS assegura os encargos com o Transporte não Urgente de Doentes
estão definidas na Portaria n.º 142-B/2012, de 15 de maio.

O Sistema de Gestão de Transportes de Doentes Não Urgentes (SGTD) é uma plataforma


integrada online que suporta as atividades e a gestão integrada do processo de transporte
programado de doentes desde a prescrição da credencial do transporte, à sua aprovação, realização,
validação pela entidade destino e à sua contabilização.

Em 2020, verificou-se uma diminuição generalizada face ao período homólogo, quer no número
de transporte de doentes (-43,7%), quer no número de utentes transportados (-30,57%), quer nos
custos com os transportes (-25,4%).

Esta diminuição poderá justificar-se pela pandemia Covid-19, designadamente pelo aumento
dos cuidados prestados por meios não presenciais.

No que respeita ao número de transportes de doentes realizados, a ARS Norte e ARS Algarve
registaram as variações mais significativas (de 50,1% e 43,7%, respetivamente) face a 2019.

Quadro 79. Evolução do número de transporte de doentes registados na plataforma SGTD

Var.
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 98 225 109 049 112 493 116 729 126 728 159 640 79 584 -50,1%

ARS Centro 47 683 48 350 52 724 53 554 56 138 68 602 40 511 -40,9%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 72 525 73 440 76 219 80 401 83 006 106 081 67 983 -35,9%

ARS Alentejo 9 520 15 945 16 427 19 164 14 040 12 404 7 045 -43,2%

ARS Algarve 8 973 9 402 9 533 10 401 11 875 14 082 7 928 -43,7%

Total 236 926 256 186 267 396 280 249 291 787 360 809 203 051 -43,7%

Fonte: ACSS e SPMS (N.º de doentes – Portal da Transparência) N.º de doentes - StatLink:
https://transparencia.sns.gov.pt/explore/da
taset/evolucao-anual-do-numero-de-
transportes/table/?disjunctive.regiao&sort=
periodo&refine.periodo=2020

170 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


11. TRANSPORTE NÃO URGENTE DE DOENTES

No que concerne ao número de doentes transportados, com exceção da ARS Alentejo, onde se
registou um aumento significativo de doentes, a ARS Algarve e a ARS Norte registaram um
decréscimo, respetivamente de 72,2% e 37,6% em 2020 face a 2019.

Quadro 80. Evolução do número doentes transportados e registados na plataforma SGTD

Var.
2018 2019 2020
2020/2019
ARS Norte 39 849 38 431 23 968 -37,6%

ARS Centro 17 007 22 928 16 207 -29,3%


ARS Lisboa e Vale do
22 247 17 204 13 880 -19,3%
Tejo
ARS Alentejo 6 326 2 581 5 140 99,1%

ARS Algarve 2 600 6 853 1 905 -72,2%

Total 88 029 87 997 61 100 -30,57%

Fonte: ACSS e SPMS

Quanto ao número de prestações de saúde a que os utentes registados no SGTD tiveram acesso
em 2020 (1.908.215 prestações), verificou-se uma diminuição face ao período homólogo (-29,8%).

Quadro 81. Evolução do número de prestações realizadas aos utentes transportados


com registo no SGTD

Var.
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

ARS Norte 947 853 993 896 1 004 002 1 062 166 1 157 741 1 227 769 749 444 -39,0%

ARS Centro 360 281 367 176 389 224 398 164 426 378 446 392 313 138 -29,9%

ARS Lisboa e Vale do Tejo 763 567 766 404 784 197 815 481 837 749 868 623 727 778 -16,2%

ARS Alentejo 54 250 61 059 69 967 81 616 63 537 52 481 37 917 -27,8%

ARS Algarve 93 209 101 798 100 160 102 894 120 526 122 251 79 938 -34,6%

Total 2 219 160 2 290 333 2 347 550 2 460 321 2 605 931 2 717 516 1 908 215 -29,8%

Fonte: ACSS e SPMS

Em termos globais, importa salientar que, não obstante o decréscimo generalizado, o custo com
o transporte de doentes ascende a cerca de 52 milhões de euros para o ano de 2020, sendo a ARS
Lisboa e Vale do Tejo que apresentou o valor mais elevado e a ARS Alentejo, o mais baixo, tal como
mostra o gráfico abaixo.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 171


11. TRANSPORTE NÃO URGENTE DE DOENTES

Gráfico 73. Custos unitários por doente transportado (em euros)

2015 2016 2017 2018 2019 2020

400

350 321
312 312 304
290
300 270 263

250 228 232


213 218 217 220 225
202
200 176 173 175 174 172
166 167 170 170 172 158
169 165 169

150 135

100

50

0
ARS Norte ARS Centro ARS Lisboa e Vale do Tejo ARS Alentejo ARS Algarve

Fonte: ACSS

172 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


12. TAXAS MODERADORAS

12. Taxas Moderadoras


O Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de novembro, na sua redação atual, veio regular o acesso às
prestações do SNS por parte dos utentes, no que respeita ao regime das taxas moderadoras e à
aplicação de regimes especiais de benefícios, tendo estabelecido as categorias de isenção e dispensa
do pagamento de taxas moderadoras com base em critérios de racionalidade e de discriminação
positiva dos mais carenciados, ao nível do risco de saúde ponderado e ao nível da insuficiência
económica.

Em 2020 deu-se continuidade à política de redução das despesas dos utentes utilizadores do
SNS com taxas moderadoras, destacando-se a implementação da dispensa do pagamento destas taxas
nas consultas dos Cuidados de Saúde Primários desde o dia 1 de abril e nos exames complementares
de diagnóstico e terapêutica quando prescritos nos Cuidados de Saúde Primários e realizados nas
instituições e estabelecimentos públicos de saúde desde o dia 1 de setembro, e bem assim, a isenção
do pagamento de taxas moderadoras aos antigos combatentes e viúvas ou viúvos dos antigos
combatentes.

No ano de 2020, destaca-se a redução do número de utentes isentos e dispensados em quase


todas as categorias de isenção e dispensa.

Quadro 82. Evolução do número de isenções e dispensas de pagamento de taxas moderadoras

Critério de Isenção 2015 2016 2017* 2018 2019 2020

Insuficiência económica 2 697 212 2 627 847 2 882 094 2 671 330 2 577 898 2 393 152

Desempregados e familiares 145 080 153 306 24 569 22 717 21 128 11 767

Crianças até 12 anos de idade (inclusive) - - - -

Menores até 17 anos e 365 dias 1 821 597 1 789 399 1 696 462 1 685 129 1 680 574 1 651 556

Incapacidade igual ou superior a 60% 209 809 228 948 232 333 260 836 295 389 285 989

Grávidas e parturientes 177 236 208 691 42 366 54 625 53 134 40 560

Doentes transplantados de órgãos 5 056 5 278 5 284 5 697 6 020 6 077

Militares e ex-militares das FA


4 426 4 560 4 202 4 210 3 786 3 550
incapacitados
Jovens em processo de promoção e
proteção a correr termos em comissão de
29 48 35 46 79 93
proteção de crianças e jovens ou no
tribunal
Jovens que se encontrem em cumprimento
de medida tutelar de internamento, medida
82 101 86 84 118 125
cautelar de guarda em centro educativo ou
instituição
Jovens integrados em qualquer das
respostas sociais de acolhimento em
29 37 27 58 96 112
virtude de decisão judicial proferida em
processo tutelar cível
Requerentes de asilo e refugiados,
respetivos cônjuges ou equiparados e 314 849 793 897 1 195 1 139
descendentes diretos
Doentes crónicos 890 120 890 120 1 160 191 1 251 854 1 311 230 1 410 116

Bombeiros 30 941 33 307 31 183 51 043 54 278 55 621

Dadores vivos de células, tecidos e órgãos 1 741 1 960 1 748 1 983 2 349 2 540

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 173


12. TAXAS MODERADORAS

Critério de Isenção 2015 2016 2017* 2018 2019 2020

Dadores benévolos de sangue 128 100 140 794 95 323 106 455 113 966 99 102
*Em 2017 ocorreu uma alteração de critério no RNU, pelo que as parcelas não podem ser somadas
(existem doentes com mais do que um benefício ativo no RNU). StatLink: https://transparencia.sns.gov.pt/explor
Fonte: ACSS e SPMS e/dataset/utentes-isentos/?sort=periodo

No mesmo período, os rendimentos com taxas moderadoras atingiram um total de 99.551.859


euros (valores provisórios). Os rendimentos com taxas moderadoras situam-se na mesma ordem de
grandeza entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, sendo ligeiramente
superiores nos cuidados primários. A percentagem de valores efetivamente cobrados aos utentes
rondou os 91% do valor de taxas moderadoras emitidas em 2020.

Quadro 83. Rendimentos referentes as taxas moderadoras (em milhões de euros)

Entidade 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020*

Serviços e Fundos Autónomos 0,03 M€ 0,02 M€ 0,02 M€ 0,03 M€ 0,03 M€ 0,03 M€ 0,02 M€ 0,03 M€ 0,03 M€ 0,01 M€

Administrações Regionais de Saúde 40,3 M€ 90,5 M€ 88,3 M€ 88,7 M€ 95 M€ 88,8 M€ 87,9 M€ 92,5 M€ 99,2 M€ 53,5 M€

ARS Norte 8,3 M€ 29,6 M€ 28,6 M€ 28,9 M€ 31,5 M€ 30,4 M€ 29,5 M€ 33,3 M€ 35 M€ 19,8 M€

ARS Centro 4,6 M€ 15,9 M€ 15,7 M€ 15,7 M€ 16,5 M€ 15,6 M€ 15,7 M€ 16,4 M€ 17,6 M€ 9,5 M€

ARS LVT 21,9 M€ 37,1 M€ 37 M€ 37,3 M€ 40,4 M€ 36,6 M€ 36,5 M€ 36,1 M€ 38,8 M€ 20 M€

ARS Alentejo 1,7 M€ 2,9 M€ 1,9 M€ 2,1 M€ 2,1 M€ 2,1 M€ 2,1 M€ 2,2 M€ 2,9 M€ 1,6 M€

ARS Algarve 3,9 M€ 5 M€ 5 M€ 4,8 M€ 4,5 M€ 4,1 M€ 4,2 M€ 4,4 M€ 4,9 M€ 2,7 M€

Hospitais 57 M€ 86,7 M€ 93,2 M€ 90,4 M€ 94,5 M€ 83,5 M€ 74,9 M€ 69,9 M€ 78,8 M€ 46 M€

Hospitais SPA 2,7 M€ 2,8 M€ 2,5 M€ 2,2 M€ 2,2 M€ 2,4 M€ 2,3 M€ 1,2 M€ 0,52 M€ 0,36 M€

Hospitais, Centros Hospitalares e ULS, EPE 54,4 M€ 83,9 M€ 90,7 M€ 88,2 M€ 92,2 M€ 81,1 M€ 72,6 M€ 68,7 M€ 78,3 M€ 45,7 M€

Total Rendimentos 97,4 M€ 177,2 M€ 181,5 M€ 179,1 M€ 189,5 M€ 172,4 M€ 162,8 M€ 162,5 M€ 178 M€ 99,6 M€

Taxas cobradas** 165,8 M€ 173,8 M€ 166,5 M€ 173,8 M€ 153,3 M€ 149,7 M€ 154,7 M€ 159,3 M€ 90,5 M€
*Dados provisórios
**Dados entre 2012 e 2014 apurados em Sistema Informático Gestão Económico Financeiro (SIGEF) e dados desde 2015 apurados em Sistema
de Informação de Gestão Orçamental (SIGO).
Fonte: ACSS

174 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


13. ATRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE APOIO

13. Atribuição de produtos de apoio


O Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio destina-se a financiar os produtos de apoio
prescritos no âmbito da consulta externa das unidades hospitalares a pessoas com deficiência. Estas
entidades financiam os produtos de apoio que prescrevem através da Prescrição Eletrónica Médica,
após avaliação médico-funcional e sociofamiliar, sendo a sua atribuição gratuita e universal.

A criação do programa de financiamento de produtos de apoio, bem como do anterior regime


supletivo de atribuição, teve como objetivo facilitar o acesso aos produtos de apoio por todas as
pessoas com deficiência e por pessoas com incapacidade temporária.

Para este efeito, entende-se por “pessoa com deficiência” aquela que, por motivo de perda ou
anomalia, congénita ou adquirida, de funções ou de estruturas do corpo, incluindo as funções
psicológicas, apresente dificuldades específicas suscetíveis de, em conjugação com os fatores do
meio, lhe limitar ou dificultar a atividade e a participação em condições de igualdade com as demais
pessoas. Por sua vez, “pessoa com incapacidade temporária” é aquela que por motivo de doença ou
acidente encontre, por um período limitado e específico no tempo, dificuldades específicas
suscetíveis de, em conjugação com os fatores do meio, lhe limitar ou dificultar a sua atividade e
participação diária em condições de igualdade com as demais pessoas.

No ano de 2020, o Despacho n.º 2244/2020, de 17 de fevereiro, promoveu a constituição do


grupo de trabalho para o Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio, que tem como grande objetivo,
avaliar o atual modelo de financiamento deste sistema, com a finalidade de o desburocratizar e
simplificar.

Dada a sua natureza, o SAPA integra alguns produtos que se constituem como dispositivos
médicos e, por essa razão, o Ministério da Saúde tem vindo a promover a definição de regimes de
comparticipação de alguns desses produtos procurando, assim, facilitar o acesso dos utentes do SNS
e desburocratizar os mecanismos em que o acesso é assegurado, ao mesmo tempo que se simplifica
o processo de prescrição e de controlo de despesa.

Na sequência da publicação do Despacho n.º 10909/2016, de 8 de setembro, a responsabilidade


financeira dos produtos de apoio no âmbito da ostomia e no âmbito dos produtos de apoio usados no
corpo para a absorção de urina e fezes (fraldas), quando prescritos nos cuidados de saúde primários,
transitou para o Ministério da Saúde.

Neste contexto, os dispositivos médicos para apoio aos doentes ostomizados e com
incontinência ou retenção urinária, regulam-se pelos regimes de comparticipação definidos pela
Portaria n.º 284/2016, de 4 de novembro, alterada e republicada pela Portaria n.º 92–E/2017, de 3
de março, alterada e republicada pela Portaria n.º 111/2018, de 26 de abril, e pela Portaria n.º 92-
F/2017, de 3 de março, respetivamente.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 175


13. ATRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE APOIO

Estes regimes de comparticipação facilitam o acesso, na medida em que não acarretam qualquer
custo para os utentes do SNS, ao assegurarem a comparticipação a 100%, como referido nos diplomas
legais aplicáveis, sendo a respetiva dispensa efetuada nas farmácias comunitárias.

Em 2020, o SNS despendeu 25.799.245 euros com produtos de apoio, valor este que, face a 2019,
cresceu 8%, traduzindo-se em 829.477 mil prescrições.

De acordo com o Despacho n.º 11231-B/2020, de 13 de novembro, os produtos de apoio para


absorção de urina e fezes, para além de poderem ser disponibilizados pelos hospitais são fornecidos
ou reembolsados pelas unidades de cuidados de saúde primários. Ainda no decurso do ano de 2020
houve uma alteração do valor unitário máximo a comparticipar pelas unidades de Cuidados de Saúde
Primários para estes produtos, sendo agora de 1,28 € por dia e por utente, em linha com o valor
definido na Portaria n.º 17/2020, de 24 de janeiro, para a Rede Nacional de Cuidados Continuados
Integrados.

Assim, em 2020 o SNS efetuou cerca de 2.053.141 reembolsos, sensivelmente mais 406 mil
reembolsos do que em 2019, correspondendo a uma despesa de 1.825.582 euros, valor este superior
em 14%, face ao período homólogo, que corresponde a mais 220.325€.

Salienta-se que, a partir de 2018, o financiamento dos hospitais EPE, que outrora era efetuado
ao abrigo de um Programa Vertical, passou a integrar a verba atribuída nos Contratos-Programa
hospitalares, o que levou a que o tempo decorrido entre o reconhecimento da necessidade de um
produto de apoio em contexto de consulta externa e a sua atribuição ao utente passasse, a partir
desse momento, a depender apenas do tempo decorrido do desenvolvimento do processo de
aquisição. Assim, apenas os estabelecimentos hospitalares SPA e PPP mantêm o modelo de
financiamento por Programa Vertical de Ajudas Técnicas.

No decurso do ano 2020, o SNS apresentou despesa, no âmbito dos produtos de apoio atribuídos
em meio hospitalar, num total de 6.373.610 euros que corresponde a 12.593 produtos de apoio
disponibilizados diretamente aos utentes. Embora os valores apresentados sejam provisórios, uma
vez que a execução financeira dos Hospitais EPE ainda está em fase de conclusão, verificou-se uma
diminuição de produtos de apoio atribuídos, face ao período homólogo de 2019.

176 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


13. ATRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE APOIO

Quadro 84. Evolução do número produtos de apoio entregues e respetivos encargos


(HH EPE, SPA/PPP)

Var.
2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Número de produtos de apoio


10 995 15 721 15 320 14 916 12 593 -15,6%
entregues
Encargos com produtos de apoio 4 184 330 € 6 081 604 € 7 810 020 € 7 241 054 € 6 373 610 € -12,0%

Nota: A execução financeira dos Hospitais EPE no âmbito do Contrato-Programa, ainda está em fase de conclusão, pelo que os valores
apresentados são provisórios, desde 2018.
Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 177


14. BENEFÍCIOS ADICIONAIS EM SAÚDE

14. Benefícios adicionais em saúde


O regime de benefícios adicionais de saúde para os beneficiários do Complemento Solidário para
Idosos foi criado em 2007, através do Decreto-Lei n.º 252/2007, de 5 de julho.

O objetivo do BAS é combater os desafios associados ao envelhecimento demográfico, ao


aumento das doenças crónicas e incapacitantes entre a população idosa, com implicação nos custos
de aquisição de medicamentos e outros produtos de manutenção e proteção da saúde, como óculos
e próteses dentárias.

Os benefícios adicionais de saúde englobam:

• Uma participação financeira em 50% da parcela do preço dos medicamentos não


comparticipada pelo Estado;

• Uma participação financeira em 75% da despesa na aquisição de óculos e lentes até ao limite
de 100 euros, por cada período de dois anos;

• Uma participação financeira em 75% da despesa na aquisição e reparação de próteses


dentárias removíveis até ao limite de 250 euros, por cada período de três anos.

Estes benefícios, efetuados por reembolso, incidem apenas sobre a parcela não comparticipada
ou reembolsada.

A nível nacional, estavam inscritos 22.572 beneficiários do BAS no final de 2020 (+ 335 do que
em 2019),

Em linha com o que se tinha verificado nos anos anteriores, a ARS Norte registou o maior
número de beneficiários, com uma percentagem de 50%, face ao total nacional, seguindo-se-lhe a
ARS Centro com uma percentagem de 24% de beneficiários inscritos.

Em relação ao número de pedidos de reembolso pagos, constata-se que, em 2020, cerca de 95%
dos pedidos (correspondente a 82.108) reportam-se a pedidos de reembolso de medicamentos,
sendo muito menor o número de pedidos de reembolso relativos a aquisição de óculos e lentes
(3.067) e reparação de próteses dentárias removíveis (1.489).

Do montante total da despesa incorrida em 2020 (2.147.325 euros), cerca de 48%, o equivalente
a 1.027.992 euros da despesa, ocorreu na ARS Norte, região com maior número de beneficiários.

No que concerne ao reembolso de despesas com medicamentos, o valor dos pagamentos foi de
1.643.946 euros, que corresponde a cerca de 77% do montante total da despesa com a atribuição do
BAS.

Em 2020 registou-se um aumento de 9% na despesa total, quando comparada com a do período


homólogo.

178 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


14. BENEFÍCIOS ADICIONAIS EM SAÚDE

Quadro 85. Evolução do número de beneficiários, por região

2016 2017 2018 2019 2020

ARS Norte 11 994 11 560 11 380 11 059 11 315

ARS Centro 5 792 5 755 5 623 5 414 5 509


ARS Lisboa e Vale do
4 711 4 492 4 313 4 095 4 178
Tejo
ARS Alentejo 1 459 1 423 1 364 1 285 1 194

ARS Algarve 462 433 415 384 376

Total 24 418 23 663 23 095 22 237 22 572

Fonte: ACSS

Quadro 86. Número de pedidos de reembolso pagos (2020)

Medicamentos Próteses Dentárias Óculos e Lentes Total

ARS Norte 41 869 755 1 385 44 009

ARS Centro 20 857 365 770 21 992


ARS Lisboa e Vale do
13 868 289 682 14 839
Tejo
ARS Alentejo 4 437 60 164 4 661

ARS Algarve 1 077 20 66 1 163

Total 82 108 1 489 3 067 86 664

Fonte: ACSS

Quadro 87. Valor dos pagamentos efetuados, por tipologia (2020)

Medicamentos Próteses Dentárias Óculos e Lentes Total

ARS Norte 798 220 € 101 475 € 128 296 € 1 027 992 €

ARS Centro 440 630 € 54 088 € 71 897 € 566 616 €


ARS Lisboa e Vale do
290 429 € 49 667 € 62 628 € 402 725 €
Tejo
ARS Alentejo 90 588 € 10 166 € 15 242 € 115 996 €

ARS Algarve 24 078 € 3 527 € 6 391 € 33 996 €

Total 1 643 946 € 218 924 € 284 455 € 2 147 325 €

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 179


15. ARTICULAÇÃO COM O SETOR SOCIAL E CONVENCIONADO

15. Articulação com o setor social e convencionado


As entidades que integram o setor social e o setor convencionado desenvolvem, num regime de
complementaridade com o SNS, atividades e serviços de prestação de cuidados aos utentes do SNS,
numa perspetiva de continuidade dos cuidados e de proximidade à comunidade.

Relacionamento com o setor social


O relacionamento contratual com os prestadores de cuidados de saúde do setor social encontra-
se regulado no Decreto-Lei n.º 138/2013, de 9 de outubro, que define as formas de articulação entre
os estabelecimentos e serviços do SNS e as IPSS.

Este diploma estabelece igualmente a necessidade de elaboração de estudos prévios à


celebração de acordos com as IPSS, a efetuar pela ACSS e pelas ARS, de acordo com a unidade
territorial abrangida, que avaliem a economia, eficácia e eficiência do acordo, bem como a sua
sustentabilidade financeira.

A ACSS desenvolveu o modelo de análise para a respetiva avaliação, dando ainda cumprimento
aos Despachos n.º 724/2013 e n.º 2296/2013, respetivamente de 14 de outubro e 1 de fevereiro, e
às recomendações do Tribunal de Contas, no sentido de que a celebração dos acordos com as IPSS
seja precedida de um levantamento das necessidades do SNS, da fixação de objetivos assistenciais
pretendidos pelo Estado e de uma análise custo-benefício que considere, designadamente, a
capacidade instalada do setor público.

Relacionamento com o setor convencionado


O relacionamento com as entidades do setor convencionado é disciplinado pelo
Decreto-Lei n.º 139/2013, de 9 de outubro, que estabelece o regime jurídico das convenções que
tenham por objeto a realização de prestações de saúde aos utentes do SNS, no âmbito da rede
nacional de prestação de cuidados de saúde, e que pretendeu assegurar, simultaneamente, o respeito
pelos princípios da equidade, complementaridade e da liberdade de escolha dos utentes, da
transparência, da igualdade e da concorrência.

Em 2020 foram já celebradas novas convenções de âmbito nacional nas áreas de endoscopia
gastrenterológica, medicina nuclear e anatomia patológica, sendo que, na primeira, foi iniciado novo
procedimento com vista à celebração de novas convenções por motivo de caducidade dos contratos
públicos de aprovisionamento em que se suportou o procedimento de contratação realizado em
2015.

Em 2019, procedeu-se à abertura generalizada das convenções regionais no âmbito do SIGIC e


na área da diálise, tendo-se concretizado, em 2020, a celebração de novas convenções nas referidas
áreas e a transição dos contratos de convenção anteriores à entrada em vigor do mencionado
decreto-lei, para o atual regime jurídico das convenções, e estando os procedimentos respetivos a
decorrer em cada uma das ARS territorialmente competentes.

180 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


15. ARTICULAÇÃO COM O SETOR SOCIAL E CONVENCIONADO

No ano de 2020 foi introduzido, na área da Patologia Clínica / Análises Clínicas, o teste
laboratorial ao SARS-CoV-2 (RT-PCR).

A evolução do número de prestadores com contratos ativos com o SNS para a prestação de MCDT
no âmbito do setor convencionado é a que se apresenta no Quadro e Gráfico seguintes.

Quadro 88. Número de prestadores de MCDT convencionados, por área clínica

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Análises Clínicas 359 342 309 266 243 225 219 212 199 182 160

Anatomia Patológica 24 25 23 22 19 20 19 20 19 23 23

Cardiologia 232 236 209 212 206 200 202 202 202 198 188

Medicina Nuclear 11 10 8 8 10 9 8 8 9 9 10

Eletro-Encefalografia (EEG) 26 25 20 18 17 16 16 19 17 16 17

Gastroenterologia 120 118 109 108 105 105 157 159 155 151 145

Medicina Física e de Reabilitação (MFR) 288 297 284 279 296 296 300 299 297 296 294

Otorrinolaringologia (ORL) 16 18 15 15 16 15 18 18 19 17 15

Pneumologia/Imunoalergologia 33 37 35 35 34 34 37 39 35 37 36

Neurofisiologia 6 6 5 3 1 1 6 9 8 8 8

Radiologia 364 356 334 331 329 323 323 320 320 315 301

Especialidades Médico-Cirúrgicas 40 35 19 18 19 21 20 20 17 14 12

Psicologia 7 9 6 4 2 3 3 5 3 3 1

Fonte: ACSS

Gráfico 74. Evolução das cinco áreas principais de prestadores de MCDT convencionados

Análises Clínicas Cardiologia


Gastroenterologia Medicina Física e de Reabilitação
Radiologia

400

350
301
300
294
250
188
200
160
150
145
100

50

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 181


15. ARTICULAÇÃO COM O SETOR SOCIAL E CONVENCIONADO

Síntese de resultados alcançados em 2020


O setor convencionado, pela sua complementaridade na prestação de cuidados de saúde aos
utentes referenciados pelo SNS, representa uma parcela significativa de despesa pública.

Em 2020, o valor faturado ao SNS pelas entidades convencionadas, excetuando as áreas da


hemodiálise e do SIGIC, foi de 484 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo no total de
encargos de 4,5% face ao valor faturado ao SNS em 2019, conforme se apresenta no quadro que se
segue.

À semelhança de anos anteriores, e no que se refere à distribuição dos encargos por área de
convenção, verifica-se que as áreas mais representativas, em termos de despesa pública, são as
Análises Clínicas (52%), a Radiologia (18%), a Medicina Física e de Reabilitação (16%) e a
Endoscopia Gastrenterológica (8%).

A única área em que aumentaram os encargos face a 2019 foi a área das Análises Clínicas, em
grande parte em face do elevado número de testes ao SARS-CoV-2 realizados. O preço unitário deste
exame foi sofrendo alterações em baixa sempre que a diminuição dos custos da sua realização o
justificava.

As áreas que apresentaram uma maior redução em termos relativos foram a


Eletroencefalografia (-49%), a Otorrinolaringologia (-46%), a Pneumologia e Imunoalergologia (-
43%), a Anatomia Patológica (-31%), a Endoscopia Gastrenterológica (-30%) ex-aequo com a
Medicina Física e de Reabilitação (-30%), a Cardiologia (-27%) e a Radiologia (-25%), com as demais
áreas convencionadas a crescerem negativamente abaixo dos 25%.

Nas áreas de Análises Clínicas e de Radiologia, os Despachos n.º 12-C/2020 e n.º 12-B/2020,
respetivamente, publicados no Diário da República, 2.ª Série, N.º 1, de 2 de janeiro de 2021,
prorrogaram por mais um ano as condições de preços previstas para o triénio 2017-2019 na forma
de desconto sobre fatura e de redução de preços, respetivamente, o que, no âmbito das Análises
Clínicas, fez desacelerar a taxa de crescimento da despesa pública.

Quadro 89. Encargos no setor convencionado, por área de convenção (em milhões de euros)

Var.
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Análises Clínicas 198,9 M€ 160,1 M€ 160,2 M€ 166,9 M€ 173,7 M€ 169, M€ 171,2 M€ 176,4 M€ 186,4 M€ 253,5 M€ 36,0%

Anatomia Patológica 3,8 M€ 3,4 M€ 3,7 M€ 4,2 M€ 4,4 M€ 5,1 M€ 4,4 M€ 5,3 M€ 6,6 M€ 4,56 M€ -31,3%

Cardiologia 22,1 M€ 21,1 M€ 21,4 M€ 22,4 M€ 22,7 M€ 23,3 M€ 23,7 M€ 25, M€ 27,2 M€ 19,73 M€ -27,5%

Medicina Nuclear 2,8 M€ 4,3 M€ 4,5 M€ 4,2 M€ 4,3 M€ 4,6 M€ 3,6 M€ 3,4 M€ 4, M€ 2,83 M€ -29,8%

Eletroencefalografia 0,5 M€ 0,4 M€ 0,4 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,3 M€ 0,13 M€ -49,3%

Gastrenterologia 12, M€ 12,1 M€ 12,1 M€ 25,2 M€ 36,9 M€ 43,9 M€ 47,7 M€ 52,2 M€ 54,7 M€ 38,22 M€ -30,2%

Medicina Física e de Reabilitação 87,6 M€ 78,6 M€ 71,7 M€ 77,9 M€ 80,4 M€ 86,7 M€ 91,6 M€ 100,6 M€ 110,1 M€ 77,27 M€ -29,8%

Otorrinolaringologia 0,2 M€ 0,1 M€ 0,1 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,10 M€ -45,6%

Pneumologia e Imunoalergologia 2, M€ 1,5 M€ 1,6 M€ 1,8 M€ 2, M€ 2,1 M€ 2,1 M€ 2,3 M€ 2,5 M€ 1,45 M€ -42,7%

182 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


15. ARTICULAÇÃO COM O SETOR SOCIAL E CONVENCIONADO

Var.
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

Neurofisiologia 0,2 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,2 M€ 0,1 M€ 0,2 M€ 0,3 M€ 0,4 M€ 0,5 M€ 0,429 M€ -17,2%

Radiologia 123,7 M€ 98,7 M€ 96,6 M€ 100,9 M€ 104,3 M€ 104, M€ 104,5 M€ 107,6 M€ 114,2 M€ 85,7 M€ -25,0%

Especialidades Médico-Cirúrgicas 0,4 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,3 M€ 0,2 M€ 0,1 M€ 0,12 M€ -16,3%

Psicologia 0,0059 M€ 0,0133 M€ 0,0124 M€ 0,0005 M€ 0,0005 M€ 0,0003 M€ 0,0014 M€ 0,0004 M€ 0,0002 M€ 0,00009 M€ -53,6%

Total 454,3 M€ 380,8 M€ 372,7 M€ 404,4 M€ 429,6 M€ 439,6 M€ 450,1 M€ 473,8 M€ 507 M€ 484,05 M€ -4,5%

Fonte: ACSS

Atividade convencionada na área da hemodiálise


A área da hemodiálise constitui-se como uma área muito relevante do setor convencionado, quer
em número de doentes em tratamento, quer em termos de despesa.

A existência de um sistema de informação dedicado a esta área - a Plataforma de Gestão


Integrada da Doença - permite efetuar um acompanhamento dos doentes em tratamento e
caracterizar esta prestação. Assim, em 2020, estavam registados nesta Plataforma 12.141 doentes
em programa crónico de hemodiálise em ambulatório no SNS. Desses, 752 doentes (6%) estavam em
tratamento em unidades integradas no SNS e 11.389 doentes (94%) encontravam-se em tratamento
em unidades do setor privado. No final de 2020 existiam 128 unidades prestadoras de cuidados de
diálise das quais cerca de 79% pertencem ao setor privado ou social.

A evolução absoluta do número de doentes em tratamento, por região de saúde, é a que se


encontra no quadro seguinte. Note-se que se consideram os dados disponíveis sobre a estimativa de
população residente em Portugal Continental.

Assim, verifica-se que o número de doentes em tratamento de hemodiálise regista uma redução,
face a 2019, com as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve a apresentarem o maior decréscimo
(-25 e -52 doentes em tratamento, respetivamente), sendo que, no caso do Alentejo, se mantém o
decréscimo de doentes em tratamento, acentuando a redução constatada desde 2018.

As regiões do Norte e Centro posicionam-se em sentido inverso, com um crescimento dos


doentes em tratamento (+30 e +19, respetivamente) face a 2019..

No que se refere à distribuição de doentes por faixa etária, verifica-se uma maior concentração
na faixa etária acima dos 75 anos de idade (38,6%), e entre os 25 aos 64 anos de idade (33,7%),
sendo também de destacar valores bastante reduzidos na faixa etária entre os 0 e os 24 anos de idade
(0,5%).

Em 2020, mantém-se a tendência da predominância de doentes do sexo masculino (61%), em


relação ao sexo feminino (39%). O mesmo se verifica quando se analisa a proporção de doentes por
género e faixa etária em cada região de saúde.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 183


15. ARTICULAÇÃO COM O SETOR SOCIAL E CONVENCIONADO

Quadro 90. Evolução do número total de doentes por ARS e do total de doentes
por 10 mil habitantes

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Número Número Número Número Número Número Número Número Número Número Número Número de
ARS de de de de de de de de de de de doentes /
doentes doentes doentes doentes doentes doentes doentes doentes doentes doentes doentes 10.000 Hab.
Norte 2 593 2 715 2 797 2 795 2 962 2 993 3 169 3 598 3 602 3 700 3 730 10,5

Centro 1 688 1 501 1 577 1 619 1 767 1 695 1 690 1 796 1 830 1 896 1 915 11,8

LVT 3 956 4 424 4 515 4 750 4 823 5 045 5 128 5 305 5 412 5 482 5 457 15,1

Alentejo 454 557 550 582 575 594 603 606 629 621 611 13,1

Algarve 367 416 406 389 412 426 412 505 478 480 428 10,3

Total 9 058 9 613 9 845 10 135 10 539 10 753 11 002 11 810 11 951 12 179 12 141 12,5

Fonte: ACSS

Gráfico 75. Distribuição dos doentes por faixa etária (2020)

0-24
0,5%

25-64
33,7%

≥ 75
38,6%

65-74
27,1%

Fonte: ACSS e SPMS

Gráfico 76. Distribuição de doentes por género e por região de Saúde (2019)

Feminino Masculino

100%

80%
61% 63% 60% 58% 58%
60%

40%

20% 39% 37% 40% 42% 42%

0%
Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Algarve

Fonte: ACSS e SPMS

184 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


15. ARTICULAÇÃO COM O SETOR SOCIAL E CONVENCIONADO

A insuficiência renal crónica, tratada na forma de hemodiálise, é uma condição cujo controlo e
acompanhamento exige a prestação de um conjunto de cuidados específicos (sessões de diálise,
medicamentos, MCDT). Desde 2008, o Ministério da Saúde incentivou uma abordagem de gestão
integrada da doença, de forma a garantir aos doentes o acesso à maioria dos cuidados inerentes à sua
condição, no mesmo local de prestação e sem necessidade de deslocação ao hospital de referência
(e.g. para levantamento de medicação).

Aquando da implementação deste modelo, estabeleceu-se uma remuneração da atividade


convencionada por preço compreensivo em contrapartida de uma prestação integrada de cuidados
de saúde personalizada por doente admitido, mantendo a sua natureza inovadora comparativamente
à aquisição de serviços de saúde pelo SNS, no seio do Setor Convencionado.

Em 2020, com exceção do Algarve, verifica-se um aumento de utentes em tratamento,


acompanhado por um aumento de custos face a 2019.

Quadro 91. Evolução dos custos por ARS (em milhões de euros)

ARS 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* 2019 2020*

Norte 74,6 M€ 72,6 M€ 68,3 M€ 71,7 M€ 79, M€ 75,9 M€ 80,1 M€ 77,6 M€ 102,5 M€ 85,2 M€ 89,3 M€

Centro 36,6 M€ 41,3 M€ 37,1 M€ 38,7 M€ 38,1 M€ 39,7 M€ 39,2 M€ 48,4 M€ 40, M€ 42,2 M€ 43,7 M€

Lisboa e Vale do Tejo 113,2 M€ 113,2 M€ 116,9 M€ 119,9 M€ 124,9 M€ 126, M€ 117,8 M€ 122,9 M€ 129,1 M€ 128,5 M€ 124,5 M€

Alentejo 11,6 M€ 12,5 M€ 12,1 M€ 16,4 M€ 16,1 M€ 14,5 M€ 18,1 M€ 14,9 M€ 15,3 M€ 12,6 M€ 12,7 M€

Algarve 10,6 M€ 10,2 M€ 9,7 M€ 9,9 M€ 10,4 M€ 10,7 M€ 11, M€ 10,8 M€ 10,8 M€ 10,8 M€ 10,2 M€

Total 246,5 M€ 249,7 M€ 244,1 M€ 256,6 M€ 268,4 M€ 266,8 M€ 266,2 M€ 274,6 M€ 297,7 M€ 279,4 M€ 280,5 M€

*Dados provisórios
Nota: Variação entre 2017 e 2018 justificada pelos movimentos contabilísticos de especialização num total de 25M€, referentes a anos anteriores e efetuados pela ARS Norte e
de 10M€ da ARS LVT referentes de registo da especialização referente a faturação não emitida de hospitais.
Fonte: ACSS e SPMS

Quadro 92. Custos por doente por região de saúde (em euros)

ARS 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* 2019 2020*

Norte 28 756 € 26 739 € 24 411 € 25 656 € 26 654 € 25 409 € 25 275 € 21 661 € 28 452 € 23 023 € 23 951 €
Centro 21 669 € 27 496 € 23 520 € 23 897 € 21 538 € 20 798 € 23 220 € 27 528 € 21 864 € 22 271 € 22 840 €
Lisboa e Vale do
28 626 € 25 585 € 25 895 € 25 235 € 25 890 € 25 294 € 22 971 € 23 226 € 23 856 € 23 441 € 22 819 €
Tejo
Alentejo 25 465 € 22 448 € 22 076 € 28 229 € 28 070 € 24 565 € 29 959 € 24 464 € 24 360 € 20 333 € 20 780 €
Algarve 28 869 € 24 438 € 23 816 € 25 386 € 25 291 € 25 169 € 26 673 € 21 509 € 22 629 € 22 542 € 23 775 €
Total 27 218 € 25 978 € 24 795 € 25 315 € 25 471 € 24 572 € 24 194 € 23 393 € 24 914 € 22 938 € 23 101 €
*Dados provisórios
Nota: O valor total referente a 2018 foi atualizado à data, em consequência dos movimentos contabilísticos de especialização num total de 25M€, referentes a anos anteriores e efetuados
pela ARS Norte e de 10M€ da ARS LVT no registo da especialização referente a faturação não emitida de hospitais.
Fonte: ACSS e SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 185


16. ACORDOS INTERNACIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

16. Acordos internacionais para a prestação de cuidados de saúde


A qualidade do sistema de saúde português é reconhecida, designadamente no que concerne à
sua capacidade de resposta, recursos humanos qualificados e equipamentos e instalações de
qualidade. Portugal trabalha em articulação com outros países no sentido de assegurar elevados
níveis de acesso e de qualidade aos cidadãos estrangeiros que para cá se deslocam, assim como a
todos os cidadãos portugueses que necessitam de receber cuidados de saúde fora do território
nacional.

Este trabalho de articulação e cooperação internacional tem regulamentação e especificidades


próprias, sintetizadas nas quatro áreas que se seguem.

Diretiva europeia de cuidados de saúde transfronteiriços


A Diretiva relativa ao Exercício dos Direitos dos Doentes em Matéria de Cuidados de Saúde
Transfronteiriços - Diretiva 2011/24/EU, de 9 de março de 2011 transposta para a legislação
nacional pela Lei n.º 52/2014, de 25 de agosto, veio estabelecer as regras para facilitar o acesso a
cuidados de saúde transfronteiriços seguros e de elevada qualidade na União Europeia. O objetivo é
o de estabelecer normas de acesso e promover a cooperação entre os diferentes Estados-Membros,
abrangendo as situações em que o doente recebe cuidados de saúde num Estado-Membro diferente
do Estado-Membro de afiliação.

No âmbito da prestação de cuidados estão consideradas as situações de prescrição, de dispensa


e de fornecimento de medicamentos e de dispositivos médicos, caso estes sejam fornecidos no
âmbito de um serviço de saúde.

Para além da clarificação dos direitos dos doentes, a Diretiva visa ainda estabelecer as condições
em que os custos com a prestação de cuidados de saúde noutros Estados-Membros podem ser
reembolsados, tendo em conta a jurisprudência do Tribunal de Justiça Europeu.

Neste contexto, o beneficiário do SNS poderá recorrer à prestação de cuidados de saúde fora do
território nacional, sendo reembolsado pelos custos incorridos até ao limite que seria assumido pelo
Estado português, enquanto responsabilidade financeira do SNS, nos termos da tabela de preços em
vigor e do regime geral das comparticipações no preço dos medicamentos.

Por outro lado, o cidadão nacional de outro Estado-Membro pode recorrer a cuidados de saúde
prestados em Portugal, de acordo com a legislação em vigor.

Autorização Prévia
Na sequência da transposição desta legislação europeia, está sujeito a autorização prévia o
reembolso dos cuidados de saúde transfronteiriços cirúrgicos que exija internamento durante pelo
menos uma noite, assim como, os cuidados de saúde transfronteiriços que exijam recursos a
infraestruturas ou equipamentos médicos altamente onerosos e de elevada especialização,
identificados através da Portaria n.º 91/2014, de 25 de setembro. A autorização prévia é um

186 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


16. ACORDOS INTERNACIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

mecanismo que se aplica aos pedidos apresentados pelos beneficiários do SNS que pretendam aceder
a cuidados de saúde noutro Estado-Membro, no âmbito da Diretiva 2011/24/EU, para efeitos de
reembolso.

O procedimento para pedido de autorização prévia tem em consideração os TMRG para a


realização de consulta nos cuidados de saúde primários e hospitalares no SNS. A informação
referente ao deferimento ou indeferimento do pedido de autorização prévia prestada pelo médico de
especialidade deverá considerar a capacidade de resposta do SNS para a prestação dos cuidados,
considerando a condição clínica do doente e os TMRG.

Reembolso
Sem prejuízo do referido quanto à autorização prévia, os beneficiários do SNS têm direito ao
reembolso das despesas diretamente relacionadas com os cuidados de saúde transfronteiriços
prestados noutro Estado-Membro, desde que os cuidados em questão se constituam como cuidados
de saúde, que caberia ao Estado português garantir através do Serviço Nacional de Saúde ou dos
Serviços Regionais de Saúde e o Estado português seja considerado Estado-Membro de afiliação.

As prestações de saúde elegíveis para reembolso são as previstas na tabela de preços do SNS 26,
bem como nos regimes jurídicos das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos.

Para operacionalização do procedimento de autorização prévia e procedimento de reembolso


foi desenvolvida uma plataforma eletrónica que automatiza o processo informaticamente e que se
inicia com o pedido efetuado através da Área do Cidadão, acessível por via do Portal SNS.

A Diretiva Europeia de cuidados de saúde transfronteiriços dispõe de um portal dedicado com


toda a informação disponível ao utente, que poderá ser consultado através do endereço
http://diretiva.min-saude.pt.

No contexto da aplicação da Diretiva Europeia de cuidados de saúde transfronteiriços transposta


pela Lei n.º 52/2014, de 25 de agosto, entre 2014 e 2020 foram submetidos 18 pedidos de reembolso
e apresentados 28 pedidos de avaliação clínica hospitalar pelos utentes às unidades hospitalares, no
âmbito do pedido de autorização prévia.

Assistência médica no estrangeiro


O Decreto-Lei n.º 177/92, de 13 de agosto, que regula a Assistência Médica no Estrangeiro, prevê
a garantia da assistência médica de grande especialização que, por falta de meios técnicos ou
humanos, não possa ser prestada em Portugal.

Este instrumento é um mecanismo de acesso exclusivo dos hospitais públicos nacionais que,
perante a sua incapacidade de resposta à situação clínica apresentada, desencadeiam o pedido de
assistência médica no estrangeiro. Após o deferimento da Diretora-Geral da Saúde, a

26 APortaria nº 254/2018, de 7 de setembro, altera a Portaria n.º 207/2017, de 11 de julho, que aprova os Regulamentos e as Tabelas de
Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 187


16. ACORDOS INTERNACIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

responsabilidade financeira das despesas resultantes da mencionada prestação, assim como outros
encargos previstos na Lei, são assumidos pelo Estado português.

O SNS assume, assim, o compromisso ético e deontológico de garantir a cada doente o acesso a
cuidados de saúde de qualidade e em conformidade com os melhores padrões de segurança. Na
impossibilidade de assegurar a resposta em determinadas condições, designadamente por falta de
capacidade instalada para prestar cuidados de elevada especialização, o SNS assegura a referenciação
dos utentes para centros estrangeiros de elevada diferenciação.

O ano de 2020, foi um ano excecional de significativos desafios para os sistemas de saúde devido
à pandemia COVID-19. A situação evoluiu muito rapidamente em todo o mundo, tendo obrigado a
maioria dos Estados-Membros a adotaram medidas de restrição em matéria de circulação de pessoas,
procurando prevenir a propagação do vírus.

Nesse sentido, com efeitos a partir do 19 de março de 2020, foi decretado o Estado de
Emergência, na linha da mesma decisão tomada por outros Estados-membros da União Europeia, que
teve como efeitos imediatos:

• Contenção e restrição da mobilidade de pessoas no espaço e território da União Europeia e


fora dele;

• Diminuição do tráfego aéreo;

• Pressão sobre os sistemas de saúde dos Estados-Membros da União Europeia,


nomeadamente no domínio do tratamento da COVID-19 e na aplicação das medidas de
proteção da saúde pública.

Estes fatores explicam a razão pela qual, durante o período de Emergência em Portugal e numa
significativa maioria dos Estados-Membros, se tenha observado uma forte contenção de
referenciações de doentes do SNS para receber assistência médica especializada em centros de
tratamento/centros de referência sediados em alguns Estados-Membros da União Europeia.

No entanto, convém ressalvar que a maioria dos processos de assistência médica no estrangeiro,
tramitados durante o surto epidémico, corresponderam a situações clínicas programadas e, por
conseguinte, não urgentes, pelo que os doentes não deixaram de ter acesso aos cuidados de saúde
transfronteiriços que necessitaram.

Em 2020, foram autorizados, pela Direção-Geral da Saúde, 273 pedidos de assistência médica no
estrangeiro, formulados por hospitais integrados no SNS. Os 273 pedidos autorizados originaram
329 deslocações, em virtude do tratamento de determinadas patologias requererem o seguimento
do doente.

188 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


16. ACORDOS INTERNACIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

Gráfico 77. Assistência médica no estrangeiro

Número de doentes Número de deslocações

600
532
499
500

400 376
332 329

300 273

200

100

0
2018 2019 2020

Fonte: DGS

O quadro seguinte reflete o movimento de doentes por especialidade, sendo que a referenciação
na área da Genética Médica é de produtos biológicos (e não de doentes) para estudo genético, estudo
molecular ou laboratorial (64%). Seguem-se as áreas da Cirurgia de Cardiotorácica (11%), da
Oftalmologia e a Pediatria (ambas com 4%) e a Neurologia e a Neurocirurgia (ambas com 3%).

Quadro 93. Assistência médica no estrangeiro – movimento de doentes por especialidade

2020
Especialidades
N.º doentes %

Genética Médica* 176 64%

Cirurgia Cardiotorácica 31 11%

Cirurgias* 12 4%

Oftalmologia 11 4%

Pediatria 11 4%

Neurologia/Neurocirurgia 8 3%

Outras 24 9%

Total 273 100%


* Cirurgia geral, Cirurgia Maxilo Facial e Cirurgia Plástica e Reconstrutiva
Fonte: DGS

Acesso ao SNS por parte de cidadãos estrangeiros


Nos termos da Lei de Bases da Saúde, o Serviço Nacional de Saúde português assegura o acesso
de cidadãos estrangeiros, nas seguintes categorias, entre outras:

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 189


16. ACORDOS INTERNACIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

• Cidadãos dos Estados-Membros do Espaço Económico Europeu e Suíça, nos termos do


direito aplicável da União Europeia;

• Cidadãos de Países Terceiros27 que fixam residência em Portugal;

• Cidadãos de Países Terceiros abrangidos pelo âmbito de aplicação de Convenções


Internacionais no domínio da Segurança Social que vinculam o Estado português;

• Cidadãos de Países Terceiros abrangidos pelo âmbito de aplicação de Acordos de Cooperação


no domínio da Saúde que vinculam o Estado português;

• Cidadãos de Países Terceiros que visitam Portugal em situação de estada temporária ou


visita turística.

Acesso de cidadãos estrangeiros ao abrigo dos acordos de cooperação no domínio da


saúde (regime evacuados)
Os acordos de cooperação internacional no domínio da saúde visam assegurar, nas mesmas
condições dos cidadãos nacionais, a assistência médica de doentes evacuados dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que se deslocam a Portugal, com o propósito de lhes serem
prestados determinados cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde, para os quais o sistema de
saúde do país de origem não tem capacidade técnica.

Estes doentes estão sujeitos a regras e procedimento no acesso ao SNS que os distinguem dos
demais cidadãos estrangeiros, por força da aplicação dos referidos acordos de cooperação,
adquirindo o estatuto de doentes evacuados.

Não são abrangidos pelos Acordos de cooperação no domínio da saúde, os pedidos de assistência
médica de cidadãos dos PALOP, que não tenham sido aprovados pela Junta Médica Nacional ou pela
autoridade de saúde competente do respetivo país, rececionados e validados pela Direção-Geral da
Saúde.

O gráfico seguinte apresenta a evolução do fluxo do acesso destes cidadãos, durante 2020.

A Direção-Geral da Saúde recebeu 1.058 pedidos de evacuação de doentes dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa. Comparativamente a 2019, verificou-se uma redução de 34% do
número de pedidos de evacuação, devido ao contexto do desenvolvimento da pandemia e da evolução
do estado de emergência, com as fortes restrições, nomeadamente no que se refere ao tráfego aéreo,
que condicionou a referenciação de doentes para tratamento no SNS, fundamentalmente oriundos
da Guiné-Bissau que teve uma redução de 63%.

27 Consideram-se Países Terceiros aqueles que não pertencem ao espaço do Espaço Económico Europeu e Suíça.

190 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


16. ACORDOS INTERNACIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

Gráfico 78. Número total de doentes evacuados dos PALOP para o SNS

2018 2019 2020

3 200

2 800

2 307
2 400

1 595
2 000

1 250
1 600

1 058
1 200

661
659
619
486
800

284
247

234
227
400
83
82
46

35
32

15
0
Angola Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique S.Tomé e Príncipe Total

Fonte: DGS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 191


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

17. Acesso ao medicamento


A promoção de uma política sustentável na área do medicamento, que permita conciliar o acesso
à inovação terapêutica com o rigor orçamental, o aumento da quota de utilização de medicamentos
genéricos e biossimilares e o estímulo à investigação e à produção nacional no setor do medicamento,
são prioridades definidas no Programa para a Saúde do XXII Governo Constitucional.

Sustentabilidade
O Compromisso para a sustentabilidade e o desenvolvimento do SNS, assinado no dia 26 de
fevereiro de 2016 entre o Ministério da Saúde e as associações representativas da indústria
farmacêutica, das farmácias, dos grossistas e da indústria de dispositivos médicos, visa manter a
convergência numa política sustentável na área do medicamento e produtos de saúde, conciliadora
do rigor orçamental.

Mercado do medicamento
No ano de 2020, os encargos do SNS com medicamentos apresentam um aumento de 2,4% e um
decréscimo de -0,5% dos encargos dos utentes, quando comparados com 2019.

Do mesmo modo, o volume de embalagens dispensadas diminuiu 2,4%, face ao período


homólogo.

Os medicamentos com maior contributo para o aumento da despesa pertencem à classe dos
Antidiabéticos, Antihipertensores com ação no eixo renina angiotensina, Anticoagulantes,
Antipsicóticos, Antiasmáticos e Broncodilatadores.

O maior aumento da despesa observou-se nos medicamentos para a anticoagulação (Apixabano


e Edoxabano), diabetes (Dulaglutido, Empagliflozina, Metformina+Dapagliflozina) e medicamentos
para a insuficiência cardíaca crónica sintomática (Sacubitril + Valsartan).

Apesar do encargo para o utente apresentar uma redução de -0,5% face a 2019, o encargo médio
por embalagem apresenta um aumento de 2% (0,09 euros por embalagem), ou seja, um aumento
ligeiro.

192 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

Gráfico 79. Evolução dos encargos do SNS e dos utentes com medicamentos e
volume de embalagens comercializadas

SNS (em milhões de euros) Utente (em milhões de euros) Embalagens (em milhões)

M€ 180

M€ 1 639 160

Milhões de Embalagens
M€ 140
Milhões de Euros

1 326 1 327 1 359


M€ 1 255
1 173 1 170 1 182 1 190 1 214 120
1 160
M€
100
M€
799 710 733 730 80
M€ 707 689 703 697 700 711
683
60
M€

M€ 40

M€ 20

M€ 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INFARMED

Quadro 94. Evolução dos encargos do SNS e dos utentes com medicamentos e
volume de embalagens comercializadas

Var.
Coluna1 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2020/2019

SNS 1639 M€ 1326 M€ 1173 M€ 1160 M€ 1170 M€ 1182 M€ 1190 M€ 1214 M€ 1255 M€ 1327 M€ 1359 M€ 2,4%

Utente 707 M€ 799 M€ 683 M€ 689 M€ 703 M€ 710 M€ 697 M€ 700 M€ 711 M€ 733 M€ 730 M€ -0,5%

Embalagens (em milhões) 140 140 140 149 153 155 156 157 161 165 161 -2,4%

Fonte: INFARMED

Gráfico 80. Evolução do encargo médio do cidadão por embalagem de medicamento

8€

5,71 €
6€
4,87 €
4,62 € 4,59 € 4,58 € 4,47 € 4,45 € 4,41 € 4,44 € 4,53 €

4€

2€

0€
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INFARMED

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 193


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

Medicamentos genéricos e biossimilares


O Ministério da Saúde tem vindo a promover o aumento da utilização de medicamentos
genéricos e biossimilares, através da difusão de informação a cidadãos e profissionais de saúde,
sublinhando as vantagens da sua utilização para um maior acesso e para a sustentabilidade do SNS.

Analisando a evolução registada ao nível do mercado de genéricos, constatou-se que a


percentagem de unidades de medicamentos genéricos no total de medicamentos comparticipados
pelo SNS, de acordo com dados disponibilizados pelo INFARMED, atingiu 48,8% em 2020, o que
representa um aumento de 0,1 pontos percentuais relativamente ao período homólogo, e de 12,6
pontos percentuais em relação a 2011, conforme demonstra o gráfico infra.

Ainda em relação aos genéricos, importa destacar que, em 2020, se alcançou o melhor resultado
de sempre em termos de consumo de medicamentos genéricos em Portugal, quer se analise a quota
de medicamentos genéricos em unidades (48,8%) quer em Dose Diária Definida (54,9%).

Quanto aos biossimilares, destaca-se, em meio hospitalar, o aumento significativo da quota do


biossimilar de Infliximab para 84,6% em 2020 face a 72,7% em 2019.

Verificou-se também um aumento significativo da quota do biossimilar de Rituximab e


Etanercept cujas quotas passaram de 67,3% e 36,0% em 2019 para 74,9% e 43,1% em 2020,
respetivamente. Importa ainda destacar que o maior aumento de quota de biossimilar em 2020
correspondeu ao Adalimumab (+18,4 pontos percentuais relativamente a 2019) atingindo assim
uma quota de 32,6%.

Gráfico 81. Evolução anual da quota de medicamentos genéricos no SNS

Valor Quota de medicamentos genéricos em unidades

Quota de medicamentos genéricos em Dose Diária Definida Quota de medicamentos genéricos no mercado concorrencial

100%
64,4%

64,4%

80%
64,1%
63,6%
63,5%

63,3%
63,0%
61,4%
59,0%

54,9%
54,4%
54,3%

53,8%
53,0%
52,9%

52,8%
52,7%
51,5%

48,8%
48,7%
48,4%
47,5%
47,3%

47,3%
47,0%
46,5%
44,7%

60%
42,0%

41,2%
36,2%

25,4%

25,0%

24,7%
24,6%
24,3%

40%
24,1%
23,0%

22,8%
21,0%

20%
4,6%

0%
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INFARMED StatLink: https://transparencia.sns.gov.pt/explore/dataset/genericos/?sort=temp


o

194 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

Gráfico 82. Evolução da quota de medicamentos biossimilares, em unidades dispensadas

Etanercept Rituximab Infliximab

100%
84,6%

80% 72,7% 74,9%


67,3%
62,8%
60%
47,9%
42,5% 43,1%
40% 36,0%

26,0% 25,4%

20% 13,8%
7,3%
4,1% 4,6%

0%
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INFARMED

Acesso a medicamentos inovadores


A promoção do acesso a medicamentos inovadores, através da aprovação de processos de
comparticipação ou de introdução nos hospitais do SNS de medicamentos inovadores foi outra das
prioridades assumidas no ano de 2020, na área do acesso ao medicamento.

Em 2020, foram aprovados 40 novos medicamentos ou novas indicações para financiamento


pelo Serviço Nacional de Saúde, com destaque para as áreas da oncologia, endocrinologia, anti-
infeciosos e sistema nervoso central.

Gráfico 83. Evolução do número de medicamentos inovadores aprovados

Ambulatório Hospitalar

60

50 50

40
49
23 35
30 13
7
31
13 35
20
11
13 24 22 24 24
10
16 16
12 11 9
5 5
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INFARMED

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 195


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

Portugal, através do INFARMED, encontra-se na coliderança de um diálogo europeu sobre o


acesso sustentável à inovação, através de várias iniciativas internacionais 28, com o objetivo de
encontrar soluções para promover o acesso a novos medicamentos e produtos de saúde. Também
com este objetivo e de forma a antecipar medidas que visem preparar o sistema de saúde para
tecnologias que alterem de forma significativa o SNS, foi desenvolvido o projeto Horizon Scanning.
Este é um projeto que assenta na colaboração de várias direções do INFARMED, integrando a
perspetiva de investigação e desenvolvimento, regulamentar, de avaliação de tecnologias de saúde e
de monitorização das tendências de consumo e despesa.

Neste ano, Portugal participou ativamente nos projetos europeus, em particular na avaliação
conjunta no âmbito da EUnetHTA.

Destaca-se, também, o impulso dado ao Projeto Incluir, no âmbito da avaliação de tecnologias de


saúde, com o contributo ativo das associações de doentes.

No âmbito das atividades relacionadas com a gestão da Pandemia, o INFARMED, DGS e SPMS
asseguraram a gestão da Reserva Estratégica de Dispositivos Médicos, EPI/DMs, de modo a garantir
a continuidade do abastecimento.

Ainda neste âmbito, foi efetuado o acompanhamento sistemáticos dos trabalhos desenvolvidos no
contexto europeu sobre medicamentos experimentais a considerar no contexto COVID-19 e
assegurado o acesso aos mesmos em Portugal, sempre que os medicamentos se revelassem efetivos
no tratamento da infeção.

Ensaios clínicos
Os ensaios clínicos são um instrumento indispensável para a investigação e desenvolvimento de
novos medicamentos, tendo assim um papel fundamental na melhoria das condições de saúde dos
utentes.

Em 2020, registou-se um total de 155 ensaios clínicos autorizados, o maior número até hoje,
continuando a confirmar-se o aumento consistente da investigação em ensaios clínicos em Portugal
desde 2012. O tempo médio de decisão do Infarmed foi de 32 dias, reduzindo em 2 dias o resultado
alcançado em 2019.

28 Destacam-se duas cooperações internacionais: EUnetHTA, redeeuropeia de colaboração das autoridades de avaliação de tecnologias de saúde
cujo Comité Executivo o INFARMED integra, que visa a avaliação de tecnologias de saúde bem como o desenvolvimento de ferramentas de
avaliação; Declaração de La Valletta, onde 10 Estados Membros (Portugal, Chipre, Croácia, Eslovénia, Espanha, Grécia, Irlanda, Itália, Malta, e
Roménia) expressaram vontade política de cooperar com objetivo de garantir acesso dos pacientes a novos medicamentos e tratamentos,
garantindo a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Para alcançar este objetivo, foi criado um comité permanente, Valletta Technical
Committee, co-presidido pelo INFARMED, que tem trabalhado na promoção do acesso ao medicamento através de troca de informação sobre
medicamentos e outras tecnologias bem como avaliação e negociação conjunta.

196 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

A maioria dos ensaios clínicos autorizados em 2020 contemplam a utilização de medicamentos


imunomodeladores e antineoplásicos, seguindo-se os medicamentos que atuam no sistema nervoso
central e os medicamentos anti-infeciosos.

O Registo Nacional de Ensaios Clínicos, operacionalizado através da criação de uma plataforma


eletrónica para registo e divulgação dos estudos clínicos que foi disponibilizada a partir de 5 de
dezembro de 2016, dando cumprimento ao artigo 39.º da Lei da Investigação Clínica, visa contribuir
para o desenvolvimento da investigação clínica em Portugal, através da agilização e eficiência da
comunicação, em particular no que se refere à submissão de pedidos regulamentares nesta área.

Gráfico 84. Pedidos de autorização de ensaio clínico (2006 - 2020)

N.º Pedidos submetidos N.º pedidos autorizados


N.º pedidos indeferidos Tempo médio de decisão (dias de calendário)

200 100
187
180 90
160 159
160 155 80
147 146 144
136 138 137 142 137 141 142 142
140 131 127 70

Dias de Calendário
123 127
116 116 118
N.º de Pedidos

116 119
120 107 114 60
105 99
100 88 50
87
80 45 40
43 42 42 41 40 38 40
60 36 36 30
33 34 32
40 28 20

20 10
1 0 0 0 2 0 0 0 3 1 3 1 1 1 0
0 0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Fonte: INFARMED

Hepatite C
No âmbito do acesso à terapêutica para tratamento do vírus da Hepatite C encontram-se
disponíveis 5 medicamentos antivíricos de ação direta para tratar a doença.

A decisão do Ministério da Saúde de tratar todas as pessoas infetadas pelo vírus da Hepatite C
faz com que Portugal seja um dos primeiros países a nível mundial a implementar uma medida
estruturante para a eliminação deste grave problema de saúde pública.

Desde a implementação do Portal da Hepatite C da Autoridade Nacional do Medicamento e


Produtos de Saúde (INFARMED), até 29 de janeiro de 2021, foram autorizados 28.279 tratamentos
da hepatite C com Antivirais de Ação Direta, dos quais 27.038 já foram iniciados. Quando se efetua a
análise ao universo de indivíduos que já concluíram o tratamento, e em que se pode avaliar a resposta
virológica sustentada (n=17.385), verifica-se que 16.789 (96,6%) dos indivíduos apresentam RVS
contra 596 doentes não curados (3,4%).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 197


17. ACESSO AO MEDICAMENTO

Implementação do Sistema de Monitorização de Dispositivos Médicos


A implementação do sistema de monitorização de dispositivos médicos iniciou-se em 2017, e
estará em funcionamento pleno em 2022, abrangendo todo o circuito do dispositivo médico.

O Despacho n.º 860/2018, de 17 de janeiro de 2018, estabeleceu a obrigação de envio de


informação necessária à caracterização do mercado hospitalar pelos serviços e estabelecimentos do
SNS, em complemento às disposições já constantes no Despacho n.º 15371/2012, de 26 de novembro.
Este despacho foi posteriormente atualizado pelo Despacho 2945/2019, de 19 de março.

Desde o ano de 2018, os serviços e estabelecimentos do SNS têm reportado informação sobre os
dispositivos médicos adquiridos, permitindo uma caracterização preliminar deste mercado.

Neste sentido, os primeiros números revelaram que 36% da despesa com dispositivos médicos
no meio hospitalar ocorre na área dos dispositivos médicos de uso geral, 26% e 25% da despesa
surge na área da musculosquelética/ortopedia e cardiologia de intervenção respetivamente.

Está a ser desenvolvido sistema de análise e reporte de dados que permita ultrapassar as
questões de qualidade de dados e de correspondência de códigos de dispositivo médico, prevendo-
se igualmente o desenvolvimento de plano para harmonizar os sistemas de informação em todo o
circuito dos dispositivos médicos nas entidades de saúde.

198 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

18. SNS digital


O SNS é servido por múltiplos sistemas de informação que, de forma independente, asseguram
a recolha de dados, monitorização, interação e organização do acesso a cuidados de saúde em
diferentes áreas específicas.

Neste capítulo são apresentados os sistemas de informação que registaram melhorias em 2020,
através da inclusão de mecanismos que permitem a introdução de melhores práticas na organização
da prestação de cuidados e na resposta do SNS, com ganhos de eficácia e eficiência, maior equidade
no acesso a cuidados, maior responsabilização a todos os níveis do sistema de saúde e maior
transparência da informação para utentes, profissionais e instituições prestadoras de cuidados,
entidades pagadoras, reguladoras, cidadãos em geral.

18.1 SNS 24
O Centro de Contacto do SNS – SNS 24 é responsável pelo serviço de Triagem, Acompanhamento
e Encaminhamento (TAE) e por um conjunto de serviços informativos e administrativos que
reforçam a disponibilidade (maior oferta adequada às necessidades da população) e a proximidade
(centralização de serviços) do Serviço Nacional de Saúde aos cidadãos.

O SNS 24 é constituído por uma equipa multidisciplinar e está disponível 7 dias por semana, 24
horas por dia em todos os seus canais de acesso, nomeadamente através da linha telefónica 808 24
24 24, do site (www.sns24.gov.pt), ou através de correio eletrónico (atendimento@sns24.gov.pt).

A SPMS foi distinguida a 16 de novembro, com o “Troféu de Mérito Call Center 2020” atribuído
ao SNS24, na 20.ª edição do evento realizado pela IFE (filial portuguesa do grupo europeu Abilways)
e pela Call Center Magazine.

No contexto de pandemia, o SNS 24 assumiu um papel ainda mais relevante na gestão do acesso
dos cidadãos às instituições do SNS tendo permitido que os utentes suspeitos de COVID-19 fossem
encaminhados para os serviços adequados nos diferentes níveis de cuidados de saúde.

Durante o ano de 2020, o SNS 24 esteve sujeito a uma intensa exposição pública e mediática,
resultando num aumento excecional da procura dos seus serviços. Deste modo, foi necessário
aumentar a capacidade de resposta, em matéria de recursos humanos e de infraestrutura, assim
como inovar nos modelos de prestação de serviços, garantindo a qualidade e segurança clínica.

O SNS 24 aumentou significativamente o número de profissionais disponíveis, sendo que, antes


da pandemia, contava com cerca de 1.000 profissionais tendo passado a contar com mais de 5.000. A
tipologia destes profissionais também foi alargada passando a integrar não só enfermeiros, mas
também estudantes de medicina, médicos dentistas, psicólogos e farmacêuticos.

De várias medidas de reforço ao nível de infraestrutura destaca-se o número de licenças


adquiridas para suportar o incremento na capacidade de atendimentos em simultâneo, passando de
500 licenças para 2.500 e a implementação de um IVR mais eficiente que segrega o atendimento dos

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 199


18. SNS DIGITAL

utentes com suspeitas de COVID 19 e por último a integração de mecanismos de atendimento


automatizado (BOT) que permite, por exemplo, a recolha de informação dos utentes, otimizando o
tempo da triagem clínica.

Neste contexto, o SNS 24 ainda se expandiu, fisicamente, a outras regiões do país contando,
atualmente, com os seguintes centros de contacto:

• Porto (2 espaços);

• Lisboa (2 espaços);

• Braga;

• Faro;

• Covilhã (setembro de 2020);

• Vila Nova de Gaia (outubro de 2020).

As alterações identificadas não afetaram a satisfação dos cidadãos perante estes serviços, uma
vez que se verificou, no segundo e terceiro quadrimestres de 2020 que cerca de 92% dos utilizadores
se declararam satisfeitos ou muito satisfeitos com o serviço prestado pelo SNS24. Neste mesmo
período, é também de salientar que cerca de 94% dos utilizadores consideraram provável ou muito
provável voltar a utilizar o SNS 24 e que 97% recomendariam o serviço a amigos e familiares.

Por último e em todo o ano de 2020, a linha do SNS 24 atendeu um total de 4.022.968 chamadas,
representado um crescimento de 171% (+ 2.537.160 chamadas atendidas) face ao ano anterior.
Realça-se ainda, que no último quadrimestre de 2020, o SNS 24 atendeu quatro vezes mais chamadas
(2.265.583 chamadas) do que no mesmo período de 2019 (501.165 chamadas).

Serviços de Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento


O serviço Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento (TAE) existe desde 2017, para
contactos de teor clínico, onde se avaliam os sintomas e, posteriormente, se encaminha o utente para
o nível de cuidados adequado, perante a sintomatologia apresentada. Neste serviço é igualmente
prestado aconselhamento, especialmente com recomendação para autocuidados, sendo que são
realizados contactos de seguimento. Nos casos em que se verifique ser necessária uma observação
presencial, procede-se ao encaminhamento para a estrutura de cuidados de saúde do SNS mais
apropriada. Este é um serviço disponível 24 horas 7 dias por semana.

O encaminhamento do utente para entidades da rede de prestação de cuidados de saúde


procede-se através da integração de mensagens nos sistemas de informação ou, se necessário,
através de transferência da chamada, nos seguintes termos:

i. Nos casos em que seja identificada uma situação de emergência, o contacto é transferido
direta e imediatamente, através de linha dedicada para o INEM, a fim de serem
desencadeados os meios de emergência necessários.

200 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

ii. Nos casos em que seja identificada uma situação de intoxicação, o contacto deve ser
transferido direta e imediatamente para o Centro do Informação Antivenenos (CIAV) do
INEM, a fim de serem desencadeados as ações de diagnóstico e tratamento adequados.

Devido à pandemia COVID-19 houve a necessidade de adaptar o serviço de TAE do SNS 24 à


nova emergência de saúde pública. Assim, e ao longo do tempo, têm existido constantes atualizações
dos algoritmos no sentido de acompanharem a alteração do padrão epidemiológico e infecioso da
COVID-19, otimizando o rigor da triagem clínica. Assim, foram criados dois algoritmos com diferentes
objetivos:

• Emergência saúde pública COVID-19 – identificar utentes com sintomatologia suspeita de


COVID-19 e, se necessário, encaminhar para estruturas especializadas (Áreas Dedicadas
para Doentes Respiratórios), de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde;

• Rastreio de contactos assintomáticos – identificar contactos de risco com utentes


infetados com COVID-19, a fim de serem vigiados pelas equipas de saúde pública.

No decorrer destas triagens e das respetivas vigilâncias epidemiológicas por parte das equipas
de saúde pública, houve a necessidade de se desenvolver novas integrações entre sistemas de
informação, nomeadamente entre o SNS 24 e o TraceCOVID-19, bem como com a plataforma dos
Exames sem Papel. Assim, foi possível que, após determinadas triagens definidas pela Direção-Geral
da Saúde, os utentes recebessem as requisições automáticas de testes à COVID-19 (TAAN)29 e as
declarações provisórias de isolamento profilático (DPIP) 30, ambas totalmente desmaterializadas.

Durante o ano de 2020 foram emitidos, via SNS 24, mais de 429 mil testes à COVID-19 e mais de
423 mil DPIP. Neste contexto, e perante estas evoluções tecnológicas, ficou garantido que todos os
utentes identificados pelo SNS 24 como suspeitos de infeção por SARS-CoV-2 fossem continuamente
integrados no TraceCOVID-19, permitindo às equipas dos cuidados de saúde primários realizar as
vigilâncias necessárias.

Quadro 95. Atividade operacional mensal SNS 24: Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento
(2020)

Chamadas Chamadas Tempo Médio de


Data % Atendimento
Recebidas Atendidas Espera (seg.)
abr/20 274 680 271 487 98,8% 25

mai/20 191 107 184 857 96,7% 22

jun/20 204 551 200 056 97,8% 22

jul/20 212 477 207 368 97,6% 22

ago/20 181 038 178 736 98,7% 21

set/20 315 875 306 368 97,0% 48

out/20 645 487 608 481 94,3% 203

nov/20 935 996 816 465 87,7% 364

29 Testes Moleculares de Amplificação de Ácidos Nucleicos


30 Decreto-Lei n.º 94-A/2020

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 201


18. SNS DIGITAL

Chamadas Chamadas Tempo Médio de


Data % Atendimento
Recebidas Atendidas Espera (seg.)
dez/20 547 501 534 269 97,6% 119

Total 3 508 712 3 308 087 96,2% 846

Fonte: Portal da Transparência31

Gráfico 85. Atividade operacional SNS 24: Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento -


Chamadas atendidas (2020)

900 000
816 465
800 000

700 000

600 000
608 481
500 000 534 269

400 000

300 000 271 487


306 368
200 000
200 056 207 368
184 857 178 736
100 000

0
abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Fonte: Portal da Transparência

Quadro 96. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento (2020)

Cuidados de Serviço de Transferência Transferência


Coluna1 Autocuidados
Saúde Primários Urgência INEM CIAV
jan/20 33 995 35 297 42 408 6 948 904
fev/20 30 565 31 761 39 399 6 161 860
mar/20 63 939 46 893 20 450 4 162 252
abr/20 24 953 31 643 35 949 7 624 440
mai/20 20 278 28 333 37 678 5 996 631
jun/20 18 849 23 351 34 599 5 189 561
jul/20 21 049 24 126 35 829 5 195 531
ago/20 18 859 21 219 33 770 5 071 606
set/20 26 549 24 068 32 099 5 586 479
out/20 28 843 26 796 33 274 7 870 557
nov/20 25 010 21 351 24 677 6 317 330
dez/20 20 501 20 033 28 946 7 078 412
Total 333 390 334 871 399 078 73 197 6 563
Fonte: SPMS

31 Ministério da Saúde (2021). Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde. Acedido em 25 de fevereiro de 2021, em:
https://transparencia.sns.gov.pt/explore/embed/dataset/atividade-operacional-do-sns-24/table/?sort=ordem&refine.periodo=2020

202 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Gráfico 86. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e


Encaminhamento (2020)
450 000
399 078
400 000

350 000 333 390 334 871

300 000

250 000

200 000

150 000

100 000 73 197

50 000
6 563
0
Serviço de Urgência Autocuidados Cuidados de Saúde Transferência INEM Transferência CIAV
Primários

Fonte: SPMS

Quadro 97. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento


COVID-19 (2020)

ADR
Autocuidados - Isolamento ADR
Coluna1 Cuidados de Saúde
no domicílio Serviço de Urgência
Primários
jan/20 - - -

fev/20 - - -

mar/20 17 601 1 754 13 549

abr/20 24 114 6 438 26 133

mai/20 22 311 7 021 11 132

jun/20 34 276 7 190 12 371

jul/20 30 030 6 583 17 930

ago/20 24 823 8 775 14 550

set/20 75 068 16 290 24 241

out/20 203 849 33 458 35 833

nov/20 301 268 41 603 31 440

dez/20 200 297 30 224 23 814

Total 933 637 159 336 210 993

Fonte: SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 203


18. SNS DIGITAL

Gráfico 87. Atividade de prestação SNS 24: Triagem Aconselhamento e Encaminhamento COVID-19
(2020)

400 000
374 311

300 000
273 140

254 335

200 000

115 599
100 000
56 685 53 837 54 543
40 464 48 148
32 904

0
mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Fonte: SPMS

Aconselhamento sobre Medicação


O Serviço de Aconselhamento sobre Medicação é um serviço de atendimento de contactos de
teor clínico que disponibiliza o acesso a informação geral relativa a medicamentos não sujeitos a
receita médica, não consubstanciando um ato de prescrição médica.

Serviços informativos (clínico/saúde pública)


O serviço de assistência em saúde pública é um serviço que presta informações gerais em
matéria de saúde pública, disponibilizando ao cidadão informações sobre prevenção de doenças
transmissíveis, estilos de vida e alimentação saudável, entre outras. Neste âmbito continua em vigor
a possibilidade de referenciação de um utente para uma consulta de especialidade mediante um teste
point of care reativo VIH/VHB e VHC (Despacho nº 2522/2018), realizado em farmácias comunitárias
ou mesmo um home test de VIH.

Ainda neste serviço, a pandemia COVID-19 obrigou o SNS 24 a disponibilizar informações que
são constantemente atualizadas, perante a publicação de novas orientações por parte do governo ou
das autoridades de saúde. Em janeiro, foram publicados os primeiros conteúdos informativos sobre
COVID-19, mediante a validação da Direção-Geral da Saúde. Devido ao aumento na procura de
informações e esclarecimentos de dúvidas por parte dos utentes, foram implementadas várias
medidas, como por exemplo a disponibilização de prompts informativas durante o tempo de espera
nas chamadas telefónicas e o reforço da equipa com psicólogos dedicados exclusivamente ao
atendimento de chamadas informativas, permitindo a realocação de horas de enfermagem para o
serviço de TAE.

204 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Adicionalmente, o portal do SNS 24 tem sido outro elemento fundamental para permitir que o
cidadão consiga aceder a informação simples, atualizada e fidedigna. Durante o ano de 2020 este
portal registou os seguintes indicadores:

• Número de utilizadores: 7.566.201

• Número de sessões: 12.528.759

• Visualizações de páginas: 20.293.323

• Duração média da sessão: 1 minuto e 27 segundos

LAP – Linha de Aconselhamento Psicológico

A Linha de Aconselhamento Psicológico (LAP) teve início a 1 de abril de 2020 e assentou numa
parceria entre a SPMS e a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), com o apoio da Fundação
Calouste Gulbenkian (FCG). Este serviço surgiu da necessidade de resposta a potenciais necessidade
de atendimento psicológico em face da pandemia COVID-19. A LAP disponibiliza, assim, um serviço
de aconselhamento psicológico, integrado na linha telefónica do SNS24, tendo por objetivo prestar
apoio a utentes e profissionais de saúde (que se encontrem a prestar cuidados de saúde), tanto em
contexto pessoal, familiar ou laboral, estando disponível 24h por dia 7 dias por semana.

Este serviço é prestado por psicólogos, especialistas em psicologia clínica e de saúde, com
formação em intervenção psicológica em situações de catástrofe e encontra-se acessível a todos os
cidadãos em situação de fragilidade, permitindo a identificação de situações de risco de saúde mental
e orientação para outras entidades.

Após avaliação da situação do utente, o psicólogo pode proceder com o encaminhamento para
o INEM, caso se trate de uma situação emergente ou de perigo para o próprio ou para terceiros. Em
caso de urgência psiquiátrica, o utente pode ser encaminhado para a triagem de enfermagem do SNS
24.

Este serviço também abrange a resposta necessária em matéria de aconselhamento psicológico


a profissionais de saúde vítimas de violência no local de trabalho.

Quadro 98. Atividade de prestação SNS 24: Serviço de Aconselhamento Psicológico (2020)

Coluna1 Utentes Profissionais de saúde

jan/20 - -

fev/20 - -

mar/20 - -

abr/20 6 237 770

mai/20 6 074 528

jun/20 5 420 430

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 205


18. SNS DIGITAL

Coluna1 Utentes Profissionais de saúde

jul/20 6 209 475

ago/20 5 265 520

set/20 6 478 506

out/20 7 137 512

nov/20 5 489 398

dez/20 4 896 308

Total 53 205 4 447

Fonte: SPMS

Gráfico 88. Atividade operacional SNS 24: Serviço de Aconselhamento Psicológico (2020)

8 500

8 000
7 649

7 500
7 007 6 984
7 000 6 684
6 602
6 500

5 850 5 887
6 000 5 785

5 500 5 204

5 000

4 500

4 000
abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Fonte: SPMS

Serviço de Interpretação de Língua Gestual Portuguesa

O Serviço de Interpretação de Língua Gestual Portuguesa, funciona através do atendimento por


videochamada para cidadãos surdos32, tendo passado a ser disponibilizado no site do SNS24, a 21 de
abril de 2020. O serviço resulta de uma parceria entre a SPMS, o Instituto Nacional para a
Reabilitação, I. P. e a Federação Portuguesa das Associações de Surdos 33.

Além de garantir o acesso destes cidadãos a esta linha, esta funcionalidade pode ainda ser
utilizada para assegurar a comunicação entre os profissionais de saúde e o doente surdo, durante o
internamento hospitalar ou em diversas interações no centro de saúde.

32BaseGov (03/11//2020). Contrato N.º 414/2020 - Referência 20200328, Aquisição de Serviços de Aconselhamento Psicológico e Serviços de
Interpretação de Língua Gestual Portuguesa para reforço do SNS 24 no âmbito da pandemia por COVID19. Acedido em 18 de março de 2021,
em: http://www.base.gov.pt/Base/pt/Pesquisa/Contrato?a=7251549
33 SPMS (2021). 2 minutos de leitura - Contacto acessível para cidadão surdo. Acedido em 12 de março de 2021, em:

https://www.sns24.gov.pt/contacto-acessivel-cidadao-surdo/

206 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

O acesso a este serviço é muito relevante no contexto da pandemia pois permite a realização de
uma avaliação do nível de risco clínico das situações reportadas pelo utente, sendo o mesmo
aconselhado e, caso se verifique necessário, encaminhado para a estrutura de cuidados de saúde do
SNS mais apropriada à sua condição. Nos casos em que os sintomas e/ou doença possam ser geridos
com autocuidados, o utente é orientado e acompanhado por contactos de seguimento com tempos
definidos de acordo com a situação.

Quadro 99. Atividade de prestação SNS 24: Serviço de Interpretação de Língua Gestual Portuguesa
(2020)

Videochamadas
Coluna1 Triagens iLGP SNS24 Total
Atendidas
jan/20 - - -

fev/20 - - -

mar/20 - - -

abr/20 29 30 59

mai/20 54 105 159

jun/20 118 251 369

jul/20 66 147 213

ago/20 52 116 168

set/20 69 165 234

out/20 105 184 289

nov/20 206 319 525

dez/20 96 176 272

Total 795 1 493 2 288

Fonte: SPMS

Gráfico 89. Atividade de prestação SNS 24: Triagens realizadas através do Serviço de
Interpretação de Língua Gestual Portuguesa (2020)

250

206
200

150
118
105
100 96
66 69
54 52
50 29

0
abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Fonte: SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 207


18. SNS DIGITAL

Serviços Administrativos
Este serviço refere-se a contactos de teor não clínico, possibilitando o acesso rápido e fácil a
informações gerais (não clínicas), bem como a consulta e o registo a informações administrativas do
cidadão.

As informações gerais podem estar relacionadas com dúvidas sobre entidades prestadoras de
cuidados de saúde ou de outras estruturas, como o horário de funcionamento, a morada, os contactos,
entre outros. Neste contexto, podem ainda ser prestados esclarecimentos sobre os serviços online
disponíveis no Registo de Saúde Eletrónico - Área do Cidadão, incluindo o apoio na sua navegação e
utilização. Adicionalmente existe um conjunto de serviços de outbound relacionados com campanhas
ou alertas informativos, como por exemplo no âmbito da cativação de vales cirurgia. Assim,
continuam em vigor os seguintes serviços:

• Marcação de consultas nos CSP;

• Submissão de requerimentos de isenção de taxas moderadoras por insuficiência económica;

• Campanha outbound de vale cirurgia onde são contactados utentes com vale cirurgia ativo
no sentido de informar sobre este procedimento, e de sensibilizar para uma tomada de
decisão célere sobre a utilização do vale.

Por último, no contexto da pandemia COVID-19, houve a necessidade de se desenhar e


implementar um serviço administrativo de suporte à declaração provisória de isolamento profilático
(DPIP), possibilitando ao cidadão solicitar ajuda no acesso à sua DPIP, aos seus detalhes e respetiva
a validade.

Quadro 100. Atividade operacional SNS 24: Serviços Administrativos e Informativos


- Telefone (2020)

Chamadas
Coluna1
Atendidas
jan/20 17 805

fev/20 14 431

mar/20 12 161

abr/20 4 144

mai/20 22 524

jun/20 22 623

jul/20 24 167

ago/20 21 681

set/20 27 330

out/20 24 118

nov/20 40 415

dez/20 23 658

Total 255 057

Fonte: SPMS

208 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Quadro 101. Atividade operacional SNS 24: Serviços Administrativos e Informativos


- E-mail (2020)

Enfermeiros Administrativos
Coluna1
Tratados Tratados

jan/20 484 8 389

fev/20 576 7 632

mar/20 2 944 34 113

abr/20 945 8 370

mai/20 1 367 7 599

jun/20 1 390 7 884

jul/20 1 550 8 687

ago/20 957 7 441

set/20 1 671 9 711

out/20 2 745 13 556

nov/20 2 200 7 779

dez/20 1 894 10 923

Total 18 723 132 084

Fonte: SPMS

Quadro 102. Resumo de marcação de consultas SNS 24: serviço administrativo (2020)

Saúde Saúde Com Sem


Coluna1 Planeamento familiar Reforço/Recurso Saúde Adulto
Infantil Materna sucesso sucesso
jan/20 56 103 2 352 102 31 2 644 766

fev/20 51 81 1 903 65 21 2 121 709

mar/20 21 47 648 17 8 741 228

abr/20 0 9 41 1 4 55 34

mai/20 21 63 447 13 13 557 421

jun/20 27 52 561 27 20 687 768

jul/20 28 73 559 17 19 696 807

ago/20 24 100 548 23 12 707 799

set/20 40 96 587 30 19 772 1 046

out/20 24 58 467 17 16 582 692

nov/20 18 41 203 10 7 279 58

dez/20 13 27 232 9 10 291 431

Total 323 750 8 548 331 180 10 132 6 759

Fonte: SPMS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 209


18. SNS DIGITAL

Gráfico 90. Marcação de consultas SNS 24: serviço administrativo - com sucesso (2020)

3 000
2 644

2 500
2 121

2 000

1 500

1 000 772
741 687 696 707
557 582
500 279 291
55
0
jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20 set/20 out/20 nov/20 dez/20

Fonte: SPMS

Quadro 103. Atividade operacional SNS 24: Outbound – Vale Cirurgia

Chamadas realizadas
Coluna1 Tentativas de chamada % Sucesso
com sucesso

jan/20 18 842 7 322 38,9%

fev/20 12 448 4 756 38,2%

mar/20 817 322 39,4%

abr/20 3 0 0,0%

mai/20 0 0 -

jun/20 21 160 8 064 38,1%

jul/20 27 023 10 419 38,6%

ago/20 18 659 7 575 40,6%

set/20 3 944 1 503 38,1%

out/20 1 863 392 21,0%

nov/20 4 975 1 638 32,9%

dez/20 8 624 3 248 37,7%

Total 118 358 45 239 38,2%

Fonte: SPMS

SNS24 Balcão
O SNS24 Balcão é um novo espaço que permite facilitar o acesso dos cidadãos aos vários serviços
digitais do SNS, de forma rápida, mais próxima e segura. Trata-se de espaços geridos por Entidades
externas ao SNS (municípios, juntas de freguesia) que aderiram ao protocolo entre a Administração
Regional de Saúde (ARS) do Norte e a SPMS, tendo por objetivo, facilitar e promover o acesso aos
serviços digitais e de telessaúde entre os cidadãos e os profissionais de saúde do SNS, através de

210 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

criação de condições de maior proximidade, contribuindo deste modo, para a redução de barreiras
em lidar com os meios técnicos ou mesmo pela sua inexistência.

Foram inauguradas as primeiras 8 unidades de SNS24 Balcão a 22 de dezembro de 2020 34,35.

Entre os diversos serviços, prestados nos Balcões do SNS24, destaca-se a marcação de consultas,
a renovação de receitas de medicamentos, a realização de teleconsultas, a consulta de resultados de
exames, o acesso às guias de tratamento, a avaliação de sintomas, entre outros.

18.2 Sistema Integrado de Gestão do Acesso no SNS

O Decreto-Lei n.º 44/2017, de 20 de abril, procedeu à criação do Sistema Integrado de Gestão


do Acesso ao SNS, que inclui os mecanismos do Livre Acesso e Circulação.

O SIGA constitui-se como uma oportunidade de melhorar o acesso dos utentes ao SNS, com
impacto geral nos serviços prestados pelos hospitais, nos cuidados primários e na resposta aos
utentes.

SICTH - Sistema Integrado para gestão do acesso à primeira consulta hospitalar


O sistema integrado de referenciação e de gestão do acesso à primeira consulta de especialidade
hospitalar, designado por programa Consulta a Tempo e Horas, criado em 2008 e integrado no SIGA
em 2017, é suportado por um sistema informático que permite monitorizar a referenciação dos
pedidos de primeira consulta de especialidade hospitalar, com origem nos cuidados de saúde
primários, estando prevista a extensão dessa monitorização aos pedidos intra e inter-hospitalares.
A implementação plena do SIGA permitirá abranger a monitorização de todas as primeiras
consultas hospitalares realizadas nas entidades do SNS.
Em 2020, através do CTH foram monitorizadas 32,6% do total de primeiras consultas realizadas,
uma diminuição de 2,5%. em relação a 2019.
Gráfico 91. Peso das primeiras consultas CTH no total de primeira consulta

50%

40%
34,2% 34,7% 35,1%
33,9%
32,7% 32,6%
31,3%
28,8%
30% 26,4%
23,9%

20%

10%
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: ACSS

Governo da República Portuguesa - Ministério da Saúde. (22/12/2020), Saúde digital | SNS 24 Balcão. Notícias da Saúde. Acedido em 15 de
34

março de 2021, em: https://www.sns.gov.pt/noticias/2020/12/22/servicos-digitais-de-saude-sns-24-balcao/


35 Governo da República Portuguesa - Ministério da Saúde. (09/03/2021), SNS 24 Balcão. Notícias da Saúde. Acedido em 15 de março de 2021,
em: https://www.sns.gov.pt/noticias/2021/03/09/sns-24-balcao/

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 211


18. SNS DIGITAL

SIGLIC - Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia

O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, criado em 2004, pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 79/2004, de 24 de junho, efetua, através de uma base de dados
centralizada, a gestão integrada da resposta do SNS no âmbito da cirurgia programada.

O SIGIC é gerido através de um sistema de informação centralizado, o SIGLIC, o que contribui


para a monitorização do tempo de acesso à cirurgia, além do controle e avaliação, de forma integrada,
de todo o processo de gestão da Lista de Inscritos para Cirurgia.

O SIGIC também está integrado no SIGA SNS, permitindo assim monitorizar a continuidade da
resposta programada aos utentes e rentabilização da capacidade instalada no SNS, com ganhos ao
nível da melhoria da eficiência da resposta cirúrgica e do cumprimento dos TMRG.

A aplicação SIGLIC tem como objetivo o cumprimento do regulamento do SIGIC, tendo um papel
fundamental na centralização dos dados de todos os hospitais da rede SNS, independentemente do
seu sistema hospitalar e nos processos relacionados com as transferências de utentes entre hospitais,
públicos ou privados convencionados.

18.3 SClínico Hospitalar

O sistema de informação SClínico é atualmente utilizado por mais de 62 mil profissionais de


saúde do SNS e está instalado em 96 unidades hospitalares.

Além dos módulos de Gestão, Consulta Externa, Hospital de Dia, Internamento, Nutrição e
Alimentação, MCDT, Triagem, Urgência e Bloco Operatório, o SClínico Hospitalar integra dois novos
módulos, nomeadamente a VCI – Visão Clínica Integrada (que substituirá a funcionalidade atual de
processo clínico eletrónico) e o BI Hospitalar (business intelligence para profissionais).

Assim, e no decorrer do ano 2020, destaca-se o seguinte nesta área:

• A migração de um serviço de Urgência para o SClínico Hospitalar (Unidade Local de Saúde da


Guarda);

• A Implementação de integração de medicação, análises e exames na Unidade Local de Saúde


da Guarda;

• A disponibilização de Notas de Alta de Internamento para o Registo de Saúde Eletrónico


(Área do Profissional e Área do Cidadão);

• O projeto piloto no Hospital Garcia de Orta para Whiteboard digital, em substituição do


quadro branco das salas de enfermagem;

• A implementação da Normalização das atitudes terapêuticas com base no Catálogo Nacional


de Atitudes Terapêuticas;

212 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

• A implementação de nova funcionalidade para registo de informação estruturada no âmbito


de antecedentes pessoais e familiares;

• A implementação da funcionalidade de triagem de pedidos de colaboração;

• A implementação da funcionalidade que permite aos utilizadores com perfil enfermeiro


efetuarem transferência de serviço e reserva de cama;

• O acesso a relatório de informação do INEM no módulo da triagem;

• A implementação de melhorias nos vários módulos e perfis, ao nível da usabilidade e da


qualidade dos dados.

No que concerne à plataforma de BI SClínico Hospitalar, uma plataforma de business intelligence


no âmbito clínico, que permite aos profissionais de saúde e instituições um novo olhar sobre a sua
prática assistencial, em 2020 foram realizadas evoluções e adaptações, com o objetivo de otimizar o
acesso à informação, aumentar a eficiência dos serviços.

Em 2020 destaca-se:

• A disponibilização de uma nova análise que permite disponibilizar o número de vagas por
unidade de cuidados intensivos e intermédios. Esta informação de monitorização do estado
de ocupação das camas é recebida com atualização em tempo quase real (10 minutos de
atraso máximo);

• A criação de novos indicadores de Gestão: análise de consultas (visão médico e enfermeiro)


e Hospital de Dia;

• A otimização de processos/performance de processos ETL e relatórios/dashboards.

Visão Clínica Integrada


A Visão Clínica Integrada, uma funcionalidade do SClínico Hospitalar, apresenta-se como o novo
processo Clínico Eletrónico.

Em 2020 deu-se continuidade à consolidação dos desenvolvimentos das interfaces que


simplificam o acesso à informação e melhoria da usabilidade.

A consolidação da informação, a disponibilização aplicacional no âmbito dos projetos de cross-


borders (projeto gerido pela SPMS, em estreita ligação com entidades da Saúde de outros países
membros da União Europeia), o alargamento a outros âmbitos como cirurgia de ambulatório, a
disponibilização na VCI dos registos efetuados na aplicação ICARE do INEM, foram alguns dos
desenvolvimentos efetuados para dar resposta à melhor entrega da visão clínica integrada do utente
aos profissionais.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 213


18. SNS DIGITAL

18.4 Sistema de Informação para a Morbilidade Hospitalar

Em 2020, contabilizaram-se mais de 800 médicos codificadores clínicos com acesso a esta
ferramenta para procederem à codificação clínica de ICD10CM/PCS. Recorde-se que o Sistema de
Informação para a Morbilidade Hospitalar (SIMH) se destina à recolha de dados administrativos,
codificação clínica de diagnósticos e procedimentos em ICD10CM/PCS por médicos codificadores, e
agrupamento de episódios de internamento, cirurgia de ambulatório e parte do ambulatório médico
em Grupos de Diagnósticos Homogéneos.

O SIMH possibilita que a codificação seja efetuada online diretamente pelos médicos
codificadores, possuindo auxiliares, motores de pesquisa e alertas à codificação clínica que
proporcionam uma codificação clínica efetuada de forma mais célere e correta.

Este sistema encontra-se disponibilizado em todas as instituições hospitalares integradas no


SNS, bem como em alguns hospitais do sector social e do sector privado, existindo a importação
semanal de dados para uma base de dados central – a Base de Dados de Morbilidade Hospitalar
(BDMH), num total de mais de 6 milhões de episódios codificados desde 2017 (ano da
implementação da ICD10CM/PCS). Esta BD tem como principal vantagem permitir uma
caracterização sistematizada, normalizada e transversal para todo o SNS, dos diagnósticos e
procedimentos dos utentes agudos, com impacto potencial de melhorias na produção/morbilidade
hospitalar, na investigação, no financiamento, na contratualização e na faturação do hospital.

18.5 BI para a Morbilidade Hospitalar

Com base na informação residente na BDMH, é possível disponibilizar às instituições


hospitalares o BI para a Morbilidade Hospitalar, retornando informação dos episódios codificados
por todas as instituições.

Esta ferramenta constitui-se como uma ferramenta de exploração de dados, contando com
dashboards customizados centralmente e uma área para análises ad-hoc permitindo, por exemplo, a
realização de análises comparativas e de benchmarking em unidades hospitalares do mesmo grupo.
Em 2020 contou com cerca de 400 utilizadores e mais de 10.000 sessões de trabalho.

18.6 Sistema de Gestão de Entidades de Saúde


O Sistema de Gestão de Entidades de Saúde constitui-se como um repositório central de
entidades de saúde, que alberga toda a sua informação caracterizadora, específica para o SNS como
equipamentos e instalações, acordos e convenções e, mais recentemente, locais de prescrição. Este é
fiável e permanentemente atualizado, habilitado a partilhar dados com todos os sistemas de
informação, eliminando a redundância de informação e promovendo a melhoria da qualidade dos
dados relativos a entidades de saúde existentes nos diversos sistemas de informação.

Em 2020, o SGES é constituído pelos módulos:

214 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

• Entidades e Estabelecimentos: Contempla a caracterização geral das Entidades, dos seus


Estabelecimentos (unidade financeira e organizacionalmente dependente da Entidade) e
respetivos Locais de Prescrição.

• Equipamentos: Contempla a identificação e caraterização dos equipamentos médicos


pesados, assim como o registo de produção efetuada.

• Instalações: Contempla a caracterização das instalações das entidades hospitalares do SNS.

• Acordos e Convenções; Contempla a caracterização dos acordos e convenções existentes no


SNS e constitui a base para a disponibilização dos acordos e convenções aos sistemas de
informação que carecem deste tipo de dados.

18.7 SClínico Cuidados de Saúde Primários

O SClínico Cuidados de Saúde Primários é um sistema de informação evolutivo que surge da


experiência com duas anteriores aplicações usadas por médicos, enfermeiros e outros técnicos de
saúde: o Sistema de Apoio ao Médico e o Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem.

Esta ferramenta, desenvolvida pela SPMS, está implementada em mais de 300 instituições,
sendo utilizada por cerca de 18 mil profissionais.

Em 2020 foram disponibilizadas um conjunto de funcionalidades que contribuíram para o


melhor acompanhamento dos utentes por parte dos profissionais, principalmente no âmbito de
atividade COVID-19, tais como:

• Disponibilização do perfil de Assistente Social, melhorando a partilha de dados entre os


profissionais de saúde;

• Possibilidade de realizar consultas de todas as especialidades sem a presença local dos


utentes, contribuindo para as medidas preventivas de combate à pandemia;
• Agregação de requisições desmaterializadas de exames e meios complementares de
diagnóstico, de forma a potenciar a desmaterialização;
• Implementação dos circuitos de referenciação nos CSP em locais piloto.

O SClínico CSP insere-se na estratégia definida pelo Ministério da Saúde para a área de
informatização clínica do SNS, que prevê a uniformização dos procedimentos dos registos clínicos,
de forma a garantir a normalização da informação.

O acesso a informação clínica variada do utente, a utilização e partilha dos dados com
profissionais de saúde de diversas áreas e a sua sistematização, permite homogeneizar as práticas e
a informação recolhida a nível nacional promovendo um melhor apoio, assistência e
acompanhamento ao utente.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 215


18. SNS DIGITAL

18.8 Sistema de Informação para a Saúde Oral

O SISO é uma aplicação web acedida por serviços públicos e por prestadores privados que inclui
todas as funcionalidades necessárias à gestão do Programa, a partir de qualquer nível da
administração do sistema de saúde, disponibilizando dados sobre a oferta de cuidados, o número e
tipo de beneficiários, a utilização dos cheques dentista, a saúde oral dos utentes e permitindo,
também, o acompanhamento da execução do programa na vertente da sua integração com o
Programa de Saúde Escolar, o controlo da faturação e pagamento dos atos terapêuticos e, ainda, a
emissão dos cheques dentista.

A informação referente à atividade desta área para 2020 encontra-se explanado no capítulo 3.4
deste relatório.

18.9 Sistema de Informação sobre Benefícios Adicionais em Saúde

Considerando a necessidade de apoiar a população idosa, a quem foi atribuído o Complemento


Solidário para Idosos, que despende grande parte dos seus recursos com a saúde, nomeadamente
com a compra de medicamentos e outros bens com baixa comparticipação do Estado, foi instituída a
atribuição dos Benefícios Adicionais de Saúde (BAS), com vista à redução das desigualdades e
melhoria da sua qualidade de vida.

Para operacionalização dos BAS foi implementado um sistema informático centralizado na ACSS,
o sistema de Informação sobre Benefícios Adicionais em Saúde, disponibilizado via web e acedido
pelos ACES e respetivas Unidades Funcionais. Através do SISBAS é realizado o registo dos pedidos de
reembolso e despesas efetuadas e ainda não reembolsadas, bem como a transmissão da informação
referente às respetivas ordens de pagamento e à efetiva liquidação dos reembolsos.

A informação referente aos Benefícios Adicionais de Saúde para 2020, encontram-se disponíveis
no capítulo 14 do presente relatório.

18.10 Sistema de Gestão de Transporte Não Urgente de Doentes

O Sistema de Gestão de Transporte de Doentes é um sistema de informação que suporta as


atividades e a gestão integrada do processo de transporte não urgente de doentes, desde a sua
requisição à respetiva contabilização, no quadro de intervenção de todos os seus intervenientes.

Os dados do ano de 2020 referentes ao Transporte não Urgente de Doentes encontram-se


disponíveis no capítulo 11 do presente relatório.

18.11 Registo de Saúde Eletrónico

O Registo de Saúde Eletrónico disponibiliza um sistema central de registo e partilha de


informação clínica, obedecendo aos requisitos emanados pela Comissão Nacional de Proteção de
Dados. Esta plataforma permite o acesso a informação dos cidadãos, através da criação do Registo de

216 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Saúde Eletrónico, aos profissionais de saúde em diversos pontos do SNS (hospitais, urgências,
cuidados primários, rede nacional de cuidados continuados), sem os deslocar das bases de dados
locais. O acesso aos dados só é possível após ter sido autorizado pelo utente na Área do Cidadão

(https://servicos.min-saude.pt/utente/), que tem ainda a possibilidade de auditar os acessos

realizados à sua informação, através do menu de ‘Histórico de Acessos’ e gerir a sua informação,
através da Área do Cidadão no Portal SNS.

No que diz respeito à segurança para o utente, esse benefício traduz-se no acesso, pelos
profissionais de saúde, a toda a informação disponível sobre o utente, independentemente do seu
local de registo, sempre com a concordância e autorização do próprio, responsável pelos seus dados.
Essa situação traduz-se, igualmente, no apoio à boa prática clínica, uma vez que o contexto dessa
prática ficará alicerçado num mais amplo e fidedigno conjunto de informação, dado que agrega todo
o conhecimento registado isoladamente sobre o utente em cada uma das organizações.

O acesso à informação pelo RSE está disponível através de quatro portais específicos, seguros e
contextualizados.

Área do Cidadão do Portal SNS


A Área do Cidadão disponibiliza serviços eletrónicos, procurando promover o acesso aos
serviços de saúde, o acesso do cidadão à sua própria informação e a simplificação e agilização de
processos.

O ano de 2020 permitiu, para além de continuar a disponibilizar diversos serviços digitais,
fornecer um conjunto de serviços adicionais no âmbito da pandemia do COVID-19.

Assim, é possível ao cidadão aceder aos seguintes serviços digitais, a partir da Área do Cidadão
do Portal SNS:

• Consultar os dados do Utente no RNU;

• Adicionar contactos de emergência;

• Gerir autorizações de acesso à informação;

• Consultar o histórico de acessos;

• Consultar os episódios de saúde;

• Consultar os Cartões de Pessoa com Doença Rara;

• Registar dados clínicos por parte do cidadão;

• Consultar e imprimir o Testamento Vital, de acordo com o registo no RENTEV;

• Anexar documentos pertinentes;

• Ativar e acompanhar o Plano Individual de Cuidados;

• Responder ao questionário de saúde;

• Efetuar o rastreio de calculadora de diabetes;

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 217


18. SNS DIGITAL

• Registar e consultar medições (IMC, Glicémia, Tensão Arterial, Colesterol, Triglicéridos,


Saturação O2, INR, Ritmo Cardíaco);

• Consultar Boletim de Vacinas;

• Consultar Boletim de Saúde Oral;

• Consultar certificado de incapacidade temporária

• Algoritmo para a COVID-19;

• Consultar DIP;

• Teleconsulta;

• Consultar o Calendário de Utente;

• Marcar consulta para o médico de família na sua unidade de saúde dos cuidados de saúde
primários;

• Consultar o estado de referenciação dos pedidos efetuados dos hospitais para os cuidados
de saúde (apenas para alguns hospitais);

• Consultar a Lista de Inscritos para Cirurgia;

• Consultar Resultados de Exames (já disponível para alguns laboratórios privados);

• Consultar Guias de Tratamento;

• Consultar as Guias de Tratamento dos Cuidados Respiratórios Domiciliários;

• Pedir renovação de prescrição médica de medicação crónica;

• Pedir e consultar informação relacionada com a mobilidade de doentes;

• Pedir isenção de taxas moderadoras (para o próprio e por outro utente);

• Contactar a unidade de saúde onde o cidadão está inscrito;

• Consultar os benefícios SNS;

• Consultar dívidas existentes sobre as taxas moderadoras em algumas instituições do SNS.

Como referido anteriormente, caso o cidadão assim o autorize, toda a informação por este
registada na Área do Cidadão do Portal SNS, pode ser partilhada com os profissionais de saúde que o
acompanham, simplificando o processo de recolha de informação e acompanhamento dos utentes.
Adicionalmente, e nos termos da Lei n.º 52/2014, de 25 de agosto, o cidadão pode autorizar a partilha
do seu Resumo de Saúde a profissionais de saúde de outros Estados-Membros para que o possam
consultar em situação de emergência médica.

O quadro que se segue apresenta a evolução do número de utentes inscritos na Área do Cidadão
que, tal como observado em anos anteriores, continua a registar um acréscimo.

218 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Quadro 104. Evolução do número de utentes inscritos na Área do Cidadão

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Número Utentes
inscritos na Área 177 226 323 709 585 604 743 645 892 387 1 163 100 1 421 854 1 650 311 2 080 627 2 238 636 2 489 915
do Cidadão

Fonte: SPMS

Área do Profissional do Portal SNS


A Área do Profissional é uma plataforma que permite o acesso, pelos profissionais de saúde
(médicos e enfermeiros), à informação clínica do utente. A informação que o utente disponibiliza na
Área do Cidadão e cuja consulta é por ele autorizada, permite ao profissional de saúde obter alguns
indicadores relevantes para o conhecimento, diagnóstico e tratamento do utente.

O acesso a esta Área do Profissional é efetuado através do sistema informático utilizado pelo
prestador de serviços de saúde e está disponível em instituições públicas e privadas,
disponibilizando acesso a informação constante das bases de dados locais.

Este portal permite a intercomunicação entre os sistemas de informação de cada uma das
instituições de saúde do SNS, viabilizando, assim, a agregação e visualização da informação de saúde
dos utentes registados, quando e onde for necessário.
O processo de acesso e visualização das imagens e relatórios do utente no SNS tornou possível
que os MCDT que tenham sido efetuados nos hospitais, com autorização do utente, possam ser
consultados, em qualquer ponto do SNS em que ele se encontre, durante o processo de prestação de
cuidados.

O RSE Live constitui-se como uma área geral para aplicação da telemedicina, que permite a
teleconferência com utentes e entre entidades do SNS para aqueles que dispõem de computador
pessoal com webcam para realização de uma teleconsulta, com partilha de imagens e outros
documentos.

No âmbito da disponibilização do Registo de Saúde Eletrónico foram criados novos mecanismos


de integração de dados, dos quais se destacam a integração com farmácias e com laboratórios
privados.

Esta plataforma surge em substituição da anterior PDS-Live, apresentando um conjunto mais


alargado de funcionalidades e total integração com o RSE - Área Profissional, RSE – Área do Cidadão,
RSE – Área Administrativa e PEM Mobile, capacitando assim o SNS com uma ferramenta robusta que
permita ao cidadão obter uma consulta, sem se deslocar a uma instituição de saúde, mas também
prover um canal melhorado de comunicação entre profissionais, no âmbito das consultas.

A primeira teleconsulta em tempo real entre um médico e um utente no SNS, recorrendo a esta
plataforma, ocorreu no dia 17 de abril de 2020 (tendo por piloto, o Hospital de Ovar).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 219


18. SNS DIGITAL

A RSE Live, quer no módulo Profissional de Saúde-Utente e como no módulo Profissional-


Profissional, já se encontra ativa em 92 prestadores, desde 5 de junho de 2020, assegurando a
atividade inter e intra-hospitalar.

Com o alargamento da implementação da RSE Live nos CSP, a 14 de agosto de 2020, permitiu a
10 Unidades de Cuidados Continuados, a inclusão da Rede Nacional de Cuidados Continuados
(RNCCI).

Área Institucional
A Área Institucional pretende disponibilizar, à Área do Profissional, um conjunto de estatísticas
referentes ao RSE (backoffice do módulo Vacinas, Gestão de Convocatórias e Estatísticas). Nesta fase,
esta área do portal permite essencialmente a obtenção de dados sobre o uso do sistema para
auditoria e monitorização, e detetar falhas, usos indevidos, e assim contribuir para garantir a
proteção de dados e da privacidade.

Área Administrativa
A Área Administrativa, integrada no RSE, permite fornecer serviços administrativos ao Centro
de Contacto do Serviço Nacional de Saúde - SNS24, nomeadamente o acesso a algumas
funcionalidades já disponíveis na Área do Cidadão, com o intuito de apoiar o atendimento do utente
pelo SNS 24, tais como:

• Marcação de Consultas Online: possibilidade de efetuar marcação de consultas para a


Unidade de CSP do utente.

• Pedido de Isenção de Taxas Moderadoras: possibilidade de consultar e criar


requerimento/reclamação de pedido de isenção de taxas moderadoras, por ano fiscal, de um
utente.

• Referenciação (RSE SIGA, antigo VAI): possibilidade de consultar pedidos de consulta ou


tratamento / partilha de informação de Hospitais (do SNS, Convencionados e Protocolados)
para cuidados de saúde primários.

18.12 Aplicações Móveis

O ecossistema de aplicações móveis disponibilizadas ao SNS pela SPMS, é atualmente


constituído por um conjunto de cinco aplicações, compatíveis com dispositivos Android e iOS. Neste
contexto, destacam-se três aplicações destinadas ao utente (MySNS, MySNS Tempos e MySNS
Carteira) e duas aplicações dedicadas a profissionais de saúde (SICO Mobile e PEM Móvel).

Quanto ao indicador referente ao número de downloads das aplicações móveis MySNS durante
o ano de 2020, identificam-se mais de 300 mil downloads da MySNS (perfazendo um total cumulativo
de 730.546), 2.000 downloads da MySNS Tempos (perfazendo um total cumulativo de 93.965) e
700.000 downloads da aplicação MySNS Carteira (um total cumulativo de 1.231.495).

220 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Relativamente à aplicação PEM Móvel, esta contempla a prescrição de medicamentos por via de
emissão de receitas totalmente desmaterializadas, sendo que a receita/guia de tratamento é
remetida eletronicamente para o utente via SMS ou e-mail e fica, igualmente, disponível na MySNS
Carteira e Área do Cidadão. Em 2020 foi verificado um aumento da utilização desta modalidade de
prescrição, tendo sido realizadas 844.972 prescrições e 2.053.008 embalagens de medicamentos.

Quanto à aplicação móvel SICO Mobile, destinada à emissão de certificados eletrónicos de óbito,
registou um total de 1.024 certificados de óbito emitidos via smartphone ou tablet.

Em 2020, o número de downloads das aplicações para profissionais ascendeu aos 5.000
downloads para a PEM Móvel e 1.700 downloads para o SICO Mobile (um total cumulativo de 1.028).

18.13 Portais SNS


Com o objetivo de melhorar o acesso do cidadão à informação e serviços de saúde, tem sido
prosseguido um trabalho de reforço e padronização da imagem do SNS na internet.

Com a disponibilização, às entidades de saúde, de portais que espelham a uniformização gráfica,


tecnológica e arquitetural dos portais para as instituições com valências equivalentes, tem sido
garantido o cumprimento das linhas orientadoras que deram origem ao revamping do Portal do SNS,
sem que cada instituição perca a sua identidade.

Durante o ano de 2020, foram disponibilizados/reformulados 5 portais para entidades com


realidades específicas de norte a sul do país, contando com um total de 77 portais disponíveis ao
abrigo da Circular Normativa Conjunta, referente à uniformização dos portais do SNS.

Esta centralização de recursos trouxe benefícios de diversos níveis, particularmente a


diminuição de custos com infraestruturas e desenvolvimento aplicacional e de manutenção e a
potencialização das estratégias de comunicação, segurança, usabilidade e acessibilidade,
aproximando cada vez mais o SNS do cidadão.

No âmbito do combate à pandemia de COVID-19, foram desenvolvidas duas ferramentas para


acompanhar os doentes em isolamento profilático, com COVID-19 ou com sintomas. Estas
ferramentas permitem aos utentes, realizar o auto reporte dos seus sintomas e a consequente
vigilância, por parte dos profissionais de saúde.

Auto reporte COVID-19


Os utentes podem aceder a estas ferramentas, designadas por “Registar os meus sintomas” nos
seguintes locais de internet:

• Registo de Saúde Eletrónico – Área do Cidadão - https://servicos.min-saúde.pt/utente

• Portal COVID-19 - https://servicos.min-


saude.pt/covid19/Login?ReturnUrl=%2fcovid19%2f

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 221


18. SNS DIGITAL

Os dados recolhidos através dos formulários, no âmbito da plataforma Trace COVID-19, para
efeitos de gestão de serviços de saúde e monitorização de doentes em autocuidados, com suspeita ou
diagnóstico confirmado de COVID-19.

Um profissional de saúde (médico ou enfermeiro) pode consultar também o reporte destes


sintomas e fazer o acompanhamento no RSE – Área do Profissional, onde tem a possibilidade de
consulta desta informação acedendo no contexto daquele utente.

Portal/formulário sobre a vacinação COVID-19


Foi lançado pelo Governo, a 26 de dezembro de 2020, um portal exclusivamente dedicado ao
processo de vacinação contra a COVID-19, concebido pela DGS e SPMS, em estreita articulação com a
task-force responsável pela elaboração do Plano de Vacinação contra a Covid-19. O portal tem a
finalidade de esclarecer todos os detalhes relativos ao processo de vacinação, que arrancou dia 27 de
dezembro de 202036.

Importa ainda referir que o portal em apreço, a par dos diversos esclarecimentos e informações
prestadas, como a eficácia e segurança sobre as vacinas COVID-19, permite ao cidadão, através de um
simulador, ficar a saber quando poderá ser vacinado (se consta da lista de vacinação e,
especificamente, em que fase de vacinação será contactado pelas autoridades de saúde), após
preenchimento de um formulário online, acessível em https://covid19.min-saude.pt/vacinacao/ ou
no site EstamosON, em https://covid19estamoson.gov.pt/vacinacao-covid19/.

O portal tem sido objeto de atualizações periódicas, ao longo de 2021, relativamente a datas
quanto à execução da campanha de vacinação, bem como outras notícias de relevo e informações
prestadas pela task-force.

O portal com maior destaque neste momento, é o Portal COVID-19: https://covid19.min-


saude.pt/.

18.14 RENTEV – Registo Nacional do Testamento Vital


O sistema informático RENTEV - Registo Nacional do Testamento Vital entrou em vigor em 2014,
e constituiu para o SNS uma melhoria dos direitos e informações e acesso dos cidadãos.

Desde a sua implementação até ao final de 2020, mais de 30 mil portugueses registaram o seu
testamento vital, um documento registado eletronicamente, onde se manifesta o tipo de tratamento
e de cuidados de saúde que se pretende ou não receber, numa situação de incapacidade em expressar
a sua vontade. Este sistema permite ainda, ao cidadão, nomear um ou mais procuradores de cuidados
de saúde.

Dos 33.812 testamentos vitais registados, 22.133 são de mulheres e 11.679 de homens.

36SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. (28/12/2020), Notícias - Portal sobre Vacinação COVID-19. Acedido em 18 de março de
2021, em: https://www.spms.min-saude.pt/2020/12/portal-sobre-vacinacao-covid-19/

222 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

Quadro 105. Evolução de registos do Testamento Vital

2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Total Testamento Vital (TVs) 881 1 168 4 234 11 983 6 064 6 145 3 337

TVs Masculinas 348 424 1 532 4 041 2 036 2 098 1 200

TVs Masculinas (< 65 anos) 134 171 900 2 526 1 350 1 210 753

TVs Masculinas (>= 65 anos) 214 253 632 1 515 686 888 447

TVs Femininas 533 744 2 702 7 942 4 028 4 047 2 137

TVs Femininas (< 65 anos) 242 335 1 495 4 441 2 400 2 284 1 270

TVs Femininas (>= 65 anos) 291 409 1 207 3 501 1 628 1 763 867

Fonte: SPMS

18.15 Receita sem Papel – Desmaterialização Eletrónica da Receita


Através despacho publicado a 25 de fevereiro de 2016, a Receita sem Papel adquiriu caráter
obrigatório a partir de 1 de abril desse ano, para todas as entidades do SNS.

Este modelo eletrónico permite a prescrição, em simultâneo, de diferentes tipologias de


medicamentos, ou seja, a mesma receita poderá incluir fármacos e produtos de saúde
comparticipados com os não comparticipados. O sistema traz vantagens para o utente, já que todos
os medicamentos e produtos de saúde prescritos são incluídos num único receituário.

No ato da dispensa nas farmácias, o utente poderá optar por levantar todos os produtos
prescritos, ou apenas parte deles, sendo possível levantar os restantes em diferentes
estabelecimentos e em datas distintas.

Quadro 106. Evolução do número de receitas com e sem papel

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Número Receitas com Papel - 49 545 541 61 714 082 92 912 147 108 558 894 112 256 823 58 877 162 6 132 715 3 345 729 3 561 282 3 264 617

Número Receitas sem Papel 0 0 0 0 0 22 369 24 260 830 49 139 634 51 787 248 53 357 374 47 234 675

Nota: A partir de 2016, o número total de receitas regista uma diminuição, devido ao facto de conterem
maior número de prescrições por receita. StatLink: https://www.sns.gov.pt/monitorizacao-
Fonte: SPMS do-sns/receita-sem-papel/

Quadro 107. Evolução da prescrição eletrónica do medicamento

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Número Total Receitas
49 545 541 61 714 082 91 991 938 107 652 689 111 488 735 82 185 587 55 272 349 55 132 977 56 918 656 50 291 914
Prescritas Eletrónicas
Número Embalagens
0 0 40 056 827 118 483 474 143 669 386 151 617 588 159 367 756 169 191 414 180 242 687 179 468 389
Prescritas por DCI (CNPEM)
Número Embalagens
Prescritas por Marca por 263 806 298 084 262 094 353 169 365 396 370 264 334 415 321 510
Exceção A

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 223


18. SNS DIGITAL

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Número Embalagens
Prescritas por Marca por 1 010 101 613 685 477 676 462 192 410 172 476 192 479 184 453 347
Exceção B
Número Embalagens
Prescritas por Marca por 19 831 132 21 030 601 15 385 725 14 063 119 12 689 397 12 064 675 11 648 870 10 637 664
Exceção C
Número Embalagens
125 680
Prescritas Sem Necessidade 100 990 433 163 742 332 203 578 066 217 353 398 225 975 970 234 781 398 75 224 987 258 340 854 249 866 822
087
de Justificação Técnica

Fonte: SPMS

A receita eletrónica veio substituir gradualmente a receita em papel, a partir de 2015.

Com a Receita Sem Papel, o cidadão recebe a prescrição por e-mail ou SMS, podendo levantar os
medicamentos em qualquer farmácia e consultar o seu guia de tratamento no tablet ou telemóvel,
através da Área do Cidadão do Portal SNS. Basta registar-se em www.sns.gov.pt/cidadão. É ainda
possível usar a MySNS Carteira para aceder às Guias de Tratamento.

18.16 Exames sem Papel – Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

O projeto Exames Sem Papel visa a desmaterialização de todo o processo associado à realização
de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, preconizando uma alteração de paradigma
quanto à gestão dos recursos do SNS.

A implementação dos Exames Sem Papel incluiu a desmaterialização da prescrição e prestação


de MCDT, tendo atingido uma percentagem de desmaterialização superior a 36%, no final de 2020.

O projeto arrancou com a primeira requisição desmaterializada em julho de 2018, tendo sido
emitidas até ao final do ano de 2020 cerca de 12.045.296 requisições desmaterializadas, contendo
cerca de 58.203.205 MCDT distintos. Paralelamente, até final do ano de 2020 foram prestados
44.741.617 MCDT.

Também no final de 2020, eram já 86 as entidades (79 entidades convencionadas e 7 unidades


do SNS) que se encontravam a partilhar resultados de exames na Área do Cidadão do Portal SNS dos
seus utentes e na área dos seus profissionais de saúde, totalizando 5.694.097 partilhas de resultados
de MCDT (2.216.202 resultados com origem no sector convencionado e 3.477.895 resultados com
origem no SNS). Adicionalmente, verificou-se que 4.375.785 de utentes distintos receberam
requisições desmaterializadas desde julho 2018 até final de 2020.

18.17 Prescrição de medicamentos biológicos


Através da Portaria n.º 48/2016, de 22 de março, estabeleceu-se o regime excecional de
comparticipação de medicamentos biológicos destinados ao tratamento de doentes com artrite
reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil poliarticular e
psoríase em placas. A prescrição dos medicamentos apenas ocorre em consultas especializadas de

224 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

diagnóstico e tratamento das doenças, devendo o médico prescritor mencionar expressamente o


regime excecional.

A prescrição de medicamentos biológico é exclusivamente efetuada pela aplicação PEM.

18.18 Desmaterialização da Prescrição de Cuidados Respiratórios Domiciliários

Em 2019, foi publicado o Despacho n.º 7275/2019, de 16 de agosto, que revogou o Despacho n.º
9405/2014, de 21 de julho, e define os procedimentos relativos à prescrição de CRD a utentes do
Serviço Nacional de Saúde, assim como os relativos à faturação e pagamento aos fornecedores destes
serviços prestados no âmbito dos respetivos contratos públicos de aprovisionamento em vigor.

Neste contexto, realça-se a manutenção da obrigatoriedade da prescrição eletrónica de CRD,


abrangendo as diferentes modalidades de tratamento existentes: oxigenoterapia, ventiloterapia,
aerossolterapia e tratamentos com mais de uma terapêutica, bem como de equipamentos, garantindo
a aplicação das regras e normas da DGS.
O processo de prescrição de CRD encontra-se desmaterializado, sendo disponibilizadas ao
utente as prescrições por SMS, email ou Guia de Prestação e, com o aproximar do fim da validade,
enviado um alerta por SMS para se proceder à sua renovação. Na Área do Cidadão do Portal SNS, o
utente tem, ainda, a capacidade de consultar as suas guias de prestação e de escolher o fornecedor
do serviço.
Em 2020, devido à situação de pandemia internacional que se viveu desde o mês março, e de
forma a reduzir a necessidade de deslocação dos utentes para renovarem as suas prescrições,
definiu-se que estas pudessem ser renovadas automaticamente por via telefónica, email ou com
acesso a videoconsulta, garantindo-se, assim, a continuidade dos tratamentos de CRD, a par da maior
proteção dos utentes que deles necessitam.

18.19 Centro de Controlo e Monitorização do SNS

O Centro de Controlo e Monitorização do Serviço Nacional de Saúde (CCM-SNS) é o único centro


de conferência a nível nacional, responsável por gerir e assegurar todas as atividades relacionadas
com a conferência de faturas (físicas e eletrónicas) e de documentos de prescrição e prestação, com
vista ao apuramento dos valores devidos pelo SNS aos prestadores 37.

O CCM-SNS desenvolve um importante serviço ao nível da identificação e monitorização de


situações anómalas e de potencial desperdício e/ou fraude, dando suporte e colaborando com as
entidades inspetivas, judiciárias e judiciais.

Não estando o CCM-SNS diretamente ao serviço do cidadão, a atividade que desenvolve é


estratégica para a melhoria da eficiência do SNS e para a gestão da despesa pública com cuidados de

37 Decreto-Lei n.º 69/2017, de 16/06

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 225


18. SNS DIGITAL

saúde, bem como para o cumprimento de obrigações legais do Estado, designadamente as


relacionadas com a proteção de dados sensíveis dos utentes.

Em 2020, o CCM-SNS destacou-se pelos seguintes resultados alcançados:

1. Integração no processo de conferência do CCM-SNS dos cheques dentista, biópsia e


diagnóstico utilizados nos médicos dentistas aderentes no âmbito do Programa Nacional de
Promoção da Saúde Oral;

2. Operacionalização do processo de conferência da comparticipação do Estado no preço dos


exames do COVID-19 efetuados nos convencionados do SNS;

3. Relativamente ao processo de conferência introduziram-se controlos adicionais ao nível da


aplicação das regras de negócio;
4. Conclui-se a primeira fase, avaliação do contexto externo, de um projeto a três anos, no
âmbito de uma candidatura SAMA aprovada, que visa o reforço dos controlos, em tempo real,
da conferência da despesa, com vista à consolidação dos mecanismos de controlo do abuso
e desperdício;

5. Desenvolvimento de uma nova área reservada para as Entidades com que se relaciona, numa
tecnologia mais recente, que permitirá um melhor acompanhamento do processo de
apuramento de valores feito no CCM.
6. No âmbito da prevenção da fraude e exploração de informação, foram disponibilizados à
IGAS os relatórios mensais de monitorização da despesa em 5 áreas de conferência, e foram
realizados 13 relatórios em resposta a pedidos de entidades inspetivas/judiciais e 10
relatórios em análises de indícios de fraude ou desperdício.

18.20 Rede Informática da Saúde


Em 2019 concluiu-se a tramitação concursal tendente à contratação dos novos serviços
englobados na RIS2020.

No ano de 2020 procedeu-se à sua implementação conseguindo-se mais valias muito


significativas, ao nível de comunicações no Ministério da Saúde. São melhorias focadas em cinco
vertentes distintas:

1. Incremento massivo na capacidade base das comunicações de dados, assegurando larguras


de banda várias vezes superiores às atuais – mesmo, e especialmente, nos Cuidados de Saúde
Primários. Garantindo-se todas as conexões dos locais em fibra e com larguras de banda
mínimas a 40 Mbits;

2. Disponibilização por todas as entidades do Ministério da Saúde de uma oferta segura e de


qualidade de WIFI gratuito para os cidadãos (WIFI UTENTE), abrangendo as zonas de
permanência de utentes. Salientando-se que 1.249 dos mais de 1.800 locais detêm esta
vertente pela primeira vez;

226 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

3. Reformulação integral do modelo de comunicações de voz nos Cuidados de Saúde Primários,


permitindo oferecer um serviço digital de comunicações unificadas, incorporando a
disponibilização de equipamentos fixos e telemóveis;

4. Uma capacidade significativamente reforçada de atendimento e acompanhamento de toda a


gestão e serviços de suporte nas comunicações do MS;

5. A criação de um serviço dedicado de monitorização e resposta a incidentes de


cibersegurança.

18.21 Registo Oncológico Nacional


A Lei n. º53/2017, de 14 de julho, veio criar e regular o Registo Oncológico Nacional. O RON é
um registo centralizado que agrega numa única plataforma informática os diversos registos de todos
os doentes oncológicos tratados em Portugal Continental e Regiões Autónomas, permitindo a
monitorização da atividade realizada nas instituições, de forma a garantir a uniformidade dos dados
e da informação tratada e possibilitando a sua utilização para avaliação epidemiológica e análise da
efetividade dos rastreios e terapêuticas.

De acordo com o diploma, é obrigatório o registo na plataforma eletrónica do RON de todos os


novos casos de diagnóstico de cancro, por parte de todos os estabelecimentos e serviços de saúde do
setor público, social e privado, independentemente da sua natureza jurídica, localizados no
Continente ou nas regiões autónomas, no prazo máximo de nove meses a contar da data do
conhecimento do diagnóstico, e a posterior atualização, no mínimo anual, do estádio da doença
oncológica, das terapêuticas oncológicas usadas e do estado vital do doente.

Em janeiro de 2018, o RON passou a ser um sistema central sendo que, atualmente, 73
instituições públicas e privadas do continente e da Região Autónoma da Madeira e, ainda, 4 ACES do
continente e 6 centros de saúde da RAM, registam no RON.

Durante o ano de 2019 foi desenvolvido um elevado número de indicadores públicos e privados
a disponibilizar, gradualmente, consoante a aprovação da coordenação nacional.

Desde a centralização têm vindo a ser desenvolvidas integrações com outros sistemas
aplicacionais centrais, tais como, SICO, SIGLIC e SIMH e locais, tais como, aplicações hospitalares de
anatomia patológica, quimioterapia e radioterapia.

18.22 Bilhete de identidade dos cuidados de saúde primários


No final do ano de 2017, foi definido pela ACSS, em conjunto com a Coordenação Nacional para
a Reforma do SNS na área dos cuidados de saúde primários, que o processo de contratualização dos
cuidados de saúde primários, a partir de 2018 e nas suas diferentes fases, seria sustentado na sua
totalidade por uma solução de gestão do conhecimento.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 227


18. SNS DIGITAL

Esta solução foi desenhada, criada e disponibilizada com informação que permitisse caracterizar
todas as unidades funcionais dos CSP, qualificar o seu desempenho de forma integrada e
multidimensional, contribuindo assim para o seu desenvolvimento e melhoria contínua.

Em 2020, verificou-se a autenticação de 6.471 profissionais dos cuidados de saúde primários na


componente restrita da plataforma, e contou com cerca de 1.217.450 visitantes diferentes.

O portal BICSP, nas suas três componentes, foi disponibilizado a 15 de dezembro de 2017 e
passou por desenvolvimentos ao longo do ano de 2018 a 2020, com o objetivo de promover a
existência de informação relevante no âmbito dos cuidados de saúde primários no SNS, destacando-
se:

1. O BI- Self-Service: mecanismo de exploração dos vários modelos de dados construídos,


dando assim resposta às necessidades de informação. Em 2019, esta componente foi
marcada pela disponibilização da caracterização do acesso aos cuidados de saúde
primários;

2. O portal com ferramentas de gestão de conteúdos, garantindo acesso público e privado,


para a monitorização da contratualização dos ACES;

3. A ferramenta para criação dos planos de ação das unidades funcionais (contratualização
interna);

4. A ferramenta para criação dos planos de desempenho dos ACES.

18.23 Registo Nacional de Utentes


O Registo Nacional de Utentes (RNU) é a base de dados nacional, que agrega e identifica de forma
clara e unívoca, os Utentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao abrigo do Despacho
1774-A/2017.

O RNU foi criado com o objetivo de constituir uma base de dados nacional da inscrição dos
Utentes do SNS, a qual integra, para além dos dados de identificação, a caracterização da inscrição
dos Utentes nos cuidados de saúde primários, a afetação a um médico de família e a equipa de saúde
familiar, privilegiando a inscrição do agregado familiar, e respeitando a padronização legalmente
prevista, entre outras.

Em 2017, com a publicação do Despacho 1774-A/2017, o RNU vigora como fonte de informação
para a identificação do Utente no SNS, sendo obrigatório que todos os sistemas em uso nas
instituições do SNS tenham o RNU como fonte única de dados de identificação do Utente.

Em 2020foram disponibilizadas um conjunto de funcionalidades, que contribuem para a


melhoria dos processos e que promovem a identificação unívoca do Utente no SNS, resultando:

228 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

1. Na implementação do Número Nacional de Utente (NNU): Ao abrigo do Despacho


n.º 1774-A/2017, artigo 3º, a inscrição de utentes no RNU resulta na atribuição de um
número único, nacional, denominado por Número Nacional de Utente – NNU;

2. Na operacionalização do Despacho nº 3863 – B/2020que determina várias medidas de


forma a garantir os direitos de acesso de todos os cidadãos estrangeiros com processos
pendentes no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras;

3. na evolução Tecnológica da integração do Processo de Cartão de Cidadão;

na evolução Tecnológica da integração com o Sistema de Informação dos Certificados de


Óbito (SICO

18.24 Centro Nacional de TeleSaúde


O Centro Nacional de Telesaúde (CNTS) integra as atribuições e competências da SPMS 38, tendo
desenvolvido diversas iniciativas de promoção e desenvolvimento da telessaúde ao longo de 2020,
destacando-se as que se apresentam de seguida.

Teleconsulta em tempo real


A teleconsulta consiste numa consulta realizada à distância, entre profissionais de saúde ou
entre o profissional de saúde e o utente, com recurso às tecnologias de informação e comunicação,
com registo obrigatório no processo clínico do utente. A SPMS desenvolveu a nova plataforma de
telessaúde - RSE LIVE - que permite a realização de teleconsultas em tempo real diretamente com os
utentes no domicílio e entre profissionais de saúde.

O processo de implementação e alargamento da RSE Live iniciou-se em abril de 2020 com o


módulo Profissional de Saúde – Utente em 3 hospitais encontrando-se finalizada a implementação no
universo SNS e também em entidades do Setor Social. Em agosto de 2020 foi disponibilizado o acesso
do utente à Teleconsulta pela MySNSCarteira, para além da RSE Área do Cidadão.

Para efeitos de teste, realizou-se, com sucesso, uma teleconsulta de teste Médico-Utente com o
Hospital da Horta nos Açores.

Distribuição de equipamentos de suporte à atividade de teleconsulta


Tendo por objetivo a promoção e adoção da teleconsulta (e a importante relevância que este
instrumento assume, no âmbito da pandemia de COVID-19), tem sido facilitado a distribuição de kits
de telesaúde (constituído por câmara web e colunas de som).

Em 2020, foram distribuídas 883 câmaras web e colunas a várias unidades do SNS, como
instrumento para a concretização da atividade de teleconsulta em tempo real.

38 Decreto-Lei n.º 69/2017, de 16 de junho

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 229


18. SNS DIGITAL

Televigilância COVID-19 – Plataforma TraceCOVID-19


No âmbito das diferentes medidas adotadas no contexto da pandemia internacional causada
pelo SARS-CoV-2 foi desenvolvido pela SPMS, em articulação com a DGS, a plataforma TraceCOVID-
19.

Esta plataforma consiste num sistema de informação para gestão da vigilância clínica e de saúde
pública, permitindo acompanhar os utentes positivos ou os utentes que contactaram com estes.

A plataforma Trace COVID-19 serve de suporte aos profissionais de saúde, das equipas de
cuidados de saúde primários, hospitalares, bem como das equipas de Saúde Pública ou das
Autoridades de Saúde, possibilitando a realização de registos sobre o acompanhamento, a consulta
de informação específica sobre cada um dos casos ou do respetivo rastreio de contactos, vigilâncias
ou autovigilâncias anteriores, para assegurar a continuidade da vigilância a utentes com suspeita ou
confirmação de COVID-19.

Ao longo de 2020 foi possível concretizar evoluções na plataforma, quer a integração com o
serviço de teletriagem do canal telefónico do SNS24, como a disponibilização de página web para
autorepot pelo utente (registo de sintomas). Desenvolver e manter o TraceCOVID-19, garante assim
a vigilância de casos no domicílio e o acompanhamento da evolução da pandemia, apoiando a
coordenação epidemiológica nacional.

Importa referir que a SPMS, em parceria com a DGS, foi distinguida a 15 de dezembro de 2020,
pela International Hospital Federation (IHF), com a solução “Self-Report & TraceCOVID-19”, através
do programa de reconhecimento internacional IHF Beyond the Call of Duty for COVID-1939. A distinção
resulta do reconhecimento de um júri internacional, composto por um painel de 16 especialistas de
saúde, representantes de diversos organismos membros da IHF, galardoando as entidades que
“proactivamente colocaram em prática respostas ou ações organizacionais de excelência e com caráter
inovador no combate à pandemia COVID-19 (…)”.

Trata-se da terceira distinção, atribuída ao modelo “Self-Report & TraceCOVID-19”. O projeto já


tinha merecido uma menção honrosa, no decorrer da 7ª edição dos Prémios Healthcare Excellence,
em novembro de 2020, e posicionou-se como finalista do prémio IPPS, atribuído pelo ISCTE Políticas
de Saúde, na categoria de Administração Central.

Teleformação
No contexto da promoção e adoção das teleconsultas, importa referir que tem vindo a ser
desenvolvido diversas ações de formação, com o objetivo de capacitar os profissionais de saúde para
a sua utilização, recorrendo à plataforma de e-learning da Academia SPMS.

39 International Hospital Federation: Beyond the Call of Duty for COVID-19 Program. Acedido em 22 de março de 2021, em: https://www.ihf-
fih.org/beyond-the-call-of-duty-for-covid-19/organizations/spms-and-dgs/

230 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


18. SNS DIGITAL

A SPMS/CNTS realizou nos primeiros 2 trimestres, 11 ações que permitiram a capacitação de


profissionais de saúde à distância:

• 3 LAM com 900 participantes (entre 14/3 e 30/3);

• 9 webinares TraceCovid-19 com cerca de 6.000 participantes;

• 2 webinares Telessaúde, Teleconsulta e RSE Live com 1.200 participantes;

• 7 edições que totalizam 784h de formação e 196 formandos sobre RSE Live na Academia
SPMS em formato eLearning;

A SPMS, em parceria com a AMA, mediou a organização de 6 Cursos de ativação de CMD em 6


entidades de CSH para 85 formandos.

Em novembro de 2020, foram ministrados o Curso sobre Telessaúde e o Curso sobre


teleconsulta e telemonitorização, ambos em parceria com a Academia APAH, prevendo-se uma nova
edição do Curso sobre Telessaúde, a decorrer em 2021.

Telemonitorização
A SPMS/CNTS desenvolveu um trabalho de análise das experiências existentes no SNS, nas áreas
da DPOC, ICC e EAM. Foram realizadas entrevistas telefónicas aos profissionais de saúde que
dinamizam Programas de Telemonitorização no SNS.

Plataforma de Telemonitorização
Em 2020 foi iniciado um trabalho de análise e definição do processo de desmaterialização da
monitorização de utentes no seu domicílio. Foi assim iniciado o percurso de construção de uma base
tecnológica que permite a prestação digital do serviço de telemonitorização.

O objetivo principal desta Plataforma será dotar as demais unidades do Serviço Nacional de
Saúde de uma solução tecnológica que responda ao acompanhamento e monitorização de utentes no
domicílio, ou seja, à distância, permitindo uma experiência integrada do profissional de saúde e
centrada na necessidade do utente, independentemente da patologia ou do nível de cuidados.

A solução aqui em causa permitirá o registo de parâmetros biométricos e a comunicação de


autoavaliações realizadas pelo cidadão, com o propósito de incentivar o registo digital e de quebrar
fronteiras físicas no acesso a serviços, assegurando cuidados personalizados e seguros, quer seja a
nível local, regional ou nacional. São de salientar, em 2020, as seguintes ações:

• Revisão do Plano Estratégico Nacional para a Telessaúde (PENTS) – Foram iniciados em


setembro os trabalhos de revisão do PENTS e desenvolvido o Plano Operacional 2021-2022;

• Avaliação e partilha de boas práticas – No âmbito das ações de acompanhamento de


iniciativas de telessaúde foram identificadas boas práticas de documentação (Ex: Fichas de
Serviço, Fichas Técnicas) e publicadas no site do CNTS para divulgação e partilha;

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 231


18. SNS DIGITAL

• Promoção e dinamização da rede nacional de promoção da telessaúde - Constituída por


coordenadores regionais de telessaúde nomeados pelas ARS e pelos promotores internos de
telessaúde nomeados pelas instituições dos cuidados de saúde hospitalares e dos cuidados de
saúde primários, sendo realizadas reuniões mensais com os Coordenadores Regionais de
Telessaúde, nomeados pelas cinco ARS.

18.25 Plano de Operacionalização da Estratégia de Testagem em Portugal

A crise pandémica suscitou profundas alterações às sociedades, “com custos humanos e


económicos sem precedentes”40 , tendo a Organização Mundial de Saúde (OMS) identificado a
urgência da adoção de medidas que promovam a prevenção e contenção do vírus SARS-CoV-2 a nível
mundial, particularizando o rastreio de contacto do vírus nas populações, como elemento-chave para
uma resposta eficaz à contenção da evolução da pandemia.

Nesse sentido, Portugal tem vindo, desde o início da pandemia, a adotar os princípios fulcrais
identificados pela OMS, de “Testar, Seguir, Rastrear, Isolar”.

18.26 Compras Públicas da Saúde

As Compras Públicas na Saúde assumem um papel fulcral, assegurando a centralização da


aquisição de bens e serviços específicos para os órgãos do Ministério da Saúde e entidades do Serviço
Nacional de Saúde.

No âmbito da COVID-19, foram desenvolvidas pela SPMS atividades e iniciativas relevantes. No


caso da reserva estratégica (avaliada, reforçada e gerida centralmente pela DGS), foi disponibilizado
um ficheiro partilhado e um dashboard com as aquisições, para que todos os interlocutores
(entidades centrais) tenham acesso e visão global em tempo real a todas as aquisições e ao registo
do que se encontra a ser libertado e para quem.

Ao abrigo do processo de Joint Procurement da União Europeia, foram adjudicadas propostas


para óculos de proteção/viseiras, proteção facial, respiradores FFP2 e máscaras cirúrgicas.
Desenvolveu-se análise e partilha de informação quanto aos procedimentos relativos a equipamento
de laboratório para amostragem e diagnóstico e ainda medicamentos (em especial, terapêuticas sob
investigação e medicamentos usados em cuidados intensivos).

40Despacho n.º 2922/2021, de 18 de março. Diário da República n.º 54/2021, Parte C, Série II de 2021-03-18. Gabinetes da Secretária de Estado
de Recursos Humanos e Antigos Combatentes e do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde. Lisboa.

232 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


19. RESPOSTA DO SNS À COVID-19

19. Resposta do SNS à COVID-19


O ano de 2020 é marcado pelo surgimento do vírus SARS-COV-2 e da doença COVID-19
classificada pela OMS como pandemia, que desafiou a capacidade de resposta de inúmeros sistemas
de saúde, entre os quais o SNS português.

No contexto da situação epidemiológica associada ao novo Coronavírus, foram adotadas


medidas tendo em vista a preparação, contenção, mitigação e tratamento da infeção por SARS-COV-
2 (e da doença COVID-19), quer num quadro de excecionalidade mediante articulação e colaboração
entre os Órgãos de Soberania (Presidente da República, Assembleia da República e Governo), quer
num quadro de normalidade através do exercício dos poderes executivos conferidos ao Governo.

Para efeitos de preparação da resposta dos serviços de saúde a um expectável aumento da


procura de cuidados, o Governo tomou as decisões que permitiram dotar o SNS dos meios físicos,
humanos e materiais para combate à pandemia. Estes meios foram igualmente ampliados por
movimentos de solidariedade da sociedade civil, tecido empresarial, entre outros, que, em muito,
contribuíram para o reforço da capacidade de resposta.

A par do aumento de meios disponíveis, é ainda de assinalar a forte adesão dos cidadãos ao
cumprimento das medidas de prevenção, essencial para a contenção da infeção e preservação da
capacidade de resposta dos serviços de saúde, e a capacidade de adaptação e empenho dos
profissionais de saúde que, num contexto particularmente exigente, prestaram os cuidados
necessários com qualidade e foco no utente.

Ao Ministério da Saúde e às suas instituições competiu antecipar, acompanhar e executar as


ações necessárias à organização da prestação de cuidados de forma a assegurar a capacidade de
resposta do SNS.

De entre as medidas adotadas para ampliar a capacidade de resposta do SNS, são de destacar
aspetos tão abrangentes como o aumento de capacidade de testagem, o aumento de camas de
cuidados intensivos, o reforço de recursos humanos ou a implementação de um plano dedicado à
vacinação COVID-19, entre outros.

Nos pontos seguintes elencam-se os aspetos mais marcantes das profundas alterações
realizadas em 2020 que permitiram responder às necessidades dos utentes no contexto da situação
epidemiológica vivida.

Prevenção da gripe sazonal, em paralelo com a COVID-19


Considerando que o SARS-COV-2 se constitui como um vírus respiratório e que a preparação do
inverno de 2020 implicava a potencial coexistência com o vírus da gripe, (i) foi efetuado o reforço
dos stocks da vacina para a gripe, com aquisição e entrega de 2.094.461 milhões de doses para o SNS,
representando a aquisição de mais 600.181 mil doses do que na época anterior (+40,2%),
constituindo, assim, o maior investimento de sempre do Governo na cobertura vacinal contra a gripe
sazonal da população portuguesa; (ii) foram disponibilizadas 200 mil vacinas do contingente do SNS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 233


19. RESPOSTA DO SNS À COVID-19

para administração nas farmácias comunitárias de todo o país; (iii) foi efetuada uma campanha de
vacinação antecipada desde 28 de setembro de 2020 com vacinação dos grupos de população
prioritários, que incluem utentes e funcionários de Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI),
utentes e funcionários da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e profissionais
de saúde; (iv) procedeu-se ao alargamento da gratuitidade a todos os cidadãos com idade igual ou
superior a 65 anos, no âmbito do SNS; (v) ampliaram-se os locais de disponibilização da vacina,
nomeadamente juntas de freguesia e farmácias; (vi) incluíram-se nos grupos prioritários
funcionários de lares e grávidas.

Reforço da Saúde Pública


O Reforço da Saúde Pública foi essencial para o acompanhamento e controlo da evolução da
pandemia. A estratégia de reforço da Saúde Pública passou por, (i) aumentar o número de
especialistas médicos de Saúde Pública, contando-se, a 31 de dezembro de 2020, 378 médicos
especialistas de Saúde Pública no SNS; (ii) aumentar a capacidade de rastreio das autoridades de
saúde pública, através da disponibilização de recursos materiais e humanos aos Departamentos e
Unidades de Saúde Pública, designadamente mobilizando funcionários da administração pública,
professores sem componente letiva, funcionários das autarquias locais, médicos internos de
formação geral e específica, médicos aposentados e outros identificados pela Ordem dos Médicos,
enfermeiros aposentados, enfermeiros, técnicos de saúde, profissionais de saúde de outras unidades
dos ACES, estudantes dos cursos de enfermagem e medicina, agentes da proteção civil, elementos das
forças de segurança (PSP, GNR) e elementos das forças armadas (exército, força aérea, marinha); (iii)
simplificar os inquéritos epidemiológicos realizados no SINAVE; (iv) implementar a plataforma
BISINAVE, com integração de dados provenientes do SINAVE-MED e SINAVE-LAB; (v)
desmaterializar e automatizar o processo de prescrição de testes e emissão de Declarações
Provisórias de Isolamento Profilático através da Linha SNS24; (vi) implementar o TraceCOVID-19
enquanto plataforma de gestão de vigilâncias pelas unidades do SNS e registo de autovigilâncias
realizadas pelos utentes; (viii) acolher o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da
República, no sentido de remunerar como trabalho suplementar as horas que ultrapassem as 200
horas anuais de trabalho suplementar, ainda que haja perceção do subsídio de disponibilidade
permanente para os médicos de Saúde Pública, incluindo aqueles que desempenhem funções de
autoridade de saúde.

Preparação e organização do sistema e da prestação de cuidados


No contexto da preparação e organização do sistema e dos prestadores de cuidados de saúde,
destacam-se, (i) a aquisição de ventiladores para aumento da capacidade em medicina intensiva
(tendo sido efetuada uma compra central tendente à duplicação da capacidade ventilatória); (ii) a
aquisição de equipamentos de proteção individual (no início, escassos a nível mundial), para efeitos
de proteção dos profissionais; (iii) a criação de circuitos diferenciados COVID-19 e não-COVID-19;
(iv) a previsão da existência de hospitais COVID-free e estruturas de retaguarda; (v) a atualização da
rede nacional de especialidade hospitalar e de referenciação: medicina intensiva (vi) a realização de

234 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


19. RESPOSTA DO SNS À COVID-19

investimentos infraestruturais para ampliação do ratio de camas de medicina intensiva por 100.000
habitantes em conformidade com as necessidades; (vii) o reforço da resposta dos cuidados
continuados integrados com colocação prioritária de doentes dos hospitais SNS e autorizando o
alargamento de novas camas, todas já em funcionamento; (viii) o reforço do funcionamento em rede
de todas as instituições quer a nível intra-regional quer inter-regional, com o apoio da emergência
médica para efeito da realização dos transportes necessários ;(ix) o recurso a meios não presenciais
de atendimento dos utentes desde que clinicamente adequado e tecnicamente possível; (x) a
recomendação de diferimento da realização de atividade assistencial não urgente que, pela sua
natureza ou prioridade clínica, não implicasse risco de vida para os utentes, limitação do seu
prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância, nas situações em que
a situação epidemiológica o recomendava; (xi) a rápida recuperação de atividade assistencial não
COVID-19 diferida, designadamente através da implementação de um regime de incentivos
excecional aos profissionais dos hospitais SNS para realização de produção adicional de primeiras
consultas e de cirurgias necessárias para efeitos de atividade assistencial não realizada ou adiada por
força da pandemia de COVID -19; (xii) o reforço da resposta dos cuidados de saúde primários (com
atendimento presencial, não-presencial e domiciliário), permitindo descongestionar os hospitais,
(xiii) a enorme ampliação da capacidade de atendimento da linha SNS 24 permitindo
descongestionar urgências hospitalares e encaminhar os utentes em conformidade com as suas
necessidades em saúde; (xiv) o reforço da capacidade de testagem, passando de 2.582 testes/dia em
março de 2020 para uma média de 34.214 testes/dia em dezembro 2020, bem como a expansão da
rede laboratorial e a articulação com o setor convencionado para apoio ao diagnóstico.

Reforço dos Recursos Humanos

O Reforço de Recursos Humanos foi outro aspeto crítico para o aumento da capacidade de
resposta do SNS, sendo que, (i) no global, o número de efetivos do SNS para as várias categorias
profissionais era de 144.616 (+9.193 face a 2019); (ii) relativamente ao pessoal médico, o saldo
líquido positivo foi de 614 médicos especialistas no SNS; (iii) o número de enfermeiros, teve um
acréscimo de 3.263. profissionais de 2019 para 2020; (iv) ao abrigo do regime excecional de
contratação de trabalhadores, previsto no n.º 3 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de
março, foram contratados, até 31 de dezembro de 2020, em regime de contrato de trabalho a termo
resolutivo certo, pelo período de quatro meses, renovável por igual período, 9.903 trabalhadores,
distribuídos pelos diversos grupos profissionais; (v) O artigo 6.º- B do Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de
13 de março, na sua redação atual, permitiu a celebração de contratos de trabalho sem termo para
reforçar unidades de cuidados intensivos do SNS, sendo que, até ao dia 31 de dezembro de 2020
foram autorizadas 544 contratações de profissionais não médicos; (vi) o Despacho n.º 9715/2020,
publicado no Diário da República n.º 196, 2.º série, de 8 de outubro, autorizou a abertura de
procedimentos de recrutamento para recrutamento de 48 médicos que, após conclusão de um
processo formativo em contexto prático, vão poder adquirir competência naquela área e reforçar as
unidades de cuidados intensivos; (vii) no âmbito de reforço da capacidade e resposta em cuidados

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 235


19. RESPOSTA DO SNS À COVID-19

intensivos, o artigo 6.º-D do Decreto-lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, aditado pelo Artigo 5.º do
Decreto-Lei n.º 99/2020, de 22 de novembro, veio atribuir até 31 de dezembro de 2020, competência
aos órgãos máximos de gestão das unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde com natureza
empresarial para celebração de contratos de trabalho sem termo de médicos especialistas em
anestesiologia, cardiologia, doenças infeciosas, medicina interna, medicina intensiva, patologia
clínica e pneumologia tendo sido celebrados 160 contratos de trabalho nos termos seguintes:
médicos especialistas em anestesiologia (31), cardiologia (31), doenças infeciosas (12), medicina
interna (62), medicina intensiva (6), patologia clínica (7) e pneumologia (11), tendo sido celebrados
160 contratos; (viii) foi admitida a possibilidade de contratação de enfermeiros aposentados, para o
exercício de funções assistenciais nos departamentos de saúde pública das Administrações Regionais
de Saúde, I. P., e nas unidades de saúde pública dos agrupamentos de centros de saúde e das Unidades
Locais de Saúde, E. P. E.; (ix) foi atribuído um prémio de desempenho aos profissionais de saúde
correspondente a 50% da remuneração base, e a majoração dos dias de férias aplicável aos
trabalhadores do SNS que, durante o primeiro período de estado de emergência e suas renovações
(19 de março a 2 de maio de 2020), estiveram na linha da frente no combate à COVID-19. Tiveram
direito ao prémio de desempenho aproximadamente 28 mil profissionais, correspondendo a 19% do
universo de profissionais de saúde do SNS.

Vacinação COVID-19
Portugal deu início à preparação do Plano de Vacinação contra a COVID-19, ainda entre março e
julho de 2020, em estreito alinhamento com a coordenação da União Europeia e os esforços que por
esta têm sido desenvolvidos, de combate à pandemia. Para o efeito, foi criada por despacho nº.
11737/2020, de 26 de novembro, das áreas governativas da Defesa Nacional, Administração Interna
e Saúde, uma task force com a responsabilidade do desenvolvimento e coordenação da aplicação do
«Plano de vacinação contra a COVID-19 em Portugal», tendo como objetivo garantir a coerência e
execução do Plano e coordenar o trabalho já realizado, entre todas as entidades envolvidas no
sucesso desta operação, bem como a articulação com as Regiões Autónomas e auscultação de
organismos relevantes.

O Plano inclui a estratégia de vacinação, assegurando a logística do armazenamento e


distribuição das vacinas, garantindo o registo eletrónico da respetiva administração e da vigilância
de eventuais reações adversas e promovendo uma comunicação transparente com a população sobre
a importância da vacinação.”41

41 Task Force do Plano de Vacinação (2020), Plano de Vacinação COVID-19. Acedido em 11 de março de 2021, em:
https://covid19estamoson.gov.pt/wp-content/uploads/2020/12/plano-vacinacao-covid19.pdf

236 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


CONCLUSÃO

Conclusão
Os resultados apresentados no presente relatório do Acesso a Cuidados de Saúde nos
estabelecimentos do SNS e entidades convencionadas, demonstram o caminho percorrido em 2020
na construção de um SNS com resiliência para, perante um choque sem precedentes, manter a
capacidade de realização de atividade assistencial não relacionada com a COVID-19.

O investimento na capacitação do SNS determinado pelo XXII Governo Constitucional já vinha


sendo prosseguido sem se antecipar que o ano de 2020 seria marcado por uma pandemia. Com efeito,
o reforço da dotação orçamental inicial de 2020 em cerca de mais 941 milhões de euros face a 2019,
demonstra a clara aposta do XXII Governo Constitucional no SNS, provendo-o com o maior reforço
de dotação orçamental inicial da sua história.

O caminho que politicamente já havia sido definido através de uma ação governativa assente nos
vértices da qualificação do acesso, motivação dos profissionais de saúde e investimento na rede do
SNS foi, em 2020, percorrido de forma mais acelerada em função das necessidades emergentes da
pandemia. Tais necessidades permitiram que questões antigas como o ratio de camas de cuidados
intensivos por 100.000 habitantes, o reforço da utilização de ferramentas de telessaúde ou a
capacitação da Saúde Pública, fossem rapidamente ajustadas. Entre tantas outras.

Grandes são os desafios para 2021, importando desde logo assegurar a continuidade do trabalho
de recuperação de atividade assistencial e de garantia de acesso tempestivo às prestações de
cuidados necessárias, assegurando a resiliência do sistema enquanto capacidade de acomodar
grandes picos de procura sem prejuízo da prestação regular de cuidados.

A implementação do Plano de Recuperação e Resiliência na área da Saúde constitui-se, pois,


como um instrumento essencial para completar reformas que se consideram essenciais para
assegurar um acesso equitativo e de qualidade aos cuidados de saúde, num SNS melhor e mais forte,
assente nas pessoas e para as pessoas.

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2019 237


ANEXOS

Anexos

238 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Anexo 1. Percentagem de utentes com médico de família atribuído, por município

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Cabeceiras de Basto 16375 16360 99,9% 16 258 16 243 99,9% 0,0% 0,2%

Castelo de Paiva 16016 16006 99,9% 15 877 15 854 99,9% 0,0% 0,4%

Fafe 50291 50223 99,9% 50 127 50 056 99,9% 0,0% 0,9%

Mondim de Basto 6951 6935 99,8% 6 934 6 930 99,9% 0,1% 8,9%

Peso da Régua 16477 15262 92,6% 16 303 16 280 99,9% 7,3% 1,0%

Ponte da Barca 11763 11752 99,9% 11 709 11 697 99,9% 0,0% 2,1%

Tabuaço 5109 5099 99,8% 5 043 5 036 99,9% 0,1% 0,7%

Arcos de Valdevez 21517 21498 99,9% 21 490 21 449 99,8% -0,1% 0,5%

Cinfães 18678 18608 99,6% 18 305 18 267 99,8% 0,2% 8,6%

Felgueiras 57543 57448 99,8% 57 391 57 292 99,8% 0,0% 3,4%

Mesão Frio 3972 3915 98,6% 3 868 3 862 99,8% 1,2% 2,9%

Monção 17560 17550 99,9% 17 478 17 438 99,8% -0,1% 0,8%

Paredes de Coura 8757 8751 99,9% 8 820 8 806 99,8% -0,1% 0,5%
Santa Marta de
6547 6514 99,5% 6 516 6 503 99,8% 0,3% 0,4%
Penaguião
São João da Pesqueira 7121 7109 99,8% 7 060 7 048 99,8% 0,0% 10,7%

Valença 13811 13800 99,9% 13 772 13 749 99,8% -0,1% 0,5%

Vila Nova de Foz Côa 6378 5672 88,9% 6 236 6 223 99,8% 10,9% 0,3%

Vila Verde 46862 45247 96,6% 47 092 46 980 99,8% 3,2% 3,7%

Aguiar da Beira 5193 5170 99,6% 5 209 5 192 99,7% 0,1% 10,3%

Alfândega da Fé 4644 3809 82,0% 4 543 4 530 99,7% 17,7% 1,0%

Amares 18628 16991 91,2% 18 712 18 650 99,7% 8,5% 0,1%

Armamar 6044 5977 98,9% 5 959 5 944 99,7% 0,8% 24,0%

Belmonte 6450 6429 99,7% 6 410 6 389 99,7% 0,0% 0,2%

Borba 7005 6974 99,6% 6 915 6 895 99,7% 0,1% 16,4%

Campo Maior 8770 7180 81,9% 8 778 8 755 99,7% 17,8% 0,5%

Lousada 47890 47728 99,7% 48 073 47 935 99,7% 0,0% 0,9%

Mogadouro 8564 8539 99,7% 8 411 8 389 99,7% 0,0% -0,1%

Nelas 13830 13761 99,5% 13 835 13 789 99,7% 0,2% 1,1%

Pinhel 9245 9222 99,8% 9 326 9 296 99,7% -0,1% 9,3%

Póvoa de Lanhoso 21376 21353 99,9% 21 582 21 520 99,7% -0,2% 0,8%

Sátão 11228 11184 99,6% 11 187 11 148 99,7% 0,1% 3,9%

Torre de Moncorvo 7052 6967 98,8% 6 931 6 912 99,7% 0,9% 0,4%

Vale de Cambra 21899 21857 99,8% 21 835 21 761 99,7% -0,1% 1,2%

Viana do Castelo 88518 88245 99,7% 88 660 88 399 99,7% 0,0% 1,4%

Vila Viçosa 7773 7753 99,7% 7 692 7 671 99,7% 0,0% -0,1%

Covilhã 49832 48651 97,6% 49 804 49 607 99,6% 2,0% 2,9%


Figueira de Castelo
5841 5820 99,6% 5 789 5 767 99,6% 0,0% 46,5%
Rodrigo
Mangualde 19220 19172 99,8% 19 215 19 134 99,6% -0,2% 2,3%

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 239


ANEXOS

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Marco de Canaveses 51287 51208 99,8% 51 173 50 972 99,6% -0,2% 13,1%

Mêda 4678 4616 98,7% 4 708 4 688 99,6% 0,9% 0,8%

Penela 5873 5851 99,6% 5 882 5 856 99,6% 0,0% -0,1%

Redondo 6602 6578 99,6% 6 549 6 526 99,6% 0,0% -0,3%

Sabrosa 5803 5797 99,9% 5 757 5 733 99,6% -0,3% 2,4%

Seia 22992 21159 92,0% 23 645 23 555 99,6% 7,6% 14,2%

Trancoso 8426 8342 99,0% 8 317 8 281 99,6% 0,6% 1,4%

Vila Pouca de Aguiar 12285 12166 99,0% 12 265 12 212 99,6% 0,6% 1,3%

Alandroal 5198 5173 99,5% 5 132 5 106 99,5% 0,0% -0,4%

Alcoutim 2598 2586 99,5% 2 569 2 557 99,5% 0,0% -0,1%

Almodôvar 6777 6734 99,4% 6 798 6 764 99,5% 0,1% -0,2%

Amarante 53549 53370 99,7% 53 435 53 190 99,5% -0,2% 20,1%

Batalha 15964 14492 90,8% 16 010 15 931 99,5% 8,7% 0,3%

Boticas 5465 5455 99,8% 5 397 5 370 99,5% -0,3% -0,3%

Castro Daire 14579 14524 99,6% 14 495 14 428 99,5% -0,1% 1,9%

Castro Verde 7006 5707 81,5% 7 011 6 974 99,5% 18,0% 18,5%

Freixo de Espada à Cinta 3375 3369 99,8% 3 319 3 301 99,5% -0,3% -0,3%

Miranda do Douro 6458 6433 99,6% 6 342 6 310 99,5% -0,1% 2,0%

Montemor-o-Novo 16374 16311 99,6% 16 269 16 193 99,5% -0,1% -0,2%

Penedono 2697 2670 99,0% 2 635 2 623 99,5% 0,5% 1,4%

Portalegre 24087 22228 92,3% 23 939 23 816 99,5% 7,2% -0,4%

Porto de Mós 24028 23947 99,7% 24 038 23 907 99,5% -0,2% 10,9%

São Pedro do Sul 15699 15623 99,5% 15 723 15 647 99,5% 0,0% 2,2%

Barrancos 1534 1530 99,7% 1 524 1 515 99,4% -0,3% -0,6%

Caminha 16641 16556 99,5% 16 592 16 490 99,4% -0,1% 1,9%

Évora 59063 58825 99,6% 58 883 58 559 99,4% -0,2% -0,6%

Lamego 25999 25827 99,3% 25 751 25 599 99,4% 0,1% 7,3%

Lousã 18205 16588 91,1% 18 205 18 090 99,4% 8,3% 0,3%

Ourique 5043 4695 93,1% 5 046 5 014 99,4% 6,3% -0,5%

Terras de Bouro 6726 6678 99,3% 6 669 6 632 99,4% 0,1% 35,3%

Viana do Alentejo 5543 5514 99,5% 5 521 5 487 99,4% -0,1% -0,5%

Vila Real 52178 51928 99,5% 52 364 52 052 99,4% -0,1% 1,0%

Alvito 2347 2334 99,4% 2 367 2 350 99,3% -0,1% -0,3%

Celorico de Basto 17357 14972 86,3% 17 228 17 100 99,3% 13,0% 6,5%

Fornos de Algodres 4626 4585 99,1% 4 514 4 483 99,3% 0,2% 4,2%

Nisa 6238 6197 99,3% 6 168 6 123 99,3% 0,0% 9,0%

Penamacor 4663 4653 99,8% 4 661 4 630 99,3% -0,5% -0,1%

Santo Tirso 68906 68565 99,5% 68 797 68 303 99,3% -0,2% 0,1%

Sousel 4490 4443 99,0% 4 475 4 442 99,3% 0,3% -0,3%

Vila Nova de Cerveira 8853 8775 99,1% 8 910 8 849 99,3% 0,2% 2,2%

Vila Nova de Paiva 4695 4638 98,8% 4 678 4 647 99,3% 0,5% 9,1%

240 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Vila Nova de Poiares 7630 7558 99,1% 7 658 7 606 99,3% 0,2% 18,7%

Castro Marim 6834 6702 98,1% 6 976 6 917 99,2% 1,1% -0,8%

Estremoz 13188 13126 99,5% 13 077 12 976 99,2% -0,3% -0,5%

Fronteira 3067 3049 99,4% 3 023 2 999 99,2% -0,2% 1,2%

Oliveira de Azeméis 67665 67612 99,9% 67 678 67 145 99,2% -0,7% 2,1%

Oliveira do Hospital 20304 18811 92,6% 20 378 20 221 99,2% 6,6% 32,9%

Pampilhosa da Serra 3569 3510 98,3% 3 487 3 460 99,2% 0,9% 0,2%

Penalva do Castelo 7621 7574 99,4% 7 645 7 583 99,2% -0,2% 15,4%

Póvoa de Varzim 68060 67970 99,9% 68 175 67 607 99,2% -0,7% -0,6%

Vidigueira 5579 5540 99,3% 5 536 5 491 99,2% -0,1% 0,1%


Vila Real de Santo
20900 20627 98,7% 21 197 21 035 99,2% 0,5% -0,7%
António
Vouzela 9800 8529 87,0% 9 818 9 742 99,2% 12,2% -0,2%

Alijó 10941 9505 86,9% 10 828 10 735 99,1% 12,2% 12,9%

Alvaiázere 6449 6409 99,4% 6 460 6 405 99,1% -0,3% 2,1%

Condeixa-a-Nova 17575 17416 99,1% 17 609 17 459 99,1% 0,0% 0,2%

Portel 5934 5885 99,2% 5 923 5 870 99,1% -0,1% -0,5%

Santa Comba Dão 11090 11057 99,7% 11 027 10 924 99,1% -0,6% 0,6%

Vila de Rei 3128 3089 98,8% 3 130 3 101 99,1% 0,3% -0,3%

Fundão 27315 27150 99,4% 27 175 26 895 99,0% -0,4% 4,0%

Idanha-a-Nova 8684 8623 99,3% 8 490 8 407 99,0% -0,3% -0,2%

Moimenta da Beira 9853 9780 99,3% 9 886 9 784 99,0% -0,3% 24,0%

Vimioso 4158 4138 99,5% 4 146 4 103 99,0% -0,5% 0,5%

Carrazeda de Ansiães 5727 5680 99,2% 5 714 5 651 98,9% -0,3% 3,3%

Crato 3415 3377 98,9% 3 365 3 328 98,9% 0,0% -0,9%

Ribeira de Pena 6420 6353 99,0% 6 395 6 324 98,9% -0,1% 2,6%

Valpaços 15052 14994 99,6% 14 984 14 816 98,9% -0,7% 6,1%

Castelo de Vide 3187 3153 98,9% 3 173 3 136 98,8% -0,1% -0,5%

Cuba 4677 4639 99,2% 4 662 4 607 98,8% -0,4% -0,3%

Macedo de Cavaleiros 15079 14918 98,9% 14 994 14 811 98,8% -0,1% 0,9%

Soure 18416 17006 92,3% 18 282 18 068 98,8% 6,5% 0,5%

Tondela 26632 25315 95,1% 26 529 26 223 98,8% 3,7% 11,4%

Vila Velha de Ródão 3096 3074 99,3% 3 126 3 089 98,8% -0,5% -0,1%

Ansião 12333 12191 98,8% 12 286 12 123 98,7% -0,1% 0,1%

Murtosa 10925 10849 99,3% 10 921 10 784 98,7% -0,6% -0,1%

Mira 12908 12772 98,9% 12 953 12 777 98,6% -0,3% 0,1%

Alter do Chão 3188 3144 98,6% 3 200 3 151 98,5% -0,1% 41,6%

Manteigas 3147 2741 87,1% 3 209 3 162 98,5% 11,4% 0,0%

Matosinhos 176696 173565 98,2% 176 786 174 219 98,5% 0,3% 0,4%

Avis 3934 2947 74,9% 4 035 3 971 98,4% 23,5% -0,8%

Carregal do Sal 9690 9427 97,3% 9 655 9 500 98,4% 1,1% 16,1%

Ferreira do Zêzere 8149 8035 98,6% 8 101 7 973 98,4% -0,2% 32,9%

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 241


ANEXOS

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Góis 4031 3828 95,0% 4 009 3 941 98,3% 3,3% 0,5%

Miranda do Corvo 12709 12562 98,8% 12 715 12 495 98,3% -0,5% -1,1%

Vagos 23970 23684 98,8% 24 300 23 883 98,3% -0,5% 3,0%

Mação 6575 6523 99,2% 6 510 6 395 98,2% -1,0% -1,5%

Torres Novas 35596 34974 98,3% 35 491 34 850 98,2% -0,1% 18,8%

Vila Nova da Barquinha 7155 7026 98,2% 7 190 7 061 98,2% 0,0% -1,7%

Vinhais 8170 8153 99,8% 8 003 7 862 98,2% -1,6% 2,0%

Bombarral 12435 12232 98,4% 12 589 12 353 98,1% -0,3% 23,6%

Montalegre 9503 9336 98,2% 9 441 9 261 98,1% -0,1% 0,5%

Reguengos de Monsaraz 10584 10433 98,6% 10 614 10 408 98,1% -0,5% -1,6%

Vizela 24241 23034 95,0% 24 362 23 895 98,1% 3,1% -1,6%

Mértola 6476 6324 97,7% 6 405 6 277 98,0% 0,3% -1,6%

Pedrógão Grande 3639 2820 77,5% 3 669 3 594 98,0% 20,5% 18,2%

Peniche 27323 22881 83,7% 27 415 26 876 98,0% 14,3% 41,3%

Arronches 2883 2833 98,3% 2 864 2 804 97,9% -0,4% -1,2%

Trofa 39643 39109 98,7% 39 686 38 854 97,9% -0,8% 1,6%

Águeda 48055 45502 94,7% 48 119 47 062 97,8% 3,1% 5,2%

Guimarães 162066 161515 99,7% 161 921 158 199 97,7% -2,0% -0,8%

Braga 194630 192513 98,9% 197 152 192 334 97,6% -1,3% -0,3%

Cartaxo 24143 23419 97,0% 24 269 23 698 97,6% 0,6% 11,1%

Almeida 6367 6229 97,8% 6 194 6 042 97,5% -0,3% -0,7%

Castanheira de Pêra 2855 2791 97,8% 2 842 2 772 97,5% -0,3% 0,2%

Sernancelhe 5018 4873 97,1% 5 003 4 878 97,5% 0,4% 61,3%

Vendas Novas 11468 11123 97,0% 11 521 11 230 97,5% 0,5% -1,8%

Grândola 13870 12159 87,7% 13 945 13 586 97,4% 9,7% 34,5%

Nazaré 16160 15931 98,6% 16 134 15 717 97,4% -1,2% -2,3%

Olhão 46642 45766 98,1% 47 242 46 037 97,4% -0,7% 5,2%

Moura 14295 14080 98,5% 14 302 13 917 97,3% -1,2% -1,4%

Vila Nova de Famalicão 134941 134283 99,5% 135 352 131 511 97,2% -2,3% 1,5%

Valongo 97665 97133 99,5% 98 137 95 295 97,1% -2,4% -2,5%

Golegã 5646 5541 98,1% 5 599 5 432 97,0% -1,1% -2,6%

Paços de Ferreira 56518 54871 97,1% 56 545 54 832 97,0% -0,1% -2,3%

Paredes 86498 86384 99,9% 86 516 83 951 97,0% -2,9% -2,8%

Cadaval 12587 9174 72,9% 12 845 12 452 96,9% 24,0% 24,9%

Ponte de Lima 42956 42915 99,9% 42 795 41 411 96,8% -3,1% -3,0%

Caldas da Rainha 53089 48497 91,4% 52 908 51 172 96,7% 5,3% 1,9%

Celorico da Beira 7039 6900 98,0% 7 009 6 779 96,7% -1,3% 6,6%

Alpiarça 7248 7025 96,9% 7 304 7 052 96,5% -0,4% 20,3%

Gouveia 13068 12394 94,8% 12 929 12 479 96,5% 1,7% -0,3%

Maia 138960 137707 99,1% 139 036 133 906 96,3% -2,8% -3,0%

Vila do Conde 83241 83104 99,8% 83 337 80 204 96,2% -3,6% -3,6%

242 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Cantanhede 37159 36941 99,4% 37 029 35 603 96,1% -3,3% 0,7%

Constância 3937 3731 94,8% 3 944 3 792 96,1% 1,3% -0,1%

Sertã 15050 14837 98,6% 15 123 14 533 96,1% -2,5% -0,8%

Beja 36012 34652 96,2% 35 982 34 534 96,0% -0,2% -1,3%

Sines 14582 14349 98,4% 14 708 14 125 96,0% -2,4% 35,6%

Viseu 103744 100636 97,0% 104 239 99 924 95,9% -1,1% 3,3%

Penafiel 71835 71772 99,9% 71 601 68 588 95,8% -4,1% 1,3%

Serpa 14321 11970 83,6% 14 279 13 663 95,7% 12,1% -4,2%

Vila Nova de Gaia 311236 297151 95,5% 312 213 298 321 95,6% 0,1% -2,8%

Coimbra 152322 144896 95,1% 152 036 145 103 95,4% 0,3% -3,1%

Leiria 132212 130559 98,7% 133 081 126 922 95,4% -3,3% 5,7%

Abrantes 36017 31127 86,4% 35 566 33 878 95,3% 8,9% 26,6%

Pombal 52507 51972 99,0% 52 678 50 204 95,3% -3,7% -2,3%

Arganil 11684 11323 96,9% 11 696 11 136 95,2% -1,7% -1,6%

Guarda 41333 39953 96,7% 41 365 39 337 95,1% -1,6% -3,1%

Faro 70296 65745 93,5% 71 451 67 843 95,0% 1,5% 4,1%

Espinho 33449 33202 99,3% 33 522 31 828 94,9% -4,4% -4,5%

Gondomar 170172 169372 99,5% 170 077 161 393 94,9% -4,6% -4,7%

Ferreira do Alentejo 7648 7591 99,3% 7 684 7 284 94,8% -4,5% -5,1%

São João da Madeira 22895 22871 99,9% 22 899 21 679 94,7% -5,2% -4,8%

Santa Maria da Feira 141704 140234 99,0% 141 848 134 049 94,5% -4,5% -4,2%

Bragança 36023 35810 99,4% 36 365 34 282 94,3% -5,1% -4,7%

Estarreja 27322 27239 99,7% 27 272 25 726 94,3% -5,4% -5,4%

Lourinhã 26212 21586 82,4% 26 525 25 021 94,3% 11,9% 2,6%

Barcelos 119027 116952 98,3% 118 979 112 090 94,2% -4,1% -5,1%

Esposende 35453 32038 90,4% 35 588 33 445 94,0% 3,6% -4,7%

Santarém 60665 55926 92,2% 60 979 57 319 94,0% 1,8% 6,5%

Montemor-o-Velho 25067 23512 93,8% 25 103 23 546 93,8% 0,0% 0,1%

Marinha Grande 40075 38326 95,6% 40 446 37 779 93,4% -2,2% 11,9%

Ovar 57760 57446 99,5% 57 927 54 096 93,4% -6,1% -5,8%

Gavião 3516 3272 93,1% 3 456 3 224 93,3% 0,2% -5,3%

Elvas 23493 22371 95,2% 23 257 21 657 93,1% -2,1% -6,7%

Oliveira do Bairro 24137 23037 95,4% 24 463 22 768 93,1% -2,3% 2,8%

Lagoa 24262 20604 84,9% 24 876 23 091 92,8% 7,9% 29,8%

Mafra 81267 70292 86,5% 82 603 76 454 92,6% 6,1% 24,9%

Mirandela 23279 22929 98,5% 23 212 21 460 92,5% -6,0% 0,4%

Aveiro 85829 82587 96,2% 86 326 79 621 92,2% -4,0% -4,3%

Castelo Branco 55446 53518 96,5% 55 367 51 023 92,2% -4,3% -4,5%

Chaves 39761 38182 96,0% 39 553 36 426 92,1% -3,9% -7,3%

Porto 241466 232211 96,2% 241 366 222 196 92,1% -4,1% -4,9%

Arouca 21651 21625 99,9% 21 601 19 877 92,0% -7,9% 1,3%

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 243


ANEXOS

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Ílhavo 41079 39390 95,9% 41 385 38 015 91,9% -4,0% -7,4%

Tavira 28290 26540 93,8% 29 281 26 911 91,9% -1,9% -2,7%

Figueira da Foz 63657 60525 95,1% 63 756 58 300 91,4% -3,7% 0,6%

Sesimbra 53548 47970 89,6% 54 339 49 649 91,4% 1,8% -0,9%

Anadia 29067 28746 98,9% 28 930 26 401 91,3% -7,6% -0,4%

Vila Franca de Xira 136535 126175 92,4% 136 556 124 679 91,3% -1,1% 20,6%

Mealhada 20079 19900 99,1% 20 036 18 277 91,2% -7,9% 0,2%

Baião 18346 18300 99,7% 18 236 16 506 90,5% -9,2% 9,6%

Coruche 18327 18157 99,1% 18 040 16 334 90,5% -8,6% -8,8%

Vieira do Minho 12230 12216 99,9% 12 127 10 954 90,3% -9,6% -2,8%

Oeiras 170354 153247 90,0% 168 169 151 524 90,1% 0,1% 4,2%

Sardoal 3473 1248 35,9% 3 445 3 104 90,1% 54,2% 35,5%

Almada 177944 165059 92,8% 178 404 160 052 89,7% -3,1% 7,4%

Odivelas 155173 142336 91,7% 155 905 139 534 89,5% -2,2% 14,4%

Ourém 45776 43988 96,1% 45 978 41 165 89,5% -6,6% 6,2%

Tábua 11776 10975 93,2% 11 801 10 546 89,4% -3,8% -5,3%

Cascais 210724 185922 88,2% 211 252 188 524 89,2% 1,0% 11,5%

Seixal 166088 147924 89,1% 166 487 148 502 89,2% 0,1% 6,8%

Lisboa 555939 495342 89,1% 553 732 490 903 88,7% -0,4% 5,4%

Óbidos 11959 10453 87,4% 12 037 10 637 88,4% 1,0% -4,9%

Tomar 37917 31766 83,8% 37 643 33 267 88,4% 4,6% -10,3%

Albufeira 48022 43850 91,3% 49 328 43 527 88,2% -3,1% 24,6%

Lagos 34337 32182 93,7% 36 227 31 928 88,1% -5,6% 40,8%

Torres Vedras 80629 71758 89,0% 81 101 71 419 88,1% -0,9% 13,1%

Palmela 65713 54118 82,4% 66 202 58 097 87,8% 5,4% 17,2%

Alcobaça 55871 52823 94,5% 55 889 48 932 87,6% -6,9% -6,9%

Penacova 14257 12681 88,9% 14 132 12 374 87,6% -1,3% -5,3%

Albergaria-a-Velha 25457 24963 98,1% 25 460 22 252 87,4% -10,7% -8,7%

Sever do Vouga 11990 11955 99,7% 11 834 10 300 87,0% -12,7% -3,6%

Alcácer do Sal 11877 11806 99,4% 11 786 10 229 86,8% -12,6% 36,8%

Alcanena 13398 11659 87,0% 13 154 11 404 86,7% -0,3% -10,9%

Almeirim 22741 18390 80,9% 22 828 19 780 86,6% 5,7% 23,0%

Sobral de Monte Agraço 9976 8802 88,2% 10 086 8 723 86,5% -1,7% 1,5%

Arruda dos Vinhos 14096 8836 62,7% 13 968 12 055 86,3% 23,6% -2,1%

Loures 206451 177797 86,1% 206 602 178 268 86,3% 0,2% 1,9%

Loulé 76869 62597 81,4% 78 953 67 693 85,7% 4,3% 20,7%

Resende 10480 8916 85,1% 10 404 8 906 85,6% 0,5% 14,0%

Melgaço 8296 8241 99,3% 8 139 6 906 84,9% -14,4% -12,8%

Vila do Bispo 5659 4989 88,2% 5 808 4 929 84,9% -3,3% -2,2%

Oliveira de Frades 10011 9778 97,7% 9 975 8 418 84,4% -13,3% -14,3%

Sabugal 10374 10265 98,9% 10 190 8 602 84,4% -14,5% -2,8%

244 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Var. Var.
2019 2020
2020/2019 2020/2015

Número de Número de
utentes Percentagem de utentes Percentagem de Percentagem Percentagem
Número de Número de
inscritos utentes com inscritos utentes com de utentes de utentes
Concelho utentes utentes
com médico médico de com médico médico de com médico com médico
inscritos inscritos
de família família de família família de família de família
atribuído atribuído

Rio Maior 22434 20749 92,5% 22 507 18 904 84,0% -8,5% 18,7%

Barreiro 79316 68276 86,1% 78 476 65 744 83,8% -2,3% 0,4%

Mortágua 9158 8945 97,7% 9 061 7 570 83,5% -14,2% -15,6%

Vila Flor 6236 6189 99,2% 6 185 5 153 83,3% -15,9% -15,1%

Entroncamento 20633 18354 89,0% 20 488 16 997 83,0% -6,0% -15,4%

São Brás de Alportel 11201 9260 82,7% 11 355 9 316 82,0% -0,7% -4,6%

Tarouca 7752 7622 98,3% 7 645 6 227 81,5% -16,8% -11,3%

Ponte de Sor 15636 12771 81,7% 15 652 12 634 80,7% -1,0% 17,0%

Chamusca 8826 7051 79,9% 8 653 6 972 80,6% 0,7% 22,9%

Aljustrel 9064 9017 99,5% 8 992 7 221 80,3% -19,2% -19,5%

Arraiolos 6762 5354 79,2% 6 705 5 352 79,8% 0,6% -20,2%

Oleiros 4584 4182 91,2% 4 596 3 596 78,2% -13,0% -21,1%

Odemira 27869 21418 76,9% 29 041 22 569 77,7% 0,8% -9,6%

Montijo 53475 42567 79,6% 53 584 41 221 76,9% -2,7% 17,1%

Murça 5643 5628 99,7% 5 524 4 172 75,5% -24,2% -23,8%

Figueiró dos Vinhos 5799 5766 99,4% 5 798 4 366 75,3% -24,1% -23,3%

Sintra 383229 297901 77,7% 379 131 284 966 75,2% -2,5% 0,4%

Portimão 60985 45631 74,8% 61 495 46 050 74,9% 0,1% 6,5%

Santiago do Cacém 27799 23818 85,7% 27 833 20 782 74,7% -11,0% -8,9%

Proença-a-Nova 7448 7400 99,4% 7 343 5 477 74,6% -24,8% -24,3%

Amadora 176778 129234 73,1% 172 106 127 822 74,3% 1,2% -2,5%

Azambuja 20553 15608 75,9% 20 071 14 567 72,6% -3,3% 16,7%

Moita 66445 48743 73,4% 65 741 47 530 72,3% -1,1% -1,6%

Salvaterra de Magos 21603 15649 72,4% 21 399 15 425 72,1% -0,3% 19,8%

Benavente 29364 24698 84,1% 29 431 21 152 71,9% -12,2% -6,5%

Aljezur 5907 4375 74,1% 6 198 4 367 70,5% -3,6% 9,9%

Setúbal 123963 83804 67,6% 122 617 84 612 69,0% 1,4% 2,9%

Silves 37317 26752 71,7% 38 431 25 764 67,0% -4,7% -5,8%

Monforte 3074 3056 99,4% 3 047 1 973 64,8% -34,6% -35,1%

Mora 4458 3308 74,2% 4 353 2 638 60,6% -13,6% -39,2%

Marvão 3201 3180 99,3% 3 117 1 869 60,0% -39,3% -39,9%

Alenquer 42904 34348 80,1% 42 670 25 260 59,2% -20,9% -2,8%

Alcochete 18808 17199 91,4% 18 505 10 605 57,3% -34,1% 0,3%

Monchique 5408 2955 54,6% 5 470 2 923 53,4% -1,2% -46,0%

Mourão 2542 2512 98,8% 2 528 176 7,0% -91,8% -92,3%

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 245


ANEXOS

Anexo 2. Redes Europeias de Referência

Instituição Especialidade da Rede Europeia de Referência


Centro Hospitalar e Universitário de
ERN BOND Rede europeia de referência para as doenças ósseas
Coimbra
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Rede europeia de referência para as anomalias craniofaciais e
ERN CRANIO
Norte perturbações otorrinolaringológicas
Associação Protetora dos Diabéticos de
Endo-ERN Rede europeia de referência para as doenças endócrinas
Portugal
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa
Norte
Centro Hospitalar Universitário do Porto ERN EpiCARE Rede europeia de referência para as epilepsias
Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra
Centro Hospitalar Universitário do Porto ERN LUNG Rede europeia de referência para as doenças respiratórias

Centro Hospitalar Universitário do Porto


Centro Hospitalar e Universitário de Rede europeia de referência para os cancros no adulto (tumores
ERN EURACAN
Coimbra sólidos)
Instituto Português de Oncologia de Lisboa
Francisco Gentil
Centro Hospitalar Universitário do Porto
Centro Hospitalar e Universitário de
ERN EuroBloodNet Rede europeia de referência para as doenças hematológicas
Coimbra
Instituto Português de Oncologia de Porto
Francisco Gentil
Instituto Português de Oncologia de Porto Rede europeia de referência para as doenças e distúrbios
ERN eUROGEN
Francisco Gentil urogenitais
Centro Hospitalar e Universitário de
ERN EYE Rede europeia de referência para as doenças oftalmológicas
Coimbra
Porto. Centro Compreensivo do Cancro
(Consórcio entre o Instituto Português de
Rede europeia de referência para as síndromes genéticas com
Oncologia de Porto Francisco Gentil e o ERN GENTURIS
risco tumoral
Instituto de Investigação e Inovação em
Saúde da Universidade do Porto (i3S))
Centro Hospitalar e Universitário de Rede europeia de referência para as malformações congénitas e
ERN ITHACA
Coimbra as incapacidades intelectuais raras
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa
Norte
Centro Hospitalar Universitário de São
João
Rede europeia de referência para as doenças metabólicas
Centro Hospitalar Universitário do Porto MetabERN
hereditárias
Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra
Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães
Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra Rede europeia de referência para o cancro pediátrico (hemato-
ERN PaedCan
Instituto Português de Oncologia de Lisboa oncologia)
Francisco Gentil
Centro Hospitalar e Universitário de
ERN RARE-LIVER Rede europeia de referência para as doenças hepáticas
Coimbra
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa
Central Rede europeia de referência para as doenças musculosqueléticas
ERN ReCONNET
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa e do tecido conjuntivo
Norte
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa
Norte
Centro Hospitalar Universitário do Porto ERN TRANSPLANT-CHILD Rede europeia de referência para os transplantes em crianças
Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra

246 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Anexo 3. Centros de Referência oficialmente reconhecidos em 2020

• Cardiologia de intervenção estrutural (6);

• Cardiopatias congénitas (4);

• Coagulopatias congénitas (5);

• Doenças hereditárias do metabolismo (6);

• ECMO (3);

• Epilepsia refratária (5);

• Fibrose quística (5);

• Implantes cocleares (2);

• Neurorradiologia de Intervenção (Doenças Cerebrovasculares) (6);

• Onco – oftalmologia (retinoblastoma e melanoma ocular) (1);

• Oncologia de adultos – cancro do esófago (6);

• Oncologia de adultos – cancro do reto (21);

• Oncologia de adultos – cancro do testículo (4);

• Oncologia de adultos – cancro hepatobilio/pancreático (10);

• Oncologia de adultos – sarcomas das partes moles e ósseos (5);

• Oncologia pediátrica (3);

• Paramiloidose familiar (2);

• Transplantação pulmonar (1);

• Transplantação renal pediátrica (2);

• Transplante de coração (4);

• Transplante hepático (3);

• Transplante pâncreas (2);

• Transplante rim adultos (6).

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 247


ANEXOS

Anexo 4. Intransferíveis

Hospitais com maior volume em 2020 (TOP 10)

Hospital Origem 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

CH Setúbal 98 58 55 76 74 33 777 1 684 2 297 2 488 2622

H Garcia de Orta - Almada 315 735 702 473 1257 1679 2001 2166 303 580 1346

CH Univer. de São João 328 38 31 21 18 10 6 40 46 27 949

CH Univer. do Algarve 376 113 175 543 604 474 404 888 794 869 835

CH Univer. de Coimbra 4777 2982 375 340 1100 307 255 675 944 469 708

CH Lisboa Ocidental 37 7 11 8 37 103 184 251 572 1194 561

CH Tondela - Viseu 816 634 2783 3839 3 397 2 644 2 430 1 615 618 409 376

CH Leiria 15 9 12 18 41 39 12 49 1084 734 372

ULS Matosinhos 1 545 584 14 1 6 227 318 369

CH Barreiro Montijo 1347 735 1 194 703 1 277 562 156 135 200 235 358

Fonte: ACSS

Especialidades com maior volume em 2020 (TOP 10)

Especialidade 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Ortopedia 3 183 1 951 3 392 3 225 2 870 1 878 1 922 2 059 2 322 3 368 2 469

Cirurgia Geral 3 544 2 546 1 971 1 545 1 789 1 258 1 055 1 459 1 433 2 002 1 866

Oftalmologia 1 749 1 560 1 656 1 436 1 558 1 678 2 678 4 722 2 293 3 207 1 223

Otorrinolaringologia 1 227 849 619 1 123 1 700 1 724 1 006 898 1 069 1 111 803

Dermatologia 309 88 55 134 78 55 206 159 194 120 797

Cirurgia Plástica e Reconstrutiva 516 493 649 690 697 437 432 329 516 327 566

Cirurgia Vascular 889 1323 136 238 109 18 70 46 263 568 508

Urologia 886 842 451 314 412 344 339 434 462 511 407

Cirurgia Pediátrica 43 23 56 104 171 135 215 138 295 332 362

Ginecologia 941 558 426 554 403 199 314 163 287 375 348

Fonte: ACSS

248 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Anexo 5. Notas de Transferência (NT) e Vales Cirurgia (VC)

Notas de Transferência e Vales Cirurgia emitidos, por ARS (2020)

Notas de Vales
Transferência Cirurgia

ARS Norte 20 342 51 318

ARS Centro 2 255 41 326

ARS Lisboa e Vale do Tejo 2 590 86 457

ARS Alentejo 72 9 604

ARS Algarve 2 8 036

Total Geral 25 261 196 741

Fonte: ACSS

Número de episódios com NT/VC e número de operados em Hospital de Destino, por ARS
(2020)

Episódios
ARS Operados HD
com NT/VC

Norte 48 303 11 131

Centro 28 895 9 147

Lisboa e Vale do Tejo 55 472 9 158

Alentejo 6 114 364

Algarve 5 044 1 614

Total 143 828 31 414

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 249


ANEXOS

Notas de Transferência e Vales Cirurgia emitidos, por hospital (2020)

Notas de
Vales Cirurgia
Transferência

CH Baixo Vouga 25 1014

CH Barreiro Montijo 201 4648

CH Entre o Douro e Vouga 722 6827

CH Leiria 404 6367

CH Lisboa Ocidental 96 4887

CH Médio Ave - Famalicão 695 906

CH Médio Tejo -T. Novas 93 3857

CH Oeste 236 3632

CH Póvoa do Varzim/VC 5 3

CH Setúbal 251 6327

CH Tâmega e Sousa 1467 2764

CH Tondela - Viseu 778 11040

CH Trás-os-Montes e Alt. Douro 598 1563

CH Univer. Cova da Beira 98 2270

CH Univer. de Coimbra 621 15565

CH Univer. de Lisboa Norte 93 8905

CH Univer. de São João 2214 4716

CH Univer. do Algarve 2 8036

CH Univer. do Porto 1607 4659

CH Univer. Lisboa Central 258 8487

CH V. Nova de Gaia/Espinho 1088 3873

H Arc. J. Crisóst. - Cantanhede 1 24

H Beatriz Ângelo - Loures 194 8023

H Braga 6 070 15771

H D. Figueira da Foz 14 147

H D. Santarém 176 5722

H Espírito Santo - Évora 5 4370

H Fern. Fonseca - Lx 332 8594

H Garcia de Orta - Almada 396 12490

H Miser. de Lousada 1

H Prelada 91 423

H Sra da Oliveira - Guimarães 1 948 2785

H Sta Maria Maior - Barcelos 36 70

H V. F. Xira 199 5771

HPP - H Cascais 37 2576

Inst. Oft. Dr. Gama Pinto - Lx 1 109

IPO Lisboa 27 2414

IPO Porto 332 972

Sª Cª M. P. de Lanhoso - H. Ant. Lopes 1 1

ULS Alto Minho - V. Castelo 1 069 1435

250 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Notas de
Vales Cirurgia
Transferência

ULS Baixo Alentejo - Beja 1 1511

ULS Castelo Branco 40 1530

ULS Guarda 274 2491

ULS Litoral Alent. - Sant. Cacém 66 2455

ULS Matosinhos 2041 3911

ULS Nordeste - Bragança 357 638

Fund. Aurélio Amaro Diniz 1

H Dr. Franc. Zagalo - Ovar 125

H Miser. de Mealhada 8

H Miser. de Vila Verde 1

IPO Coimbra 744

Sª Cª M. Entronc. - H. S. J. Baptista 15

ULS Norte Alentejano - Portalegre 1268

Total 25 261 196 741

Fonte: ACSS

Número de episódios com NT/VC e número de operados em Hospital de Destino, por


hospitais do SNS (2020)

Episódios com
Hospital Operados HD
NT/VC

CH Baixo Vouga 1000 199

CH Barreiro Montijo 2 782 460

CH Entre o Douro e Vouga 5 540 765

CH Leiria 4 750 1 889

CH Lisboa Ocidental 3 094 357

CH Médio Ave - Famalicão 1 235 401

CH Médio Tejo -T. Novas 2 560 388

CH Oeste 2 467 630

CH Setúbal 3 980 618

CH Tâmega e Sousa 3 055 636

CH Tondela - Viseu 7 339 2 179

CH Trás-os-Montes e Alt. Douro 1 499 311

CH Univer. Cova da Beira 1 520 118

CH Univer. de Coimbra 10 540 3780

CH Univer. de Lisboa Norte 5 500 764

CH Univer. de São João 4 901 983

CH Univer. do Algarve 5 044 1 614

CH Univer. do Porto 4 000 652

CH Univer. Lisboa Central 5 754 1 208

CH V. Nova de Gaia/Espinho 3 559 862

H Arc. J. Crisóst. - Cantanhede 25 1

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 251


ANEXOS

Episódios com
Hospital Operados HD
NT/VC

H Beatriz Ângelo - Loures 5 398 685

H Braga 13 031 4021

H D. Figueira da Foz 160 7

H D. Santarém 3488 901

H Dr. Franc. Zagalo - Ovar 117 2

H Espírito Santo - Évora 2 774 108

H Fern. Fonseca - Lx 5 687 1 000

H Garcia de Orta - Almada 7 581 1 609

H Sra da Oliveira - Guimarães 3 498 916

H V. F. Xira 3 823 368

HPP - H Cascais 1 680 123

Inst. Oft. Dr. Gama Pinto - Lx 100 1

IPO Coimbra 583 130

IPO Lisboa 1563 46

IPO Porto 937 70

ULS Alto Minho - V. Castelo 1727 338

ULS Baixo Alentejo - Beja 932 89

ULS Castelo Branco 1 055 148

ULS Guarda 1 797 694

ULS Litoral Alent. - Sant. Cacém 1 549 74

ULS Matosinhos 3990 1096

ULS Nordeste - Bragança 717 57

ULS Norte Alentejano - Portalegre 859 93

Total Hospitais SNS 143 190 31 391

Fonte: ACSS

252 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Anexo 6. Indicadores globais procura/oferta cirúrgica, por hospital (2017-2020)

2020
Var.
Var. Percentil Percentil Var. % Var.
Var. Var. Mediana Tempo Var. Média
Mediana 90 do 90 do LIC Média
Entradas LIC do TE % LIC resolução Operados Operados do TE
ARS/Hospital Entradas LIC TE LIC TE da TE da >TMRG Operados TE Op.
2020- 2020- da LIC >TMRG LIC 2020- padrão dos Op.
2020- LIC LIC 2020- 2020-
2019 2019 (meses) (meses) 2019 (meses)
2019 (meses) 2020- 2019 2019
2019
Norte 241 132 -17,4% 69 895 -17,6% 2,6 -6,0% 13,8 31,4% 26% 6,7% 3,3 209 619 -15,3% 148 583 2,9 -2,2%

CH Entre o Douro e Vouga 14 445 -21,3% 4 560 -29,2% 1,9 -17,4% 6,1 -12,1% 11,9% -26,8% 3,4 13 514 -8,4% 9 649 3,27 -7,9%

CH Médio Ave - Famalicão 6 080 -23,2% 2 307 -2,1% 2,2 -2,9% 6,3 7,7% 12,4% 21,8% 4,5 4 945 -25,0% 3 098 4,0 4,4%
CH Póvoa do Varzim/VC 3 526 -23,4% 687 -18,2% 1,5 9,8% 3,3 2,1% 0,1% -82,5% 2,2 3 239 -23,3% 2 564 2,4 -4,8%

CH Tâmega e Sousa 16 770 -18,8% 4 255 -16,3% 2,1 20,8% 9,0 40,4% 15,9% 24,3% 2,9 14 899 -16,5% 9 671 2,5 5,3%
CH Trás-os-Montes e Alt. Douro 11 421 -20,2% 4 222 -2,4% 3,7 24,4% 15,7 52,1% 41,5% 64,6% 4,3 9 674 -21,8% 6 694 3,2 5,9%
CH Univer. de São João 44 548 -9,4% 6 932 -41,7% 2,1 -30,8% 7,5 -19,7% 14,6% -45,4% 1,7 40 714 -6,4% 30 512 2,2 -19,8%
CH Univer. do Porto 31 980 -18,2% 6 910 -22,9% 2,8 1,2% 13,3 33,6% 28,7% 26,3% 2,4 29 103 -16,1% 19 676 2,4 -5,3%
CH V. Nova de Gaia/Espinho 22 887 -15,5% 5 816 -19,9% 2,2 -8,5% 7,8 -12,3% 13,5% -31,0% 2,9 20 365 -12,0% 14 621 2,8 -2,2%

H Braga 31 790 -14,7% 15 728 -13,7% 5,4 14,2% 23,7 30,9% 49,9% 16,5% 5,6 25 470 -9,7% 17 754 4,4 8,4%
H Sra da Oliveira - Guimarães 12 850 -19,1% 4 070 -19,6% 2,1 -14,7% 5,4 -29,7% 9,0% -49,8% 3,5 10 418 -19,2% 7 389 3,5 -2,9%

H Sta Maria Maior - Barcelos 5 296 -15,5% 1 628 35,6% 2,2 62,5% 5,1 49,8% 4,8% 1050,8% 4,0 4 203 -25,6% 2 832 2,8 28,8%
IPO Porto 10 824 -14,7% 1 772 9,9% 1,9 32,6% 25,0 22,0% 38,1% 29,3% 2,0 9 494 -17,4% 7 833 1,2 -6,0%
ULS Alto Minho - V. Castelo 10 684 -27,7% 4 918 27,2% 3,1 50,8% 6,8 17,6% 13,6% 35,5% 6,1 7 841 -37,6% 5 394 3,2 8,0%

ULS Matosinhos 12 442 -29,2% 4 404 -26,5% 2,4 -20,2% 11,8 59,8% 25,2% 42,7% 3,8 10 941 -22,0% 7 568 3,7 4,2%
ULS Nordeste - Bragança 5 589 -12,5% 1 686 -3,4% 2,3 9,5% 9,1 20,3% 18,8% 10,9% 3,5 4 799 -12,4% 3 299 3,1 -6,4%

Centro 97 356 -22,8% 42 450 -12,5% 4,2 0,8% 19,6 43,0% 40% 9,5% 4,9 77 535 -21,4% 54 451 3,8 3,1%

CH Baixo Vouga 10 289 -22,5% 2 871 -18,0% 1,7 -17,7% 4,5 -18,7% 5,5% -37,9% 3,1 9 185 -21,5% 6 164 3,2 -1,3%

CH Leiria 16 841 -4,8% 6 795 -15,1% 3,1 -15,5% 6,4 -28,2% 14,7% -38,9% 4,5 13 318 3,1% 8 314 4,2 -0,4%
CH Tondela - Viseu 13 440 -27,9% 9 845 -2,1% 8,7 38,3% 28,1 27,2% 60,0% 3,6% 7,9 10 290 -24,7% 7 190 6,0 7,4%

CH Univer. Cova da Beira 5 033 -16,0% 1 786 4,1% 2,8 -5,6% 18,0 76,6% 31,2% 39,5% 4,3 4 085 -17,6% 2 763 2,5 -14,7%
CH Univer. de Coimbra 32 597 -27,7% 15 242 -18,2% 5,7 17,1% 21,2 49,5% 50,6% 21,9% 5,3 24 866 -26,4% 19 338 3,8 3,6%
H Arc. J. Crisóst. - Cantanhede 532 -30,5% 143 -7,7% 1,8 -9,8% 4,1 11,5% 2,8% 333,6% 3,1 442 -28,2% 296 3,1 17,5%
H D. Figueira da Foz 5 487 -19,3% 1 621 -12,7% 2,2 -13,9% 3,9 -28,8% 2,5% -70,8% 3,4 4 852 -21,2% 3 279 3,1 8,9%
H Dr. Franc. Zagalo - Ovar 1 571 -13,9% 579 16,0% 2,4 2,8% 4,6 -13,7% 5,0% -21,9% 4,7 1 182 -22,9% 830 4,7 21,9%

IPO Coimbra 5 153 -4,5% 851 -15,4% 1,3 -27,8% 17,0 -18,9% 26,7% -37,2% 1,9 4 469 -3,0% 2 830 1,9 36,0%
ULS Castelo Branco 3 267 -29,7% 752 -31,4% 2,0 -24,4% 5,5 -8,0% 8,9% -16,5% 2,5 2 938 -27,9% 2 042 2,9 13,4%

ULS Guarda 3 146 -46,9% 1 965 -0,5% 6,1 62,5% 18,9 112,8% 54,4% 80,5% 7,5 1 908 -59,4% 1 447 2,5 -26,4%

Lisboa e Vale do Tejo 178 473 -22,0% 80 228 -8,8% 5,3 16,8% 20,1 23,5% 49% 27,3% 5,2 145 051 -20,7% 103 690 3,5 12,4%

CH Barreiro Montijo 5 875 -33,0% 2 836 -3,9% 6,5 88,3% 16,7 88,5% 53,9% 108,2% 5,7 4 690 -31,4% 3 081 3,2 11,3%
CH Lisboa Ocidental 14 189 -27,6% 6 073 -1,2% 5,4 19,0% 20,7 10,5% 50,7% 17,6% 5,0 11 807 -27,8% 9 736 3,6 33,4%

CH Médio Tejo -T. Novas 8 200 -25,0% 2 981 -11,5% 2,8 3,7% 10,6 -0,3% 23,6% 6,8% 4,2 6 772 -27,6% 4 297 3,6 15,6%
CH Oeste 4 250 -35,3% 1 856 -33,6% 3,1 -20,5% 10,6 2,8% 27,6% 1,1% 4,3 3 661 -30,3% 2 426 4,9 16,3%
CH Setúbal 11 436 -22,8% 7 335 10,9% 5,8 20,7% 18,7 42,7% 51,9% 20,6% 8,2 8 562 -31,3% 6 032 4,3 0,4%

CH Univer. de Lisboa Norte 19 877 -22,1% 8 045 -20,9% 5,2 11,3% 19,9 20,1% 48,8% 11,9% 4,4 17 196 -16,4% 13 838 3,6 10,2%
CH Univer. Lisboa Central 30 958 -19,5% 14 514 -8,9% 7,5 43,3% 22,7 8,4% 56,1% 20,3% 5,3 25 246 -16,6% 19 608 3,6 20,8%

H Beatriz Ângelo - Loures 13 687 -19,2% 7 755 5,1% 6,9 50,4% 16,0 52,7% 53,5% 66,2% 7,0 11 104 -16,6% 7 115 3,6 15,1%
H D. Santarém 7 184 -18,6% 4 428 -0,2% 5,2 14,6% 20,2 20,2% 49,7% 21,4% 7,4 4 700 -21,8% 3 444 4,2 30,5%
H Fern. Fonseca - Lx 12 848 -32,8% 5 556 -5,8% 5,5 31,0% 20,4 31,3% 50,9% 34,4% 5,0 9 351 -35,0% 6 496 3,1 6,6%
H Garcia de Orta - Almada 17 028 -17,3% 8 580 -18,4% 8,9 70,1% 28,7 31,8% 63,4% 28,4% 5,8 12 849 -11,1% 8 568 3,9 8,5%
H V. F. Xira 9 987 -16,3% 4 531 -7,4% 3,8 5,6% 21,4 37,4% 37,2% 28,2% 5,3 8 706 -17,8% 5 542 3,7 -9,6%

HPP - H Cascais 9 256 -13,6% 1 531 -42,7% 1,4 -44,9% 8,8 19,1% 14,7% -25,1% 1,8 9 151 -1,4% 5 574 2,2 5,2%
Inst. Oft. Dr. Gama Pinto - Lx 6 942 -15,9% 2 676 14,8% 2,7 8,0% 10,7 72,2% 25,6% 125,7% 5,1 5 495 -24,4% 3 132 3,8 32,6%

IPO Lisboa 6 756 -12,5% 1 531 -17,1% 2,8 50,9% 17,5 70,1% 52,0% 30,1% 2,6 5 761 -10,4% 4 942 2,0 14,1%

Alentejo 20 489 -20,7% 6 748 -11,7% 2,4 -12,2% 11,5 15,4% 24% 1,9% 3,8 17 252 -19,4% 11 822 3,3 10,4%

H Espírito Santo - Évora 9 920 -20,8% 2 724 -16,8% 2,8 3,7% 14,2 3,1% 29,2% 11,8% 3,1 8 610 -20,0% 5 964 2,9 3,6%
ULS Baixo Alentejo - Beja 3 243 -27,6% 1 072 -9,1% 1,9 -8,2% 9,5 57,1% 17,4% 57,0% 3,9 2 739 -28,8% 1 898 3,1 41,1%

ULS Litoral Alent. - Sant. Cacém 3 202 -18,0% 1 499 -16,9% 2,3 -33,3% 8,8 -7,4% 19,1% -34,5% 5,1 2 801 -6,7% 1 813 5,5 14,9%
ULS Norte Alentejano - Portalegre 4 124 -16,1% 1 453 4,7% 2,5 1,3% 13,8 50,2% 24,6% 15,6% 4,4 3 102 -18,1% 2 147 2,5 -10,9%

Algarve 13 421 -31,3% 9 050 4,6% 7,8 121,2% 17,1 63,7% 58% 81,8% 8,3 8 904 -23,2% 6 737 3,8 25,1%

CH Univer. do Algarve 13 421 -31,3% 9 050 4,6% 7,8 121,2% 17,1 63,7% 58,2% 81,8% 8,3 8 904 -23,2% 6 737 3,8 25,1%

País 550 871 -20,4% 208 371 -12,3% 3,8 8,5% 18,0 35,1% 39% 20,8% 4,3 458 361 -18,4% 325 257 3,3 4,2%

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 253


ANEXOS

2019
Var.
Var. Percentil Percentil Var. % Var.
Var. Var. Mediana Tempo Var. Média
Mediana 90 do 90 do LIC Média
Entradas LIC do TE % LIC resolução Operados Operados do TE
ARS/Hospital Entradas LIC TE LIC TE da TE da >TMRG Operados TE Op.
2019- 2019- da LIC >TMRG LIC 2019- padrão dos Op.
2019- LIC LIC 2019- 2019-
2018 2018 (meses) (meses) 2018 (meses)
2018 (meses) 2019- 2018 2018
2018
Norte 291 433 2,6% 93 259 3,6% 2,9 -1,1% 10,3 10,4% 27% 10,8% 3,9 247 463 7,9% 172 984 3,0 3,2%

CH Entre o Douro e Vouga 18 330 12,8% 6 459 22,6% 2,3 -9,1% 6,9 -15,1% 16,2% -15,9% 4,5 14 754 3,5% 10 754 3,55 5,3%

CH Médio Ave - Famalicão 7 900 -3,6% 2 349 -2,5% 2,3 -8,1% 5,9 0,6% 10,1% 13,5% 3,5 6 603 -4,0% 4 043 3,8 1,9%

CH Póvoa do Varzim/VC 4 589 -0,1% 1 087 9,9% 1,6 2,1% 3,4 -8,0% 0,2% -84,8% 2,9 4 235 -1,3% 3 160 2,5 7,5%

CH Tâmega e Sousa 20 706 6,9% 5 086 1,3% 1,8 -29,3% 6,4 -1,8% 12,8% -20,7% 3,0 17 839 3,2% 11 515 2,4 -22,8%

CH Trás-os-Montes e Alt. Douro 14 314 6,3% 4 259 -11,6% 3,0 -18,9% 10,3 -2,8% 25,2% -16,9% 3,5 12 360 13,6% 8 344 3,0 -4,4%

CH Univer. de São João 48 970 1,0% 13 781 -10,6% 3,1 -3,2% 9,6 4,0% 32,4% 17,9% 3,3 43 518 18,1% 32 387 2,7 32,2%

CH Univer. do Porto 38 746 6,4% 12 498 28,8% 3,4 25,6% 9,4 4,1% 28,9% 39,1% 4,2 34 672 17,9% 23 190 2,5 26,0%

CH V. Nova de Gaia/Espinho 27 088 1,3% 7 267 -3,3% 2,4 -11,3% 8,9 6,4% 19,6% -1,8% 3,2 23 152 3,0% 16 065 2,9 7,7%

H Braga 37 268 -3,5% 18 340 1,4% 4,7 20,5% 18,0 38,8% 43,1% 24,5% 5,9 28 075 2,3% 19 590 4,0 2,3%

H Sra da Oliveira - Guimarães 15 859 4,0% 7 353 23,4% 3,2 -8,6% 8,5 -5,5% 30,4% 26,9% 6,2 12 886 14,2% 9 136 3,6 0,6%

H Sta Maria Maior - Barcelos 6 251 -0,3% 1 534 27,1% 1,6 0,0% 3,5 -10,5% 1,7% 70,5% 3,1 5 839 0,8% 3 848 2,2 -17,2%

IPO Porto 12 669 -0,5% 1 599 -11,9% 1,5 -13,5% 20,6 -16,5% 29,9% -9,3% 1,5 11 494 1,0% 8 968 1,3 5,0%

ULS Alto Minho - V. Castelo 14 774 6,0% 3 862 -3,0% 2,1 -10,1% 5,9 -20,5% 11,0% -31,2% 3,1 12 555 4,2% 8 597 2,9 -9,5%

ULS Matosinhos 17 579 -2,5% 5 994 0,3% 3,0 -6,3% 7,4 -5,1% 17,5% -15,3% 4,1 13 994 0,2% 9 559 3,5 -7,5%

ULS Nordeste - Bragança 6 390 10,0% 1 791 -5,1% 2,1 -7,4% 7,8 16,4% 17,4% 8,2% 3,4 5 487 6,6% 3 828 3,4 -18,9%

Centro 125 080 -0,5% 49 297 -1,0% 4,2 3,3% 13,7 15,8% 37% 8,4% 4,7 98 734 5,4% 69 340 3,7 14,5%

CH Baixo Vouga 13 245 4,6% 3 757 -5,4% 2,3 -8,7% 5,8 -13,1% 11,1% -23,5% 3,3 11 709 0,3% 7 923 3,2 -18,4%

CH Leiria 17 700 -0,4% 8 033 3,2% 3,7 0,0% 8,8 23,4% 24,0% 1,1% 5,5 12 846 4,7% 8 045 4,2 33,4%

CH Tondela - Viseu 17 811 -3,2% 9 739 -2,6% 6,5 10,9% 22,5 19,2% 59,5% 15,9% 6,5 13 606 9,7% 9 484 5,6 24,1%

CH Univer. Cova da Beira 5 955 -4,0% 1 697 -18,8% 3,0 -27,4% 10,3 6,8% 22,4% -28,7% 3,2 4 961 3,6% 3 202 3,0 23,5%

CH Univer. de Coimbra 45 033 -1,8% 19 305 1,8% 4,9 6,6% 14,0 11,7% 42,4% 9,4% 5,2 33 723 3,9% 26 286 3,6 21,2%

H Arc. J. Crisóst. - Cantanhede 763 -26,4% 154 -4,3% 2,0 35,6% 3,7 -8,4% 0,6% -65,2% 2,4 669 -24,6% 439 2,5 13,4%

H D. Figueira da Foz 6 789 11,1% 2 019 2,2% 2,5 -10,7% 5,5 23,9% 8,9% 289,3% 3,6 6 294 32,5% 4 244 2,8 9,6%

H Dr. Franc. Zagalo - Ovar 1 818 11,5% 518 -5,0% 2,4 31,5% 5,7 32,5% 8,1% 100,9% 3,4 1 570 26,9% 1 064 3,8 29,3%

IPO Coimbra 5 395 0,8% 1 004 -5,0% 1,8 0,0% 21,0 63,6% 42,9% 12,0% 2,2 4 606 7,2% 2 901 1,4 -1,7%

ULS Castelo Branco 4 646 -1,2% 1 097 -4,5% 2,6 13,0% 6,0 -10,4% 10,7% -31,5% 2,8 4 074 -0,6% 2 639 2,6 -4,6%

ULS Guarda 5 925 -0,5% 1 974 -6,4% 3,8 0,4% 8,9 -13,1% 30,2% 2,5% 3,9 4 676 -3,0% 3 113 3,3 -1,5%

Lisboa e Vale do Tejo 226 978 0,9% 88 157 3,4% 4,6 11,4% 16,3 22,6% 39% 8,9% 4,7 182 792 3,1% 129 771 3,1 1,7%

CH Barreiro Montijo 8 697 14,9% 2 908 14,7% 3,5 -4,6% 8,8 -2,8% 26,4% -3,8% 4,2 6 826 11,5% 4 468 2,9 -18,4%

CH Lisboa Ocidental 19 258 -4,2% 5 650 -4,2% 4,6 16,1% 19,6 36,6% 44,5% 22,1% 3,6 16 347 -1,2% 13 043 2,7 9,7%

CH Médio Tejo -T. Novas 10 922 3,2% 4 177 12,7% 2,8 -9,6% 9,3 -27,5% 22,3% -17,1% 4,8 9 355 7,6% 5 787 3,1 -8,5%

CH Oeste 6 570 -5,3% 2 802 -14,8% 3,9 -10,3% 10,3 -7,0% 27,5% -11,6% 4,8 5 238 4,3% 3 331 4,2 -5,0%

CH Setúbal 14 749 4,5% 6 602 -5,8% 4,8 5,8% 13,1 12,8% 43,1% 10,7% 5,2 12 445 20,4% 8 524 4,3 3,4%

CH Univer. de Lisboa Norte 25 525 -2,1% 10 180 -5,4% 4,7 7,6% 16,6 33,3% 43,9% 21,1% 4,7 20 576 10,2% 15 633 3,3 16,9%

CH Univer. Lisboa Central 38 211 -0,7% 15 889 5,1% 5,2 12,1% 21,0 11,9% 46,8% 12,1% 5,1 30 325 -1,4% 24 450 3,0 7,0%

H Beatriz Ângelo - Loures 16 886 7,2% 7 393 28,0% 4,6 25,7% 10,5 16,7% 32,4% 19,2% 5,8 13 297 -1,6% 8 709 3,1 -2,0%

H D. Santarém 8 809 2,1% 4 420 21,3% 4,6 23,4% 16,6 -12,5% 40,5% 5,6% 6,6 6 012 -3,1% 4 067 3,2 2,2%

H Fern. Fonseca - Lx 18 941 -6,9% 5 965 -20,2% 4,2 1,6% 15,5 37,8% 38,1% 14,9% 3,5 14 388 -2,9% 9 947 2,9 3,9%

H Garcia de Orta - Almada 20 305 6,0% 10 420 15,9% 5,3 -9,7% 21,9 23,3% 50,3% -4,9% 6,4 14 424 1,2% 9 690 3,5 -1,7%

H V. F. Xira 11 936 1,1% 4 967 -7,7% 3,7 -0,9% 15,7 22,7% 29,9% -10,5% 4,8 10 588 4,2% 6 703 4,1 -9,1%

HPP - H Cascais 10 718 7,7% 2 698 18,1% 2,6 27,9% 7,5 28,0% 19,9% 81,9% 3,1 9 278 7,2% 5 604 2,1 -18,4%

Inst. Oft. Dr. Gama Pinto - Lx 8 253 10,6% 2 312 19,4% 2,5 27,1% 6,1 27,1% 10,9% 140,7% 3,5 7 264 13,0% 4 139 2,8 4,5%

IPO Lisboa 7 198 -11,1% 1 774 18,7% 2,0 52,5% 10,4 31,6% 42,5% 35,4% 3,1 6 429 -9,7% 5 676 1,7 6,3%

Alentejo 25 740 11,2% 8 117 9,7% 2,9 8,6% 9,9 -4,2% 25% 1,3% 3,9 21 371 8,9% 14 508 3,0 -16,2%

H Espírito Santo - Évora 12 498 15,9% 3 280 -4,0% 2,7 -1,2% 13,8 -4,5% 26,2% -10,7% 3,1 10 753 18,6% 7 497 2,8 -24,9%

ULS Baixo Alentejo - Beja 4 472 9,4% 1 181 13,6% 2,1 5,0% 6,2 -33,2% 12,3% -39,2% 3,3 3 847 1,8% 2 466 2,2 -29,8%

ULS Litoral Alent. - Sant. Cacém 3 904 7,8% 1 803 12,5% 3,5 9,4% 9,5 21,6% 29,3% 17,7% 5,9 2 983 1,7% 1 970 4,8 10,0%

ULS Norte Alentejano - Portalegre 4 866 4,5% 1 853 38,5% 3,2 29,3% 9,2 10,8% 28,2% 58,4% 5,1 3 788 -1,4% 2 575 2,9 -3,1%

Algarve 19 452 14,4% 8 573 23,1% 3,5 -3,6% 10,6 0,8% 32% 9,9% 5,8 11 583 18,5% 8 433 3,0 -2,4%

CH Univer. do Algarve 19 452 14,4% 8 573 23,1% 3,5 -3,6% 10,6 0,8% 32,0% 9,9% 5,8 11 583 18,5% 8 433 3,0 -2,3%

Fonte: ACSS

254 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

2018
Var. Var.
Var. Percentil Var. % Média
Var. Var. Mediana Percentil Tempo Var. Média
Mediana 90 do LIC do TE
Entradas LIC do TE 90 do TE % LIC resolução Operados Operados do TE
ARS/Hospital Entradas LIC TE LIC TE da >TMRG Operados dos
2018- 2018- da LIC da LIC >TMRG LIC 2018- padrão dos Op.
2018- LIC 2018- Op.
2017 2017 (meses) (meses) (meses) 2017 (meses)
2017 2018- 2017 2018-
2017 2017
Norte 284 146 2,3% 90 033 6,3% 3,0 -5,3% 9,3 3,3% 24% -9,1% 3,9 229 380 -1,0% 201 430 2,9 0,0%

CH Entre o Douro e Vouga 16 257 1,5% 5 268 -3,8% 2,6 4,1% 8,2 2,0% 19,2% -2,1% 3,8 14 249 5,6% 11 915 3,4 4,4%

CH Médio Ave - Famalicão 8 198 6,0% 2 408 5,1% 2,5 2,8% 5,8 15,1% 8,9% 71,9% 3,6 6 876 2,4% 5 355 3,7 -6,7%

CH Póvoa do Varzim/VC 4 594 5,3% 989 32,4% 1,6 26,3% 3,7 9,8% 1,2% 806,4% 2,7 4 289 -1,2% 3 814 2,3 2,0%

CH Tâmega e Sousa 19 362 -0,3% 5 023 -17,7% 2,5 1,4% 6,5 -5,3% 16,1% -13,8% 2,9 17 283 6,5% 13 262 3,1 1,6%

CH Trás-os-Montes e Alt. Douro 13 471 -13,0% 4 817 1,8% 3,7 16,8% 10,6 0,6% 30,3% 3,1% 4,3 10 881 -19,6% 8 807 3,2 13,0%

CH Univer. de São João 48 482 4,0% 15 412 33,8% 3,2 -12,0% 9,2 11,7% 27,5% -9,2% 4,1 36 859 -4,8% 36 001 2,0 -3,5%

CH Univer. do Porto 36 405 8,4% 9 701 35,2% 2,7 -1,2% 9,0 -26,7% 20,8% -25,4% 3,4 29 408 -2,3% 24 099 2,0 -15,4%

CH V. Nova de Gaia/Espinho 26 732 2,8% 7 513 6,7% 2,7 6,7% 8,4 -0,8% 20,0% -5,5% 3,4 22 476 1,6% 21 308 2,7 11,9%

H Braga 38 624 5,5% 18 080 8,7% 3,9 1,7% 13,0 31,0% 34,6% 7,8% 5,9 27 443 7,0% 24 851 3,9 16,2%

H Sra da Oliveira - Guimarães 15 242 6,6% 5 957 5,7% 3,5 -13,9% 9,0 -16,6% 24,0% -32,5% 4,8 11 284 -2,2% 10 982 3,5 -4,5%

H Sta Maria Maior - Barcelos 6 269 17,1% 1 207 -5,0% 1,6 -29,9% 3,9 -23,5% 1,0% -83,4% 2,3 5 794 20,9% 4 684 2,6 -16,5%

IPO Porto 12 728 -4,6% 1 814 -5,2% 1,7 -20,0% 24,7 31,0% 33,0% -14,3% 1,7 11 381 -4,9% 10 122 1,2 -2,6%

ULS Alto Minho - V. Castelo 13 939 -5,3% 3 980 -1,4% 2,3 3,0% 7,5 -15,2% 16,0% -21,0% 3,4 12 044 -9,7% 10 317 3,2 0,9%

ULS Matosinhos 18 035 -0,5% 5 976 -23,3% 3,2 -19,5% 7,8 -8,6% 20,6% -34,9% 3,6 13 968 -4,2% 11 281 3,8 -18,5%

ULS Nordeste - Bragança 5 808 -3,5% 1 888 -17,9% 2,3 -9,3% 6,7 -2,0% 16,0% 5,5% 3,7 5 145 11,2% 4 672 4,1 2,6%

Centro 125 694 3,1% 49 805 12,9% 4,1 5,1% 11,8 15,7% 34% -1,0% 5,0 93 688 -1,8% 85 085 3,2 7,2%

CH Baixo Vouga 12 659 1,0% 3 970 -25,9% 2,5 -32,3% 6,6 -11,2% 14,5% -44,2% 3,4 11 678 27,0% 9 542 4,0 0,1%

CH Leiria 17 777 6,5% 7 781 21,9% 3,7 13,4% 7,1 3,9% 23,7% 34,1% 5,7 12 267 -3,6% 10 895 3,1 2,3%

CH Tondela - Viseu 18 395 7,9% 10 000 22,5% 5,8 1,7% 18,9 22,7% 51,4% 3,0% 7,3 12 400 -0,4% 10 599 4,5 21,5%

CH Univer. Cova da Beira 6 206 2,7% 2 090 13,4% 4,1 21,6% 9,6 18,6% 31,4% 2,7% 4,2 4 790 0,4% 3 769 2,4 1,9%

CH Univer. de Coimbra 45 867 2,3% 18 967 16,1% 4,6 6,2% 12,5 14,6% 38,8% -0,4% 5,3 32 465 -7,6% 33 847 3,0 2,0%

H Arc. J. Crisóst. - Cantanhede 1 036 -27,1% 161 -42,9% 1,5 -30,8% 4,1 -4,7% 1,9% 425,5% 1,7 887 -23,7% 590 2,2 19,2%

H D. Figueira da Foz 6 108 11,6% 1 976 73,5% 2,8 35,5% 4,5 7,9% 2,3% 17,9% 4,6 4 749 -3,4% 3 644 2,5 20,5%

H Dr. Franc. Zagalo - Ovar 1 631 -5,6% 545 26,7% 1,8 -8,5% 4,3 -36,6% 4,0% -80,9% 4,3 1 237 -16,9% 1 100 2,9 -5,1%

IPO Coimbra 5 354 0,4% 1 057 18,8% 1,8 -2,7% 12,8 -19,5% 38,3% -0,3% 2,4 4 295 -5,9% 3 472 1,4 5,3%

ULS Castelo Branco 4 704 -1,5% 1 149 -3,4% 2,3 -28,1% 6,7 -22,4% 15,6% -38,5% 2,9 4 098 3,4% 3 651 2,7 7,0%

ULS Guarda 5 957 -0,6% 2 109 0,6% 3,7 -1,3% 10,2 2,7% 29,4% -22,6% 4,3 4 822 -4,6% 3 968 3,4 5,3%

Lisboa e Vale do Tejo 225 057 0,3% 85 289 6,2% 4,1 1,7% 13,3 22,8% 36% -4,8% 4,6 177 293 -0,5% 158 140 3,1 1,3%

CH Barreiro Montijo 7 567 3,9% 2 536 -9,6% 3,6 -21,0% 9,1 -5,5% 27,4% -31,2% 3,9 6 123 4,4% 4 837 3,6 -4,0%

CH Lisboa Ocidental 20 112 4,9% 5 897 12,2% 3,9 0,9% 14,3 27,0% 36,4% -3,0% 3,7 16 542 1,1% 16 779 2,4 12,0%

CH Médio Tejo -T. Novas 10 583 -7,0% 3 706 -10,4% 3,1 -13,8% 12,8 53,0% 26,8% -2,7% 4,0 8 692 -0,6% 6 579 3,4 2,8%

CH Oeste 6 940 -5,3% 3 290 -15,5% 4,4 0,0% 11,0 11,5% 31,1% -19,7% 5,2 5 022 -3,6% 3 839 4,4 -11,0%

CH Setúbal 14 116 0,8% 7 007 7,4% 4,6 1,5% 11,6 15,8% 39,0% -1,4% 6,2 10 338 -6,2% 8 905 4,1 2,4%

CH Univer. de Lisboa Norte 26 065 -3,2% 10 756 17,2% 4,4 13,4% 12,5 28,8% 36,2% 4,2% 5,3 18 677 -10,4% 20 956 2,8 10,0%

CH Univer. Lisboa Central 38 476 -1,1% 15 119 12,4% 4,7 6,1% 18,7 20,1% 41,7% 0,1% 4,9 30 753 -3,0% 30 785 2,8 -4,7%

H Beatriz Ângelo - Loures 15 747 5,6% 5 774 12,7% 3,6 21,1% 9,0 29,8% 27,2% 28,0% 4,6 13 512 9,2% 9 907 3,2 -3,4%

H D. Santarém 8 625 -5,0% 3 645 -14,9% 3,7 -42,5% 19,0 33,8% 38,4% -29,0% 4,7 6 204 -2,5% 5 226 3,2 -14,9%

H Fern. Fonseca - Lx 20 342 -2,4% 7 473 9,8% 4,2 5,9% 11,3 -2,0% 33,1% -15,6% 4,5 14 814 -5,0% 12 281 2,8 3,2%

H Garcia de Orta - Almada 19 158 5,5% 8 991 11,9% 5,9 11,4% 17,7 42,2% 52,9% 13,7% 5,9 14 251 6,9% 11 590 3,6 -5,1%

H V. F. Xira 11 807 -6,4% 5 380 -6,1% 3,7 -14,0% 12,8 17,5% 33,4% -14,9% 5,4 10 164 1,6% 8 703 4,5 20,3%

HPP - H Cascais 9 955 18,4% 2 285 -1,1% 2,0 -18,7% 5,8 -24,2% 10,9% -59,2% 2,7 8 653 14,4% 6 470 2,6 -12,7%

Inst. Oft. Dr. Gama Pinto - Lx 7 464 19,2% 1 936 36,4% 2,0 -3,3% 4,8 0,7% 4,5% 15,2% 3,3 6 428 20,5% 4 160 2,7 24,0%

IPO Lisboa 8 100 -9,9% 1 494 7,4% 1,3 -11,1% 7,9 15,0% 31,4% 0,6% 2,2 7 120 -8,8% 7 474 1,6 12,2%

Alentejo 23 152 -2,2% 7 396 -18,0% 2,7 -25,0% 10,4 3,7% 25% -24,7% 3,6 19 619 3,7% 16 630 3,6 10,8%

H Espírito Santo - Évora 10 784 9,1% 3 415 -14,6% 2,8 -39,4% 14,5 5,7% 29,3% -28,4% 3,6 9 063 18,3% 7 838 3,8 20,1%

ULS Baixo Alentejo - Beja 4 089 -18,5% 1 040 -41,8% 2,0 -24,1% 9,2 1,1% 20,2% -30,6% 2,6 3 779 -5,2% 3 143 3,2 22,0%

ULS Litoral Alent. - Sant. Cacém 3 622 -2,4% 1 603 1,1% 3,2 -6,8% 7,8 -7,0% 24,9% -3,1% 5,3 2 934 -9,5% 2 564 4,4 -2,9%

ULS Norte Alentejano - Portalegre 4 657 -8,1% 1 338 -19,1% 2,5 -20,2% 8,3 -16,5% 17,8% -31,4% 3,3 3 843 -4,8% 3 083 2,9 -2,5%

Algarve 16 997 -2,7% 6 967 -17,2% 3,7 -23,1% 10,5 7,7% 29% -31,9% 4,5 9 778 -5,3% 8 741 3,1 -2,1%

CH Univer. do Algarve 16 997 -2,7% 6 967 -17,2% 3,7 -23,1% 10,5 7,7% 29,1% -31,9% 4,5 9 778 -5,3% 8 741 3,1 -2,1%

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 255


ANEXOS

2017
Var. Var.
Var. Percentil Var. % Média
Var. Var. Mediana Percentil Tempo Var. Média
Mediana 90 do LIC do TE
Entradas LIC do TE 90 do TE % LIC resolução Operados Operados do TE
ARS/Hospital Entradas LIC TE LIC TE da >TMRG Operados dos
2017- 2017- da LIC da LIC >TMRG LIC 2017- padrão dos Op.
2017- LIC 2017- Op.
2016 2016 (meses) (meses) (meses) 2016 (meses)
2016 2017- 2016 2017-
2016 2016
Norte 277 688 4,9% 84 663 9,0% 3,1 6,8% 9,0 0,7% 27% 8,3% 3,8 231 740 2,8% 223 988 2,9 -3,4%

CH Entre o Douro e Vouga 16 011 6,8% 5 478 14,0% 2,5 -6,3% 8,0 -10,7% 19,7% -17,8% 4,3 13 490 -1,8% 12 263 3,2 -17,0%

CH Médio Ave - Famalicão 7 734 4,8% 2 291 -12,6% 2,4 -8,3% 5,1 -28,0% 5,2% -64,1% 3,4 6 713 4,8% 5 745 4,0 -16,1%

CH Póvoa do Varzim/VC 4 362 -2,2% 747 -17,0% 1,3 -28,3% 3,4 -40,4% 0,1% -98,2% 2,0 4 340 4,2% 4 326 2,3 -14,4%

CH Tâmega e Sousa 19 430 9,6% 6 100 19,1% 2,5 2,8% 6,9 5,6% 18,7% 46,7% 4,0 16 224 6,0% 14 056 3,0 7,3%

CH Trás-os-Montes e Alt. Douro 15 479 13,7% 4 730 -8,1% 3,2 -15,2% 10,5 -6,5% 29,4% -9,4% 3,6 13 533 19,1% 11 442 2,8 -13,7%

CH Univer. de São João 46 611 3,6% 11 516 21,7% 3,6 31,7% 8,3 15,3% 30,3% 75,6% 3,1 38 731 1,3% 42 176 2,1 6,6%

CH Univer. do Porto 33 570 -2,6% 7 177 -20,1% 2,8 -19,4% 12,3 -19,2% 27,8% -12,9% 2,4 30 098 0,4% 26 354 2,3 -4,8%

CH V. Nova de Gaia/Espinho 26 013 5,2% 7 041 15,8% 2,5 5,6% 8,4 11,5% 21,2% 27,0% 3,4 22 121 0,3% 23 504 2,4 -13,9%

H Braga 36 614 15,9% 16 635 47,7% 3,8 29,2% 9,9 -7,8% 32,1% 6,7% 6,4 25 643 3,6% 26 510 3,4 17,5%

H Sra da Oliveira - Guimarães 14 300 -0,2% 5 636 -8,5% 4,1 -6,2% 10,8 -17,7% 35,5% 1,5% 4,6 11 534 0,5% 11 862 3,7 -7,4%

H Sta Maria Maior - Barcelos 5 352 -4,8% 1 270 -22,5% 2,2 -33,0% 5,1 -40,2% 6,0% -76,4% 2,7 4 793 8,1% 4 141 3,1 4,4%

IPO Porto 13 346 -3,4% 1 914 -4,5% 2,2 30,0% 18,9 20,5% 38,5% 17,2% 1,7 11 964 -0,9% 11 480 1,3 -1,1%

ULS Alto Minho - V. Castelo 14 719 8,6% 4 038 -12,4% 2,2 -15,2% 8,8 31,3% 20,3% 23,0% 3,2 13 342 11,4% 12 534 3,2 -18,7%

ULS Matosinhos 18 130 3,4% 7 789 9,9% 3,9 4,4% 8,5 8,5% 31,7% 7,9% 5,4 14 586 0,7% 12 551 4,7 -0,9%

ULS Nordeste - Bragança 6 017 1,6% 2 301 28,1% 2,5 10,3% 6,8 15,2% 15,2% 59,8% 5,0 4 628 -5,0% 4 937 4,0 4,3%

Centro 121 896 2,5% 44 118 12,9% 3,9 10,4% 10,2 -3,5% 34% 21,6% 4,5 95 437 -1,9% 95 801 3,0 1,0%

CH Baixo Vouga 12 536 10,1% 5 361 21,8% 3,7 17,0% 7,5 -30,7% 26,0% -3,1% 5,5 9 194 -0,8% 8 677 4,0 1,8%

CH Leiria 16 695 8,8% 6 385 16,5% 3,2 1,0% 6,9 -19,5% 17,7% -20,3% 4,9 12 723 3,5% 12 423 3,1 -1,6%

CH Tondela - Viseu 17 046 -0,5% 8 164 28,3% 5,7 38,7% 15,4 18,5% 49,9% 34,7% 6,6 12 444 -8,8% 11 731 3,7 6,2%

CH Univer. Cova da Beira 6 040 -0,1% 1 843 16,7% 3,4 7,4% 8,1 29,9% 30,5% 123,3% 3,8 4 770 -2,3% 4 048 2,4 -11,6%

CH Univer. de Coimbra 44 854 -0,8% 16 339 4,3% 4,3 11,2% 10,9 0,3% 38,9% 29,5% 4,4 35 154 -2,1% 40 040 2,9 5,5%

H Arc. J. Crisóst. - Cantanhede 1 422 3,5% 282 18,5% 2,2 71,1% 4,3 45,5% 0,4% 2,5 1 163 -8,1% 778 1,9 -18,3%

H D. Figueira da Foz 5 474 7,3% 1 139 15,2% 2,1 14,8% 4,1 15,0% 1,9% 855,1% 2,6 4 916 5,0% 4 121 2,1 -3,1%

H Dr. Franc. Zagalo - Ovar 1 728 -4,6% 430 -3,8% 2,0 0,0% 6,8 11,5% 21,2% 89,2% 3,0 1 489 -2,7% 1 280 3,1 8,3%

IPO Coimbra 5 332 9,3% 890 -1,7% 1,9 6,7% 16,0 4,8% 38,4% -7,5% 2,0 4 564 7,4% 4 176 1,3 -13,9%

ULS Castelo Branco 4 778 5,9% 1 189 17,8% 3,2 1,1% 8,6 -51,4% 25,3% -15,4% 3,1 3 963 -6,6% 3 953 2,5 4,3%

ULS Guarda 5 991 -1,4% 2 096 5,0% 3,8 10,2% 10,0 -2,8% 38,0% 32,9% 4,2 5 057 -5,2% 4 519 3,2 -9,3%

Lisboa e Vale do Tejo 224 292 4,8% 80 339 9,4% 4,0 8,0% 10,8 -4,4% 38% 14,4% 4,4 178 119 3,5% 176 367 3,0 2,5%

CH Barreiro Montijo 7 285 0,2% 2 804 -9,3% 4,6 -8,6% 9,6 -31,7% 39,9% -8,0% 4,4 5 864 -0,5% 5 070 3,7 3,3%

CH Lisboa Ocidental 19 179 5,2% 5 255 15,6% 3,9 23,2% 11,3 19,8% 37,6% 34,8% 3,4 16 366 5,6% 19 330 2,2 -1,3%

CH Médio Tejo -T. Novas 11 384 5,4% 4 137 27,6% 3,6 0,9% 8,4 -11,0% 27,6% 13,6% 4,6 8 743 -2,1% 7 410 3,3 -3,8%

CH Oeste 7 332 9,2% 3 893 -4,9% 4,4 -9,7% 9,9 -29,4% 38,7% -2,2% 6,2 5 208 10,2% 4 621 5,0 3,9%

CH Setúbal 14 005 11,2% 6 527 8,1% 4,5 3,1% 10,0 -15,5% 39,5% 3,9% 5,8 11 025 11,4% 10 617 4,0 4,8%

CH Univer. de Lisboa Norte 26 939 5,1% 9 174 23,6% 3,9 20,8% 9,7 -5,4% 34,8% 31,7% 4,4 20 851 -0,2% 26 091 2,5 -3,5%

CH Univer. Lisboa Central 38 900 2,8% 13 448 4,7% 4,4 3,1% 15,6 10,6% 41,7% 5,0% 4,2 31 695 3,8% 33 298 2,9 4,0%

H Beatriz Ângelo - Loures 14 907 3,5% 5 125 24,1% 3,0 5,9% 6,9 -2,8% 21,3% 16,8% 4,4 12 375 -0,6% 9 736 3,3 7,6%

H D. Santarém 9 076 12,1% 4 284 5,8% 6,4 28,7% 14,2 10,3% 54,1% 24,9% 5,7 6 365 14,8% 5 794 3,7 -8,5%

H Fern. Fonseca - Lx 20 848 -0,1% 6 807 4,1% 3,9 0,9% 11,5 9,5% 39,3% 15,3% 3,8 15 586 -3,6% 13 856 2,7 0,8%

H Garcia de Orta - Almada 18 155 1,4% 8 034 -1,5% 5,3 21,5% 12,5 15,8% 46,5% 23,0% 5,4 13 330 -1,0% 11 785 3,8 0,6%

H V. F. Xira 12 618 3,8% 5 730 27,7% 4,3 65,4% 10,9 38,1% 39,2% 86,6% 6,0 10 003 5,0% 10 017 3,7 18,5%

HPP - H Cascais 8 407 0,2% 2 311 -14,9% 2,5 -0,7% 7,7 -3,8% 26,8% 9,7% 3,2 7 563 10,4% 6 441 3,0 11,2%

Inst. Oft. Dr. Gama Pinto - Lx 6 263 26,0% 1 419 36,0% 2,0 35,6% 4,8 41,6% 3,9% 929,0% 2,9 5 336 18,4% 3 706 2,2 1,2%

IPO Lisboa 8 994 10,6% 1 391 34,1% 1,5 -10,0% 6,9 5,4% 31,2% -20,1% 1,9 7 809 8,5% 8 766 1,5 -3,1%

Alentejo 23 678 -6,8% 9 025 5,7% 3,6 16,1% 10,0 -9,4% 33% 18,2% 4,6 18 923 -8,1% 17 991 3,2 2,8%

H Espírito Santo - Évora 9 881 -6,1% 3 998 11,4% 4,6 25,7% 13,7 0,5% 40,9% 30,8% 5,0 7 659 -13,6% 7 464 3,1 -7,1%

ULS Baixo Alentejo - Beja 5 020 -2,3% 1 788 17,7% 2,6 0,0% 9,1 2,6% 29,1% 26,2% 4,5 3 988 -6,9% 3 840 2,6 1,7%

ULS Litoral Alent. - Sant. Cacém 3 710 -20,0% 1 585 -5,6% 3,4 37,3% 8,4 17,0% 25,7% 49,7% 5,0 3 241 -6,3% 2 997 4,5 31,0%

ULS Norte Alentejano - Portalegre 5 067 -0,7% 1 654 -5,5% 3,1 -8,7% 9,9 -34,9% 25,9% -28,3% 3,8 4 035 1,5% 3 679 3,0 0,5%

Algarve 17 476 0,7% 8 413 -9,6% 4,8 10,9% 9,7 -10,4% 43% 21,6% 5,5 10 326 7,5% 10 523 3,2 -14,6%

CH Univer. do Algarve 17 476 0,7% 8 413 -9,6% 4,8 10,9% 9,7 -10,4% 42,7% 21,6% 5,5 10 326 7,5% 10 523 3,2 -14,6%

Fonte: ACSS

256 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

Anexo 7. Indicadores globais procura/oferta cirúrgica, por grupo de serviço


(2017-2020)

2020

Mediana Percentil 90
Var. Var. LIC Tempo Var. % LIC Var.
do TE da do % LIC
Grupo de Serviço Entradas Entradas LIC 2020- resolução >TMRG Operados Operados
LIC TE da LIC >TMRG
2020-2019 2019 LIC (meses) 2020-2019 2020-2019
(meses) (meses)

Cirurgia Cabeça e
Pescoço (inclui
40 442 -31,7% 20 068 -19,9% 4,9 5,3 19,7 47,1% 36,0% 37 189 -24,7%
ORL,
Estomatologia)

Cirurgia
10 915 -10,3% 2 045 -13,2% 2,9 2,2 13,8 36,5% -14,7% 9 724 -7,3%
Cardiotóracica

Cirurgia Geral 95 527 -23,7% 34 505 -18,6% 3,6 4,0 17,2 36,3% 15,7% 86 699 -21,6%

Cirurgia Pediátrica 8 776 -22,7% 4 031 -11,8% 4,1 5,2 15,0 35,3% 42,4% 8 006 -21,7%

Cirurgia Plástica /
37 931 -16,7% 12 635 0,3% 3,6 3,9 20,0 39,3% 9,6% 32 195 -18,2%
Dermatologia

Cirurgia Vascular 17 864 -18,3% 6 423 -28,2% 3,8 3,8 18,7 44,2% 11,0% 16 719 -10,1%
Ginecologia/
39 786 -23,1% 10 720 -8,7% 2,5 3,2 11,4 24,6% 55,3% 35 347 -22,5%
Obstetricia
Laboratórios 319 -27,2% 2 0,0% 18,1 0,1 18,3 100,0% 100,0% 292 -24,5%

Neurocirurgia 10 259 -24,3% 6 586 -11,4% 10,7 7,2 29,4 64,7% 18,4% 8 590 -16,4%

Oftalmologia 191 102 -15,5% 51 068 -10,7% 2,6 3,1 12,7 26,4% 33,6% 174 950 -15,7%

Ortopedia 90 008 -21,4% 51 044 -8,2% 4,7 6,5 21,1 45,6% 12,2% 74 248 -18,4%

Outros Seviços 1 733 -23,1% 211 19,9% 1,7 1,5 6,2 36,0% 201,9% 1 464 -28,2%

Urologia 32 671 -18,5% 13 269 -10,9% 3,8 4,6 17,5 45,0% 14,8% 28 577 -12,6%

Total 577 333 -20,3% 212 607 -12,5% 3,8 4,2 17,8 38,4% 19,8% 514 000 -18,2%

Fonte: ACSS

2019

Mediana Percentil 90
Var. Var. LIC Tempo Var. % LIC Var.
do TE da do % LIC
Grupo de Serviço Entradas Entradas LIC 2019- resolução >TMRG Operados Operados
LIC TE da LIC >TMRG
2019-2018 2018 LIC (meses) 2019-2018 2019-2018
(meses) (meses)

Cirurgia Cabeça e
Pescoço (inclui
59 239 -2,9% 25 045 2,5% 4,0 5,1 14,0 34,6% 8,2% 49 335 -0,3%
ORL,
Estomatologia)

Cirurgia
12 166 4,7% 2 355 4,4% 3,9 2,3 13,9 42,8% 58,6% 10 507 5,4%
Cardiotóracica

Cirurgia Geral 125 126 -2,5% 42 407 -11,8% 3,4 3,9 13,6 31,4% 2,6% 110 932 4,0%

Cirurgia Pediátrica 11 355 3,1% 4 568 -5,2% 3,1 4,6 10,2 24,8% -5,9% 9 784 8,8%

Cirurgia Plástica /
45 553 1,5% 12 598 -12,5% 3,5 3,2 16,7 35,9% 9,7% 39 751 5,2%
Dermatologia

Cirurgia Vascular 21 872 0,5% 8 944 -4,9% 4,6 4,8 14,2 39,8% 23,9% 18 400 12,4%

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 257


ANEXOS

Mediana Percentil 90
Var. Var. LIC Tempo Var. % LIC Var.
do TE da do % LIC
Grupo de Serviço Entradas Entradas LIC 2019- resolução >TMRG Operados Operados
LIC TE da LIC >TMRG
2019-2018 2018 LIC (meses) 2019-2018 2019-2018
(meses) (meses)
Ginecologia/
51 714 -0,8% 11 746 -5,3% 2,3 2,7 6,8 15,8% -7,9% 45 466 3,1%
Obstetricia
Laboratórios 438 -4,2% 2 -75,0% 7,0 0,1 8,1 50,0% 387 -8,9%

Neurocirurgia 13 551 2,3% 7 435 19,6% 6,2 7,1 23,0 54,6% 13,8% 10 435 -0,5%

Oftalmologia 226 290 6,8% 57 170 3,5% 2,6 3,0 8,4 19,8% -3,8% 207 639 8,2%

Ortopedia 114 572 5,1% 55 614 4,4% 4,6 5,9 17,0 40,7% 8,8% 90 825 7,0%

Outros Seviços 2 255 19,7% 176 43,1% 0,5 1,0 2,5 11,9% 22,3% 2 041 23,2%

Urologia 40 103 3,1% 14 889 7,8% 3,3 4,6 13,8 39,2% 9,9% 32 780 2,1%

Total 724 234 2,6% 242 949 -0,6% 3,5 4,0 13,3 32,1% 6,7% 628 282 5,6%

Fonte: ACSS

2018

Mediana Percentil 90 Var. %


Var. Var. LIC Tempo Var.
do TE da do % LIC LIC
Grupo de Serviço Entradas Entradas LIC 2018- resolução Operados Operados
LIC TE da LIC >TMRG >TMRG
2018-2017 2017 LIC (meses) 2018-2017
(meses) (meses) 2018-2017

Cirurgia Cabeça e
Pescoço (inclui
60 985 -0,8% 24 436 5,2% 4,1 4,9 11,1 32,0% 0,1% 49 492 -2,5%
ORL,
Estomatologia)

Cirurgia
11 615 2,2% 2 256 35,8% 3,2 2,5 10,0 27,0% 9,5% 9 972 -1,2%
Cardiotóracica

Cirurgia Geral 128 361 0,2% 48 094 7,3% 3,7 4,6 11,7 30,6% -3,8% 106 709 -1,1%

Cirurgia Pediátrica 11 013 -2,7% 4 817 8,4% 3,2 5,4 9,3 26,3% -1,9% 8 989 -3,7%

Cirurgia Plástica /
44 877 -0,7% 14 396 3,3% 3,4 3,9 13,4 32,7% -6,2% 37 789 -0,4%
Dermatologia

Cirurgia Vascular 21 770 3,9% 9 409 16,8% 3,6 5,5 11,7 32,1% -1,0% 16 366 -3,1%

Ginecologia/
52 106 -0,9% 12 408 9,9% 2,4 2,9 7,0 17,2% 0,3% 44 097 -3,4%
Obstetricia
Laboratórios 457 14,8% 8 300,0% 0,6 0,2 2,1 0,0% 0,0% 425 13,3%

Neurocirurgia 13 249 -4,2% 6 216 3,6% 5,4 5,8 19,5 48,0% -2,7% 10 488 -5,0%

Oftalmologia 211 867 3,4% 55 254 1,5% 2,6 3,1 8,4 20,5% -1,4% 191 978 5,7%

Ortopedia 109 012 0,8% 53 267 5,3% 4,6 6,0 14,1 37,4% -4,0% 84 915 2,6%

Outros Seviços 1 884 38,9% 123 95,2% 0,4 0,8 2,0 9,8% 3,4% 1 657 31,0%

Urologia 38 907 -1,7% 13 817 8,5% 3,2 4,4 11,8 35,6% 1,0% 32 101 -3,6%

Total 706 103 1,0% 244 501 5,7% 3,5 4,2 11,4 30,0% -2,3% 594 978 1,0%

Fonte: ACSS

258 RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 MINISTÉRIO DA SAÚDE


ANEXOS

2017
Var. %
Mediana Percentil
Var. Var. LIC Tempo LIC Var. Média do
do TE da 90 do % LIC
Grupo de Serviço Entradas Entradas LIC 2017- resolução >TMRG Operados Operados Peso
LIC TE da LIC >TMRG
2017-2016 2016 LIC (meses) 2017- 2017-2016 Relativo
(meses) (meses)
2016

Cirurgia Cabeça e
Pescoço (inclui
61 494 1,6% 23 235 5,0% 3,7 4,6 9,7 31,8% 0,8% 50 747 1,9% 0,8
ORL,
Estomatologia)

Cirurgia
11 363 -1,5% 1 661 15,3% 2,7 1,8 6,9 17,5% -1,7% 10 092 -4,1% 3,5
Cardiotóracica

Cirurgia Geral 128 118 0,3% 44 809 4,2% 3,7 4,2 10,4 34,4% 2,4% 107 908 1,0% 1,0

Cirurgia
11 320 5,9% 4 445 20,6% 3,4 5,0 8,8 28,2% 6,6% 9 331 5,4% 0,7
Pediátrica

Cirurgia Plástica /
45 191 3,6% 13 933 4,5% 3,9 3,7 11,3 38,9% 5,4% 37 942 6,9% 0,9
Dermatologia

Cirurgia Vascular 20 958 2,3% 8 057 2,7% 3,6 4,6 9,7 33,1% 1,2% 16 886 1,2% 1,2

Ginecologia/
52 564 -1,5% 11 293 9,5% 2,3 2,6 6,9 16,9% -1,1% 45 646 -3,1% 0,6
Obstetricia

Laboratórios 398 168,9% 2 -80,0% 0,1 0,1 0,1 0,0% 0,0% 375 184,1% 0,9

Neurocirurgia 13 825 3,8% 6 000 9,2% 5,9 5,4 17,1 50,7% 8,0% 11 042 8,4% 1,8

Oftalmologia 204 812 10,5% 54 446 17,2% 2,9 3,3 7,6 21,9% 6,6% 181 547 10,2% 0,7

Ortopedia 108 153 4,9% 50 569 12,3% 4,8 5,9 11,6 41,4% 6,2% 82 738 -0,7% 1,5

Outros Seviços 1 356 -25,0% 63 -10,0% 0,4 0,5 1,9 6,3% -0,8% 1 265 -23,0% 0,7

Urologia 39 580 0,8% 12 737 5,4% 3,1 3,9 10,1 34,6% 0,6% 33 294 -0,4% 0,7

Total 699 132 4,2% 231 250 9,6% 3,6 4,1 9,7 32,3% 3,9% 588 813 3,5% 1,0

Fonte: ACSS

MINISTÉRIO DA SAÚDE RELATÓRIO ANUAL DO ACESSO 2020 259

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