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Atividade Final
INTRODUÇÃO
De antemão, Primeira República e reduzi-a a tal definição seria, dessa maneira pôr a
margem uma grande parte da história. O período da Primeira República teve seus percalços, desafios e
situações atenuantes, apesar disso, foi um momento importante na construção do país, assim, a
identidade nacional estava se desenvolvendo.
“O golpe que instalou o Estado Novo, uma ditadura com chefe civil amplamente
sustentada por forças militares, em especial pelo Exército, já foi destrinchado e caracterizado
como um “golpe silencioso”. (GOMES, ABREU, 2009)
A criação desse projeto político, intentou a divisão da história, composta pelo segmento
da Proclamação da República e a Revolução de 1930 — na qual, esse Estado Novo seria benevolente,
libertando o povo brasileiro desse despreparo político no que tange a sua atuação cidadã, consumando
suas verdadeiras necessidades, com a promessa de uma estratégia verdadeiramente nova de governo.
“O objetivo é destacar como ele foi capaz de abarcar e esgotar a experiência política,
social e cultural da Primeira República em um tipo de narrativa que, identificando, selecionando e
valorizando apenas determinadas vivências do campo da política formal, transforma-as em símbolos do
fracasso da experiência liberal do período, como um todo.” (GOMES, ABREU, 2009)
Ângela de Castro Gomes e Martha Abreu, mais uma vez, relembram as falhas do período,
ou as legislações que, eram redigidas em função de sua própria violação, dessa forma existiam
medidas cabíveis para a contravenção do liberalismo político no país. Tanto que, o fenômeno do
Coronelismo — caracterizado pelos interesses privados acatados de forma arbitrária por aqueles, que,
de forma datada até a década de 30, possuíam um título de renome/um cargo
social/econômico/político que pudesse usar da força para realizar suas vontades. Pra ciência política, é
um fenômeno datado até o momento específico da década de 30, no entanto, suas aplicabilidades
podem ser evidenciadas na sociedade até os dias atuais.
No voto de cabresto, o ideal patriarcal mantinha a necessidade de tutela para com o povo,
assim, somente uma figura de maior entendimento intelectual os designaria a um progresso na política.
A política do ‘café com leite’ ao receber tal título, não compacta sua dimensão pois, o que existia era a
ausência daquela considerada pelo senso comum da “aliança café com leite” ensinada por tantos anos
nas aulas de história tradicionais, assim sendo, o que ocorria entre os estados não era uma
comunicação tão restrita entre Minas Gerais e São Paulo. Mas sim, um conjunto de oligarquias
hegemônicas, as quais os políticos inseridos nesse contexto lideravam os processos de sucessão e
inserção política de uma nova personalidade representante ativa - senadores, governadores, deputados.
Portanto, a verdadeira aliança exclusiva destes dois estados tão evidenciados só ocorre no
final da primeira República, quando após diversos rodízios entre estados e governos, aquele que
estavam em concordância - Minas e SP - resolvem, dessa maneira buscar formas conjuntas de
recolocar um presidente paulista no poder, basta lembrar que o cenário político brasileiro não era
estável, em outras palavras, registrava uma série de conflitos que quando solucionadas geravam novas
alianças entre os estados.
Assim, quanto maior o afastamento desse período, melhor a criação de uma perspectiva
política limpa, trazendo uma justificativa aos regimes autoritários posteriores — num pilar vantajoso
somente a um pequeno grupo da sociedade, reforçar a incapacidade popular do discernimento político,
intenta constituir um cenário de disputa por interesses, poderes e privilégios que, pretendem acatar as
elites oligárquicas repaginadas ao longo da história. O Estado Novo, utilizou-se massivamente se seus
artifícios e investimentos nas esferas dos meios de comunicação, suas propagandas políticas
reforçavam traçar uma modernidade, concebendo uma verdadeira cultura brasileira, intitulando aquilo
que, seria de fato pertencente ao país, distinguindo-se de seus resquícios monárquicos europeus,
legitimando o regime e apropriando-se precisamente da memória popular.
Ademais, a atuação do povo nos momentos antecedentes a república entre o século XIX e
XX não se limitavam, compondo camadas sociais, fazendeiros, profissionais liberais, jornalistas,
professores, estudantes, militares, comerciantes, operários, funcionários públicos e entre outros
importantíssimos atores, demonstram que, o novo regime não foi instituído somente pelos militares – a
população, em manifestação a José do Patrocínio iniciava seus exercícios de cidadania ao proclamar a
República na Câmara Municipal, marcando sua presença nos seguintes anos do regime.
“É de lá [dos estados] que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam, agitadas, nas ruas da
capital da União” (Sales, 1908, p. 252)
Contudo, parece contraditório dizer mas havia sim, povo ativo o suficiente para
intimidação do sistema político, embora seus atos não fossem sentidos de imediato suas consternações
deixavam expostas as queixas e as mazelas dissidentes desde os tempos do Império – as revoltas
populares foram concebidas em natureza de uma conquista por, defesa das delimitações arbitrárias do
Estado, conflituosamente as legislações iam de encontro as suas virtudes, tradições e culturas – por
exemplo: Revolta da Vacina (1904), Revolta da Chibata (1910) e nas grandes greves de 1917-19 (As
greves operárias).
Por isso, até 1922, as movimentações de partidos propriamente compostos por operários
não obtiveram sucesso, sem forças ficavam à mercê de intenções golpistas de outros setores da
política. Um fato contundente ocorreu em 1918, quando no Rio de Janeiro, organizações que
denominavam-se anarco-sindicalistas intentavam um assalto ao Palácio do Catete por meio de uma
greve geral, acreditavam contar com apoio de praças do Exército – inspirada na revolução bolchevista
ocorrida no ano anterior – mesmo assim, a rebelião foi repreendida por denúncias e teve de ser
abortada.
“Após 1922, o movimento operário entrou em descenso. Seu maior impacto foi
indireto e retardado. Após 1930, a política social e trabalhista entrou na agenda dos governos
para não mais sair. Além da ação espetacular das greves e revoltas, havia também atividade,
embora menos organizada, em torno de problemas cotidianos.” (GOMES, ABREU, 2009)
Assim, podemos concluir que, a Primeira República ao ser repaginada com o Golpe de
1930, iniciou-se com suas principais construções – a fraude nos postos eleitorais e, a incorporação da
área militar na política, continuamente com oligarquias dissidentes – caracterizou-se na comunicação
entre os setores intelectuais, urbanos, operários e o campo. Diferenciou-se em seus resultados pois, o
campo político foi revigorado, com um Estado forte, as questões sociais obtiveram maior enfoque e, os
sindicalismos entendidos como ponto urgente tiveram de ser debatidos, com um grande volume dos
movimentos populares os intelectuais, criadores, artistas, músicos e pensadores de sua época
construíram papel importantíssimo na sociedade política nacional.
Sendo assim, destacar-irei que, a população negra percorreu um profundo caminho para
sua liberdade, resistência e uma verdadeira luta por sua sobrevivência no país, seus locais de espaço
sociais eram diminutos assim, os libertos, ex escravizados e seus descendentes compuseram
movimentos de mobilização e conscientização racial brasileira – a partir da instituição de grêmios,
associações, clubes e conjuntos nos diversos estados capitais – exemplo a Sociedade Progresso da
Raça Africana (1891) e Club 13 de Maio dos Homens Pretos (1902).
Um exemplo notório também, foi a Imprensa Negra, a qual jornais, mensagens, avisos e
reclamações populares eram impressas por pessoas negras da época, destacando a necessidade de se
colocarem nos espaços das comunicações pois, não havia é claro, representatividade alguma aos seus
discursos, ocorrências ou formas de entender suas lutas.
Assim, é equivocado continuar a difundir os argumentos dos intelectuais dessa época que,
pregavam a existência de uma democracia racial e social no país, esse imaginário apresentava-se
distante devido as explícitas segregações, ramificações as quais, ainda, a divergência de patamar das
classes no que concerne aos âmbitos de raça, gênero e posição social. Foi-se propagado o destino
conhecido como “da senzala a favela”, onde, os intelectuais, cientistas, produtores de conhecimento do
momento reproduziam esta mentalidade racista e silenciosa de uma democracia racial que não existia
realmente. (ABREU, 2020).
Portanto, o Movimento Negro possuiu fases emblemáticas de atuação, embora seus atos
fossem sempre reprimidos por terem caráter contestatório nos regimes políticos que se sucederam, nos
anos de Vargas teve de ser realizado por meio de inúmeras barganhas legislativas para a reafirmação
racial no país, elevar os níveis econômicos e intelectual das pessoas de cor, os ingressar em atividades
sociais e administrações importantes para o Estado, consequentemente, foi enfraquecido porque seus
ideais eram considerados, é claro, subversivos.
Esse contexto não impedia os negros de continuarem suas lutas, com suas associações
promoveram o importantíssimo TEM – Teatro Experimental do Negro – em 1944 que, intentava
montar um grupo de teatro formado essencialmente artistas de cor, os movimentos culturais de arte ao
representarem atos políticos, concretizavam a ampliação da alfabetização, o ensino de corte e costura,
concursos e estudos de artes. Nesse momento e ao longo da história, é possível perceber que, a defesa
por direitos civis de qualidades ao povo negro no Brasil era demasiadamente reprimida o que,
demandou a luta por legislações antidiscriminatórias e libertárias. Algo que, com o período da ditadura
militar – a partir de 1964 - se intensificou, quase extinguindo esses espaços de reafirmação e luta, pois
não podia contar com apoio de nenhuma das matrizes políticas, tanto a esquerda quanto a direita,
deixavam de fomentar realmente a inserção negra material no projeto democrático de política.
“De acordo com Gonzalez, a repressão "desmobilizou as lideranças negras, lançando-as
numa espécie de semiclandestinidade". A discussão pública da questão racial foi praticamente banida.
Cunha Jr. aponta as dificuldades que havia para superar o desmantelamento do movimento negro naquela
época: tínhamos três tipos de problemas, o isolamento político, ditadura militar e o esvaziamento dos
movimentos passados. Posso dizer que em 1970 era difícil reunir mais de meia dúzia de militantes do
movimento negro.” (CARVALHO, 2003)
E, no final da década de 1970, com a ascensão dos movimentos populares enviesados nos
sindicais, estudantes e trabalhadores que, conseguiram reconhecimento estatal ainda mais conciso, no
contexto de rearticulação do movimento negro,
Em 1982, o MNU já defendia aquilo posto como, reivindicações de caráter básico para o
exercício do direito à vida dos negros e negras brasileira, por exemplo, a luta contra o racismo e a
exploração do trabalhador; organização para enfrentar a violência policial; organização nos sindicatos
e partidos políticos; luta pela introdução da História da África e do Negro no Brasil nos currículos
escolares, bem como a busca pelo apoio internacional contra o racismo no país. Seu objetivo era
integrar os estratégicos movimentos dos grupos, organizações e associações antirracistas em escala
nacional, fortalecendo seu alcance político, marcou a história de reinvindicação negra no país,
fomentando os processos de autoafirmação da negritude brasileira, a identidade própria do negro era
colocada em destaque ao valorizar seu contexto como algo de teor específico na sociedade.
Pode-se evidenciar, como, ao longo dos estudos e pesquisas feitas sobre a história da
população negra no Brasil vão muito além da escravidão, por isso, reduzi-la a tal definição é apagar
todo um caminho de resistência, inteligência, conquistas e avanços dentre um povo que esteve
presente em toda a construção do país.
Retomando ao anterior debate, esse período, foi caracterizado por uma moralização da
política com o fomento do apoio militar e gradual centralização do poder (abandono do modelo
federalista), a partir de um - casamento de interesses: militares e Vargas, para abrir mão da democracia
liberal, em detrimento de um Estado autoritário e um regime ditatorial. Vargas articula sua narrativa
ditatorial — muitos intelectuais da ciência política e história a sua época difundiam esse ideal de
regime governamental travado nesses ideais. A ideia de uma identidade masculina viril, e mandatária,
que, fosse a única possível de desempenhar o papel governante patriótico de uma nação fortemente
unificada. Getúlio Vargas seria o líder que guiaria a nação brasileira.
“Uma das soluções propostas era a do controle social através da presença de um Estado
forte comandado por um líder carismático, capaz de conduzir as massas no caminho da ordem.”
(CAPELLATO, 2007)
Como nos períodos de 1930 a 1937, o exer cício da democracia foi retirado da conjuntura
política do Estado os avanços nos direitos sociais foram amplamente retrocedidos, e precarizados em
função de uma modernização burocrática do Estado, estabelecida na tecnologia construtiva estatal
centralizada, numa cultura mandatória e patriarcal que, viabilizava as relações entre governantes e
governados no Brasil.
A Constituição de 1934, tornou-se assim, aos moldes das discussões que anteriormente se
afunilaram, inviável, pois as propostas e suas contemplações contrariavam-se e seus autores na
tentativa da conciliação sócio-política do país encontraram-se num impasse sendo necessário a sua
implementação de forma ‘provisória’ nos primeiros anos da década de 30.
“Em 16 de julho de 1934, a nova Constituição foi apresentada ao país e, no dia seguinte,
Getúlio Vargas foi eleito presidente constitucional do Brasil por sufrágio indireto. Como o texto
constitucional representou uma síntese de posições contrárias, nenhum dos grupos se sentiu plenamente
vencedor.” (CAPELATO, 2007)
O PTB: Partido Trabalhista Brasileiro – foi fundado em 1945, mesmo ano da queda de
Vargas e o fim do Estado Novo, assim, de uma maneira interna visando a externa do Estado em si —
surgiu por parte do ministério do trabalho com grandes influências de G. Vargas — para auxiliar os
trabalhadores com uma via partidária a qual na década de 50 pudesse se aliar a outros âmbitos
políticos. Já em 55, após a morte de Vargas, o PTB incorpora a crescente pauta de defesa das reformas
agrárias, forte nacionalismo, desenvolvimentismo distributivista, fica claro, que este novo
direcionamento dentro do partido não excluiu a forte ligação dele com lideranças trabalhista como,
Getúlio Vargas e João Goulart.
Desse modo, o conceitua a Utopia Autoritária (FICO, 2020) — algo já utilizado por
outros autores, mas, nesse caso possuí o sentido de elevar o Brasil ao patamar de uma grande potência
— a ideia de que, seria possível o país ascender potencialmente sob a condição de eliminar os
obstáculos conhecidos como subversivos, os chamados comunistas, corruptos presentes no cenário.
Em suma, esse conceito validava-se na crença da possibilidade de elevar o país aos níveis
das grandes potências, com um importante aspecto do uso das medidas fortes e autoritárias,
visualmente não constitucionais, solucionar as mazelas brasileiras algo que ocorreu muito na ditadura
militar. A reconstrução da moral, os bons costumes, a capacidade econômica e patriótica do país. Por
meio de atalhos institucionais que, violavam a constituição civil brasileira encontrar os caminhos
necessários para remediar de vez os problemas no cenário político e social brasileiro — essa visão
paternalista, elitista e autoritária presente em toda a história republicana.
Destacando o papel da luta armada, na ditadura, houve uma legitimação do uso da força
como repressão aos movimentos sociais fossem eles pacíficos ou pertinentemente ativos contra o
governo, assim, com o AI-5 teve-se essa poderosa ferramenta do Estado perante as massas populares
que, buscava, demolir a ditadura e o capitalismo — atrelados aos contextos das lutas armadas
vitoriosas, 1949, China, Cuba, Argélia e Vietnã. Essas dissidências das esquerdas nesse período,
buscavam alcançar o comunismo para além da perspectiva teórica ideológica assim, no palco real, por
um mecanismo de etapas engendrado nos discursos de Karl Marx. Fazia-se necessário a ocorrência de
um pleno capitalismo para assim, seguir ao degrau comunista de desenvolvimento
Entretanto, o Brasil possuía uma característica divergente dos contextos de Marx, sua
elite burguesa sempre esteve remetida, portanto, aos grandes latifundiários e agroexportadores que, se
sucederam qualitativa e quantitativamente muito bem no capitalismo. Por isso, o Brasil estaria distante
deste ideal europeu que, urgia numa revolução burguesa, assim, nosso contexto se assemelharia mais
precisamente à Cuba ou Maari, em revoluções realizadas pelas camadas sociais e trabalhadoras.
O conjunto numeroso de ações armadas que, era composto por antigos grupos animados
nessas perspectivas revolucionárias de um contra-ataque perante o governo. No entanto, tal projeto
não teve impacto vigente na sociedade, e como, sobretudo a ditadura teve espaço e tempo para se
reorganizar de forma estatal centralizada em seu aparato repressivo. Por meio dos apoios de policiais
civis, militares, na marinha, exército e aeronáutica — esse mecanismo de repressão ditatorial destruiu,
usando a tortura como política de Estado, as organizações que, armadas propunham-se a lutar
radicalmente contra esse contexto autoritário. Essas organizações armadas revolucionárias, se
intitulavam como revolucionárias pois, buscavam erradicar além da ditadura em si o próprio
capitalismo ainda efervescente no Brasil, e vencidas essas organizações a “luta pacífica” obteve
espaço em maioria diante o cenário social e político.
Destarte, de acordo com Carlos Fico, os atritos entre os dois governos que, ocorreram
durante esse período, no que tange a decretação dos Atos Institucionais nº 2 e 5 em 1965. Nesses
momentos, ocorreram grandes consternações sobre o suposto apoio do governo norte-americano de
uma ditadura militar, e, o governo dos EUA por meio dessas agências estatais mencionadas, ao
considerarem as análises, considerações e diagnósticos do contexto brasileiro, não apoiava as diversas
ações da ditadura militar brasileira — abertura das temporadas de cassação política, a pertinente
repressão civil, suspensão de direitos políticos etc. — que, ocorreram devido as execuções dos atos
institucionais.
O projeto militar da Utopia Autoritária, Carlos Fico, utiliza-se desse conceito ao substituir
as definições de que houveram uma doutrina de segurança nacional sistemática e muito elaborada,
promovidas por aqueles que lideraram o processo de ditadura brasileira. Um palco de ideias
formuladas de maneira complexa pelos militares, e adotadas como uma ideologia, para o autor,
demonstra um equívoco histórico dado que empiricamente não era algo tão formatador da ditadura
Sendo assim, percebe-se aquilo que, como um estruturador ideológico serviu para unir os
conhecidos da linha dura, moderados, e os diferentes grupos de militares atuantes em um padrão de
unidade na medida que integraram a ditadura militar. Portanto foi perceptível a construção da relação
entre a ditadura militar, e a explicação de como as figuras mandatórias atuaram de maneira tão
característica, dado que, a ideologia da Segurança Nacional não foi o ponto chave de influência em
suas posturas.
A partir de 74/75 a repressão passou a voltar-se sobretudo aqueles que, escolheram optar
pela via pacífica de mudança, como o caso do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e também o MDB -
Movimento Democrático Brasileiro. Fica claro, portanto, como o país sempre foi diverso em sua
conjuntura histórica de lutas em função da redemocratização e, os seus grupos alvos reprimidos,
assim, a repressão foi algo persistente e as campanhas em função da anistia procuravam demonstrar a
opinião pública acerca dos acontecimentos durante o período de 1964 e os momentos onde iniciaram-
se essas campanhas — uma década após a introdução da ditadura.
Dessa forma, considerando esse histórico de repressão a anistia política tornou-se uma
bandeira de luta erguida por diferentes camadas sociais de oposição ao longo da ditadura, entretanto,
especialmente na década de 1970 ela passou a ser propagandeada como um dos passos necessários
para a reconquista das liberdades civis necessárias. À medida que, as demandas aumentavam nestes
movimentos, a conscientização da sociedade brasileira se expandia portanto, mostrando tudo aquilo
que havia ocorrido desde o início do regime ditatorial em 1964 que, não era explicitado nas grandes
imprensas por motivos de repressão e censura ou pela adesão dos canais comunicativos aos vigente
regime.
O que foi necessário para a chegada de uma efetiva lei da anistia, a aprovação da emenda
constitucional imposta em 1969 reservava apenas ao presidente da república a prerrogativa da
discussão de um projeto de anistia política e, após esse período a fundamental aprovação no congresso
nacional novamente voltando-se a sanção presidencial, em outras palavras, mesmo que os membros do
MDB apoiassem a Lei da Anistia, era inevitável o suporte presidencial inicial no que tange a
modulação da legislação. Nesse contexto, a ditadura encontrava-se sendo alvo de críticas por seus
antigos apoiadores — parte dos empresários e um recorte da grande imprensa — devido a perceptível
crise econômica, o Governo Figueiredo apresenta ao congresso um projeto que, continha as
promulgações da anistia.
Com uma diminuta margem de vantagem, o congresso nacional aprovou a lei 6.683/79
que, ficou conhecida como a Lei da Anistia, a qual foi sancionada pelo Presidente Figueredo em
agosto de 1979. Em vista disso, foi considerada uma meia vitória para os movimentos que a defendiam
tão fortemente, pois permitiu a libertação de uma considerável parte dos presos políticos, a volta
daqueles exilados, a reconquista de direitos políticos e, principalmente o início do processo de
readmissão funcional daquelas pessoas que haviam sido expurgadas de seus serviços públicos.
É bem importante frisar que, torna-se inviável demarcar pontos consonantes entre, um
Estado (soberano) militarizado com todas as ferramentas de poder em seu auxílio com seus grupos de
oposição. A despeito disso, a lei da anistia apresentada pelo Governo Figueiredo e aprovada pelo
congresso, destinou-se a explicar que, tratavam-se de dois lados de uma guerra com responsabilidades
semelhantes e, fazia-se necessário o esquecimento desse pavoroso passado para assim, garantir uma
conciliação nacional.
Em suma, atualmente a lei da anistia e sua importância foram decisivas pois, foi por meio
desta, a materialização das noções de esquecimento, pacificação e desarmamento do período. E,
acabou criando impasses legislativos nas demandas políticas acerca das verdades, os julgamentos e a
decisões sobre os crimes cometidos durante a ditadura levando a um terreno tortuoso e instável, onde,
os interesses do governo permaneceram soberanos no limiar de uma abertura sem consequências
perigosas para o regime.
Historicamente, o autoritarismo, deixou raízes nas relações e, nas questões de gênero atua
fortemente de maneira atemporal. A posição das mulheres de objetos intocáveis, e principalmente
subordinadas a seus parceiros, pais ou figuras masculinas ‘superiores’ revela a criação dessa
conjuntura de dependência — portanto, sujeitas a arbitrariedade do julgamento masculino para suas
ações, vivências e possibilidades.
O feminismo sendo entendido para além dos rizomas, em que, ao longo da história
apresentam seus picos de lutas e posicionamentos, mas, ampliando a luta feminista correlacionando-a
à todas as mulheres. Portanto, os meios de dominância patriarcas não foram suficientes para calar as
produções femininas ao longo da história e, a partir de 1930, tais criações ficcionais, artificiais,
criativas foram representadas por novos cânones de perspectivas femininas. Aqui, destacamos suas
atuações em projetos republicanos e abolicionistas, a importante atuação de Berta Lutz, ativista
feminina que, discursava estrategicamente com os partidos políticos no desenvolvimento da
constituição de 1934 sobre a inserção dos direitos de cidadania das mulheres – o sufrágio,
alfabetização, incentivos educacionais etc.
“Outro provérbio delimitava locais sociais para as mulheres, ao mesmo tempo que investia
numa hierarquia de gênero, largamente praticada: “A negra no fogão, a mulata na cama, a branca no altar”.
(SCHWARCZ, 2019)
“Quanto mais as mulheres vão conseguindo impor sua independência e autonomia, tanto
GOMES, Angela. ABREU, Martha. “Apresentação”. Revista Tempo: Dossiê A nova"velha" república: um
pouco de história e historiografia.
IMAM-BR Podcast: Estado Oligárquico e política na Primeira República por Cláudia Viscardi [Locução de]:
Andréa Casa Nova e Karla Carloni. [S.I.]: Brasil Republicano, 2020 - https://www.brasilrepublicano.com.br/ (entrevistas
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IMAM-BR Podcast: Utopia Autoritária (Carlos Fico) [Locução de]: Andréa Casa Nova e Karla Carloni.
[S.I.]: Brasil Republicano, 2020 - https://www.brasilrepublicano.com.br/ (entrevistas especiais)
IMAM-BR Podcast: Ditadura civil militar, sociedade, esquerdas e memória (Daniel Aarão Reis) [Locução
de]: Andréa Casa Nova e Karla Carloni. [S.I.]: Brasil Republicano, 2020 - https://www.brasilrepublicano.com.br/ (entrevistas
especiais)
IMAM-BR Podcast: As contradições e impasses da Nova República (Francisco Carlos) [Locução de]: Andréa
Casa Nova e Karla Carloni. [S.I.]: Brasil Republicano, 2020 - https://www.brasilrepublicano.com.br/ (entrevistas especiais)
IMAM-BR Podcast: Anistia Política (Carla Rodeghero) [Locução de]: Andréa Casa Nova e Karla Carloni.
[S.I.]: Brasil Republicano, 2020 - https://www.brasilrepublicano.com.br/ (entrevistas especiais)
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