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1590/0104-93132015v21n2p425
documenta
Apresentação
Os Editores
documenta 427
SPI (Menezes 2000; Souza Lima 1995). Poderíamos mesmo ver outros sinais
dessa repartição de funções na importação da metodologia de discriminação
de terras públicas e de quadros funcionais do Incra pela Funai, já nos anos
1970, sob outro quadro ditatorial. Com esta observação quero destacar a interesse estatal
dimensão fundiária da intervenção do Estado sobre os povos indígenas, nas terras
em continuidade com uma história colonial de longo prazo, presente de
indígenas
diferentes formas no Brasil contemporâneo.
O SPI resultou em larga medida do acúmulo simbólico e político estabe-
lecido com a Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao
Amazonas (1907-1915), comandada por Cândido Mariano da Silva Rondon,
na época tenente-coronel, que se tornou o emblema das políticas de Estado
pró-índio no Brasil. Saudada como iniciativa estatal que pela primeira vez
penetrava as regiões desconhecidas do país ocupadas por povos indígenas
sem o uso da violência aberta, era composta por engenheiros-militares inspi-
rados pelos preceitos da Religião da Humanidade desenvolvida pelo filósofo
francês Auguste Comte, e por praças muitas vezes enviados para os sertões
à guisa de punição, a assim chamada Comissão Rondon foi a viabilizadora
não apenas das linhas telegráficas mas também de inúmeras expedições de
cientistas naturais.
As técnicas jesuíticas de penetrar os sertões distribuindo presentes (brin- técnicas
des), vestindo os indígenas, tocando música (na ação rondoniana era o Hino jesuíticas
Nacional e não cânticos religiosos) são parte de um estoque de tecnologias
de poder que se reportam às primeiras conquistas e que foram sendo ree-
laboradas e reeditadas ao longo dos séculos de colonização, à luz de outros
vários conhecimentos para gestão de recursos materiais (a terra, inclusive)
e humanos (escravos indígenas e africanos, dentre outros). Mas sob a ação
dos governos republicanos não se esperava conquistar mais catecúmenos
ou súditos através da conquista das “almas indígenas”: queria se formar ci-
CIDADÃOS
dadãos brasileiros, com acesso limitado aos direitos civis, políticos e sociais,
demandando até estarem prontos para serem emancipados, parte de um
povo que se pudesse exibir ao mundo ocidental como civilizado e, sobretudo,
que servissem como ocupantes da vastidão territorial encompassada pelo
mapa brasileiro. A Comissão Rondon sempre seria, desde então, idealizada
por ter sido uma espécie de “laboratório” de nossa política indigenista, na
qual os “leigos” militares demonstrariam não apenas sua capacidade de
suportar as agruras dos sertões, mas também a abnegação, a brandura e a
bondade do missionário.
Pretendendo primar por métodos científicos e contribuir para a expansão
de uma ciência nacional sobre o Brasil, a Comissão Rondon acabou por se
constituir numa das principais fontes de peças etnográficas e espécimes natu-
430 documenta
Pelo exame do material infere-se que o Serviço de Proteção aos Índios foi antro
de corrupção inominável durante muitos anos.
O índio, razão de ser do SPI, tornou-se vítima de verdadeiros celerados,
que lhes impuseram um regime de escravidão e lhes negaram um mínimo de
condições de vida compatível com a dignidade humana.
É espantoso que exista na estrutura administrativa do País repartição que haja
descido a tão baixos padrões de decência. E que haja funcionários públicos cuja
bestialidade tenha atingido requintes de perversidade. Venderam-se crianças
indefesas para servir aos instintos de indivíduos desumanos. Torturas contra
crianças e adultos, em monstruosos e lentos suplícios, a título de ministrar justiça.9
documenta 439
FUNAI
Segundo o artigo 1º. da Lei nº. 5.371, de 5 de dezembro de 1967, a
Funai foi instituída com o objetivo de exercer o monopólio tutelar, provendo
os indígenas de todas as ações de Estado necessárias, consoante as ideias
de proteção tutelar às comunidades indígenas, inclusive às suas terras e ao
seus ritmos culturais específicos, representando-as juridicamente. Sob a DITADURA
ditadura militar instalada com o golpe de Estado militar de 1964, e particu-
larmente com as medidas severas de cerceamento e destituição dos direitos
civis e políticos após o chamado Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de
1968, a Funai viu-se engajada na expansão sobre a Amazônia, sob o signo
da construção de rodovias, dentre elas a chamada Transamazônica.10 Como
na ditadura varguista, com sua retórica de expansão da fronteira sobre o
Centro-Oeste, o regime ditatorial militar inaugurou uma cruenta expansão
sobre a Amazônia e planos desenvolvimentistas de integração nacional, cujos
impactos sobre os povos indígenas foram internacionalmente denunciados
ao longo dos anos 1970 e 1980, somando-se a tantas outras iniquidades
perpetradas em nome do futuro do Brasil.11
Todavia, no meio dessa conjuntura altamente adversa, um pouco para
dar satisfação aos credores internacionais do “milagre brasileiro”, dentre
eles o Banco Mundial, constrangidos pelas organizações que lutavam por
direitos humanos e pelos direitos indígenas, o regime militar brasileiro
aprovou o Estatuto do Índio, Lei 6001/1973, de teor assimilacionista e tutelar,
mas que ainda assim lançou as bases que permitiram a luta pelo direito às Foco na
terras que ocupavam os povos indígenas, em meio à desenfreada corrida às Amazônia
terras amazônicas.12 Note-se, mais uma vez, o foco exacerbado nos povos
vivendo na Amazônia, e o crescente abandono de povos indígenas habitantes
de outras regiões do país.
Em outros trabalhos procurei esboçar o cenário histórico em que, em meio
à ditadura militar, se produziu uma rede de articulações entre antropólogos,
missionários e indígenas, que viria a confluir na demanda conjunta de diversos
movimentos sociais e partidos emergentes na luta pela redemocratização do
país, por um processo constituinte e, dentro deste, na defesa pelos direitos
indígenas.13 Vertentes históricas específicas articuladas inclusive em escala
transnacional. Há muito a ser pesquisado e, sobretudo, a ser sintetizado.
Mas é importante marcar o ano de 1977 e a proposta de decreto do
então ministro do Interior Maurício Rangel Reis de emancipação dos índios,
ou seja, ao abolir a tutela de um só golpe, o ministro lançava ao mercado
de terras as extensas terras ainda existentes sobre o controle de indígenas
na região Amazônica. “Pela Demarcação das Terras Indígenas” foi um lema
fundamental para essas lutas por anos, e ação do Conselho Indigenista Mis-
sionário na formação de um momento dos movimentos indígenas.
440 documenta
O fato é que, sem dúvida, a Constituição de 1988, dita Carta Cidadã, con-
servadora que foi no plano do resguardo do direito de propriedade privada
individual, passou a figurar como um verdadeiro projeto de futuro, de refun-
dação da vida democrática no Brasil, prescrevendo inúmeras medidas que
implicam um singular (e por vezes confuso) cruzamento entre instituições
características de regimes democráticos representativos e da democracia
participativa, estabelecendo inúmeros dispositivos (alguns ainda sendo
regulados infraconstitucionalmente) de controle da chamada “sociedade
civil organizada” sobre o Estado. A Constituição Brasileira de 1988, em seu
Capítulo VIII, intitulado “Dos Índios”, estabelece que:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
seus bens.
(...)
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas
para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o
Ministério Público em todos os atos do processo.14
tencialistas a modo das que em teoria foram providas pela agência tutelar.
O próprio tempo de fala muitas vezes vira um objeto de disputa, seja porque
ele é limitado quando os que falam têm estilos retóricos que demandam
maiores períodos de intervenção, seja porque ele é cortado para o suposto
“bem” do processo participativo. Queixas quanto ao pouco tempo destinado
para respostas a consultas, posicionamentos e formas de organização são
igualmente muito frequentes.
Com as observações anteriores não pretendo aqui levantar elementos
para um debate mais amplo, o que somente Etnografias da participação, para
parafrasear o título do livro organizado por Claudia Fonseca e Jurema Brites
(2006), pode melhor aportar. A discussão sobre práticas de democracia parti-
cipativa gerou de fato uma copiosa literatura em Ciência Política e Sociologia,
e seus efeitos têm sido avaliados em pesquisas de numerosas instituições.
Em antropologia, além da coletânea mencionada, autores como Carla Costa
Teixeira (Teixeira 2008; Teixeira e Aguilar 2013), Roberto Salviani (2012),
abordando diferentes práticas participativas, e pesquisadores como Deborah
Bronz (2015), Renata Curcio Valente (2010), João Paulo Macedo e Castro
(2009), Caio Gonçalves Dias (2014), Laura Navallo Coimbra (2014), Pedro
Gondim Davis (2013), Martinho Silva (2011, 2014), Paula Mendes Lacerda
(2015), Leticia Ferreira (2010, 2015), Angela Facundo Navia (2014), Laura
Lowenkron (2015) e outros têm abordado, dentre muitas distintas questões,
as relações complexas entre movimentos sociais, produção de categorias
sociais específicas, como sujeitos de direitos diferenciados, mediadores
(dentre eles intelectuais e mesmo antropólogos), métodos participativos e a
elaboração de políticas públicas. Afinal, conferências para a preparação de
planos setoriais, conselhos nacionais, planos setoriais e fundos específicos
nos distintos níveis da federação parecem ser objetos de demandas sociais
de todos os lados, tanto quanto definição de territórios específicos para
gestão, morfologias como comitês gestores e editais para implantação de
ações de governo.
Minha intenção, porém, é outra. Ao indicar alguns dos problemas
concretos e bastante comezinhos que surgem ao se viabilizar a participação
de indígenas em espaços de distintas naturezas, quero mostrar pontos que
precisam ser adequadamente investigados para que melhor se compreen-
da o que acaba ocorrendo nas práticas participativas, sobretudo porque as
situações de participação multiplicaram-se exponencialmente. Mesmo na
área das políticas indigenistas, em que pese seu abandono relativo a um
precário fortalecimento da Funai, realizaram-se uma Conferência Nacional
de Educação Escolar Indígena (a primeira do gênero, em 2009) e duas de
Saúde Indígena (a 4ª em 2006 e a 5ª em 2013), e programa-se para 2015,
documenta 449
Notas
1
A tarefa de colonização dirigida com base em trabalhadores nacionais foi des-
locada para o chamado Serviço de Povoamento do Solo no ano de 1918 (ver Ramos
[2006] para esse Serviço). A categoria trabalhadores nacionais referia-se primor-
dialmente aos libertos da escravidão habitando em meio rural e que, segundo essa
mesma visão, precisavam ser ensinados a trabalhar em novas bases para o progresso
da agricultura e do Brasil. Para uma visão do Serviço de Proteção aos Índios e do que
chamei de poder tutelar, ver Souza Lima (1995).
2
Para a noção de fronteira em movimento, ver Velho (1976) e Pacheco de Oli-
veira (1979).
3
Ver em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm. Acesso em
08/04/2015.
4
Para a designação da Funai como morta-viva (termos de Marcio Santilli em
entrevista), ver Ricardo (1996); para a recente reestruturação e fortalecimento da
Funai, ver Souza Lima (2011).
5
Ver Rodriguez-Piñero (2005) sobre a elaboração da Convenção 107.
6
Sobre os quadros mais amplos em que se elaborou a Convenção 169 da OIT,
ver Rodríguez-Piñero (2005).
7
Para a constituição do Parque Indígena do Xingu, ver Menezes (2000).
8
Ver Pacheco de Oliveira (2004).
9
“Relatório da Comissão de Inquérito instituída pela Portaria nº 239/67, do Se-
nhor Ministro do Interior – para apurar irregularidades no SPI” – Relatório Figueiredo,
v. 1, p. 2. Disponível em: http://6ccr.pgr.mpf. mp.br/institucional/grupos-de-trabalho/
gt_crimes_ditadura/relatorio-figueiredo. Acesso em 08/04/2015.
documenta 453
10
Ver a Lei 5371/67 em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/
L5371.htm. Acesso em 08/04/2015.
11
A respeito dos impactos sobre a Amazônia e os povos indígenas, ver Davis
(1978).
12
Para o Estatuto do Índio, ver http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6001.
htm. Acesso em 08/04/2015. Sobre a conjuntura e as razões da instituição do Estatuto
do Índio pela ditadura militar, ver Pacheco de Oliveira (1985).
13
Ver Souza Lima (2010).
14
Para a Constituição de 1988, consultar http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituicao/ Constituicao.htm. Acesso em 08/04/2015.
15
Para o texto do Código Civil vigente e suas alterações, ver http://www.planalto.
gov.br/ccivil_ 03/leis/2002/L10406.htm da “Convenção Sobre os Povos Indígenas e Tri-
bais em Países Independentes”, nº 169/1989, da Organização Internacional do Traba-
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mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/decreto5051.pdf. Acessos em 08/04/2015.
16
Ver, dentre outros, Pacheco de Oliveira (1999).
17
Para a Lei nº 9836, de 23 de setembro de 1999, ver http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Leis/ L9836.htm. Acesso em 08/05/2015.
18
Para uma análise das diversas políticas indigenistas sob os governos pre-
sidenciais de Fernando Henrique Cardoso, ver Souza Lima; Barroso-Hoffmann;
Piedrafita-Iglesias; Garnelo e Pacheco de Oliveira (2004).
19
Para a ideia de sociologia do Brasil indígena, ver Cardoso de Oliveira (1978).
454 documenta
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