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3- O livro "Os Negros da Terra" de John Monteiro apresenta uma detalhada análise
sobre a escravidão dos povos indígenas em São Paulo no século XVIII, além de
abordar a relação entre colonos, Igreja e Coroa e a legislação que regulamentava a
escravidão indígena. No início da colonização, os bandeirantes e colonos
utilizaram os indígenas como mão de obra, escravizando-os em grande escala.
Com o passar do tempo, porém, a Igreja Católica começou a se opor à escravidão
dos indígenas, defendendo sua liberdade e autonomia. No século XVIII, com a
expulsão dos jesuítas, a escravidão indígena em São Paulo já era uma realidade
consolidada, com grande número de escravos trabalhando em fazendas e engenhos
de açúcar. A legislação colonial permitia a escravidão indígena, mas estabelecia
algumas limitações, como a proibição da escravidão de índios pacificados e a
obrigatoriedade de que os índios escravizados fossem batizados na fé católica. A
relação entre colonos, Igreja e Coroa era complexa e marcada por conflitos e
disputas de poder. Os colonos, especialmente os grandes proprietários de terras,
tinham interesse em manter a escravidão indígena como forma de obter mão-de-
obra barata para suas atividades econômicas. A Igreja, por sua vez, tinha o papel de
catequizar os índios e defendia a liberdade dos escravos indígenas pacificados, mas
nem sempre conseguia fazer valer seus ideais diante dos interesses dos colonos. A
Coroa portuguesa, por sua vez, muitas vezes atuava como mediadora dos conflitos
entre colonos e Igreja, mas também tinha interesses econômicos na manutenção da
escravidão indígena, já que a exportação de escravos era uma das principais fontes
de renda do Estado. Por fim, Monteiro aponta que a escravidão indígena foi
abolida de forma gradual, em decorrência da pressão de diversos setores da
sociedade. As autoridades coloniais, por exemplo, promulgaram leis para proteger
os indígenas da escravidão e da exploração, e alguns proprietários de terra
passaram a libertar seus escravos indígenas por motivos religiosos ou econômicos.
Concluindo, a escravidão dos povos indígenas em São Paulo no século XVIII foi
uma realidade bastante presente na região, apesar de não ter recebido a mesma
atenção que a escravidão africana. A violência e os maus-tratos impostos aos
escravos indígenas foram uma constante, e a Igreja Católica desempenhou um
papel importante nesse processo. A escravidão indígena foi abolida de forma
gradual, em decorrência da pressão de diversos setores da sociedade.