Você está na página 1de 41

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE


DE RIBEIRÃO PRETO

LEONARDO C. MENEZES

UM ESTUDO SOBRE A VIABILIDADE FINANCEIRA DAS OPERAÇÕES DE


FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL

RIBEIRÃO PRETO
2022
LEONARDO C. MENEZES

UM ESTUDO SOBRE A VIABILIDADE FINANCEIRA DAS OPERAÇÕES DE


FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Bacharel em
Administração.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Botelho da


Costa Moraes.

RIBEIRÃO PRETO
2022
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Ficha Catalográfica
FEA-RP USP

MENEZES, Leonardo C.

Um estudo sobre a viabilidade financeira das operações


de fusões e aquisições no Brasil/
Leonardo C. Menezes
Prof. Dr. Marcelo Botelho da Costa Moraes – Ribeirão Preto, 2022.
fls.

Monografia – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade


de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo.

Tendências alimentares. Hábitos. Globalização. Indústria alimentícia.


I. Um estudo sobre a viabilidade financeira das operações de fusões e aquisições
no Brasil
“A tarefa não é tanto ver aquilo que
ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo mundo
vê. ”
(Arthur Schopenhauer)
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Ondas de Fusões e Aquisições ................................................................ 10


Tabela 2: Principais formas de fusão ........................................................................ 14
Tabela 3: Modalidades de aquisições ....................................................................... 17
Tabela 4: Processo de F&A de empresas ................................................................ 18
Tabela 5: Número de operações de F&A no Brasil (1992-2006) .............................. 24
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelo analítico das F&A's ....................................................................... 12


Figura 2: Funcionalidade das Fusões e Aquisições ................................................. 16
Figura 3: O processo de F&A ................................................................................... 18
Figura 4: Número de F&A setoriais de 1992 a 2006 ................................................ 25
Figura 5: Número de F&A's de 2013 a 2017 ............................................................ 26
Figura 6: Volume de F&A1s de 2013 a 2017 ............................................................ 26
Figura 7: Montante e número de operações (bilhões) 2019 ..................................... 27
Figura 8: Número trimestral de transações em 2021 ............................................... 28
Figura 9: Acumulado de Transações por Setor no Brasil (1999 – 2018) .................. 30
Figura 10: Logomarca da empresa VERO ............................................................... 31
Figura 11: Backbone da VERO: M&A's e organicamente ........................................ 33
Figura 12: Empresas que participaram do processo de fusão da Vero (2019-2022)33
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ................................................................................. 8
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 9
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 9
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 10
2.1 HISTÓRICO DAS FUSÕES E AQUISIÇÕES ...................................................... 10
2.2 CONCEITUAÇÃO DAS F&As ............................................................................. 12
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUSÕES ........................................................................ 14
2.4 PRÁTICA DO PROCESSO DAS F&AS NAS EMPRESAS ................................. 17
2.4.1 Objetivos das F&As .......................................................................................... 20
2.4.2 Mecanismos de defesa no planejamento das F&As ......................................... 20
2.5 OPERAÇÕES DE FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL ................................. 22
2.5.1 F&A no Brasil na década de 90 ........................................................................ 22
2.5.2 F&A no Brasil no ano de 2006 à 2015 .............................................................. 23
2.5.3 F&A no Brasil a partir de 2016 ......................................................................... 25
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 30
4.3 A AQUISIÇÃO DA VERO INTERNET ................................................................. 31
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 34
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
7

1 INTRODUÇÃO

Os processos de fusões e aquisições (F&A’s) são inerentes à concorrência


capitalista e guardam estreita relação com as condições do mercado de capitais, mas
principalmente com as grandes corporações. Nesse sentido, sua origem teórica se
fundamenta nas diversas teorias que explicam a origem e o crescimento da empresa.
Trata-se de uma das atividades empresariais mais impactantes (para funcionários,
empresa, sociedade etc.), cujas consequências e desdobramentos empíricos ainda
não estão totalmente explicados por teorias e regras no meio acadêmico.
Os processos de F&A’s integram a estratégia empresarial, e por meio deles as
empresas conseguem expansão rápida, a conquista de novos mercados, maior
racionalização produtiva, economias de escala, ativos complementares, entre outras
coisas. Apesar disso, não devem ser encarados como uma solução simples para
problemas internos ou ameaças mercadológicas, devido ao elevado grau de
complexidade, risco e incerteza que permeiam essas operações, além da ausência
de um consenso sobre ganhos (sinergias) e criação de valor (CAMARGOS;
BARBOSA, 2009).
Quando uma empresa adquire outra, os direitos de controle da empresa
adquirida são transferidos para o conselho de administração da empresa adquirente.
Como os conselhos administrativos das empresas que fazem aquisições adquirem o
direito de tomada de decisões, o controle e decisões sobre a utilização dos recursos
da companhia ficam sob responsabilidade do atual conselho (JENSEN; RUBACL,
1983).
Um dos principais objetivos de qualquer companhia é adquirir um nível de
crescimento alto e estável. No entanto, muitas empresas não conseguem atingir o
objetivo por ter os recursos internos limitados devido a diferentes fatores como falta
de fluxo de caixa, dificuldade ou incapacidade de entrar em alguns mercados, baixa
qualificação dos colaboradores, entre outros. Isso faz com que seja muito difícil
crescer utilizando recursos internos ou estratégias orgânicas que podem ser
expressas por desenvolvimento de estratégias de vendas, precificação ou expansão
da base de clientes.
Portanto, as companhias tentam procurar recursos externos de crescimento
ou estratégias inorgânicas, que significa expansão da companhia por meio de fusões,
aquisições, Takeovers, entre outros. A busca por estratégias de crescimento
8

inorgânico tornou-se mais popular, especialmente com o cenário de globalização da


economia mundial atual (NAZAROVA; KOSHELEV, 2020).
Existem algumas estratégias inorgânicas, fusões e aquisições (F&A)
representam a forma mais eficiente e difundida de consolidação de aumento de
eficiência pelas empresas. Por meio de F&A, por exemplo, as empresas podem
ajudar, por um lado, a obter recursos financeiros e, por outro lado, a reforçar a
propriedade intelectual. F&A’s são frequentemente usados como sinônimos, embora
haja uma diferença nas implicações econômicas. Uma interpretação dessas
diferenças define a aquisição e takeover como atividades que permitem que a
empresa adquira mais de 50% da empresa target, enquanto uma fusão consiste na
combinação de pelo menos duas companhias em uma nova companhia (PIESSE; et
al., 2006).
O ganho de sinergia e os principais impactos financeiros e operacionais por
meio de processos de F&A são amplamente discutidos. Sinergias operacionais podem
ser: economias de escala, melhor poder de precificação, combinação de diferentes
forças intelectuais, força na entrada de novos mercados, etc. Já sinergias financeiras,
podem ser: capacidade de captação de recursos a mercado, robustez de caixa para
novos investimentos, benefícios tributários, diversificação, etc.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Após entender o funcionamento de cada um dos procedimentos, os benefícios


que os processos geram para as operações, seja ela buy-side, sell-side ou para as
duas partes no caso das fusões, e, também, as motivações que as duas partes do
negócio possuem ao optarem por esse tipo de estratégia empresarial, principalmente
ao pensar em motivações financeiras, é importante fazer um questionamento: o
retorno financeiro obtido pelas empresas que adquirem é maior, igual ou menor ao
retorno esperado quando a estratégia foi definida pela companhia?
9

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Aplicação de avaliação de retornos financeiros em processos de fusões e


aquisições para entender se há criação de valor, manutenção de valor ou destruição
de valor pelas partes interessadas.

1.2.2 Objetivos específicos

 Conceituar todos os agentes;


 Abordar sobre processos e termos relacionados aos processos de fusões e
aquisições;
 Identificar as principais métricas que medem o sucesso ou insucesso desses
processos;
 Entender as principais motivações das partes ao optarem pela estratégia
corporativa inorgânica;
 Comparar as principais características do conjunto de processos de F&A’s no
mercado brasileiro;
10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico do estudo serão abordados os principais conceitos que permeiam


os processos de fusões e aquisições, passando desde o significado de cada uma das
operações até práticas e processos importantes que compõem os processos. Além
disso, serão elucidados alguns conceitos de rentabilidade de investimentos que
possam ou não ser utilizados para consolidarmos a pesquisa.

2.1 HISTÓRICO DAS FUSÕES E AQUISIÇÕES

A revolução industrial registrou os primeiros processos de fusões e aquisições.


Camargos e Barbosa (2003) ressaltam que a partir do fim do século XVIII, aconteceu
uma forte concentração de capitais, que beneficiou as ondas de F&As ocorridas. Estas
estão relatadas na Tabela 1.

Tabela 1: Ondas de Fusões e Aquisições


Período Onda Descrição

(1887-1904) A grande Onda de Esse movimento teve seu estopim a partir da


Fusões recuperação da depressão mundial de 1883, com
duração até 1904. As principais características foram
as grandes transformações nos transportes,
comunicações, tecnologias de manufatura;
competição e instituições legais, com consolidações
nas indústrias de petróleo, aço, tabaco e outras áreas
básicas, além da formação de grandes monopólios.

(1916-1929) Movimento nas Os investidores financeiros passaram a ter êxito na


Fusões consolidação de suas firmas em vários setores, como
o de serviços de utilidade pública (elétrico e de gás),
o de comunicações e o automobilístico a parti do
boom do mercado de capitais. As fusões de várias
empresas em uma única companhia não foram mais
permitidas por lei antitruste. Esta onda apresentou
mais fusões por integração vertical e diversificação
do que a precedente. Foi caracterizada por fusões
que visavam o poder de oligopólio, enquanto a onda
precedente caracterizou-se por fusões que
objetivavam o monopólio.
11

Década de A onda de Fusões Permaneceram as fusões que defendiam à


60 de Conglomerados diversificação, do tipo conglomerado, com a união de
diferentes atividades, como uma reação às maiores
restrições às fusões horizontais e verticais
implementadas pelas variações nas leis antitruste em
1950. Na década de 60, as aquisições foram
influenciadas pelo boom do mercado de capitais e
fortalecidas por inovações nos mecanismos
financeiros. A maioria das fusões e aquisições desta
onda não obtiveram êxito, uma vez que, via de regra,
a produção em conglomerado falha na alocação de
recursos e no controle de suas subsidiárias, por
ignorar o princípio fundamental de Adam Smith, de
que a especialização aumenta a eficiência e a
produtividade.

Década de A onda dos Anos Essa onda teve como forte característica a expansão
80 80 empresarial, não em decorrência a investimentos em
novas plantas ou na própria firma, mas por conta da
aquisição de outras firmas, em razão de o baixo valor
das ações no mercado de capitais tornar a aquisição
mais barata do que novos investimentos. O crash da
Bolsa de Nova York em outubro de 1987 contribuiu
às firmas estrangeiras comprar firmas americanas, o
que resultou em uma explosão de aquisições hostis.
Ademais, essa onda apresentou um grande número
de transações entre firmas de mesmo porte. O boom
das F&As dos anos 80 na economia norteamericana
visava principalmente à expansão internacional das
grandes corporações multinacionais, enquanto nos
anos 90 esta atividade pode ser vista como uma
adequação inteligente a ambientes de negócios em
constante mutação, adequação determinada por
mercado em retração, reformas governamentais e
mudanças tecnológicas.
Fonte: Elaboração do autor a partir de (STIGLER, 1950; TRICHES, 1996; CAMARGOS; BARBOSA,
2003).

As ondas das F&As que foram descritas na Tabela 1, foram caracterizadas por
épocas de concentração das operações. Estes processos se firmaram em períodos
de alta atividade econômica, onde os mercados estão aquecidos, enquanto a
prospecção por oportunidades de F&As ocorre em épocas de baixa nestes mercados,
12

nesses cenários as empresas buscam associações ou passam por dificuldades


financeiras (NELSON, 1968). O autor ainda conclui que as decisões de fusões e
aquisições estão associadas às motivações estratégicas de longo prazo, enquanto a
concretização dos negócios está associada às boas condições do curto prazo.

2.2 CONCEITUAÇÃO DAS F&As

Os conceitos de fusão e aquisição vêm conquistando espaço no meio


corporativo, independentemente da amplitude do mercado no qual a empresa está
inserida, podendo encontrar evidência que os processos de F&A estão participando
ativamente no que é relativo às estratégias empresariais (CAIXETA, 2010).
Houveram mudanças na economia nacional que influenciaram diretamente as
operações de F&A. A intensidade com que ocorre a alteração no ambiente, requer
que os gestores de empresas tenham agilidade para adequar à nova realidade e aos
novos negócios, sendo a reestruturação patrimonial da empresa a principal
alternativa, como ilustra a figura 1.

Figura 1: Modelo analítico das F&A's


Fonte: (MARION FILHO; VIEIRA, 2010).
A fusão é dita como um processo no qual uma firma (a adquirente) compra
ações circulantes ou ativos de outra (o alvo) (DODD, 1980). Sandroni (2005) ainda
define a fusão como uma combinação de duas ou mais empresas, mantendo a
empresa resultante a identidade de uma delas.
Sob a ótica jurídica, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei
Nº 6.404/76), no artigo 228: “Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações (BRASIL, 1976).
13

Os autores Capron e Hulland, (2003) conceituam a aquisição estabelecendo


uma relação com o marketing, uma vez que compreende-se que a aquisição é a
captura de novos recursos no marketing, a exemplo das marcas e/ou força de vendas,
que a firma tem dificuldade de desenvolver internamente, bem como os recursos que
não permitem comprar como recursos independentes no mercado externo.
Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) enfatizam as motivações que levam à uma
operação de aquisição, sendo elas:

• Ganho de poder de mercado, o que é resultado do tamanho da firma e de


seus recursos e capacidade de competir no mercado;
• Espera-se que a aquisição auxilie na superação de barreiras à entrada;
• Os altos custos no desenvolvimento de um novo produto;
• Entrada em novos mercados com maior rapidez;
• Diminuição do risco comparado ao de desenvolver novos produtos;
• Maior diversificação de produtos;
• Evitar competição excessiva.
Para os mesmos autores, a empresa adquirente pode enfrentar problemas,
como:
• Dificuldade de integração;
• Avaliação inadequada da empresa a ser adquirida;
• Dívidas grandes ou extraordinárias podem ser obtidas por meio de
aquisições (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2002)

A terminologia aquisição é utilizado para identificar qualquer transação de


compra de parte ou de todos os ativos. Caracteriza-se pela obtenção de uma empresa
por outra empresa, com a finalidade de conservar, operar ou incorporar, neste último
caso ocorrendo a extinção da adquirida. A aquisição de uma empresa dá-se quando
o comprador adquire todas as ações ou quotas de capital da adquirida, assumindo,
assim, seu controle total. (ORSI, 2003; FABRETTI, 2005, pg. 178).

A aquisição de uma empresa dá-se quando o comprador adquire todas as


ações ou quotas de capital da adquirida, assumindo, assim, seu controle total
(FABRETTI, 2005).

Durante a fusão as organizações relacionadas normalmente possuem porte


semelhante e combinam-se mediante uma simples troca de ações, dando origem a
uma outra firma, enquanto na aquisição ocorre a compra de uma firma por outra, e
somente uma delas mantém a identidade (ROSS, WESTERFIELD e JAFFE, 1995).
Tanure e Cançado (2005) defendem a tese de que mesmo que as operações
de F&As possuam características diferenciadas, na prática a quantidade de fusões
reais é tão pequena que podem-se englobar os dois tipos de transações basicamente
14

em aquisições. A partir dessa premissa, acredita-se que mesmo que as transações


de fusões ocorram por meio da combinação de empresas que deixam de existir e
formam uma terceira, com nova identidade, sem predominância das empresas
anteriores, o que realmente acontece é que a empresa constituída fica sendo
controlada por uma das extintas, aproximando-se das transações de aquisições.
Assim, pode se dizer que a diferença entre a aquisição e a fusão é o fato deste
último poder ou não acontecer após a aquisição. Ambas constituem ferramentas
potentes para o crescimento organizacional, contribuindo para a penetração em novos
mercados, e com isso evita a espera pela maturidade de investimentos internos, a
partir da estaca zero (CAIXETA, 2010).

2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUSÕES

Os tipos mais comuns de fusão de empresas são: horizontal, vertical,


conglomerado, fusão de extensão de mercado e fusão de extensão de produto. Desta
fora, o termo usado para definir a fusão que foi feita irá depender da função
econômica, do objetivo da transação comercial, entre outros pontos que serão falados
posteriormente (CAMARGO, 2017).
A tabela 2 sintetiza as principais formas de fusão.

Tabela 2: Principais formas de fusão


Tipo de Fusão Descrição Possíveis Objetivos

Fusão Horizontal Apresenta como característica a união de - Alcançar economias


empresas que trabalham no mesmo setor de de escala e escopo
mercado. É muito comum que, antes de
- Elevar o market-share
acontecer fusão propriamente dita, tais
empresas tenham grande parte dos - Penetrar rapidamente
consumidores desse mercado, ocorrendo em novas regiões
uma grande disputa entre elas, desta forma,
quando ocorre a fusão, as organizações
conseguem centralizar o mercado e,
consequentemente, o seu lucro cresce de
forma exponencial e a gerar diversas
oportunidades.
A principal vantagem da fusão horizontal está
no fato de que os consumidores que antes
ficavam divididos entre as duas empresas,
15

agora podem contar com um só que conta


com uma ampla cartela de produtos.

Função Vertical Resultante da união entre firmas que fazem - Ampliar controle sobre
parte da mesma cadeia produtiva, podendo as atividades
ser para cima (montante), em direção aos
- Proteger o
fornecedores, ou para baixo (jusante), em
investimento principal -
direção aos distribuidores. A aquisição
Facilitar a distribuição
vertical pode ser progressiva, ocorre quando
dos produtos
uma companhia adquire outra que compra
seus produtos, e regressiva, ocorre quando a - Assegurar matérias-
companhia adquirida é fornecedora da primas (eventualmente
adquirente. a custos mais baixos)

Conglomerado Trata-se sobre a fusão de empresas - Diversificar o risco


envolvidas em atividades comerciais
- Aproveitar as
totalmente não relacionadas, ou seja, com
oportunidades de
produtos ou serviços diferentes.
investimento
Os objetivos da fusão por conglomerado são
diversificação do risco e aproveitar
oportunidades de investimentos.

Fusão de Ocorre entre duas ou mais empresas que O objetivo principal da


extensão de produzem os mesmos produtos, mas em fusão de extensão de
mercado mercados separados. mercado é garantir que
as empresas da fusão
possam ter acesso a
um mercado maior e
que assegure uma
base de clientes maior.

Fusão de Acontece entre duas ou mais empresas cujos O principal benefício


extensão do produtos relacionam-se e que operam no desse tipo de fusão está
produto mesmo mercado. A fusão de extensão de no fato de que não é
produto permite que as empresas da fusão somente as empresas
agrupem seus produtos e obtenham acesso que ganham benefícios
a um conjunto maior de consumidores. Isso com elas, os seus
garante aumento na lucratividade. consumidores também,
pois eles ganham um
catálogo muito maior de
produtos e serviços.
Fonte: Elaboração do autor a partir de (CAMARGO, 2017; BNDES (BRASIL, 1999, p. 2).

A figura 2 sintetiza o que fora descrito na tabela 2.


16

Figura 2: Funcionalidade das Fusões e Aquisições


Fonte: (GONTIJO, 2019)

Camargos e Barbosa (2005) ainda elencam fatores que motivam uma decisão
de aquisição ou fusão de empresas, os quais são:

a) Expectativas assimétricas: diferentes expectativas sobre o futuro levam os


investidores a atribuírem valores diferentes a uma mesma empresa,
ocasionando propostas de compra.
b) Irracionalidade individual nas decisões de dirigentes: justificativa hipotética
para as fusões, segundo a qual, sob condições de incerteza, os indivíduos
nem sempre tomam decisões racionais; essa irracionalidade é diluída ou
anulada quando considerada de forma agregada na interação dos vários
agentes econômicos.
c) Compensações e incentivos tributários: advindos de créditos tributários,
relativos ao fato de prejuízos acumulados por uma das firmas envolvidas
poderem ser compensados em exercícios futuros pela outra firma que venha
apresentando lucros.
d) Custos de reposição e valores de mercado: situação existente quando os
custos de reposição dos ativos de uma firma forem maiores que o seu valor
de mercado.
e) Busca de economias de escala e escopo: advindas de possíveis reduções
nos custos em função do aumento do nível de produção, maior racionalização
do esforço de pesquisa e desenvolvimento, uso conjunto de insumos
específicos não divisíveis e transferência de tecnologia e conhecimento
(know-how).
f) Efeitos anticompetitivos e busca do poder de monopólio: advindos de
ganhos com o aumento da concentração de mercado e da consequente
redução da competição.
g) Redução do risco de insolvência: advinda da fusão entre duas ou mais
firmas com fluxos de caixa sem correlação perfeita (F&As conglomerado e
cosseguro).
h) Razões Gerenciais: as F&As podem ocorrer visando tanto o aumento do
bem-estar dos diretores das firmas, mesmo que a operação cause impacto
negativo no valor de mercado de suas ações, como a substituição de
diretores que não estejam maximizando o valor de mercado de suas firmas.
i) Capacidades adicionais e sinergias: decorrentes do crescimento da
demanda e da expectativa de aumento na riqueza dos acionistas como
resultado da fusão.

Os autores Grinblatt e Titman (2005) tdefinem três tipos básicos de fusões e


aquisições, as quais são descritas na tabela 3.
17

Tabela 3: Modalidades de aquisições


Principal
Tipo de Aquisição Hostil/Amigável Tendência
Motivação

Aumentando de
Sinergias Normalmente
Estratégica importância nos
Operacionais amigável
anos 1990

Impostos, melhorias Um fenômeno dos


Financeira Muitas vezes hostil
de incentivos anos 1980

Sinergias
financeiras, Um fenômeno dos
Diversificação Hostil ou amigável
impostos e anos 1960 e 70
incentivos
Fonte: Elaboração do autor a partir de GRINBLATT & TITMAN (2005)

2.4 PRÁTICA DO PROCESSO DAS F&AS NAS EMPRESAS

A motivação principal para realizar uma fusão está relacionada à economia


nos custos de produção e na possibilidade da empresa conquistar novos mercados e
lançar novos produtos. Com isso, os principais benefícios para a realização de fusões,
segundo a Neoway (2020) são:
 Aumento do Market Share da empresa;
 Aumento das receitas;
 Diminuição de riscos;
 Melhores condições de atuação;
 Melhoria na satisfação dos clientes e colaboradores;
 Redução de custos operacionais.

Já a aquisição, na maioria das vezes, faz parte de uma estratégia de


crescimento da adquirente, seja por dificuldades de expandir seus negócios por conta
própria ou com o objetivo de crescer sem que haja perda de eficiência. Dentre as suas
vantagens destaca-se:

 Ampliação do Market Share da empresa;


18

 Aumento das receitas;


 Complemento da linha de produção;
 Melhores condições de produção;
 Redução da concorrência.

O processo de F&A envolve vários procedimentos e cuidados para que a


negociação ocorra da forma esperada. As etapas são ilustradas na figura 3 e descritas
na Tabela 4.

Figura 3: O processo de F&A


Fonte: (NEOWAY, 2020)

Tabela 4: Processo de F&A de empresas


Processo F&A Descrição
Plano de execução Configura o momento em que se deve definir os objetivos,
identificar produtos e tecnologias, pontos críticos, além de
aprofundar o conhecimento sobre a empresa e definir as
pessoas envolvidas no processo e os prazos para sua
conclusão.
Avaliação É de suma importância fazer uma avaliação financeira da
empresa, buscando identificar os benefícios e os riscos da
transação. Neste contexto, as projeções financeiras da
empresa-alvo merecem atenção, uma vez que estarão
avaliando fatores como volume de vendas, receita e balanço.
19

Valuation Denominado também como análise de viabilidade econômica,


neste processo se estima o valor da empresa-alvo.
Para isso, utiliza-se um modelo quantitativo que permite avaliar
não apenas o valor da empresa, mas também identificar
alternativas para estruturar a operação.
Tomada de decisão Defini as vantagens e desvantagens da operação em questão –
fusão ou aquisição – auxiliando uma decisão.
Negociação Nesta parte objetivo é fazer com que todos os envolvidos na
negociação entrem em acordo sobre o valor da transação e de
que forma ela será estruturada. Assim, é importante que sejam
definidas as responsabilidades de cada agente dentro da
operação.
Sinergias As sinergias consistem no valor adicional a partir da combinação
de duas firmas que não estaria disponível a elas caso
operassem de forma independente. São economias que fazem
com que as duas empresas valham mais juntas do que
separadas. Os maiores valores em sinergias são gerados
habitualmente em processos horizontais, isto ocorre devido à
similaridade das tarefas e normas.
Em regra, as sinergias em geral podem resultar de um aumento
das receitas, diminuição dos custos, redução do custo de capital
e benefícios fiscais.
Due Diligence Uma vez que a proposta foi aceita, os executivos da empresa
adquirente devem fazer uma diligência prévia, com revisão
completa e ampla da companhia-alvo. Desta forma, irá
destrinchar questões comerciais, jurídicas, financeiras,
operacionais e fiscais para identificar oportunidades e riscos
relacionados à negociação.
Viabilidade jurídica Configura-se como o fato diferencial para o sucesso da
empreitada. Visa fazer uma avaliação detalhada do acordo entre
as empresas conforme a legislação vigente, a fim de, lidar com
os trâmites legais e manter-se em conformidade com as
regulamentações estabelecidas
Fonte: Elaboração própria a partir de Camargo e Barbosa (2003)
20

2.4.1 Objetivos das F&As

Segundo Milanese (2006) os principais motivos que induzem à realização de


uma operação de F&A podem ser classificadas em quatro subgrupos, os quais são:
razões estratégicas, razões econômicas, razões financeiras e razões fiscais.
Entre as razões estratégicas que norteiam essa prática empresarial estão: a
busca pelo aumento da fatia de mercado, eliminação de um concorrente, entrada em
novos mercados ou novos segmentos de atividades, redefinição do foco, aquisição de
um fornecedor ou cliente chave, internacionalização, melhoramento da imagem da
companhia, reestruturação societária. Já as motivações financeiras seriam a redução
da dívida, através do aporte de novo capital e o melhoramento do rating (ELICKER,
2007).
Orsi (2003), aduz que os principais objetivos das organizações ao
empenharem-se em fusões ou aquisições são:

 O desenvolvimento de novos produtos para os mercados já existentes e


os novos mercados;
 Desenvolver novos mercados ou ampliar vias de distribuição para
produtos existentes;
 Controlar fornecedores (integração vertical) ou ampliar em direção a
linhas de clientes dos produtos (integração à frente);
 A obtenção de economia de escala como condição para reduzir custos
de produção;
 Aumentar o reconhecimento da marca;
 Melhorar habilidades gerenciais;
 A aquisição de novas tecnologias, patentes ou capacitação em P&D.

As fusões e aquisições empresariais têm objetivos bem definidos, no que se


refere às implicações para as políticas de competitividade, de financiamento do
investimento, tecnológicas, de regulação da concorrência e de promoção da
competição interna e sub-regional, entre outras, uma vez que resultam da abertura
comercial multilateral, da integração regional, da estabilização e da reforma do Estado
que diversos países vêm experimentando (OLIVEIRA, 2006).

2.4.2 Mecanismos de defesa no planejamento das F&As

As empresas não devem canalizar sua atenção apenas à busca de possíveis


alvos para a realização de operações de fusão e aquisição, assim como as
21

organizações devem sempre se focar na possibilidade de realizar uma operação ativa,


é preciso haver um preparo para ser alvo de potenciais compradores. Destarte, é
importante saber como agir para estar pronta a se defender no caso de uma proposta
hostil, sabendo utilizar diferentes estratégias para os casos específicos.
Este item tem sido alvo de atenção das empresas que apresentam controle
pulverizado, onde uma aquisição hostil, baseadas em oferta pública de aquisição
(OPA), acaba facilitada pela inexistência de um agente para responder por toda
empresa, com maioria absoluta das ações. Portanto, Segundo Savastano (2006),
existem mecanismos de defesas, que recebem o nome de Shark Repellents:

 Share Purchase Rights Plan”: este mecanismo consiste no lançamento


automático de bônus de subscrição a um preço consideravelmente
inferior àquele ao de mercado a ser oferecido para todos os acionistas
com exceção daquele que vem crescendo em participação. Desta forma,
toda a vez que um acionista atingir percentual entre 10% e
 20% do total de ações de uma empresa, estes bônus seriam lançados.
Desta forma o adquirente se dilui e fica impossibilitado de alcançar a
maioria das ações.
 OPA: O segundo mecanismo é a obrigação de realização de oferta
pública de aquisição (OPA), neste caso, o estatuto da empresa prevê que
qualquer adquirente realize uma oferta de compra de todas as ações caso
alcance o percentual referido. Desta forma, a possibilidade de adquirir o
controle da empresa fica dificultada, pois o adquirente teria
necessariamente que comprar a totalidade das ações não podendo
assumir apenas 51% das ações.
 “Classified Board”: Neste mecanismo o conselho administrativo é
segregado em três blocos, sendo substituído anualmente apenas um
terço dos conselheiros. Neste caso, se o adquirente comprar a maioria
das ações, ainda assim teria que esperar dois anos para de fato
conseguir maioria no conselho, além disso pode existir o caso em que o
próprio conselho nomeie os conselheiros dificultando que o controle seja
assumido.
 Fusão Defensiva: Uma alternativa utilizada também é o engajamento da
empresa alvo em um processo de F&A como forma de se defender de
uma operação, assim a companhia poderia caminhar para uma situação
de entrave regulatório capaz de impedir a operação, ou ainda forçar o
potencial comprador a aumentar a oferta para conseguir concretizar o
deal. O entrave regulatório pode ser gerado tanto por uma questão
referente à concorrência, quanto por alguma barreira imposta a entrada
de estrangeiros, o que ocorre no caso de empresas do setor de
comunicações brasileiro.
 Restrição de Voto: A quinta opção seria uma limitação do direito a voto
de um único representante no conselho, neste caso o comprador não
conseguiria assumir o controle de forma unilateral, através da compra de
participação.
 “Golden Parachute”: é alternativa amplamente difundida no ambiente
corporativo americano. O mecanismo se baseia no estabelecimento de
multas enormes a serem pagas aos executivos no caso da rescisão de
seus contratos por mudança no controle, impossibilitando a demissão dos
mesmos e dificultando uma possível tomada de controle.
22

 “Sale of the Crown Jewels”: consiste na venda do principal ativo por parte
da empresa a ser adquirida, desta forma esta abriria mão de seu principal
ativo no intuito de fazer com que a compradora desista da operação.
 “Pac-Man Defense”: constitui a recompra de ações pela própria empresa
alvo seja através de dinheiro próprio ou de financiamento. Muitas
empresas utilizam esta estratégia de forma preventiva, quando por
alguma flutuação de mercado suas ações acabam sendo apreçadas
abaixo do que consideram o valor real da empresa. Assim a empresa
controla o preço do das ações e dificulta a realização de ofertas hostis.

2.5 OPERAÇÕES DE FUSÕES E AQUISIÇÕES NO BRASIL

Um importante acontecimento historio é reflexo do mercado brasileiro de fusões


e aquisições, trata-se da adoção do plano real que, na década de 94, ainda no governo
Itamar Franco, começou um período de equilíbrio econômica. O incremento no
número de operações desde então foi impulsionado por dois outros fatores relevantes
(SAVASTANO, 2006).

2.5.1 F&A no Brasil na década de 90

Inicialmente, o que impulsionou esse movimento foi proveniente do processo


de desestatização, o país entrava no mapa global das fusões e aquisições, sendo uma
das 20 maiores economias do mundo que adentrava o fluxo financeiro internacional,
que vinham atraídos por boas oportunidades de negócios e equilíbrio da economia
econômica. Enquanto no resto do mundo F&A ocorreriam de forma espontânea, no
Brasil este processo era estimulado por um profundo programa de desestatização e
desregulamentação do governo nos setores de siderurgia, mineração, elétrico e
telecomunicações (TRICHES, 1996).
Essa primeira onda impactou no Brasil o maior fluxo de investimento direto,
privado da história. Miranda e Tavares (1999) ratificam que as transações brasileiras
chegaram a representar 55% do volume mundial de transações ocorridas durante a
desestatização de acordo. Assim, o país passou a gozar de uma profunda
reestruturação do seu capital produtivo, sendo que esta nova estrutura representou
uma maior especialização produtiva (FERRAZ, LOOTY e ROCHA, 2000).
O ano de 2002 impulsionou o início da segunda onda no Brasil, movimente este
que se estende até o presente momento. Após todo o processo de ajuste econômico,
que resultou na maxidesvalorização, a iniciativa privada passa a se mover buscando
23

a consolidação. Neste contexto, duas peculiaridades se que sobreviveram ao primeiro


movimento de fusões e aquisições são destaque. O primeiro motivo se deve ao
cenário corporativo brasileiro, ainda hoje, é dominado pela existência de empresas
familiares (CHANDLER, 1990).
Chandler (1990) considerava que as empresas familiares, normalmente são
marcadas pela ausência de gestão profissional e apresentavam um menor grau de
produtividade na média, além de apresentarem a possibilidade de alcançar economias
de escala e de escopo com o processo de consolidação. Em segundo lugar é o relativo
subdesenvolvimento do mercado de capitais brasileiros, que impedia a diversificação,
bem como a realização de operações de fusão e aquisição, em razão da escassez de
estruturas de financiamento e também pela dificuldade encontrada por acionistas para
sair de suas posições.
Ainda no início dos anos 90, o fluxo de IDE - Determinantes do investimento
Direto Externo teve uma forte relação com um processo de modernização da estrutura
produtiva. A necessidade de redução de custos e aumento de competitividade, para
potencializar e efetivar as importações bem como buscar novos mercados que
pudessem suprir, parcialmente, a perda (absoluta ou relativa) do mercado doméstico
restringido, propiciou a adoção de estratégias de especialização e de
complementaridade produtiva e comercial (ROCHA, 2018).

2.5.2 F&A no Brasil no ano de 2006 à 2015

No ano de 2006 Savastano (2006) ocorreu a onda de fusões e aquisições em


função, primeiramente, do crescimento da economia mundial, com ênfase para
mercados ainda pouco desenvolvidos como China e Índia, que permitiram que países
como o Brasil, a garantia expressiva de saldos comerciais, o que gerou uma melhora
no cenário econômico do país como um todo, apesar da baixa taxa de crescimento
nacional. Além disso, as baixas taxas de juros mundiais fizeram com que investidores
em geral procurassem investimentos que asseguravam mais retorno e, por isso, mais
arriscados.
Além disso, o desenvolvimento empresarial brasileiro teve importância neste
cenário. Após um período marcado pelo afastamento gerencial, a abertura econômica
e a estabilização fizeram com que empresas do país se desenvolvessem
gerencialmente. De acordo com notícia da revista exame, o lucro das ações que
24

compunham o Bovespa passou de 23 bilhões para 81 bilhões, nesse mesmo contexto


o endividamento caiu consideravelmente, atingindo o nível de dois anos de geração
de caixa em média para o pagamento de dívidas (SAVASTANO, 2006).
Ainda no ano de 2006 outro importante marco foi a evolução vivenciada nos
mercados de capitais que impulsionaram as empresas a buscarem novas fontes de
financiamento, o que possibilitou empresas menores como Lupatech, Cyrela e
Perdigão a realização de operações em seus setores de atuação. Antes as empresas
ainda vistas como de alto risco, como a exemplo da Gol linhas aéreas, que operava
em um setor altamente regulamentado e muito instável no país e veio a conseguir
emitir títulos perpétuos no mercado externo (FERNANDEZ, 2003).
Ainda que a melhora percebida no ano 2006 tivesse gerado muitos resultados
positivos no cenário de financiamento, a pesquisa Fusões e Aquisições no Brasil
Experiência e Estratégia realizada pela Deloitte Touche Tohmatsu (2006), indicou que
78% das empresas que atuaram neste mercado financiaram a aquisição com recursos
próprios sendo apenas 17% destas financiadas por empréstimos.
As movimentações ocorridas no Brasil de F&A, a participação de empresas
nacionais foi inferior ao de empresas estrangeiras, como ilustrado na Tabela 4. No
período compreendido entre 1992 e 2006, das 4.032 operações que tiveram registros,
1.803 foram transações domésticas (42,55%), contra 2.434 transfronteiristas
(57,45%).
Tabela 5: Número de operações de F&A no Brasil (1992-2006)

Domésticas Transfronteiriças Total A/C B/C


Ano
(A) (B) (C) (%) (%)

1992 37 21 58 63,79 36,21


1993 82 68 150 54,67 45,33
1994 81 91 172 47,09 52,91
1995 82 130 212 38,68 61,32
1996 161 167 328 49,09 50,91
1997 168 204 372 45,16 54,84
1998 130 221 351 37,04 62,96
1999 101 208 309 32,69 67,31
2000 123 230 353 34,84 65,16
2001 146 194 340 42,94 57,06
2002 143 84 227 63,00 37,00
2003 116 114 230 50,43 49,57
25

2004 100 199 299 33,44 66,56


2005 150 213 363 41,32 58,68
2006 183 290 473 38,69 61,31
Total 1.803 2.343 4.237 42,55 57,45
Fonte: adaptado de KPMG (2007

Sob a ótica de vendas, as F&A transfronteiristas tiveram um expressivo


crescimento, passando a ter uma maior participação no total mundial de transações a
partir de 1996, a partir do início da venda das maiores estatais brasileiras e o maior
volume de entrada de IED), consequência da pós-liberalização financeira (MARION
FILHO; VIEIRA, 2010).
Os setores da economia brasileira que mais tiveram operações de F&A entre
1992 e 2006 são sintetizados na figura 4.

Figura 4: Número de F&A setoriais de 1992 a 2006


Fonte: (MARION FILHO; VIEIRA, 2010).

2.5.3 F&A no Brasil a partir de 2016

Os indicadores de fusões e aquisições anunciadas no mercado brasileiro, em


2017, tiveram um crescimento, após atingir seu menor número no ano de 2015, o
26

mesmo não acontece com o volume financeiro destas operações, como ilustra as
figuras 5 e 6 (ROCHA, 2018).

Figura 5: Número de F&A's de 2013 a 2017


Fonte: ANBIMA, 2018

Figura 6: Volume de F&A1s de 2013 a 2017


Fonte: ANBIMA, 2018

Ainda que o mercado brasileiro tenha realizado mais operações em 2017, o


compilado destas operações representa um volume menor quando comprados aos
que foram alcançados nos anos de 2016, 2014 e 2013, ficando apenas acima do ano
de 2015, onde se encontra o valor mais baixo, tanto em relação ao número de
operações, quanto ao volume financeiro transacionados nestas.
27

Segundo relatório da Anbima (2018) em volume, o setor que teve uma alta
posição de destaque nas fusões e aquisições no ano de 2017 foi o de Energia Elétrica,
com uma participação de 17,8%, seguido dos setores de Papel e Celulose e
Financeiro, influenciados pelas grandes operações do período, e com pesos de 15,3%
e 13,7% do total. Já em número de operações, os principais segmentos da economia
foram Indústria e Comércio (12,6%), Energia Elétrica (11,9%) e Comércio Atacadista
e Varejista (9,1%).
O relatório atualizado da Anbima (2019) aponta que os anúncios de fusões e
aquisições em 2019, envolvendo aquisições de controle, incorporações e vendas de
participações minoritárias, totalizaram R$ 108,6 bilhões, um aumento de 20,0 % em
relação ao mesmo período do ano de 2018. No entanto, houve queda no número de
negócios, já que este volume correspondeu a 55 anúncios contra 58 ocorridos em
2018, como ilustra a figura 7.

Figura 7: Montante e número de operações (bilhões) 2019


Fonte: ANBIMA, 2019

Uma pesquisa feita pelo site Monitor de Mercado (2021) aponta que as fusões
e aquisições bateram recorde no primeiro semestre do ano. Segundo a KPMG (2021),
foram 1.014 operações ante 804 no mesmo período de 2020, quando o total, no ano,
foi de 1.963 registros. O crescimento foi 59% superior em relação a 2019. Além disso,
o último trimestre apresentou o melhor resultado do ano: foram 602 negócios
concluídos.
28

Figura 8: Número trimestral de transações em 2021


Fonte: KOMG (2021)

Com relação aos segmentos de negócios em 2021, a liderança no ranking foi


atribuída às empresas de Internet, com 658 negócios efetuados, o que presenta 34%
do total de transações. Em segundo lugar, estavam as empresas de Tecnologia da
Informação, com 358 negócios, representando 18%.
29

3 METODOLOGIA

O presente trabalho é de natureza qualitativa, pois se acredita que ela


possibilita uma aproximação e uma compreensão mais fácil do problema que será
investigado, quanto ao procedimento: a pesquisa é de ordem bibliográfica através de
revisões de livros e artigos científicos, este tipo de pesquisa é uma fase essencial em
todo trabalho de pesquisa, pois é a base para todas as outras etapas.
Na visão de Carvalho (2005) a pesquisa bibliográfica “é a atividade de
localização e consulta de fontes diversas de informação escrita, para coletar dados
gerais ou específicos a respeito de determinado tema”. Este consiste no levantamento
de literaturas, que abordam sobre operações de fusões e aquisições no Brasil, o
período de referências e os critérios de inclusão dos artigos foram do ano 1950 até o
ano 2022.
Este estudo é parte de uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos,
aplicações e gerenciamento de fusões e aquisições, mostrando de maneira teórica
como se dá o processo de F&A, em quais etapas está divido, e de acordo com os
principais autores sobre o assunto, que tipos de impactos podem ser verificados na
empresa adquirida após o processo de F&A.
Relaciona-se um estudo de revisão narrativa, em que foram utilizados artigos
acerca do assunto da viabilidade financeira das operações de fusões e aquisições no
Brasil nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo.
Posteriormente é realizado um estudo de caso sobre a análise dos impactos do
processo de fusão e aquisição em duas empresas brasileiras, no intuito de identificar
as motivações que levaram ao processo de fusão e quais benefícios foram trazidos
pelo mesmo. Trata-se de um estudo de caso de natureza exploratória, sendo
analisadas as aquisições da Vero Internet.
30

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados apontados pela CNN BRASIL (2022), referente a um levantamento


realizado pela PwC Brasil, indicam que o número de Fusões e Aquisições atingiu
recorde brasileiro no primeiro semestre deste ano, sendo que ainda no primeiro
semestre foram realizadas 807 transações contra 706 negócios feitos em 2021 – ano
em que houve recorde histórico de M&A, totalizando 1.659 transações. A pesquisa
ainda aponta que o número de operações registrado até junho de 2022 representa
mais que o dobro das transações registradas em 2019 (390 operações), sendo um
período de pré-pandemia.
A figura 9 mostra como essas F&As foram alocadas, apresentando o ranking
com os dez setores que mais usaram o processo de fusão e aquisição no Brasil entre
os anos 1999 e 2018. Um segmento que chama atenção é o de tecnologia, pois tanto
Tecnologia da Informação (TI) quanto Empresas de Internet se apresentam entre os
cinco principais setores com o maior número de união entre empresas.

Figura 9: Acumulado de Transações por Setor no Brasil (1999 – 2018)


Fonte: BUECHEM (2019)
31

4.3 A AQUISIÇÃO DA VERO INTERNET

Fundada em 16 de abril de 2019 com sede em São Paulo/SP, A Vero S.A. é


uma empresa que tem como principal atividade o ramo de telecomunicações,
enquanto provedora de internet. Essa organização, nasceu da fusão de oito empresas
– BD OnLine, NWNet, Efibra, PowerLine, G4 Telecom, Viaceu, ViaReal e City10.
Em agosto de 2020, a Vero adquiriu dois provedores da região Sul: MKA
Telecom e Clic Rápido, aumentando sua atuação no território nacional. Portanto, a
áreas servidas são: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina
O plano estratégico da Vero Internet é focado em cidades do interior do Brasil,
onde uma série de serviços demora a chegar e quando chega, em geral, não possuem
a mesma qualidade dos grandes centros urbano.
A proprietária da Vero é a Vinci Partners e seu presidente é Fabiano Ferreira.
Sua identidade visual é apresentada na figura 10.

Figura 10: Logomarca da empresa VERO


Fonte: TELESINTESE (2019)

Segundo o site Telesintese (2019) assim que fundada, a Vero propôs ações
de aporte em tecnologia, serviços e fixação da marca como parte integrante do plano
de crescimento da companhia, que projetou um investimento de R$ 750 milhões em
cinco anos, contados a partir de 2019.
A operadora de banda larga publicou balanço operacional e financeiro de 2021
em março/2022, apontando alta expressiva na base de clientes, nas receitas líquidas
e um investimento de R$ 360,6 milhões relacionado a atividades de fusões e
aquisições (FUSÕES E AQUISIÇÕES, 2022).
32

Segundo matéria publicada no Teletime (2022), o montante representou 65%


do investido pela provedora ao longo do ano passado (R$ 554,8 milhões). Sem incluir
a mais recente aquisição da Giganet (que será refletida nos balanços de 2022),
foram cinco transações fechadas pela Vero em 2021, adicionando 179,6 mil
assinantes à base da operadora.
Ainda 84,5 mil clientes foram ativados de forma orgânica pelas empresas da
holding (sendo 27,5 mil no quatro trimestre). No todo, a base de assinantes da Vero
fechou dezembro com 612 mil acessos, em alta de 75,9% em um ano. Já o Ticket
médio dos clientes cresceu 6,3%, para R$ 110,58 (TELESINTESE, 2019).
As cifras possibilitaram avanço de 99,1% nas receitas líquidas da empresa,
para R$ 420,7 milhões. Isso refletiu em Ebitda ajustado de R$ 203 milhões no ano,
com alta de 109% e margem de 48,3%. Considerando desembolsos não recorrentes
e outros fatores, o Ebitda1 em 2021 seria de R$ 189,8 milhões, com margem de 45,1%
(PONTOISP, 2022).
Já o lucro líquido da companhia no acumulado do ano ficou em R$ 51,6
milhões, representando alta de 73,8% frente a 2020. Do total, R$ 10,8 milhões foram
apurados no último trimestre do ano (PONTOISP, 2022).
A organização referida captou linha de crédito no montante de R$ 150 milhões
no primeiro trimestre de 2021, além de ter realizado sua 1ª emissão de debêntures2
na reta final do calendário – somando outros R$ 350 milhões. A empresa fechou o ano
com R$ 471,3 milhões discriminados em balanço como empréstimos e
financiamentos.
A Vero encerrou 2021 com presença em 180 cidades; em 60 delas, a empresa
ingressou no ano passado via F&A (ou M&A do inglês), enquanto 20 municípios
tiveram chegada da marca a partir de movimentação orgânica, como ilustra a figura
11.

1Lucro da companhia antes dos descontos com impostos, juros, amortização e depreciação
2Títulos representativos de dívida emitidos por empresas com o objetivo de captar recursos para
diversas finalidades
33

Figura 11: Backbone da VERO: M&A's e organicamente


Fonte: Fusões e Aquisições (2022)

Além das oito empresas que fundiram a Vero e, posteriormente as duas


empresas do Sul que foram agregadas, do ano de 2019 até o presente momento,
dezesseis empresas fizeram parte do processo de fusão, como ilustrado na figura 12.

Figura 12: Empresas que participaram do processo de fusão da Vero (2019-2022)


Fonte: Vero (2022)
34

5 CONCLUSÃO

A fusão é uma estratégia corporativa na qual duas ou mais empresas se juntam


para formar uma nova empresa. Em enquanto que a aquisição é quando uma empresa
compra o controle acionário de outra. De forma diferente da fusão, uma nova empresa
não nasce de um processo de aquisição, ao invés disso, há o desaparecimento legal
da empresa comprada.
As F&A estão sendo utilizadas como estratégia de crescimento para as
empresas, dentre outras finalidades. O objetivo desse trabalho foi relatar como é
realizado um processo de Fusão e Aquisição, detalhando as etapas e descrevendo as
especificações. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, utilizando o método de estudo
de caso, observou-se que fusão e aquisição de empresas pode ser considerada o
sinônimo não somente de crescimento de marca no mercado, mas também a
obtenção de inúmeros lucros para quem os utiliza.
Assim, as fusões e aquisições são consideradas ótimas opções para a
empresa que não tem medo de arriscar e deseja construir novos caminhos no mundo
corporativo.
A quantidade de processos de fusões e aquisições está intimamente ligada
ao desempenho da economia brasileira. No contexto econômico e de comportamento
do mercado brasileiro, com o presente estudo entende-se que a união de uma ou mais
empresas geram resultados positivos e satisfatórios.
Dentre os segmentos que mais usaram o processo de fusão e aquisição no
Brasil entre os anos 1999 e 2018, um que chamou é o de tecnologia, pois tanto
Tecnologia da Informação (TI) quanto Empresas de Internet se apresentam entre os
cinco principais setores com o maior número de união entre empresas.
Nesse contexto a empresa Vero, que é do segmento de internet e, foi objeto
desse estudo elucidou que o processo de fusão e aquisição foi de grande valia para
seu rápido crescimento. A provedora de internet que foi fundada em 2019, em pouco
mais de três anos, apresentou um progresso econômico surpreendente, ao ponto de
ser vislumbrada sua compra pela FibraBrasil no valor de 2,8 bilhões por 100% dos
ativos (TELESINTESE, 2022).
35

REFERÊNCIAS

ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de


Capitais). Relatório Anual ANBIMA 2018. Disponível em:
<https://www.anbima.com.br/pt_br/institucional/comunicados-
oficiais/circulares/integra-2CA08A9A69EAECEB016A224B53F61404.htm> Acesso
em 22 de novembro de 2022.

ANBIMA. Anúncios de fusões e aquisições registram aumento de 20,0% no ano.


Publicado em out/2019. Disponível em:
<https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/relatorios/mercado-de-capitais/boletim-
de-fusoes-e-aquisicoes/anuncios-de-fusoes-e-aquisicoes-registram-aumento-de-20-
0-no-ano.htm> Acesso em 22 de novembro de 2022.

BRASIL, BNDES. Fusões e aquisições no setor de alimentos. Informe Setorial,


abr. 1999.
Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/conhecimento/setorial/gs1_15.pdf>. Acesso
em: 5 de julho de 2022.

BRASIL. LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm> Acesso em 03 de julho de
2022.

BUECHEM, Juliana Carlier. Fusões e aquisições: referencial teórico e estudo de


caso sobre aquisição da somos educação pela COGNA. Trabalho de conclusão
de curso apresentado ao Bacharelado de Ciências Econômicas da Universidade
Federal Fluminense. Niterói, 2019.

CAIXETA, Renata Pereira. O processo de Fusão e Aquisição (F&A): um estudo de


caso em uma Micro e Pequena Empresa (MPE). VI Encontro de Estudos
Organizacionais da ANPAD. Florianópolis, 2010.

CAMARGOS, Marcos Antônio de; BARBOSA, Francisco Vidal. Fusões e aquisições


de empresas brasileiras: criação de valor e sinergias operacionais. Rev.
36

Administração Empresa. Jun. 2009. Disponível em:


<https://www.scielo.br/j/rae/a/rZHGV68zbKhV8f6zzFvHdYy/?lang=pt> Acesso em 04
de julho de 2022.

CAMARGOS, Marcos Antônio de; BARBOSA, Francisco Vidal. Fusões, aquisições


e takeovers: um levantamento teórico dos motivos, hipóteses testáveis e
evidências empíricas. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 10,
n. 2, p.17- 38, abril/junho 2003. p. 17-38.

CAMARGO, Renata Freitas de. Fusões e Aquisições de empresas: como ocorre


o processo de Mergers and Acquisitions (M&A)? Revista Online Treasy, 2017.
Disponível em: <https://www.treasy.com.br/blog/fusoes-e-aquisicoes/> Acesso em 02
de julho de 2022.

CAPRON, Laurence; HULLAND, John. Redistribuição de marcas, forças de vendas


e experiência geral em gerenciamento de marketing após aquisições
horizontais: uma visão baseada em recursos. Volume 63, Edição 2. AMA, 1999.

CARVALHO, M.C.M. de. Metodologia Científica: fundamentos e técnicas. 16ed.


Campinas, Papirus, 2005.

CHANDLER JR., Alfred D. Escala e escopo: a dinâmica do capitalismo industrial.


Cambridge: Belknap, 1990. 860p.

DODD, P. Proporção da fusão, descrição da administração e riqueza dos


acionistas. Revista de Economia Financeira. Amsterdam: North Holland, v. 8, n. 2,
p. 105-137, Jun. 1980.

ELICKER, Fabiana. Fusões e aquisições internacionais no Brasil. Monografia


submetida ao Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de
Santa Catarina. Florianópolis, 2007.
37

FABRETTI, Láudio Camargo. Fusões, Aquisições, Participações e Outros


Instrumentos de Gestão de Negócios: tratamento jurídico, tributário e contábil. São
Paulo. Atlas, 2005. 215 p.

FERNANDEZ, L. M. Fusões Aquisições e venda: Inferno ou paraíso. Pesquisa


Deloitte Touche Tohmatsu, 2003.

FERRAZ, J. C., LOOTY, M. e ROCHA, F. Desempenho das fusões e aquisições na


indústria brasileira na década de 90: A Ótica das empresas adquiridas, Rio de
Janeiro, 2000.

Fusões e Aquisições no Brasil Experiência e Estratégia – Deloitte Touche Tohmatsu


– 2006 Disponível em < http://www.deloitte.com.br/> Acesso em 30 de novembro de
2022.

FUSÕES E AQUIDÇÕES. Vero investiu R$ 360 milhões em aquisições ao longo


de 2021. Disponível em: <https://fusoesaquisicoes.com/acontece-no-setor/vero-
investiu-r-360-milhoes-em-aquisicoes-ao-longo-de-2021/> Acesso em 06 de
dezembro de 2022.

GRINBLATT, M., TITMAN, S. (2005). Mercados financeiros e estratégia


corporativa. 2. ed. Porto Alegre: Bookman.

HITT, Michael A., R; IRELAND, Duane; HOSKISSON, Robert E. Gestão estratégica.


Thomson/Sudoeste, 2003

JENSEN, Michael C.; RUBACK, Richard S. O mercado de controle societário: A


evidência científica. Revista de Economia Financeira. Volume 11, edições 1–4, abril
de 1983, páginas 5-50. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0304405X83900041#:~:text=T
he%20evidence%20indicates%20that%20corporate,the%20creation%20of%20mark
et%20power.> Acesso em 30 de junho de 2022.

KPMG, Pesquisa de fusões e aquisições 2007: 1°trimestre. 2007.


38

KPMG. Operações de fusões e aquisições em 2021 alcançaram melhor


desempenho dos últimos 25 anos. Disponível em:
<https://home.kpmg/br/pt/home/insights/2022/03/volume-fusoes-aquisicoes-
alcancou-recorde-
2021.html#:~:text=As%20transa%C3%A7%C3%B5es%20de%20fus%C3%B5es%20
e,ano%3A%20foram%20602%20neg%C3%B3cios%20conclu%C3%ADdos> Acesso
em 27 de novembro de 2022.

MARION FILHO, Pascoal José; VIEIRA, Gisele Magalhães. Fusões e aquisições


(F&A) de empresas no Brasil (1990-2006). Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 3, n.1,
p. 109-130, jan. /abr. 2010.

MILANESE, Salvatore. O processo de M&A passo a passo. [2006]. Disponível em:


<http://www.analisefinanceira.com.br/consultoria/m-a.htm>. Acesso em 27 de
novembro de 2022.

NAZAROVA, Varvara; KOSHELEV, Konstantin. Avaliação de efeitos sinérgicos em


negócios de M&A na indústria da construção. Cartas de Pesquisa Financeira,
2020, vol. 36, edição C. Disponível em:
<https://econpapers.repec.org/article/eeefinlet/v_3a36_3ay_3a2020_3ai_3ac_3as15
4461231930282x.htm> Acesso em 02 de julho 2022.

NEOWAY. Fusões e aquisições (M&A): O que é, e como são feitas. 17 de


Setembro de 2020. Disponível em: <https://blog.neoway.com.br/fusoes-e-aquisoes-
ma/> Acesso em 01 de julho de 2022.

ORSI, Ademar. Aquisição de empresas para incorporação de conhecimento.

PIESSE, J., LEE, CF., LIN, L., KUO, HC. (2006). Fusão e aquisição: Definições,
motivos e respostas do mercado. In: Lee, CF., Lee, AC (eds) Encyclopedia of
Finance. Springer, Boston, MA.
39

PONTOISP. VERO adquire a GTC internet e amplia atuação no RS. Redação 30


de agosto de 2022. Disponível em: <https://www.pontoisp.com.br/vero-adquire-a-gtc-
internet-e-amplia-atuacao-no-rs/> Acesso em 05 de dezembro de 2022.

ROCHA, Vittor Soares. FUSÕES E AQUISIÇÕES: análise comparativa do perfil


das operações anunciadas no mercado brasileiro no período de 2013 a 2017.
Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Ciências Econômicas do Centro
Socioeconômico da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2018.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração financeira:


Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 1995.

SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record,


2005.

SAVASTANO, Manoel Rabello. Processos de fusão e aquisição: o caso específico


da Arcelor Brasil. Monografia de final de curso pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro, 2007.

STIGLER, G. J. Monopólio e oligopólio por fusão. American Economic Review,


Nashville,v. 40, n. 2, p. 23-34, May 1950.

TANURE, Betânia; CANÇADO, Vera L. Aquisições transnacionais: entendendo os


impactos da cultura local. In: ENANPAD, Brasília, set. 2005. Anais eletrônicos. Rio
de Janeiro, 2005.

TELESINTESE. VERO vai investir R$ 750 milhões para chegar a 200 cidades.
Portal de Telecomunicações, Internet e TICs, 2019. Disponível em:
<https://www.telesintese.com.br/vero-vai-investir-r-750-milhoes-para-chegar-a-200-
cidades/> Acesso em 05 de dezembro de 2022.

TELESINTESE. FIBRASIL negocia compra da VERO, mas preço é considerado


alto. 2022. Disponível em: <https://www.telesintese.com.br/fibrasil-negocia-compra-
da-vero-mas-preco-e-considerado-alto/> Acesso em 06 de dezembro de 2022.
40

TELETIME. Vero investiu R$ 360 milhões em aquisições ao longo de 2021.


Disponível em: <https://teletime.com.br/16/03/2022/vero-investiu-r-360-milhoes-em-
aquisicoes-ao-longo-de-2021/> Acesso em 04 de dezembro de 2022.

TRICHES, D. Fusões, aquisições e outras formas de associação entre empresas


no Brasil. Revista de Administração, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 14-31, jan./mar. 1996.

VERO. A Vero. 2022. Disponível em: <https://verointernet.com.br/a-vero/> Acesso em


05 de dezembro de 2022.

ZANATA, Pedro. Fusões e aquisições batem recorde no Brasil no 1º semestre,


mostra estudo. Revista Eletrônica CNN Brasil Business, 2022. Disponível em: <
https://www.cnnbrasil.com.br/business/fusoes-e-aquisicoes-batem-recorde-no-brasil-
no-1o-semestre-mostra-
estudo/#:~:text=Levantamento%20realizado%20pela%20PwC%20Brasil,de%20M%2
6A%2C%20totalizando%201.659%20transa%C3%A7%C3%B5es.> Acesso em 05 de
dezembro de 2022.

Você também pode gostar