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Gestão Financeira

e Orçamentária
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

D359g Delmonaco, Matheus Henrique


Gestão financeira e orçamentária / Matheus Henrique
Delmonaco. Paranavaí: EduFatecie, 2021.

91 p.: il. Color.

1. Administração financeira. 2. Orçamento. 3. Controle de


Custos. 4. Empresas – Finanças. Centro Universitário UniFatecie. II.
Núcleo de Educação a Distância. III Título.

CDD : 23 ed. 658.15


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AUTOR

Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco

Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade


Estadual de Maringá (PCO/UEM) - Linha de pesquisa: contabilidade para usuários exter-
nos. Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Médio (PIBIC-EM), na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atuou como Coordenador


dos Cursos de Bacharelado em Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, Tecnologia
em Gestão de Recursos Humanos; Gestão Comercial; Gestão Financeira; Gestão Pública;
Marketing; Negócios Imobiliários; e Serviços Jurídicos - EAD, do Centro Universitário Ci-
dade Verde - UniFCV. Atualmente é Gerente de Operações - EAD no Centro Universitário
Cidade Verde
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja muito bem-vindo(a)!

organização. Assim, estudaremos a importância do planejamento e controle estratégicos


para uma empresa a longo prazo, por meio de uma série de decisões administrativas que
conduzirão a empresa na elaboração do orçamento empresarial, com o objetivo de adotar
níveis realistas de lucros e do retorno do investimento.
Na unidade II falaremos sobre os principais conceitos do orçamento de vendas e

Na unidade III, compreenderemos os principais conceitos dos Orçamentos de Cus-

as receitas, custos e despesas de um período, assim como esses orçamentos se torna

Estudaremos sobre o orçamento de mão de obra direta ou indireta. Veremos como são

Finalizando na unidade IV, compreenderemos os principais conceitos do Orça-

importante o controle do que foi planejado.

Muito obrigado e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial

UNIDADE II ................................................................................................... 22
Orçamentos de Vendas e Operações Financeiras

UNIDADE III .................................................................................................. 46


Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias
de Compras e Vendas

UNIDADE IV .................................................................................................. 64
Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário
UNIDADE I
Gestão Financeira e Orçamentária
Empresarial
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco

Plano de Estudo:

● Tipos de Orçamento;
● Planejamento e Controle Financeiro.

Objetivos da Aprendizagem:

● Conhecer os tipos de orçamento e controle.

3
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), na Unidade 1, do livro da disciplina de Gestão Financeira e Orça-

por meio da formalização do desempenho dessas funções. Um orçamento é o conjunto


de informações referentes às receitas e despesas da empresa, relativo a um período de
execução determinado, normalmente anual, mas que também pode ser mensal, trimestral,
plurianual etc. O orçamento deriva do processo de planejamento estratégico da organiza-
ção. A administração de qualquer empresa deve estabelecer objetivos e metas para um

moeda, para o devido acompanhamento e avaliação da gestão. O orçamento, conforme


Antony e Govindarajan (2001), é um instrumento para o planejamento e controle das opera-
ções em curto prazo. Geralmente, um orçamento operacional cobre um período de um ano
e inclui as receitas e as despesas e custos previstos para esse período. A maior parte das
empresas de grande porte e multinacionais têm, entre suas responsabilidades, o desenvol-
vimento de orçamentos para seus períodos de operação. Um orçamento empresarial deve

futuros. Assim, nesta primeira unidade, estudaremos a importância do planejamento e


controle estratégicos para uma empresa a longo prazo, por meio de uma série de decisões
administrativas que conduzirão a empresa na elaboração do orçamento empresarial, com o
objetivo de adotar níveis realistas de lucros e do retorno do investimento.

Bons estudos!

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 4


1. CONCEITOS DA GESTÃO FINANCEIRA

fundamentais para tomada de decisões tanto para pessoas físicas quanto nas empresas.
-
traram por estarem em ambiente extremamente competitivo.

-
pital de giro, a administração de pagamentos e recebimentos, além de administrar o seu

controles, de planejamentos e a solidez da organização, conforme propõem COMINETTI


(2003) e SELEME (2010).
De acordo com Okamoto (2002) devido ao contexto econômico, globalização e as

resultados, de maneira a avaliar o seu desempenho e realizar as correções necessárias.


Para Eleuterio da Luz (2011), a gestão é um processo de direcionar a empresa, enfrentan-

de elaborar um mapa numérico facilitando a análise das informações e o estudo de ações


a serem tomadas pela empresa.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 5


Hoje em dia notoriamente percebe-se que muitas pessoas não dão a devida impor-
tância para a Gestão Financeira, assunto tão presente em nossas vidas, e diante de uma
situação como a de comprar à vista ou a prazo, ou até mesmo poupar para comprar um
objeto depois, essas pessoas se deparam diante de uma situação aparentemente insolúvel.
-

-
ração e a taxa de juros devem estar expressos na mesma unidade de tempo. Por exemplo,
admita que um investimento esteja oferecendo juros de 10% ao mês e os rendimentos sejam
creditados por mês. Neste caso, o prazo a que se refere a taxa é dado em mês e o período
de capitalização do investimento também é mensal, assim são coincidentes, atendendo à
regra básica. Agora, se uma aplicação for efetuada pelo período de um mês, mas os juros

consideração o mais apropriado para os cálculos. Assim, as fórmulas só podem ser utilizadas
tempo.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 6


2. CONCEITO E DEFINIÇÕES DE ORÇAMENTO

estratégia da organização para determinado exercício. Este plano demonstrará os recursos


necessários e de que forma deverá ser utilizado, comunicando os objetivos e as prioridades
para a empresa durante o período orçado.
-
ciente de recursos, que tem como principal objetivo permitir realizar o plano estratégico da
empresa com um mínimo de esforço.
Contudo convém lembrar que o orçamento tem outros objetivos, e estes devem
ser buscados em seu conjunto, sendo ferramenta ideal para o processo de congruência de
diversos objetivos corporativos e setoriais.
Dentre os objetivos da elaboração do orçamento empresarial podem ser citados os
seguintes pontos (FREZATTI, 2000; HOJI, 2001):

● Tomada de decisão;
● Planejamento e controle;
● Fixar objetivos e metas;
● Manter a administração informada;
● Confrontar o realizado com o orçado.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 7


Padoveze (1997, p. 354) destaca que o objetivo do plano orçamentário:
Não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. Ponto bá-
sico e, entendemos, fundamental, é o processo de estabelecer e coordenar
objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem
sinergicamente em busca dos planos de lucros. No estabelecimento de ob-
jetivos haverá o envolvimento de todos, numa gestão participativa, ao mes-
mo tempo em que se delegará responsabilidades. Com isso, será possível a

suas variações.

O orçamento pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na busca da


expressão do plano e do controle de resultados. Portanto, convém ressaltar que o plano
orçamentário não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. Ponto
fundamental é o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da
empresa, de forma que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros
(PADOVEZE, 2010).
Neste contexto, Padoveze (2010, p. 31) ainda apresenta alguns exemplos de pro-
pósitos gerais que devem estar contidos no plano orçamentário:

1. Orçamento como sistema de autorização: o orçamento aprova do não dei-


xa de ser um meio de liberação de recursos para todos os setores da empre-
sa, minimizando o processo de controle.
2. Um meio para projeções e planejamento: o conjunto das peças orçamentá-
rias será utilizado para o processo de projeções e planejamento, permitindo,
inclusive, estudos para períodos posteriores.
3. Um canal de comunicação e coordenação: incorporando os dados do ce-
nário aprovado e das premissas orçamentárias, é instrumento para comuni-
car e coordenar os objetivos corporativos e setoriais.
4. Um instrumento de motivação: na linha de que o orçamento é um sistema
de autorização, ele permite um grau de liberdade de atuação dentro das li-
nhas aprovadas, sendo instrumento importante para o processo motivacional
dos gestores operacionais.
5. Um instrumento de avaliação e controle: considerando também os aspec-
tos de motivação e de autorização, é lógica a utilização do orçamento como
instrumento de avaliação de desempenho dos gestores e controle dos objeti-
vos setoriais e corporativos.
6. Uma fonte de informação para toma da de decisão: contendo os dados
previstos e esperados, bem como os objetivos setoriais e corporativos, é uma
ferramenta fundamental para decisões diárias sobre os eventos econômicos
de responsabilidade dos gestores operacionais.

Assim, os objetivos da corporação, genéricos, direcionam os objetivos das diversas


-
belecer objetivos deve ser interativo, que coordena os objetivos gerais com os objetivos

de toda a estrutura hierárquica com responsabilidade orçamentária, não devendo ser um


processo ditatorial com uma única direção, de cima para baixo. Não há dúvida de que, em
última instância, e em caso de dúvidas, prevalecerão os critérios da corporação.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 8


Padoveze (2010) aponta que todos os envolvidos no processo orçamentário preci-
sam ser ouvidos. Esse envolvimento permitirá uma gestão participativa, consistente com a
estrutura de delegação de responsabilidades, e possibilitará o comprometimento de todos

do desempenho individual dos gestores. Diante dessas colocações, são elencados alguns
princípios gerais para a estruturação do plano orçamentário:

1. Orientação para objetivos: o orçamento deve-se direcionar para que os

2. Envolvimento dos gestores: todos os gestores responsáveis por um orça-


-
to e controle, para obtermos o seu comprometimento.
3. Comunicação integral: compatibilização entre o sistema de informações, o
processo de tomada de decisões e a estrutura organizacional.
4. Expectativas realísticas: para que o sistema seja motivador, deve apresen-

visão da empresa, mas passíveis de serem cumpridos.


o sistema orçamentário não é um instrumento de domi-
nação. O valor do sistema está no processo de produzir os planos, e não nos
planos em si. Assim, o sistema deve permitir correções, ajustes, revisões de
valores e planos.
6. Reconhecimento dos esforços individuais e de grupos: o sistema orçamen-
tário é um dos principais instrumentos de avaliação de desempenho (PADO-
VEZE, 2010, p. 33).

Sá e Moraes (2005) destacam que, além de ser uma poderosa técnica de alocação

decisório. Assim, Frezatti (2000) conclui que a elaboração do orçamento exige que os obje-

o orçamento deve ser revisado e ajustado, já que ele é o instrumento gerencial que deve
proporcionar a realização dos objetivos.
De acordo com Sá e Moraes (2005), os orçamentos empresariais não são apenas

● área administrativa;
● área comercial;
● área de marketing;
● área de produção;
● área de distribuição de produtos;
● área de pós-vendas.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 9


instrumento que se presta a múltiplas funções, indo da simples mensuração de planos ope-
racionais até um instrumento de premiação pelo desempenho dos gestores responsáveis
pelas diversas áreas e divisões da corporação.
Neste contexto, Padoveze (2010) ressalta que várias dessas funções do orçamento

envolve delegação de responsabilidades e liberdade de ação dentro dessas responsabili-


dades. Assim, o ponto fundamental é que o orçamento deve estar totalmente integrado com
a cultura empresarial. As organizações desenvolvem um conjunto de valores, princípios, re-

sob pena de terem seu desempenho comprometido. Nesse sentido, o orçamento deve
conter as doses adequadas de participação e/ou determinação, decorrentes da cultura da
empresa, sem prejuízo do comprometimento desta ferramenta de Controladoria.

basicamente, nos seguintes pontos:



obtidos no processo;
● o orçamento engessa em demasia a empresa (o plano tem de ser seguido a
qualquer custo), impedindo a criatividade e o empreendimento dos gestores
setoriais, provocando conformismo, medo e/ou insatisfação;
● impossibilidade de utilização desse ferramental em situações de crônica varia-
ção de preços;

volatilidade do futuro;
● altamente consumidor de tempo e recursos e criador em excesso de rotinas
contábeis;
● falta de cultura orçamentária;
● utilização de tecnologias de informação inadequadas.

O orçamento, que contém a mensuração econômica dos planos operacionais da


empresa, sempre é necessário para o processo de planejamento, execução e controle.
As frustrações que acontecem são frutos de planos orçamentários desenvolvidos incor-

competência para obtenção dos dados, dos procedimentos de mensuração etc.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 10


Desta forma, Padoveze (2010) resume as maiores vantagens do orçamento:
● a orçamentação compele os administradores a pensar à frente pela formaliza-
ção de suas responsabilidades para planejamento;
● -
trutura para julgamento de desempenho subsequente;
● a orçamentação ajuda os administradores na coordenação de seus esforços,
de tal forma que os objetivos da organização como um todo sejam confrontados
com os objetivos de suas partes.

Neste contexto, Sá e Moraes (2005) esclarecem que o orçamento deve ser realista,

se alcançar estes objetivos. É muito comum encontrar orçamentos que somente levam em
consideração os objetivos a serem atingidos, sem qualquer preocupação com as restrições
à sua realização.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 11


3. TIPOS DE ORÇAMENTO

Não existe uma única maneira de estruturar ou apresentar o orçamento e, conse-


quentemente, de como elaborar o processo de avaliação e controle. Assim, neste tópico es-
tudaremos os principais conceitos existentes, que são importantes, pois darão fundamento
para o processo de execução do plano orçamentário.

3.1 Orçamento de Tendências


Uma prática orçamentária muito comum tem sido a de utilizar dados passados para
projeções de situações futuras. De acordo com Padoveze (2010), tal prática vem dando
bons resultados, pois, de modo geral, os eventos passados são decorrentes de estruturas
organizacionais já existentes e, por conseguinte, há forte tendência de tais eventos se
reproduzirem, considerando, contudo, a introdução dos novos elementos componentes do
planejamento operacional da empresa.
Seria ingênuo imaginar uma simples reprodução em tendência dos eventos pas-
sados, como se fossem replicados no futuro. Na execução do orçamento de tendências
sempre existirão eventos passados de conhecimento da empresa, que não se repetirão e
que, portanto, não serão reproduzidos no orçamento. Da mesma forma, existirão futuros
eventos que não terão um passado no qual basear novas estimativas, que deverão ser
orçados de outra maneira.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 12


Conforme Padoveze (1997), na execução do orçamento de tendências sempre
existirão eventos passados de conhecimento da empresa, que não se repetirão e que,
portanto, não serão reproduzidos no orçamento. Da mesma forma, existirão eventos futuros
que não terão um passado em que se possam basear novas estimativas, que deverão ser
orçadas de outra maneira.

3.2 Orçamento Base Zero


O Orçamento Base Zero (OBZ) é uma proposta conceitual que, apesar de ser muito
pouco difundida entre os gestores das empresas, tem apresentado uma contribuição rele-
vante para o processo orçamentário.
Sá e Moraes (2005) destacam que a própria expressão base zero tem relação com
a ideia de reavaliação de todos os programas e despesas propostos, ou seja, a partir da
existência da atividade será realizado um estudo, partindo-se do zero, de quanto deveria
ser o gasto para manutenção daquela atividade.
De acordo com Padoveze (1997, p. 384):
A proposta do orçamento base zero está em rediscutir toda a empresa toda
vez que se elabora o orçamento. Está em questionar cada gasto, buscando
-
te para o orçamento base zero é a seguinte: não é porque aconteceu que
deverá acontecer. Assim, cada atividade da empresa será rediscutida, não
em função de valores maiores ou menores, mas na razão ou não de sua
existência.

Lunkes (2010, p. 87) esclarece que o orçamento base zero possui as seguintes
características:
● analisar o custo-benefício de todos os projetos, processos e atividades,
partindo de uma base ‘zero’;
● focalizar objetivos e metas das unidades de negócio cujos recursos são
consequências do caminho ou direção planejada;
● assegurar a correta alocação de recursos com base no foco e nos fatores
chave do negócio;
● aprovar o nível de gastos após a elaboração com base em critérios pre-

● desenvolver forma participativa, com intensa comunicação entre as


áreas; e
● fornecer subsídios decisórios inteligentes para a gestão.

Segundo Gomes (2000), o Orçamento Base Zero fornece à Direção da empresa


elementos importantíssimos para a continuidade da organização, entre eles está:
● Fornecer informações detalhadas relativas ao dinheiro necessário para se

● Chamar a atenção para os excessos e para a duplicidade de esforço entre


os departamentos;
● Concentrar-se nas quantias necessárias para os programas e não no au-
mento (ou diminuição) percentual em relação ao ano anterior;
● -
rações, entre diversas unidades da empresa, se houver;
● Permitir a determinação, por uma auditoria de desempenho, se cada ativi-
dade ou operação teve o desempenho prometido;
● Avaliar o desempenho dos empregados e, com o envolvimento necessário
dos gestores de todos os níveis da organização, incutir-lhes um maior sen-
so de responsabilidade por seus orçamentos e pelas tarefas pelas quais se
comprometeram para conseguir a aprovação de seus orçamentos.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 13


Resumidamente, o Orçamento Base Zero (OBZ) é uma previsão orçamentária
projetada que não leva em consideração os gastos que ocorreram nos anos anteriores.
Também pode ser utilizado quando se inicia uma empresa e ela ainda não tem histórico de
receitas e gastos.

3.3 Orçamento Estático


Segundo Padoveze (2010), este é o orçamento mais comum. Nesta modalidade,
-
dos volumes de produção ou vendas. Esses volumes, por sua vez, também determinarão o
volume das demais atividades e setores da empresa.
Este orçamento é considerado estático quando a administração do sistema não
permite nenhuma alteração nas peças orçamentárias. Caso a empresa, durante o período,
-
tárias tende a perder valor para o processo de acompanhamento, controle e análise das
variações, e também como base para projeções e simulações com os dados orçamentários.
-
lidade, esse tipo de orçamento é muito utilizado, principalmente por grandes corporações,
notadamente as que operam em vários países, em razão da grande necessidade de con-

orçamento mestre e único.


Segundo Padoveze (1997, p. 383), “caso a empresa, durante o período, considere

a perder valor para o processo de acompanhamento, controle e análise das variações”.


Nesse sentido, o orçamento estático é importante, já que eventuais alterações de volume

total dos orçamentos. Porém, quando os impactos de alterações de volumes em todas as

estático, que não tenha validade para o processo decisório.


Resumidamente, o orçamento estático é baseado a partir de um determinado
volume de produção e vendas que a empresa deseja atingir. Se ocorrerem mudanças no
ambiente do sistema empresa, os orçamentos para um determinado período perdem sua
validade, já que estarão “engessados” de acordo com o volume de produção e vendas que

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 14


3.4 Orçamento Flexível
Para solucionar o problema do orçamento estático, surgiu o conceito de orçamento

vendas, ou volume de atividade setorial, a empresa admite uma faixa de nível de atividades,
em que tendencialmente se situarão tais volumes de produção ou vendas.
De acordo com Horngren (1985, p. 137),

tradicional.

FIGURA 1 - MODELO DE ORÇAMENTO FLEXÍVEL

Fonte: adaptado de Horngren, Sundem e Straton (1996, p. 296).

possibilidade de uma mensuração unitária, que correspondem aos dados variáveis,

orçamento estático, que corresponde à segunda parte da Figura 1.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 15


nenhuma faixa de quantidade ou nível de atividade esperado. Faz-se apenas o orçamento
dos dados unitários e as quantidades a serem assumidas serão as realmente acontecidas,
à medida que ocorrerem.
-
sidades da empresa e com as mudanças de mercado. Conforme Padoveze (1997, p. 383),
“[...] é necessário um profundo conhecimento dos padrões de comportamento dos custos”.
Por conseguinte, essas mudanças afetarão tanto o planejamento do resultado da empresa,

3.5 Orçamento Geral


Segundo Hoji (2010), o orçamento retrata a estratégia da organização e evidencia,

quantitativamente as ações e política da empresa. Um modelo de orçamento geral pode

a) orçamento de vendas;
b) orçamento e produção;
c) orçamento de matérias-primas;
d) orçamento de mão de obra direta;
e) orçamento de custos indiretos de fabricação;
f) orçamento de custo de produção;
g) orçamento de despesas de vendas e administrativas;
h) orçamento de investimento;

l) demonstração do resultado projetado (orçamento de resultados).

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 16


4. PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO

Suponhamos que uma empresa tenha uma equipe capaz de saber o futuro, de
desvendar a rentabilidade do negócio a longo prazo ou mesmo descobrir quando uma linha
de produto não mais terá rendimentos satisfatórios.
De acordo com Sanvicente e Santos (2000), as diferenças entre o orçado e o
realizado sempre existirão, porém se faz necessário um aprofundamento de análise das

causas. Se as causas forem controláveis em dado setor da empresa, os gestores tomarão


as providências cabíveis para que a variação, se desfavorável, não se repita novamente,
etida ou, então, leve a
um ajuste de padrões operacionais.
Hoji (2010) destaca que planejamento é a atividade administrativa que determina
-

Para Rebouças (2005), o planejamento pode ser conceituado como um processo

efetiva, com a melhor concentração de esforços e recursos pela organização. O planeja-

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 17


O planejamento estratégico, tático e operacional é formalizado por meio da integra-
ção entre os sistemas, ferramentas e técnicas, como o balanced scorecard e o orçamento,
que permitirá a execução e o controle das estratégias e operações

a) Planejamento estratégico: planejamento de longo prazo, de responsabi-


lidade dos níveis mais altos da administração, pois envolve decisões mais
complexas como, por exemplo, a aquisição de uma fábrica;
-

uma nova campanha publicitária;


c) Planejamento operacional: é o planejamento de curto prazo (de seis meses
a três anos) que tem por objetivo maximizar os recursos da empresa aplica-
dos em operações de um determinado período (LUNKES, 2010, p. 17).

de saber detalhadamente as oscilações das variáveis endógenas, também utilizar métodos


de controle para atingir metas de rentabilidade que antes não eram possíveis. Quando
uma empresa faz um planejamento, na verdade está evidenciando todas as suas variáveis,

do negócio. Geralmente esse controle é realizado com o intuito maior de minimizar os


riscos de um insucesso comercial ou produtivo, para que, em seguida, comece a projetar
as condições preliminares de obtenção do sucesso pleno da operação.
O resultado desta composição sistêmica denomina-se Orçamento Empresarial.

expressão quantitativa e formal dos planos da administração, sendo utilizado para apoiar a
coordenação e implementação destes planos, sendo o enfoque sistemático e formal a execu-
ção das responsabilidades de planejamento, coordenação e controle da administração.
-
porciona a visualização geral das informações de um sistema orçamentário. Assim, os
relatórios devem ser emitidos pelas unidades administrativas que exercem o poder de
induzir o comportamento receita ou despesa ou do saldo de alguma conta, bem como
devem projetar o que foi planejado com o que foi realizado e a diferença favorável ou
desfavorável que ocorreu.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 18


REFLITA

“É um erro capital teorizar antes de se ter as informações. As pessoas começam a torcer


os fatos para que se encaixem nas teorias, em vez de formular teorias que encaixem os
fatos”.

Sherlock Holmes

(Um Escândalo na Boêmia)

SAIBA MAIS

O método Objective and Key-Results (OKR) conhecido ‘Objetivos e Resultados-Chave’


nada mais é que uma ferramenta para orientar e executar a estratégia de uma organiza-

organização, e dependendo, para os próprios colaboradores individualmente, conforme


-

vivemos.

(MELLO, 2016).

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 19


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade constatamos que o orçamento empresarial é uma poderosa fer-


ramenta para que a empresa possa planejar seus próximos passos de maneira lógica e
estruturada, acompanhando resultados periodicamente e medindo se as metas e objetivos
estabelecidos estão sendo atingidos. E claro, colocando em prática os planos de ação para
melhorar os resultados, aumentando, assim, sua rentabilidade e lucratividade.
Além disto, funciona como uma ferramenta que os gestores podem utilizar para
monitorar o progresso das áreas sob sua responsabilidade, comparando resultados reais
com resultados planejados. Esse monitoramento e avaliação do progresso permitem que
ações corretivas sejam tomadas mais agilmente, quando necessárias. Se, por outro lado,
a avaliação periódica mostrar que a organização está no rumo certo, com resultados reais
que equivalem aos resultados planejados no orçamento, nenhum ajuste ao plano de ação
será necessário e o gestor pode se concentrar em buscar novas oportunidades de melhoria.
Assim, não basta apenas manter o orçamento no nível da alta administração. Um
legítimo orçamento precisa incluir todos os colaboradores da empresa, principalmente ge-
rentes e supervisores, pois são eles que conhecem as necessidades de recursos e poten-
ciais de ganhos (despesas e receitas) de suas áreas, e podem contribuir com informações

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 20


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título:
Autor: Edmar Bacha
Editora: Elsevier
Sinopse: A partir da denúncia que levou ao impeachment da pre-

-
sadas”, “perdas com swaps cambiais”, “inchaço da carteira de
títulos do Banco Central e da conta única do Tesouro Nacional”,
passaram a dominar os noticiários, sugerindo algo muito errado

assunto acessível aos que não são especialistas, este livro reúne
autores como Fernando Henrique Cardoso, André Lara Resende,
Armínio Fraga Neto, Edmar Bacha, Fabio Giambiagi, Pedro Sam-
paio Malan, entre outros que ocupam ou ocuparam no passado
recente os principais postos no Ministério da Fazenda e no Banco
Central.

FILME/VÍDEO
Título: Real – O Plano por trás da História
Ano: 2017
Sinopse:
Neto) é um crítico feroz da política econômica adotada pelo go-
verno brasileiro nos últimos anos, que resultou em um cenário de

devolva a dignidade aos cidadãos. Quando o presidente Itamar


Franco (Bem-vindo Siqueira) nomeia Fernando Henrique Cardoso
(Norival Rizzo) como o novo Ministro da Fazenda, Gustavo é con-
vidado a integrar uma verdadeira força-tarefa, cujo objetivo é criar
um novo plano econômico.

UNIDADE I Gestão Financeira e Orçamentária Empresarial 21


UNIDADE II
Orçamentos de Vendas e Operações
Financeiras
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco

Plano de Estudo:
● Orçamento de venda;
● Métodos de estimação de procura futura;
● Planejamento de vendas;

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os principais conceitos de Orçamento de Vendas;
● Conhecer métodos de estimação, planejamento de vendas e análise de orçamentos;
● Entender conceitos sobre: Descontos, moeda, índices

22
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), na Unidade 2, do livro da disciplina de Gestão Financeira e Or-


çamentária, falaremos sobre os principais conceitos do orçamento de vendas e veremos

orçamentos. Um dos principais pontos do orçamento operacional é o orçamento de vendas.


Na realidade, o orçamento de vendas é o ponto de partida de todo processo de elaboração
das peças orçamentárias. Essa colocação se deve ao fato de que, para a maioria das em-
presas, todo o processo de planejamento operacional decorre da percepção da demanda
de seus produtos para o período a ser orçado. Com isso, o volume de vendas torna-se o
fator limitante para todo o processo orçamentário. Cabe relembrar que, em alguns casos,
o orçamento de vendas é decorrente do orçamento de produção. Ou seja, o fator limitante
da empresa não é a demanda, pois o mercado estaria disposto a comprar todo o volume
que a empresa produzisse de seus produtos. Nessa hipótese, o orçamento limitante seria
o de produção. Exemplos desse tipo de empreendimento são alguns produtos naturais,

elaboração de orçamentos empresariais deve-se analisar alguns dados que muitas vezes

Bons estudos!

UNIDADE III Gestão


Orçamentos
Financeira
de Vendas
e Orçamentária
e Operações
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1. ORÇAMENTO DE VENDAS

Durante a leitura da Unidade I vimos que o ponto de partida do orçamento opera-

uma empresa executar operações e gerar resultados se faz necessário que realize vendas.
O orçamento de vendas é considerado uma ferramenta importante de mensuração que se
relaciona com os demais departamentos da empresa, pois contribui com informações para
a elaboração dos demais orçamentos, segundo os objetivos propostos pela administração

Hoji (2014), o orçamento de vendas deve ser o primeiro orçamento a ser elaborado uma
.
De acordo com Padoveze (2005) na maioria das empresas, o processo de plane-

período a ser orçado. Sendo assim, o volume de venda torna-se o fator limitante para todo
o processo orçamentário. Desta maneira, as empresas devem construir os orçamentos
de cada departamento a partir da demanda existente no mercado. Segundo Sanvicente e
Santos (1995) o orçamento de vendas constitui um plano de vendas futuras da empresa,
para determinado período, assim a empresa pode determinar o nível de suas atividades.
Neste sentindo, os orçamentos parciais são desenvolvidos em função do que será vendido,
em que quantidades e quando.

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Orçamentos
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Para Tung (1994), o orçamento pode ser elaborado geralmente:
● por produto;
● por território;
● por canal de distribuição;
● por método de venda;
● por organização;
● por vendedor.

Segundo Zdanowicz (2001), o orçamento de vendas é uma das etapas mais impor-
tantes da organização, pois está relacionado com a capacidade do mercado em adquirir
os produtos/serviços. O principal objetivo do orçamento de vendas é satisfazer seus os
clientes, oferecendo o preço competitivo, a quantidade correta, o produto ideal, no lugar e
no momento certo, tornando-se a base para os demais orçamentos.
Segundo Lunkes (2003) a partir do orçamento de vendas pode-se estimar a quan-
tidade de cada produto que a empresa planeja vender com o seu devido preço. Assim, se
estipula os valores da receita total que será obtida, como condições básicas da venda, seja
a vista ou a prazo, como também fomenta a elaboração dos orçamentos dos custos de
fabricação, despesas de venda, logísticos e administrativos.
Segundo Zdanowicz (2001) as principais características do orçamento de vendas são:
● a elaboração deve ser em unidades físicas e monetárias, caso seja impossível,
a estimativa das quantidades se restringirá ao aspecto monetário;
● estipular o mercado em que o produto e/ou serviço deve ser comercializado;

mercado;

vendas.

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2. MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO DE PROCURA FUTURA

Como vimos, é a partir do orçamento de vendas que a empresa determina quais


produtos, onde, a que preço e quantas unidades espera-se vender no período orçamentário.
Ao desenvolver o orçamento de vendas utiliza-se técnicas que contribuem para determinar
volumes estimados a serem vendidos no período orçamentário.
Segundo Frezatti (2009) as técnicas mais utilizadas para a estimativa do orçamento
de vendas são:
● tendência (confronta o passado com o que pode ser no futuro);
● correlação (correlaciona dois ou mais eventos dependentes);
● estudo de mercado (vislumbra potencial de clientes potenciais ou efetivos, para
orientar as estimativas de vendas);
● questionário (estimativa em função de consulta à área de vendas).

Neste contexto, Sanvicente e Santos (1983), destacam que os métodos utilizados


para a projeção de vendas são:

● Abordagem não causal, em que as vendas passadas são analisadas em pro-


fundidade para se obter uma expressão dos padrões passados que permitam
projetar as vendas futuras.

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De acordo com Padoveze (2010), a primeira parte do orçamento de vendas é
a determinação das quantidades orçadas. Para isso, existem ao menos três grandes
métodos de previsão. O método estatístico utiliza-se de modelos estatísticos de corre-
lação e análise setorial (setores da economia) com recursos de informática, ou mesmo
métodos estatísticos diretos de análise de tendências. A análise a partir deste modelo é
possível quando dados passados permitem imaginar um comportamento futuro de ven-
das. Dentro dos métodos estatísticos, podemos elencar os seguintes critérios: correlação
com o crescimento do setor ou do PIB; análise de tendência (regressão linear, mínimos
quadrados); combinação dos dois métodos anteriores; pesquisa de mercado; correlação
ou participação no tamanho do mercado etc.
De acordo com Padoveze (2010) o método de coleta de dados das fontes de origens
das vendas, tem como base as informações advindas diretamente dos centros vendedores
para serem compilados no setor de coordenação de orçamentos. Tal método exige alguns
cuidados, uma vez que a diversidade das fontes de origens e a falta de entendimento dos
conceitos orçamentários poderão conduzir a resultados inconsistentes e até frágeis. Assim,
o orçamento de quantidades de vendas terá como base as informações vindas diretamente
dos centros vendedores, as quais serão compiladas. A utilização de sistemas minimiza o
impacto da possível fragilidade deste método. Tem sido comum que os pontos de vendas
sejam conectados computacionalmente com o sistema central pelos sistemas de colocação
de pedidos (orderentry system). Dessa maneira, já existe um banco de dados com as in-
formações dos pontos de venda, que servirão de parâmetro para avaliar as estimativas de
vendas recebidas das fontes de origem.

produto pelos seus clientes. Saber o que o cliente irá vender através do conhecimento dos
programas de produção desses clientes é uma forma interessante de projetar as vendas
da empresa como fornecedora certa para esses clientes. Se a empresa conhecer o produto

Essa metodologia tende a ser cada vez mais utilizada pelos atuais conceitos
praticados de cadeia de fornecimento (supplychain) e terceirização (outsourcing). Esses
conceitos são decorrentes de outro conceito maior, de modo de negócios, que é o conceito
de parceria. Nesse sentido, quanto mais parceiras forem as empresas, elas podem e devem
trocar as informações de expectativas de vendas e lançamento dos programas de produção
(PADOVEZE, 2010).

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Além disso, as possibilidades abertas pela tecnologia de informação, por meio do
conceito de comércio eletrônico (e-commerce, eRM–eletronic relationship managementetc)
tendem a estreitar cada vez mais os clientes e seus fornecedores.
Como exemplos da aplicação desta metodologia, podemos citar: fornecedores de
autopeças para a indústria automobilística; fornecedores de serviços ou componentes para
empresas que trabalham com programa de produção periódico ou anual; cotas obrigatórias
de vendas de produtos franqueados ou concessionados; empresas prestadoras de serviços
com contratos periódicos ou anuais; atividade de locação de bens móveis e imóveis etc.
Padoveze (2005) esclarece que podem existir segmentos de mercado em que o fa-
tor limitante seja a produção. Assim, convém relembrar que, em alguns casos, o orçamento
de vendas é decorrente do orçamento de produção. Ou seja, o fator limitante da empresa
não é a demanda, pois o mercado estaria disposto a comprar todo o volume que a empresa
produzisse de seus produtos. Nessa hipótese, o orçamento limitante seria o de produção.
Exemplos desse tipo de empreendimento são alguns produtos naturais, como minérios,
alimentos in natura etc.

administrados, demonstrando, de forma clara, a importância de adequar cada ferramenta


orçamentária aos diversos tipos de empreendimentos. As empresas, como as de extração
de produtos naturais, devem atender ao mercado de acordo com a demanda proposta.
-
boração do orçamento de vendas relacionam-se diretamente com os seguintes fatores:
falta de dados estatísticos adequados; variações do mercado; sazonalidade dos produtos;

produtos; reação do consumidor quanto ao produto.

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3. PLANEJAMENTO DE VENDAS

Segundo Hoji (2014) o objetivo de um planejamento orçamentário é projetar e con-

bem como das unidades que a compõem. O orçamento tem como meta alcançar o resultado

serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, estimando os recursos

O orçamento de vendas pode ser apresentado de diversas formas, sendo mais


comum o uso de planilhas eletrônicas. As principais informações que a planilha deve conter
são os preços de vendas dos produtos e/ou serviços, a quantidade a ser vendida e a receita
total de vendas. As planilhas poderão conter várias informações, porém as principais deve-
rão ser os preços de vendas dos produtos e/ou serviços, as quantidades a serem vendidas,

Sanvicente e Santos (1983) abordam que na elaboração do orçamento de vendas


são consideradas variáveis de mercado consumidor, variáveis de produção, variáveis de

(2003) após a pesquisa de tendências do mercado, fazem-se estudos das informações e


experiências acumuladas pela própria empresa, com o intuito de descobrir oportunidades
para novas vendas.

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Padoveze (2005) destaca os principais aspectos do planejamento do orçamento de
vendas:
● prever a quantidade de vendas para cada produto;
● fazer a previsão dos preços para os produtos vendidos, considerando seus
respectivos mercados, lembrando que a empresa pode atuar com preços
diferentes em razão dos diferentes mercados em que atua;

melhor programação de seus pagamentos;
● prever as receitas a serem obtidas no futuro;
● prever as quantidades de produtos necessárias para atender as demandas de
mercado;

Assim, obtendo as informações sobre as quantidades de vendas de produtos que


a empresa pretende atingir nos períodos futuros, outras providências e ações importan-
tes poderão ser tomadas pela empresa: relativas às quantidades de produtos a serem
produzidas para atender os mercados, e, assim, a empresa poderá organizar melhor seu
sistema de produção, selecionar os fornecedores, programar a compra das matérias-pri-

para a linha de produção.

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4. ANÁLISE DO ORÇAMENTO DE VENDAS

A etapa inicial do orçamento de vendas é a determinação das quantidades a se-

são consideradas naturais pela intrínseca imprevisibilidade das situações conjunturais da


economia e sazonalidades existentes. Contudo a leitura do ambiente, a construção dos
cenários e as outras informações constantes do Sistema de Acompanhamento do Negócio
devem permitir à empresa um mínimo de condições de estabelecer probabilidades de acon-
tecimentos de vendas futuras (PADOVEZE, 2010)
Conforme vimos, o orçamento de vendas é elaborado em cima de previsões de
vendas de um determinado período. Ele estipula a quantidade de cada produto que deve

a ser praticado, impostos e a receita a ser gerada. Pode-se orçar também a quantidade de
clientes a serem atendidas, as condições básicas dessas vendas, formas de pagamentos
(à vista ou a prazo), entre outras informações.
Além disso, Welsch (1983, p. 383) reforça que “as atividades de planejamento de
vendas devem ser complementadas por um adequado sistema de controle, vinculado aos
objetivos planejados”. Um controle deve se basear em um sistema de relatórios de desem-
penho que indique continuamente se as operações reais estão sendo desenvolvidas em
termos satisfatórios ou não, para assegurar o êxito da empresa.
Neste sentido, juntamente com o orçamento de vendas, Padoveze (2005) sugere
que os gestores calculem os dados para a projeção do saldo de contas a receber (clientes)
e a projeção de perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa também, mês a mês.

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Financeiras 31
Do mesmo modo, é normal que a empresa já tenha um conjunto de conhecimentos
sobre o comportamento de seus produtos nos mercados em que ela atua (excetuando-se,
eventualmente, produtos totalmente inéditos que serão lançados no mercado no período
orçamentado). Assim, há possibilidades de um acerto razoável das quantidades que podem
ser vendidas e, consequentemente, de iniciar-se o processo de orçamento das vendas e,
em seguida, a conclusão do processo orçamentário. Em resumo, a melhor competência
empresarial deverá ser alocada na previsão de vendas.
Segundo Sanvicente e Santos (2013) ao analisar o planejamento orçamentário,
deve-se entender que os dados contidos nos orçamentos não passam de estimativas, es-

estimação, e a própria incerteza inerente ao ramo de operações da empresa.


Neste contexto, Padoveze (2010, p. 70) apresenta os principais aspectos que

interessante para a organização, durante a realização da análise de resultados do orça-


mento de venda.

● -

etc.).
● -
cado externo, clientes-chave etc.).
● Determinação das quantidades a serem orçadas.
● Determinação dos preços para cada produto e para cada mercado.
● Determinação dos preços à vista e os preços a prazo.
● Incorporação da eventual mudança da política de crédito.
● Determinação das quantidades de vendas à vista e a prazo.
● Determinação dos aumentos previstos nas listas de preços, segundo as premis-
sas orçamentárias.
● Determinação das projeções das taxas das moedas estrangeiras para vendas
ao mercado externo.
● Incorporação das sazonalidades mensais conhecidas e/ou estimadas.
● Inclusão das expectativas de vendas de acessórios, opcionais, produtos com-
plementares, por produto.


● Projeção de outras receitas acessórias, como variações cambiais após a venda,
recuperações de despesas etc.
● Projeção de inadimplências etc.

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5. DESCONTOS, MOEDA, ÍNDICES DE PREÇOS E TAXA DE INFLAÇÃO

Na elaboração de orçamentos empresariais deve-se analisar alguns dados que


muitas vezes são ignorados, pois impactam na formação de preços, no valor real da moeda,

das organizações.

5.1 Operações com Desconto


-
te, normalmente o devedor espera receber um desconto. Da mesma maneira, quando um
empréstimo é realizado, sabe-se o valor a ser pago no futuro, bem como o valor recebido,
também se sabe que a quantia emprestada é menor que aquela que será paga, uma vez
que o valor futuro é descontado por uma taxa de juros. Por isso, é necessário aprender

Segundo Assaf Neto (2012) o valor nominal pode ser entendido como o valor de
-
neira representa o próprio montante da operação. A operação de se liquidar um título antes
de seu vencimento envolve geralmente uma recompensa, ou um desconto pelo pagamento
antecipado. Assim, o desconto pode ser entendido como a diferença entre o valor nominal
de um título e o seu valor atualizado apurado em n períodos antes de seu vencimento.

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O valor descontado de um título nada mais é que o valor atual na data do desconto,
podendo ser determinado pela diferença entre o valor nominal e o desconto, ou seja:

Vr = V n - D
Onde:
Vr : Valor descontado racional (ou valor atual)
Vn : Valor nominal (ou valor de resgate, ou montante)
D : Desconto racional

Para Assaf Neto (2012) as operações de desconto podem ser realizadas tanto sob
o regime de juros simples como no de juros compostos. O uso do desconto simples é am-
plamente adotado em operações de curto prazo, restringindo-se o desconto composto para
as operações de longo prazo. No regime de capitalização simples e no composto podem

“por dentro” e o desconto bancário/comercial, também conhecido como desconto “por fora”.
● Desconto comercial: é calculado sobre o valor nominal do título.
● Desconto racional: é calculado sobre o valor atual do título.

5.2 Desconto racional


O desconto racional representa exatamente as relações de juros simples descritas
na unidade 1. É importante registrar que o juro incide sobre o capital (valor atual) do título,
ou seja, sobre o capital liberado da operação. A taxa de juro (desconto) cobrada representa,
dessa maneira, o custo efetivo de todo o período do desconto.
-
do no lugar de capital no cálculo do desconto, tem-se:

D = Vr × i × n (1) Desconto racional simples

D = Vr ×[1-(1-i)n] (2) Desconto racional composto

-
ceiro. De acordo com Assaf Neto e Lima (2017), esse desconto representa rigorosamente
o conceito de juros, sendo mensurado racionalmente com base no capital efetivamente
empenhado em uma operação. O valor do desconto racional pode ser obtido a partir de
determinado valor nominal (Vn), a uma taxa simples de juros (i) e a determinado prazo de
antecipação (n).

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(1) Desconto racional simples

(2) Desconto racional composto

Já o valor descontado racional pode ser obtido pela seguinte expressão de cálculo:

(1) Desconto racional simples

(2) Desconto racional composto

Podemos observar que o desconto racional representa exatamente as relações


de juros simples descritas no capítulo inicial. É importante registrar que o juro incide
sobre o capital (valor atual) do título, ou seja, sobre o capital liberado da operação. A
taxa de juro (desconto) cobrada representa, dessa maneira, o custo efetivo de todo o
período do desconto.

5.3 Desconto comercial (bancário)

sistema bancário oferta diversos produtos bancários, dos quais as pessoas/empresas se

bancário e comercial em curto prazo. Esse tipo de desconto, por incidir sobre o valor nominal

bancário é conhecido também como desconto comercial ou por fora. Segundo Assaf Neto

“por dentro”, calcula os encargos sobre o capital efetivamente liberado na operação, ou


seja, sobre o valor presente, o desconto “por fora” busca apurar os juros sobre o montante,
indicando custos adicionais ao tomador de recursos.
Nesse regime de desconto é determinado pelo produto do valor nominal do título
(Vn), da taxa de desconto periódica “por fora” contratada na operação (i) e do prazo de

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Db = V n × i × n (1) Desconto comercial simples
Db = Vn ×[1-(1-i)n] (2) Desconto comercial composto

Vf = Vn (1 - i × n) (1) Desconto comercial simples


Vf = Vn ×(1-i)n (2) Desconto comercial composto

Usualmente, ao comparar investimentos distintos ou empréstimos distintos, a taxa


de juros é utilizada como parâmetro. Ao fazer uma aplicação, procura-se a taxa mais alta
de rentabilidade. Ao fazer um empréstimo, busca-se a taxa mais baixa. Porém, algumas
informações são dadas em termos de taxa de desconto, enquanto outras são dispostas
em taxas de juros. Quando se está interessado em comprar um bem para pagar a prazo,
pode-se ter os dois tipos de informação.

Exemplo:
Maria deseja comprar uma televisão que custa R$ 1.000,00 a serem pagos daqui
a um mês. A loja oferece um desconto a ela de 5% para pagamento à vista. Ela sabe que
pode realizar um empréstimo no Banco X a uma taxa de juros de 6% ao mês. Sabendo que

para pagar pela televisão, qual é a sua melhor opção?


Primeiro, se faz necessário entender que a taxa oferecida pela loja é um desconto
comercial, enquanto a taxa oferecida pelo Banco X é de juros efetivo, similar a taxa de
desconto comercial. Sendo assim a taxa de juros cobrada pelo Banco X. Além disso, a taxa
de juros cobrada pelo banco pode ser vista como uma taxa de desconto, pois o valor que
Maria receberá é o valor a ser pago pelo empréstimo na data futura, descontado pela taxa
de juros cobrada pelo banco.
Assim, se faz necessário converter uma das duas taxas, na qual dessa maneira o
-

base para os cálculos.


A loja dá um desconto comercial de 5%, assim o valor do desconto oferecido pela
loja é de:

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Db = Vn × i × n
Db = 1.000,00 ×0,05 ×1
Db= R$ 50,00

Logo, o valor que Maria pagará pela televisão é de:

Vr = V n - D
Vr = 1.000,00-50,00
Vr = R$ 950,00

Agora que se sabe o valor da televisão realizando-se uma compra à vista, assim

FV = PV (1+i)n
i= (FV/PV)1/n - 1
i= (1.000/950)1/1 - 1
i = 5,26%

é de 5,26%. Caso Maria opte por realizar o empréstimo, ela teria que pagar uma taxa de

conclui-se que é mais interessante comprar a prazo na loja.


Quanto Maria terá de desembolsar daqui a um mês? Uma vez que, Maria necessita
de R$ 950,00 para comprar a televisão. Se ela pedir essa quantia ao banco, daqui a um
mês Maria deverá pagar:

FV =PV (1+i)n
FV =950,00 (1+0,06)1
FV=1.007,00

A quantia a ser paga no banco daqui a um mês é maior do que a quantia a ser paga
na loja. Assim, sabe-se que a melhor opção para Maria é comprar a prazo na loja.

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Nota-se que em vários momentos do dia a dia, podemos encontrar as taxas dispos-
tas de diferentes maneiras: como taxa de juros, taxa de desconto comercial e bancária. A
taxa comercial, apesar de ser bastante utilizada no comércio e pelo público em geral, não
é adequada para estabelecer comparações entre valores.

5.4
Podemos dizer que existe uma importância mundial em entender as mudanças de
preços de mercadorias que ocorrem por um período de tempo, assim, surgiu o índice de
preços. Esse, é o resultado de estudos aprofundados na estatística para medir a variação

de bens em uma determinada quantidade (ASSAF NETO, 2012).


A economia Brasileira apresenta muitos índices de preços, cada um possui uma
metodologia diferente, seja na origem da amostra, dos critérios estabelecidos ou da ela-
boração para chegar aos resultados. Vamos compreender o conceito de alguns índices de
preços no Quadro abaixo:

QUADRO 1 – ÍNDICES DE PREÇOS E CONCEITOS

Índice Conceito
Mensura a mudança de preços da cesta de consumo de famí-
Índice Nacional de
lias habitantes em regiões urbanas de abrangência do SNIPC.
Preços ao Consumi-
Compreende a amostra em famílias de rendimento entre 01 a
dor Amplo (IPCA)
40 salários mínimos, em indeterminadas fontes de rendimentos.

Mensura a variação dos preços através da cesta de consumo


Índice Nacional de
em habitantes de extensões urbanas de abrangência do SNIPC.
Preços ao consumi-
A amostra das famílias inclui rendimentos de 01 a 5 salários mí-
dor (INPC)
nimos.

Índice de Preços ao Mensura na cidade de São Paulo o nível de uma cesta de bens
Consumidor – FIPE e serviços das famílias do município com rendimento entre 01 a
(IPC) 10 salários mínimos.

-
cional. Possui três versões: IGP-10, IGP de Mercado (IGP-M) e
Índice Geral de Pre-
o de Disponibilidade Interna (IGP-DI), a diferença desses está
ços (IGP)
no período de desenvolvimento das informações para o cálculo
do índice.

Fonte: Elaborado pelos autores. Ipeadata (2021).

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podemos ver uma hipótese do ano X do mês de janeiro a junho, dos valores do IGP-DI.

QUADRO 2 – ÍNDICE DE PREÇOS ENTRE JANEIRO E JUNHO DO ANO X, EM VALORES DO IGP-DI

Janeiro/X Fevereiro/X Março/X Abril/X Maio/X Junho/X


R$625,00 R$647,55 R$710,20 R$782,44 R$762,28 R$794,02

Fonte: Elaborado pelo auto (2021).

seguinte expressão:
I= Pn
P n-t
Em que:
I
P
n e n-t
Ao adicionarmos os valores dados no Quadro 2 na expressão acima, temos o se-
guinte resultado:

Podemos interpretar o resultado em que o preço neste período se desenvolveu


1,2704 vezes, mostrando um crescimento de 27,04%.
-
dada pode ser interpretado como uma comparação da evolução dos valores monetários e o
desempenho do preço da cesta de produtos no índice escolhido (SAMANEZ, 2006).

5.5

podemos encontrar o problema da diferença do nível do poder aquisitivo da moeda. Va-


mos a um exemplo?

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Flávio comprou um carro no valor de R$35.000,00 no ano de 2014, mas decidiu

de 15%. A princípio você pode pensar que Flávio pode obter um lucro de R$3.000,00
(R$38.000,00 – R$35.000,00), mas não, o valor obtido pela venda será apenas o valor
nominal, dado a evolução de preços.
Para que Flávio não tenha prejuízo na venda do seu carro, o mesmo deve vender
por um preço 15% maior que seu valor de compra em 2014. Ou seja, o valor deve ser de
R$35.000,00 * (1 + 0,15) = R$ 40.250,00. A partir do valor de R$40.250,00 que Flávio terá
o devido lucro na venda do automóvel.
-

é a correção dos valores nominais em uma determinada data com a moeda escolhida
representando o seu valor de poder de compra em um período posterior. Diferentemente,
a desindexação transforma os valores nominais da moeda escolhida do mesmo poder de
compra em um período anterior.
Dessa forma, vamos aprender a calcular o ganho nominal da compra e venda do
carro do Flávio.

Podemos dizer então que o carro vendido por Flávio, foi vendido por 1,857 vezes
o seu valor de compra. Além disso, precisamos conhecer também o resultado real da ope-
ração, em que são expressos os valores monetários da moeda no poder de compra de
determinado período. Para indexar os valores da venda em um dado momento, temos a
seguinte equação:

Ao adicionarmos os valores da venda do carro de Flávio, temos:

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Esse valor representa uma evolução real negativa de 5,59%, esse valor é obtido

equivocada a ideia de subtrair a taxa nominal encontrada de 8,57% ao percentual especí-

Agora que aprendemos a indexar os valores, vamos aprender a desindexar os


valores, através da seguinte equação:

Seguindo o exemplo de Flávio, temos:

5.6
-
ra exponencial, em que há um aumento de preço sobre o valor já incorporado nos acréscimos

ros sobre juros.

mensais: 2,1%, 1,8%, 2,6% e 2,2% e também temos um ativo de R$5.000,00. Ao corrigirmos

1º mês: R$5.000,00 x 1,021 = R$5.105,00


2º mês: R$5.105,00 x 1,018 = R$5.196,89
3º mês: R$5.196,89 x 1,026 = R$5.332,00
4º mês: R$5.332,00 x 1,022 = R$5.449,31

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Podemos dizer que o incremento do valor do ativo no quadrimestre foi de 8,98%
(R$5.449,31/ R$5.000,00 – 1), isto corresponde a capitalização composta das taxas men-
sais expostas.

Assim, podemos encontrar a taxa equivalente me

5.7 Estratégia de vendas


É importante analisar mais de uma alternativa de venda exposta em moeda constante

importância do estudo de como a moeda é apresentada por diferentes valores no tempo.


Sigamos com um exemplo, a empresa GABRIEL vendeu em um dia R$60.000,00
em recebimento de 50 dias, como já aprendemos, a moeda varia conforme o tempo devido

o valor da venda hoje e daqui 50 dias terá impacto diferente economicamente. Em uma

50 dias. Por olharmos pelo lado de que pode ser indiferente receber na data corrente o valor
de R$ 57.831,32 ou R$60.000,00 daqui 50 dias, é considerável conceder um desconto no
pagamento à vista de 3,61%.

-
tram as perdas de uma venda realizada a prazo. Se adicionarmos ao nosso exemplo uma
taxa de desconto bancário de 2% para todo o período, o custo da venda a prazo será de:

R$ 60.000,00 x 2% = R$ 1.200,00

Podemos compreender então que o valor recebido de R$ 60.000,00 nos 50 dias


será equivalente ao valor de R$ 58.800,00. Percebe-se a importância assim da avaliação
dos resultados que uma venda a prazo pode gerar aplicado ao valor presente.

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SAIBA MAIS

-
sim o entendimento.
● a.d.: ao dia
● a.m.: ao mês
● a.b.: ao bimestre
● a.t.: ao trimestre
● a.q.: ao quadrimestre
● a.s.: ao semestre
● a.a.: ao ano

Dessa maneira, quando um contrato de empréstimo ou investimento conter juros a 5%


a.m., você saberá que são 5% de juros ao mês.

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

REFLITA

A capacidade produtiva de uma empresa é um indicador fundamental para analisar o


-
retamente com o faturamento e a lucratividade do negócio, muitos pensam que quanto
maior a capacidade produtiva, melhor. Porém, esse conceito pode ser enganoso – já
que normalmente a capacidade produtiva ideal será aquela que conseguir adequar me-
lhor o nível de produção com a demanda do mercado, gerando o menor custo possível.

(REIS, 2018).

UNIDADE III Gestão


Orçamentos
Financeira
de Vendas
e Orçamentária
e Operações
Empresarial
Financeiras 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na Unidade II vimos os principais conceitos do orçamento de vendas e estudamos

de orçamentos.
Entendemos que o orçamento de vendas é o ponto de partida de todo processo
de elaboração das peças orçamentárias. Essa colocação se deve ao fato de que, para a
maioria das empresas, todo o processo de planejamento operacional decorre da percepção
da demanda de seus produtos para o período a ser orçado. Com isso, o volume de vendas
torna-se o fator limitante para todo o processo orçamentário.
Cabe relembrar que, em alguns casos, o orçamento de vendas é decorrente do
orçamento de produção. Ou seja, o fator limitante da empresa não é a demanda, pois o
mercado estaria disposto a comprar todo o volume que a empresa produzisse de seus
produtos. Nessa hipótese, o orçamento limitante seria o de produção. Exemplos desse tipo
de empreendimento são alguns produtos naturais, como minérios, alimentos in natura etc.

empresariais deve-se analisar alguns dados que muitas vezes são ignorados, pois impac-

UNIDADE III Gestão


Orçamentos
Financeira
de Vendas
e Orçamentária
e Operações
Empresarial
Financeiras 44
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Escassez: uma nova forma de pensar a falta de recursos
na vida das pessoas e nas organizações
Autor:
Editora: Best Business
Sinopse: Quando as privações são prolongadas, a escassez toma
conta da mente. Diversos estudos apontam que ter dívidas deixa

importantes para a carreira. As capacidades cognitivas se abalam


e com isso oportunidades podem passar despercebidas. Sendhil e
Eldar apontam semelhanças entre os diversos tipos de escassez.
Acreditam, por exemplo, que um orçamento apertado é comparável
a outros fenômenos de escassez, como a falta de tempo provocada
por uma agenda repleta de reuniões ou situações de fome. Quando
pensamos sobre este tema, os problemas da vida moderna vêm à
tona, e este livro nos mostra como as pessoas e as organizações
ao redor do mundo podem lidar com a falta de recursos. Sendhil
Mullainathan é professor de Economia na Universidade Harvard e
realiza pesquisas sobre economia comportamental e economia do
desenvolvimento. É considerado um dos 100 maiores pensadores
-
dade de Princeton e sua área de pesquisa inclui ciência cognitiva,
tomadas de decisões e avaliações da economia comportamental.

FILME/VÍDEO
Título: Trabalho Interno (Inside Job)
Ano: 2010
Sinopse:
causou a perda de milhões de empregos e casas e mergulhou
os Estados Unidos em uma profunda recessão econômica. Matt
Damon narra um documentário que fornece uma análise detalhada

uma gama de entrevistas e traça a história dos Estados Unidos

mundiais.

UNIDADE III Gestão


Orçamentos
Financeira
de Vendas
e Orçamentária
e Operações
Empresarial
Financeiras 45
UNIDADE III
Orçamento de Custos e Despesas e
Estratégias de Compras e Vendas
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco

Plano de Estudo:
● Orçamento da produção;
● Orçamento de matéria prima;
● Orçamento de mão de obra;
● Orçamento de despesas;
● Estratégias de Compras e Vendas.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os principais conceitos do Orçamento de Custos de Produção;
● Conhecer tipos de orçamentos que envolvem os custos de produção;
● Entender o orçamento de despesas;
● Observar estratégias de Compras e Vendas.

46
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), na Unidade 3, do livro da disciplina de Gestão Financeira e


Orçamentária compreenderemos os principais conceitos dos Orçamentos de Custos de

custos e despesas de um período, assim como esses orçamentos se torna possível ajustes

processo que é possível entender o caminho que a empresa está seguindo, possibilitando

-
zidas, vem o orçamento dos custos e despesas determinados pelos volumes pretendidos
e despesas necessárias para operacionalização dos programas de produção e vendas.
De acordo com Padoveze (2010), o orçamento de materiais compreende quatro peças:
Orçamento de consumo de materiais; Orçamento de estoque de materiais; Orçamento de

Estudaremos sobre o orçamento de mão de obra direta ou indireta, na qual exercem um


papel muito importante na formação do custo total do produto. Veremos como são orçadas

Bons estudos!

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 47


1. CONCEITOS DO ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO

De acordo com Padoveze (2010, p. 517), orçamento “é a expressão quantitativa


de um plano de ação e ajuda à coordenação e implementação de um plano”. E continua

hoje, introduzindo os dados previstos para o próximo exercício”. Nada mais é que prever as
atividades operacionais futuras do funcionamento da empresa.
Para Hoji (2014, p. 410),
O orçamento geral retrata a estratégia da empresa e evidencia, por meio de

empresa, relativas a determinados períodos futuros.

Dessa maneira, o planejamento orçamentário do processo produtivo é essencial

entender o caminho que a empresa está seguindo, possibilitando a melhorara dos desem-

Conforme com Padoveze (2010), um orçamento de produção é totalmente decor-


rente do orçamento de vendas. Conforme já foi salientado, no caso de o fator limitante
ser a quantidade produzida, entende-se que o orçamento de vendas é que decorre da
quantidade produzida. Porém, para a maior parte das empresas, o fator limitante são as
vendas, portanto, o orçamento de produção decorre do orçamento de vendas.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 48


Segundo Zdanowicz (1989, p. 69), os objetivos do orçamento de produção são os
seguintes:

a) estabelecer políticas aos níveis desejados de estoques de matérias primas,


produtos prontos e produtos em processo;
b) planejar a quantidade de cada produto fabricado para cumprir as exigências

c) programar ou escalonar a produção para períodos intermediários de tempo.

O orçamento da produção é uma ferramenta gerencial analisa todas as receitas


e gastos (custos e despesas) de determinado período, como eles podem ser ajustados
para melhorar o desempenho da organização, além de antecipar o ambiente futuro da
empresa, acompanhar a execução de suas atividades, entre outras tarefas, realizadas com

Salienta-se também que o orçamento de produção é quantitativo. Não há, em


-
mento de produção em quantidade dos produtos a serem fabricados é fundamental para
a programação operacional da empresa. Dele decorre o orçamento de consumo e compra
de materiais diretos e indiretos, bem como ele é base de trabalho para os orçamentos de
capacidade e logística.
São dois dados necessários para o orçamento de produção:
● orçamento de vendas em quantidades por produto;
● política de estocagem de produtos acabados.

Com esses dados, mais os dados das atuais quantidades em estoque de produtos
acabados, conclui-se o orçamento de produção.
De acordo com Padoveze (2010), a base do controle orçamentário é o confronto
dos dados orçados contra os dados reais obtidos pelo sistema de informação contábil.
As variações ocorridas entre os dados reais e os dados orçados permitirão uma série de
-

Padoveze (2010) destaca que os objetivos principais do controle orçamentário são:



● corrigir erros detectados;
● ajustar o plano orçamentário, se for o caso, para garantir o processo de otimiza-

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 49


Para muitas empresas, o estoque de produtos acabados é estratégico. O negócio
da empresa é ter produtos acabados sempre à mão, para pronto atendimento ao cliente. Um

de menor investimento em capital de giro. Deve-se sempre buscar o mínimo investimento


em capital de giro e, desse modo, também em estoques, sejam eles de produtos acabados,
intermediários ou de materiais. Em outras palavras, se para algumas empresas é estraté-
gico ter sempre estoque de produtos acabados, esse volume estratégico disponível deverá
ser sempre o menor possível.
Assim, Padoveze (2010) esclarece que, normalmente, a política de estocagem de
produtos acabados é traduzida em dias de vendas por tipo de produto. A empresa tem

para o atendimento às vendas. Além disso, deve ser incorporada a eventual mudança de
política de estocagem, seja para maior ou para menor. Há a possibilidade de a empresa
desejar um reabastecimento maior ou, o oposto, uma redução da quantidade estocada.
Em relação à capacidade de produção da empresa, Padoveze (2010) evidencia
que o orçamento de capacidade trabalha fundamentalmente com três grandes áreas:
● equipamentos e instalações para o processo produtivo e comercial;
● mão-de-obra direta para as atividades operacionais;
● impacto nos setores de apoio.

Segundo Padoveze (2010), cada equipamento ou instalação tem uma capacidade


máxima produtiva, que pode ser mensurada segundo seu próprio objetivo e a aplicação a
que se destina. Por exemplo, uma usina de cana-de-açúcar de determinado tamanho tem
condições de processar, no máximo, determinada tonelagem diária de cana e, com isso,
produzir no máximo determinada quantidade de toneladas de açúcar ou litros de álcool.
Caso a empresa esteja utilizando o máximo da capacidade e deseje processar
mais 30% de cana no próximo ano, seguramente deverá investir em nova destilaria (ou
terceirizar o processamento, que seria outra hipótese, mas não deixa de ser compra
de capacidade).
-
cidade de cada equipamento e da produtividade da mão-de-obra existente, comparando-a
com a necessidade gerada pelos programas de produção e venda, dentro do conceito da
existência de restrições.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 50


2. ORÇAMENTO DE MATÉRIA PRIMA

-
ve, que são as quantidades a serem vendidas e produzidas, é a orçamentação dos gastos
determinados pelos volumes pretendidos e os gastos necessários para operacionalizar os
programas de produção e vendas.
O orçamento dos gastos compreende os materiais necessários para o programa
de produção e vendas constantes das estruturas dos produtos, e as despesas em que os
departamentos vão incorrer para produzir e vender as quantidades planejadas.
Nesta unidade abordaremos sobre Matéria Prima e na unidade seguinte, das des-
pesas. Juntamente com o orçamento de materiais, trataremos também dos orçamentos dos
estoques de materiais e produtos acabados, pois são inter-relacionados.
De acordo com Padoveze (2010), o orçamento de materiais compreende quatro peças:
● Orçamento de consumo de materiais.
● Orçamento de estoque de materiais.
● Orçamento de compras de materiais.
● contas a pagar a fornecedores.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 51


O orçamento de consumo de materiais é o primeiro a ser elaborado e indica o custo
dos materiais que serão consumidos pelo programa de produção. Não há, tecnicamente, o
consumo de materiais para produtos vendidos, pois o que se vende são produtos acabados,
que saem do estoque de produtos acabados. Portanto, o consumo de materiais é relacio-
nado apenas com o programa de produção. O orçamento de consumo de materiais é que
fará parte da demonstração de resultados do período, dentro do item custo da produção
acabada (PADOVEZE, 2010).
O orçamento de estoque de materiais é decorrente da política de estocagem, que
pode ser uma opção da empresa, como pode ser determinada por fatores exógenos, alheios
à vontade da organização. Determinados os dois orçamentos, o orçamento de compras é
consequência deles. As compras de materiais serão feitas para atender as necessidades
de consumo mais as necessidades de estocagem. Portanto, o orçamento de compras, em
tese, nunca é igual ao orçamento de consumo de materiais (PADOVEZE, 2010).
-
cedores, pois se sabe o prazo de pagamento de cada compra. O mais comum é construir
um indicador médio, que é o prazo médio de pagamento de fornecedores. Não há neces-
sidade de elaborar o orçamento de pagamentos a fornecedores, pois este é consequência
do orçamento de compras mais a variação do saldo de contas a pagar a fornecedores
(PADOVEZE, 2010).
De acordo com Padoveze (2010), para a execução dos orçamentos citados, três
estruturas ou tipos de informações são necessários:
● O conhecimento da estrutura dos produtos.
● O conhecimento dos leads times dos processos de produção, vendas e compras.
● O conhecimento do tipo de demanda dos materiais.

Outros aspectos a serem observados, segundo o autor, são:


● Programa de produção por produtos ou linhas de produtos;
● Preços atuais dos materiais (compras ou cotações);
● Separação das principais famílias de materiais por produto;
● Separação dos materiais nacionais e importados;
● Preços a vista e a prazo;
● Aumentos previstos dos fornecedores (listas e cotações);
● Projeções de taxas de câmbio;
● Inclusão de acessórios, opcionais, subprodutos (por produtos);

● Projeção de consumo de materiais indiretos;
● Sazonalidades de compras mensais etc.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 52


2.1 Tipos de Materiais

Materiais diretos são aqueles intrinsecamente ligados à estrutura do produto. Compreendem:



● Componentes agregados às matérias-primas transformadas;
● Materiais de embalagem.

Por sua vez, os materiais indiretos são aqueles necessários para o processo fabril
e o processo comercial, bem como para atender aos departamentos de apoio, incluindo os
da área administrativa. Compreendem:
● Materiais auxiliares, necessários aos processos produtivos e comerciais, mas que
s processos;
● Materiais para manutenção dos equipamentos e instalações;
● Materiais de expediente, necessários aos processos administrativos.

Como exemplos de materiais auxiliares, podemos citar insumos para acomoda-


ção de temperaturas dos componentes em fabricação, ferramentas, dispositivos, moldes
e modelos de consumo rápido (não ativados), insumos para proteção dos estoques de

Os materiais para manutenção compreendem todos os materiais consumidos re-


gularmente, não ativados, para manutenção das máquinas, equipamentos e instalações
industriais, comerciais e administrativas, bem como das obras de construção civil. Citamos,
como exemplos de materiais de expediente, os materiais de escritório, informática e outros
consumidos e necessários aos processos administrativos, como os impressos etc.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 53


3. ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA

O orçamento de mão de obra direta ou indireta tem um papel muito importante na


formação do custo total do produto. As informações necessárias para se obter o custo da
mão de obra poderão ser adquiridas através das folhas de pagamento, horas de produção,
quantidade de produtos a serem produzidos (PADOVEZE, 2010).

a) estimar a quantidade de mão de obra direta que será necessária para cumprir o
programa de produção;
b) projetar a taxa horária que será utilizada;
c) calcular o custo total da mão de obra.

Para um orçamento detalhado, Zdanowicz (1989) estabelece o seguinte:


a) Mensurar a quantidade necessária de mão de obra direta, em termos de horas
de trabalho; e a partir da quantidade de funcionários necessários para atingir a
produção planejada;
b) Estimar o custo da mão de obra direta da produção, para que os custos dos
produtos possam ser calculados;
c) Apresentar subsídios ao departamento de pessoal, para que este possa planejar
as atividades de recrutamento, seleção, treinamento etc.;

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 54


d) Propiciar ao orçamento de caixa informações a respeito do desembolso neces-
sário para o pagamento de mão de obra direta;
e) Fornecer ao controle administrativo dado por centro de custos e o custo padrão
da mão de obra direta.

Padoveze (2010) destaca que a capacidade da mão-de-obra normalmente é medi-


da em horas necessárias para os processos, ou em relação às quantidades de produtos ou

processo, ou se diz que um trabalhador consegue produzir tantos metros de tecido, remover
tantas quantidades de terra, erguer tantos metros de parede, montar tantos televisores etc.
Cada processo, produto ou serviço tem a sua medida de produtividade mais comumente
utilizada no setor de atuação, e essa medida de produtividade mensura a capacidade pro-
dutiva da mão-de-obra direta.

capacidade, deve abranger todos os processos ou atividades caracteristicamente ligados


a volumes, e não exclusivamente a trabalhadores nos processos diretos da fábrica. Assim,
outras áreas da empresa têm atividades ou processos que reagem com relação ao volume
produzido ou vendido, de forma indireta ou direta.
Neste contexto, Padoveze (2010) cita como exemplo, além da tradicional mão-de-
-obra direta industrial, a mão-de-obra ligada:
● ao recebimento e à estocagem de materiais e produtos;
● ao transporte interno de materiais e produtos;
● à expedição e distribuição de materiais e produtos;
● à entrega técnica de produtos;
● à assistência técnica de produtos.

Padoveze (2010) ainda destaca que a metodologia de medição da capacidade da


mão-de-obra direta é similar à utilizada para medição da capacidade dos equipamentos,
devendo seguir os passos:

Multiplicar pela quantidade anual do programa de produção, determinando a ne-


cessidade de horas ou de outra medida de produtividade exigida pelo programa.
Transformar as necessidades dos programas obtidas no passo 2 em quantidade
de homens diretos.
Confrontar com o número de empregados existentes e suas horas disponíveis para

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 55


4. ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS

As despesas ou gastos operacionais envolvem os gastos de produção e podem ser

(1989) destaca que o orçamento de despesas administrativas constitui-se de todas as des-


pesas que serão pagas ou incorridas para vender produtos e administrar a empresa. Assim,
todos os itens estarão vinculados ao processo produtivo, mas irão representar despesas ou
desembolsos de caixa.
Dentre as características do orçamento na área administrativa, Padoveze (2010) destaca:
● .
● Ter as suas atividades expostas para possíveis reduções das metas da empresa.
● O setor deve ter bem clara a descrição dos seus objetivos.
● Possuir os relatórios básicos de custos por centro de custo dos setores.

serão incluídos os juros, o desconto e a correção monetária, além de outros tipos de gastos

crédito pela empresa”.


Neste contexto, vale destacar a importância do orçamento de despesas tributárias.
O orçamento de despesas tributárias varia de acordo com o ramo de atividade e a per-
centagem de recolhimento sobre o faturamento da indústria, do comércio e dos serviços.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 56


De acordo com Zdanowicz (1989) os desembolsos são realizados principalmente
-
gos sociais respectivos, despesas indiretas de fabricação, acréscimos de capital, resgate
de dívidas e pagamentos de dividendos aos acionistas.
Resumidamente, o orçamento de despesas administrativas são, em geral, todos os

estão relacionados com o desempenho de uma única função.


Despesas de vendas Basicamente, neste orçamento serão incluídas todas as
despesas para colocar o produto no mercado. Assim, Sanvicente e Santos (1983, p. 117)

venda e a distribuição dos produtos”.

a) despesas com marketing;


b) despesas administrativas, como: salários, encargos, telefones, internet, comissão;
c) despesas com fretes, comissões, vendedores, estadas, visitas a clientes etc.

Estas despesas de vendas ocorrem devido à necessidade de a empresa acompa-

para possíveis reestruturações dos seus produtos.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 57


SAIBA MAIS

Você sabia que a área de gestão da qualidade é tão grande que existe um curso voltado
apenas para o assunto? O curso de Gestão da Qualidade é de formação tecnólogo, com
-
ção empresas, principalmente do ramo de petroquímica, alimentícia e automobilística,
com o objetivo de implantar e manter um Sistema de Gestão da Qualidade. Há também
emprego em empresas de pequeno e médio portes, no geral, para manter a qualidade
dos serviços já prestados, além de participar da implantação de padrões e normas acei-
tos internacionalmente. Outro possível ramo de atuação é em auditorias, para auxiliar a
empresa em seus processos de trabalho.
Existem instituições nacionais, como o SEBRAE, que disponibilizam cursos de Gestão
-
rentes possam implementar a qualidade em seus negócios.

Fonte: MONTES (2016).

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 58


5. ESTRATÉGIAS DE COMPRAS E VENDAS

Vamos olhar a visão das estratégias de compras? Neste caso vamos estudar dois
tipos de estruturas: compra e venda à vista, e compra e venda à prazo. As estratégias de

com as expectativas que acontecem na obtenção de ganhos especulativos nos estoques.


Ao nosso exemplo de compra e venda a vista, Maria vendeu um patinete por R$
1.940,00, porém o custo da compra tem o valor de R$ 1.100,00 e a compra e venda do
patinete ocorrem a vista.
Porém, os impostos da venda totalizam em 15% sob o valor calculado da negocia-

considerado a partir do momento que transformado em dinheiro, ou seja, os impostos são


desembolsados logo após o mês de venda. Caso a compra tenha ocorrido no período 0 e
a venda no mês 4, ou seja, uma venda do patinete para recebimento em 120 dias, em um
curso de 4% ao mês, podemos dizer que temos:

Porém, vamos lembrar de que a mercadoria possui impostos na venda de 15%,


pagos logo após os 30 dias da venda, assim podemos atualizar o valor:

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 59


Logo, podemos compreender o valor presente como:

Receita de Venda R$ 1.658,32


Custo de Compra - R$ 1.100,00
Impostos - R$ 248,75
Valor Presente R$ 309,57

Observamos acima, o valor presente de Maria será de R$ 309,57.

Agora vamos observar uma estratégia de compra e venda a prazo? Seguindo o


exemplo de Maria, ela está analisando a venda de um lote de patinetes por R$ 25.000,00,
com uma expectativa que esse lote demora certa de 1 mês para a venda, sendo que o prazo

R$ 11.500,00 para o pagamento com prazo de 60 dias, podendo oferecer um desconto de

Primeiro vamos calcular o valor presente caso o pagamento do pagamento do


fornecedor ocorra à vista.

Vamos calcular o valor do pagamento da compra com o desconto de 15%

R$ 11.500,00-15% = R$ 11.482,75

Adicionando o valor ao cálculo do valor presente, temos:

PV = R$ 25.000,00 - R$ 11.482,75 x (1,02)1+3


PV = R$ 25.000,00 - R$ 11.482,75 x (1,02)4
PV = R$ 25.000,00 - R$ 12.429,30
PV = R$ 12.570,70

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 60


Além disso, precisamos calcular o valor presente caso a compra dos patinetes
ocorra e o pagamento seja realizado em 60 dias.

PV = 25.000,00 - 11.500,00 x (1,02)1+3-2


PV = 25.000,00 - 11.500,00 x (1,02)2
PV = 25.000,00 - 11.964,60
PV = 13.035,40

Agora que realizamos os cálculos das estratégias de compra, podemos observar


qual será a melhor escolha para Maria adquirir os patinetes, essa é a compra e venda a
prazo, pois é esta que oferece o melhor resultado do valor presente.

REFLITA

“A sabedoria consiste em compreender que o tempo dedicado ao trabalho nunca é per-


dido.”

Fonte: EMERDON (2019).

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 61


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), na Unidade 3, do livro da disciplina de Gestão Financeira e Orça-


mentária compreendemos os principais conceitos dos Orçamentos de Custos de Produção.

custos e despesas de um período, assim como esses orçamentos se torna possível ajustes

processo que é possível entender o caminho que a empresa está seguindo, possibilitando

-
zidas, vem o orçamento dos custos e despesas determinados pelos volumes pretendidos
e despesas necessárias para operacionalização dos programas de produção e vendas.
De acordo com Padoveze (2010), o orçamento de materiais compreende quatro peças:
Orçamento de consumo de materiais; Orçamento de estoque de materiais; Orçamento de

importante na formação do custo total do produto. Vimos como são orçadas as despesas
-

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 62


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: O líder Humano
Autor: Fábio Augusto Vieira
Editora: Atlas Editora
Sinopse: Este livro atende à necessidade do mercado, que é exa-
tamente a falta de líderes capazes de inspirar pessoas e aumentar
a produtividade das suas carreiras e empresas. O texto traz uma
-
nal entenderá facilmente, sobre a crise de liderança e como se
tornar um líder humanizado. O autor conta suas próprias experiên-
cias durante a carreira, com orientações sobre comportamentos e
posturas da gestão do líder, para que este obtenha sucesso, uma
equipe motivada e, principalmente, o poder de inspirar carreiras
altamente produtivas.De leitura fácil e com muitos exemplos práti-
cos, esta obra é aplicada em todas as áreas e carreiras, tanto para
líderes quanto aos que aspiram esta posição, já que seu enfoque
se concentra no desempenho, produtividade e humanização dos
relacionamentos e estruturas, visando a produtividade e bem-estar
das empresas e pessoas. Certamente o leitor terá ótimos resul-
tados através da sua leitura e muito sucesso em sua nova visão

próprios gestores, gerentes e diretores. Leitura complementar para


as disciplinas de Psicologia Aplicada à Administração, Gestão de
Processos Organizacionais, Gestão de Pessoas, Gestão Estraté-
gica em Relações Humanas dos cursos de Administração, Gestão
de Recursos Humanos e Psicologia.

FILME/VÍDEO
Título: O Jogo da Imitação
Ano: 2015
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britâ-
nico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma,
o famoso código que os alemães usam para enviar mensagens
aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict
Cumberbatch), um matemático de 27 anos, estritamente lógico e
focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com
praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que Turing,
apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande projeto é
construir uma máquina que permita analisar todas as possibilida-

os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam


executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá
que aprender a trabalhar em equipe e tem em Joan Clarke (Keira
Knightley) sua grande incentivadora.

UNIDADE III Orçamento de Custos e Despesas e Estratégias de Compras e Vendas 63


UNIDADE IV
Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e
Controle Orçamentário
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco

Plano de Estudo:
● Orçamento de Capital;
● Orçamento de Caixa e Fluxo de Caixa;
● Planejamento de caixa;
● Planejamento e Controle do orçamento.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os conceitos de Orçamento de Capital;
● Entender o Orçamento e Fluxo de Caixa;
● Estudar sobre o planejamento e controle orçamentário.

64
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), na Unidade 4, do livro da disciplina de Gestão Financeira e Or-


çamentária compreenderemos os principais conceitos do Orçamento de Capital, na qual
deve ser elaborado com muito critério, já que suas decisões geralmente são irreversíveis,

desempenho da empresa durante longo tempo. Os investimentos devem reduzir custos e


-

caixa ao método que acompanha a evolução do saldo do Disponível. Assim, o orçamento


de caixa procura projetar a evolução do saldo do Disponível ao longo do período orçado.

ou de recebimentos pelo decorrer de um determinado período. A utilização da demonstra-

na empresa. O administrador deve prestar especial atenção, tanto às principais categorias

analisaremos a importância do planejamento do orçamento e mais importante o controle


do que foi planejado. A etapa de planejamento e controle acontece após a execução das
transações dos eventos econômicos previstos no plano orçamentário. Não se concebe um
plano orçamentário sem o posterior acompanhamento dos acontecimentos reais versus os
planejados e a análise de suas variações.

Bons estudos!

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 65


1. ORÇAMENTO DE CAPITAL

A gestão dos investimentos é fundamental para atingir as metas orçamentárias. O


orçamento de capital deve ser elaborado com muito critério, já que suas decisões geral-
-
ceiros e condicionam o desempenho da empresa durante longo tempo. Os investimentos

(PADOVEZE, 2010).
De acordo com Lunkes (2003), existem dois tipos principais de orçamento: o orça-
mento de capital ou investimento, e o orçamento operacional ou de período. O orçamento
de investimento analisa as diversas alternativas de investimento que dispõe a empresa para
implantar ou expandir a sua capacidade de produção e/ou comercialização. O orçamento
operacional envolve receitas e custos, sendo orientado pelos objetivos e metas propostos
pela organização. É formado pelo orçamento de vendas, de produção, de despesas, de
caixa e DRE projetada.
Assim, quando falamos em orçamento empresarial, estamos, na verdade, falando
de quatro grandes orçamentos: o orçamento das receitas, o orçamento das despesas, o
orçamento de caixa e o orçamento de capital.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 66


FIGURA 1 - GRANDES ORÇAMENTOS

Fonte: PADOVEZE, 2010

Conforme Sá e Moraes (2005), o principal objetivo do orçamento de capital é alocar,

dois ou mais projetos de investimento.


Padoveze (2010) destaca que essa peça orçamentária não se liga apenas aos
planos de curto prazo. Parte dos investimentos necessários para o próximo exercício é fruto

investimentos necessários para suportar os projetos de investimentos em novos produtos,


em novas plantas ou em novos canais de distribuição serão gastos efetuados no próximo
período, mas que, provavelmente, serão para produtos e atividades a serem produzidos em
exercícios futuros, e que resultam de decisões do passado.

apresentam o seguinte exemplo:

Suponha que uma rede de lojas de varejo possua uma disponibilidade de R$


1 milhão para investir em dois projetos, cada um dos quais está orçado em
R$ 1 milhão.
O primeiro projeto prevê a aquisição de um imóvel para acomodar seus escri-
tórios e, assim, deixar de pagar aluguel. O segundo projeto prevê a compra e
a instalação de um circuito interno de televisão de forma a coibir o furto nas
lojas, que está muito elevado.
O orçamento de capital é uma técnica que permite que se avalie os dois pro-
jetos e se decida qual dos dois deve ser atendido primeiro.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 67


2. ORÇAMENTO DE CAIXA

De acordo com Sá e Moraes (2005), o orçamento de caixa nada mais é do que o

caixa ao método que acompanha a evolução do saldo do Disponível. Assim, o orçamento


de caixa procura projetar a evolução do saldo do Disponível ao longo do período orçado.
A importância desta projeção reside no fato de o Disponível registrar os recursos
de que dispõe a empresa para liquidar seus compromissos. Caso a empresa não disponha
.
-

Sanvicente e Santos (2008) esclarecem que, com baixo ou elevado grau de forma-

manutenção de elevados saldos de caixa implica prejuízos devido ao decréscimo do poder


aquisitivo desses valores, além dos juros correspondentes. Ou seja, o valor do dinheiro
que poderia ser aplicado produtivamente. Por outro lado, as faltas imprevistas de caixa

de poderem desacreditar a empresa junto aos seus credores.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 68


2.1 Orçamento de Caixa pelo Método Direto
Padoveze (2010) apresenta, com pequenas variações entre os demais autores, a
seguinte estrutura para o orçamento de caixa pelo método direto:
● Saldo inicial de caixa: é o valor que inicia o período orçamentário.
● Ingressos de caixa (recebimentos): todos os recursos que entram no caixa, tais
como: vendas, resgate de aplicações etc.
● Desembolso de caixa (pagamentos): os recursos que a empresa vai
desembolsar no pagamento de quaisquer dívidas ou aquisições no período
orçamentário. Exemplo: pagamento de salários, dívidas e empréstimos, compra
de matéria-prima etc.
● Disponibilidade acumulada: o saldo inicial de caixa, somado aos ingressos no
período orçado, deduzido todos os desembolsos deste período orçado.
● Nível desejado de caixa: é o valor que a empresa deseja manter em caixa durante
o período orçamentário. Normalmente, é o utilizado para eventuais pagamentos
que não possam ser previstos.
● Empréstimos a captar: se a disponibilidade acumulada for menor que o Nível
desejado de caixa, contrair-se-á empréstimos no valor necessário para alcançar
o valor desejado a ser mantido no caixa.

nível desejado de caixa, o valor que supera deve ser aplicado no mercado


caixa para o período orçamentário.

2.2 Fluxo de Caixa


-
gamentos ou de recebimentos pelo decorrer de um determinado período. Você, estudante,

-
dos de diferentes formas, seja por seus períodos de ocorrência (postecipados, antecipados
ou diferidos), periodicidade, duração ou valores (constante e variável), como é possível
observar no Quadro abaixo:

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 69


QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Postecipados
Período de Ocorrência Antecipados
Diferidos
Periódicos
Periodicidade
Não Periódicos
Limitados
Duração Indeterminados

Constantes
Valores
Variáveis

Fonte: Elaborado pelos autores. Assaf-Neto (2003)

-
tos) e as demais simbologias como PV (valor presente), FV (valor futuro), n (período) e i
(taxa de juros). Vamos compreender o valor presente e o valor futuro?

FIGURA 1 – FLUXO DE CAIXA: VALORES PRESENTES,

VALORES FUTUROS E PAGAMENTOS

Fonte: Veras (2012).

PV = PV1 + PV2+...+PVn

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 70


FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DO PV EM FLUXO DE CAIXA

Fonte: Veras (2012).

Assim, podemos calcular o PV pela expressão:

Vamos a um exemplo?
Evandro comprou uma geladeira em 5 pagamentos iguais e consecutivos de R$
500,00. Em uma taxa de juros de 1,2% a.m. Calcule o preço do valor presente.
● Primeiro passo: vamos separar os valores expostos na questão
PMT= R$ 500,00
i = 1,2%
n=5
PV= ?
Segundo passo: adicione os valores a fórmula e realize o cálculo.

Ou seja, concluímos que o valor presente da geladeira de Evandro será R$ 2.412,46.


Agora, vamos aprender a calcular o FV! Acionando o FV e PMT em uma represen-

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 71


FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DO FV EM FLUXO DE CAIXA

Fonte: Veras (2012).

Ao adicionarmos na expressão, podemos descrever FV e PMT como:

Vamos praticar? Maria Helena deseja saber o valor poupado durante 13 meses
caso realize uma sequência de 13 depósitos no valor de R$620,00 cada. Sendo que a
caderneta de poupança possui uma remuneração a taxa de juros de 0,80% a.m. Qual será
o valor futuro poupado por Maria Helena?
● Primeiro passo: vamos separar os valores expostos na questão
PMT= R$ 620,00
i = 0,80%
n = 13
FV= ?
● Segundo passo: adicione os valores a fórmula e realize o cálculo.

Podemos concluir que Maria Helena terá poupado em 13 meses o valor de R$


8.458,46.

2.3
-

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 72


no valor de R$12.650,00 em um pagamento de 5 prestações mensais. Isto posto, nos leva
ao questionamento, qual será o valor da parcela de Camila?
Para chegarmos ao valor da parcela de Camila, temos a seguinte fórmula:

PMT = PV * Coe�iciente de �inanciamento

Ao adicionarmos os valores temos:

PMT = 12.650,00 * 0,224154 = R$ 2.835,55

Isto indica que o valor da prestação para cada unidade da moeda de valor gera 5

as prestações de R$ 2.835,55 mensais, sucessivas e iguais. Mas, como podemos fazer

vés da seguinte expressão:

Ao adicionarmos os valores na fórmula, temos:

R$1.500,00, tem-se um valor mensal de 5 prestações de R$324,73 cada.


Conforme Assaf Neto (2003), outras despesas fora a taxa de juros podem ser in-
seridas na operação, como por exemplo o IOF, taxa de abertura de crédito e encargos do
valor residual de um contrato de arrendamento mercantil.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 73


3. PLANEJAMENTO DE CAIXA

O termo “caixa” representa os ativos que têm como principal característica a liquidez
imediata, ou seja, são valores em moeda, mantidos na tesouraria da empresa ou deposi-
tados em contas-corrente bancárias de liquidez imediata e, em sua maior parte, livres para
serem usados a qualquer momento.
Segundo Sá e Moraes (2005), a gestão de caixa é a atividade da administração

demais atividades da empresa. É a atividade de tesouraria mais comum da empresa, que

-
do-as para que não ofereçam problemas de liquidez para a empresa.
Neste contexto, Padoveze (2010) esclarece que as empresas, com o intuito de

que a economia, como um todo, sinalizar, pode-se valer de determinadas estratégias e

● Aproveitar os descontos favoráveis junto aos credores;


● Promover ações que acelerem o giro dos estoques;
● Acelerar o recebimento de valores;
● Reduzir os prazos administrativos por meio de processos de melhoria;
● Obter vantagens pela reciprocidade bancária.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 74


Segundo Brigham et al.
são vistos como modelos de cautela, pagos para administrar prudente e conservadoramen-

Assaf Neto (2003) destaca que as empresas necessitam manter um determinado


valor em dinheiro no caixa para atender às necessidades diárias de pagamento. Para
tanto, por vezes, valem-se de determinados modelos para o estabelecimento desses
montantes, tais como:
● Modelo de caixa mínimo operacional;
● Modelo de Miller e Orr;
● Modelo de Baumol;
● Modelo de dia da semana.

valores que resguarde as necessidades do caixa da empresa, para melhor proveito na

excedentes que possam ser canalizados para outras aplicações.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 75


4. PLANEJAMENTO E CONTROLE DO ORÇAMENTO

Essa etapa acontece após a execução das transações dos eventos econômicos
previstos no plano orçamentário. Não se concebe um plano orçamentário sem o pos-
terior acompanhamento dos acontecimentos reais versus os planejados e a análise de
suas variações.
Segundo Padoveze (2010), a base do controle orçamentário é o confronto dos dados
orçados contra os dados reais obtidos pelo sistema de informação contábil. As variações ocorri-

as variações ocorridas foram decorrentes de plano, preços, quan


De acordo com Padoveze (2010), os objetivos principais do controle orçamentário são:

● Corrigir erros detectados;
● Ajustar o plano orçamentário, se for o caso, para garantir o processo de otimiza-

De acordo com Sanvicente e Santos (2008), as diferenças entre o orçado e o


realizado sempre existirão, porém se faz necessário um aprofundamento de análise das

suas causas. Se as causas forem controláveis em dado setor da empresa, os gestores


tomarão as providências cabíveis para que a variação, se desfavorável, não se repita, ou,
etida ou, então, leve a um
ajuste de padrões operacionais.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 76


Hoji (2010) destacam que planejamento é a atividade administrativa que determina

Para Rebouças (1998), o planejamento pode ser conceituado como um processo

efetiva, com a melhor concentração de esforços e recursos pela organização. O planeja-

Os planejamentos estratégico, tático e operacional são formalizados por meio da


integração entre os sistemas, ferramentas e técnicas, como o balanced scorecard e o orça-
mento, que permitirão a execução e o controle das estratégias e operações.
Lunkes (2003) explica os tipos de planejamento:
a) Planejamento estratégico: planejamento de longo prazo, de responsabilidade
dos níveis mais altos da administração, pois envolve decisões mais complexas,
como, por exemplo, a aquisição de uma fábrica;
b)

campanha publicitária;
c) Planejamento operacional: é o planejamento de curto prazo (de seis meses a
três anos) que tem por objetivo maximizar os recursos da empresa aplicados
em operações de um determinado período.

Porém uma importante e esclarecedora explicação do que é planejamento no ambiente


organizacional é a apresentada por Drucker (1975, p. 136):
é o processo contínuo de tomar decisões empresariais (envolvendo risco)
no presente, de modo sistemático e com o maior conhecimento possível de
seu futuro; é organizar sistematicamente os esforços necessários para que
se cumpram essas decisões; é medir os resultados dessas decisões contra
as expectativas através de uma retroalimentação sistemática e organizada.

processo lógico analítico de escolha da posição futura da empresa vis-à-vis com o ambien-
te, foi inventado por empresas que procuravam combater a saturação do crescimento e a
obsolescência tecnológica”.
Gracioso (1996, p. 41), a respeito do planejamento estratégico, relata que “de ma-
neira mais simples, o objetivo do planejamento estratégico consiste em encontrar formas
diferentes de conduzir os negócios para melhorar a performance futura da empresa”.

demonstra, com detalhes, todo esse processo de gestão empresarial. Observe:

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 77


FIGURA 4 - PROCESSO DE GESTÃO

Fonte: Padoveze (2007, p. 29).

O processo de gestão é um sistema ou conjunto de processos decisórios e com-


preende as fases do planejamento, execução e controle da empresa, de suas áreas e
atividades. O planejamento subdivide-se em duas fases: planejamento estratégico e plane-
jamento operacional (PADOVEZE, 2007).
Padoveze (2007) ainda destaca o alinhamento que existe entre o plano estratégico
e orçamentário, conforme Figura 3, sobre a sequência sistêmica que ele evolui como um
processo para o melhor gerenciamento dos recursos:

FIGURA 5 - ESTRATÉGIA, PLANO ORÇAMENTÁRIO E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

Fonte: Padoveze (2007).

Segundo Welsch (1978), a preparação de orçamentos não é um simples exercí-

administrativa evidenciada através do estabelecimento de objetivos realistas e criativos,


enfoques motivacionais e controle dinâmico.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 78


empresa poderá, além de saber detalhadamente as oscilações das variáveis endógenas,
também utilizar métodos de controle para atingir metas de rentabilidade que antes não
eram possíveis.

4.1
De acordo com Sá e Moraes (2005), toda empresa é orientada para a obtenção de
resultados que possam contribuir para a formação do lucro. Aumentar o valor da empresa
e assegurar sua continuidade deve ser a preocupação constante de seus administradores.
Daí a necessidade de adoção de sistemas formais de planejamento e controle que permitam
detectar a tempo as transformações que possam comprometer estes objetivos, de forma a
proceder aos ajustes necessários para adaptá-la à nova realidade.
Dentre essas transformações, Sá e Moraes (2005) destaca:

posicionamento frente ao futuro;


● O aumento do grau de incerteza, o qual exige uma constante preocupação com
as ações tomadas no presente que possam afetar o futuro da empresa;
● A rápida evolução dos mercados, das tecnologias e das condições políticas e
sociais que gera uma necessidade de permanente ajustamento da empresa a
este ambiente altamente instável.

Neste contexto, Padoveze (2010) esclarece que o sistema de controle orçamen-


tário empresarial permite que a gerência da empresa, em todos os níveis, responda a

● Antecipando-se aos fatos;




● Forçando novas situações e formulando objetivos a alcançar;

esperados;
● Ajustando a estrutura da empresa às novas realidades;
● Preparando os recursos humanos necessários.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 79


Sá e Moraes (2005), ainda explica que um dos problemas dos controles é que o
esforço despendido pelos diversos funcionários de uma empresa não é igualmente obser-
vável. É muito mais simples para um diretor comercial controlar o trabalho de sua secretária
do que o de seus vendedores. Quando isto acontece, a empresa tem que criar indicadores

Estes indicadores serão tanto melhores quanto mais abrangentes eles forem.

está, automaticamente, controlando suas vendas e seus custos. Fica mais simples
do que controlar separadamente as vendas e os custos para, em seguida, integrar
os dois. Estes indicadores são chamados de indicadores primários. Evidentemente,
um bom sistema de controle deverá permitir, se for necessário, decompor e anali-
sar os diversos elementos que compõem um indicador primário. Os indicadores que
decompõem as informações contidas nos indicadores primários são chamados de
indicadores secundários. Os indicadores primários são sintéticos; os secundários,analíticos
(SÁ; MORAES, 2005).
Assim, ao preparar um sistema de controle, deve-se aplicar, sempre que
possível, o princípio da parcimônia. Pelo princípio da parcimônia, quanto mais

um executivo deveria controlar, no máximo, de quatro a seis indicadores primários.


Estes indicadores constituem seu “painel de controle”.

4.2 Controles Estratégicos


Segundo Sá e Moraes (2005), os controles estratégicos auxiliam os executivos
responsáveis pelos diversos departamentos (e seus superiores hierárquicos) a acompa-
nhar a execução destas ações. Estes controles contemplam, de forma equilibrada, quatro
perspectivas do planejamento estratégico. São elas:

● Mercado e clientes;
● Processos internos e tecnologia;
● Educação, treinamento e desenvolvimento pessoal.

monetários, tais como (SÁ; MORAES, 2005):

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 80


● Melhoria da margem de contribuição;
● Redução da inadimplência da carteira;

Sob a perspectiva de mercado e clientes são controlados itens de forma a avaliar


informações, tais como (SÁ; MORAES, 2005):
● Aumento da participação no mercado;
● Aumento do grau de satisfação dos clientes;
● Valor da linha de produtos percebido pelo mercado;
● Conquista de novos mercados.

Sob a perspectiva de processos internos e tecnologia são controlados itens de


forma a avaliar informações, tais como (SÁ; MORAES, 2005):
● Ciclos e custos dos principais processos de negócios:
● Lançamentos de novos produtos (time-to-market);
● Respostas a cotações de preços;
● Tempo de resposta a reclamações;
● Prazo de entrega de produtos e aderência com os compromissos assumidos.

Já sob a perspectiva da educação, treinamento e desenvolvimento de pessoal, são


controladas todas aquelas ações que tenham como objetivo a melhoria do capital humano
da empresa, tais como (SÁ; MORAES, 2005):


● Taxas de retenção dos talentos e executivos-chave da empresa;
● Desenvolvimento de capacidade gerencial;
● Dinâmicas que visem a melhoria do relacionamento entre os funcionários;
● Projetos que aumentem o grau de comprometimento do funcionário para com a
empresa.

Assim, quando se trata de sistemas de controles estratégicos não existem padrões


estabelecidos de relatórios. Cada caso é um caso e deve ser desenvolvido pela própria
empresa. Conclui-se também que o orçamento tem capacidade de controlar apenas alguns
dos aspectos do planejamento estratégico que possam ser traduzidos em números.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 81


4.3 Controles Operacionais
De acordo com Sá e Moraes (2005), os controles orçamentários são, quase sempre,

da empresa. Um dos objetivos dos controles operacionais é assegurar que as margens

comportando dentro do previsto, de tal forma que as margens geradas não estejam sendo
indevidamente bloqueadas e impedidas de gerar lucro. Outro objetivo é assegurar que o
caixa gerado pelo lucro não esteja sendo indevidamente retido em contas do Ativo ou do

administrativos.

SAIBA MAIS

4 dicas para um bom planejamento e controle de produção industrial

Conheça bem a empresa, o primeiro passo para garantir o controle de produção é co-
nhecer muito bem a sua empresa e os produtos que você tem para oferecer ao seu
cliente.
Elabore um roteiro Depois de conhecer a fundo a empresa e os processos que envol-
vem a fabricação dos produtos, o gestor pode investir na elaboração de um roteiro de
produção e planejamento.
Controle seu estoque uma vez que ter um bom controle de acervo ajuda muito a não
cometer erros que podem gerar sérios prejuízos.
Monitore os resultados é primordial para um bom planejamento e controle de produ-
ção industrial. É imprescindível que o gestor faça um acompanhamento constante para
avaliar se tudo está indo como o previsto ou se é necessário realinhar as estratégias
adotadas.

Fonte: SulPrint (2017).

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 82


REFLITA

Serviço em logística é aquilo que agrega valor ao produto, porém, somente agrega valor
se o produto estiver disponível ao usuário na hora e lugar onde é demandado. Essa re-
lação “utilidade de tempo e lugar” que faz com que o cliente perceba o nível de serviço
ofertado, porém, quanto mais serviços são ofertados ao consumidor, maiores serão os

(LAMBERT, STOCK e VANTINE, 1998).

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 83


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) aluno(a), na Unidade 4, do livro da disciplina de Gestão Financeira e Orça-


mentária compreendemos os principais conceitos do Orçamento de Capital, na qual deve ser
elaborado com muito critério, já que suas decisões geralmente são irreversíveis, requerem

da empresa durante longo tempo. Os investimentos devem reduzir custos e melhorar a

projetado mês a mês ao longo do período orçado. Assim, o orçamento de caixa procura
projetar a evolução do saldo do Disponível ao longo do período orçado. Conforme Assaf
-

importância do planejamento do orçamento e mais importante o controle do que foi plane-


jado. A etapa de planejamento e controle acontece após a execução das transações dos
eventos econômicos previstos no plano orçamentário. Não se concebe um plano orçamen-
tário sem o posterior acompanhamento dos acontecimentos reais versus os planejados e

orçamento bem elaborado está diretamente ligado ao processo de planejamento estraté-


gico das empresas: “onde estou hoje, e onde quero estar amanhã”. Concretiza-se também
a ideia de que o orçamento somente poderá ser executado com clareza e dar o resultado
esperado se todos os membros da organização estiverem totalmente envolvidos em todas
as etapas de elaboração, execução e avaliação do orçamento.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 84


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Planejamento, Programação e Controle da Produção
Autor: Irineu G. N. Gianesi, Mauro Caon e Henrique Luiz Corrêa
Editora: Atlas
Sinopse: Os sistemas integrados de gestão do empreendimento
MRP II/ERP são hoje os mais largamente utilizados pelas em-
presas ao redor do mundo para o suporte integrado à tomada de
decisão. A adoção de aplicativos de software que se utilizam da
lógica MRP II/ERP, como o SAP, o BAAN4, o ORACLE ou várias
dezenas de outros comercialmente disponíveis, está hoje no topo
da lista de prioridades de grande parte dos gestores dos processos
empresariais modernos. Entretanto, se a compra de um aplicativo
de software robusto é condição necessária para o sucesso no uso

tudo, as empresas devem compreender perfeitamente os seus


conceitos para uma implantação de sucesso. Este livro traz de for-
ma simples e clara os conceitos essenciais para que os gestores
gerenciem e participem de processos de implantação e gestão de
sistemas MRP II/ERP.

FILME/VÍDEO
Título: Apollo 13
Ano: 1995
Sinopse:
da NASA, traz, segundo Dario Rais Lopes, professor da Escola de
Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e assessor
especial do Grupo Ecorodovias, a essência da engenharia, com
aplicação dos conceitos da física, o trabalho em equipe, a criativi-
dade a construção do novo e a sua reconstrução em circunstâncias

-
do para o módulo lunar, feito pelos engenheiros na NASA, mas
só com os materiais que havia na nave, para que os astronautas
pudessem reproduzir, é um dos exemplos mais bonitos da prática
da engenharia”. A habilidade inovar, adaptar, trabalhar sob pressão
são habilidades essenciais para o programador de produção.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 85


FILME/VÍDEO 02
Título: Tempos Modernos
Ano: 1936
Sinopse:
nos Estados Unidos no ano de 1930, demonstrando os modos
de produção industrial baseados na divisão e especialização do
trabalho na linha de montagem.

UNIDADE IV Orçamento de Capital, Fluxo de Caixa e Controle Orçamentário 86


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90
CONCLUSÃO GERAL

-
zação. Assim, estudamos a importância do planejamento e controle estratégicos para uma
empresa a longo prazo, por meio de uma série de decisões administrativas que conduzirão
a empresa na elaboração do orçamento empresarial, com o objetivo de adotar níveis rea-
listas de lucros e do retorno do investimento.
Na unidade II vimos sobre os principais conceitos do orçamento de vendas e falamos

Na unidade III, compreendemos os principais conceitos dos Orçamentos de Custos

as receitas, custos e despesas de um período, assim como esses orçamentos se torna

Vimos sobre o orçamento de mão de obra direta ou indireta. Observamos como são orçadas

Finalizando na unidade IV, compreendemos os principais conceitos do Orçamento

o controle do que foi planejado.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada (o)!

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