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CENTRO EDUCACIONAL BELDANI

Arthur de Oliveira Formiga Silva

ANÁLISE SOBRE CASAGRANDE & SENZALA EM


QUADRINHOS (1981)

MINAS GERAIS
13 DE MARÇO DE 2021
1. Introdução

A “descoberta” da América, teria ocorrido pelo “acaso”, já que o principal objetivo da


metrópole (Espanha, a primeira a chegar na América) seria de encontrar uma rota alternativa para
as Índias com fins comerciais utilizando também da religião como outro argumento, na qual
haveria a possibilidade de converter novos fiéis ao catolicismo.
No início do século XVI, a Europa estava passando por reformas e protestos, modificando os
modos de pensar e colocando o homem no centro dos interesses e atenções, colocando também
as vontades da igreja acima de tudo, a partir daí se deu o período de explorações e busca por novos
adeptos e rotas comerciais.
A colonização é o processo pelo qual, uma metrópole (nação colonizadora) domina e tem
controle sobre uma colônia (território colonizado) por meio de um tratado conhecido como pacto
colonial, na qual a ocorre uma exclusividade comercial, a colônia oferece matéria prima e a
metrópole devolve através de manufaturas, além deste ser uma das principais finalidades, outra
muito importante é o aumento do território e influência exercida pela metrópole.
Durante o mesmo período do século XVI houve a colonização da América, os processos
de colonização utilizados foram variados de acordo com a necessidade, uma vez que quanto mais
sedentária a sociedade indígena mais facilmente ela era dominada e desagregada, por outro lado
quanto mais nômade mais difícil se tornava o processo. Os espanhóis ao chegarem se depararam
com sociedades em estados centralizados, rígida organização militar e práticas agrícolas
desenvolvidas e adaptadas, de início não houve conflitos pesados, porém, a descoberta de ouro e
prata estimularam os potenciais europeias a partir em busca dos recursos.
Coroa espanhola se viu forçada a reforçar o sistema de controle das colônias, pois um rígido
sistema de domínio deveria garantir um lucro maior. A utilização de vice-reinados foi crucial para
a descoberta de recursos, além da prática da violência e relações de trabalho exploratórias com os
nativos, os espanhóis utilizavam-se de práticas conhecidas pelos indígenas como por exemplo a
mita. Houve pouca utilização da mão de obra escrava negra devido justamente a facilidade de
dominar os nativos.
Portugal também se dirigiu a América, porém uma diferença crucial para a colonização
portuguesa na américa latina ocorreu devido aos nativos da região brasileira se encontrarem em
um estado muito baixo de sedentarismo em comparação aos nativos das regiões colonizadas pelos
espanhóis, devido a isso os portugueses encontraram maiores dificuldades em colonizar os
indígenas.
De início as relações entre portugueses e indígenas foi pacífica, uma vez que não se possuía
um interesse grande no que a colônia tinha a oferecer a curto prazo (ouro e prata), sendo
considerado assim um território “abandonado”. Porém graças a uma crise no comercio com o
oriente médio começou-se um esforço em colonizar o Brasil.
Os portugueses que vieram ao Brasil tinham interesses muito parecidos com os dos espanhóis;
expandir a fé católica e viabilizar formas de enriquecer o próprio estado. Graças a crise e esses
objetivos foi-se dado início a extração do pau Brasil, umas vez que não haviam descoberto metais
preciosos ainda, dividiu-se o território em capitanias hereditárias para facilitar a organização e
controle dos territórios, com isso a utilização de mão de obra indígena escravizada se tronou um
desafio devido ao maior conhecimento sobre o território os indígenas brasileiros, conseguiam
fugir com mais facilidade, o que levou os portugueses a trazerem escravos africanos para o Brasil
para serem utilizados como mão de obra no lugar dos índios, uma vez que além de complicado
de escravizá-los muitos morriam em decorrência de doenças vindas dos portugueses.
2. Desenvolvimento
Analisando a adaptação feita por Estevão Pinto quanto a obra Casa Grande & Senzala
(1933), de Gilberto Freyre, este realça a expressão cultural a respeito da história brasileira,
utilizando-se do estudo das diferentes etnias que contribuíram para a formação da sociedade
contemporânea.
O fator fundamental a analisar está nas relações políticas acarretadas pelo processo
histórico da colonização brasileira, uma vez que a grande diferença social definida pela Casa-
Grande, representada pelos mandatários da coroa que por serem portugueses possuíam
riquezas e poder, sendo eles o Patriarcado; a Senzala composta por pessoas escravizadas
dentre elas índios e majoritariamente negros, que eram submetidos a violências e más
condições de vida. Estes fatores reproduzidos ao longo do tempo geraram a sociedade
desigual, caracterizada pelo racismo e machismo
Para compreender melhor a interpretação de Freyre a respeito da colonização, se torna
necessário perceber a importância do âmbito familiar, uma vez que nas relações de parentesco
estão estabelecidas as relações de poder, na qual o chefe de família e o proprietário de terras
(o homem descendente direto de portugueses de modo geral), exercia poder absoluto sobre
os demais a sua volta e sobre as terras que possuísse.
O fator de grande importância para a miscigenação brasileira é o casamento que ocorria
entre portugueses e povos de outras raças devido a facilidade de se misturar do português,
como pode ser observado na parte “o colono português tendia a misturar-se, pelo casamento
ou por qualquer outra forma de união. A princípio com as índias e depois com as mulheres
negras por ele trazidas da África.”
Freyre propunha que a miscigenação era algo a ser celebrado, uma vez que juntos as
diversidades dos costumes se uniriam e formariam uma espécie de estado na qual haveria
maior tolerância e respeito, porém ele desconsiderou os fatores históricos negativos que
fizeram com que isso não acontecesse.

3. Conclusão
Através do estudo feito sobre o processo colonial no Brasil/ América, é passível de
entendimento como a sociedade contemporânea se tornou o que é hoje. Com uma visão
superior e patriarcal o português por ser branco e cristão se considerava superior aos demais
(Índios e negros) entretanto, dentre todos os europeus o português era o que possuía maior
facilidade de se misturar por isso dessa grande miscigenação que existe atualmente no
território brasileiro.
Porém apenas se misturar não é o suficiente, vindos dos costumes antigos a minoria ainda
não possuí direitos plenos e lutam para a aquisição deles, por exemplo negros e indígenas
ainda são minoria em cargos de alta relevância, bem como as mulheres. Isso deve-se
justamente ao sistema patriarcal português, na qual apenas uma minoria possuía acesso a
educação, focado na imagem do homem excluindo mulheres e os demais não brancos.
Partindo desse ponto, é essencial que haja respeito quanto ao outro bem como oportunidades
iguais principalmente no que diz respeito a educação, para que gradativamente aconteça a
diminuição das desigualdades.

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