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AVALIAÇÃO II
HISTÓRIA ECONÔMICA SOCIAL E POLÍTICA DO BRASIL I
Hebe Mattos busca esclarecer em sua obra como a escravidão durante o século XIX não
estava necessariamente ligada à um sistema ou doutrina política ou um determinado atraso
em questão de modernidade. Tanto a monarquia como a república se mantiveram escravistas
enquanto ainda haviam interesses, onde a autora cita: " O longo tempo de sobrevida da
escravidão, século XIX adentro demonstra muito claramente o quão rápido novas instituições
e princípios foram capazes de regular uma modernidade escravista." (pág 17)
Quando a Grã-Bretanha baniu o comércio transatlântico em 1850, ficou claro que esse
movimento de forma isolada não necessariamente levaria à emancipação gradual, pois a
escravidão foi fortalecida com o fim do contrabando de escravos no Atlântico, devido ao
crescimento do tráfico interno de escravos. Isso levou a vidas mais precárias para os cativos,
incluindo ex-escravos. No entanto, entre outros acontecimentos, levanta a possibilidade de
reformas que levem à abolição eventual, gradual e completa, como a ratificação da Lei de
Terras que agravou a cumplicidade da maioria da população livre, uma vez que a propriedade
escrava concentrava-se cada vez mais nas maiores nas mãos do senhor.
Ceder à pressão britânica e intensificar o tráfego interno também é uma razão para a mudança
dos conservadores.
Assim quando ocorre a concentração das terras nas mãos dos maiores senhores, por motivo
da lei de terras, gera assim uma grande concentração de escravos nessas terras que é causada
pela intensificação do tráfico interno.
O governo aprovou dois estatutos em 1851 para "modernizar" as mudanças nas práticas
tradicionais, implementar o registro civil e realizar um censo universal, o que significava
passar das paróquias católicas para magistrados, todos os registros, sejam nascimentos,
óbitos, casamentos e problemas, informavam a cor das pessoas no censo, pois a separação
entre escravos e livres desaparecerá dos registros nos livros, e somente a cor será informada.
Com o fim do tráfico de escravos, as fazendas entraram em crise devido à necessidade de
mão de obra, e ser registrado como “negro” era visto como um grande risco para os homens
livres distantes das relações pessoais, redes de reconhecimento e proteção, pois havia acabado
contrabando de cativos,assim relatórios de reescravizados ilegalmente aumentaram.
Com o fim da cumplicidade da maioria da população livre e a maior circulação dos cativos
pelo território brasileiro, acabou por se criar expectativas de que pudessem ser criados
direitos dos costumes de uso recorrente dos escravos que antes só eram vigentes em certas
regiões, como fez a Lei do Ventre Livre, que tornava a prática da obtenção da alforria em
decorrência da morte do senhor e da formação de pecúlio um direito. Além disso a Lei do
Ventre Livre fez da clara preferência as famílias escravizadas ao acesso a alforria remunerada
uma regra.
E a autora cita: "Por meio dessas famílias organizaram-se listas de matrícula, criadas a partir
do Fundo de Emancipação, que relacionavam separadamente famílias e indivíduos escravos."