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Brenda Oliveira (nº 06), Caroline Vitória (nº 07), Matheus Rodrigues (nº 21) e Rhiam

Gustavo (nº 28)


3º Mayana Zatz
História – Professor Thiago

Escravidão no Brasil – século XIX


O século XIX, no Brasil, foi marcado por vários aspectos importantes para a
construção do país que temos atualmente, como a chegada da família real portuguesa,
proclamação da independência, o primeiro reinado, algumas guerras e revoltas, entre
outros aspectos que são lembrados até hoje. Entretanto, outros assuntos são limitados
apenas à sua devida época, e esquecidos nos tempos atuais, mesmo com tamanha
significância para a história brasileira, e também hodiernamente, como a Escravidão
negra, acontecimento, este, que outrora e agora diverge pensamentos e opiniões.
Mesmo no século XIX, o Brasil já era construído de contrastes políticos,
econômicos, religiosos, sociais e tendo uma desigualdade regional significativa. Esse fato
acontecia por não haver uma homogeneização e um sentimento de nacionalismo no país.
Diante disso, a pluralidade de opiniões sobre a escravidão era bem presente. Enquanto a
elite defendia este ato como forma de desenvolvimento do território brasileiro, a classe
mais liberalista condenava o sistema escravocrata. No entanto, até entre os liberais
existiam controvérsias, sendo, para alguns, necessário a exclusão de escravos e libertos
na política. Essa divergência de ideias, aconteceu não somente no Brasil, mas, também,
em várias outras sociedades, e em diversos períodos da história. Podemos comprovar
este fato com os pensamentos dos filósofos: Aristóteles dizia que ser escravo é por
natureza, ou seja, alguém nasce para ser escravo, e consequentemente deve obediência
a seu senhor; Tomás de Aquino justifica a escravidão sendo útil ao escravo ser governado
por um homem, e útil ao homem ser ajudado pelo escravo; em contra partida, temos
Montesquieu, pensador que inseriu nos debates iluministas a problemática da escravidão
real condenando-a filosoficamente, afirmando a oposição entre escravidão e direito civil e
natural: “como todos os homens nascem iguais, é preciso dizer que a escravidão é contra
a natureza, ainda que em certos países esteja fundada numa razão natural”.
Desde que a importação de africanos para o Brasil pelo Atlântico passou a ser
incentivada, em 1507, o fluxo de escravos aumentou significativamente, mesmo não
sabendo ao certo os números, tendo homens e mulheres africanos servindo apenas para
exploração da força de trabalho. O sistema durou até o século 19, e a jornada rumo à
abolição foi longa, sendo o Brasil o último país a aderir a lei abolicionista. Neste longo
período muitas guerras e revoltas da parte dos escravos aconteceram, que eram, muitas
vezes, voltadas contra seus senhores e feitores, podendo, inclusive, resultar na morte
deles. Essas revoltas já começavam no embarque nos navios negreiros, no qual muitos
africanos ficavam sem ter o que comer para que ficassem mais fracos, evitando conflitos,
e como uma forma de se voltarem contra os mal tratos de seus senhores, os escravos
planejavam fugas coletivas ou individuais, e até mesmo conflitos que resultavam na morte
de seus mestres. Entre 1807 e 1835 ocorreram, em Salvador, uma série de revoltas,
sendo a mais importante para o estado a revolta dos Malês em 1835, feita por escravos
negros de origem islâmica, chamados malês, que tinham o objetivo de libertarem todos os
escravos de religião islâmica, e garantir a liberdade de culto. Depois de contida, a revolta,
trouxe complicações e pioras nas condições de vida dos africanos e, hoje, é considerada
a porta de entrada no Brasil para o Islamismo.
A divergência de ideias em relação à escravidão, dificultou o abolicionismo desse
sistema no Brasil, (até mesmo os que defendiam a prática, sempre incluíam um “mas” em
seu discurso), sendo promulgada apenas em 28 de setembro de 1871, assinada pela
Princesa Isabel, a lei do Ventre Livre. E depois de mais alguns anos, no dia 13 de maio de
1888, sancionada a Lei Áurea, que em dois artigos dizia: "É declarada extinta a
escravidão no Brasil" e “Revogam-se as disposições em contrário”. Foram quatro séculos
de muitas lutas, revoltas, negação da origem negra e resistência, como visto
anteriormente, para aqueles que viviam sob o governo de seu senhor. Muitos morreram
lutando pelos seus direitos e liberdade, a maioria nem pôde desfrutá-los, e os que
estavam vivos, continuaram sofrendo, pois, mesmo com a lei em vigência, não foram
criadas condições para que aqueles que foram libertos pudessem atuar na sociedade de
maneira digna. A escravidão foi algo lastimoso para a história de nosso país, entretanto,
faz parte de quem somos hoje. Os negros estiveram presentes desde o início da
formação social brasileira, e é imprescindível deixar de afirmar que suas culturas
contribuíram para forjar a identidade formada no país.
Referências Bibliográficas
<https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/escravidao-no-brasil-escravos-
eram-base-da-economia-colonial-e-imperial.htm>. Acesso em: 12 de maio de 2019.
<http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=1723fad1c93e5c6c>. Acesso em: 12 de maio de
2019.
<https://www.pucsp.br/rever/rv4_2007/i_brito.pdf>. Acesso em: 12 de maio de 2019.
<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-04022010-112116/publico/
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<http://www.casaruibarbosa.gov.br/escritos/numero05/
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<https://misleinehistoria.wordpress.com/category/a-escravidao-e-os-pensadores-gregos/>.
Acesso em: 12 de maio de 2019.

<http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/3_Imperio/lei%20do
%20ventrelivre%20e%20lei%20aurea.htm>. Acesso em: 12 de maio de 2019.

<https://m-brasilescola-uol-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/m.brasilescola.uol.com.br/amp/
historiab/a-resistenciadosescravos.htmamp_js_v=a2&amp_gsa=1&usqp=mq331AQCCAA
%3D#referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&amp_tf=Fonte%3A
%20%251%24s&ampshare=https%3A%2F%2Fbrasilescola.uol.com.br%2Fhistoriab
%2Fa-resistencia-dos-escravos.htm>. Acesso em: 12 de maio de 2019.

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