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A questão escravista e abolição da escravatura

Nome:Raphael Gonçalves Sampaio

Data,27/10/2022

Tema:Encerramento

Abolição da escravatura
A abolição da escravatura foi um dos acontecimentos mais marcantes da história do Brasil e determinou
o fim da escravização dos negros no Brasil. A abolição do trabalho escravo ocorreu por meio da Lei
Áurea, aprovada no dia 13 de maio de 1888 com a assinatura da regente do Brasil, a princesa Isabel. A
abolição da escravatura foi a conclusão de uma campanha popular que pressionou o Império para que a
instituição da escravidão fosse abolida de nosso país.

A abolição da escravatura foi um dos acontecimentos mais marcantes da história do Brasil e determinou
o fim da escravização dos negros no Brasil. A abolição do trabalho escravo ocorreu por meio da Lei
Áurea, aprovada no dia 13 de maio de 1888 com a assinatura da regente do Brasil, a princesa Isabel. A
abolição da escravatura foi a conclusão de uma campanha popular que pressionou o Império para que a
instituição da escravidão fosse abolida de nosso país.

A abolição do trabalho escravo foi um assunto debatido em nosso país ao longo de todo o século XIX.
Esse assunto já era discutido por algumas personalidades nos primeiros anos de nossa independência,
como José Bonifácio, e se arrastou ao longo de todo o período monárquico. Mas o primeiro assunto que
tomou real importância no cenário político de nosso país foi a proibição do tráfico negreiro.

O tráfico existia no Brasil desde meados do século XVI, porém, no século XIX, os ingleses começaram a
pressionar, primeiramente, Portugal e, em seguida, o Brasil para que o tráfico negreiro fosse proibido
aqui. A pressão inglesa fez o Brasil assumir compromissos com a proibição do tráfico negreiro, na década
de 1820.

Esse compromisso resultou na Lei Feijó, de 1831, mas, mesmo assim, o tráfico negreiro continuou,
desembarcando milhares de africanos todos os anos no Brasil. Em 1845, a Inglaterra, enfurecida com a
postura permissiva do Brasil com o tráfico, decretou o Bill Aberdeen, lei que permitia às embarcações
britânicas invadirem nossas águas territoriais para apreender os navios negreiros.

O risco de uma guerra entre Brasil e Inglaterra por conta do Bill Aberdeen fez com que fosse aprovada
uma lei, em 1850, conhecida como Lei Eusébio de Queirós. Essa lei decretava a proibição definitiva
sobre o tráfico negreiro no Brasil, mas permitia que os africanos que chegaram após a lei de 1831
continuassem como escravos. Com essa lei, a repressão ao tráfico negreiro foi efetiva e, de 1851 até
1856, “somente” 6900 africanos chegaram ao Brasil|1|.
Com a proibição do tráfico, foi iniciado um processo de transição, pois, uma vez que a fonte que
renovava os números de escravos no Brasil tinha acabado, era natural que com o tempo a escravidão no
país fosse abolida, já que não havia a renovação natural da população de escravos no país. A intenção
dos escravocratas era tornar essa transição a mais longa possível.

Na década de 1860, a pressão sobre o Império pelo fim da escravidão era enorme, porque a Rússia havia
acabado com a servidão em seu território e os Estados Unidos havia abolido a escravidão depois da
Guerra Civil. Isso tornava o Brasil, Porto Rico e Cuba os últimos locais escravocratas do continente
americano.

Nesse contexto, o movimento abolicionista começou a se estruturar, mas, politicamente, a pauta não
avançava por conta da Guerra do Paraguai. Com o fim do conflito, em 1870, os movimentos
abolicionistas ganharam força e o debate pelo fim da escravidão além de tornar-se pauta importante na
política, também tornou-se um debate relevante na sociedade brasileira.

Movimento abolicionista

A abolição da escravatura no Brasil não foi resultado da benevolência do Império, como muitos
acreditam. Essa conquista foi resultado do engajamento popular contra essa instituição, e a pressão
popular sobre o Império foi o fator que fez com que a escravidão fosse abolida em 13 de maio de
1888.

Conforme o movimento abolicionista ganhava força, os grupos escravocratas articulavam-se


politicamente para barrar o avanço do abolicionismo. O debate no campo político encaminhou a
aprovação de uma lei, em 1871, conhecida como Lei do Ventre Livre.

Essa lei declarava que todo nascido de escrava, a partir de 1871, seria declarado livre, mas desde que
prestasse um tempo de serviço, sendo libertado com oito anos (com indenização) ou com vinte e um
anos (sem indenização).

Essa lei foi decretada para atender uma série de interesses dos donos de escravos, mas foi utilizada
frequentemente por advogados e rábulas (advogado sem formação acadêmica) abolicionistas na
defesa dos escravizados. Essa atuação na lei foi uma das formas de resistência popular contra a
instituição da escravidão em nosso país. Outra lei criada pelos escravocratas para atender seus
interesses de transição gradual foi a Lei dos Sexagenários, de 1885.
A mobilização abolicionista, por sua vez, não ficou reclusa a isso. Entre 1868 e 1871, surgiram 25
associações que defendiam a abolição em diferentes províncias do Brasil|2|. Um dos nomes que já
estava envolvido com essas associações foi Luís Gama, advogado negro que atuou arduamente na
defesa da abolição.

O crescimento da causa abolicionista aconteceu a partir da década de 1870, mas, na década de 1880,
esse foi o assunto mais debatido do país. O crescimento do abolicionismo é expresso no dado que
aponta que, entre 1878 e 1885, surgiram 227 associações abolicionistas no país|3|. Essa quantidade
de associações contribuiu para espalhar a causa publicamente e fez com que as classes populares do
país começassem a defender o abolicionismo.

Entre essas associações, a maior e mais importante delas foi a Confederação Abolicionista, associação
criada por André Rebouças e José do Patrocínio. A historiadora Ângela Alonso alega que a
Confederação Abolicionista “coordenou a propaganda em escala nacional, agrupando associações e
desencadeando a campanha de libertação”|4|.

A resistência contra a escravidão também ocorreu nas vias “ilegais” (pela legislação da época) e era
comum que pessoas abrigassem escravos fugidos e que essas associações abolicionistas organizassem
movimentos que roubavam escravos de seus donos e os levavam para o Ceará (local onde a abolição
aconteceu em 1884). Caso tenha interesse em saber mais sobre isso, sugerimos a leitura deste texto:
Caifazes e o abolicionismo popular.

Esses grupos abolicionistas criavam rotas de fuga para os escravos, divulgavam panfletos, publicavam
textos em defesa da causa em jornais, organizavam conferências e eventos públicos, forjavam papeis
de alforria etc. Grupos intelectualizados, como escritores, advogados e jornalistas aderiram à causa,
mas também grupos populares, como associações de trabalhadores.

A movimentação contra a escravidão não aconteceu apenas pela população livre do Brasil, mas
contou com o envolvimento fundamental dos escravos.
Segundo o historiador João José Reis|5|, a ação dos escravos foi fundamental, pois impôs os limites
aos senhores de escravos e contribuiu abertamente para a abolição da escravatura em 1888.

Durante todo o século XVIII, mas, principalmente a partir da década de 1870, os escravos
organizaram-se e rebelaram-se contra a escravidão. Entre as formas de resistência estão as fugas que
poderiam ser individuais ou coletivas, as revoltas que exigiam melhorias no seu trato e havia revoltas
que resultavam na morte dos senhores de escravos.

Os escravos que fugiam abrigavam-se em quilombos que, na segunda metade do século XIX, se
espalharam pelo país, sobretudo em regiões como Santos e o Rio de Janeiro. Em um desses
quilombos – o Quilombo do Leblon – surgiu o símbolo do movimento abolicionista na década de 1870
e 1880: a camélia branca.

A camélia branca era uma flor cultivada pelos quilombolas do Quilombo do Leblon e tornou-se um
símbolo do abolicionismo no Brasil.

Nesse quilombo, os escravos cultivavam camélias brancas para vender e, com o tempo, essa flor
tornou-se símbolo da causa. Isso foi resultado da propaganda abolicionista e, segundo as
historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling afirmaram, “portar uma camélia na botoeira do paletó
ou cultivá-la no jardim de casa era gesto político”|6|. Esse gesto demonstrava que a pessoa apoiava a
causa abolicionista.

Dia da abolição da escravatura

A Lei Áurea foi aprovada depois que a princesa Isabel assinou a lei, em 13 de maio de 1888.*

A adesão de diferentes grupos ao abolicionismo fez com que a causa ganhasse força em nível
nacional. Essa ação, como percebemos, mobilizou os próprios escravos, contou com a adesão de
diferentes grupos da sociedade e tomou espaço no debate político. Em 1887, a situação era
insustentável: as revoltas de escravos espalhavam-se pelo país e as autoridades não conseguiam mais
controlá-las.

Os abolicionistas chegaram até a convocar a população às armas para defender a causa abolicionista,
e, no começo de 1888, parte dos grupos políticos que defendiam a escravidão acabaram aderindo à
causa abolicionista. O projeto pela abolição foi proposto pelo político do Partido Conservador João
Alfredo, e, após ser aprovada pelo Senado, foi levada para que a regente do Brasil, a princesa Isabel
assinasse a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.

Com a aprovação da Lei Áurea, a festa do povo espalhou-se pelas ruas do Rio de Janeiro e foi
estendida por dias. As festas populares não aconteceram somente no Rio de Janeiro, mas
espalharam-se pelo país e ocorreram em locais como Recife e Rio de Janeiro e em zonas rurais do
país.

Resumo
 A abolição da escravidão foi um tema que atravessou o debate político no Brasil, durante o
século XIX.
 Em 1850, em decorrência da pressão dos ingleses, foi aprovada, no Brasil, a Lei Eusébio de
Queirós, lei que proibia o tráfico negreiro.
 Grandes nomes do abolicionismo brasileiro foram Luís Gama, André Rebouças e José do
Patrocínio.
 A Confederação Abolicionista foi a maior associação abolicionista do país e organizou ações pela
causa no Brasil.
 Algumas leis abolicionistas aprovadas durante o percurso foram a Lei do Ventre Livre e Lei dos
Sexagenários.
 Os movimentos abolicionistas organizavam-se de diversas formas, como divulgando panfletos,
organizando conferências etc.
 Os escravos também resistiram, organizando fugas, revoltando-se contra seus senhores etc.
 A abolição aconteceu em 13 de maio de 1888, quando a Lei Áurea foi assinada pela princesa
Isabel.

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