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Lei Eusébio de Queirós de 1850

A lei n. 581, de 4 de setembro de 1850, conhecida como Lei Eusébio de Queirós, estabeleceu
medidas para a repressão do tráfico de africanos no Império. Foi uma das primeiras leis
abolicionistas da nossa história e, seu nome é uma referência ao seu autor, o senador e então
ministro da Justiça do Brasil Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara. 

Sua promulgação é relacionada, sobretudo, às pressões britânicas sobre o governo brasileiro para
a extinção da escravidão no país, que se iniciaram em 1807, quando o governo inglês proibiu o
comércio de escravizados, começando uma campanha internacional pela abolição do tráfico de
africanos.
Em 1815 e 1817 dois tratados foram assinados com o rei de Portugal proibindo o tráfico, que
perdeu a validade quando o Brasil se tornou independente em 1822, a qual não seria reconhecida
pela Inglaterra sem a proibição da importação de escravizados.
Em 1831, o governo brasileiro promulgou uma lei para reprimir o tráfico, conhecida como “lei para
inglês ver”, pois ao invés do tráfico cessar, este acabou crescendo, seja pelo preço baixo dos
escravos, a demanda das lavouras, ou pela falta de repressão efetiva das autoridades.
Assim, o governo da Grã-Bretanha instituiu a lei conhecida como Bill Aberdeen (de agosto de
1845), que proibia o comércio de escravos entre África e América, concedendo o direito à marinha
britânica de apreender qualquer embarcação com escravos que tivesse como destino o Brasil. Essa
medida colocou em xeque o governo brasileiro, que, mesmo alegando que a atitude britânica feria
a soberania nacional, promulgou em 1850 a Lei Eusébio de Queirós.

Mas a extinção da escravidão no Brasil ainda seria postergada, pois ganhou força o tráfico externo
ilegal e interno de negros e, só com o aumento da fiscalização na década de 1870, que começou a
faltar mão de obra escrava, o que levou a busca de trabalhadores assalariados, aumentando a
entrada de imigrantes, principalmente europeus.

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O ministro da Justiça Eusébio de Queirós: criador da lei
Lei do Ventre Livre
A lei n. 2.040, promulgada pela Princesa Isabel em 28 de setembro de 1871, conhecida
como Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco, é considerada um marco no processo abolicionista
brasileiro.
Em linhas gerais, garantia que as crianças nascidas a partir da sua promulgação seriam
consideradas livres. Elas deveriam ficar sob a guarda dos senhores de suas mães até completarem
oito anos de idade. Após essa idade, o senhor teria a opção de entregar o menor ao governo e
receber uma indenização, ou utilizar seus serviços até os 21 anos, o que era mais comum (mão de
obra barata).
Um outro aspecto importante da lei foi em relação às possibilidades de aforramento,
através de um fundo de emancipação destinado a alforrias anuais, que deveria existir em cada
província do Império, ou através da compra da liberdade pelo próprio escravo, agora autorizado a
formar um pecúlio que poderia vir de doações, legados, heranças ou, com o consentimento do
senhor, do seu trabalho e economias.
Além disso, a legislação também proibiu a separação de cônjuges e dos filhos menores de
doze anos, no caso de venda, e tratou da libertação dos escravos pertencentes à nação, dados em
usufruto à Coroa, das heranças vagas e dos abandonados por seus senhores.
Por fim, a lei determinou a matrícula especial de todos os escravos existentes no Império,
com declaração de nome, sexo, estado, aptidão para o trabalho e filiação de cada um, se fosse
conhecida e, caso os escravos, por culpa ou omissão dos interessados, não fossem matriculados
até um ano depois da promulgação da lei, seriam considerados libertos.
Assim, apesar de ser um importante passo para o processo gradual de abolição, a lei serviu
para mostrar a preocupação do governo em acabar com um sistema escravagista em decadência,
pois estava ficando isolado do resto do mundo, e como forma de atenuar as tensões existentes à
época, haja vista a escravidão ter sido abolida em outros países e os negros terem ganhado força
para lutar por sua liberdade no Brasil.
Lei Áurea

A lei n. 3.353, de 13 de maio de 1888, talvez seja o mais breve e famoso ato legal da história
do Brasil. Mais conhecida como Lei Áurea, possui apenas dois artigos:
“Art. 1º É declarada extinta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brasil.
Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.”
Esses poucos artigos puseram fim a quase quatro séculos de escravidão no Brasil. Apesar de
as pressões para a extinção do trabalho cativo datarem do início do século XIX, o Império brasileiro
adiou a abolição do trabalho servil por quase 80 anos. Enquanto as nações estrangeiras, sobretudo
a Inglaterra, condenavam a escravidão e parte da elite nacional a considerava uma instituição
bárbara e atrasada, havia uma grande resistência à abolição por parte, sobretudo, da classe
senhorial e escravista.
A abolição do trabalho escravo do Brasil foi o resultado de um processo de luta popular, que
contou com a adesão de parcelas consideráveis da sociedade brasileira, inicialmente do nordeste;
mobilização política dos defensores do abolicionismo, que buscaram várias formas de trazer a
abolição, como as leis, Euzebio de Queiroz e do Ventre Livre, e a lei dos Sexagerários ( lei n. 3.270,
de 28 de setembro de 1885 que destacava a libertação dos escravos a partir dos 60 anos); e a
resistência dos escravos ao longo do século XIX, com fugas em massa. 
Assim, cada vez mais as pressões aumentavam e, em 1888, com a substituição do gabinete
de Cotegipe (mais conservador) pelo de João Alfredo Correia de Oliveira, mais favorável ao fim da
escravidão surgiu o projeto de abolição da escravidão mediante indenização dos proprietários, que
obrigava os libertos a prestarem serviço por três meses para garantir a colheita do café e, também
proibindo a mudança de província por seis anos, o que foi rejeitado pela regente princesa Isabel,
assim como a maioria dos liberais. Então, foi submetida outra proposta inspirada em um projeto
de André Rebouças, que libertava incondicionalmente os escravos, o qual foi aprovado em 13 de
maio de 1888.
Contudo, o Brasil, foi o último país das Américas a abolir a escravidão e aderir aos novos
padrões civilizacionais que estavam surgindo no mundo.
Lei Eusébio de Queirós. Publicado em http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-
2/288-lei-euzebio-de-queiroz. Visitado em 13 de junho de 2023.

Lei do ventre livre. Publicado em http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/286-lei-


do-ventre-livre. Visitado em 13 de junho de 2023.

Lei do ventre libre. Publicado em https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/lei-do-


ventre-livre. Visitado em 13 de junho de 2023.

Lei Áurea. Encontrado em http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/276-lei-aurea.


Visitado em 13 de junho de 2023.

Abolição da Escravatura. Publicado em https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/abolicao-


escravatura.htm. Visitado em 13 de junho de 2023.

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