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O Segundo Reinado é o período marcado pelos 48 anos em que D. Pedro II esteve no poder, de 1840
até 1889. Essa 2ª fase do Brasil Monárquico marcou a história do Brasil.
CONTEÚDO
Segundo Reinado e o Golpe da Maioridade
Expansão cafeeira
- Fatores da expansão cafeeira:
Revolução Praieira
- Principais características da Revolução Praieira
Parlamentarismo às avessas
Política externa: Questão Christie
Crise do escravismo
Imigração europeia para o Brasil
Lei de Terras
Surto industrial
Guerra do Paraguai
- Principais consequências da guerra do Paraguai para o Brasil
- Principais consequências desse conflito para o Paraguai
Crise do império
Movimento Republicano e Queda do Império
5 Questões sobre o Segundo Reinado
Expansão cafeeira
A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil se torna o maior produtor e exportador mundial de café.
Em determinado momento, o país chegou a ter café suficiente para atender a demanda de consumo mundial por
até três anos.
Revolução Praieira
A Revolução Praieira aconteceu no Estado de Pernambuco, e foi a primeira enfrentada pelo governo de D. Pedro
II, em 1848. Os principais fatores motivadores dessa revolução foram a miséria das camadas populares, o
aumento da centralização do governo imperial, o controle do comércio atacadista por portugueses e o aumento
da concentração fundiária.
Há quem diga que esta revolução teve influência dos ideais europeus que surgiram com a Revolução de 1830 e
1848.
Principais características da Revolução Praieira
A Revolução Praieira teve como principais características o viés popular, marcada pelo republicanismo, o
federalismo, o antilusitanismo e o socialismo utópico, representado pela “Primavera dos Povos”.
Parlamentarismo às avessas
Durante o governo de D. Pedro II, dois partidos dividiam as atenções no cenário político brasileiro. De um lado, o
partido liberal, democrático e revolucionário. Do outro, o partido Conservador, autoritário e
defensor do absolutismo. A partir da renúncia de seu pai, D. Pedro II decide alterar a forma de governo no país,
e adota o sistema utilizado pela Inglaterra na época: o Parlamentarismo.
No Brasil, o sistema ficou conhecido como Parlamentarismo às avessas porque os representantes eram
escolhidos pelo imperador, e não pelo povo, como tradicionalmente acontece.
Crise do escravismo
A pressão da Inglaterra pelo fim do escravismo e tráfico negreiro no Brasil estava cada vez mais intensa e se
complicou após a implantação das famosas “leis para inglês ver”, em 1831.
Isso levou a Inglaterra a tomar medidas drásticas, como a criação da Bill Aberdeen, em 1845, que autorizava a
marinha do país a interceptar e prender navios negreiros. Em seguida, já em 1850, veio a publicação da lei
Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro para o Brasil.
Entre as principais consequências, houve aumento de investimento para outras áreas, o aumento do preço dos
escravos e o crescimento do tráfico interno, além do trabalho livre dos imigrantes europeus.
As leis abolicionistas vieram por parte dos escravocratas que se sentiram prejudicados com o fim do tráfico
negreiro. Ou seja, com a Lei Eusébio de Queiroz, os navios que traziam os negros do continente africano
estavam proibidos de circular. Assim, foram aprovadas entre os anos de 1850 e 1888.
Interior de um navio negreiro, pintura do artista alemão Johann Moritz. Fonte: Info Escola
Dessa forma, os senhores de engenho não teriam mão de obra para a quantidade exagerada de trabalho.
Assim, as leis foram criadas como forma de desacelerar a rápida movimentação dos abolicionistas que
queriam acabar com a escravidão no país.
O tráfico negreiro só foi impedido graças à pressão da Inglaterra sobre o Brasil. Dessa maneira, por meio
da lei Bill Aberdeen, os ingleses mantinham constantes pressões sobre o país em relação à escravidão.
Nesse sentido, atendendo à pressão inglesa, criou-se a Lei Eusébio de Queiroz. A lei proibia a total
circulação dos navios negreiros.
Assim, as leis de abolição surgiram em decorrência da posição mal vista do Brasil, e de outros países
da América do Sul, que ainda mantinham a escravidão. Dessa forma, os escravos começaram a se
revoltar, e grupos de pessoas que eram à favor da abolição começaram a surgir.
No dia 28 de setembro comemora-se o dia da Lei do Ventre Livre. Fonte: Amambi Notícias
De início os escravocratas não aceitaram a lei. Isso porque, afirmam que estariam perdendo mão de obra
para os trabalhos nas fazendas. Para os abolicionistas mais radicais a ideia também não aderida logo de
início. Nesse sentido, defendiam que a abolição da escravidão deveria ocorrer de forma rápida, e não de
maneira gradual.
Lei dos Sexagenários libertava os escravos do Brasil com de 60 anos de idade ou mais.
Entretanto, após a criação da lei dos sexagenários, os abolicionistas, junto ao escravos, começaram a
intensificar as lutas. Dessa maneira, não demorou muito para que a lei que determinava o fim permanente
da escravidão fosse decretada. Assim, em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea foi promulgada e a escravidão
foi abolida.
Você sabia?
O abolicionismo foi um movimento do final do século XVIII que tinha o objetivo de acabar com a escravidão;
A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798), na Bahia, é um exemplo do movimento abolicionista;
Os abolicionistas eram um grupo que reunia desde escravos até religiosos, republicanos, elite política,
intelectuais brancos e etc.
Lei de Terras
A partir de 1850, com a implantação da Lei de Terras, fica definido que o acesso à terra se daria apenas pela
compra. Todas as outras formas de acesso a esse bem, utilizadas anteriormente, ficam suspensas com a nova
lei.
O principal objetivo era dificultar o acesso dos imigrantes às terras do país, principalmente os pobres e ex-
escravos. Como consequência dessa nova lei, a terra passou a ser vista como uma mercadoria e o processo de
compra acabou gerando a concentração fundiária.
Surto industrial
Um episódio marcante do Segundo Reinado foi o surto industrial provocado pela disponibilidade de capitais
que tomou conta do país por dois principais motivos: a exportação do café, que gerou renda para o mercado
nacional, e a proibição do tráfico negreiro. A indústria brasileira viveu um forte momento de desenvolvimento a
partir da instauração da Tarifa Alves Branco, que taxava em ao menos 30% os produtos importados que
não tivessem produção semelhante interna e até 60% para os produtos que já tivessem algum semelhante sendo
produzido internamente.
Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança é considerada o maior conflito do continente sul-
americano, e foi motivado pelas intervenções do Brasil na política interna do Uruguai. Além disso, também
aconteceu o projeto expansionista paraguaio, com ditador Solano Lopes em busca de uma saída para o Atlântico.
A Tríplice Aliança era formada por Brasil, Uruguai e Argentina. Algumas das principais ações ocorridas
durante esse conflito foi o apresamento de um navio brasileiro, a invasão do Mato Grosso pelo Paraguai e a
invasão do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai feita pelo Paraguai.
Principais consequências da guerra do Paraguai para o Brasil
O fortalecimento do exército;
Aumento do ideal abolicionista;
Aumento do republicanismo;
Aumento da dívida externa.
Crise do império
Aos poucos, houve início a crise do império e o começo do declínio do poder de D. Pedro II. A crise do império
foi marcada por uma série de questões que atingiram o mandato do monarca português de diversas maneiras.
Questão religiosa: proibição de católicos na maçonaria;
Questão militar: crescimento do exército, luta pelo abolicionismo, republicanismo e positivismo;
Questão abolicionista: instauração da Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários e Lei Áurea, os latifundiários
e escravocratas ficaram insatisfeitos e passaram a não apoiar o Imperador.
ATIVIDADES
Agora que você já sabe mais sobre este importante tema, é hora de testar seus conhecimentos e fixar todo o
conteúdo que foi apresentado.
Segue uma lista com 5 questões sobre o Segundo Reinado:
2) MACKENZIE 2015
"Como resultado desse mecanismo, houve, em um governo de cinquenta anos, a sucessão de 36
gabinetes, com a média de um ano e três meses de duração cada um. (...) Tratava-se de um sistema
flexível que permitia o rodízio dos dois principais partidos no governo, sem maiores traumas. Para quem
estivesse na oposição, havia sempre a esperança de ser chamado a governar. Assim, o recurso às armas
se tornou desnecessário".
Boris Fausto. História do Brasil. 13a ed. São Paulo: EDUSP, 2008, pp.179-180
O texto refere-se
a) à República Oligárquica, cujo revezamento político das oligarquias paulista e mineira, no plano federal,
consolidou os interesses da elite agroexportadora.
b) ao sistema político vigente no Segundo Reinado, que fortaleceu a figura do monarca e consolidou a
ordem aristocrática-latifundiária-escravista imperial.
c) ao sistema bipartidário do Regime Militar no Brasil, que criou mecanismos fraudulentos de eleições e
suprimiu as liberdades individuais dos cidadãos.
d) às divisões políticas e partidárias da República Populista, com os embates entre os conservadores e os
entreguistas, no tocante a condução da política econômica.
e) aos mecanismos de poder existentes na Era Vargas, que permitiu o fortalecimento do presidente ao
alternar no poder os grupos políticos aliados a ele.
3) UFRGS 2015
Leia o segmento abaixo, escrito entre os dias 18 e 19 de maio de 1888.
O momento politico e social é grave, gravíssimo. Os problemas que nos assediam, a despeito de havermos
arredado o trambolho da questão servil, são ainda muito sérios, são da índole daqueles que decidem o futuro
de um povo.
ROMERO, Sílvio. Prólogo da 1ª edição. In: História da literatura brasileira. Tomo I. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1953.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que
aparecem.
O trecho faz referência ao contexto de __________, agravada, entre outros fatores, pela consolidação dos
ideais __________, pela extinção formal do __________, pelo descontentamento dos __________ em
relação ao governo central, culminando com o fim da monarquia no Brasil em 1889.