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Brasil Pré-Cabralino

- Fontes principais: Arqueologia


- Hipótese de ocupação: Glaciações há milhares de anos
- Rotas de migração:
- Estreito de Bering e Oceano Pacífico
- Litoral da Venezuela e Colômbia
- Andes
- Oceano Pacífico pela Patagônia
- Caribe para o litoral nordestino
- Grupos arqueológicos:
- Negroides (África)
- Semelhança com aborígenes da Oceania
- Asiáticos (povoamento da América Latina)
- Fósseis:
- Luzia (11 mil anos, Minas Gerais)
- Pinturas rupestres (3-10 mil anos, Rio Grande do Norte; 12 mil anos, Piauí)
- Desenvolvimento cultural:
- Agricultura, escrita, arte, engenharia
- Inicialmente subsistência (caça, coleta, pesca)
- Sedentarização:
- Sul do Brasil (4 mil anos)
- Plantio de milho, casas subterrâneas, cerâmicas (populações Xokleng)
- Tupis-guaranis:
- Vestígios de 900 anos atrás
- Possível migração da Amazônia para regiões litorâneas
- Região amazônica:
- Objetos de pedra e cerâmica há pelo menos 5 mil anos
- Cultura Santarém e Marajoara (Pará)
- Expansão tupi-guarani antes da chegada europeia
- Dizimação após chegada dos portugueses

Período Pré-Colonial (1500-1530)


O Brasil pré-colonial, ou seja, de 1500 a 1530, foi marcado pela chegada dos portugueses e
uma economia pautada na exploração do pau-brasil, com uso de mão de obra indígena.
Portugal não tinha, nos primeiros 30 anos, uma política efetiva para a colonização e
ocupação brasileira. Foram instaladas feitorias (locais fortificados em portos que serviam
como entrepostos comerciais para escoamento do que era retirado nas colônias) apenas
em alguns pontos do litoral — onde hoje estão os estados do Rio de Janeiro, Bahia e
Pernambuco —, assim como já era feito na África.
Pedro Álvares Cabral chegou aqui com 13 caravelas. Inicialmente, dizia-se que pretendia
chegar às Índias, mas desviou, vindo parar no Brasil. Essa hipótese tem sido refutada por
muitos historiadores, que afirmam que havia intencionalidade na expedição cabralina,
afinal portugueses e espanhóis estavam em plena disputa pelas expansões marítimas no
período.
No entanto, os interesses econômicos de Portugal no Brasil não eram grandes. O pau-brasil
aqui coletado era utilizado somente para fabricação de tintas e correspondia a menos que
3% de todas as atividades comerciais portuguesas.
Os indígenas retiravam a madeira e levavam até os portos. Em troca, recebiam objetos
variados sem muito valor. Essa prática era chamada de escambo.
Apenas a ameaça de invasões de outros países em território brasileiro fez com que Portugal
começasse a despender maiores atenções ao Brasil. Assim, em 1534, foram criadas as
capitanias hereditárias.

Brasil Colônia (1530-1815)


- Período de 1500 a 1822
- Instalação das capitanias hereditárias a partir de 1534
- Fim do ciclo de exploração do pau-brasil, substituído pela cana-de-açúcar
- Prosperidade das capitanias de Pernambuco e São Vicente
- Instituição do Governo-Geral para conter revoltas indígenas e estrangeiras
- Ocupações estrangeiras (francesa e holandesa)
- Apoio da Companhia de Jesus ao Governo-Geral
- Ciclo do açúcar:
- Início na metade do século XVI
- Cana-de-açúcar como principal riqueza
- Monocultura e mão de obra escravizada (plantation)
- Crise açucareira no final do século XVII
- Entradas e bandeiras para buscar ouro e escravizar indígenas
- Ciclo do ouro:
- Início no final do século XVII
- Descoberta de minas em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás
- Utilização da mão de obra africana escravizada
- Lutas por independência influenciadas por movimentos em outras colônias americanas
- Transição para a economia cafeeira no final do século XVIII
- Independência do Brasil em 1822
- Confrontos e revoltas coloniais durante o Brasil Colônia:
• Guerra dos Mascates: Conflito entre comerciantes portugueses e holandeses em
Pernambuco, de 1710 a 1711.
• Inconfidência Mineira: Movimento separatista em Minas Gerais, liderado por intelectuais,
em 1789.
• Conjuração Baiana: Revolta popular na Bahia, em 1798, contra a dominação portuguesa e
a escravidão.
• Guerra dos Emboabas: Conflito entre paulistas e emboabas (forasteiros) em Minas Gerais,
de 1708 a 1709.
• Rebelião de Vila Rica: Movimento contra a cobrança de impostos em Minas Gerais, em
1720.
• Outras revoltas coloniais: Diversos conflitos regionais contra a administração colonial,
como a Revolta de Beckman no Maranhão, a Revolta de Felipe dos Santos em Minas Gerais,
entre outras.

Brasil Império (1822-1889)


- Primeiro Reinado (1822-1831):
- Dom Pedro I como primeiro imperador: Dom Pedro I foi o líder responsável por declarar
a independência do Brasil e se tornar o primeiro imperador do país.
- Independência em 1822: O Brasil se tornou independente de Portugal em 1822, após um
longo processo que culminou com o famoso "Grito do Ipiranga".
- Fim do ciclo de exploração do pau-brasil: O pau-brasil foi a principal riqueza explorada
pelos portugueses no início da colonização e seu ciclo econômico chegou ao fim no início
do Império.
- Instauração da monarquia: Com a independência, o Brasil se tornou uma monarquia,
com Dom Pedro I como imperador.
- Constituição de 1824: A primeira Constituição do Brasil foi promulgada em 1824,
estabelecendo as bases políticas e jurídicas do país.
- Renúncia de Dom Pedro I em 1831: Após enfrentar diversas crises e revoltas, Dom Pedro
I renunciou ao trono em 1831, deixando o país sob regência até a maioridade de seu filho,
Dom Pedro II.
- Período Regencial (1831-1840):
- Governo de regentes até a maioridade de Dom Pedro II: Com a renúncia de Dom Pedro I,
o Brasil foi governado por regentes até que seu filho, Dom Pedro II, atingisse a maioridade.
- Tensões e revoltas:
- Cabanagem (1835-1840): Revolta popular no Grão-Pará, marcada por disputas locais
contra a pobreza e a desigualdade.
- Balaiada (1838-1841): Revolta no Maranhão motivada por insatisfações sociais e
políticas.
- Sabinada (1837-1838): Movimento separatista na Bahia com o objetivo de estabelecer
uma república.
- Revolta dos Malês (1835): Revolta de escravos muçulmanos em Salvador.
- Revolta dos Farrapos (1835-1845): Movimento separatista no Rio Grande do Sul
motivado por questões políticas e econômicas.
- Golpe da Maioridade em 1840: Antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que assumiu
o trono aos 14 anos.
- Segundo Reinado (1840-1889):
- Disputas entre partidos conservador e liberal: O período foi marcado por conflitos
políticos entre os partidos conservador e liberal, que disputavam o poder no país.
- Parlamentarismo às avessas: O Brasil funcionava como uma monarquia parlamentarista,
mas com o imperador sempre intercedendo para garantir seus interesses.
- Guerra do Paraguai (1864-1870): Conflito envolvendo o Brasil, Argentina, Uruguai e
Paraguai, que resultou na derrota paraguaia e na perda de vidas e recursos significativos.
- Abolição da escravatura (1888): A Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, aboliu a
escravidão no Brasil em 1888.
- Crise econômica e instabilidade política: O final do período foi marcado por uma crise
econômica e política, com insatisfações crescentes em relação à monarquia.
- Proclamação da República em 1889: Um golpe militar liderado por Deodoro da Fonseca
resultou na proclamação da República e no fim do Império.

República Velha:
• Período: 1889-1930
• Marcos Iniciais: Golpe que acabou com o Império, Revolução de 1930
• Divisão:
• República da Espada (1889-1894): Governos militares de Deodoro da Fonseca e
Floriano Peixoto, marcados por instabilidade política e econômica.
• República Oligárquica (1894-1930): Governos civis marcados pelo predomínio político
das oligarquias, coronelismo e voto de cabresto.
• Política do Café com Leite: Acordo político entre São Paulo e Minas Gerais para
alternar a presidência, representando interesses agrários.
• Política dos Governadores: Implementada por Campos Sales, consistia em garantir a
estabilidade política por meio da negociação de apoio entre o governo federal e os estados.
• Crises e Revoltas:
• Revolta da Armada (1891-1894): Movimento da marinha contra o governo de
Deodoro e Floriano.
• Encilhamento: Política econômica de Rui Barbosa que gerou crise financeira com
emissão de moeda sem lastro.
• Revoltas Populares: Guerra de Canudos, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, entre
outras.
• Guerra de Canudos (1896-1897, BA): Conflito entre o movimento liderado por
Antônio Conselheiro e o governo, motivado por questões sociais e religiosas. Canudos era
uma comunidade que contestava a República e suas políticas.
• Revolta da Vacina (1904, RJ): Protesto contra a vacinação obrigatória contra a varíola,
vista como uma imposição autoritária do governo. Demonstrou a insatisfação popular com
as medidas sanitárias.
• Revolta da Chibata (1910, RJ): Revolta de marinheiros contra os castigos físicos na
Marinha, conhecidos como chibatadas. Resultou na abolição desse tipo de punição e
marcou a luta por direitos trabalhistas.
• Movimento Tenentista (a partir de 1920): Movimento de oficiais do Exército
insatisfeitos com a política oligárquica e corrupta da República Velha. Os tenentes
buscavam reformas políticas e sociais e foram importantes na preparação do cenário para a
Revolução de 1930.
• Legado: Consolidação da República, criação de símbolos nacionais, instauração de
uma ordem política e econômica oligárquica.
Era Vargas
• Início em 1930, com a Revolução que depôs Washington Luís.
• Dividida em dois períodos: de 1930 a 1937 e de 1937 a 1945 (Estado Novo).
• Centralização do poder no Executivo, enfraquecendo os Poderes Legislativos.
• Explicação: Vargas concentrava poderes decisórios, reduzindo a autonomia do
Legislativo.
• Política trabalhista, com a criação da CLT e ampliação dos direitos dos trabalhadores.
• Paternalismo e propaganda governamental intensa através do DIP.
• Explicação: O Departamento de Imprensa e Propaganda foi utilizado para promover a
imagem positiva do governo e de Vargas, consolidando seu apoio popular.
• Populismo: Vargas era visto como um líder carismático que buscava conciliar
diferentes interesses na sociedade.
Estado Novo (1937-1945)
• Período ditatorial, iniciado com o Golpe de Estado de 1937.
• Intensificação do autoritarismo, com restrição de direitos e repressão política.
• Fim em 1945, com a renúncia de Vargas, forçada pelos militares.
• Explicação: O Estado Novo marcou uma fase de maior repressão política e restrição
de liberdades individuais, encerrada com a pressão militar pela saída de Vargas do poder.

Quarta República (1946-1964)


• Início em 1946, após o fim do Estado Novo, e fim em 1964, com o Golpe Militar.
• Conhecida como República Populista, caracterizada pelo caráter das governanças.
• Explicação: Os presidentes desse período adotaram políticas populistas, buscando o
apoio das massas e promovendo medidas de cunho social.
• Também chamada de hiato democrático, por ocorrer entre duas ditaduras (a de
Vargas e a dos militares).
• Explicação: O período foi marcado pela instabilidade política e pela alternância entre
avanços democráticos e autoritarismo.
• Presidentes:
• Eurico Gaspar Dutra (1946-1951): Primeiro presidente da Quarta República, teve um
governo conservador e pró-EUA.
• Getúlio Vargas (1951-1954): Retornou à presidência após ser eleito
democraticamente, mas seu governo foi marcado por crises políticas e econômicas.
• Café Filho (1954-1955): Assumiu a presidência após a renúncia de Vargas,
enfrentando instabilidade política.
• Carlos Luz (1955): Presidente por poucos dias, deposto após o Golpe de 1955.
• Nereu Ramos (1955-1956): Assumiu após o Golpe de 1955, enfrentando uma crise
política.
• Juscelino Kubitschek (1956-1961): Governou durante um período de grande
crescimento econômico e desenvolvimento, com o plano de metas.
• Jânio Quadros (1961): Presidente de curto mandato, renunciou de forma inesperada
em 1961.
• João Goulart (1961-1964): Assumiu após a renúncia de Jânio Quadros, enfrentando forte
oposição política e social.
Ranieri Mazzilli (1961): Presidente interino após a renúncia de Jânio Quadros.
• Golpe Militar de 1964: Marcou o fim da Quarta República e o início do regime militar
no Brasil.
• Explicação: Os militares tomaram o poder em 1964, alegando a necessidade de
conter a "ameaça comunista" e restaurar a ordem no país.
• Características gerais:
• Urbanização: Crescimento das cidades e aumento da população urbana.
• Democratização: Avanços na democratização política, interrompidos pelo Golpe de
1964.
• Industrialização: Crescimento da indústria, especialmente durante o governo de
Juscelino Kubitschek, com a construção de Brasília e investimentos em infraestrutura.
• Partidos políticos: Diversidade de partidos políticos, com destaque para PTB, PSD,
UDN, PSP, PDC e PCB.
• Crescimento econômico: Registro de altas taxas de crescimento econômico, apesar
do endividamento internacional.

Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)


• Período da história do Brasil marcado pelo autoritarismo, com prática de tortura,
prisões e assassinatos de opositores.
• Explicação: O regime militar instaurado em 1964 caracterizou-se pela repressão
política e violações dos direitos humanos.
• Início em 1964, com o Golpe Militar que depôs o presidente João Goulart.
• Explicação: Os militares justificaram o golpe como uma forma de conter a "ameaça
comunista" e restaurar a ordem no país.
• Encerramento em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves e a posse de seu
vice, José Sarney, devido à morte de Tancredo antes da posse.
• Explicação: A abertura política foi gradual, iniciada no final da década de 1970, e
culminou com a redemocratização do país.
• Características:
• Repressão política: Perseguição e repressão a opositores políticos, com prisões,
torturas e assassinatos.
• Censura: Controle da imprensa e restrição à liberdade de expressão.
• AI-5: Ato Institucional nº 5, de 1968, que conferiu poderes extraordinários ao regime,
suspendendo garantias constitucionais e ampliando a repressão.

• Milagre Econômico: Período de crescimento econômico acelerado na década de (


1969 a 1973), mas marcado por desigualdades sociais e concentração de renda.
• Resistência e repressão: Surgimento de movimentos de resistência à ditadura, como
guerrilhas e movimentos estudantis, e a consequente repressão do regime.
• Anistia: Lei de Anistia de 1979, que concedeu perdão aos presos políticos e exilados,
permitindo o retorno ao país e o restabelecimento da democracia.
• Legado: A ditadura militar deixou um legado de violações dos direitos humanos,
cicatrizes na sociedade brasileira e reflexos políticos e sociais que perduram até os dias
atuais.
Nova República (1988 - Presente)
• Período desde a redemocratização pós-ditadura militar até os dias atuais.
• Explicação: Após o fim da ditadura militar em 1985, o Brasil iniciou um novo período
democrático, conhecido como Nova República.
• Presidentes:
• José Sarney (1985-1990): Primeiro presidente após a redemocratização, enfrentou
desafios econômicos e políticos, como a crise da dívida externa e a Assembleia Nacional
Constituinte de 1988.
• Fernando Collor de Melo (1990-1992): Sofreu impeachment em 1992, após denúncias
de corrupção.
• Explicação: Collor foi o primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura,
mas seu governo foi marcado por escândalos de corrupção.
• Itamar Franco (1992-1995): Assumiu a presidência após o impeachment de Collor,
sendo responsável por medidas econômicas importantes, como o Plano Real.
• Fernando Henrique Cardoso (1995-2002): Conhecido por seus dois mandatos, foi
responsável pela implantação do Plano Real e por reformas econômicas e sociais.
• Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010): Primeiro presidente de origem trabalhista, seu
governo foi marcado por políticas sociais, como o Bolsa Família, e crescimento econômico.
• Dilma Rousseff (2011-2016): Primeira mulher presidente do Brasil, sofreu
impeachment em 2016 por irregularidades fiscais.
• Explicação: O impeachment de Dilma Rousseff foi um momento controverso da
política brasileira, com debates sobre a legalidade do processo.
• Michel Temer (2016-2018): Assumiu a presidência após o impeachment de Dilma, seu
governo foi marcado por reformas econômicas e políticas controversas.
• Jair Bolsonaro (2019 - Presente): Atual presidente, conhecido por suas posições
conservadoras e políticas controversas.
Explicação: Bolsonaro foi eleito em 2018 em uma campanha marcada por polarização
política e promessas de combate à corrupção e à violência.

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