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História do Brasil II

A vinda da Família Real em 1808


Independência em 1822
Primeiro Reinado (1822-1831)
Conflitos BR império
A vinda da Família Real em 1808
• Bloqueio Continental imposto pela França de Napoleão (o objetivo
era atingir a ING)
• Algumas embarcações desceram em Salvador e outras no RJ
• Período Joanino (1808-1821) – se encerra com a volta de D. João VI a
PT
- Abertura dos portos (fim do monopólio PT-BR)
- Ruas pavimentadas
- Imprensa Régia
- Criação do Banco do Brasil
A Chegada de Dom
João VI à Bahia |
Cândido Portinari
(1903-1962)
• Rivalidade entre brasileiros e portugueses
• Europeização do BR (universidades, bibliotecas, teatros)
• 1910 Tratado de Comércio e Amizade (ING-BR) – produtos britânicos
com imposto reduzido. O tratado favoreceu a economia inglesa e
tardou a industrialização no BR
• 1915 Elevação à Reino Unido de Portugal e Algarves – Unidade adm
• 1817 Revolução Pernambucana – Revolução liberal, criticou os gastos
da Coroa e defendeu uma República; sofreu repressão violenta do
governo
• Tropas inglesas derrotam Napoleão e a população portuguesa começa
a exigir a volta do Rei

• Revolução Liberal do Porto – Pressão da nobreza para PT se tornar


Monarquia Parlamentarista e recolonizar BR

• 1821 D. João VI retorna à PT e deixa Dom Pedro I como príncipe


regente - Tentar segurar as pontas e se necessário, tomar a frente da
independência
Academia Brasileira de Belas
Artes

- Artistas franceses retratando o


BR

Primeira Missa no Brasil, de Victor


Meirelles
O jantar, 1820
Jean-Baptiste Debret
Caçador de Escravos,
1830
Independência do Brasil (1822)
• Divergência entre dois lados políticos:
1 – Partido Português, composto por militares e comerciantes que apoiavam a volta de
D. João VI à metrópole;
2 – Partido Brasileiro, composto por fazendeiros, comerciantes e funcionários da Coroa,
que defendiam autonomia política ao BR

• O Dia do Fico
09/Jan/1822 – Ordem de D. Pedro I – qualquer ordem vinda de PT deve passar por ele
Cartas de PT em descontentamento e anulando qualquer decisão de D. Pedro
07/set/1822 – Sob orientação do Partido Brasileiro, declarou a independência do Brasil
Pintura de Pedro Américo,
1888
• A independência do Brasil serviu aos objetivos da classe média, que buscava
autonomia política e comercial

• Para o povo, as coisas continuaram como antes, sem direitos políticos e com
a escravidão sendo permitida

• Portugal não reconheceu a independência, cobrou pelo reconhecimento e


não recebeu.

• Transferência das dívidas portuguesas com a Inglaterra para o Brasil


Primeiro Reinado (1822-1831)
• Instabilidade política:
Liberais buscam minimizar o Estado (D. Pedro I) na adm do BR
Conservadores buscam manter a monarquia no BR

• Criação de uma nova Constituição beneficiando a elite liberal


“Constituição da mandioca” – sem participação popular, valorizava a
política através dos grandes produtores de mandioca no BR

• Documento anulado por D. Pedro I e elaborada nova Constituição


Primeira Constituição (1824)
• 1823 – Assembleia formada por deputados de diversas províncias
Muitas divergências e dissolução da assembleia pelo imperador
• D. Pedro I escolheu dez pessoas para elaboração de uma Constituição
• 25/03/1824 – Outorgada a 1º Constituição
- Poder Moderador
- Poder Hereditário
- Igreja subordinada ao Estado (imperador)

• Crise financeira (o império importava mais do que exportava)


• Empréstimos com bancos estrangeiros e emissão de moeda
• Autoritarismo e violência
Confederação do Equador (1824)
• União de várias federações (país), contra o autoritarismo de D. Pedro I
• Início em Pernambuco e expansão pelo Nordeste
• Líder – Frei Caneca
• Implantar o regime Republicano
• A revolta foi reprimida pelas tropas imperiais e o líder condenado à
forca
• O carrasco se recusou e Frei Caneca foi fuzilado
Bandeira da Confederação do Equador (1824)
Guerra da Cisplatina
(1825-28)
• Região anexada por D. João VI
• Os cisplatinos não aceitavam o domínio
brasileiro e queriam independência –
diferenças culturais
• D. Pedro I declara guerra, mas perde o
território, que passa a se chamar
República do Uruguai
• Independência do Uruguai (líder político
e militar Juan Antonio Lavalleja), com
auxílio da Argentina, que tinha
interesses geopolíticos na região
Noite das Garrafadas (1831)
• Festa realizada pelos conservadores no
Rio de Janeiro, demonstrando apoio ao imperador

• O conflito ocorreu por causa das divergências


entre conservadores (pt/monarquistas) e liberais
(brasileiros/republicanos)

• Como consequência, D. Pedro I abdicou e retornou


à Portugal
Abdicação
• Pressionado pela população e por militares, o
Imperador abdicou ao trono em favor do seu filho
Pedro de Alcântara, em abril de 1831.

• Como tinha apenas cinco anos, no período de 1831 a


1840, o Brasil foi governado por regentes.

• Com a abdicação D. Pedro I retorna a Portugal onde


morreu de tuberculose em setembro de 1834. Seus
restos mortais foram trazidos para o Brasil em 1972,
sendo depositados em uma cripta no interior do
monumento do Ipiranga, em São Paulo.

• 1834 – Morre D. Pedro I.


Período Regencial (1831-1840)
1835 
Revolta dos Malês
• Revolta de escravos que aconteceu na Bahia
• Cerca de 600 escravos nas ruas de Salvador
convocando outros
• Grande adesão de escravos muçulmanos
(malê – muçulmano em iorubá)
• Acabou fracassando e os envolvidos foram
severamente punidos
• Maior revolta de escravos do BR
• A Bahia também foi um dos estados que mais recebeu africanos escravizados pelo tráfico
negreiro. Desses, os dois principais grupos eram os nagôs (iorubás) e os haussás

• Nagôs e haussás eram povos que tinham histórico recente de envolvimento com guerras

• A quantidade de revoltas de escravos está diretamente relacionada com o alto número


de escravos naquela província

• Maio/1807 - antes da revolta em 1835, foi descoberto plano de ataque contra igrejas
católicas e instalação de uma autoridade muçulmana no poder de Salvador e expandir a
revolta
• Cerca de 40% da população BA era escrava
• A Revolta dos Malês eclodiu abruptamente na madrugada do dia 25 de janeiro, porque a
trama havia sido denunciada e todo o planejamento ruiu-se quando isso aconteceu.
• A revolta tinha sido planejada pelos escravos urbanos, que se aproveitavam da maior
liberdade de locomoção que possuíam em relação aos escravos que trabalhavam na
lavoura
• Os combates espalharam-se horas a fio pelas ruas de Salvador e resultaram na morte de
70 dos africanos envolvidos e em nove mortes nas forças que lutavam contra os
rebeldes.
• A última batalha deu-se em um local de Salvador chamado Água de Meninos. Muitos dos
africanos, encurralados, procuraram fugir pelo mar e acabaram afogados
1835 – 1845
Revolução Farroupilha
• No Rio Grande do Sul, acontece o movimento
de caráter republicano, chamado de Revolução
Farroupilha (Guerra dos Farrapos)
• Insatisfação dos estancieiros gaúchos com a
política fiscal do governo brasileiro
• Venda de charque para alimentação de
escravos
• Circulação dos ideais federalistas e
republicanos na região
• A revolta realizada pelos farrapos iniciou-se em 20 de setembro de 1835 e espalhou-se
por parte considerável do território do Rio Grande do Sul.

• Entretanto, o anúncio da separação da província só aconteceu em setembro de 1836,


dando origem à República Rio-Grandense, também conhecida como República de Piratini

• A Guerra dos Farrapos teve como líder o estancieiro Bento Gonçalves, que, inclusive, foi
o presidente da República Rio-Grandense por algum tempo
• Não há consenso entre os historiadores sobre se os farrapos queriam de fato
separar-se do Brasil ou se apenas queriam garantir mais autonomia para sua
província.
• Outro ponto que merece ser considerado é que a luta dos farrapos não contou
com o apoio de toda a população gaúcha (a cidade de Porto Alegre, por
exemplo, não os apoiou), pois, conforme afirma Boris Fausto:

[…] a revolta não uniu todos os setores da população gaúcha. Ela foi preparada por estancieiros da fronteira e
algumas figuras da classe média das cidades, obtendo apoio principalmente nesses setores sociais. Os
charqueadores que dependiam do Rio de Janeiro — maior centro consumidor brasileiro de charque e de
couros — ficaram ao lado do governo central|1|.
• A paz foi assinada no Tratado de Poncho Verde, em que os farrapos colocaram fim na
revolta e, na condição de derrotados, aceitaram os termos propostos pelo governo.

• O acordo realizado entre o governo brasileiro e os farrapos estipulou:


- Taxação em 25% sobre o charque estrangeiro;
- Anistia para os envolvidos com a revolta;
- Incorporação dos militares dos farrapos ao exército imperial, mantendo sua patente;
- Os provincianos teriam direito de escolher o próprio presidente de província
(entretanto, isso não foi cumprido);
- Os escravos que lutaram do lado dos farrapos seriam alforriados (também não
cumprido).
1835 -1840
Cabanagem
• Revolta do período regencial ocorrido no
norte do Brasil, mais precisamente na
antiga província do Grão Pará, que reunia,
à época, os atuais estados do Amazonas,
Pará, Amapá, Roraima e Rondônia
• Não reconhecimento da independência
• Situação política e econômica fragilizada
• Brasil continuava com uma economia
extrativista
• Objetivo: aumentar a importância do Pará no governo brasileiro e enfrentar a
questão da pobreza em que estava o povo da região, cuja maior parte morava
em cabanas de barro (daí o nome da revolta)

• Protesto pela retirada do poder de governantes que eram nomeados para


administrar a região, mas não se importavam com a situação social e sequer
conheciam a região.

• A rebelião representava as classes mais baixas da população, formada por


índios e mestiços
• Forte repressão do governo

• A luta cessa na capital, mas continua ativa entre 1836 e 1840 no interior da Amazônia

• Os revoltosos passaram a utilizar-se de táticas de guerrilha no intuito de sobreviver à


repressão e reestruturar o movimento, sem êxito

• O saldo final da revolta foi de 30 mil mortos, Belém foi destruída


1837 – 1838 
Sabinada
• Também na Bahia, acontece Sabinada, outra
revolta regencial
• Revolta com a escolha dos governos das
províncias – indicados pelos regentes
• Autoritarismo do imperador e insatisfação
popular
• Proclamação da independência alguns meses
antes (19/Fev/1822)
• 1837 Os sabinos tentaram proclamar uma
República
• Francisco Sabino, médico e jornalista - era de origem mestiça e pobre. Teve formação
intelectual, o que permitiu que reconhecesse os problemas sociais de sua província

• Regente Padre Diogo Feijó – envia tropas militares para conter a revolta

• Os revoltosos presos foram julgados e condenados, porém recorreram ao Supremo


Tribunal de Justiça. Em 1840, d. Pedro II foi coroado imperador e anistiou os sabinos.
Os réus livraram-se da condenação à morte, mas foram obrigados a mudar-se para
lugares distantes da Bahia, como Goiás e Mato Grosso

• Sabino conseguiu fugir enquanto seguia para Cuiabá (MT), onde permaneceria preso.
Faleceu em 1846
1838 – 1841 
Balaiada
• No mesmo contexto, mas no Maranhão,
acontece a Balaiada

• Foi uma revolta popular contra as


péssimas condições de vida e os
desmandos dos governantes da província
do Maranhão

• Seu nome foi uma referência aos cestos


fabricados na região do conflito
• O poder na província do Maranhão foi dividido em dois grupos:
1 – Bem-te-vis: cujo nome foi inspirado no jornal que representava os anseios da
população urbana; eram liberais e apoiaram a fase inicial da Balaiada
2 – Conservadores: lutaram contra a revolta

• Os dois grupos entraram em confronto, extrapolando a luta pelo poder para o conflito
armado.
• A imprensa se tornou um meio de comunicação importante no Brasil desde as vésperas
da sua independência, em 1822
• Além das notícias, os jornais se tornaram meio de propagação de ideias republicanas, de
críticas ao governo imperial e de censura por parte do imperador
• Lei dos Prefeitos – determinava que o governador da província poderia nomear os
prefeitos das cidades
• Líderes:
1- Raimundo Gomes: vaqueiro conhecido como “Cara Preta”, teve participação no
começo da Balaiada, em dezembro de 1838, quando invadiu a cadeia de Vila Manga,
no interior do Maranhão, para libertar seu irmão e outras pessoas que estavam presas
2- Manoel dos Anjos Ferreira: fabricante de balaios, decidiu se vingar do soldado que
havia desonrado uma de suas filhas
3- Cosme Bento de Chagas: negro líder de um quilombo, juntou-se a Manoel dos
Anjos Ferreira e outros negros para fazerem a referida vingança

• Os revoltosos foram derrotados por Duque de Caxias em 1840

• Garantia da unidade territorial do império brasileiro


1840 
Golpe da Maioridade
1840 – Com apenas 14 anos de idade, 
D. Pedro II assume o trono do Brasil.

1842 – Em São Paulo e Minas Gerais acontece


a Revolução Liberal.

1847 – É instituído o Parlamentarismo, que


no Brasil ficou conhecido como
Parlamentarismo às avessas.
1850 – A Lei Eusébio de Queiroz proíbe o tráfico de escravos.
1865 – 1870 – Acontece a Guerra do Paraguai, foi um conflito militar na América do
Sul, entre os aliados Brasil, Argentina e Uruguai, que com apoio do Reino Unido
derrotaram o Paraguai em 1870.
1870 – É lançado o Manifesto Republicano.
1871 – A Lei do Ventre Livre é promulgada e os filhos dos escravos passam a nascer
em liberdade.
1872 – Acontece a fundação do Partido Republicano.
1874 – A chegada dos italianos em São Paulo marca o início da fase da 
imigração dos europeus para o Brasil.
1882 – Início do Ciclo da Borracha.
1885 – É promulgada a Lei do Sexagenário, os escravos com mais de 60 anos ganham
liberdade.
1888 – Em 13 de maio deste ano a Princesa Isabel assina a Lei Áurea, colocando fim à
escravidão no Brasil.
1889 – O império chega ao fim quando o Marechal Deodoro da Fonseca lidera o
movimento de Proclamação da República, que acontece em 15 de novembro.

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