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HISTÓRIA

Período Regencial – As Revoltas – Revolta dos Malês, Sabinada e Farroupilha


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PERÍODO REGENCIAL – AS REVOLTAS – REVOLTA DOS MALÊS,


SABINADA E FARROUPILHA

Revolta dos Malês (1835) – Bahia

Os escravizados chamados de malês não eram, necessariamente, originários da mesma


região da África. A ligação entre eles é a religião islâmica e a comunicação em árabe.
A rebelião eclodiu contra a escravização e contra outras religiões. O objetivo era exter-
minar os brancos e mulatos que eram, geralmente, aqueles que propunham dinâmicas de
opressão e violência contra os negros.
Na época, houve uma intensificação para trazer africanos escravizados, por causa da
escassez de mão de obra.
Em 1824, na Constituição outorgada por D. Pedro I, o Brasil foi considerado, oficialmente,
católico. Portanto, havia também um contexto de opressão ao islamismo.

• O termo “Malê” era utilizado na Bahia para designar o escravo, de qualquer etnia, que
seguisse o islamismo e soubesse ler e escrever em árabe;
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• A rebelião eclodiu em Salvador em 1835, com a participação exclusiva de negros
escravos e libertos (Iorubás, Nagôs, Jejês e Haussás);
• O objetivo era exterminar os brancos e mulatos;
• A escravidão, a crise de abastecimento (altos preços e escassez), além da repressão
ao islamismo e a conversão forçada ao catolicismo foram os principais motivadores do
movimento;
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• O levante foi denunciado às autoridades, e o movimento foi reprimido pelas forças


legalistas.

A Bahia sempre foi um palco forte de movimentações. No ano de 1798 ocorreu a Con-
juração Baiana e isso já indicava que a região não aceitava os desmandos centrais. Após a
Revolta dos Malês ocorreu a Sabinada.

Sabinada (1837-1838)

• Motivações:
– O recrutamento forçado da população, em 1837, para combater os farroupilhas gaú-
chos foi o estopim para a revolta contra as dificuldades econômicas da população da
província.

 Obs.: a Bahia foi uma região muito próspera, do ponto de vista da economia, principal-
mente no período colonial brasileiro, por causa da instalação da cidade de Salvador.
Porém, na metade do século XVIII, quando houve a troca da capital para o Rio de
Janeiro, a região entrou em uma crise econômica.
Além das dificuldades econômicas, havia a obrigação de alistamento nas forças bra-
sileiras para lutar contra os gaúchos, que estavam vivendo a Revolução Farroupilha.
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– Desejo de abolição da escravatura e da formação de uma república que existiria até


a maioridade de D. Pedro II.
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• O nome é uma homenagem ao líder do movimento, o médico e jornalista Fran-


cisco Sabino.
• Uns apoiavam a monarquia e o imperador (na maioria portugueses) e outros lutavam
pela república e pelo federalismo no Brasil.
• Na brecha aberta com a abdicação (renúncia) do imperador que ocorreram as revol-
tas baianas.
• Ideais da Revolução Francesa – rebeldes da Sabinada, muitos deles intelectuais,
propagaram seus ideais libertários nos jornais da época e nas reuniões dos “clubes”
revolucionários.
• Conquistaram o poder na Bahia e proclamaram a República Bahiense. Decidiram
manter o governo republicano e independente até que dom Pedro II pudesse assumir
o trono, o que deveria ocorrer em 1843.

Revolução Farroupilha (1835-1845)

A Revolução Farroupilha passa por duas regências e se finda apenas no quinto ano do
Segundo Reinado.
A região onde hoje é o Rio Grande do Sul sempre teve uma tradição de criação do gado
bovino. Na época da economia aurífera, há um abastecimento na região trazido do sul, que
era um grande produtor de charque.
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Havia uma preferência aos fazendeiros da região sudeste do Brasil, especialmente os


do café. Esses fazendeiros queriam o charque mais barato e, por isso, o governo regencial
barateou os impostos cobrados do Uruguai e da Argentina e, ao mesmo tempo, aumentou o
imposto do sal e de outros mantimentos que eram fundamentais para os fazendeiros do sul.
Nesse momento, a insatisfação começa a gerar uma ideia separatista.
Os rebeldes eram comandados pelos estancieiros (fazendeiros). É um movimento enca-
beçado pela elite, em busca do atendimento de seus interesses econômicos. Mas havia um
contexto de motivações, como a liberdade em relação ao governo imperial e a libertação de
pessoas escravizadas para que lutassem a guerra.
O movimento destitui um governador de província, colocando em seu lugar um estan-
cieiro. Destitui os governos imperiais, avança até chegar em Santa Catarina. Portanto, havia
um risco de a região se separar do Brasil. Separação que foi, inclusive, declarada.
Duque de Caxias foi uma figura importante que, inclusive, esteve presente no momento
de assinatura do acordo de paz. Por isso, leva o título de pacificador do Império.
O Império brasileiro poderia ter devastado o exército farroupilha, porém, era uma região
grande, próspera e de produção. O derramamento de sangue faria com que essa região
fosse sempre um celeiro de intencionalidades de rompimento com o governo imperial.
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Os postos do exército farroupilha são preservados no exército imperial. Os negros escra-
vizados que lutaram no exército farroupilha receberam liberdade.
Em resumo:

• Desde o século XVIII, a economia da antiga capitania de São Pedro do Rio Grande
(onde atualmente é o Rio Grande do Sul) baseava-se no fornecimento de gado para o
mercado interno.
• Após a independência do Brasil, os cafeicultores do próspero Vale do Paraíba compra-
vam o charque gaúcho, usado na alimentação dos escravizados.
• Para esses fazendeiros interessava o acesso ao charque barato.
• O governo central, já no período regencial, estabeleceu baixas tarifas alfandegárias
para entrada no Brasil do charque uruguaio e argentino, aumentando a oferta do pro-
duto no mercado interno.
• Para compensar a arrecadação de impostos, o governo central optou por sobretaxar a
importação de determinados insumos, como o sal.
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• Os latifundiários do Rio Grande do Sul se viram duplamente afetados, pois esse era
um artigo indispensável para a fabricação do charque.
• Essas medidas revoltaram os estancieiros gaúchos – origem à Revolução Farroupilha.
• A Farroupilha eclodiu em 20 de setembro de 1835 e foi a mais longa das rebeliões
regenciais.
• Nome FARROUPILHA devido ao fato de esse termo ser usado para denominar os
grupos liberais exaltados no Rio Grande do Sul e também para se referir às roupas dos
revolucionários.
• Denúncia feita na sessão inaugural da Assembleia Legislativa Provincial, pelo pre-
sidente da província, Fernandes Braga (1805-1875), e pelo comandante de armas
Sebastião Barreto Pereira Pinto (1775-1841) contra o estancieiro Bento Gonçalves da
Silva (1778-1847), bem antes da invasão a Porto Alegre, em 22 de abril de 1835, acu-
sando-o de estar em conluio com caudilhos platinos e de professar ideais republicanos.
• Militar de carreira, Bento Gonçalves havia participado das campanhas de D. João VI
na Banda Oriental (Uruguai) em 1811. Grande proprietário de terras no Rio Grande do
Sul, também possuía estâncias no Uruguai e, como dono de pessoas escravizadas,
não defendia o fim da escravidão.
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• Na madrugada de 20 de setembro de 1835, os rebeldes, liderados por Bento Gon-
çalves, invadiram Porto Alegre e depuseram o presidente da província. As tropas
revolucionárias eram formadas por estancieiros, peões, agregados, escravizados e
libertos. O novo presidente da província, Marciano Ribeiro, estabeleceu-se na cidade
de Rio Grande.

“Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao
seu substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta
província extrema, afastada dos corrilhos e conveniências da Corte, dos rapapés e salama-
leques, não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer espécie. (…) O Rio
Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, maior
consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo. Exigimos que
o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos inte-
resses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e com a
espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.”
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Citado por: PESAVENTO, Sandra Jatahy. A Revolução Farroupilha. São Paulo: Brasi-
liense, 1990. p. 17.

• Como resposta aos farroupilhas, ainda em 1835, o regente Feijó mandou para o Rio
Grande do Sul um novo presidente da província, José Araújo Ribeiro, que rapidamente
se indispôs com os revoltosos.
• Entre 1835 e 1839, registrou-se um avanço das forças farroupilhas sobre as legalistas,
com a tomada de Rio Pardo, Piratini e Pelotas.
• Em 11 de setembro de 1836, os farrapos obtiveram uma grande vitória na zona da
campanha, em Seival.
• O general farrapo Antônio de Souza Netto (1801-1866) proclamou a República Rio-
-Grandense e Bento Gonçalves foi indicado como presidente, fato que foi reconhecido
por muitos municípios da região.
30m
• Ainda nesse período de ascensão farroupilha, os rebeldes efetuaram a invasão de
Santa Catarina, onde, em Laguna, Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, outro
líder farroupilha, fundaram a República Juliana, que duraria apenas quatro meses.

Com o passar do tempo, as situações ficam estagnadas. Na segunda metade do período


da Revolução Farroupilha, os próprios farroupilhas evitam confrontos diretos com o poder
imperial, porque a desvantagem aumenta. Inclusive, recruta-se pessoas de outras partes do
Brasil para atuar no conflito.
A regência manda para a região políticos e militares que são mais parecidos com os far-
roupilhas, na forma de enxergar a política, até que é convocado o General Luis Alves de Lima
e Silva (o Duque de Caxias) para comandar as forças imperiais. Ele treina melhor a cavalaria,
que era a forma que os farroupilhas usavam na guerra; alimenta melhor os soldados; impõe a
presença; cerca o Canabarro em muitos momentos etc. Nesse processo, chega um momento
em que os farroupilhas estão em grande desvantagem e é estabelecido um acordo de paz.
“O governo imperial nomeou o General Luis Alves de Lima e Silva para comandar as
forças imperiais. Duque de Caxias contava com o exército de doze mil homens enquanto o
exército farroupilha estava reduzido a mil combatentes. Os Farroupilhas, enfraquecidos após
tantos anos de dura luta, aceitaram a proposta do Império. A Paz do Ponche Verde foi assi-
nada pelo Presidente da República Rio-grandense Gomes Jardim e pelo Duque de Caxias em
28 de fevereiro de 1845. O acordo foi muito vantajoso para os Farroupilhas, pois os revoltosos
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tiveram ampla anistia; liberdade para os escravos que participaram da guerra; taxação sobre
o charque platino importado entre outros benefícios. Assim, encerrava-se a revolta dos Farra-
pos e a paz voltou ao Rio Grande do Sul. Era o fim dessa ímpia e injusta guerra, que perdurou
por dez anos, de 1835 a 1845. História da Revolução Farroupilha.”
Algumas versões historiográficas apontam que os farroupilhas não foram tão beneficia-
dos e outras que os colocam como grandes perdedores. A regra é que o Império não cedeu a
todas as imposições, mas, percebendo que havia uma necessidade de integração da região,
a diplomacia de Duque de Caxias o fez ficar conhecido como o pacificador do Império, por
negociar com os revoltosos.
35m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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