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Rebeliões Regenciais

Causas gerais

• Profunda rivalidade política entre liberais e centralizadores em relação às


províncias.

• Instabilidade política + miséria social + crise financeira

• Crise Econômica

• Problemas socioeconômicos

• Crise Política
Crise Econômica
Os diferentes regentes não conseguiam reverter os déficits vividos desde do Primeiro
Reinado.

Balança Comercial Desfavorável  deixada por D. Pedro I.

Produtos brasileiros em decadência: Ex.: concorrência do açúcar antilhano e do açúcar


de beterraba vendido na Europa.

Baixa arrecadação de impostos devido aos privilégios alfandegários que várias nações
tinham.

Gastos com a indenização paga pela Independência

Gastos militares com as rebeliões internas desde o Primeiro Reinado


Problemas socioeconômicos
Concentração de riqueza entre os latifundiários.

Aumento do custo de vida.

População atribui a culpa aos portugueses que ainda vivem aqui.


Crise Política
Na Regência, houve dificuldade de relação entre Regentes e Províncias.

De um modo geral, Regentes vistos como autoritários, pois não permitiam


a escolha do Presidente de Província.

Ao longo da primeira metade do séc. XIX, camadas populares e médias


urbanas passaram a conhecer a onda liberal e reformista vinda da Europa
(ex.: Revolução de 130 na França).
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Cabanagem  Pará (1835 a 1840)


Se chamava Província do Grão-Pará.
• Revolta de caráter popular.
• Extrema miséria dos cabanos: homens e mulheres pobres, mestiços e índios.
Cabanos: viviam assim, em cabanas, nas beiras dos rios e extraindo produtos da floresta.
• Além disso: havia indignação dos liberais exaltados pois o presidente da província nomeado
era um moderado + os produtos da região (cacau, madeira, ervas aromáticas, peles, etc.)
estavam saindo praticamente sem taxa de exportação.

• Inicial apoio dos fazendeiros locais: depois afastam-se, temendo que a revolta libertasse
escravos e fizesse “Reforma Agrária”.

Líderes:
Eduardo Nogueira Angelim
Irmãos Vinagre (lavradores)
Félix Antônio Clemente Malcher (fazendeiro)  liberal exaltado
Padre Batista Campos (benzia pedaços de pau para serem armas para a luta)
Lideranças populares: João do Mato, Domingos Onça, Mãe da Chuva, Gigante do Fumo.
• Insatisfação política desde a época da Proclamação da Independência.
• Na época = apoio à independência, porém traídos por D. Pedro I
• Mesmo quem apoiou a luta pela Independência, acabaram executados.

7 de janeiro de 1835 estoura a Cabanagem  povo invade o palácio governamental, em


Belém, e mata o presidente de província (governador) Lobo de Souza.

• Proclamada a República do Grão-Pará, presidente era o fazendeiro Malcher.


• Malcher, entretanto, “vira-casaca” e apoia D. Pedro I, acaba deposto
• Francisco Vinagre assume, também “vira-casaca” e apoia D. Pedro I, acaba entregando o
governo a um representante regencial.
• Chega ao Pará o comandante Manuel Jorge Rodrigues, inicia repressão ao movimento.
• Cabanos vencem, retomam o poder, entregam a Eduardo Angelim.
• Em 1840, nova repressão. 30 mil mortos.

Revolta mais popular da Regência


Sabinada  Bahia (1837 a 1838)
• Excesso na centralização política
• Indignação da classe média devido ao abandono de Salvador
• Recrutamento forçado para o Exército  combate aos gaúchos da Rev. Farroupilha
Líder: Francisco Sabino (médico e jornalista), fundador do jornal Novo Diário
• A luta foi praticamente sem participação popular, restrita à classe média.
7 de novembro de 1837, proclamada a República Baiana.
• Logo após a renúncia de Diogo Feijó.
• Proposta de separação do Brasil até a maioridade de D. Pedro II.
Grandes latifundiários e comerciantes abandonam Salvador  formam governo
paralelo e apoiam o governo regencial
Medo que a revolta acabasse tomando caminhos revolucionário e em prol dos meus
pobres.
17 de março de 1838, tropas oficiais invadem e matam 12 mil revoltosos.
• Sabino, inicialmente preso, depois solto e anistiado e mandado para o Mato Grosso.
Balaiada  Maranhão (1838 a 1841)
• Insatisfação dos liberais exaltados (apelido bem-te-vis), tirados do poder em 1837.
• Situação de miséria do povo
• Queda da exportação de algodão = grande concorrente Estados Unidos
Líderes: Raimundo Gomes (“cara preta”, líder dos vaqueiros), Manuel dos Anjos
Ferreira (o Balaio, líder dos fabricantes de balaios), Cosme Bento (líder de vários
escravos, quilombo, mais de 3 mil).
• Luta entre liberais exaltados (bem-te-vis) e moderados (apelido Cabanos), ambos
membros da elite, latifundiários que disputam podem político.
• Bem-te-vis queriam a adesão popular, mas sem participação direta do povo nas
decisões.
• Conflito eclode no interior, comando de “cara preta”, lança manifesto contra
portugueses e contra a escravidão.
• Movimento chega a Caxias, segunda maior cidade maranhense, em julho de 1839.
• Os próprios latifundiários passam a ficar do lado do governo.
• Sufocamento do conflito com o chamado Barão de Caxias (na época ainda Coronel,
Luís Alves de Lima e Silva, o Pacificador).
Revolução Farroupilha 
Rio Grande do Sul, entre 1835 a 1845.
• Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico
• Inicia no Período Regencial e finaliza durante o Segundo Reinado
1. Contra a forte centralização política no RJ.
2. Contra o aumento do preço do sal
3. Taxas elevadas cobradas sobre os produtos do RS, como o charque (25%), a
pecuária do Sul atendia ao mercado interno brasileiro.
• Charque do Uruguai e Argentina mais baratos (15%)

Líderes: Bento Gonçalves, Antônio de Souza Neto, Davi Canabarro e Giuseppe


Garibaldi (carbonário italiano)
 Caráter elitista, estancieiros, pecuaristas
• Luta inicia em 20 de setembro 1835 quando o presidente da
província é deposto (Fernandes Braga, liberal moderado).
• Oficialização da República no ano seguinte: Antônio Neto proclama a
República Rio-Grandense em 1836.
• Sede da revolução: Piratini  presidente Bento Gonçalves.
• Poucos dias depois, Bento é preso e enviado para Bahia. Voltaria no ano
seguinte, com ajuda dos participantes da Sabinada.
OBS.: Porto Alegre apoiava o Império
(“Mui leal e valorosa, palavras de D. Pedro II).
Ampliação do movimento em 1839, Garibaldi e Canabarro em SC  declaram a
República Juliana (Laguna)
• Repressão aos movimentos desde 1842 com o Barão de Lima e Silva (Luís
Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias). Líder militar e negociador.
• Negociações de paz: a partir de 1844.
1º de março de 1845: Paz de Ponche Verde
• Negociação auxiliada por Luís Alves de Lima e Silva, o Pacificador.
1. Não-punição dos revoltosos (receberiam anistia do Imperador).
2. Incorporação dos soldados e oficiais do exército farroupilha ao Exército
Imperial, com postos militares equivalente.
3. Direito à liberdade dos escravos fugidos que lutavam do lado dos
farroupilhas (em torno de 100 foram agraciados).

Importante lembrar: a revolução Farroupilha não teve objetivos populares.


Nem haveria uma proposta clara de acabar com a escravidão.
Revolta do Malês 
Bahia, em janeiro de 1835.
• Revolta de escravos (e de libertos) africanos de orientação islâmica.
• Etnia nagô
• Influência da Revolta negra do Haiti
• Bahia viraria estado negro
• Brancos e crioulos mortos ou expulsos
• Mulatos escravizados
• Movimento descoberto na noite que eclodiria (24/01), casa do líder
Manuel Calafate.
• Líderes: Pacífico Licutã, Manuel Calafate e Luís Sanim = presos e mortos.
Segundo Reinado (1840 a 1889)
• Período de maior duração (quase 50 anos)
• D. Pedro II símbolo de um estado forte e centralizado
• Para preservar a unidade política, manter a subordinação das províncias e garantir a
ordem social.
• Maior estabilidade econômica e política.
Nas palavras de
Monteiro Lobato:
Café  “ouro preto” dá ouros em bagos
vermelhos”
• Primeiro superávit na balança comercial brasileira
• Fazer café era mais barato que fazer açúcar. Teria sido introduzido
• Paralelamente era possível fazer feijão e milho. no Brasil em 1727, para
consumo local.
Regiões produtoras de café:
(A) Vale do Paraíba no Rio de Janeiro:
• Primeiro auge de produção.
• Próximo ao porto do RJ.
• Latifúndio, monocultura, mercado externo e mão-de-obra escrava.
• Barões do café  também muitos políticos conservadores
• Pós 1850: falta de mão de obra, devido à Lei Eusebio de Queiroz.

(B) Oeste Paulista:


• A partir de 1850.
• Facilitado pela Lei de Terras de 1850  expulsou posseiros e indígenas da região
• Uso do porto de Santos.
• Latifúndio, monocultura, mercado externo e mão-de-obra escrava e assalariada***
• Imigrantes italianos, alemães e japoneses
• Mais urbanizado. Mais voltada às práticas capitalistas
• Liderança do café
• Líder das exportações brasileiras.
• Segundo produto: algodão (concorrência com EUA)

Lei de Terras (1850):


• No mesmo ano da Lei Eusébio de Queirós.
• Terras públicas adquiridas mediante compra.
• Posse SOMENTE através de escrituras.
• Impedimento de qualquer ideia de “Reforma Agrária”
• Expulsão de inúmeras famílias de diversas regiões.
Industrialização Brasileira – Era Mauá
• Irineu Evangelista de Souza  Visconde de Mauá  um liberal
• Investidor brasileiro (gaúcho)  nos setores de transporte, comunicação e
indústria.
• Visita a Inglaterra em 1840. É funcionário e depois sócio de empresa inglesa
• Passa a ter inúmeras empresas no Brasil.
• 1854: primeira estrada de ferro do Brasil: Rio-Petrópolis (obra de Mauá)
• Ferrovia Recife-São Francisco (patrocínio inglês)
• Ferrovia Rio de Janeiro-São Paulo (Central do Brasil)
• Sofre com a pressão inglesa que era contra a Tarifa Alves Branco (modificada
em 1860)
• Em 1864, pede ajuda financeira ao Imperador, o que lhe é negado, por ser
liberal
• Perde seu patrimônio
Crescimento Industrial
• Tarifa Alves Branco:
• Desde 1844, criada pelo Ministro da Fazenda Manuel Alves Branco
• Aumento das tarifas estrangeiras entre 30 a 60%.
• Tarifa protecionista.
• Descontentamento inglês.
• Substituída pela Lei Silva Ferraz (1860) produtos ingleses facilitados

Obs.: na última década da monarquia, já existiam 600 indústrias no


Brasil e quase 55 mil operários.
Mão de Obra  escrava

• Contexto de escravidão remete desde o ciclo do açúcar


• Final da escravidão = basicamente uma questão comercial
• Escravo = não consome produtos

• Desde 1826 obrigou o Brasil a firmar um tratado de abolição do tráfico em três


anos

• 1831: Lei pra inglês ver. Explicando melhor: para os ingleses, valia que os
escravos comprados a partir dessa data, seriam livres.

• Novo cenário a partir de 1845: Bill Alberdeen (pressão inglesa)


Leis brasileiras pró-abolição: processo lento
4 de setembro de 1850: Lei Eusébio de Queiros  fim do tráfico externo e
expulsão dos traficantes. Eusébio foi Ministro da Justiça.
Proibição do tráfico internacional negreiro (efetivamente) para o Brasil.
Internamente, a escravidão seguia.
Dinheiro usado na comprar de escravos passa a ser destino a outros
setores.
Tráfico interprovincial continua, reprodução dentro das fazendas continua.
Até essa primeira lei, 33% das pessoas no país eram escravas. No RJ, essa
concentração subia para quase 50%.
Leis brasileiras pró-abolição: processo lento
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• 1867: Libertação dos escravos que foram soldados na Guerra do Paraguai.


• 1871: Lei do Ventre Livre/Visconde do Rio Branco, nascidos a partir de 28
de setembro de 1871, são livres. Aqui, também incluía os que pudessem
comprar pela sua alforria.
• 1885: Lei dos Sexagenários/Saraiva Cotegipe: maiores de 65 anos estão
livres.
• 1887: Exército se nega a capturar negros escravos fugidos
• 1888: Lei Aurea: 13 de maio, assinada pela Princesa Isabel (D. Pedro II
estava em viagem a Europa, em licença médica).
Imigração
• Imigrantes – Trabalho “livre”
• Desde 1850: necessidade da troca de mão-de-obra.
• Europa: grande oferta de trabalhadores desocupados
• Mentalidade de alguns políticos brasileiros em branquear a
população brasileira
Modalidades de imigração:
(A) Sistema de Parceria (1847 a 1857)
• Proposta do Senador e empresário Nicolau de Campos Vergueiro
(fazenda de Ibicaba, no interior de SP).
• Governo europeu ajudava na divulgação
• Imigrantes suíços, alemães e italianos  Lavouras de café em SP
• Despesas de viagem e instalação  pagas pelo fazendeiro (com juros)
• Em troca: metade do que fosse produzido ficava com o fazendeiro
• Café demorava 4 ou 5 anos a começar a crescer
• Imigrantes endividados
 Revolta dos Parceiros
• Em 1857: interrupção desse sistema
Modalidades de imigração:
(B) Imigração Subvencionada (1871)
• Governo de SP paga a viagem  colonato (salário anual)  diferente de
trabalho assalariado
• Hospedaria dos Imigrantes do Brás (1888)
• Intensificação da imigração para o Brasil
• SP: lavouras de café
• RS: habitação de diversas áreas, novos produtos. Alemães ganharam as
terras. Italianos pagaram por elas.
Política Interna
• Revoltas políticas apenas no início do período
• Relativa paz interna  desde o golpe da maioridade
• Golpe da Maioridade: palacianos + liberais
• D. Pedro II = união nacional
• Interesse de conservadores e liberais
• Manutenção da ordem escravista e exclusão social
• Restabelecido o Conselho de Estado (desaparecido desde o Ato Adicional de
1834)
• Restabelecido o Poder Moderador
 Dica: o Conselho de Estado está incluído no Poder Moderador
Reforma do Código de Processo Criminal em 1841
• Originalmente era de 1832
• Delegados e subdelegados nomeados pelo Ministro da Justiça (antes,
nomeados pelos juízes de paz)
• Reforma da Guarda Nacional de 1850: proibida a eleição dos coronéis
e oficiais inferiores nos municípios. Todo poder subjugado ao Ministro
da Justiça; GN restrita à manutenção da ordem e à defesa dos grupos
dominantes locais.
OBS: pode-se observar que se tratam de medidas antiliberais, tirando o
poder da elite local.
Disputas Políticas entre 1840 a 1850
• Pós - Golpe da Maioridade: em 1840, D. Pedro II forma seu primeiro gabinete:
palacianos + liberais
Conhecido como Ministério dos Irmãos: irmãos Andrada + irmãos Cavalcanti
• Já a Assembleia: elege a maioria conservadores
• Liberais convocam eleições (13/10/1840) para mudar esse cenário: “Eleições
do cacete”  utilização das “derrubadas” (retirar cargos de presidente da
província e cargos públicos ligados ao Conservadores).
• No ano seguinte, 1841: novo gabinete de D. Pedro II apenas com
conservadores.
• Em 1842: época das Revoltas Liberais de 1842.
(A) Em São Paulo: liderados pelo ex-regente Diogo Antônio Feijó
(B) Em Minas Gerais: liderados por Teófilo Otoni
• Ambas sufocadas pelo militar conhecido como Duque de Caxias (Luís Alves de
Lima e Silva, o Pacificador).
Apelidos:
• Conservadores: Saquaremas (originários do norte da província do RJ,
proprietários rurais, burocratas do serviço público, grandes comerciantes).
• Liberais: Luzias (cidade Santa Luzia, MG, reunia profissionais liberais urbanos,
proprietários rurais que produziam para o mercado interno ou de áreas de
colonização mais recente).

Frase de Holanda Cavalcanti:


“Não há nada mais parecido com um Saquarema do que um Luzia no poder.”

Estabelecimento do Parlamentarismo “às avessas”


• Liberais: bom relacionamento com ingleses
• Conservadores: intransigentes (eram a maioria)
• 1847: criado o cargo de Primeiro-ministro (Presidente do Conselho de Ministros)
• Segundo Reinado teve 36 ministérios  sem abalos ao Imperador (poder total), 21
liberais e 15 conservadores.
• 1853 a 1861: estabelecimento da Política de Conciliação: alternância de gabinete
entre os dois grupos. Arrumar datas no módulo!
Iniciativa do Marquês do Paraná.
• 1862: criação da Liga Progressista: proposta de fusão entre conservadores e liberais.
Proposta não seguiu. Em 1868, fim da era das conciliações.
• Nomeação do conservador Duque de Caixas para comandar as tropas da Guerra do
Paraguai
• Descontentamento dos liberais: Zacarias de Gois  então chefe do gabinete dos
ministros. Criticou o imperador e foi demitido.
• 1870: Muitos membros do antigo Partido Liberal passam a organizar um novo
partido: o Republicano, opondo-se ao Imperador.
Revolução Praieira (1848 a 1850)
• Movimento liberal, republicano e federalista em Pernambuco.
• Os praieiros se chamavam assim porque divulgariam suas ideias pelo jornal Diário Novo que
ficava na Rua da Praia em Recife.
• Desde 1842: formavam o Partido da Praia.
Situação em Pernambuco:
• Contra as medidas centralizadoras de D. Pedro II  nomeação do governador
• Famílias mais importantes de Pernambuco: os Cavalcanti (dona de 1/3 das terras do estado)
e os Rego Barros.
Causas imediatas:
• Poder local das famílias citadas
• Ainda presença de ideias antilusitanas (presença lusitana no comércio)
• Demais membros da elite contra o governador que era conservador
• Influências Socialistas vindas da Europa (Primavera dos Povos de 1848, Manifesto Comunista
– mesmo ano)
Estopim: destituição, por D. Pedro II, do Presidente da Província Antônio Pinto Chichorro da
Gama (Liberal), em 1848.
• Revolta eclodiu em Olinda  7 de novembro de 1848  liderança militar de Pedro
Ivo Veloso da Silveira
• Governador enviado Herculano Ferreira Pena foi afastado.
• Movimento espalhou rapidamente por toda a Zona da Mata de Pernambuco.

Em 1 de janeiro de 1849  revoltosos lançam Manifesto ao Mundo  redigido pelo


jornalista Borges da Fonseca (inspiração socialista):

Voto livre e universal


Liberdade de imprensa
Fim do monopólio português no comércio
Autonomia dos poderes = federação
Extinção do poder moderador
Trabalho para todos cidadãos
Reforma do poder Judiciário
• Adesão da população urbana que vivia em extrema pobreza, pequenos arrendatários, boiadeiros,
mascates e negros libertos, os praieiros marcharam sobre o Recife em fevereiro de 1849.
• Revolta pacificada por Manuel Vieira Tosta  como novo presidente de província

• Os líderes do movimento pertencentes à classe dominante, foram detidos e julgados apenas em 28


de novembro de 1851, quando os ânimos na província já tinham serenado, ocasião em que o governo
imperial pôde lhes conceder anistia. Voltaram, assim, a ocupar os seus cargos públicos e a comandar
os seus engenhos.
Exemplos: Borges Fonseca, José Inácio Abreu e Lima, Jerônimo Vilela: condenados, inicialmente à prisão
perpétua em Fernando de Noronha, mas depois, anistiados.
Pedro Ivo: preso e enviado para o RJ. Consegue fugir, mas morre na travessia da viagem para a Europa.

• Rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas - rendeiros, trabalhadores e outros - não tiveram
direito a julgamento e, ou sofreram recrutamento forçado ou foram anistiados por intervenção de
seus superiores para retornarem ao trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente fuzilados
durante e logo após os combates.
Revolta de Quebra-quilos (1874 e 1875)
• Sertão nordestino.
• Governo tenta trocar os pesos e medidas. De arrobas, farda e alqueire
para quilos e metros.
• Movimento reprimido.

Revolta das Mulheres (1865 a 1876)


• Mulheres atacaram os escritórios públicos nordestinos para destruir os
documentos do alistamento militar obrigatório.
• Movimento reprimido.
Questão Christie (1863)
• Relações com a Inglaterra abaladas desde 1831: devido a “Lei pra Inglês ver”,
relembrando que escravos comprados, a partir dali, eram visto como algo ilegal e
deveriam ser livres desde aquela data.
• Bill Alberdeen desde 1845. Embaixador inglês no Brasil, William Christie, fiscalizando
essas duas situações no Brasil.
• 1861: auge do conflito  navio inglês (Príncipe de Gales) naufragou no RS, carga
saqueada. ING (na figura de William Christie) pede indenização, o que foi negado.
• Somado a isso, 1862: três oficiais ingleses bêbados são presos no RJ por arruaça, em
trajes civis. ING pede retratação pela prisão “injustificada”: o que foi negado.
• Ingleses prendem navios brasileiros. D. Pedro II pede auxilio do rei da Bélgica,
Leopoldo I (“Arbitramento Internacional”), mas paga antecipadamente o valor
referente à carga do navio inglês, do primeiro conflito.
• Brasil rompe com a Inglaterra até 1865.
• Relações retomadas após o pedido de perdão do ministro Edward Thornton.
Intervenções brasileiras no Prata
Interesses brasileiros na região:
• Necessidade brasileira de navegação no Rio da Prata (contato com Mato Grosso, por exemplo).
• Impedir que vaqueiros uruguaios atravessassem a fronteira e pegassem o gado gaúcho.
• Impedir que a Argentina anexasse o Uruguai.

Uruguai: governado por ORIBE (partido Blanco), pecuaristas parceiros da Argentina


Argentina: governado por ROSAS, simpatia pelos uruguaios
Ambos: contra o Brasil, unem-se em uma Confederação Republicana
• Opositores: Partido Colorado, muitos eram comerciantes em Montevideo, líder Frutuoso Rivera.
Ele fora presidente no primeiro mandato em 1828. E vinham lutando contra Oribe desde 1836.
Brasil se une aos uruguaios do partido Colorado, líder Rivera e o argentino Urquiza (da cidade de
Entre Rios, a favor do Brasil). Alegam que os blancos não respeitam as fronteiras do Brasil, na região
do RS.
• Vitória brasileira em 1851, sob ordens de Duque da Caxias: com ajuda inglesa, derrota de Oribe e
Rosas, um depois o outro.
Nova intervenção no Uruguai em 1864
• Governado por Aguirre (partido Blanco) + apoio de Francisco Solano
Lopes (Paraguai)
Motivo: Uruguaios roubavam fazendas gaúchas (gado), Aguirre se negava a
reconhecer
 Missão Saraiva: pedido de indenização ao Brasil
• Brasileiros apoiam membro do Partido Colorado, líder era Venâncio
Flores, para derrubar Aguirre.
• Ataque brasileiro por terra (líder militar Mena Barreto) e mar (líder
Almirante Tamandaré)
• Solano Lopes, do Paraguai rompe com o Brasil
Guerra do Paraguai
Motivo: aprisionamento do navio Marquês de Olinda, em novembro de 1864, que navegava
pelo Rio Paraguai, em direção a Mato Grosso.

Duração do conflito: entre 1864 a 1870.

Paraguai: era exceção na América Latina  progresso econômico.


• Poder centralizado em ditadores.
• Erradicação do analfabetismo.
• Independência desde 1811
• Estado detentor de 98% das terras (Fazendas da Pátria)
• País praticamente autossuficiente
• Desejo do ditador Solano Lopez em criar o “Paraguai Maior” = Dominar ARG, URU e BRA
Guerra do Paraguai
Solano Lopes:
• Invade o Brasil em dezembro de 1864, na região do Mato Grosso.
• Invade Corrientes, lado argentino, em abril de 1865 (chegar ao RS).

Em 1865: ARG, URU e BRA = formam a Tríplice Aliança


• Apoio $ inglês
• Repulsa inglesa ao desenvolvimento autônomo paraguaio
• Destruição do Paraguai, Solano Lopez morto na Batalha Cerro Corá
• Expressiva participação de Duque de Caxias no Exército brasileiro
• Exército brasileiro reforçado com a Guarda Nacional e os Voluntários da Pátria
• ARG, URU e BRA vitoriosos, mas endividados.
• Conflito armado mais sangrento da História Sul-Americana
1867: a partir dessa data, os escravos brasileiros do conflito seriam libertos, após o término.
Fim do Segundo Império
• Atrito com a Igreja Católica (Questão Religiosa)

• Fim da escravidão (Questão abolicionista)

• Expansão do Republicanismo (Questão Republicana)

• Ascensão do Exército (Questão Militar)


Questão Religiosa
Contexto:
 Instituição do padroado régio desde 1500
 Igreja e Estado, oficialmente unidos, desde a Constituição de 1824
 Em 1864, papa Pio IX lança Bulla silabus  maçons não participam mais da Igreja.
Problema: o imperador D. Pedro II é maçom e não dá o “beneplácito” à determinação papal.
 Em1872, encontro da maçonaria, convidam padres.
Reação na Igreja:
 Ainda em 1872, com Bispo Dom Vital de Olinda, e em 1874, com Bispo Dom Macedo, do
Pará, exigem que maçons sejam expulsos de vez e vão contra o imperador publicamente.
 D. Pedro II manda punir (prender por quatro anos, ficaram apenas dois anos presos) os
dois bispos por serem contra ele. Grande parte do restante dos padres fica contra o
imperador.
Situação final: Imperador perde apoio religioso.
Fim da escravidão (Questão abolicionista)
• Analisar o contexto externo e interno da escravidão e sua DECADÊNCIA como mão de obra.
• Pressão inglesa desde 1845 (Bill Alberdeen)
• Chegada da mão de obra imigrante europeia (Oeste Paulista, destacadamente)
• Auxílio dos negros como soldados na Guerra do Paraguai (ENEM já pediu isso)
Campanhas abolicionistas de cunho popular (mas com apoio intelectual, tais como: Castro Alves)  ganha forma de
MOVIMENTO

Movimento Abolicionista, em duas frentes:


Um grupo mais moderado: pressionar o governo, leis para o fim da escravidão.
Líderes: Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Jerônimo Sodré
Um grupo mais radical: fim da escravidão pela luta direta dos escravos
Líderes: Raul Pompeia, Luís Gama e Antônio Bento.

Curiosidades dos envolvidos:


• Antônio Bento: criador da sociedade Califases  fuga “organizada” dos escravos das fazendas.
• Luís Gama: Negro, filho de escrava e fidalgo português (era baiano) Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai
para cobrir dívidas de jogo. Sabia ler e escrever, provou ter nascido livre.
• Raul Pompeia: escritor, grande nome da Literatura. Obra mais conhecida: O ATENEU
Questão Republicana

• Ideias republicanas no Brasil desde a Inconfidência Mineira, mas ideias ainda soltas.
• Observar como se organizavam as forças políticas em torno do Imperador D. Pedro II:
 Havia um primeiro-ministro que era trocado de tempos em tempos (ora
conservador, ora liberal)
 Vivia-se a Política de Conciliação (liberais e conservadores no ministério de apoio ao
Imperador)
 Em 1868: declínio da Política acima  nomeação de Duque de Caxias para o
comando das tropas brasileiras na Guerra do Paraguai.
Tal fato visto pelo liberais como algo negativo.
Imperador, como retaliação, chama apenas conservadores para seu
gabinete.
Uma parte dos Liberais se divide: fundam o Partido Republicano (1870).
• No mesmo ano publica-se na revista “A República” o “Manifesto Republicano”
(1870): pregando fim da Monarquia e a ascensão da República. Frase: “Somos
da América e queremos ser americanos”.

• Em 1873, realizou-se a chamada Convenção de Itu, a primeira convenção


republicana do Brasil.

• Latifundiários brasileiros (região sudeste) começam a se filiar às ideias


republicanas. Passavam a defender uma República Federativa (autonomia para
províncias)

• Esse movimento republicano, sobretudo ligado aos latifundiários, vai


“encontrar”, em breve, a Questão abolicionista e isso vai acirrar os ânimos
contra o Imperador.
Questão Militar
• Observar alguns aspectos básicos e o estopim da questão em si:
Exército brasileiro ganha status a partir da vitória na Guerra do Paraguai
Liberta os negros que foram ao conflito como soldados
Oficiais do Exército esperam tratamento diferenciado do Imperador,
melhorias para os militares (plano de carreira, salários)...só que ‘ficam no
vácuo’.

• Primeiros indícios contra o Imperador:


Escola Militar (RJ): maior líder Benjamin Constant, adepto do Positivismo
(Ciência como grande força pelo “progresso”). A modernidade chegaria ao Brasil
quando houvesse a República. A “ordem” social seria feita pelo Exército.
Ordem e Progresso
• Evolucionistas: chefiados por Benjamin Constant, defensor de um
governo ditatorial
• Revolucionários: chefiados por Antônio Silva Jardim, defensor de uma
revolução rápida e proclamação imediata.
• Altos chefes do Exército (como Marechal Deodoro da Fosneca) revoltam-
se contra punições aos oficiais que se tornavam pública.
Estopim da Questão Militar:
• Prisão de dois militares em momentos distintos:
A) Tenente-Coronel Sena Madureira: defendeu, publicamente, o Exército e foi
punido pelo Governo, que proibiu o Exército de se manifestar na imprensa
sobre assuntos políticos. Em seguida, Sena Madureira homenageou um
jangadeiro cearense que se negou a transportar escravos. Acabou preso.

B) Coronel Cunha Matos: mandou prender o Capitão Pedro José de Lima,


devido ao desvio de material do Exército para fins pessoais. Pedrinho, o
preso, tinha amigos civis influentes, sobretudo no Partido Conservador.
Cunha Matos tentou se defender, pela imprensa e, passou a atacar os
amigos civis de Pedrinho. Cunha Matos acabou preso.
• Militares ficam insatisfeitos com as proibições advindas do Imperador,
bem como a presença/opinião de políticos civis nas questões políticas.

• Esses políticos eram chamados de “Casacas” por se meterem nos


assuntos do Exército.

• Em 1887, funda-se o Clube Militar, a fim de aumentar a pressão pela


defesa dos direitos dos militares. Presidente do clube: Marechal Deodoro
da Fonseca.

• Deodoro era defensor da Abolição da Escravatura (feita no ano seguinte).


Entre 1888 e 1889...
• Cria-se a Guarda Negra (escravos libertos viram soldados), defendiam
a permanência da Monarquia, devido à assinatura da Lei Aurea ter
sido interpretada como algo bom.

 Análise possível: houve negros libertos ainda a favor da Monarquia?


SIM, por incrível que pareça.

• Exército brasileiro prestes a intervir politicamente...


• Gota d’agua: nomeação de Afonso Celso de Oliveira Figueiredo
(Visconde de Ouro Preto) para primeiro-ministro de D. Pedro II.
 Reformas políticas de cunho liberal e republicano (tentar salvar a
Monarquia)
 Concessão de mais liberdade aos municípios
 Elaboração de um código civil
 Reforma do Conselho de Estado

Congresso recusa-se a aceitar as medidas do novo primeiro-ministro.


 Primeiro-Ministro pede ajuda ao Exército, para garantir que o
Congresso aceite as novas normas.
 Exército nega apoio ao primeiro-ministro.
 Primeiro-Ministro propõe retaliação ao Exército por não ajudá-lo.
 Militares revoltados.

Benjamin Constant + Sólon Ribeiro + Silva Jardim + Deodoro da


Fonseca
• O Marechal Deodoro da Fonseca foi o responsável por finalizar o governo
de D. Pedro II.
• O gabinete imperial foi deposto, o ministro da Justiça e o chefe do gabinete
foram presos.

A Proclamação da República:

Sem participação popular.


Sem processo revolucionário.
Mantidas estruturas sociais.
Fim dos Slides sobre Revoltas
Regenciais e Segundo Reinado
Atenção: Esses slides foram confeccionado pela Prof. Paula Bianco.

Os alunos do Curso Azambuja, que tiverem acesso a esse material, podem


utilizá-los para fins de estudo, de uso individual.

É proibida a reprodução deste material sem autorização prévia.

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