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SEGUNDO

REINADO
1840-1889
Profª Drª Maria Beatriz Porto
Golpe da Maioridade
◦ Golpe da Maioridade em 23 de julho de 1840,
D. Pedro II tinha 14 anos
◦ Apoio do Partido Liberal!
◦ Gabinete dos ministros Martin e Antônio Carlos
de Andrada e os irmãos Cavalcanti.
◦ D. Pedro II convoca novas eleições para 1841
◦ “Eleições do cacete”- fraude e violência.
◦ Gabinete conservador
Parlamentarismo às avessas
◦ D. Pedro II cria e escolhe cargo de
presidente do conselho dos ministros
como um “primeiro ministro”. É o poder
moderador.
◦ Aí esse chefe do conselho que
nomeava os demais ministros.
◦ Se o presidente do conselho não
tivesse a maioria, o imperador
convocava novas eleições.
◦ Ou seja, em vez das pessoas, do
parlamento eleger os deputados e o
“1º ministro”, era o próprio D. Pedro II
quem fazia isso.
Revezamento Político na chefia do
Parlamento
◦ Conservadores- Regressistas ◦ Liberais – Progressistas - “Luzias”.
“Saquaremas” ◦ Batalha da Revolta Liberal na Ilha de
◦ Cidade que o partido se reunia Santa Luzia quando os liberais
protestavam contra o fechamento da
Câmara na eleição dos cacetes.
Conservadores

◦ Burocratas, grandes
comerciantes, exportadores.
◦ A favor da centralização do
poder
Liberais
◦ Profissionais liberais e agricultores no
mercado interno,
◦ Descentralização e autonomia das
províncias
◦ Contra o Senado Vitalício
REVOLUÇÃO
PRAIEIRA
◦ Conservadores no poder de PE
◦ Partido da Praia → Liberais→
Latifundiários
◦ Motivos → Situação política
◦ → Situação econômica
◦ ∟ Crise do açúcar
◦ ∟ Incentivo fiscal ao café
◦ ∟ Concentração de terras
◦ ∟ Família Cavalcanti

◦ Luta armada → Senhores de engenho


◦ → Liberais
◦ → Contra o governo
central
◦ 2 meses depois

REVOLUÇÃO
∟ Fim da revolta
∟ Monarquia
consolidada →
PRAIEIRA Estabilidade política
∟ Ministério da
Conciliação
∟ Evitar liberais X
conservadores
∟ Vitória escravocrata
∟ Prosperidade → Café

◦ “Manifesto do mundo”
∟ Voto masculino e universal
∟ Nacionalização do comércio do PE
∟ Fim do poder moderador
∟ Federalismo
∟ Fim da escravidão????? Nãããão!!
Ministério da Conciliação 1853
◦Luzias + Saquarema

Nada se assemelha mais a um


“saquarema” do que um “luzia” no
poder. Antônio Márcio de Paula Albuquerque, político
pernambucano.
Guerra do Paraguai (1864-1870)
◦ Maior e mais sangrento conflito sulamericano
◦ Paraguai estava em seu progresso industrial, e
líder Solano Lopes tinha um problema: o
acesso ao Oceano. Para isso precisava
atravessar a região do Prata, da Cisplatina e
atravessar Uruguai e Brasil. O Paraguai paga
impostos para isso, mas fica subordinado aos
demais países.
◦ Para isso, o Paraguai começa a conquistar
outros territórios para chegar ao oceano.
◦ Brasil, Argentina e Uruguai vão se unir com o
financiamento da Inglaterra na chamada
TRÍPLICE ALIANÇA.
◦ A Inglaterra financiava a Era Mauá e o
progresso paraguaio. Mas a guerra gera muito
mais lucro.
Guerra do Paraguai (1864-1870)
Guerra do Paraguai (1864-1870)
Guerra do Paraguai (1864-1870)
◦ No início da guerra o Brasil estava perdendo feio, o
Brasil não tinha exercito, quem ia lutar eram
fazendeiros do Mato Grosso, que defendiam seus
territórios
◦ Formação do Exército Brasileiro
◦ Conde D’eu, Duque de Caxias, as elites vão liderar o
exército.
◦ Voluntários da Pátria: incluía escravos que se
alistavam para combater no Paraguai para conseguir
a liberdade.
◦ A tríplice aliança vai destruir o Paraguai. 80% da
população vai ser dizimada.
◦ Associação do exército como grande libertador da
escravidão (naquele contexto). No retorno da guerra,
os combatentes por conviverem com seus parceiros
de batalha escravizados ficam sentimentos
contraditórios. Cresce o movimento abolicionista.
Quanto
custa a
guerra?
◦ https://atlas.fgv.br/marc
os/guerra-do-
paraguai/mapas/quanto
-guerra-custou
O ouro verde- Café

◦ Origem árabe
◦ Principal produto de exportação do
século XIX
◦ Não exigia altos investimentos. Mas
exigia mão de obra especializada.
Café
Vale do Paraíba Oeste Paulista

◦ Mão de obra escrava ◦ Principal local após o desgaste no


◦ Principal região até 1870 Vale do Paraíba, mão de obra
assalariada de imigrantes europeus
◦ Dominado pelos Barões do Café, que que ficavam com a terra em um
faziam uma fundamental base política sistema de colonato.
para o Imperador.
◦ Os imigrantes vão dinamizar a
produção. Projeto de embranquecer a
sociedade.
Vale do Paraíba
Oeste Paulista
Primeira lei de
terras - 1850
◦ Organização das terras, as terras
devolutas só poderiam ser adquiridas
se compradas, e não mais cedidas
pelo governo como no período
colonial.
◦ Benefício da aristocracia rural.
Imigração

Contexto europeu:
◦ 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
◦ Crise de empregos = pressão + agitação
social.
◦ Guerras da unificação alemã + italiana.
◦ Modernização do campo =
desemprego.
◦ Facilidades + propaganda = imigrar para
américa “fare a américa!”
Imigração
◦ Em outros momentos Marques de
Pombal, D. João VI e D. Pedro I
estimularam a imigração,
especialmente no sul do Brasil, mas
no Segundo Reinado fica mais forte
estímulos a essa mão de obra.
◦ Solução: crise do escravismo + lucros
p/ café + branquear a sociedade
brasileira a partir da década de 1830.
1º corrente – Parceria (a partir da década de 1840)
◦ Oeste Paulista.

Imigração ◦ Imigrantes trabalhavam na grande lavoura até


que pudessem assumir como pequenos
proprietários, quando tivessem recursos pelo seu
trabalho.
◦ Imigrante deve ressarcir a viagem, alimentos,
instalação a 6% juros ao ano, então os colonos se
endividavam.
◦ A principio a divisão era 50-50, mas claro que não
se cumpriu.
◦ Maus tratos e servidão.
◦ Revolta dos imigrantes em Ibicaba/SP (onde o
Senador Vergueiro pôs em prática sua proposta),
que foram liderados pelo suíço Thomas Davatz
(autor de Memórias de um colono no Brasil)
◦ Fracassou
Imigração
2ª corrente: Colonato (a partir de
1870)
◦ subvencionada + colonato (sul
do país).
◦ Trabalho familiar camponês, que
recebia 2 salários: fixo anual e por
produtividade.
◦ O governo pagava as passagens
e garantia um pedaço de roça.
◦ Sucesso já no fim do Segundo
Reinado e apogeu na primeira
República.
Tarifa Alves Branco-1844
◦ Incentivo a manufatura
brasileira.
◦ Impostos: taxação de 30%
dos produtos que não tinham
no Brasil e 60% para similares
aos brasileiros.
◦ Quem não curtiu isso?
Inglaterra.

Rugendas, Comércio no Século XIX- Rua


Direita, atual 1º de março
Bill Aberdeen-1845
◦ Reação inglesa à Tarifa Alves
Branco.
◦ Direito à marinha inglesa de
Apreender os navios
negreiros.
◦ Intensifica a pressão sobre o
governo imperial.
◦ Ingleses x império x
traficantes
Era Mauá
◦ Surto industrial vem mesmo na Era
Mauá (1850-70)
◦ Irineu Evangelista de Souza (1813-
1889) , o Barão de Mauá, promove
esse surto de industrialização com
apoio de banqueiros ingleses. A
Tarifa Alves Branco e a Lei Euzébio
de Queiros também vão ser
fundamentais.
◦ 70 fábricas
Impulsos na economia:

Era Mauá ◦ Construção de ferrovias (primeira de transporte de passageiros, a


Estrada de Ferro Mauá, inaugurada em 1854, ligava o Porto
Mauá até Fragoso, Hoje em Magé)
Era Mauá
Impulsos na economia:
◦ Criação de estaleiros e fundições
◦ Iluminação a gás
◦ Construiu Bancos e companhias de seguros
no Brasil e exterior
◦ Companhia de linhas de Telégrafos
Era Mauá
Declínio:
◦ Mercado interno instável
◦ Boa parte dos trabalhadores eram de
escravos, que não fazem parte da
economia financeira. Até comprava
escravos e libertava para emprega-los.
◦ Mas aí já viu, parte da elite agrária
impediu essa ascensão industrial e
pressiona o Imperador contra ele.
◦ Tarifa Silva Ferraz muda a questão
alfandegária e reduz as taxas sobre
importações de maquinas, ferramentas,
que é um golpe na Fundição Mauá.
Leis contra a escravidão, um longo
e lento processo
◦ Lei Feijó (1831) “para inglês ver”
◦ Lei Euzébio de Queiros (1850)
◦ Lei do ventre livre (1871)
◦ Lei Sexagenário (1885)
◦ Lei Áurea (1888)
Eusébio de Queirós (1850)
◦ Fim do tráfico atlântico de escravos
◦ Inflaciona o preço dos escravos.
◦ Intensifica o comércio interprovincial e o
contrabando.
◦ Crise da economia do nordeste.
◦ Estimula a entrada de imigrantes, além de
mão de obra, para embranquecer a
sociedade.
◦ Ventos iluministas e mudanças no Império
•Luís Gama: foi vendido como escravo pelo
próprio pai. Após conquistar sua liberdade,

Abolicionistas tornou-se jornalista e rábula (advogado sem


formação). É considerado atualmente Patrono
da Abolição da Escravidão do Brasil. Sua mãe
era Luísa Mahin, que participou da Revolta
dos Malês em 1835.

•André Rebouças: filho de escrava alforriada e


um alfaiate português. Notabilizou-se nessa
função por ter empreendido as seguintes
obras: resolução do problema do
abastecimento de água no Rio de
Janeiro; desenvolvimento de um modelo de
torpedo usado na Guerra do
Paraguai; construção de uma ferrovia que
ligava o estado do Paraná ao Mato Grosso do
Sul.

•José do Patrocínio: jornalista, foi um dos


Luís Gama (advogado), André Rebouças fundadores da Confederação Abolicionista e
o redator do manifesto dessa associação.
(engenheiro) e José do Patrocínio (jornalista)
Abolicionistas
•Joaquim Nabuco: Diplomata, historiador,
juristas e um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras tentou conquistar o apoio
de abolicionistas europeus em prol da causa
brasileira e era defensor da realização da
abolição irrestrita e acompanhada de reforma
agrária para distribuir terras para os libertos.

Dragão do mar: Francisco José do Nascimento era


jangadeiro e prático, conhecido como Dragão do
Mar. Em 1881, comandou, em Fortaleza, uma greve
de jangadeiros que transportavam escravizados
para navios que iriam para outros Estados do
Nordeste e para o Sul do Brasil. O movimento
conseguiu paralisar o tráfico negreiro por alguns
dias.
Abolicionistas
Adelina: Filha bastarda e escrava do próprio
pai, Adelina passou a vender charutos que ele
produzia nas ruas e estabelecimentos
comerciais de São Luís (MA).
Como escrava criada na casa grande, Adelina
aprendeu a ler e escrever. Trabalhando nas
ruas, assistia a discursos de abolicionistas e
decidiu se envolver na causa, ela escondia
escravos e promovia sua fuga.

Maria Firmina (1825-1917) era maranhense negra e


livre, formou-se professora primária e publicou, em
1859, o que é considerado por alguns historiadores o
primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. O
livro conta a história de um triângulo amoroso, mas
três dos principais personagens são negros que
questionam o sistema escravocrata.
Libertos. Mas em que condições?
A desagregação do regime escravocrata e
senhorial ocorreu, no Brasil, sem que se
oferecesse aos antigos agentes do trabalho
escravo assistência e garantias que os
protegessem na transição para o sistema de
trabalho livre. Os senhores foram eximidos da
responsabilidade pela manutenção e
segurança dos libertos, sem que o Estado, a
Igreja ou qualquer outra instituição
assumissem encargos especiais, que tivessem
por objeto prepará-los para o novo regime de
organização da vida e do trabalho.”
(Florestan Fernandes. A integração do negro
na sociedade de classes. Volume 1, São
Paulo: Editora Globo, 2008, p. 29. )

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